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domingo, 24 de agosto de 2025

Reflexão para o XXI Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News) 

Muitas vezes lutar pela justiça, desinstalar-se pode levar o cristão à porta estreita, mas será exatamente essa atitude que irá abrir as portas do coração, e isso poderá fazer sofrer, poderá fazer doer!

Vatican News

No Evangelho, Jesus anuncia o Reino do Céu a todos os seres humanos.

Ele o anuncia através de sua caminhada para Jerusalém, caminhada não apenas no sentido geográfico, mas principalmente no sentido teológico. Para nós é a caminhada para a salvação.

Por isso ela começa com a pergunta sobre se são muitos ou são poucos os que se salvam.

Jesus não a responde, mas fala que a salvação depende do compromisso radical com o projeto do Pai, a prática da justiça.

Muitos pensam em entrar no Reino apenas pertencendo à Igreja pelo batismo, fazendo parte de alguma associação, tendo títulos religiosos honoríficos, mas tudo isso para Jesus diz pouco ou nada.

É necessário não praticar injustiças, não ser conivente com elas, não ser omisso, mas comprometer-se, radicalmente, com a prática da justiça e sentir-se pequeno, não contando com suas obras, suas práticas religiosas, mas contando apenas com a misericórdia divina.

Na segunda leitura, o autor da Carta ao Hebreus nos incentiva à perseverança por causa das lutas travadas para serem todos fiéis ao projeto de Deus. O grande incentivo e modelo de perseverança é Cristo Crucificado. Mais ainda, seu autor diz que o sofrimento ajuda os cristãos a alcançar a maturidade da fé.

Se Deus permite que soframos, é porque não somos estranhos a Ele, mas filhos queridos. Ele deseja nossa perfeição. Não é Ele que nos envia sofrimentos. Doenças e aflições não procedem de Deus, mas das circunstâncias da vida e, às vezes, da maldade dos homens.

Não existe um número de eleitos, de chamados à salvação. O que existe é um apelo permanente à conversão. Para o cristão, o sofrimento não deverá deprimir, mas fazer crescer em nós frutos de paz e de justiça.

Estamos dispostos a entrar pela porta estreita da desinstalação e do compromisso com os marginalizados? Abrimos a porta de nosso coração para que também ela deixe de ser estreita e se torne ampla?

Muitas vezes lutar pela justiça, desinstalar-se pode levar o cristão à porta estreita, mas será exatamente essa atitude que irá abrir as portas do coração, e isso poderá fazer sofrer, poderá fazer doer!

Desinstalar-se, lutar pelo direito e pela justiça faz sofrer porque nos coloca em luta contra o egoísmo de outros e também nossos, lutar nos tira do comodismo, nos desinstala.

Caminhar par Jerusalém supõem maturidade, supõem sair-se de si e estar voltado para o Outro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 23 de agosto de 2025

Encontro dos bispos da Amazônia é concluído, em Bogotá

Fotos: CEAMA e ADN Celam

ENCONTRO DOS BISPOS DA AMAZÔNIA É CONCLUÍDO, EM BOGOTÁ, COM CHAMADO A CUIDAR DOS POVOS E DO BIOMA

21/08/2025

Um encontro histórico reuniu mais de 90 bispos de 76 circunscrições eclesiásticas da Pan-Amazônia, entre os dias 17 e 20 de agosto, em Bogotá, na Colômbia. O evento foi voltado para a reflexão sobre os desafios pastorais, sociais e ambientais da região. Do Brasil, participaram 47 prelados, os quais estão à frente de arquidioceses, dioceses e prelazias nos regionais Norte 1, 2 e 3, Noroeste, Nordeste 5 e Oeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Realizado na sede do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), o encontro reuniu ainda representantes da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), entre líderes indígenas, religiosos e religiosas, e cristãos leigos. Os debates apontaram como eixos centrais da ação da Igreja na Amazônia a sinodalidade, a defesa dos povos originários, o cuidado do bioma e o compromisso da Igreja em acompanhar a vida no território considerado decisivo para o planeta.

Ao final do encontro, foi apresentado o documento “Ceama, sinal de esperança – cinco anos após os Sínodo para a Amazônia”. No material, os bispos da região reafirmam ressaltam a conferência eclesial como “espaço privilegiado de comunhão, discernimento e missão”:

Nos comprometemos a fazê-la crescer, fortalecer-se e consolidar-se para que seja oportunidade de serviço e renovação para cada comunidade cristã da região, e sinal de esperança para toda a Igreja. Desejamos desenvolver programas de formação para seminaristas e o clero, a vida religiosa e agentes de pastoral.

Renovação do compromisso

O cardeal Pedro Barreto, arcebispo emérito de Huancayo, no Peru, e presidente da Ceama, afirmou que o encontro “renovou o compromisso de anunciar o Evangelho em diálogo com as culturas originárias, ao tempo que enfrenta os efeitos das mudanças climáticas e o desmatamento”.

Fotos: CEAMA e ADN Celam

Ouvir o bioma e os povos

A líder indígena Patrícia Gualinga Montalvo, vice-presidente da Ceama, destacou que esta assembleia foi uma experiência de sinodalidade, onde os bispos puderam ouvir a voz do bioma amazônico e de seus povos. Ela mencionou que as ameaças diárias aos territórios ancestrais — como o desmatamento, a criminalização e as violações dos direitos humanos — continuam afetando de forma permanente não apenas as comunidades, mas toda a humanidade.

Ela também alertou que a Amazônia se encontra atualmente em um ponto de não retorno devido à crise climática provocada pelo próprio ser humano, o que exige respostas urgentes da Igreja e da sociedade. Para ela, o encontro permitiu descobrir realidades comuns e, ao mesmo tempo, a grande diversidade do bioma, motivando a caminhar juntos na defesa da vida e na evangelização inculturada.

Amazônia, um dom de Deus

O encontro teve a participação do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny. Ele parabenizou a Ceama  pela iniciativa do encontro e recordou que a Igreja já articula há mais de dez anos uma resposta comum aos desafios amazônicos, começando com seus povos e estendendo-se à defesa da natureza.

Ele também observou que os dias de encontro serviram como um momento de amadurecimento para a Conferência Eclesial, que se consolida como um organismo a serviço do povo de Deus na Amazônia. Czerny manifestou seu desejo de que os frutos se tornem visíveis na vida das comunidades e que os meios de comunicação possam multiplicar esse desejo e reconhecer como a Igreja continua acompanhando o grande dom de Deus que é este bioma.

Fotos: CEAMA e ADN Celam

A sinodalidade como sinal de esperança

Dom Zenildo Lima da Silva | Foto: Celam

Bispo brasileiro na presidência da Ceama, dom Zenildo Lima da Silva é bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus (AM) e vice-presidente do organismo regional. Para ele, o encontro foi um grande sinal de esperança em meio a um contexto marcado pela violência e pela exploração do território. Ele ressaltou que a Igreja percorreu um caminho de novas relações de cuidado e proximidade, onde a sinodalidade é vivida de forma concreta nas dioceses, prelazias e vicariatos.

Além disso, destacou que os bispos trouxeram consigo os testemunhos de suas igrejas locais, confirmando que o Sínodo para a Amazônia de 2019 continua sendo uma realidade viva. Ele afirmou que, apesar dos grandes desafios, a experiência do encontro trouxe a convicção de que a Igreja amazônica é forte e capaz de oferecer sinais de novidade, consolo e alegria para seus povos.

Outras partilhas dos bispos do Brasil

Foi um momento de sinodalidade onde reafirmamos o valor de dar continuidade ao Sínodo para a Amazônia. Os ritos da Amazônia ganharam destaque, e ficou claro como, enquanto Igreja, podemos realizar muito mais estando juntos. Este é o nosso compromisso, e contamos com a participação de toda a Igreja para que isso se concretize”.

Dom Paulo Andreolli, bispo auxiliar de Belém (PA)

A Igreja atua na Amazônia em meio a um contexto maravilhoso de vida, povos, culturas e nações, mas também enfrenta problemas como a devastação florestal, a questão mineral, a pobreza e desafios pastorais, como a carência de sacerdotes, a questão vocacional, o protagonismo dos leigos e a importância da presença da mulher na catequese. Todos esses assuntos e desafios foram abordados aqui, tanto na plenária quanto nos grupos. Saímos daqui felizes, sabendo que a Igreja Católica na Amazônia é significativa e quer cada vez mais abraçar o compromisso de Jesus ‘Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância’. Que possamos crescer na sinodalidade, na comunhão e na ação conjunta em todas as nossas igrejas, lutando pela promoção do Reino de Deus nesta nossa querida Amazônia”.

Dom Antônio de Assis Ribeiro
Bispo de Macapá (AP)
Secretário do Regional Norte 2 da CNBB

Fotos: CEAMA e ADN Celam

Esse encontro é muito importante. A Ceama recolhe a vida das Igrejas Particulares que estão na Pan-Amazônia. Reunir os bispos é reunir as dioceses. A reflexão dos bispos quer ajudar a Ceama a ser profundamente encarnada na realidade amazônica e estar a serviço das Igrejas Particulares, de todas as nossas comunidades católicas que estão na Pan-Amazônia. É muito importante porque visa também [refletir] como podemos, entre nós dioceses, nos ajudar a, cada vez mais, sermos uma Igreja sinodal, encarnada e libertadora.

Cardeal Leonardo Steiner
Arcebispo de Manaus
Presidente do Regional Norte 1

Fotos: CEAMA e ADN Celam

Um encontro fraterno, acolhedor e muito enriquecedor por causa das experiências que são vivenciadas nos diversos países. Além disso, estamos vendo quais são os avanços que as nossas Igrejas Particulares estão conquistando, e ao mesmo tempo os desafios, as dificuldades, as resistências a essa inculturação, a esse novo jeito de ser Igreja e, sobretudo, a essa espiritualidade dessa Igreja em Saída.

Dom Gilberto Pastana Oliveira
Arcebispo de São Luís (MA)
Presidente do Regional Nordeste 5

Luiz Lopes Jr - com informações da ADN Celam, CNBB Norte 2, CNBB Nordeste 5 e arquidiocese de Manaus

Fotos: CEAMA e ADN Celam

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

FILOSOFIA: A verdade é que se funcionar

Um homem caminha pelos escombros de Freiburg, que foi destruída pelos bombardeios | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº  06 - 2005

A verdade é que se funcionar

A primeira edição dos Escritos Filosóficos de Paul Ludwig Landsberg, um pensador alemão que morreu no campo de concentração de Oranienburg-Sachsenhausen em 1944.

por Massimo Borghesi

A obra de Paul Ludwig Landsberg, pouco conhecida na Itália, finalmente recebe o devido reconhecimento graças à edição de Marco Bucarelli de seus Escritos Filosóficos (com prefácio de Giulio Andreotti) na excelente série "Clássicos do Pensamento", publicada pela San Paolo. Esta é, como o autor observa, a primeira edição no mundo, e o presente volume abrange o período de 1933 a 1944, os "anos de exílio" durante os quais Landsberg, de origem judaica, deixou a Alemanha nazista para se estabelecer na Espanha e na França. Um segundo volume virá em seguida, contendo os escritos do período alemão, publicados entre 1922 e 1933. Estes incluem a importante correspondência entre Landsberg e Max Horkheimer, os escritos sobre Santo Agostinho publicados entre 1934 e 1944, e a obra fundamental " Einführung in die philosophische Anthropologie" , de 1934. Ainda falta, apesar da pesquisa de Bucarelli, a qualificação para o magistério universitário, Augustinus. Studien zur Geschichte seiner Philosophie (Bonn 1928), o Diário , Augustin le philosophe, uma obra inacabada do período clandestino (1940-1943) que, entregue a Pierre Klossowski em três manuscritos, viu a tradução e publicação de dois deles, mas não do terceiro. Com louvável paciência, Bucarelli conseguiu, no entanto, neste primeiro volume dos Scritti, reunir uma quantidade notável de material disperso: dos ensaios sobre Nietzsche, Scheler, De Unamuno publicados em revistas espanholas; aos publicados em francês, em Esprit em particular; aos que aparecem em Die Zukunft, a revista dos exilados alemães na França, traduzida por Fabio Olivetti. A estes se acrescenta o Essai sur l'expérience de la mort, já publicado na Itália. Uma obra completa, portanto, a de Bucarelli, na coleta, tradução e ampla apresentação da vida e obra de Landsberg (pp. 19-189), capaz de preencher uma lacuna e, finalmente, nos permitir compreender aquele que Paul Ricoeur considerava ser «o único verdadeiro filósofo do personalismo».

Quem é Paul Ludwig Landsberg? Eminentemente um pensador existencialista . Jean Lacroix, que o conhecia bem, lembra como "ele habitava seu próprio pensamento. Não tinha amor pelo existencialismo, mas queria captar o elemento existencial presente em toda doutrina, tanto em Santo Agostinho quanto em Pascal, em Montaigne como em Maquiavel, em Goethe como em Lutero, em Nietzsche como em Malebranche, e até mesmo em São Tomás. Para ele, a filosofia não consistia primariamente em um sistema, mas em uma espécie de duplicação da vida na existência. Em oposição à estrutura, ele restabelecia o acontecimento como fonte original da reflexão."

Landsberg nasceu em Bonn em 3 de dezembro de 1901, o segundo filho de uma família judia. Seu pai, Ernst, era professor titular de Direito Romano e Direito Penal na Universidade de Bonn. Sua mãe, Anna Silverberg, era uma mulher refinada, participando das animadas discussões que aconteciam na espaçosa casa na Humboldtstrasse, onde Thomas Mann, Wilhelm Worringer, Ernst Robert Curtius, Max Scheler e Romano Guardini participavam. Após o ensino médio, o jovem Ludwig voltou-se para os estudos filosóficos, seguindo Husserl e Heidegger em Freiburg e, de 1921 a 1922, Scheler em Colônia. Foi Scheler quem o apresentou à Abadia Beneditina de Maria Laach. Landsberg, de fato, embora nascido judeu, foi batizado pelos pais. Seu interesse pelo cristianismo era forte e intenso desde a adolescência. "Ou Cristo era filho de Deus ou era uma fraude! A maior das fraudes!" Não há outra verdade como a do grande homem ." Nestas palavras, ditas a um amigo, ressoa uma paixão, um idealismo que se confirma também nos gestos de uma alma generosa. Em 1922, aos dezenove anos, publicou, incentivado por Guardini, Die Welt des Mittelalters und wir (O Mundo da Idade Média e Nós). A obra, apesar das reservas de Scheler de que era demasiado romântica, alcançou um sucesso considerável. O fascínio pela Idade Média, disseminado no clima cultural da década de 1920, não impediu Landsberg de afirmar que "nenhum 'retorno à Idade Média' nos pode beneficiar". […] Somente a redescoberta do eterno no mundo, mesmo no mundo da história, mesmo na Idade Média histórica, pode nos beneficiar." Em Colônia, em 1923, Landsberg doutorou-se com a tese " Wesen und Bedeutung der Platonischen Akademie" (A Essência e o Significado da Academia Platônica), publicada no mesmo ano na série "Schriften zur Philosophie und Soziologie", editada por Max Scheler. Em 1923, o ensaio "Kirche und Heidentum " (Igreja e Paganismo) foi publicado na revista Hochland. Nesse ensaio, diante das legítimas exigências da vida mortificadas pelo cristianismo protestante, ele conclamou a Igreja a se tornar a "herdeira da heresia", daquilo que Chesterton chamaria de "verdades insanas" presentes na cultura não cristã. Esses escritos, que documentam o compromisso de Landsberg com a cultura católica alemã da época, foram seguidos por anos de Silêncio, anos de "crise" marcados por forte ceticismo. Retomou seus estudos em 1928 com a licenciatura em filosofia, dedicada a "Augustinus. Estudos sobre a História de Sua Filosofia". De 1928 a 1933, foi professor particular na Universidade de Bonn. Nesse período, escreveu sua obra seminal, "Einführung" in die philosophische Anthropologie., publicado em 1934. Em 1º de março de 1933, Landsberg, compreendendo lucidamente a nova direção alemã com a ascensão de Hitler ao poder, deixou a Alemanha. Depois de se casar com Magdalena Hoffman na Suíça, foi para Paris, onde entrou em contato com o ramo do “Institut für Sozialforschung” fundado por Max Horkheimer, dirigido por Raymond Aron. Lá conheceu Walter Benjamin e conheceu Klossowski, Bataille, Mounier e Maritain. De 1934 a 1936 lecionou nas Universidades de Barcelona e Santander, na Espanha. Escreveu a Experencia de la muerte, posteriormente ampliada, na versão francesa, com o título Essai sur l'expérience de la mort, seu texto mais conhecido e mais traduzido. Começou a colaborar com a revista Esprit, dirigida por Emmanuel Mounier, da qual se tornou «uma das pedras angulares». Aqui, em 1938, ele publicou Introduction à una critique du mythe , um texto-chave no qual o autor se posiciona contra o "mitologismo, a doença da época", cujo porta-estandarte era o nazista Alfred Rosenberg, autor de O Mito do Século XX . Landsberg, como escreveu a Mounier, pretendia "analisar a ideia moderna de mito e verdade, opondo-a à imagem da verdade como presença, como uma presença que realmente atua. A verdade é se ela opera ". Em oposição à redução mítica da verdade, prevalente na cultura europeia após Nietzsche, o critério da verdade é colocado na adaequatio intellectus et rei. A adaequatio não é um mero espelhamento, mas a "descoberta de uma correspondência" entre o sujeito e o objeto. A verdade provoca "uma transformação desse mesmo espírito por e segundo a essência do objeto do conhecimento. Todo conhecimento é uma transformação [...]. É sempre um evento em que, no espírito, algo passa da potência ao ato por meio da participação no objeto".

Paul Ludwig Landsberg, Escritos Filosóficos, San Paolo, Cinisello Balsamo (Milão) 2004, 810 pp. | 30Giorni

Em 1939, Landsberg e sua esposa obtiveram a cidadania francesa. Isso não os impediu de serem internados, como todos os cidadãos de origem alemã, em vários campos de concentração em maio de 1940. Landsberg escapou com um nome falso, conseguindo se juntar à esposa em um sanatório. Segundo o depoimento de Magdalena, foi no final de 1941 que seu marido expressou o desejo de também se tornar formalmente católico e, portanto, celebrar o sacramento do matrimônio. "Para mim", escreveu ele, "o cristianismo não é um fardo, mas a mais poderosa esperança e apoio." No verão de 1942, ele escreveu "Le problème moral du suicide" (O problema moral do suicídio). É o ensaio em que Landsberg se reconcilia consigo mesmo. A tentação de cometer suicídio de fato o acompanhou ao longo de seus últimos anos. Em 4 de maio de 1938, sua mãe, negada a permissão para deixar o país para se juntar ao filho, suicidou-se. Em seus escritos sobre suicídio, Landsberg já havia se decidido. "Impressionado pelo fato de que, entre todas as morais existentes, a moral cristã é a única que se opõe absolutamente ao suicídio, sem fazer exceções ", ele aceita "não poder dispor da própria vida". Ele aceita, porém, não por causa dos argumentos teórico-morais geralmente defendidos pela tradição cristã, de Agostinho a Tomás, e criticamente discutidos na obra. Ele aceita apenas diante do exemplo de Jesus Cristo. Diante desse exemplo, a grandeza do estoico e do herói antigo, para quem a negação da vida é a suprema afirmação da liberdade, declina para algo inferior. Resta-nos apenas o exemplo de Cristo e de todos aqueles, entre os homens, que souberam segui-lo [...]. Ao homem que sofre e é tentado ao suicídio, só podemos dizer: lembra-te do que Jesus e os mártires sofreram. Carrega a cruz, como eles fizeram. Não deixarás de sofrer, mas a cruz do sofrimento tornar-se-á doce para ti graças a uma força desconhecida que provém do centro do amor divino. Numa época em que "muitas vezes se tornou horrivelmente medíocre, o cristianismo é simultaneamente ameaçado por um novo paganismo, fanático e, por vezes, à sua maneira, heroico. O cristianismo desaparecerá ou redescobrirá a sua virtude original. Não creio", escreve Landsberg, "que possa desaparecer, mas deve certamente renovar-se, tornando-se consciente da sua verdade". Portanto, não é supérfluo mostrar hoje, insistindo num problema específico, que a moral cristã não é qualquer moral universal, natural ou racional, talvez com mais algumas intuições, mas é a manifestação na vida de uma revelação paradoxal. […] Hoje devemos tomar consciência explícita de algumas coisas que eram óbvias numa época ainda próxima do “espetáculo” dos mártires.”

Ele próprio se tornaria ator desse "espetáculo". Em 23 de fevereiro de 1943, quando já havia decidido deixar a França com a esposa, Landsberg foi capturado pela Gestapo em Pau como um alsaciano suspeito de resistir aos nazistas (sua verdadeira identidade nunca foi descoberta). Após várias transferências, foi internado, no outono, no campo de concentração de Oranienburg-Sachsenhausen, perto de Berlim. Lá, morreu de tuberculose e fome. "Um dia, levaram-no para a enfermaria num estado de emagrecimento e fraqueza assustadores. Ninguém mais o viu. Ao se despedir dos seus últimos companheiros, testemunhas recordam, voltou-se para eles em silêncio — já não tinha forças para falar — e fez o sinal da cruz sobre os restantes." Era 2 de abril de 1944.

Fonte: https://www.30giorni.it/

A devoção da Coroa Angélica de São Miguel Arcanjo

Zvonimir Atletic | Shutterstock

Reportagem local - publicado em 20/04/18

Como rezar as saudações a São Miguel, pedidas pelo próprio Arcanjo em uma aparição.

A devoção da Coroa Angélica de São Miguel foi ensinada pelo próprio Arcanjo durante uma aparição a Antônia de Astônaco, em Portugal, e passada em seguida para muitos outros países. Aprovada por bispos, foi confirmada pelo Papa Pio IX, que a enriqueceu de indulgências, em 8 de agosto de 1851.

Como rezar:

DEUS, vinde em nosso auxílio.
SENHOR, socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém.

Primeira Saudação
Pela intercessão de SÃO MIGUEL e do coro celeste dos SERAFINS, fazei-nos, SENHOR, dignos do fogo da perfeita Caridade.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Segunda Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos QUERUBINS, pedimos SENHOR a graça de trilharmos a estrada da perfeição cristã.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Terceira Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos TRONOS, pedimos SENHOR que nos deis o espírito da verdadeira humildade.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Quarta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das DOMINAÇÕES, pedimos ao SENHOR nos conceda a graça de dominar nossos sentidos, e de nos corrigir das nossas más paixões.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Quinta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das POTESTADES, pedimos ao SENHOR se digne de proteger nossas almas contra as ciladas e as tentações de satanás e dos demónios.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Sexta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das VIRTUDES, pedimos ao SENHOR a graça de sermos, vencedores no perigoso combate das tentações.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Sétima Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos PRINCIPADOS, pedimos ao SENHOR que nos dê o espírito de uma verdadeira e sincera obediência a Ele.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Oitava Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ARCANJOS, pedimos ao SENHOR nos conceder o dom da perseverança na Fé e nas boas obras, a fim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Nona Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ANJOS, pedimos ao SENHOR que estes espíritos bem-aventurados nos guardem sempre, e principalmente na hora da nossa morte e nos conduzam à glória do Paraíso.
Um Pai-Nosso; três Ave-Marias.

Um Pai-Nosso em honra de São Miguel Arcanjo;
Um Pai-Nosso em honra de São Gabriel;
Um Pai-Nosso em honra de São Rafael;
Um Pai-Nosso em honra do nosso Anjo da Guarda.

Antífona:
Glorioso São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de DEUS, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, a nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei, pela vossa incomparável proteção, que adiantemos, cada dia mais, na fidelidade em servir a DEUS. Amém.

Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de CRISTO,
para que sejamos dignos das Suas promessas.

Oração:
DEUS, Todo-Poderoso e Eterno, que, por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós Vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que, na hora da nossa morte, nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado ser introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e Augusta Majestade, pelos merecimentos de JESUS CRISTO, nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2018/04/20/a-devocao-da-coroa-angelica-de-sao-miguel-arcanjo/

Curiosidades da Bíblia: A cidade de Nínive

Sagrada Escritura (Vatican News)

A cidade de Nínive, de potência regional à decadência cantada pelo profeta. As conquistas dos assírios os levaram a formar uma das grandes civilizações da antiguidade, que se estendia até os vales dos rios Tigre e Eufrates.

Padre José Inácio Medeiros, CssR - Instituto Histórico Redentorista

A cidade de Nínive é uma das mais antigas e populosas da antiga Assíria. Localizada na Mesopotâmia, no atual Iraque, foi uma poderosa e importante metrópole da antiguidade. Localizada na margem leste do rio Tigre, defronte da moderna cidade de Mosul, Nínive se desenvolveu sob os reinados dos reis Senaqueribe e Assurbanípal no século VII a.C, mas depois entrou em decadência sendo sucessivamente dominada.

No tempo de sua glória o profeta Jonas, do reino de Israel que viveu por volta do século VIII a.C. foi chamado por Deus e enviado à Nínive para clamar pela sua conversão, alertando seus moradores do iminente castigo divino.

“A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia chegou até à minha presença.  E levantou-se Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de caminhada.

E começou Jonas a andar pela cidade, e pregando... E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor.

Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou suas vestes reais, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre cinza. E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água; Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?

E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez (Jonas, cap. 03).

Glória e decadência de Nínive

As conquistas dos assírios os levaram a formar uma das grandes civilizações da antiguidade, que se estendia até os vales dos rios Tigre e Eufrates. Suas cidades mais importantes estavam situadas no território do atual Iraque.

Seu poder dependia quase que inteiramente da força militar. O rei era o comandante-em-chefe do exército e dirigia as campanhas militares. Embora fosse monarca absoluto, na realidade os nobres e cortesãos que o rodeavam, assim como os governadores que nomeava para administrar as terras conquistadas, tomavam frequentemente decisões em seu nome, por isso, as ambições e intrigas foram sempre uma ameaça para a vida do governante. Essa debilidade na organização e na administração do império será a maior responsável pela sua desintegração e colapso.

O fim do império ocorreu no ano de 612 a.C., quando o exército, comandado por seu último rei foi derrotado por uma coligação militar formada pelos caldeus e medos, povos vizinhos ao Reino Assírio. Com a derrota a cidade de Nínive foi destruída e todo o Império Assírio caiu sob a dominação do Segundo Império Babilônico.

O império foi se reergueu a partir de 1.300 a.C. perdurando até 612 a.C., legando à história características, como sua “máquina de guerra” que compreendia a provável formação do primeiro exército que devia sua eficiência à sua organização funcional. Foi através dele que os assírios conseguiram submeter várias civilizações da Mesopotâmia. Os métodos de tortura e o destino dos derrotados como a prática do empalamento dos adversários colocavam medo em seus inimigos.

Entre seus governantes dois são mais destacados por levarem a civilização ao apogeu:

Senaqueribe (704–681 a.C.): Sob seu reinado, Nínive foi transformada em uma das maiores cidades do mundo antigo, com um sistema avançado de aquedutos, jardins, palácios e templos. Ele construiu um imenso palácio, conhecido como o "Palácio sem Rival", decorado com relevos detalhados que narravam suas campanhas militares e feitos.

Assurbanípal (668–627 a.C.): O neto de Senaqueribe, Assurbanípal, é famoso por ter criado uma das primeiras bibliotecas do mundo, a Biblioteca de Nínive. Esta coleção monumental de tábuas de argila, escrita em escrita cuneiforme, continha textos literários, científicos e administrativos, incluindo a épica de Gilgamesh.

Descobertas Arqueológicas

Entre 1845 e 1851, foram realizadas várias escavações que revelaram os restos da antiga cidade de Nínive, trazendo à luz seus palácios, a grande muralha que cercava a cidade, portas monumentais e a famosa Biblioteca de Assurbanípal.

Atualmente, o sítio arqueológico de Nínive se encontra ameaçado tanto por conflitos regionais quanto por atividades humanas, como a expansão urbana de Mosul. A destruição causada pelo Estado Islâmico, que danificou partes significativas do local, representa uma perda irreparável para o patrimônio histórico global. No entanto, esforços contínuos de arqueólogos e historiadores visam preservar o que resta deste testemunho da antiga civilização assíria.

Nínive, portanto, permanece como um símbolo da ascensão e queda das grandes civilizações, mostrando tanto a grandiosidade da história humana quanto a fragilidade de seu legado.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Do sonho dos fiéis ao Santuário: a verdade sobre o Cristo Redentor (Parte 3/3)

Cristo Redentor - Rio de Janeiro | santuariocristoredentor

História do Cristo Redentor – Uma história de fé que virou símbolo do Brasil.

Vatican News

Perguntas simples e respostas diretas (FAQ)

P: O Cristo Redentor foi um presente da França para o Brasil?

R: Não. Essa é uma crença popular equivocada. O Cristo Redentor não foi presente do governo francês, e sim resultado de um projeto concebido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro e financiado por brasileiros, com doações de fiéis de todo o país. A França contribuiu apenas indiretamente por meio do escultor Paul Landowski (que desenhou o monumento), mas a construção e os custos foram assumidos integralmente pelos brasileiros, sob liderança da Igreja Católica. Portanto, o monumento é uma criação brasileira, uma homenagem da nação à fé e a Jesus Cristo, no alto do Morro do Corcovado.

P: Precisa comprar ingresso para entrar no Santuário Cristo Redentor?

R: Não há cobrança de ingresso por parte do Santuário. A entrada na área do Cristo Redentor em si é gratuita – não existe bilheteria da Igreja no local. O que existe é a cobrança pelos meios de transporte até lá, operados por concessionárias (Trem do Corcovado e vans oficiais Paineiras Corcovado). Ao comprar estes bilhetes de transporte, o visitante garante acesso turístico ao monumento.

P: O Cristo Redentor fica dentro de um parque nacional?

R: Sim. O monumento está localizado dentro do Parque Nacional da Tijuca, uma unidade de conservação federal gerida pelo ICMBio. O Morro do Corcovado e toda a floresta ao redor são áreas de proteção ambiental. Isso significa que há regras específicas de preservação e infraestrutura controladas pelo parque. A presença do Santuário ali é singular – trata-se provavelmente do único grande santuário do mundo situado dentro de um parque nacional. Essa situação exige colaboração entre a Igreja Católica e a administração do parque para conciliar o fluxo turístico, a proteção da natureza e as atividades religiosas.

P: Por que há conflito entre a Igreja e o ICMBio na gestão do Cristo Redentor?

R: Porque existem visões e responsabilidades diferentes sobre o mesmo local. A Arquidiocese do Rio de Janeiro (Igreja) administra o Cristo Redentor como Santuário religioso, promovendo Missas, celebrações e manutenção do monumento, enquanto o ICMBio administra o Parque Nacional, visando preservar o meio ambiente e organizar a visitação turística. Esses objetivos às vezes entram em choque. Por exemplo, a Igreja deseja liberdade para realizar celebrações (como Missas campais, Vigílias etc.) e melhorias na infraestrutura do Santuário, ao passo que o ICMBio impõe limites burocráticos (autorizações do patrimônio, controle de uso do solo). Segundo relato dos senadores do RJ, os conflitos vão desde o acesso de pessoas ao Cristo Redentor até a manutenção da infraestrutura. Houve casos de interdição de atividades pelo órgão ambiental e, em resposta, ações da Igreja na Justiça reivindicando seus direitos. Em resumo, há visões distintas sobre a gestão do local: o ICMBio tem a missão de proteger o meio ambiente e organizar a visitação; a Arquidiocese cuida da vida religiosa do Santuário e da conservação do monumento. Por vezes, as responsabilidades se sobrepõem e geram tensões. Atualmente são buscadas soluções legislativas e institucionais para definir claramente as competências e conciliar a proteção ambiental com a liberdade de culto.

P: Quem é responsável pela manutenção do Cristo Redentor?

R: A manutenção direta do monumento (limpeza, restaurações, pintura, sistema elétrico etc.) é realizada pelo Santuário Cristo Redentor, sob coordenação da Arquidiocese do Rio de Janeiro. A Igreja periodicamente capta recursos (com empresas parceiras e doações) para projetos de restauração – por exemplo, na preparação dos 90 anos do Cristo Redentor, houve um restauro completo das pastilhas de pedra-sabão que revestem a imagem. Já a manutenção das áreas comuns e acesso (escadarias, elevador panorâmico, trilha, centro de visitantes) é de responsabilidade do ICMBio e das concessionárias que operam no parque. Importante dizer que, apesar de sua altura e exposição às intempéries, o Cristo Redentor sempre foi bem cuidado – nunca houve acidente envolvendo o monumento, e mesmo os danos causados por raios ao longo dos anos (como pequenas fissuras nos dedos) foram rapidamente reparados. A Igreja Católica, que “subiu” o Cristo Redentor lá em 1931, sente-se na obrigação de zelar por ele continuamente, e assim o faz com dedicação.

P: É possível casar-se ou batizar no Santuário Cristo Redentor? Como funciona?

R: Sim! O Cristo Redentor é um Santuário onde são celebrados todos os Sacramentos da Igreja, então é possível realizar Casamentos, Batizados, Crismas e até Primeira Eucaristia. Para isso, é preciso agendar com antecedência junto à Secretaria do Santuário, pois existe uma agenda específica e algumas exigências. No caso de casamentos, por exemplo, normalmente realiza-se aos sábados, em horários de menor movimento turístico, e os noivos devem cumprir a preparação matrimonial na paróquia de origem. Há uma taxa relativa à estrutura (decoração básica, som) e limite de convidados devido ao espaço da capela ser pequeno (até 30 pessoas dentro da capela; cerimônias maiores podem ser no platô aos pés do monumento). Para batizados, também é necessário agendar data e horário. Missas em Ação de Graças e renovações de votos matrimoniais também podem ser solicitadas. Em todos os casos, o primeiro cadastro deve ser feito pelo site do Santuário (www.santuariocristoredentor.com.br), e a equipe dará as orientações. É uma experiência única celebrar um Sacramento “nas alturas”, diante do Cristo Redentor – por isso muitos fiéis buscam realizar esses ritos de passagem lá, tornando o momento ainda mais especial.

P: O que significa o Cristo Redentor ser uma “Igreja Jubilar” em 2025?

R: Significa que, durante o Ano Santo de 2025, o Santuário Cristo Redentor foi escolhido como uma das igrejas onde os fiéis podem peregrinar para obter a Indulgência Plenária Jubilar (o perdão completo das penas espirituais, concedido em jubileus sob certas condições). A Arquidiocese do Rio designou o Cristo Redentor como uma das Igrejas Jubilares do Ano da Esperança. Na prática, isso traz programações especiais ao longo de 2025: os peregrinos que subirem ao Santuário Cristo Redentor, participarem de uma celebração (Missa) ou rezarem lá, confessarem-se, comungarem e rezarem nas intenções do Papa podem lucrar a Indulgência Plenária do Jubileu (cumprindo as condições tradicionais da Igreja). Além disso, o Santuário organizou um ritual diário de acolhida jubilar antes da abertura ao público, com orações e bênçãos multilíngues, para marcar esse tempo de graça. Em resumo, ser Igreja Jubilar destaca ainda mais o Cristo Redentor como destino de peregrinação espiritual em 2025, oferecendo aos fiéis uma oportunidade especial de renovação da fé e perdão, dentro do espírito jubilar de alegria e esperança.

P: Quanto o Cristo Redentor movimenta na economia do Rio?

R: Pelo estudo da FGV (base 2019), a visita ao Cristo movimenta cerca de R$ 1,46 bilhão/ano (R$ 861 mi diretos + R$ 601 mi indiretos/induzidos), sustenta ~21 mil empregos e gera ~R$ 193 mi em tributos por ano.

Atualizando para 2025 — com ~3 milhões de visitantes/ano e preços corrigidos —, uma projeção conservadora aponta ~R$3 bilhões/ano movimentados, mais de 30 mil empregos sustentados e ~R$ 400 milhões/ano em tributos (mesma metodologia do estudo). Em síntese: cuidar do acesso e da governança do Santuário é também política de desenvolvimento local.

P: Quantos visitantes o Cristo Redentor recebe por ano?

R: Em média, cerca de 2,5 a 3 milhões de visitantes por ano visitam o Cristo Redentor, oriundos do Brasil e de todas as partes do mundo. Esse número impressionante coloca o Cristo entre os monumentos mais visitados da América Latina. Em dias normais, o fluxo gira em torno de 5 a 10 mil visitantes, mas em feriados prolongados e alta temporada (verão, Carnaval) pode chegar a 15 mil pessoas num único dia, exigindo controle de acesso e gerando filas para o trem e vans. Apesar desse movimento intenso, a estrutura consegue atender os turistas, e o Santuário se orgulha de também atingir muitas dessas pessoas com sua mensagem – frequentemente turistas saem de lá não só com fotos, mas tocados pela experiência espiritual de estar “aos pés do Redentor”. O grande volume anual de visitas reforça a importância de investimentos constantes em segurança, manutenção e qualidade do atendimento, para que todos tenham uma experiência agradável e segura ao conhecer esse ícone brasileiro.

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Fonte: Santuário do Cristo Redentor

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

EDITORIAL: Leão e o testemunho dos mártires da Argélia

Monges de Tibhirine (Vatican News)

As palavras do Papa ao Meeting 2025, indicam qual é o verdadeiro caminho da missão.

Andrea Tornielli

Na mensagem enviada ao Encontro pela Amizade entre os Povos, em andamento em Rimini, Leão XIV citou a exposição sobre os mártires da Argélia, nos quais “resplandece a vocação da Igreja a habitar o deserto em profunda comunhão com a humanidade toda, superando os muros de desconfiança que contrapõem as religiões e as culturas, na imitação integral do movimento de encarnação e de doação do Filho de Deus”. O Papa destacou que “é esta via de presença e de simplicidade” o “verdadeiro caminho da missão”. Uma indicação preciosa e particularmente significativa, não apenas para o povo reunido em Rimini, mas para toda a Igreja. A missão, continua a se ler na mensagem, “nunca é uma autoexibição, na contraposição das identidades, mas o dom de si até o martírio de quem adora dia e noite, na alegria e nas tribulações, só a Jesus como Senhor”.

É comovente, ao seguir o percurso da exposição sobre os mártires da Argélia, ver como se dedicaram àquele povo, simplesmente compartilhando em tudo e por tudo suas vidas, oferecendo um testemunho de fraternidade, amizade, proximidade e de ajuda concreta. Sem protagonismos, sem se preocupar com os números, sem confiar em estratégias teóricas. É o que emerge de uma homilia do bispo mártir Pierre Claverie, que em 1996, pouco antes de ser morto por fundamentalistas islâmicos, respondendo à pergunta sobre por que continuava a viver na Argélia, sabendo que arriscava a vida todos os dias, havia dito: “Onde é a casa para nós? Estamos ali por causa deste Messias crucificado. Por nenhum outro motivo, por nenhuma outra pessoa! Não temos interesses a defender, nenhuma influência a manter... Não temos poder algum, mas estamos ali como à cabeceira de um amigo, de um irmão doente, em silêncio, segurando-lhe a mão, enxugando-lhe a testa. Por causa de Jesus, porque é Ele quem sofre, naquela violência que não poupa ninguém, crucificado novamente na carne de milhares de inocentes”.

E continuava: “Onde deveria estar a Igreja de Jesus, que é ela mesma o Corpo de Cristo, senão, antes de tudo, ali? Eu acredito que ela morre justamente pelo fato de não estar suficientemente próxima da cruz de Jesus… A Igreja se engana, e engana o mundo, quando se apresenta como uma potência entre as outras, como uma organização, mesmo humanitária, ou como um movimento evangélico espetacular. Pode até brilhar, mas não arde do fogo do amor de Deus”.

Um julgamento lúcido e dramático: a Igreja morre quando não está suficientemente próxima da cruz de Jesus, quando se mundaniza, transformando-se em uma ONG, quando persegue o poder político e econômico, quando confia nos números, quando pensa que para evangelizar basta repetir o nome de Jesus Cristo em toda ocasião, em vez de aceitar o desafio de segui-lo na concretude da vida, na radicalidade das escolhas e no compromisso em favor dos últimos. A Igreja morre quando transforma o anúncio da fé em show, quando pensa que pode brilhar com luz própria, esquecendo que só pode refletir a luz de um Outro.

O testemunho dos mártires da Argélia, tão distantes do protagonismo autocentrado de hoje, representa uma provocação e um chamado à essência do Evangelho, um sinal de contradição. É significativo que, na conclusão da sua mensagem ao Meeting, Leão XIV tenha feito questão de lembrar o Papa Francisco e seu ensinamento: “a opção pelos pobres é mais uma categoria teológica que cultural, sociológica, política ou filosófica. De fato, Deus “escolheu os humildes, os pequenos, os sem poder e, do ventre da Virgem Maria, fez-se um deles, a fim de escrever na nossa história a sua história. O autêntico realismo é, portanto, aquele que inclui quem tem um outro ponto de vista, que enxerga aspectos da realidade que não são reconhecidos nos centros de poder onde são tomadas as decisões mais determinantes”. Foi o que testemunharam os mártires da Argélia até o fim, misturando o sangue cristão com o de tantos muçulmanos vítimas do fundamentalismo".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

10 palavras sábias do Papa Francisco sobre o bullying

AP

Dolors Massot - publicado em 22/08/25

O Papa já falou sobre esse problema com pais, professores e crianças — e não hesitou em chamá-lo de “obra de Satanás”.

Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco tem demonstrado sensibilidade diante do problema do bullying. Ele falou sobre isso em diversas ocasiões com pais, professores, crianças e adolescentes.

A seguir, uma seleção de 10 citações em que o Papa Francisco menciona o bullying e exorta os ouvintes a agir em favor das crianças que possam ser vítimas:

“Infelizmente, o bullying é um ‘ar’ que nossos filhos muitas vezes respiram. O remédio é fazê-los respirar um ar diferente, mais saudável e mais humano. Por isso, uma aliança com os pais é muito importante.”

Antoine Mekary | Aleteia | I.Media

“A aliança com os pais é muito importante (…) Precisamos de uma nova cumplicidade entre professores e pais. Sim, quero dizer ‘cumplicidade’. (…) Precisamos renovar nosso compromisso de trabalhar juntos pelo bem das crianças e dos jovens.”

Antoine Mekary | Aleteia | I.Media

“Precisamos parar de nos enxergar como se estivéssemos em lados opostos, culpando uns aos outros. Em vez disso, devemos nos colocar no lugar do outro, compreendendo as dificuldades objetivas que ambos os lados enfrentam hoje na educação, e assim criar uma solidariedade maior: uma cumplicidade na solidariedade.”

Antoine Mekary | Aleteia | I.Media

“A ideia é trabalharmos juntos para formar crianças de mente aberta, livres do preconceito generalizado que diz que, para ser digno, é preciso ser competitivo, agressivo e duro com os outros — especialmente com aqueles que são diferentes, estrangeiros ou que de alguma forma parecem ser um obstáculo à sua própria afirmação pessoal.”

Antoine Mekary | Aleteia | I.Media

“Nesse desafio cultural (contra o bullying escolar), os fundamentos decisivos são estabelecidos nos anos do ensino fundamental das crianças.”

Antoine Mekary | Aleteia | I.Media

“Hoje vemos constantemente o fenômeno do bullying nas escolas, de pessoas agredindo os mais fracos: ‘porque você é gordo’ ou ‘porque é assim, ou estrangeiro, ou negro, ou por causa disso…’ Agressão, agressão… Crianças, jovens… Até mesmo crianças. Isso significa que há algo dentro de nós que nos impulsiona a fazer isso. A ser agressivo com os fracos. E eu penso que isso é uma das marcas do pecado original. É uma obra de Satanás.”

AFP

“Assim como, quando sentimos o desejo de fazer uma boa ação, uma obra de caridade, dizemos que ‘é o Espírito Santo me inspirando a fazer isso’, quando sentimos dentro de nós o desejo de atacar os fracos, não há dúvida: é o diabo. Porque atacar os fracos é obra do diabo.”

©M. Migliorato | CPP

“Uma linguagem de gestos, que às vezes é um tapa, um sorriso. (…) Um sorriso que dá esperança, olhar nos olhos, gestos de aprovação ou paciência, de tolerância. Deixar de lado a agressão, o bullying — isso é outra coisa. O bullying é uma forma de agressão que esconde uma crueldade profunda, e o mundo é cruel. O mundo é cruel.”

“Nosso mundo precisa diminuir o nível de agressividade. Precisa de ternura, precisa de mansidão, precisa escutar, precisa caminhar junto.”

CPP | Polaris | East News

“Há um fenômeno em nossos tempos que me preocupa. É o bullying. Tenham muito cuidado (…) Para o sacramento da Confirmação. Nunca façam isso [bullying] e, acima de tudo, nunca permitam que isso seja feito. Prometam isso! (…) Na sua escola ou no seu bairro, há alguém que é insultado ou zombado porque é gordo ou magro, ou porque tem algum defeito? Você gosta de envergonhá-lo ou bater nele por causa disso? Pense nisso.”

CPP

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/08/22/10-palavras-sabias-do-papa-francisco-sobre-o-bullying/

Quantos se salvam?

Jesus é a porta (Catequizar)

QUANTOS SE SALVAM?

22/08/2025

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

A tensão é real e pedagógica. Jesus escuta a pergunta numérica e, em vez de oferecer estatística, converte-a em caminho dizendo: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13,24). Isaías, por sua vez, deixa claro que o sujeito da história é Deus que vem, vê, conhece, reúne. Entre a porta estreita e o ajuntamento de todas as nações está a vontade universal do coração de Deus. De um lado o cálculo, de outro o horizonte. 

A primeira correção de Jesus é espiritual. Para Ele, quem conta não se converte, quem se converte, não precisa contar. A pergunta “poucos ou muitos?” nasce, muitas vezes, do medo de perder ou do desejo secreto de pertencer a um grupo de escolhidos. Jesus desarma esse mecanismo. A salvação é relação e não loteamento. Por isso, em Lucas, Ele fala da porta, e em João Ele é a porta (Jo 10,9). A estreiteza não é impossibilidade nem dificuldade desnecessária, mas a forma do amor de Cristo. É estreita porque leva a cruz; é estreita porque não se entra com fardos supérfluos, ressentimentos guardados, superioridade moral. A porta é estreita para que caibam todos, contanto que cada um se disponha a deixar do lado aquilo que não serve. 

Deus não vem para reunir uma tribo, mas “todos os povos e línguas”, lembra Isaias. A universalidade não contradiz a porta estreita. Se o destino é o encontro de todos, o acesso não pode ser o da força, da origem, do mérito, dos múltiplos caminhos; tem de ser o da humildade e da misericórdia, o único que todos podem realizar. Por isso a promessa de Isaías floresce em Pentecostes: muitas línguas, um só Espírito; muitos povos, um só Nome. A missão da Igreja é precisamente servir a este milagre e abrir caminhos em que a estreiteza do Evangelho se torne possibilidade para todos, em todas as culturas. 

Jesus, porém, adverte contra a ilusão da proximidade sem conversão. Há quem diga: “Comemos e bebemos contigo”, e ouça: “Não vos conheço” (cf. Lc 13,26–27). Não basta grifar as coisas de Deus. É preciso deixar-se reconhecer por Ele. Assim se entende a “porta estreita”. Não é um funil. É o contorno da caridade concreta. O banquete do Reino — “virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul” (Lc 13,29), tem mesas largas e uma entrada estreita. Largas, porque Deus quer a todos; estreita, porque só o amor entra. O que exclui não é a quantidade dos que chegam, mas a recusa de amar como Ele ama. 

Também por isso a pergunta de Lucas e a promessa de Isaías se iluminam mutuamente. Se Deus conhece “obras e pensamentos”, a salvação não se decide por pertenças herdadas, mas por uma verdade vivida. E, se Ele mesmo “virá para reunir”, a esperança concretiza-se.  

Nós não estamos diante de um juiz que calcula, mas de um Pai que busca, insiste, corre, chama pelo nome. O risco, então não é a escassez do convite, e sim a dureza que o recusa; não o pouco de Deus, mas o pouco que nos dispomos a perder para entrar. 

Pastoralmente, isso nos salva de dois extremos. De um lado, o rigorismo triste, que transforma a “porta estreita” em senha de poucos e esquece que o Pai quer a todos (cf. 1Tm 2,4). De outro, o laxismo vazio, que fala de “todos” e dilui a porta até ela não significar mais nada. O Evangelho mantém juntos o horizonte onde todos são chamados e cada um é convidado a passar por Cristo. Perdão recebido, perdão oferecido; verdade acolhida, verdade praticada; misericórdia implorada, misericórdia exercida. Onde isso acontece, a estatística perde importância. O Reino cresce na medida da conversão, e a conversão abre espaço para outros. 

Talvez a melhor resposta à pergunta se “são poucos” seja outra pergunta, que Jesus nos faz: você quer entrar? A salvação, então, deixa de ser um tema para discussão e se torna um hoje para se trabalhar. Esse hoje tem o rosto da porta estreita e o som de muitas línguas. Quando consentimos nessa forma, quando deixamos cair o peso do orgulho, da mentira, da indiferença, a promessa de Isaías começa a cumprir-se. Gente diversa, palavras diferentes, um louvor só. A “estreiteza” do amor não é limite, mas concentração no que importa. Por isso cabe todo mundo! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Do sonho dos fiéis ao Santuário: a verdade sobre o Cristo Redentor (Parte 2/3)

Cristo Redentor - Rio de Janeiro | santuariocristoredentor

História do Cristo Redentor – Uma história de fé que virou símbolo do Brasil.

Vatican News

Outra forma de vivenciar a fé no Cristo Redentor é participando dos sacramentos celebrados lá. O Santuário mantém uma programação regular de Missas diárias às 11h e 15h. Também há disponibilidade para os fiéis receberem o sacramento da Penitência (Confissão) no local. Além disso, é possível celebrar Batizados e Matrimônios no alto do Corcovado – algo que muitos casais e famílias sonham, pela singularidade do lugar. Tais cerimônias precisam ser marcadas com antecedência junto à Secretaria do Santuário, pois envolvem logística específica (subida dos convidados, horário reservado etc.). A Arquidiocese estipula algumas regras, mas incentiva esses sacramentos no Santuário Cristo Redentor como forma de evangelização e de tornar aquele espaço cada vez mais um “altar” para o povo. Para informações sobre agendamento de casamentos, batizados e missas, deve-se preencher os formulários disponíveis no site oficial: www.santuariocristoredentor.com.br. Em caso de dúvidas, entrar em contato com a Secretaria Pastoral pelo telefone (21) 2038-0516. Normalmente, é necessário providenciar a documentação exigida (por exemplo, no caso de casamento religioso, os noivos devem fazer a preparação matrimonial na igreja etc.) e verificar a disponibilidade de datas. A beleza e a espiritualidade do local certamente tornam essas celebrações inesquecíveis, mas vale lembrar que são celebrações religiosas como em qualquer igreja, devendo seguir as orientações litúrgicas.

Um destaque especial: o Santuário Cristo Redentor foi oficialmente designado pela Arquidiocese como “Igreja Jubilar” para o Ano Santo de 2025. Isso significa que durante o Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco como Ano Santo da Esperança, o Cristo Redentor é um dos locais de Peregrinação privilegiados onde os fiéis podem alcançar a Indulgência Plenária (o perdão espiritual especial concedido pela Igreja Católica em jubileus). Ao longo de 2025, o Santuário recebe diversas celebrações jubilares, e todos os visitantes têm a oportunidade de vivenciar profundamente o sacramento da Reconciliação (Confissão), fortalecendo sua fé por meio da oração e dos sacramentos. Diariamente, antes de o parque abrir oficialmente, a equipe do Santuário realiza um pequeno ritual matinal de acolhida jubilar – com orações em vários idiomas, aspersão de água benta nos primeiros visitantes e o toque do sino – abrindo simbolicamente o dia com bênçãos. Ou seja, mais do que nunca, participar de Peregrinações ao Santuário Cristo Redentor em 2025 tem um significado espiritual profundo.

Fica o convite para que todos os fiéis “Peregrinos de Esperança” aproveitem esse tempo de graça visitando o Cristo Redentor, confessando-se, orando e participando das Missas jubilares, para experimentar a misericórdia e a renovação espiritual que o Jubileu propõe. Informações sobre as celebrações jubilares e indulgências estão disponíveis no site do Santuário (https://santuariocristoredentor.com.br/jubileu2025).

O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor está de portas abertas para acolher tanto turistas quanto fiéis peregrinos. Seja integrando uma romaria, seja indo em família por devoção ou buscando celebrar um sacramento aos pés do Redentor, as pessoas encontram ali uma estrutura preparada para atendê-las espiritualmente. A presença constante de sacerdotes, a oferta dos sacramentos e a possibilidade de oração naquele ambiente único propiciam uma experiência de fé singular. Para facilitar essa participação, reforçamos os contatos úteis: site do Santuário (www.santuariocristoredentor.com.br) – seção “Celebrações” / “Solicitações Cerimoniais” – e telefone (21) 2038-0516 da Secretaria. Assim, todos podem “subir ao Cristo” não apenas como passeio, mas como verdadeira peregrinação, encontrando no monumento uma igreja viva e uma comunidade acolhedora.

O Cristo que desce a montanha

O Cristo Redentor não está somente no alto do Corcovado. Ele desce a montanha todos os dias para encontrar quem mais precisa, por meio do Consórcio Cristo Sustentável — uma aliança entre o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, o Instituto Redemptor e a Obra Social Leste 1 – O Sol. Juntos, realizam ações sociais, ambientais, culturais e de saúde, sempre com foco em dignidade humana, acolhimento e resultados concretos.

A Ação de Amor do Cristo Redentor leva mutirões gratuitos a diferentes bairros da cidade, oferecendo aferição de pressão, orientação em saúde bucal, cortes de cabelo e barba e emissão de documentos, com apoio de órgãos públicos, entidades parceiras e voluntários.

No inverno, o Consórcio mobiliza a Campanha do Agasalho: entre 2023 e 2024, foram arrecadadas 15 toneladas de roupas e cobertores, com entregas a instituições sociais e à população em situação de rua. As parcerias incluem o Festival de Inverno Rio e uma ampla rede de pontos de coleta.

As iluminações e projeções do Santuário Cristo Redentor também servem ao bem comum, dando visibilidade a causas de saúde e de direitos humanos — muitas vezes em parcerias institucionais e sem fins lucrativos —, ampliando a consciência pública e conectando a sociedade a campanhas e serviços de utilidade pública.

O Monumento que movimenta a economia

Mais do que um símbolo de fé, o Cristo Redentor faz a economia do Rio girar. Cada pessoa que sobe ao Corcovado põe em movimento uma cadeia inteira: trem e vans oficiais, hotéis e pousadas, bares e restaurantes, vendedores do entorno, guias, fotógrafos, motoristas de aplicativo, além de muitos outros serviços que sustentam milhares de famílias.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas, encomendado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro,  mostrou que, com cerca de 1,9 milhão de visitantes/ano, o Cristo já movimentava quase R$ 1,5 bilhão por ano na cidade — dinheiro que circula em hospedagem, alimentação, transporte e passeios —, mantendo mais de 21 mil postos de trabalho e gerando aproximadamente R$ 193 milhões em impostos. O levantamento também aponta algo que os cariocas já sabem: quem visita o Cristo tende a ficar um dia a mais no Rio e, para quase três em cada quatro pessoas, ele é a atração número 1 da cidade; praticamente todos (99%) consideram a experiência “única”.

E o impacto cresce ano após ano. Com os preços atualizados e o novo patamar de cerca de 3 milhões de visitantes por ano, uma projeção conservadora — usando a mesma metodologia do estudo — indica algo em torno de R$ 3 bilhões por ano movimentados, mais de 30 mil empregos sustentados e cerca de R$ 400 milhões em impostos. Em outras palavras: cuidar do Santuário e garantir acessos dignos é, também, cuidar do trabalho e da renda de muita gente.

Em síntese, o Cristo Redentor movimenta a economia de baixo para cima: fortalece pequenos empreendedores, atrai investimentos e reforça a imagem internacional do Rio. Quando o Cristo acolhe bem, quem ganha é o povo.

Fonte: BLUMENSCHEIN, Fernando. “O Cristo além dos números”. In: BARBOSA, L. G.; FINGUERUT, S.; PADINHA, T. A. (orgs.). Cristo 90+: de braços abertos para o amanhã. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2021, p. 125–127.

O que está acontecendo no campo da política?

O debate sobre a gestão do alto do Corcovado envolve missões diferentes: a Arquidiocese administra o Santuário, celebra missas e mantém o monumento, enquanto o ICMBio é responsável por preservar o Parque Nacional da Tijuca e organizar a visitação turística. Ao longo dos anos, surgiram tensões pontuais — por exemplo, sobre regras de uso do espaço, horários de celebração  — que foram tratadas em acordos institucionais. A Igreja defende que a liberdade de culto e a preservação do monumento sejam conciliadas com a proteção ambiental, e busca soluções que garantam acessibilidade e respeito mútuo entre as partes.

Por trás da manutenção e administração do Cristo Redentor, há um contexto político e jurídico complexo que, nos últimos anos, ganhou destaque. O Santuário está inserido em terrenos federais (dentro de um parque nacional) e envolve interesses da Igreja e do Estado, o que eventualmente gera conflitos. A questão central diz respeito à gestão da área do “Alto Corcovado”.

Historicamente, o monumento foi construído pela Igreja Católica com autorização federal (década de 1920), sem transferência plena do domínio do terreno. A imagem e o Santuário pertencem à Igreja; o solo integra o Parque Nacional da Tijuca, de propriedade da União. Essa dualidade, por muito tempo administrada com cooperação, recentemente gerou atritos sobre uso do espaço, segurança, exploração comercial e regras ambientais/patrimoniais.

Em 2025, após a morte de um visitante nas escadarias, o Procon-RJ determinou a interdição parcial do acesso por questões de segurança e acessibilidade. Dias depois, durante a Missa do Tríduo Pascal, agentes estaduais chegaram a ameaçar a interrupção do culto ao aplicar indevidamente normas de consumo à celebração litúrgica. A Justiça, em decisão de abril de 2025, proibiu Procon e Secretaria de Defesa do Consumidor de impedir ou fiscalizar Missas no Cristo Redentor, reconhecendo o livre exercício do culto — celebrado ali há quase um século — e afastando a ideia de relação de consumo em atos religiosos.

Paralelamente, tramita desde 2020 o litígio sobre as lojas do platô. Em junho de 2025, uma sentença reconheceu como bem da União a área comercial do “Alto Corcovado”, entendendo que os títulos históricos apresentados pela Mitra não abrangiam aqueles imóveis específicos. Na prática, a decisão centralizou no ICMBio a gestão dessa área, o que a Arquidiocese do Rio de Janeiro contesta por considerar que desconsidera o papel histórico e pastoral da Igreja no “Alto Corcovado”.

Diante dos impasses, foram propostas saídas legislativas. No Senado, o PL 3.490/2024 propõe retirar do Parque uma porção mínima, urbanizada, correspondente ao platô, preservando a vocação religiosa e cultural do Santuário e desburocratizando manutenção e acesso dos fiéis (aprovado na CDR em março de 2025; segue para a CMA e Plenário). Na Câmara, o PL 3.208/2024 autoriza a transferência da área ao Município do Rio, viabilizando gestão compartilhada com a Arquidiocese e mais agilidade em obras, manutenção e acolhida litúrgica. São iniciativas de caráter declaratório: não criam um “novo direito”, mas buscam reconhecer formalmente a realidade histórica do Santuário.

Em 2023, um Termo de Compromisso mediado pelo Ministério do Meio Ambiente definiu regras de convivência: a Igreja observa a legislação ambiental e patrimonial; o ICMBio reconhece a presença histórica e legítima do Santuário e assegura liberdade para atividades religiosas, sociais e culturais. Esse pacto, somado ao diálogo constante, tem permitido o funcionamento cotidiano mesmo em meio às disputas.

Em síntese: seja por mudança legislativa (desafetação do platô) ou por acordos institucionais mais robustos, o objetivo comum precisa prevalecer — um Cristo Redentor bem cuidado, seguro, acessível e fiel à sua vocação de Santuário. Governança clara, liberdade religiosa respeitada e proteção ambiental garantida — em benefício de todos.

Conclusão

A história e a situação atual do Cristo Redentor evidenciam sua singularidade: nascido da fé do povo brasileiro, o monumento transcende a dimensão religiosa e tornou-se também símbolo cultural e turístico mundialmente reverenciado. Por quase um século, o Cristo de braços abertos abençoa e acolhe cariocas e visitantes, sem jamais fechar suas portas — nos dias de festa e nos dias de prova (chuvas, ventos, litígios). Ali permanece, impávido no alto do Morro do Corcovado, lembrando valores de paz, esperança e unidade. Durante a pandemia, o Cristo Redentor ficou fechado para os turistas, porém o trabalho da Igreja Católica permaneceu funcionando lá em cima, com momentos importantes de oração e ações solidárias. O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, coração espiritual desse símbolo, procura honrar a missão para a qual foi criado: casa de oração para todos, lugar de encontro com Deus e espaço de encontro fraterno.

Vimos como a fé move montanhas — literalmente: tirou do papel o monumento colossal no topo do morro — e continua movendo corações. Ao mesmo tempo, a convivência institucional entre Igreja e Estado requer diálogo contínuo e ajustes, pois envolve patrimônio público e liberdade religiosa. Os episódios recentes trouxeram lições importantes: reafirmaram que o culto ali é legítimo e protegido e impulsionaram melhorias na administração do local. Com boa vontade de todos, é possível consolidar um modelo sustentável e claro de governança que preserve o Cristo Redentor por inteiro: no que é material (estrutura, segurança e acolhida) e no que é espiritual (oração, sacramentos e serviço aos fiéis).

Em 2025, como Igreja Jubilar do Ano Santo, o Cristo nos convida a enxergá-lo não apenas como monumento, mas como aquilo que sempre foi: um Santuário vivo, sinal de fé e amor. No alto do Corcovado, a Igreja cuida do sagrado; ao descer a montanha, cuida do povo — por meio de ações sociais, ambientais e culturais que se traduzem em gestos concretos de dignidade e cuidado, inclusive projeções e iluminações que mobilizam causas de saúde e solidariedade.

Reafirmamos: o futuro do Cristo Redentor deve ser construído com cooperação, respeito à liberdade religiosa e reconhecimento mútuo — sem narrativas que apaguem o valor simbólico, espiritual e histórico de quem esteve presente desde o primeiro tijolo.

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Fonte: Santuário do Cristo Redentor

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF