Translate

sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Um dia de descanso para os nervos à flor da pele

Pearl PhotoPix | Shutterstock

Aleteia Polônia - publicado em 25/12/25

Como dominar a arte de se acalmar? Na verdade, é mais fácil do que parece, mas precisamos levar isso a sério.

CAMPANHA DE NATAL ALETEIA 2025 - QUERO DOAR EM 3 CLIQUES

Todos nós "perdemos a cabeça" às vezes. Estresse, exaustão, um sentimento de injustiça — em uma fração de segundo, podem nos transformar em alguém que mal reconhecemos. De uma perspectiva neurobiológica, estamos falando de um "desligamento do córtex pré-frontal" — a parte do cérebro responsável pelo raciocínio e autocontrole. Em seu lugar, o sistema límbico, o centro emocional, assume o controle, reagindo automaticamente e acionando o modo de sobrevivência: lutar, fugir ou congelar.

Quando gritamos, batemos portas ou ferimos com palavras, é o nosso "cérebro reptiliano" que assume o controle. Estar ciente desse processo não tem o objetivo de nos envergonhar, mas sim de nos ajudar a entender que a calma não é uma característica imutável, mas sim uma habilidade que pode ser praticada.

Respiração, ritmo, previsibilidade

O remédio mais simples? Ritmo. Respiração profunda e lenta, caminhada, rezar o terço — qualquer coisa que coloque o corpo em um estado de ritmo regular e envie o sinal de "está tudo bem". Um exercício simples de 4-7-8 ajuda com isso: inspire por quatro segundos, prenda a respiração por sete segundos, expire por oito. Algumas repetições e o coração começa a bater mais calmamente. Somente quando o corpo se acalma é que a capacidade de pensar logicamente, comunicar e ter empatia retorna.

Um ritual previamente praticado também pode ajudar. Por exemplo, conheço alguém que, quando se sente estressado, vai à cozinha preparar um chá de erva-cidreira. Por um lado, a própria erva-cidreira tem um efeito calmante, mas, por outro, os movimentos repetitivos e a sequência de ações a acalmam gradualmente. A chave para o sucesso? Fazer isso devagar, concentrando-se no aqui e agora, sem se deter no problema. E para que isso funcione, deve ser uma sequência de ações que praticamos "com calma", para que se torne mais fácil em momentos difíceis.

De onde vêm essas reações violentas?

Muitas vezes, não se trata da situação em si. Chegamos até a nos perguntar por que algo tão pequeno desencadeou uma reação emocional tão violenta. Afinal, não é nada de especial, não é? Uma palavra, um tom de voz, um gesto — tudo isso pode evocar memórias antigas de dor, rejeição ou medo. Reagimos, então, não apenas ao "aqui e agora", mas também a ecos do passado. Ou talvez seja simplesmente um sinal de exaustão ou de um resfriado começando? Como escreve o Dr. Daniel Siegel, a meta-perspectiva — a capacidade de observar as próprias emoções à distância, sem se identificar com elas — ajuda.

Esse estado parece difícil de alcançar, mas muitas vezes tudo o que é preciso é se perguntar: como ele se parece visto de lado? O que está acontecendo dentro do corpo? É como se nosso corpo estivesse em um aquário e nós o observássemos através de um vidro.

Só o fato de saber que esse sistema límbico automático está funcionando já ajuda a acalmar nossos nervos. Mas, para isso, precisamos nos concentrar em nos observar de fora, e não no que nos perturba. Trata-se de mudar o foco.

Com amor por si mesmo e pelos outros

O que precisamos em momentos como este é de uma pausa, uma mudança de ares e um afastamento da situação estressante. Vamos encarar isso não como uma fuga do problema, mas como um ato de compaixão por nós mesmos e pelos outros. Ao nos permitirmos fazer uma pausa, paramos de reagir impulsivamente, no nível mais primitivo. Assim, nosso cérebro recupera o equilíbrio, os relacionamentos se tornam mais saudáveis ​​e as pessoas que amamos nos veem como alguém capaz de se recuperar de fracassos.

Após se acalmar, um pedido de desculpas pode ser necessário se a perda de controle resultou em danos a outras pessoas. Esta é uma lição de humildade. Em tais momentos, uma das mais belas passagens das Escrituras, na minha opinião, pode nos ajudar:

“Vinde a mim, todos vós que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

(Mt 11,28-30)

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF