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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Seis conselhos para ajudá-lo a perseverar na fé na universidade

Imagem ilustrativa / Crédito: Unsplash

REDAÇÃO CENTRAL, 13 ago. 21 / 12:50 pm (ACI).- O escritor e professor de física em Nova Jersey, nos Estados Unidos, Matt D'Antuono, selecionou algumas recomendações para manter a fé viva apesar das dificuldades que aparecem na universidade.

Em um artigo publicado no jornal National Catholic Register, D' Antuono deu seis chaves para fortalecer a fé e “permanecer católico”, à medida que os estudantes regressam às aulas presenciais.

1. Conheça a sua fé

O escritor disse que, apesar de ter crescido frequentando a igreja, ele era alvo fácil “para que as pessoas viessem e me explicassem o que estava errado com o catolicismo”.

“O problema era que o quadro que pintavam era uma caricatura, o que em lógica se conhece como ´espantalho `. Se tivesse sabido o que a Igreja realmente ensinou, eu teria podido responder a qualquer objeção que fosse feita contra ela”, acrescentou.

D' Antuono disse que nunca encontrou um ex-católico que possa explicar adequadamente a fé católica e recordou a frase do venerável arcebispo Fulton J. Sheen: “Não há mais de 100 pessoas no mundo que realmente odeiem a Igreja Católica, mas há milhões que odeiam o que eles acreditam ser a Igreja Católica”.

Por isso, animou a estudar diligentemente as escrituras e o catecismo, e lembrou que o catecismo para jovens YouCat também é um resumo muito útil “e está escrito em uma linguagem mais contemporânea”.

“Há beleza e genialidade no ensinamento da Igreja, mas é preciso trabalho para poder vê-lo”, afirmou.

2. Não se deixe enganar pelos maus argumentos ateus

Há muitas versões caricaturadas de Deus que são fáceis de derrubar, diz D' Antuono. “O deus descrito e rejeitado pelos ateus militantes simplesmente não é o Deus do catolicismo”.

“Se você conhece alguém que diz que compreende Deus, pode ter certeza de que não compreende. Santo Agostinho escreveu: ´se você entende, não é Deus`. Inclusive a maioria dos professores de filosofia não conhecem a ideia de Deus a Igreja que ensina”, acrescentou.

3. Aprenda os argumentos a favor da existência de Deus

“Podemos saber que Deus existe; esse ponto não é uma mera questão de fé”, disse D' Antuono.

Para o escritor, aprender os argumentos a favor da existência de Deus pode ajudar a “compreender o Deus que a teologia católica descreve”.

4. Procure católicos com ideias parecidas

“As pessoas com quem você passa o tempo terão um impacto dramático no que você faz e no que você se tornará”, recomendou o escritor.

D' Antuono disse que “não existe uma coisa como um cristão ´cavaleiro solitário´” e falou sobre a importância de passar tempo com os santos, lendo sobre eles.

“Você aprenderá muito. Será inspirado. Inclusive, você pode falar com eles durante a leitura. São a comunidade católica por excelência. E, claro, não se esqueça de ´chamar` a sua mãe, Maria, a rainha dos santos”, acrescentou.

5. Não se sinta mal por ir contra a corrente

Na sociedade atual, diz D’Antuono, “muitas vezes acontece que você se sente como um vilão se não se comprometer com as ideologias dominantes e as agendas associadas com a moralidade liberal”.

“Em primeiro lugar, o pensamento racional sólido leva às mesmas conclusões que a Igreja em questões morais. Não é necessário ser cristão para estar de acordo com a Igreja. Basta conhecer a base filosófica da moral, uma teoria conhecida como lei natural”, afirmou.

Além disso, ele disse que o “amor real, duro como as unhas e abnegado, é a fonte dos preceitos de Deus” e por isso, se não parece ter sentido, é porque “você não compreende o amor real, a natureza humana real ou o coração de seu Pai amoroso”.

6. Coloque sua relação com Jesus em primeiro lugar

D' Antuono disse que “nada na vida, absolutamente nada, é mais importante que uma relação pessoal com Jesus Cristo”, e afirmou que esta deve ser formada “mediante a oração e os sacramentos”.

“Vá regularmente à missa e à confissão. Estabeleça um bom horário cedo e não se dê por vencido, inclusive quando falhar (e o fará!). Entregue-se à misericórdia de Deus. Quando cometer um erro, volte a Deus uma e outra vez, se for necessário”, afirmou.

Para o escritor, o catolicismo “não é um conjunto de crenças ou práticas, mas uma Pessoa, Jesus Cristo”, e afirmou que o encontro com Ele é o propósito real que tudo o que fizermos deve ter.

Fonte: ACI Digital

TRAZENDO LUZ PARA A IDADE MÉDIA

Sta. Catarina de Sena | Apologistas da Fé Católica
Inquisição, Heresias e disputas políticas

• Há poucos dias, uma professora em aula, afirmou que, Galileu foi preso porque a igreja o condenou por dizer que a Terra era redonda, e a igreja achava que a Terra era Quadrada, Pode parecer piada mas não é, ainda bem que ela não disse que ele foi queimado vivo, como Já ouvi algumas afirmações desse tipo, na verdade a igreja já sabia que a Terra era Redonda há mais de quatro séculos antes de aparecer Galileu. O que Galileu descobriu foi que a terra girava em torno do sol, um outro erro é colocar do julgamento de Galileu na Idade Média, isto aconteceu em 1633. O problema da igreja com Galileu foi teológico, ele queria forçar a igreja a retirar alguns textos bíblicos que são esses (Josué 10 12 Josué falou ao Senhor no dia em que ele entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse em presença dos israelitas: Sol, detém-te sobre Gabaon, e tu, ó lua, sobre o vale de Ajalon.
• 13 E o sol parou, e a lua não se moveu até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto acha-se escrito no Livro do Justo. O sol parou no meio do céu, e não se apressou a pôr-se pelo espaço de quase um dia inteiro.).

• O caso de Galileu é contemporâneo dos processos de feitiçaria. Na verdade, sabe-se mal e pouco, o que sabemos é que sempre houveram feiticeiros, Feiticeiras e mais ainda história de Feiticeiros e feiticeiras, os primeiros processos em que eles foram mencionados nos textos em detalhes não ocorreram senão no século XIV, na região de Toulouse; Conhece-se, em seguida, em 1440, o célebre de Gilles de Rais (colega de armas de Joana D’Arc, acusado mais de magia que de feitiçaria). Na segunda metade do século XV, estes processos tornaram-se habituais, a começar pelo que, em 1456, na região de Lorraine, deveria fazer oito vítimas. O interesse pela feitiçaria cresce sensivelmente, no século XVI, em que personagens sérios com Jean Bodin (1530-1596, crítico da autoridade papal — apesar de católico, era simpático ao Calvinismo, é também conhecido como um grande perseguidor de Bruxas defende os procedimentos processuais mais extremos, Inclusive a tortura, era jurista, político e filósofo).
• De resto os Mais célebres casos de feitiçaria ocorreram na própria corte de Luís XIV. Nenhuma região da Europa foi poupada, tanto Protestantes (na Inglaterra, onde as primeiras execuções ocorreram sobre o reinado de Elizabeth I, no século XVI; na Alemanha e até na Suécia, e na América do Norte).

• Em relação aos católicos, a reação não foi senão na primeira metade do século XVII, com obras de algum Jesuítas, em particular do padre Friedrich Spee (1591-1635, Jesuíta, poeta e forte crítico do julgamento de bruxaria,um dos primeiros a apresentar argumentos sólidos contra a utilização da Tortura para a obtenção da Verdade em processos legais), cuja a obra, Cautio criminalis, publicada 1633, ano do processo de Galileu, não deixou de influenciar os juízes de sua região. O Papa Urbano VIII recomendava, por sua vez, em 1637, prudência na perseguição aos Feiticeiros e Feiticeiras. Isto não impede quê, ainda em Bordeaux, em 1718, ocorra O Último dos processos de feitiçaria de que se tem conhecimento e que este termine, como os precedentes, na fogueira.

• A estes exageros de superstição basta opor, realmente, a mentalidade dos tempos feudais, tais como ela se exprime, por exemplo, em João de Salisbury (Bispo de Chartres, escritor, Diplomata e humanista do século XII, é autor da primeira obra de filosofia política do ocidente o políticraticus 1150) dizia: “O melhor remédio contra esta doença (trata-se, certamente, de feitiçaria e o emprego deste termo por um grande Pensador o aproxima curiosamente dos psiquiatras atuais) é ligar-se firmemente na fé, não prestar ouvidos a Essas mentiras e jamais prestar atenção a tão lamentáveis loucuras.

• INQUISIÇÃO

• Para quem vive no século 20 a Inquisição tem traço chocante que marca toda a idade média (também por certos manuais, passamos pelo movimento dos batismos forçados impostos por Carlos Magno houve a conquista de saxe — até a instituição da Inquisição. Que entre os dois se tenham um espaço de meio Milênio [450 anos] não perturba nenhum pouco os redatores não se compreende por que eles se incomodariam se a Idade Média, a seus olhos, formava um bloco uniforme, definitivamente). O estudo deste assunto requer uma biblioteca. Podemos dizer que esta biblioteca já existe, temos uma quantidade bem grande de escritores honestos que descrevem sobre o assunto de maneira honesta e imparcial, mas ainda temos muita coisa por fazer para esclarecer um grande público.

• O termo inquisição significa inquérito (interrogatório); no século XII, Abelardo proclama que a vida de pesquisador, do lógico, passasse em “inquisição permanente” e seu propósito não tem nada que possa lembrar a heresia ou evocar a repressão. A palavra toma um sentido jurídico quando, em 1184, o Papa Lúcio III, em Verona, exorta os bispos a procurar com afinco os heréticos para avaliar a propagação do mal em suas dioceses. Mas isto não é mais do que uma recomendação precisa, referente ao exercício de um direito que sempre lhe Fora outorgado, o direito excomungar o herético; ou seja, ver o “exterminar” (está é uma palavra que os inimigos da Igreja usam para dizer que neste momento o Papa mandou exterminar todos os hereges, vejamos o verdadeiro significado, banir, persegui-lo, ex-terminis, colocar além das fronteiras), Vimos que com um pouco de pesquisas conseguimos identificar realmente o significado das palavras e das atividades, sem precisar recorrer às paixões ideológicas. Estes, os heréticos, existe um grande número Principalmente ao sul da França e da Itália. Os mais numerosos, sabemos, são os que se designavam a si próprio de catharoi ou cátaros, os puros; pode-se resumir a doutrina cátara, dizendo que ela repousa sobre um dualismo absoluto: o universo material é a obra de um deus mau, apenas as almas foram criadas por um deus bom; de onde se conclui que tudo que tende à procriação é condenável, o casamento em particular; os mais puros adeptos da doutrina vem no suicídio a perfeição Suprema (muitos escritos dos cátaros foram destruídos pelos tribunais da Inquisição no século XII, o mais importante, entre os que subsistiram, é um tratado polêmico, atribuído a um cátaro, contra outros cátaros. Trata-se do Liber de duobos principiis, por um discípulo do cátaro Jean de Lugio, dissidente da seita de Desenzano, na Itália, que teve grande importância no século XIII.

