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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Plano Pastoral 2021-2023 da Arquidiocese de Brasília

Plano Pastoral da Arquidiocese de Brasília | arqbrasilia
Plano Pastoral 2021-2023 da Arquidiocese de Brasília já disponível na Cúria Metropolitana

Já está disponível na Cúria Metropolitana de Brasília o Plano Pastoral 2021-2023 da Arquidiocese. Para adquirir, basta que o interessado solicite na recepção da Cúria e realize o pagamento na Tesouraria no valor de R$ 10,00 (dez reais) – valor cobrado para custear os serviços gráficos.

O Plano Pastoral foi construído a partir do Pilar da Palavra elencado nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e, passou por um processo aos moldes do caminho sinodal, desde as assembleias paroquiais, passando pelos setores territoriais e temáticos, chegando até a VII Assembleia Arquidiocesana de Pastoral que aconteceu no dia 06 de novembro de 2021.

A assinatura do Plano Pastoral aconteceu na Santa Missa em Ação de Graças pelo 1º ano de Pastoreio de Dom Paulo na Arquidiocese de Brasília no dia 12 de dezembro de 2021.

Para mais informações:

Cúria Metropolitana de Brasília: (61) 3213-3333

Coordenação Arquidiocesana de Pastoral: pastoral@arquidiocesedebrasilia.org.br

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Entregue ao Papa um manifesto de 6.000 católicos questionando o Caminho Sinodal Alemão

Guadium Press
O manifesto afirma que o Caminho Sinodal Alemão equivale a um cisma.

Redação (06/01/2022 17:38Gaudium Press) Ontem, o Papa Francisco recebeu um manifesto, que já conta com o apoio de 6.000 católicos, no qual se levantam sérias questões sobre o chamado Caminho Sinodal Alemão.

O texto do manifesto foi publicado no site da ACA (Arbeitskreis Christliche Anthropologie – Grupo de Trabalho de Antropologia Cristã), que, em novembro passado, realizou um dia de estudos com o ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, em que este criticou o Caminho Sinodal por minimizar a necessidade de evangelização.

Já no preâmbulo, o manifesto afirma que o Caminho Sinodal Alemão não é uma verdadeira reforma: “O Caminho Sinodal se afasta dramaticamente do objetivo de uma verdadeira reforma. Em sua fixação na estrutura externa, perde de vista o cerne da crise; viola a paz nas congregações, abandona o caminho da unidade com a Igreja universal, danifica a própria substância da fé da Igreja e equivale a um cisma ”.

9 teses

O Manifesto propõe 9 teses, que se opõem ao rumo tomado pelo caminho sinodal alemão:

1. Legitimidade

As exigências da Igreja só são legítimas se se baseiam no Evangelho, na fé de todos e contam com o apoio da Igreja Católica universal.

2. Conceito de Reforma

A Igreja precisa de uma reforma na cabeça e em seus membros, mas qualquer reforma real começa com a conversão e a renovação espiritual. A Igreja nunca recuperou o sal e a luz reduzindo as suas exigências e adotando as estruturas do mundo.

3. Unidade com toda a Igreja universal

Somos parte da “Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica”. “Que todos sejam um” é o último desejo de Jesus. Hoje já sofremos o suficiente devido às divisões no corpo de Cristo e não queremos outra Igreja especial alemã.

4. Poder

Na Igreja, todo poder emana do Senhor. O poder na Igreja sempre é unicamente delegado e só pode existir como um ato de humilde serviço ao povo. Seu exercício deve ser legítimo e transparente. Contudo, responder ao mau uso do poder por parte dos pastores com uma simples divisão de ocupações não serve para a Igreja.

5. Mulheres

Seguindo o exemplo de Jesus, o carisma das mulheres na Igreja deve ser reconhecido mais profundamente. No entanto, é aberrante interpretar a atribuição do ministério sacerdotal aos homens como uma discriminação contra as mulheres.

6. Casamento

O sacramento do matrimônio é a aliança de uma mulher e de um homem com Deus, sinal incomparável da salvação pela fidelidade de Deus ao seu povo; este sinal nunca deve ser colocado no mesmo nível que as uniões puramente humanas de qualquer tipo.

7. Bênção de casais do mesmo sexo

Nenhuma pessoa pode ser privada da bênção de Deus. Entretanto, a Igreja deve evitar qualquer aparência de dar uma bênção comparável ao sacramento do matrimônio ao “casamento para todos” e às relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.

8. Leigos e sacerdotes

O serviço da Igreja ao mundo é confiado aos leigos e aos sacerdotes, juntos e sem distinção de propósito ou dignidade. Porém, os leigos devem fazer aquilo que só os leigos podem fazer, e os sacerdotes devem servir ao que Igreja os chama e que a ordenação os tornou capazes de fazer.

9. Abusos

Os abusos sexuais é a pedra de moinho amarrada ao pescoço da Igreja. Os funcionários da Igreja devem ser medidos pela transparência de como eles lidam com delitos do passado para evitar que estes aconteçam no futuro. Mas nós nos opomos ao “abuso do abuso”.

Com informações e foto da Infocatolica.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Aonde irá o papa Francisco em 2022

O papa Francisco parte para o Iraque (Março de 21) /
Vatican Media

Vaticano, 06 jan. 22 / 03:30 pm (ACI).- O papa Francisco ainda não tem viagens internacionais oficiais confirmadas, mas já manifestou interesse em visitar vários países em 2022. Aos 85 anos, no entanto, é improvável que o papa retome a agenda de viagens intensa que caracterizou seu papado antes da pandemia de covid-19.

Francisco já viajou para mais de 50 países em quase nove anos de pontificado. Só em 2019 ele visitou 11 países.

Depois que as medidas impostas contra a covid-19 impediram o papa de viajar por mais de, Francisco foi o primeiro papa a visitar o Iraque´, quando retomou as viagens internacionais em março de 2021. Seguiram-se viagens apostólicas à Grécia, Chipre, Eslováquia e Budapeste para o Congresso Eucarístico Internacional.

Ainda existem viagens planejadas para 2020 que foram canceladas e poderiam ser remarcadas para este ano.

O papa Francisco já disse querer visitar em algum momento de seu pontificado vários países.

Canadá

A Santa Sé anunciou no ano passado que o papa Francisco está disposto a visitar o Canadá como parte do "processo pastoral de reconciliação com os povos indígenas" dos bispos canadenses.

Essa possível viagem provavelmente ocorreria depois que o papa receber uma delegação de líderes indígenas do Canadá no Vaticano. A visita estava programada para dezembro de 2021, mas foi adiada para "a primeira oportunidade em 2022" devido ao medo da variante ômicron do coronavírus.

Papua Nova Guiné e Timor Leste

Em uma entrevista à Télam, agência nacional de notícias da Argentina, publicada em outubro passado, o papa Francisco disse que gostaria de ir a Papua-Nova Guiné e Timor Leste, viagens planejadas para o final de 2020 canceladas por causa da pandemia.

A viagem também poderia incluir uma visita à Indonésia. Fontes do Vaticano disseram à ACI Stampa, agência em italiano do grupo ACI, que poderia haver uma parada em Cingapura.

Ucrânia

Tanto o metropolita Sviatoslav Shevchuk, líder da Igreja Católica Grega Ucraniana, quanto o arcebispo de rito latino de Lviv, Mieczysław Mokrzycki, anunciaram que o papa lhes prometeu uma visita em 2022.

A viagem pode acontecer em maio. Shevchuk disse em dezembro que “isso ainda não foi anunciado, mas já estamos vivendo em antecipação e preparação”.

Líbano

Em seu vôo de volta do Iraque, o papa Francisco reafirmou seu desejo de visitar o Líbano. Poucos meses depois, uma autoridade da Santa Sé disse que o papa pretendia viajar ao Líbano assim que o país formasse um governo.

A formação de um governo libanês em setembro passado, após 13 meses de impasse político, abriu o caminho para uma possível visita papal. O papa se encontrou com o primeiro-ministro Najib Mikati, no dia 25 de novembro, mas nada sobre a viagem foi divulgado.

Hungria

O Papa Francisco disse reiteradamente que planeja voltar à Hungria depois que sua visita de apenas sete horas a Budapeste em 2021. A viagem apostólica à Hungria está prevista para setembro. O papa teria dito ao abade de do mosteiro de Pannonhalma que pretende visitar a abadia beneditina de mil anos.

A Hungria também poderia servir como território neutro para um encontro com o patriarca ortodoxo de Moscou Kirill.

Cazaquistão

O Cazaquistão é outro país que poderia servir de local para o segundo encontro entre o papa Francisco e o patriarca Kirill. Já existe uma reunião inter-religiosa programada para 14 a 15 de setembro de 2022, o Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, do qual Kirill deve participar, na capital do Cazaquistão, Nur-Sultan .

O embaixador do Cazaquistão junto à Santa Sé disse à EWTN em 2020 que havia “grandes esperanças” de que o Papa Francisco visitasse o Cazaquistão para participar do congresso inter-religioso.

Espanha

O papa poderia visitar Santiago de Compostela porque o local de peregrinação espanhola, ponto de chegada do Caminho de Santiago, celebra um Ano Santo ao longo de 2022. Bento XVI visitou Santiago de Compostela no último Ano Santo da cidade, em 2010.

O arcebispo Julián Barrio Barrio de Santiago de Compostela disse a jornalistas em dezembro que acredita que “o papa está interessado em vir a Santiago”.

Malta

A Santa Sé anunciou em fevereiro de 2020 que o papa visitaria Malta para a festa de Pentecostes, mas o país foi bloqueado popr medo da cvid-19 e a viagem foi cancelada. A visita pode ser remarcada para algum tempo depois da Páscoa.

Montenegro

Uma viagem papal a Montenegro também foi planejada para 2020 e cancelada. O vice-primeiro-ministro montenegrino, Dritan Abazović, viajou ao Vaticano e convidou novamente o papa a visitar Montenegro no final da audiência geral em 29 de dezembro.

República Democrática do Congo

O papa Francisco disse em uma entrevista publicada no ano passado que esperava visitar o Congo em 2022. Ele disse ao Télam em outubro: “No momento, tenho em mente duas viagens que ainda não comecei, e essas são o Congo e a Hungria.”

Esta seria a primeira visita do papa ao continente africano desde 2019. A viagem à RDC poderia ser uma escala da viagem ao Sudão do Sul, adiada várias vezes por questões de segurança.

Florença

A única viagem oficialmente confirmada para 2022 até agora é que o Papa Francisco vai à cidade italiana de Florença em 27 de fevereiro para falar em uma reunião de bispos e prefeitos da região do Mediterrâneo.

Dada a idade do papa e a situação de pandemia contínua, talvez haja mais viagens mais curtas como essa em 2022.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Amoris laetitia, quando Jesus mora na família

Amoris Laetitia, quando Jesus mora na família | Vatican News

Cada mês, em 10 episódios, um vídeo com as reflexões do Papa e o testemunho de famílias de todas as partes do mundo – realizado em colaboração entre o Dicastério Leigos Família e Vida e Vatican News – ajuda a reler a Exortação apostólica, com a contribuição de um subsídio que pode ser baixado para o aprofundamento pessoal e comunitário. Porque ser família, recorda Francisco, é sempre “principalmente uma oportunidade”.

https://youtu.be/fGP8DIBIytQ

Amoris Laetitia

(n° 313-325)

ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR

313. O amor assume matizes diferentes, segundo o estado de vida a que cada um foi chamado. Várias décadas atrás, o Concílio Vaticano II, a propósito do apostolado dos leigos, punha em realce a espiritualidade que brota da vida familiar. Dizia que a espiritualidade dos leigos «deverá assumir características especiais» próprias, nomeadamente a partir do «estado do matrimónio e da família»,[367] e que os cuidados familiares não devem ser alheios ao seu estilo de vida espiritual.[368] Por isso, vale a pena deter-nos brevemente a descrever algumas características fundamentais desta espiritualidade específica que se desenrola no dinamismo das relações da vida familiar.

Espiritualidade da comunhão sobrenatural

314. Sempre falamos da inabitação de Deus no coração da pessoa que vive na sua graça. Hoje podemos dizer também que a Trindade está presente no templo da comunhão matrimonial. Assim como habita nos louvores do seu povo (cf. Sl 22/21, 4), assim também vive intimamente no amor conjugal que Lhe dá glória.

315. A presença do Senhor habita na família real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. Quando se vive em família, é difícil fingir e mentir, não podemos mostrar uma máscara. Se o amor anima esta autenticidade, o Senhor reina nela com a sua alegria e a sua paz. A espiritualidade do amor familiar é feita de milhares de gestos reais e concretos. Deus tem a sua própria habitação nesta variedade de dons e encontros que fazem maturar a comunhão. Esta dedicação une «o humano e o divino»,[369] porque está cheia do amor de Deus. Em suma, a espiritualidade matrimonial é uma espiritualidade do vínculo habitado pelo amor divino.

316. A comunhão familiar bem vivida é um verdadeiro caminho de santificação na vida ordinária e de crescimento místico, um meio para a união íntima com Deus. Com efeito, as exigências fraternas e comunitárias da vida em família são uma ocasião para abrir cada vez mais o coração, e isto torna possível um encontro sempre mais pleno com o Senhor. Lê-se, na Palavra de Deus, que «quem tem ódio ao seu irmão está nas trevas» (1 Jo 2, 11), «permanece na morte» (1 Jo 3, 14) e «não chegou a conhecer a Deus» (1 Jo 4, 8). O meu antecessor, Bento XVI, disse que «o fechar os olhos diante do próximo torna cegos também diante de Deus»[370] e que, fundamentalmente, o amor é a única luz que «ilumina incessantemente um mundo às escuras».[371] Somente «se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chegou à perfeição em nós» (1 Jo 4, 12). Dado que «a pessoa humana tem uma inata e estrutural dimensão social»[372] e «a primeira e originária expressão da dimensão social da pessoa é o casal e a família»,[373] a espiritualidade encarna-se na comunhão familiar. Por isso, aqueles que têm desejos espirituais profundos não devem sentir que a família os afasta do crescimento na vida do Espírito, mas é um percurso de que o Senhor Se serve para os levar às alturas da união mística.

Unidos em oração à luz da Páscoa

317. Se a família consegue concentrar-se em Cristo, Ele unifica e ilumina toda a vida familiar. Os sofrimentos e os problemas são vividos em comunhão com a Cruz do Senhor e, abraçados a Ele, pode-se suportar os piores momentos. Nos dias amargos da família, há uma união com Jesus abandonado, que pode evitar uma ruptura. As famílias alcançam pouco a pouco, «com a graça do Espírito Santo, a sua santidade através da vida matrimonial, participando também no mistério da cruz de Cristo, que transforma as dificuldades e os sofrimentos em oferta de amor».[374] Por outro lado, os momentos de alegria, o descanso ou a festa, e mesmo a sexualidade são sentidos como uma participação na vida plena da sua Ressurreição. Os cônjuges moldam, com vários gestos quotidianos, este «espaço teologal, onde se pode experimentar a presença mística do Senhor ressuscitado».[375]

318. A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar esta fé pascal.[376] Podem-se encontrar alguns minutos cada dia para estar unidos na presença do Senhor vivo, dizer-Lhe as coisas que os preocupam, rezar pelas necessidades familiares, orar por alguém que está a atravessar um momento difícil, pedir-Lhe ajuda para amar, dar-Lhe graças pela vida e as coisas boas, suplicar à Virgem que os proteja com o seu manto de Mãe. Com palavras simples, este momento de oração pode fazer muito bem à família. As várias expressões da piedade popular são um tesouro de espiritualidade para muitas famílias. O caminho comunitário de oração atinge o seu ponto culminante ao participarem juntos na Eucaristia, sobretudo no contexto do descanso dominical. Jesus bate à porta da família, para partilhar com ela a Ceia Eucarística (cf. Ap 3, 20). Aqui, os esposos podem voltar incessantemente a selar a aliança pascal que os uniu e reflete a Aliança que Deus selou com a humanidade na Cruz.[377] A Eucaristia é o sacramento da Nova Aliança, em que se atualiza a ação redentora de Cristo (cf. Lc 22, 20). Constatamos, assim, os laços íntimos que existem entre a vida conjugal e a Eucaristia.[378] O alimento da Eucaristia é força e estímulo para viver cada dia a aliança matrimonial como «igreja doméstica».[379]

Espiritualidade do amor exclusivo e libertador

319. No matrimónio, vive-se também o sentido de pertencer completamente a uma única pessoa. Os esposos assumem o desafio e o anseio de envelhecer e gastar-se juntos, e assim refletem a fidelidade de Deus. Esta firme decisão, que marca um estilo de vida, é uma «exigência interior do pacto de amor conjugal»,[380] porque, «quem não se decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia».[381] Mas isto não teria significado espiritual, se fosse apenas uma lei vivida com resignação. É uma pertença do coração, lá onde só Deus vê (cf. Mt 5, 28). Cada manhã, quando se levanta, o cônjuge renova diante de Deus esta decisão de fidelidade, suceda o que suceder ao longo do dia. E cada um, quando vai dormir, espera levantar-se para continuar esta aventura, confiando na ajuda do Senhor. Assim, cada cônjuge é para o outro sinal e instrumento da proximidade do Senhor, que não nos deixa sozinhos: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20).

320. Há um ponto em que o amor do casal alcança a máxima libertação e se torna um espaço de sã autonomia: quando cada um descobre que o outro não é seu, mas tem um proprietário muito mais importante, o seu único Senhor. Ninguém pode pretender possuir a intimidade mais pessoal e secreta da pessoa amada, e só Ele pode ocupar o centro da sua vida. Ao mesmo tempo, o princípio do realismo espiritual faz com que o cônjuge não pretenda que o outro satisfaça completamente as suas exigências. É preciso que o caminho espiritual de cada um – como justamente indicava Dietrich Bonhoeffer – o ajude a «desiludir-se» do outro,[382] a deixar de esperar dessa pessoa aquilo que é próprio apenas do amor de Deus. Isto exige um despojamento interior. O espaço exclusivo, que cada um dos cônjuges reserva para a sua relação pessoal com Deus, não só permite curar as feridas da convivência, mas possibilita também encontrar no amor de Deus o sentido da própria existência. Temos necessidade de invocar cada dia a ação do Espírito, para que esta liberdade interior seja possível.

Espiritualidade da solicitude, da consolação e do estímulo

321. «Os esposos cristãos são cooperadores da graça e testemunhas da fé um para com o outro, para com os filhos e demais familiares».[383] Deus convida-os a gerar e a cuidar. Por isso mesmo, a família «foi desde sempre o “hospital” mais próximo».[384] Prestemo-nos cuidados, apoiemo-nos e estimulemo-nos mutuamente, e vivamos tudo isto como parte da nossa espiritualidade familiar. A vida em casal é uma participação na obra fecunda de Deus, e cada um é para o outro uma permanente provocação do Espírito. O amor de Deus exprime-se «através das palavras vivas e concretas com que o homem e a mulher se declaram o seu amor conjugal».[385] Assim, os dois são entre si reflexos do amor divino, que conforta com a palavra, o olhar, a ajuda, a carícia, o abraço. Por isso, «querer formar uma família é ter a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de unir-se a Ele nesta história de construir um mundo onde ninguém se sinta só».[386]

322. Toda a vida da família é um «pastoreio» misericordioso. Cada um, cuidadosamente, desenha e escreve na vida do outro: «A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações (...) não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo» (2 Cor 3, 2-3). Cada um é um «pescador de homens» (Lc 5, 10) que, em nome de Jesus, lança as redes (cf. Lc 5, 5) para os outros, ou um lavrador que trabalha nesta terra fresca que são os seus entes queridos, incentivando o melhor deles. A fecundidade matrimonial implica promover, porque «amar uma pessoa é esperar dela algo indefinível e imprevisível; e é, ao mesmo tempo, proporcionar-lhe de alguma forma os meios para satisfazer tal expectativa».[387] Isto é um culto a Deus, pois foi Ele que semeou muitas coisas boas nos outros, com a esperança de que as façamos crescer.

323. É uma experiência espiritual profunda contemplar cada ente querido com os olhos de Deus e reconhecer Cristo nele. Isto exige uma disponibilidade gratuita que permita apreciar a sua dignidade. É possível estar plenamente presente diante do outro, se uma pessoa se entrega gratuitamente, esquecendo tudo o que existe em redor. Assim a pessoa amada merece toda a atenção. Jesus era um modelo, porque, quando alguém se aproximava para falar com Ele, fixava nele o seu olhar, olhava com amor (cf. Mc 10, 21). Ninguém se sentia transcurado na sua presença, pois as suas palavras e gestos eram expressão desta pergunta: «Que queres que te faça?» (Mc 10, 51). Vive-se isto na vida quotidiana da família. Nela, recordamos que a pessoa que vive conosco merece tudo, pois tem uma dignidade infinita por ser objeto do amor imenso do Pai. Assim floresce a ternura, capaz de «suscitar no outro a alegria de sentir-se amado. Exprime-se, de modo particular, no debruçar-se com delicada atenção sobre os limites do outro, especialmente quando aparecem de forma evidente».[388]

324. Sob o impulso do Espírito, o núcleo familiar não só acolhe a vida gerando-a no próprio seio, mas abre-se também, sai de si para derramar o seu bem nos outros, para cuidar deles e procurar a sua felicidade. Esta abertura exprime-se particularmente na hospitalidade,[389] que a Palavra de Deus encoraja de forma sugestiva: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos» (Hb 13, 2). Quando a família acolhe e sai ao encontro dos outros, especialmente dos pobres e abandonados, é «símbolo, testemunho, participação da maternidade da Igreja».[390] Na realidade, o amor social, reflexo da Trindade, é o que unifica o sentido espiritual da família e a sua missão fora de si mesma, porque torna presente o querigma com todas as suas exigências comunitárias. A família vive a sua espiritualidade própria, sendo ao mesmo tempo uma igreja doméstica e uma célula viva para transformar o mundo.[391]

***

325. As palavras do Mestre (cf. Mt 22, 30) e as de São Paulo (cf. 1 Cor 7, 29-31) sobre o matrimónio estão inseridas – não por acaso – na dimensão última e definitiva da nossa existência, que precisamos de recuperar. Assim, os esposos poderão reconhecer o sentido do caminho que estão a percorrer. Com efeito, como recordamos várias vezes nesta Exortação, nenhuma família é uma realidade perfeita e confeccionada duma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar. Há um apelo constante que provém da comunhão plena da Trindade, da união estupenda entre Cristo e a sua Igreja, daquela comunidade tão bela que é a família de Nazaré e da fraternidade sem mácula que existe entre os Santos do céu. Mas contemplar a plenitude que ainda não alcançámos permite-nos também relativizar o percurso histórico que estamos a fazer como família, para deixar de pretender das relações interpessoais uma perfeição, uma pureza de intenções e uma coerência que só poderemos encontrar no Reino definitivo. Além disso, impede-nos de julgar com dureza aqueles que vivem em condições de grande fragilidade. Todos somos chamados a manter viva a tensão para algo mais além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada família deve viver neste estímulo constante. Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida.

Oração à Sagrada Família

Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.

Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Luciano da Antioquia

S. Luciano da Antioquia | arquisp
07 de janeiro

São Luciano da Antioquia

Luciano chamado da Antioquia nasceu em 235 e deve seu grande renome ao fato de ter sido o iniciador da doutrina herética conhecida como arianismo, que tão profundamente abalou toda a cristandade dos primeiros séculos. Aliás, diga-se que os arianos se chamaram inicialmente de "lucianistas". Doutrina a qual Luciano se retratou lavando com o sangue do seu próprio martírio o inicial equívoco, levado às últimas conseqüências pelo herege Ário, que lhe doou o nome definitivo. Assim temos em Santo Luciano um sacerdote sírio que foi martirizado no século IV, mais precisamente no ano 312, na Nicomedia, Turquia.

Nascido em Samósata, cidade do norte da Síria que serve de passagem para Jerusalém, de pais cristãos, ficou órfão aos doze anos de idade. Para conservar e reforçar a fé recebida da família na infância se retirou para a cidade de Edessa, também na Síria, aonde vivia em grande austeridade, dedicando-se aos estudos teológicos das Sagradas Escrituras, tendo o famoso mestre Macário como diretor. Uma vez formado, ordenou-se sacerdote exercendo todo o seu apostolado na Antioquia, Turquia.

Luciano era muito apegado aos estudos e tinha grande formação literária ocupando o posto de um dos homens mais versados da Igreja. Ele fundou uma escola de catequese que, na época, só encontrava equivalente na respeitadíssima escola egípcia de Alexandria, que já comemorava meio século de implantação.

Essa escola formou dezenas de personagens famosos na História da Igreja, entre eles vários bispos, teólogos e escritores católicos. Foi nesta época que suas obras teóricas começaram a despertar a ira do bispo Paulo de Samosata, dando início à intensa polêmica que mexeu com a Igreja. O tal bispo ainda sustentava a heresia ariana a qual afirmava ser Cristo "inferior a Deus" e não consubstancial a Ele. Era a doutrina que Luciano iniciara, mas, ao se perceber errado, a combatia com intensidade, veemência e vigor. Conseguiu vencer o bispo Paulo que foi destituído e afastado do Cristianismo, passando-se para o lado do herege Ário.

Luciano continuou cada vez com mais vigor sua obra evangelizadora, tendo também que enfrentar as perseguições impostas contra os cristãos, pelo imperador Maximiano. O tirano decidira liquidar primeiro com Luciano, por entende-lo como uma fonte de liderança poderosa de manutenção da fé cristã, daquela época. Ele acabou preso permanecendo algemado durante sete anos. Mesmo nessa condição, para confortar os companheiros de prisão, celebrava a Santa Missa deitado no chão usando o próprio peito como altar.

Depois, o então imperador, Maximino Daia, percebeu que não conseguiria fazê-lo renegar sua fé, por isso mandou que fosse submetido a uma série de bárbaros suplícios. Chegou a ficar quinze dias sem alimento algum e, mesmo assim, se recusou a ingerir carne de animais imolados em nome dos deuses pagãos. Finalmente, foi executado a fio de espada, tendo sido seu corpo lançado ao mar. A tradição diz que ele foi recuperado graças a um golfinho que o transportou do local do martírio para Helenópolis, na Ásia Menor.

Mas a verdade é que Santa Helena, mãe do rei Constantino era muito devota de Santo Luciano, o qual citava com freqüência ao filho, que ainda não havia se convertido. Constantino que a amava muito, durante o seu reinado, mandou que as relíquias do Santo fossem transladadas para Helenópolis, cidade natal de sua querida mãe. Depois ele mesmo, em 337, escolheu a sepultura do Santo para ser o local do seu batizado, oficializando sua conversão e de todo o seu reino. Esse ato propagou ainda mais o culto de Santo Luciano, tanto no Oriente como no Ocidente.

Santo Luciano entretanto teve um outro precedente importante, conhecido como Luciano de Somosata, que viveu entre 125 e 192, sendo um importante filósofo e jurista grego, também fundador de uma escola, só que em Atenas, falecendo como funcionário no Egito. Por essas semelhanças ele e sua exuberante obra filosófica e literária, notadamente satírica, foram confundidos com a trajetória do Santo oriundo dessa localidade, principalmente nos primeiros séculos. Este é o motivo pelo qual Santo Luciano é chamada da Antioquia.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

São Raimundo de Peñafort

S. Raimundo de Peñafort | arquisp
07 de janeiro

São Raimundo de Peñafort

Raimundo era um fidalgo espanhol descendente dos reis de Aragão. Nasceu em 1175, no castelo dos Peñafort, na Catalunha. Desde muito pequeno apresentava interesse pela vida religiosa e pelos estudos. Aos vinte anos foi professor de artes livres numa universidade em Barcelona, atraindo muitos estudantes com suas aulas. Depois foi para Bolonha onde continuou lecionando e estudando direito civil e eclesiástico. Ao final foi diplomado com louvor e nomeado titular da cadeira de Direito Canônico da mesma escola. Jamais esqueceu os pobres, deles, Raimundo cuidava pessoalmente, muito embora a fama de seus conhecimentos já percorresse toda a Itália e Europa.

Em 1220 voltou para a Espanha e foi ordenado sacerdote e vigário geral da diocese de Barcelona. Depois foi convocado para servir em Roma a pedido do Papa Gregório IX, do qual foi confessor cerca de oito anos. Nesta época observou que os pobres, quando iam ao palácio papal, não eram tratados e atendidos com o devido direito, por isto alertou ao pontífice para que se interessasse pessoalmente por esta parte do rebanho. Por ordem do Papa, Raimundo editou a obra conhecida como "Os Decretais de Gregório IX", muito importante para o direito canônico até hoje.

Como retribuição pela dedicação e bons trabalhos, este papa o nomeou arcebispo de Taragona. Dentro de sua extrema humildade e se julgando indigno pediu exoneração do cargo, chegando a ficar doente por causa desta situação e com a licença dos superiores, voltou para a Espanha. Do amigo, Pedro Nolasco, recebeu e aceitou o convite de redigir as Constituições da nascente Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos.

Com a chegada dos dominicanos em Barcelona, abandonou tudo para ingressar na Ordem. Quando o superior geral morreu, em 1278, os religiosos elegeram Raimundo para ser o sucessor. Durante dois anos percorreu todos os conventos da Ordem a pé. Depois se afastou da direção, para se dedicar a vida solitária de orações e penitência, mas aos pobres continuou a atender. Esta santificação lhe aprimorou ainda mais os dons e grandes prodígios Deus executou por meio do seu servo, cuja fama de santidade corria entre os fiéis.

Por inspiração, aos setenta anos, Raimundo voltou ao ensino. Fundou dois seminários onde o ensino era dado em hebraico e árabe, para atrair judeus e mouros ao Cristianismo. Em pouco tempo dez mil árabes tinham recebido o batismo. Foi confessor do rei Jaime de Aragão, ao qual repreendeu pela vida mundana desregrada. Também o alertou sobre o perigo que o reino corria com os albigenses, facção da seita dos cátaros, que estavam pregando uma doutrina contrária e desta maneira conseguiu que fossem expulsos. Era um escritor valoroso, a sua obra, "Suma de Casos", continua sendo usada pelos confessores.

Avisados de sua última enfermidade os reis de Aragão e Castela foram ao seu encontro para receberem a derradeira benção. Raimundo de Peñafort morreu centenário no dia 6 de janeiro de 1275. Foi canonizado e sua festa autorizada para o dia seguinte da Epifania, em 7 de janeiro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

PRESIDÊNCIA DA CNBB FALA DAS PERSPECTIVAS PASTORAIS DA ENTIDADE EM 2022, DO PÓS PANDEMIA E O SÍNODO 2023

Presidência da CNBB | Foto: CNBB

Em entrevista concedida ao boletim especial Igreja no Brasil, veiculado nas redes socais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os quatro membros da presidência da entidade falam  sobre as perspectivas pastorais para 2002, com a realização da 59ª Assembleia e a celebração dos 70 anos da CNBB, os desafios  da pós pandemia e o Sínodo 2023.

Desafios pastorais de 2022

O arcebispo  de Porto Alegre e primeiro vice presidente da CNBB, dom Jaime Spengler reconhece que “é bem verdade que a sociedade brasileira está sendo marcada por  antagonismos e polarizações”. Na avaliação dele, isto não é totalmente negativo uma vez que a diferença enriquece e posições contrárias são também necessárias. Contudo, ele aponta para o desafio de como, para além das diferentes posições, promover a familiaridade, a proximidade, a fraternidade e a paz no  Brasil.

Dom Jaime diz ser necessário neste momento de festas e férias no início de ano ano fazer uma pausa, olhar para si e responder: “O que desejamos para as novas gerações, para o povo e nosso Brasil?”. Em seu desejo o arcebispo anuncia: “trabalho, teto, terra, vida e vida em abundância, como diz o Evangelho”.

“Somos um país riquíssimo, temos um clima privilegiado,  marcado também por diferenças. Somos capazes de produzir alimento quase para o mundo inteiro e, no entanto, temos uma multidão de famintos. Como promover a melhor distribuição de renda entre nós? São questões que dizem do cuidado, da fraternidade e da ternura com os quais todos sonham, o sonho do Evangelho e de Jesus Cristo. É importante recordar com o querido dom Hélder Câmara que disse, certa vez, que se todos formos capazes de sonhar o mesmo sonho, este sonho há de se tornar realidade entre nós”, aponta.

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, diz ser necessário compreender que o chamado ‘novo normal’ não deve significar uma volta ao passado. “Atitudes egoístas, consumo sem limites, descaso com a Casa Comum e a indiferença em relação aos mais pobres têm provocado muitos adoecimentos”, avalia. Dom Walmor  acredita  que o novo ano precisa inspirar mudanças profundas.

“Essas transformações devem começar na interioridade de cada um de nós. Diante destas exigências, os cristãos têm o desafio de apontar o caminho, sendo exemplares no seguimento de Cristo Jesus. Isto significa semear a fraternidade e a amizade social com gestos de solidariedade, defesa dos direitos e da justiça. Os discípulos de Jesus quando olham para cada pessoa e a reconhece como irmão ou irmã. Sentem compaixão e não se deixam dominar pela indiferença e pelo ódio. A meta para 2022 precisa ser construir e reconstruir a fraternidade e a amizade social a partir dos ensinamentos de Jesus Cristo, nosso senhor”, orienta.

Para o bispo de Roraima (RR) e segundo vice presidente da CNBB, dom Mário Antônio da Silva, 2022 não será apenas apenas 365 dias, mas a possibilidade de uma nova etapa e um novo momento. De acordo com ele, é preciso que nós nos preparemos para uma melhor “normalidade”. “Não se trata apenas de um ‘novo normal’ mas de ser realmente uma melhor normalidade baseada no altruísmo, na paciência e na confiança. Por isto, neste novo  ano devemos afastar para longe de nós o orgulho, o egoísmo e a autossuficiência. Que tudo isto desapareça e que possamos construir com amor e com iniciativas onde todos possam enxergar a esperança e viver com muito  amor”, deseja.

59ª Assembleia da CNBB

De acordo com o presidente da CNBB, a ideia é incorporar, no processo  de realização da 59ª Assembleia do episcopado brasileiro, os aprendizados feitos no tempo desafiador da pandemia, contemplando as facilidades possibilitadas pela tecnologia digitais, sem abrir mão das partilhas presenciais. “Esperamos, neste ano, que a humanidade consiga novas vitórias contra a pandemia da Covid-19. Com a adoção da vacinação em diferentes países e a adoção de um modo de vida mais sustentável nos parâmetros que propõem a ecologia integral”, aponta.

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado explica que, se o quadro da pandemia se mantiver como esteve até final de 2021, a 59ª AG CNBB será organizada em dois momentos: um exclusivamente virtual onde serão tratados os assuntos que podem ser discutidos virtualmente. “Deixaremos para o momento presencial, conforme planejamento que temos até hoje, três pontos que o Estatuto Canônico e o Regimento Interno da CNBB não permitem: as votações com implicações legislativas para a Igreja no Brasil, rezar e fazer o retiro juntos na casa da mãe Aparecida, uma conversa olho no olho, presencial, sobre tudo o que foi este período de pandemia para a Igreja, a pessoa e o ministério do bispo”, disse.

O segundo vice presidente da CNBB afirma que a atual presidência da entidade está atenta, na organização da assembleia, à necessidade de assegurar a segurança, a partir dos aprendizados que os dois anos da pandemia ocasionaram na vida das pessoas. “Para esta segunda etapa estamos muito confiantes e responsáveis no processo de preparação para a realização com segurança dos debates, encaminhamentos necessários e da saúde dos bispos. Isto é algo com que estamos ocupando não apenas a nossa agenda, mas nosso coração e oração”, disse.

“A experiência da fé requer o encontro e a presencialidade. Certamente, não podemos imaginar o retorno do modo de fazer as coisas como há dois anos. Certamente, haveremos de nos confrontar com as situações novas e haveremos  de nos  adaptar frente ao novo que se descortina diante de nós. Como será? Não sabemos, mas  estamos aprendendo”, avalia o primeiro vice presidente da CNBB, dom Jaime Spengler.

70 anos de criação da CNBB

O presidente da CNBB reforça que já “estamos no contexto jubilar para  celebrar os 70 anos da CNBB, de 14 de outubro  de 2021 a 14 de outubro de 2022”. Trata-se, segundo ele, de uma oportunidade para reverenciar a trajetória de 7 décadas da conferência episcopal do Brasil, homenageando evangelizadores e pastores que ajudaram  a tecer sua bonita história e deixaram uma profética herança.

“Neste ano jubilar, avançaremos mais na tarefa de investir numa Igreja sinodal, efetivamente de comunhão e participação e fecunda na missão”, reforça.

Dom Walmor destaca que o Jubileu de 70 anos da CNBB não será apenas apenas um tempo de comemorações. Ele aponta que será um tempo  de contemplar “a nossa história, atentos aos desafios vencidos pelos evangelizadores que nos precederam, para revigorarmos sempre e cada vez mais o compromisso de ajudar o Brasil a se tornar um país mais justo, solidário e fraterno. É tempo de reconstruir o Brasil, a sociedade na justiça e na paz”, disse.

O secretário geral aponta que será a celebração dos 70 anos de uma conferência muito comprometida com a vida, com a paz, com a democracia. “Há uma história com a qual nós devemos fidelidade e reverência. A CNBB tem uma história muito rica, vivida de acordo com cada momento e período da história de nosso país. Esta reverência  e respeito se manifestam respondendo com o mesmo espírito de comunhão e serviço aos desafios de 2022”, disse dom Joel.

O que  podemos esperar desta celebração? Pergunta o segundo vice presidente da entidade. De acordo com ele, novos passos e caminhos, novos passos na direção que nos aponta o Reino de Deus, a perseverança no serviço, o testemunho fecundo na escuta e na sinodalidade e até mesmo um comprometimento maior para que os frutos sejam abundantes para a vida de todos.

“Eu até vejo que é preciso, mesmo numa comemoração festiva de 70 anos, não esquecer daqueles que sofrem. Sofrer com eles e também nos rejubilarmos com os que estão felizes. O que mais quero e espero é que caminhemos juntos e que o Espírito Santo nos ilumine e nos encoraje para falar ao coração das pessoas. Também escutar o coração das pessoas. Que quando falarmos, como CNBB, a gente consiga pela luz do Espírito Santo falar ao coração das pessoas”, disse do Mário.

Sínodo 2023

O Sínodo 2023 já está acontecendo com a fase de escuta nas Igrejas particulares de todo mundo desde outubro de 2021. De acordo com o secretário-geral da CNBB ele tem duas peculiaridades e características: “primeiro ele não é um sínodo que diz respeito a uma área da Igreja. Por exemplo: geografia e cultura com o Sínodo da Amazônia; Situação existencial com os Sínodos da Família e da Juventude”, disse.  Dom Joel destaca que um sínodo sobre sinodalidade diz respeito à toda Igreja e que ninguém está fora dele, porque  envolve todos os batizados e batizadas. “A segunda é a forma. Não acontecerá apenas na Assembleia  Sinodal de 2023, mas já está acontecendo num amplo processo de escuta realizado nas Igrejas particulares do mundo inteiro”, aponta.

Para dom Joel, o grande valor do Sínodo 2023, mais do que as proposições, os destaques e propostas, está no processo de realização. “Ele deverá marcar a Igreja por uma experiência muito rica que é a capacidade de nos ouvirmos uns aos outros e testemunharmos ao mundo, que a Igreja tem uma capacidade incrível de escuta, que é possível e viável ouvir, tecer a escuta mútua, a tomada de decisão a partir das diferentes visões”, projeta.

Dom Joel apontou para uma  expressão do Papa  Francisco muito interessante: “ouvirmos uns aos outros para juntos ouvirmos o Espírito”. Para o secretário-geral da CNBB, o sínodo é um sinal de esperança para a Igreja e, pelo testemunho da Igreja, para o mundo. “O Sínodo de 2023 não vai tratar só questões da Igreja voltada para si mesma. Mas uma Igreja que se depara com o grande desafio da comunhão, da fraternidade, da Fratelli Tutti”, conclui.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF