Aleteia
Polônia - publicado em 25/12/25
Como dominar a arte de se acalmar? Na verdade,
é mais fácil do que parece, mas precisamos levar isso a sério.
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CLIQUES
Todos nós "perdemos a cabeça" às vezes. Estresse,
exaustão, um sentimento de injustiça — em uma fração de segundo, podem nos
transformar em alguém que mal reconhecemos. De uma perspectiva neurobiológica,
estamos falando de um "desligamento do córtex pré-frontal" — a parte
do cérebro responsável pelo raciocínio e autocontrole. Em seu lugar, o sistema
límbico, o centro emocional, assume o controle, reagindo automaticamente e
acionando o modo de sobrevivência: lutar, fugir ou congelar.
Quando gritamos, batemos portas ou ferimos com palavras, é o
nosso "cérebro reptiliano" que assume o controle. Estar ciente desse
processo não tem o objetivo de nos envergonhar, mas sim de nos ajudar a
entender que a calma não é uma característica imutável, mas sim uma habilidade
que pode ser praticada.
Respiração, ritmo, previsibilidade
O remédio mais simples? Ritmo. Respiração profunda e lenta,
caminhada, rezar o terço — qualquer coisa que coloque o corpo em um estado de
ritmo regular e envie o sinal de "está tudo bem". Um exercício
simples de 4-7-8 ajuda com isso: inspire por quatro segundos, prenda a
respiração por sete segundos, expire por oito. Algumas repetições e o coração
começa a bater mais calmamente. Somente quando o corpo se acalma é que a
capacidade de pensar logicamente, comunicar e ter empatia retorna.
Um ritual previamente praticado também pode ajudar. Por
exemplo, conheço alguém que, quando se sente estressado, vai à cozinha preparar
um chá de erva-cidreira. Por um lado, a própria erva-cidreira tem um efeito
calmante, mas, por outro, os movimentos repetitivos e a sequência de ações a
acalmam gradualmente. A chave para o sucesso? Fazer isso devagar,
concentrando-se no aqui e agora, sem se deter no problema. E para que isso
funcione, deve ser uma sequência de ações que praticamos "com calma",
para que se torne mais fácil em momentos difíceis.
De onde vêm essas reações violentas?
Muitas vezes, não se trata da situação em si. Chegamos até a
nos perguntar por que algo tão pequeno desencadeou uma reação emocional tão
violenta. Afinal, não é nada de especial, não é? Uma palavra, um tom de voz, um
gesto — tudo isso pode evocar memórias antigas de dor, rejeição ou medo.
Reagimos, então, não apenas ao "aqui e agora", mas também a ecos do
passado. Ou talvez seja simplesmente um sinal de exaustão ou de um resfriado
começando? Como escreve o Dr. Daniel Siegel, a meta-perspectiva — a capacidade
de observar as próprias emoções à distância, sem se identificar com elas —
ajuda.
Esse estado parece difícil de alcançar, mas muitas vezes
tudo o que é preciso é se perguntar: como ele se parece visto de lado? O que
está acontecendo dentro do corpo? É como se nosso corpo estivesse em um aquário
e nós o observássemos através de um vidro.
Só o fato de saber que esse sistema límbico automático está
funcionando já ajuda a acalmar nossos nervos. Mas, para isso, precisamos nos
concentrar em nos observar de fora, e não no que nos perturba. Trata-se de
mudar o foco.
Com amor por si mesmo e pelos outros
O que precisamos em momentos como este é de uma pausa, uma
mudança de ares e um afastamento da situação estressante. Vamos encarar isso
não como uma fuga do problema, mas como um ato de compaixão por nós mesmos e
pelos outros. Ao nos permitirmos fazer uma pausa, paramos de reagir
impulsivamente, no nível mais primitivo. Assim, nosso cérebro recupera o
equilíbrio, os relacionamentos se tornam mais saudáveis e as pessoas que amamos nos veem como alguém capaz de se recuperar de fracassos.
Após se acalmar, um pedido de desculpas pode ser necessário
se a perda de controle resultou em danos a outras pessoas. Esta é uma lição de
humildade. Em tais momentos, uma das mais belas passagens das Escrituras, na
minha opinião, pode nos ajudar:
“Vinde a mim, todos vós que
estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e
aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão
descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo
é leve”.
(Mt 11,28-30)

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