• Por mais estranho que pareça, é o conde de Toulouse, Raimundo V, quem primeiro sonhou em combater militarmente os heréticos, que eram números em seu domínio. Em uma carta ao Abade de Citeaux, faz a mais Negra descrição da extensão da heresia: “O flagelo pútrido da heresia se espalhou a tal ponto que a maior parte dos que a seguem acreditam prestar homenagem a Deus… Aqueles que se destinaram ao sacerdócio são corrompidos pela Peste da heresia; os lugares sagrados, sempre venerados das igrejas, tornaram-se negligenciados, caem em ruínas; nega-se o batismo, abomina-se a Eucaristia, despreza-se a Penitência, recusa-se a criação do homem e a ressurreição da Carne, anulam-se todos os sacramentos da Igreja. Por penoso que seja admiti-lo, vai-se até a introduzir os dois princípios.” de fato, como todas as heresias, a dos cátaros nega a Encarnação, mas leva essa negação ao ponto de professar horror à cruz.

• Mas quando Raimundo V, de Toulouse, sucede Raimundo VI (Raimundo VI, Conde de Toulouse e Marquês de Provença, foi excomungado em 1208 por seu envolvimento no assassinato do legado papal Pierre de castelnau 1170-1208, enviado para investigar a heresia cátara que se propagava rapidamente na região do Languedoc. Perdoado 1209, foi novamente excomungado 1211 Por ter mudado de lado na cruzada contra o catarismo recuperou Tolosa 1217; Pierre Castelnau 1170-1208, sacerdote cisterciense, pregador delegado enviado ao Languedoc para conter a heresia cátara, foi assassinado por um enviado de Raimundo VI de Toulouse, acontecimento que desencadeou a cruzada albigense 1209-1229). Este considera os heréticos de outra maneira; numerosos são mesmo seus súditos que o acusam de favorecê-los. Quando em 1208, o papa lhe envia um emissário, Pierre de castelnau, ele o devolve com ameaças que encontram eco, porque o emissário é assassinado dois dias mais tarde. É Então que o Papa Inocêncio III vai pregar A Cruzada exortando aos Barões de França e de outros lugares a pegar em armas contra o de Toulouse e os outros heréticos do Sul.

• Declara-se a luta, mas contrariamente ao que com frequência se diz e escreve, tanto perfeitos (perfeitos são os cátaros com altos cargos na seita), como simples crentes, os hereges não vivem de modo nenhum na clandestinidade. É as claras que circulam, que pregam, que se multiplicam Colóquios e encontros com aqueles que os tentam reconduzir à ortodoxia, em particular, Com estes frades mendicantes aqui em Domingos de Gusmão (1170 1221, influente Presbítero espanhol e fundador da ordem dos pregadores dominicanos) Domingos de Gusmão chama à prédica da Santa doutrina e à prática de uma pobreza integral e que se tornarão, em 1215, os frades pregadores. As reuniões para que ele Convida os heréticos, as discussões públicas, como em Fanjeaux — em pleno coração do Sul albigense — e que se tornaram célebres, atestam que, Apesar dos inquéritos episcopais, que haviam sido ordenados em vários lugares, os hereges não sentiam nenhuma necessidade de se esconder, e sobretudo nas regiões do Languedoc, onde gozavam de uma proteção eficaz por parte dos Senhores meridionais. Tudo muda depois que a Guerra é declarada; a mudança será mais sensível ainda quando for instaurada, uns vinte anos mais tarde, em 1231, a Inquisição pontifical.

• É ao Papa Gregório IX que devemos a iniciativa da Inquisição e não a São Domingos, como de forma imprudente alguns afirmam. Este último morreu há 10 anos quando o Gregório IX projetou a instituição de um tribunal Eclesiástico destinado especialmente à busca e julgamento dos hereges.

• A Associação dos dominicanos à Inquisição ocorreu porque o próprio Gregório IX confiou aos padres pregadores, muito populares, o encargo da Inquisição, logo que a instituiu em 1231; mas, desde 1233, ele lhes acrescentou a principal das outras ordens mendicantes, a dos Frades menores. Os franciscanos exerceram as funções inquisitoriais principalmente na Itália, alguns também na França, como Etienne de Saint-Thiebéry, que foi massacrado em Avignonnet, no ano de 1242, junto com seu colega dominicano Guilherme Arnaud (ele dirigiu um Tribunal do Santo Ofício na vila de avignonet-Lauragais que foi massacrado por cada luz em 1242).

• É inútil insistirmos aqui sobre os exageros a propósito da Inquisição nas obras de escritores imaginativos mas pouco respeitadores das Fontes documentais. As penas aplicadas, em geral, são o empaderamento, isto é, a prisão (distingue- se o “muro Estreito”, que é a prisão propriamente dita, e o “muro Largo”, a prisão domiciliar), ou, com mais frequência ainda, A Condenação á peregrinações ou ao uso de uma cruz de fazenda pregada na roupa. Nos lugares onde os registros sobreviveram, como em Toulouse, em 1245-46, constata-se que os inquisidores uma Condenação à prisão numa relação de um para nove, à pena de fogo, Condenação à fogueira, de um para quinze; os outros acusados tendo sido ou libertados ou condenados a Penas mais leves.

• A grande questão é, que, a reprovação que encontramos contra a inquisição, a partir do século XVIII, constituiu um desses Progressos que o historiador não pode deixar de destacar, Pois ela se eleva contra o próprio princípio do julgamento realizados em nome da Fé; esta nos aparece em sua essência, como devendo escapar a toda pressão, a toda coleção de ordem exterior e jurídica.

• E todo aquele homem da fé cristã, em sua grande maioria, no período inquisitorial e, até nos dias de hoje, acreditava e acredita que igreja está perfeitamente em seu direito quando exerce o poder de jurisdição: enquanto que guardiã da fé, esse direito de foi sempre reconhecido pelos que, pelo batismo, pertenciam à Igreja. Daí, a aceitação geral de sanções tais como a excomunhão ou a interdição. excomungar é colocar fora da comunidade de fiéis quem não se conforma com as regras instituídas pela Igreja enquanto sociedade; é colocar fora do jogo, como se pratica em toda parte com quem trapaceia, quem trai, quem não aceita as regras de uma sociedade, de um clube, de um partido, de uma associação qualquer à qual, anteriormente pretendia pertencer. Na mesma linha das sanções eclesiásticas, a interdição condenava a uma espécie de excomunhão geral um território inteiro, toda uma cidade, para levar à obediência seu responsável: senhor, rei, até abades etc. esta espécie de banimento da Comunidade dos fiéis era o meio mais eficaz de obter o arrependimento do culpado, porque a interdição compreendia a supertição de todas as cerimônias religiosas; os sinos deixavam de tocar, os ofícios religiosos [casamentos enterros etc] não eram mais celebrados, o que tornava por demais intolerável a vida das populações.

• No entanto, a guerra contra os hereges ele jornais e a instituição da Inquisição modificam de forma categórica as sanções eclesiásticas, no que implicam no recorrer à força, ao poder temporal, ao braço circular. Na Igreja, era um fato inusitado, uma nova tendência que os canonistas do século XIV e XV procuraram justificar e colocar Como regra do direito e que terá consequências graves no século XVI. Os Papas a que se devem estas medidas são os que se encontram nos manuais de história como grandes Papas da idade média: Inocêncio III e Gregório IX.

• O Evangelho é bem claro quanto à separação dos poderes. Inocêncio III e Gregório IX recorreram ao temporal para preservar o espiritual. Ou seja, ambos optaram pela facilidade: e jamais, talvez, ao longo da história, a solução fácil apresentou também sua verdadeira expressão; não uma solução, mas uma porta aberta para novos e temíveis problemas.

• Por certo não poderiam avaliar as consequências de suas decisões, ditadas pela impaciência, por uma busca de eficácia imediata — O que é não deixa de ser contrária ao Espírito do Evangelho, mas também mais Sutil, por esta tendência ao autoritarismo que o Direito Romano desenvolve inevitavelmente. Se um e outro foram, aliás, personalidades fortes, a sinceridade de Seu Zelo religioso não é menos indubitável: Inocêncio III é o que soube discernir, no meio de uma infinidade de tendências muito diferentes, o selo autêntico de Domingos de Gusmão e de Francisco de Assis, pretendendo reconduzir à pobreza evangélica uma igreja que dela tinha a mais premente necessidade. Quanto a Gregório IX, não seria exagerado ver nele um verdadeiro campeão da liberdade de espírito: o ano de 1231, que é o da instituição da Inquisição, é também o da bula Parens scientiarum, pela qual ele confirma e fórmula os privilégios da Universidade de Paris e assegura a sua independência junto ao rei, e também aos bispos ou seus chanceleres; em resumo, ele define e reconhece a liberdade de pesquisa filosófica e científica. Põe fim, deste modo, há dois anos de perturbações e greves que opuseram os mestres e estudantes à Rainha Branca de Castela e a seu jovem filho, Luís IX, obrigando-os a restabelecer integralmente os privilégios que subtraíam os universitários à própria justiça do rei.

• A própria Instituição da Inquisição não deixando de apresentar um lado positivo no concreto da vida. Substituiria o processo de acusação pelo de inquérito. Mas além de tudo, em um tempo onde o povo não está disposto a brincar com o herético, ela introduz a justiça regular. Por quê, antes, era em muitos casos uma Justiça leiga ou mesmo uma revolta popular que infringe aos hereges os piores castigos. Para quem tem honestidade e quer se convencer da Verdade vamos recordar o Rei Roberto, o piedoso, em 1022, queimará em Orléans, quatorze hereges, clérigos e leigos. Por outro lado, em diversas ocasiões os bispos precisaram intervir para subtrair às violências da multidão os que ela considerava hereges. Pedro Abelardo tinha feito a experiência, pois ele mesmo, em Soissons, em 1121, foi acolhido com pedradas, uma multidão indignada. Alguns anos antes, hereges que o bispo da mesma cidade tinha condenado à prisão, dela foram retirados e conduzidos à fogueira por amotinados que reprovavam no Bispo “sua fraqueza sacerdotal”. Em diversas ocasiões, atos de violência foram assim cometidos e sabe-se como, sob Filipe Augusto (1165-1223), Rei da França. Vencedor de uma coalizão de reinos rivais alemão, Flamengo e inglês na batalha de Bouvines 1214, Vitória que tornou sua autoridade incontestável — enquanto o rei João sem terra 1166-1216, foi forçado por seus Barões a assinar a Magna Carta 1215, enfrentar uma rebelião conhecida como a primeira guerra dos Barões 1215-1217. As ações militares da cruzada albigense prepararam a expansão da França para o sul. Assim, Felipe transformou a França no mais Próspero e Poderoso Reino de sua época. enfrentou o poder dos Nobres e ajudou as cidades A libertarem-se da autoridade senhorial ao garantir privilégios e liberdade à emergente burguesia. Construiu uma grande muralha ao redor de Paris, reorganizou o governo e estabilizou financeiramente a coroa.), 8 cátaros foram Queimados, em Troyes no ano 1200, enquanto, um pouco mais tarde em 1209 o rei infeliz o mesmo suplício alguns discípulos de Amauri de Bené (1200 e 4207 foi teólogo, filósofo e líder de uma seita panteísta [Deus é tudo, pois o universo e Deus são a mesma coisa] formalmente condenada no quarto Concílio de latrão em 1215, cujos seguidores ficaram conhecidos como Amalricanos.). No sul, em Saint-Gilles-du-Gard, o herege Pedro de bruys 1117-1131, mestre heresiarca, criticou o batismo infantil, a edificação de novas igrejas e a veneração de Cruzes, além de se opor à doutrina da transubstanciação e negar a eficácia das orações pelos mortos. Uma multidão enfurecida o matou.), Ele havia queimado publicamente um crucifixo, viu-se vítima do mesmo suplício, por uma multidão furiosa.

• Podemos verificar diante desses acontecimentos, que em qualquer momento fossem instituídos tribunais regulares, mas esses tribunais foram marcados por uma dureza particular, em razão do renascimento do Direito Romano: as constituições de Justiniano, realmente mandar vamos condenar os hereges à morte. E é para fazer o reviver que Frederico II (um dos principais opositores do Poder papal, duas vezes excomungado, destituído do Concílio de Lyon 1245, chamado de O Anticristo pelo Papa Gregório IX 114-1241.), Tornado Imperador da Alemanha, promulga em 1224, novas constituições imperiais que, pela primeira vez, estipulam expressamente a pena da fogueira contra hereges empedernidos. Assim se vê que a Inquisição, no que ela tem de mais odioso, é fruto de disposições tomadas, de início, por um Imperador em quem se pode encontrar o protótipo do monarca esclarecido, apesar de ter sido, ele próprio, cético e logo excomungado.

• Cham à atenção para que notem que adotando a pena de Fogo, instituído como o procedimento legal o recurso ao braço secular para os relapsos (o relapso é o herege empedernido, aquele que, tendo uma vez abjurado, recai em erro; só o relógio pode ser enviado ao “braço circular” — expressão pudica, para significar que se encarregava à autoridade temporal de envia-lo à fogueira. o Papa acentuava ainda o efeito da legislação Imperial e reconhecia oficialmente os direitos do poder temporal na perseguição às heresias. Sempre sob a influência da legislação Imperial, a tortura seria autorizada oficialmente no começo do século XIII — desde que houvesse o aparecimento de provas.

• Em pouco tempo esse aparelhamento de legislação contra heresia seria dirigido pelo próprio poder temporal contra o poder espiritual do Papa. Sob Filipe, o Belo, as acusações; contra Bonifácio VIII, contra Bernard Saisset Bispo de Pamiers, opositor do Rei Filipe, o Belo, desde que foi enviado como legado papal ao Rei para protestar contra as medidas anticlericais reais. Acusado de alta traição, foi posto sob guarda vigiada. A disputa entre o rei e o Papa Bonifácio VIII fez com que Saisset fosse esquecido. Em 1302 foi obrigado a deixar o reino da França e viver em Roma. Perdoado em 1308, voltou para falecer em Pamiers, como Bispo. Também contra os templários, contra Guichard de Troyes apoiando-se neste poder reconhecido no Rei para perseguir os hereges. Mais do que nunca, a confusão entre espiritual e temporal joga a favor deste último. Só precisamos Recordar aqui as consequências mais graves: A Inquisição do século XVI, a partir deste momento só nas mãos dos Reis e imperadores, iria fazer o número de vítimas em comparação com as do século XIII. Na Espanha, chegou-se à utilização da Inquisição contra Judeus ou mouros, O que foi um desvio por completo dos seus objetivos. Foi criada para o uso interno: destinada a detectar os heréticos, isto é, aqueles que pertencendo à igreja se voltavam contra ela. Foi assim que no século XIII, Fernando III, rei de Espanha (primo de São Luís e que, como ele será canonizado), tinha recusado a Inquisição: não havia hereges em seu reino e ele mesmo se proclamava “Rei das três religiões” [Cristã, Judaica e muçulmana] o que importa em toda uma outra perspectiva, diferença da época de Carlos V e de Filipe II.

• Quando se fala em confusão entre o espiritual e o temporal, precisa se prestar atenção a datas e a épocas. Quando, no século XII, se dá um benefício — posse de uma terra — a um padre ou a qualquer prelado, trata-se de assegurar sua vida material por ser na época, a terra era a única fonte de riqueza. O próprio domínio pontifical Não tem outro objetivos e não sustentar o Bispo de Roma e seus conselheiros, os cardeais que o rodeiam. No decorrer do século XIII, sob a influência do Direito Romano e em grande parte por ocasião dos conflitos com o Imperador, o pontífice se torna chefe de estado; esta evolução sempre nas intenções, senão nos fatos, quando Bonifácio VIII junta uma terceira coroa à sua tiara, a que simboliza precisamente o poder temporal (sabe-se que a Tiara pontifical não aparece senão no decorrer do século XIII; ela apresenta uma coroa, depois duas coroas que, como as duas chaves, significam o duplo poder de ordem e jurisdição que todo Bispo possui).

• Na época precedente (7 séculos e meio em dez séculos da idade média), os que imaginam uma igreja monolítica, dispondo de um poder absoluto da pessoa do Papa, são radicalmente defendidos pelos fatos: recordamos que, nos séculos XII e XIII (portanto, em 200 anos), os Papas tiveram que permanecer 122 anos fora de Roma, vivendo a situação de proscritos e de exilados, bandidos por partidos e revoltas que continuamente conturbaram a história de Roma.

• Referência bibliográfica: IDADE MÉDIA, o que não nos ensinaram; Régine Pernoud

Fonte: Apologistas da Fé Católica

Inspirados por Carlo Acutis, produtor de Hollywood e youtuber fazem filme sobre milagres eucarísticos

Angelo Libutti e Ray Grijalba em entrevista para o filme com
o cardeal nigeriano Francis Arinze / Crédito: Angelo Libutti

REDAÇÃO CENTRAL, 13 ago. 21 / 12:00 pm (ACI).- Um produtor de Hollywood veterano se juntou a um youtuber católico para criar um filme sobre milagres eucarísticos.

Ray Grijalba, do canal de YouTube The Joy of Fate (A alegria da fé), está produzindo o filme junto com Angelo Libutti, que trabalhou em filmes de sucesso como Avengers, Rei Leão 3-D, Alvin e os Esquilos e Homem-aranha. Os dois dizem ter se inspirado no beato Carlo Acutis, um adolescente italiano que morreu em 2006 e foi o primeiro millennial a ser beatificado.

“Acho que os espectadores precisam saber que a mãe do beato Carlo Acutis está no filme e é uma grande fã do filme”, disse Grijalba à CNA. O vídeo de Grijalba no YouTube sobre milagres eucarísticos teve meio milhão de views.

Libutti disse à CNA que o objetivo do filme é evangelizar aqueles que foram afastados da realidade da Eucaristia.

Os produtores estão animados com o formato do filme, porque acreditam que muita gente, tanto crentes quanto não-crentes, vai querer se sentar para assistir um filme de qualidade. Libutti disse que muitos documentários eucarísticos já foram feitos, mas ele se pregunta se o formato desses documentários tem a capacidade de captar a atenção das pessoas por longos períodos de tempo. “O que tento fazer é achar a sinergia entre os que falam no filme e as cenas encenadas”, disse Libutti. “Assim, quando começamos a achar que a fala está se tornando entediante, que já está um pouco demais para as pessoas, aí é quando vamos pôr as cenas encenadas de forma que elas interajam perfeitamente.”

O filme inclui figuras católicas como o bispo de Tyler, Joseph Strickland, o cardeal Francis Arinze, ex-prefeito da Congregação do Culto Divino, padre Donald Calloway, autor de uma consagração a São José, o teólogo Scott Hahn, ente outros. O filme também apresenta entrevistas com cientistas sobre os milagres.

Até agora, foram levantados mais de US$ 300 mil para o filme, mas os produtores querem dobrar essa quantia.

Os produtores disseram à CNA que a realização do filme foi possível graças a muitas noites sem dormir e às conexões de Libutti em Hollywood. Libutti disse que muitos de seus conhecidos no ramo dos filmes doou tempo livre para o filme por causa de sua amizade de longa data.

O papel de Jesus está sendo representado pelo ator Robert Renzi, que disse à CNA que a descrença na Eucaristia é causada pela “igreja do relativismo, sujeição da verdade e essa teologia ‘sentir-se bem’ que se infiltrou e espalhou pela Igreja”. Renzi acredita que todo ser humano tem um desejo objetivo de “verdade, bem, e beleza que só pode ser satisfeito pelo verdadeiro pão da vida, a Eucaristia.”

Ele disse à CNA que está honrado por fazer o papel de Jesus e que o filme tem o objetivo de levar a plateia a uma “jornada cinemática ao coração desses milagres”.

Fonte: ACI Digital

Aumentam abortos e diminuem casamentos no Reino Unido

Shutterstock | Di HENADZI KlLENT
Por Francisco Vêneto

Enquanto 25% das gestações terminam em aborto, apenas 21,1% das uniões registradas foram seladas em cerimônias religiosas.

Aumentam abortos e diminuem casamentos no Reino Unido, conforme dados publicados pelo Office for National Statistics (ONS) referentes ao ano de 2019. Os dados sobre 2020 ainda não foram consolidados. Os aumentos, além do mais, são alarmantes, como observa a porta-voz da organização Right to Life UK, Catherine Robinson:

“É uma tragédia. Cada aborto representa uma falha da nossa sociedade em proteger a vida dos bebês e em prestar apoio total às mulheres grávidas. Essas estatísticas serão piores ainda em relação a 2020 por causa do sistema de aborto domiciliar, que permitiu uma série de abortos ilegais, colocando muitas mulheres em risco”.

O governo britânico, de fato, autorizou as gestantes a realizarem abortos por si próprias, em casa, durante a pandemia. A esse mesmo governo, Catherine Robinson lançou um apelo: “Acabem com este esquema de abortos em casa imediatamente”. A perspectiva de que o governo leve este apelo em conta, porém, parece remota.

Aumentam abortos e diminuem casamentos

Em 2019, nada menos que 25% de todas as gestações, considerando todas as faixas etárias, terminou em aborto. É o porcentual mais alto desde o início dos registros históricos.

Em paralelo ao crescimento dos casos de extermínio de bebês em gestação, decrescem notavelmente os números de matrimônios na Inglaterra e no País de Gales: dos casais que passaram a viver juntos, apenas 21,1% optou por uma cerimônia religiosa de casamento.

Os dados do Office for National Statistics ilustram o tamanho da queda: em 1900, 84,7% das uniões no Reino Unido eram seladas em cerimônias religiosas de matrimônio. O número caiu para 50,4% em 1980 e, de 1992 para cá, o número de casamentos civis supera crescentemente a cada ano o total de casamentos religiosos.

Harry Benson, da Fundação para o Casamento, qualifica este cenário como “desolador” e atribui responsabilidade também às autoridades:

“O governo deveria ter vergonha deste escândalo nacional e transformar em prioridade a inversão dessa tendência”.

Fonte: Aleteia

Os ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio (Parte 2/5)

Presbíteros
Os Ensinamentos de São Josemaría sobre o sacerdócio: uma resposta aos desafios de um mundo secularizado

1. «Todos os sacerdotes somos Cristo».

Eucaristia e identificação com Cristo.

Certamente são os leigos que, de modo capilar, fazem presente a Cristo nas encruzilhadas do mundo. Ao mesmo tempo, a vida de Cristo que se inicia no Batismo necessita do ministério sacerdotal para desenvolver-se. A grandeza do sacerdote consiste em que se lhe foi concedido o poder de vivificar, de cristificar. O sacerdote é “instrumento imediato e diário dessa graça salvadora que Cristo ganhou-nos”. O sacerdote traz a Cristo “a nossa terra, a nosso corpo e a nossa alma, todos os dias: Cristo vem para alimentar-nos, para vivificar-nos” (São Josemaría, Homilia Sacerdote para a eternidade, 13.IV.1973).

Como pastor de almas e como dispensador dos mistérios de Deus (cf. 1Co 4, 1), o sacerdote, especialmente num mundo indiferente à fé, deve alentar a todos para que progridam em direção à santidade, sem rebaixar – por covardia ou por falta de fé – o horizonte do mandato divino: sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5, 48). O sacerdote orientará a outros nesse caminho à santidade se ele mesmo reconhece esse imperativo, e se é consciente de que Deus colocou em suas mãos os meios para alcança-lo. O grande desafio para o sacerdote consiste em identificar-se com Cristo no exercício do seu ministério sacerdotal, para que muitos outros também busquem esta configuração com o Senhor, no desempenho das suas tarefas habituais.

A identificação com Cristo sacerdote fundamenta-se no dom do sacramento da Ordem, e se desenvolve na medida em que o sacerdote põe nas mãos de Cristo tudo o que ele é. Isso acontece de modo paradigmático e excelente durante a celebração da Eucaristia. Na Missa, o sacerdote empresta seu ser a Cristo para trazer a Cristo. São Josemaría expressava esta verdade com uma força singular:

“Ao chegar ao altar a primeira coisa que pensa é: Josemaría, tu não é Josemaría Escrivá de Balaguer (…): és Cristo (…). É Ele quem diz: isto é o meu Corpo, isto é o meu Sangue, é Ele que consagra. Se não, eu não poderia fazê-lo. Ali se renova de modo incruento o divino Sacrifício do Calvário. De maneira que estou ali inpersona Christi, fazendo as vezes de Cristo” (São Josemaría, Anotações tomadas…, cit.).

Esta identificação com o Senhor é uma característica essencial da vida espiritual do sacerdote. Como dizia São Gregório Magno, “nós que celebramos os mistérios da paixão do Senhor, temos que imitar o que fazemos. E então a hóstia ocupará nosso lugar diante de Deus, se nos fazemos hóstias nós mesmos” (São Gregório Magno, Lib. Dialogorum, 4, 59, citado em São Josemaría Escrivá de Balaguer, Carta 8-VIII-1956, n. 17).

A inteira existência sacerdotal se orienta ao que o próprio eu diminua, para que cresça Cristo no presbítero: ocultar-se, sem buscar protagonismo, para que apareça somente a eficácia salvadora do Senhor; desparecer, para que Cristo se faça presente através do exercício abnegado e humilde do ministério. Ocultar-se e desaparecer (São Josemaría, Camino, edición crítico-histórica preparada por P. Rodríguez, 3ª edición, Rialp, Madrid 2004, p. 945) é uma fórmula que São Josemaría gostava muito. Convida especialmente ao sacerdotes a preferir o sacrifício escondido e silencioso (São Josemaría, Caminho, n. 185.) às manifestações ostentosas ou chamativas.

Paradoxalmente, para contrarrastar a ausência de Deus num mundo secularizado, São Josemaría propõe aos sacerdotes, não tanto uma forte atividade pública, com a sua correspondente ressonância mediática, senão, simplesmente, ocultar-se e desaparecer. Deste modo, ao desaparecer o “eu” do sacerdote, se propagará a presença de Cristo no mundo, segundo a lógica divina que se manifesta na celebração da Eucaristia.

“Parece-me que aos sacerdotes se nos pede a humildade de aprender a não estar de moda, de ser realmente servos dos servos de Deus – lembrando-nos daquele grito de João Batista: illum oportet crescere, me autem minui (Jn 3, 30); convém que Cristo cresça e que eu diminua –, para que os cristãos correntes, os leigos, façam presente, em todos os ambientes da sociedade, a Cristo (…). Quem pensa que, para que a voz de Cristo faça-se ouvir no mundo de hoje, é necessário que o clero fale ou se faça sempre presente, não entendeu muito bem a dignidade da vocação divina de todos e de cada um dos fiéis cristãos” (São Josemaría, Conversaciones, n. 59).

A existência sacerdotal consiste em colocar tudo o que é próprio a mercê de Deus: emprestar a voz ao Senhor, para que Ele fale; emprestar-lhe as mãos, para que Ele atue; emprestar-lhe o corpo e a alma, para que Ele cresça no sacerdote e, através do seu ministério, em cada um dos fiéis cristãos. Diante dos desafios do nosso mundo, São Josemaría, ensina aos sacerdotes humildade e abnegação: colocar inteiramente a disposição do Senhor o próprio eu.

+ Javier Echevarría / Prelado do Opus Dei

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 2/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

II

“Pai que estais no céu”

1. Começamos por um testemunho sobre Deus e pelo efeito da fé, quando dizemos: “Pai, que estás no céu”. De fato, aí não só oramos a Deus, mas também mostramos a nossa fé, que tem por consequência chamá-lo de Pai. Como está escrito, “Àqueles que creem em Deus, foi-lhes dado o poder de ser chamados filhos de Deus” (Jo 1,12).

2. Aliás, o Senhor, muitas vezes, nos faz saber que Deus é Pai. Até mesmo ordenou que a ninguém chamemos de Pai sobre a terra (cf. Mt 23,9), mas só Àquele que temos no céu. Portanto, ao orar desta forma, cumprimos também um preceito.

3. Felizes aqueles que reconhecem o Pai. Eis o que Deus censura a Israel, eis o que afirma, chamando por testemunhas o céu e a terra: “Gerei filhos, e eles não me reconheceram” (Is 1,2).

4. Dizendo, pois, Pai, damos a Deus o seu nome, termo que significa atitude filial e autoridade.

5. Dizendo Pai, invocamos também o Filho. O Senhor disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).

6. Nem mesmo a Mãe Igreja é preterida, pois no Filho e no Pai reconhecemos também a Mãe, que nos atesta o nome do Pai e do Filho.

7. Assim, por esta única relação de afinidade, adoramos a Deus, cumprimos o preceito e condenamos os que esquecem seu Pai.

III

Cristo nos revela o Pai

1. O nome de Deus como Pai, antes, a ninguém fora revelado. Mesmo a Moisés, que perguntara a Deus seu nome, um outro nome foi dito. Quem no-lo revelou foi o Filho. É preciso que haja o nome do Filho, para de novo termos o nome do Pai. O Senhor disse: “Eu vim em nome de meu Pai” (Jo 5,43). E ainda: “Pai, glorifica o teu nome” (Jo 12,28). E ainda mais claramente: “Eu manifestei o teu nome aos homens” (Jo 17,6).

“Santificado seja o teu nome”

2. Pedimos, pois, que esse nome seja santificado. Não que caiba aos homens desejar o bem a Deus, como se alguém lhe possa dar qualquer coisa. Ou que Deus passe necessidade, sem os nossos votos. Mas é muito conveniente que Deus seja bendito em todo tempo e lugar pelo homem. Com efeito, todos os homens devem se lembrar, sem cessar, dos benefícios divinos. Este pedido tem a função de bendizer a Deus.

3. Quando, aliás, deixa o nome de Deus de ser santo e santificado por si mesmo? Não é, acaso, por meio dele, que os outros são santificados? Os anjos em torno de Deus não cessam de dizer: Santo, Santo, Santo! Da mesma forma, também nós, destinados a viver em companhia dos anjos, se o merecermos, aprendemos desde já na terra, este louvor a Deus, assim como aprendemos o que faremos no futuro, na glória.

4. Eis o que se refere à glória de Deus. Mas, o que é que pedimos para nós, ao dizer: “Santificado seja o teu nome”? Pedimos, na realidade, que ele seja santificado em nós, que o ouvimos, e também naqueles que Deus ainda aguarda com a sua graça. Assim, orando por todos, observamos igualmente um outro preceito evangélico, que é de rezar por todos, mesmo os nossos inimigos (cf. Mt 5,44). Não dizendo que o nome de Deus seja santificado em nós, estamos dizendo que ele seja santificado em todos.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

A Igreja recorda hoje Santa Dulce dos Pobres

Santa Dulce dos Pobres | Vatican Media
13 de agosto
Santa Dulce dos Pobres

Irmã Dulce dos Pobres, também conhecida como “Anjo bom da Bahia”, tinha como lema “Amar e Servir”: fez da sua existência um instrumento vivo de fé, amor e serviço aos indigentes e enfermos.

Vatican News

Maria Rita nasceu em 26 de maio de 1914, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, Bahia, segunda filha do cirurgião dentista Augusto Lopes Pontes, professor de Odontologia, e Dona Dulce Maria de Souza. Foi batizada com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes.

A menina era muito alegre, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol. De fato, era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time da classe operária e excluídos da sociedade.

Em 1921, aos sete anos, ficou órfã de sua mãe, falecida com apenas 26 anos de idade. No ano seguinte, junto com seus irmãos, Augusto e Dulcinha, fez a Primeira Comunhão na igreja de Santo Antônio Além do Carmo.

Aos 13 anos, graças à influência da sua família e ao seu senso de justiça, a jovenzinha passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando-a em um pequeno “centro de atendimento”, que ficou conhecido como “Portaria de São Francisco”. Na época, ao visitar com sua tia, a periferia da cidade, bairros onde moravam os pobres e excluídos, Maria Rita começou a manifestar, pela primeira vez, o desejo de dedicar-se à vida religiosa.

Irmã Dulce e suas numerosas atividades

Em 8 de fevereiro de 1933, após sua formatura em Magistério, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe, onde recebeu o hábito religioso, mudando seu nome para Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio, mantido pela sua Congregação, no bairro da Massaranduba, Cidade Baixa de Salvador. Mas, seu pensamento estava sempre voltado para o trabalho com os pobres.

Em 1935, começou a dar assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas no bairro de Itapagipe, onde moravam numerosos trabalhadores. Ali, deu início a um posto médico, que, em 1936, se tornou “União Operária São Francisco”, a primeira organização católica do estado, que, depois, se transformou em “Círculo Operário da Bahia”, fundado em 1937, com Frei Hildebrando Kruthaup. Dois anos depois, Irmã Dulce inaugurou o “Colégio Santo Antônio”, uma escola pública para operários e seus filhos, no bairro da Massaranduba.

Irmã Dulce encontra Irmã Teresa de Calcutá
Relíquias da “Madre Teresa do Brasil”

A causa da Canonização de Irmã Dulce teve início em janeiro de 2000. Seus restos mortais, que, desde 1992 - ano de seu falecimento – jaziam na igreja da Conceição da Praia, foram transladados para a Capela do Convento Santo Antônio, sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em Salvador.

A Congregação das Causa dos Santos, após a Positio, documento canônico sobre os dados biográficos, virtudes e testemunhos do processo de canonização, definiu a santa “Madre Teresa do Brasil” como a “Madre Teresa de Calcutá”, “conforto para os pobres e exame de consciência para os ricos”.

No dia 9 de junho de 2010, deu-se a exumação e translado das relíquias da Irmã Dulce para a Capela definitiva, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, hoje, Santuário Santa Dulce dos Pobres, situado ao lado da sede da OSID (Obras Sociais Irmã Dulce), lugar onde a santa havia fundado o Círculo Operário da Bahia, na década de 40. Ali, se encontra o túmulo da Mãe dos Pobres, lugar de devoção e fé.

Em setembro de 2019, por ocasião da sua Canonização, presidida pelo Papa Francisco, o local foi reformado, ganhando um túmulo de vidro com uma efígie, em tamanho real, da Santa Dulce dos Pobres.

Fonte: Obras sociais “Irmã Dulce”.

Maria Rita Pontes, sobrinha da Irmã Dulce, escreveu uma biografia sobre sua tia, na qual destaca os exemplos de bondade, caridade e amor ao próximo da “Mãe dos Pobres”.

IRMÃ DULCE COMPARADA COM “MADRE TERESA”

(Congregação das Causas dos Santos)

Celebração em hora a Santa Dulce dos Pobres, Salvador, Bahia, 20/10/19
Fonte: Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF