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sábado, 1 de abril de 2023

“Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra.”

"Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra"(Focolares)

“Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra.” | Palavra de Vida Abril 2023

por Web Master   publicado em 28/03/2023.

As primeiras comunidades cristãs tinham acabado de nascer, e os conflitos já estavam surgindo por causa das falsas interpretações da mensagem do Evangelho. Paulo, que estava na prisão, toma conhecimento desses problemas em Colossos, na Turquia, e então escreve a essa comunidade.

A Palavra de Vida deste mês pode ser compreendida melhor se for lida no contexto em que se encontra: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está entronizado à direita de Deus; cuidai das coisas do alto, não do que é da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus1”.

Para superar esses contrastes, Paulo nos convida a dirigirmos nossos pensamentos, todo o nosso ser a Cristo que ressuscitou. De fato, no batismo, nós também morremos e ressuscitamos em Cristo. Podemos viver esta vida nova “no já e ainda não”.

“Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra.” 

Obviamente, essa possibilidade não é alcançada uma vez por todas, mas deve ser buscada continuamente em uma jornada desafiadora que dura toda a existência. Significa direcionar nossa vida para o alto. De fato, Cristo trouxe à terra a vida do céu e a sua Páscoa é o início da nova criação, de uma humanidade nova. Esta seria a consequência lógica de quem escolhe viver o Evangelho: uma escolha que muda totalmente a nossa mentalidade, reverte a ordem, os objetivos que o mundo nos propõe, nos liberta dos condicionamentos, fazendo-nos experimentar uma mudança radical. A bem da verdade, Paulo não desvaloriza as “coisas da terra” porque, desde que o céu tocou a terra com a Encarnação do Filho de Deus, tudo foi renovado.2

“Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra.” 

“O que são essas ‘coisas do alto’?”, escreve Chiara Lubich. “São aqueles valores que Jesus trouxe à Terra e por meio dos quais se distinguem os seus seguidores. São o amor, a concórdia, a paz, o perdão, a integridade, a pureza, a honestidade, a justiça etc. São todas aquelas virtudes e riquezas que o Evangelho oferece. Com elas e por meio delas, os cristãos se mantêm na sua realidade de ressuscitados com Cristo. […]

E como se faz para manter o coração ancorado no céu, embora vivendo em meio ao mundo? Deixando-nos guiar pelos pensamentos e pelos sentimentos de Jesus cujo olhar interior estava sempre dirigido ao Pai e cuja vida refletia, em cada instante, a lei do Céu, que é uma lei de amor 3” 

“Cuidai das coisas do alto, não do que é da terra.” 

A presença dos cristãos no mundo se abre corajosamente à nova vida pascal. São mulheres e homens novos que não são do mundo4, mas que vivem no mundo com todas as dificuldades presentes. Era isso que se dizia dos primeiros cristãos: “Moram na terra e são regidos pelo céu. […] O que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo5”.

De maneira corajosa e inteiramente coerente com o Evangelho, um operário decidiu ajudar seu colega que acabara de ser demitido. Sua decisão provocou uma sucessão de gestos de fraternidade, frutos do seu testemunho: 

“Na fábrica, vários operários receberam aviso prévio de demissão. Eu conhecia a situação econômica precária de um deles, o Jorge. Então o convidei a ir comigo ao Departamento de Pessoal, onde eu disse: ‘Estou em condições melhores do que ele e minha esposa tem um emprego. Peço que demitam a mim, em vez dele’. O chefe prometeu rever o caso. Quando saímos, Jorge me abraçou, emocionado. Naturalmente, o fato se espalhou logo, e outros dois operários, em condição mais ou menos semelhante à minha, se ofereceram para serem demitidos no lugar de outros dois. A administração se sentiu forçada a repensar os métodos de escolha das demissões. Ao ficar sabendo do fato, o pároco contou isso durante a homilia de domingo, sem citar nomes. No dia seguinte, ele me informou que duas estudantes levaram a ele todas as próprias economias para ajudar os operários em dificuldade, declarando: ‘Também nós queremos imitar o gesto daquele operário” (B. S. – Brasil)6.

Por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida 

1) Cl 3,1-3.

2) Cf. 2Cor 5,17: “Portanto, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou; eis que tudo se fez novo”.

3) LUBICH, C., As coisas do alto, Palavra de Vida, abril de 2001. 

4) Cf. Jo 15,18-21.

5) Wikipédia, Carta a Diogneto, ano~120, Biblioteca Virtual de Direitos Humanos, USP. Cf. também A Diogneto 5,5-6,1, in I Padri Apostolici, org. por A. Quacquarelli. Roma, Città Nuova, 20012, p. 356-357.

6) Experiência extraída do site www.focolare.org

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/

Após o aborto, eu estava definhando. Eis como comecei uma nova vida [testemunho]

Max kegfire | Shutterstock
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Por Iwona Flisikowska

Uma mãe escreveu uma carta para a filha que havia perdido através do aborto: "Acreditamos na mentira de que você era simplesmente uma escolha, nada mais que um conglomerado de células a serem sacrificadas em um 'altar' cujo nome era conveniência... Peço perdão a você".

“Não tenho sido capaz de me perdoar”

“Durante 40 anos vivi numa encruzilhada com uma enorme ferida em meu coração e ansiedade interior, bem como a falta de auto-estima. Procurei maneiras diferentes de silenciar minha dor, minha fenda espiritual: o motivo foram os abortos e, mais tarde, os três abortos espontâneos”, diz Elisabeth.

“Meu interior estava definhando, estava se tornando um deserto”. As tentativas posteriores de penitência e reconciliação – em meu sentimento subjetivo – não me deram consolo, porque ainda não conseguia me perdoar por minhas escolhas e, portanto: suas consequências e efeitos.”

“Minhas lutas não estavam apenas afetando minha psique, mas estavam também afetando minha família. Havia também doenças (derrames e ataques cardíacos). Um amigo sugeriu que talvez as doenças fossem resultantes dos efeitos e consequências de minhas escolhas, de um passado doloroso. Eu tentei me salvar, mas as visitas aos psicólogos não deram os resultados que eu queria.”

Rachel’s Vineyard

“Até que um dia eu me confessei, o que acabou sendo a luz no fim do túnel. Por ‘acaso’, encontrei um padre, o que era meu último recurso. Ele sugeriu que eu participasse de um retiro para mulheres com síndrome pós-aborto, chamado ‘Rachel’s Vineyard’”.

“Eu estava extremamente determinada e me inscrevi imediatamente, apesar de estar acompanhada de medos e ansiedades sobre o retorno a um passado doloroso. No entanto, assistir ao retiro superou minhas expectativas.”

“As pessoas que lideraram os retiros eram extraordinárias defensoras da vida das crianças por nascer, que ouviram com grande compreensão e paciência nossos relatos sobre o doloroso passado. Para mim foi muito, muito difícil: em um momento eu queria fugir.”

“Este maravilhoso retiro foi um ponto de inflexão em minha vida. Eles ajudaram a lidar com um passado doloroso, a acreditar em mim mesma, a reconstruir meu equilíbrio interior, a recuperar a alegria de viver. Embarquei no caminho da conversão, senti-me livre como pessoa.”

“O mais importante é que deixei o passado para trás e uma nova vida está ocorrendo de acordo com novas regras. Olho para minha família, as pessoas colocadas em meu caminho através do prisma da misericórdia de Deus. Perdoei a todos que deveria perdoar e, acima de tudo, finalmente me perdoei depois de muitos anos. Eu realmente comecei uma nova vida”, conclui Elisabeth.

Após o aborto: uma carta para a filha

Os retiros “Rachel’s Vineyard” são destinados a pessoas feridas que passaram pelo drama do aborto: eles são dirigidos às mães, mas também aos pais de crianças. A ideia dos retiros é conhecida em todo o mundo.

Uma das ênfases mais importantes do retiro é escrever uma carta para a criança abortada. “Isto realmente ajuda na cura, especialmente no perdão”, diz Lena Krynicka, uma das organizadoras do retiro ‘Rachel’s Vineyard’. Em uma carta comovente – o testemunho de uma mãe que compartilhou sua experiência – nós lemos:

Acreditamos na mentira de que você era simplesmente uma escolha, nada mais que um conjunto de células a serem sacrificadas em um ‘altar’ cujo nome é: conveniência”. Peço perdão a você por eu não ser a pessoa que eu pensava ser. Por causa do meu egoísmo naquele momento, sacrifiquei o que era um dos maiores presentes que eu poderia receber – você.

Por alguma razão, imaginei você como uma menina, com olhos grandes e um sorriso ainda maior. Por causa dessa imagem, havia um vazio em mim. Não passa um dia que eu não pense em você e em como seria minha vida com você nela…

Toda vez que ouço uma criança rir, não posso deixar de pensar como teria sido sua risada, como teria sido os traços dos seus desenhos ou sua cor favorita….

“A participação de homens em retiros é tão importante quanto a participação de mulheres ou meninas que experimentaram o drama do aborto”, diz Lena. Perdoar-se a si mesmo e àqueles que contribuíram para a decisão de abortar uma criança – às vezes muitos anos depois – traz alívio do sofrimento mental e até mesmo físico.

Os pais que decidem abortar seu filho não estão cientes de quantas consequências negativas os esperam, como a síndrome pós-aborto, que é uma doença mental perigosa. Também, muitas vezes “depois do fato” vem o reflexo de que um grande erro aconteceu, mas é tarde demais para mudá-lo. Muitas vezes existe também um profundo sentimento de culpa, o que, dizem os participantes do retiro, torna impossível “viver normalmente”.

É por isso que a ideia do “Rachel’s Vineyard” é tão importante. É uma oportunidade para recuperar a liberdade e curar uma ferida profunda, para derramar um enorme fardo. É verdadeiramente um retorno a uma nova vida.

Jesus não se cansa de mostrar misericórdia

“Eu também fui muito afetada pelo drama de um aborto, realizado por uma pessoa próxima a mim”, compartilha Lena Krynicka. “No filme ‘Não Planejado’, a personagem principal disse que 85% dos abortos não são realizados em clínicas onde pessoas rezam na frente delas. Eu pensei que se este membro próximo de minha família tivesse encontrado alguém em seu caminho na vida que tivesse rezado com fé por ela, talvez esta dramática decisão nunca tivesse acontecido”.

“É por isso que me envolvi muito em ajudar as mulheres após a perda de um filho através do aborto. Além disso, nossa Comunidade de Belém, operando na paróquia São Padre Pio em Gdansk, está envolvida no trabalho de adoção espiritual, onde todos os anos na festa da Anunciação do Senhor – é também o Dia da Santidade da Vida – preparamos as pessoas para uma ajuda concreta e eficaz: a adoção espiritual de uma criança em risco de aborto”.

“O Senhor Jesus nunca se cansa de mostrar misericórdia e espera por cada pessoa, não importa sua idade, não importa o que ela tenha feito na vida ou o aborto que ela tenha feito. Ele nos ama apesar de tudo”, acrescenta Monika Tolysko.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa Francisco recebe alta do Gemelli e visita a Basílica de Santa Maria Maior

O Papa Francisco em oração (Vatican News)

Ao deixar o hospital, O Papa Francisco saiu do automóvel e saudou e abençoou as pessoas que estavam do lado de fora. Abraçou um casal que perdeu a filha na noite de ontem, sexta-feira, detendo-se a rezar com eles. Em seguida, o Santo Padre foi até a Basílica de Santa Maria Maior, detendo-se em oração diante do ícone de Maria, Salus Populi Romani.

Vatican News

Na manhã de hoje, sábado 1º de abril, o Papa Francisco recebeu alta do Hospital Universitário A. Gemelli, informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Antes de deixar as instalações, em torno das 10h35, o Santo Padre saudou o Reitor da Universidade Católica, Franco Anelli, com seus colaboradores mais próximos, o Diretor Geral da Policlínica, Marco Elefanti, o Assistente eclesiástico geral da Universidade Católica, monsenhor Claudio Giuliodori, e a equipe de médicos e agentes de saúde que o assistiram durante esses dias.

Ao deixar o hospital, O Papa Francisco saiu do automóvel e saudou e abençoou as pessoas que estavam do lado de fora. Abraçou um casal que perdeu a filha na noite de ontem, sexta-feira, detendo-se a rezar com eles, informa ainda a Sala de Imprensa vaticana.

O abraço do Papa a um casal que perdeu a filha no dia anterior (AFP)

Visita à Basílica de Santa Maria Maior

O Pontífice dirigiu-se à Basílica de Santa Maria Maior. O Papa deteve-se diante do ícone de Maria, Salus Populi Romani, confiando-lhe em oração as crianças que encontrou ontem na ala de Oncologia Pediátrica e Neurocirurgia Infantil do hospital, todos os doentes e os que sofrem enfermidades e a perda de seus entes queridos.

Após a visita, o Santo Padre retornou para o Vaticano.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Hugo de Grenoble

São Hugo de Grenoble (Guadium Press)
01 de abril
São Hugo de Grenoble
A Liturgia Católica celebra neste dia 1º de abril a memória de São Hugo de Grenoble, Bispo que contribuiu para a fundação da Ordem dos Cartuxos.

Redação (01/04/2022 10:00, Gaudium Press) São Hugo nasceu no ano de 1053, em Château-Neuf, Delfinado, Diocese francesa de Valençe. Seu pai, Odilon, retirou-se na velhice para a Cartuxa, onde morreu com mais de cem anos. Já sua mãe, apesar de também desejar se retirar para um mosteiro de religiosas em sua velhice, acabou tendo que praticar a regra monástica em sua própria casa. Ambos receberam os últimos sacramentos das mãos do filho.

Ordenação sacerdotal e episcopal

Aos 28 anos foi nomeado cônego na cidade de Valence, sendo convidado por seu Bispo para que o acompanhasse durante o Concílio de Avignon, de 1080. Na ocasião, os Bispos lhe aconselharam que Hugo fosse ordenado sacerdote e que assumisse a Diocese de Grenoble.

Apesar da oposição, imposta pelo próprio Santo, que se julgava indigno, ele acabou cedendo. Logo depois recebeu a sagração episcopal em Roma, das mãos do Papa Papa Gregório VII, pois Hugo se negava ser sagrado Bispo pelo Arcebispo de Viena que era acusado de simonia.

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São Hugo de Grenoble (Guadium Press)

Bispo de Grenoble: uma Diocese em situação desastrosa

Chegando a Grenoble, São Hugo encontrou um povo indócil e ignorante, um clero simoníaco, sacerdotes escandalosos, leigos usurários e usurpadores dos bens da igreja. Era um vasto campo para seu zelo e ele trabalhou com coragem no sentido de acabar com tais escândalos.

Mas, o fruto não correspondia aos seus esforços. Então, depois de dois anos, ele deixou o bispado retirando-se para o mosteiro de La Chaise-Dieu, onde tomou o hábito de monge. Nesse Mosteiro ele permaneceu apenas um ano, pois o Papa São Gregório VII, sabendo de sua retirada, lhe ordenou que voltasse à sua igreja. Hugo obedeceu.

O sonho de São Hugo e seu lado pregador

Não fazia ainda três anos que havia voltado para a Diocese, quando teve um sonho misterioso. Parecia-lhe que Deus construía uma habitação em um deserto de sua Diocese e que sete estrelas lhe indicavam o caminho. Ainda no sonho, Hugo viu chegar a sua presença sete homens que procuravam um lugar apropriado para a vida solitária: Eram São Bruno e seus companheiros. São Hugo reconheceu neles as sete estrelas e os conduziu à solidão da Cartuxa, a mesma que havia visto em sonho. Era o ano de 1084 quando lá foi construído o mosteiro.

Apesar dos males quase contínuos do estômago, e da cabeça que o afligiram durante quarenta anos, não cessou de pregar a palavra de Deus ao povo. Mas não procurava, em absoluto, dizer o que podia causar-lhe aplausos dos ouvintes. Propunha-se apenas instruí-los e comovê-los, o que conseguia com êxito, pois, após o sermão, grande número de pecadores o procuravam para confessar-se. Alguns chegavam a confessar publicamente os pecados.

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São Hugo de Grenoble (Guadium Press)

Excomunhão do imperador Henrique V

Quanto mais o Bispo de Grenoble se mostrava santo, mais defendia a Igreja romana. Em 1106, o imperador Henrique V procurou, com violências, arrancar ao Papa Pascoal II um privilégio injusto. Os bispos da província de Vienne, movidos pelo santo colega de Grenoble, excomungaram-no publicamente, em um concílio.

Os anos não enfraqueceram o vigor episcopal. Após a eleição do Papa Inocêncio II e antes que seus núncios chegassem à França para condenarem o cisma do Antipapa, o santo bispo de Grenoble se dirigiu a Puy em Velai, com outros bispos, não obstante as doenças de sua idade avançada – tinha setenta e oito anos.

Excomunhão do Antipapa Anacleto

Sabia com certeza que Pedro de Léon não fora eleito Papa por seu mérito, mas pelo prestígio da família e pela violência. Não tendo em vista senão a justiça e o bem da igreja, excomungou-o nesse concílio, com os demais bispos, como cismático. E essa excomunhão foi de grande peso, dada a autoridade de São Hugo.

A excomunhão do Antipapa Anacleto foi a última atitude memorável do santo bispo de Grenoble. As doenças aumentaram de dia para dia e o obrigaram a permanecer na cama durante muito tempo, antes de morrer. Todos os dias recitava de cor os salmos com os clérigos. São Hugo faleceu com quase 80 anos, em 1º de abril de 1132. O Papa Inocêncio II o declarou santo dois anos depois de sua morte. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

quinta-feira, 30 de março de 2023

Canadá sofre 260% de aumento nos crimes de ódio contra católicos

Amber Bracken / Anadolu Agency via AFP
Igreja de São João Batista em Morinville, Alberta, Canadá, queimada em junho de 2021

Estatísticas consideram apenas os dados que chegaram ao conhecimento da polícia.

Um levantamento divulgado pelo Statistics Canada, instituto de pesquisas e estatísticas do governo canadense, revelou um aumento de 260% nos crimes de ódio contra católicos no país.

Trata-se do maior número de episódios de violência religiosa no Canadá desde que o governo começou a registrar esse tipo de dados – e o panorama foi de piora crescente ao longo dos últimos três anos.

A pesquisa observa que mais da metade desses crimes não envolvem agressão física, mas, ainda assim, os números chocam porque revelam um crescimento vertiginoso da intolerância contra a religião – sobretudo contra os católicos, se comparados com outras confissões.

De fato, enquanto o aumento de crimes de ódio anticatólico foi de 260%, o aumento nos episódios de ódio contra muçulmanos foi de 71% e contra judeus de 47%.

Os números totais são ainda piores, considerando-se que as estatísticas disponíveis se baseiam somente nos dados que chegaram ao conhecimento da polícia e que, durante as respectivas investigações, foram reconhecidos formalmente como crimes de ódio.

Papa Francisco propõe 30 perguntas para um bom exame de consciência

Papa Francisco se confessando durante a Jornada “24 horas 
para o Senhor” em 2014/ Foto: Vatican Media

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Mar. 23 / 06:00 am (ACI).- Na Quaresma de 2015, o papa Francisco deu aos fiéis presentes na Praça de São Pedro um pequeno livro especial intitulado “Guarde o Coração”, entregue por vários indigentes de Roma, o qual sugere uma série de recursos importantes para o caminho de conversão até a Semana Santa. Entre os diferentes recursos propostos pelo papa, há um exame de consciência de 30 perguntas para fazer uma boa confissão, assim como uma breve explicação das razões para receber este sacramento.

Este recurso tem um significado especial neste tempo de Quaresma, para que os católicos, especialmente os que estão mais afastados da Igreja, se reconciliem com Deus durante a preparação para a Páscoa.

Diante da pergunta "por que confessar-se?", o livrinho responde: “Porque somos pecadores! Ou seja, pensamos e agimos de modo contrário ao Evangelho. Quem diz que não tem pecado, ou é mentiroso ou é cego. No Sacramento, Deus perdoa sempre os filhos que, tendo contradito a sua identidade, confessam as suas misérias e ao mesmo tempo a sua misericórdia”.

Para confessar-se, continua o texto, é necessário começar “escutando a voz de Deus” e prosseguir com o “exame de consciência, o arrependimento, a confissão dos pecados ao sacerdote, o propósito de satisfação, a invocação da misericórdia divina ministrada mediante a absolvição, o louvor pelo perdão recebido, a vida renovada”.

A seguir, apresentamos as 30 perguntas propostas pelo papa Francisco para fazer uma boa confissão:

Em relação a Deus

1.Dirijo-me a Deus somente em caso de necessidade? 2.Participo na Missa dominical e nos dias de preceito? 3.Começo e termino o meu dia com a oração? 4.Invoquei em vão o nome de Deus, de Maria e dos Santos? 5.Envergonho-me de me apresentar como cristão? 6.O que faço para crescer espiritualmente, como e quando o faço? 7.Revolto-me diante dos desígnios de Deus? 8.Pretendo que seja Ele a cumprir a minha vontade?

Em relação ao próximo

9.Sei perdoar, partilhar, ajudar o próximo? 10.Julgo sem piedade, tanto em pensamento quando com palavras? 11.Caluniei, roubei, desprezei os mais pequenos e indefesos? 12.Sou invejoso, colérico, parcial? 13.Tomo conta dos pobres e dos doentes? Envergonho-me da carne do meu irmão ou da minha irmã?

14.Sou honesto e justo com todos ou alimento a "cultura do descartável"? 15.Instiguei os outros a fazer o mal? 16.Observo a moral conjugal e familiar que o Evangelho ensina? 17.Como vivo as responsabilidades educativas para com os meus filhos? 18.Honro e respeito os meus pais? 19.Rejeitei a vida após a concepção? 20.Desperdicei o dom da vida? 21.Ajudei a fazê-lo? 22.Respeito o ambiente?

Em relação a mim mesmo

Sou um pouco mundano e pouco crente? 23.Exagero em comer, beber, fumar e divertir-me? 24.Preocupo-me em excesso com a saúde física, com os meus bens? 25.Como uso o meu tempo? 26.Sou preguiçoso? 27.Procuro ser servido? 28.Amo e cultivo a pureza de coração, de pensamentos e de ações? 29.Nutro vinganças, alimento rancores? 30.Sou manso, humilde, construtor de paz?

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santa Clara: a religiosa que derrota o poder com a pobreza e a consciência

Imagem de Santa Clara que ressurgiu depois que a parte daparede que a cobria 
desmoronou, na cidade italiana de Antrodoco, perto de Rieti, onde havia um 
convento dedicado a Santa Clara

A Regra de Clara de Assis é a primeira na história da Igreja escrita por uma mulher para as mulheres. As Irmãs da Federação de Santa Clara de Assis das Clarissas das regiões italianas da Úmbria e da Sardenha repropõem a visão da Madre Clara sobre o direito de não possuir nada e o dever de obedecer somente a Deus e à consciência.

Chiara Graziani

O direito de nada possuir. O dever de obedecer apenas a Deus e à consciência, fazendo discernimento sobre as ordens da autoridade. Além disso, a greve de fome como instrumento pacífico de fidelidade a Deus e à consciência, colocando no meio o próprio corpo inerte, como um obstáculo, sem se preocupar com a vida.

A Madre Clara de Assis fala ainda hoje com voz evidente, atualíssima. A sua Regra — a primeira na história da Igreja escrita por uma mulher para as mulheres – é a das suas escolhas de vida revolucionárias que falam diretamente às mulheres e aos homens de hoje. Desobedecer a uma ordem que viola a relação de confiança com Deus, diz por exemplo a Regra pela qual Clara lutou há oito séculos, é um dever, não uma opção. Um princípio afirmado na regra clariana de 1258 que, contudo, por vontade do Papa, estava destinada a não ir além do círculo de mulheres que chamavam Clara “madre” no mosteiro de São Damião. E assim foi historicamente. Na Regra de Clara lê-se: «As irmãs súditas, (...) sejam firmemente obrigadas a obedecer às suas abadessas em tudo o que prometeram ao Senhor de observar e isso não seja contrário à alma e à nossa profissão».

A pobreza franciscana e a obediência a Deus

Palavras inauditas para a época, o contexto, a matéria, e por serem escritas por uma mulher: há 800 anos, um sujeito sob tutela patriarcal desde o berço até à sepultura, última entre os últimos, já defendia profeticamente o dever de desobedecer a quem quer que lhe ordenasse de fazer o mal. Fosse até a autoridade. Ela argumentava, de facto, que isto deveria ser chamado obediência a Deus.

A interpretação autêntica dessas palavras extraordinariamente atuais foi recentemente dada pelas irmãs da Federação de Santa Clara de Assis das Clarissas da Umbria e Sardenha; como coletivo, de facto, produziram e assinaram um estudo em três volumes sobre a mulher a que também hoje chamam madre (Chiara D’Assisi, edições Messaggero Padova, reimpressa em 2018). Começaram a obra para voltar a ouvir a palavra e o carisma de Clara e viram-se confrontadas com uma Regra que redescobriram viva como um desafio. Viver a “altíssima pobreza” franciscana em fidelidade ao Evangelho está no coração. No século XIII, esta pretensão à liberdade total parecia absurda, quase escandalosa. E é isto que o estudo do coletivo clariano colhe hoje.

O estudo italiano sobre 'Chiara D'Assisi    

«É implícito — lê-se sobre a obediência no volume intitulado “O Evangelho como Forma de Vida” — que no caso o comando saia dos âmbitos legítimos se possa e se deva desobedecer: a desobediência a um comando ilegítimo ou injusto é obediência à verdade e ao valor que o comando deveria ter mediado e não mediou».

Por conseguinte, a vida que hoje volta a tomar forma a partir da pesquisa histórica e documental das Clarissas não é a de uma mulher que fez uma escolha de mortificação, contemplação e renúncia ao mundo na expetativa de terras ultramundanas. A sua escolha que nos transmite hoje foi, pelo contrário, a de uma lutadora no mundo, até na clausura. Uma escolha de amor integral também requer luta para conservar o amor.

E Clara ensinou, e ensina-nos, que a arma mais afiada do lutador é o direito de nada possuir. Clara lutou durante muito tempo para que o privilégio da pobreza (privilegium paupertatis) se tornasse um direito. Sobretudo, lutou para que fosse o escudo daqueles que queriam seguir o estilo de vida franciscana. Obteve o seu reconhecimento formal em 1228 quando o Papa Gregório IX escreveu às religiosas de São Damião: «Reforçamos (...) o vosso propósito de altíssima pobreza, concedendo-vos que não podeis ser obrigadas por ninguém a receber posses» (Sicut Manifestum Est, Perúsia, 17 de setembro de 1228).

O combatente, explicou Clara à Princesa Agnes da Boémia, deve estar nu a fim de não oferecer bases de apoio ao adversário. O privilégio da pobreza permite que se deslize pelas mãos do inimigo, por quanta violência possa exercer. Não há nada de submisso nesta imagem. Há força, determinação. Até firmeza.

O privilégio da pobreza

Ainda hoje, o direito de nada possuir questiona-nos. A posse, na civilização do consumo compulsivo, é a nova “virtude” social e uma fonte de escravidão. Clara, a quem as pobres irmãs de hoje voltam a dar voz, diz que a posse não é uma virtude. Nem sequer a obediência, se pretender fazer violência à consciência livre.

Se se quisesse outra prova da completa contemporaneidade de Clara, devemos recordar outra das suas invenções de lutadora. Corria o ano de 1230. Uma bula papal, a Quo elongati, separava efetivamente Clara e a comunidade de São Damião dos cuidados espirituais dos frades menores de Francisco. Clara, então, enviou de volta os frades que trouxeram a comida para as “pobres reclusas” em clausura. E ninguém, privilégio da pobreza à mão, poderia desafiar a sua desobediência, negando-lhe o direito de protestar. Foi uma greve de fome das mulheres e uma greve por amor. Venceram as pequenas irmãs pobres (e reclusas) de São Damião. Indomáveis na obediência a Deus semearam, como reclusas, também o nosso futuro.

Rezenos pela Saúde do Papa Francisco

Nota de solidariedade | cnbb

EM NOTA DE SOLIDARIEDADE, CNBB CONCLAMA A IGREJA NO BRASIL À ORAÇÃO PELA SAÚDE DO SANTO PADRE

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu, por meio de sua presidência, ao episcopado brasileiro e a toda a Igreja no Brasil, nesta quarta-feira, 29, oração pela saúde do Papa Francisco. O Santo Padre foi hospitalizado, na quarta-feira, 29, em Roma em razão de uma infecção respiratória.

“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se une a todas as pessoas que, nestes dias, se encontram em oração pela saúde do Papa Francisco. Que a Virgem Mãe Aparecida interceda junto ao Bom Deus para que fortaleça sempre mais o Santo Padre na condução da Igreja”, diz a Nota de Solidariedade emitida pela CNBB.

Conheça a íntegra do documento abaixo e, aqui, a versão em PDF.

Rezemos pela saúde do Santo Padre

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se une a todas as pessoas que, nestes dias, se encontram em oração pela saúde do Papa Francisco. Que a Virgem Mãe Aparecida interceda junto ao Bom Deus para que fortaleça sempre mais o Santo Padre na condução da Igreja.

Brasília-DF, 29 de março de 2023

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre
1º Vice-Presidente

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá
2º Vice-Presidente

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro
Secretário-Geral

Papa internado: quadro clínico em melhoramento

Policlínico Gemelli (Vatican |News)

De acordo com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o quadro clínico do Papa Francisco é em progressivo melhoramento e prossegue o tratamento programado.

Vatican News

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, divulgou na manhã desta quinta-feira, 30 de março, um novo boletim a respeito da saúde do Pontífice, internado desde ontem no hospital Policlínico Gemelli de Roma:

"Papa Francisco repousou bem durante a noite. O quadro clínico é em progressivo melhoramento e prossegue o tratamento programado. Hoje, depois do café da manhã, leu alguns jornais e retomou o trabalho. Antes do almoço, foi à pequena capela do apartamento particular, onde se recolheu em oração e recebeu a eucaristia."

Comunicação precedente

O porta-voz vaticano comunicou ontem que Francisco foi levado ao hospital depois de se queixar de dificuldades respiratórias. O resultado dos exames evidenciou uma infecção respiratória e se exclui a infecção por Covid 19. O quadro exige alguns dias de terapia médica hospitalar.

O Papa agradece as muitas mensagens recebidas e expressa sua gratidão pela proximidade e oração.

terça-feira, 28 de março de 2023

Como seria nosso mundo se Jesus não tivesse vindo?

FMilano_Photography | Shutterstock
Por Jean-Michel Castaing

Reconhecer nossa dívida para com o cristianismo não é apenas uma questão de coração, mas também de honestidade intelectual.

Em nossa época – marcada pelo relativismo e pelo ceticismo – os semi-inteligentes reinam sem grandes problemas sobre a opinião pública. Possuindo conhecimento suficiente para se considerarem legítimos para opinar sobre tudo, eles, no entanto, permanecem cegos por suas paixões e apaixonados demais por si mesmos para reconhecer os limites de seus julgamentos. Por isso, ignoram a dívida abissal que nosso mundo contraiu com o cristianismo.

O homem ocidental médio parece uma criança mimada que bateu a porta da casa dos pais e que, como o filho pródigo da parábola evangélica, recebe sua parte na herança sem uma palavra de agradecimento.

Um alimento para o pensamento de crianças mimadas

Nesse contexto, lições de moral seriam contraproducentes. Por outro lado, há um exercício que os cristãos poderiam sugerir a essas pessoas ditas espertas: adivinhar como seria nossa sociedade se a fé da Igreja não tivesse irrigado nossas mentes por dois milênios. Essa é uma tarefa árdua para a qual entram em jogo inúmeros parâmetros, mas é adequada para estimular a sagacidade dos semiqualificados.

Em que estado espiritual estaríamos se as divindades sangrentas do paganismo, reflexos de nosso fascínio pela força e pelo sucesso, tivessem permanecido como objeto de nossa adoração?

Em que estado estaria nosso mundo se Cristo não tivesse vindo nos ensinar o cuidado com os humildes, os pequenos, o perdão das ofensas, o amor aos inimigos, a dignidade dos pobres e excluídos? Quais seriam os nossos ídolos – diante dos quais teríamos nos ajoelhado – se Cristo não tivesse proposto à nossa adoração um Deus-Pai pronto a abandonar o que Ele tem de mais caro (o seu próprio Filho) para ir em busca dos perdidos?

Em que estado espiritual estaríamos se as divindades sangrentas do paganismo, reflexos de nosso fascínio pela força e pelo sucesso, tivessem permanecido como objeto de nossa adoração? 

Uma contribuição decisiva para o avanço das mulheres

Os seguidores de Jesus devem relembrar a dívida de nosso mundo para com a fé cristã. Mas não é para eles se vangloriarem: eles têm apenas uma parte muito pequena nisso. Todo o crédito vai para a Santíssima Trindade. É o Pai que decidiu buscar sua ovelha perdida, seus filhos. Para isso, Ele instruiu Seu Filho a nos trazer de volta em Seus ombros. Os Evangelhos nos dizem como foi dura, perigosa e cara a missão! Não é inútil enfatizar esta dimensão da nossa fé diante dos que nos são próximos. 

E, caso provoquemos neles exasperação, o que é compreensível, visto que um devedor raramente aprecia ter suas dívidas repostas em sua memória, poderíamos sempre propor à consideração deles a pergunta: Você já pensou sobre como seria o nosso mundo se Jesus Cristo não tivesse vindo? A conversa poderia continuar, por exemplo, sobre o tema da contribuição, única na história, do cristianismo para a promoção da condição feminina.

Considere a atitude de Jesus para com as mulheres. Toda a Bíblia deve ser mencionada! O Cântico dos Cânticos, por exemplo, faz uma mulher falar na primeira pessoa pela primeira vez na história. As figuras femininas do Antigo Testamento protagonizam: Rebeca, Ester, Judite, Sara e Abigail – entre outras.

Honestidade intelectual

A história da Igreja não é exceção. Pela condição religiosa, as mulheres se libertaram dos poderes que as escravizaram na história. Pense na Rainha Santa Radegunda (520-587) que, fugindo de Clotário, seu marido que assassinou seu irmão, fundou o mosteiro de Santa Cruz, perto de Poitiers, e encontrou em sua fé a força para enfrentar as forças políticas de seu tempo.

Além disso, alegar que o cristianismo escravizou mulheres é um absurdo absoluto. Jesus impediu um feminicídio (Jo 8, 2-11)! Por onde o cristianismo penetrou, a condição feminina progrediu. 

Decididamente, é hora de nosso tempo reconhecer sua dívida para com o cristianismo. Não é apenas uma questão de coração, mas também de honestidade intelectual.

Como seria o mundo se Jesus não tivesse estendido suas mãos misericordiosas aos pecadores? KYNA STUDIO | Shutterstock


Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF