Região no extremo norte da Europa mistura lendas natalinas,
povos ancestrais, renas, aurora boreal e invernos de congelar.
Por: Redação Terra
25 dez 2025 - 04h59
O Natal toma conta das vitrines, decorações e do imaginário
coletivo. A época transporta a nossa imaginação para um lugar com neve
branquinha, casas iluminadas e trenós com renas — algo que parece um conto de
fadas. No entanto, esse cenário é realidade na Lapônia, uma região real,
habitada, diversa e cheia de curiosidades. Na prática, a terra do Papai Noel
vai além do imaginário, e é um dos locais mais fascinantes (e gelados) do
planeta.
A Lapônia não é um país, mas uma grande região histórica e
cultural localizada no extremo norte da Europa. Seu território se espalha por
quatro países: Finlândia, Suécia, Noruega e uma pequena parte da Rússia. Grande
parte da área fica acima do Círculo Polar Ártico, o que explica tanto o frio
intenso quanto um de seus fenômenos mais famosos, a aurora boreal, visível em
várias épocas do ano, especialmente no inverno.
A paisagem é marcada por florestas de coníferas, montanhas
cobertas de neve, lagos congelados e longos períodos de luz ou escuridão
extrema. No verão, o sol praticamente não se põe; é o chamado “sol da
meia-noite”. Já no inverno, há semanas em que o dia mal clareia. As
temperaturas podem variar bastante, no verão, os termômetros chegam a 20°C, e
no inverno, não é raro registrar -30°C ou até -40°C em algumas áreas.
Quem vive na Lapônia?
Entre os habitantes da Lapônia estão os Sámi, povo indígena
que vive na região há milhares de anos e mantém tradições ligadas à
criação de renas, à pesca e ao artesanato. Além deles, há populações urbanas
que vivem em cidades como Rovaniemi (Finlândia), Kiruna (Suécia) e Narvik
(Noruega), combinando modos de vida modernos com uma forte relação com a
natureza. No dia a dia, o inverno rigoroso exige roupas térmicas, casas bem
isoladas e atividades ao ar livre adaptadas ao frio.
A fauna local parece saída de um livro infantil --ou de um
filme de Natal. Renas estão por toda parte e são um símbolo regional, mas não
estão sozinhas. A Lapônia também abriga alces, ursos, lobos, linces,
raposas-do-ártico e diversas espécies de aves. Em áreas de preservação, como
parques nacionais e centros de conservação, esses animais vivem soltos em
ambientes naturais.
Papai Noel
E o Papai Noel? A associação da Lapônia com o bom velhinho
começou a ganhar força no século 20, especialmente na Finlândia. Em 1927, um
radialista finlandês afirmou em um programa de rádio que o Papai Noel morava na
Lapônia, mais precisamente em uma montanha chamada Korvatunturi. A ideia
pegou. Décadas depois, a cidade de Rovaniemi se consolidou como a “capital
oficial” do Papai Noel, com direito a vila temática, escritório, correio e até
uma linha imaginária marcando o Círculo Polar Ártico.
Hoje, a lenda virou também um motor do turismo, mas sem
apagar a identidade local. A Lapônia segue sendo um lugar de contrastes:
ancestral e moderna, silenciosa e cheia de histórias, congelante e acolhedora.





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