Zelda
Caldwell - publicado em 19/09/18 - atualizado em
25/08/25
Nem só de pão eles viviam.
O historiador David Snowden, em seu livro Flans and
Wine, publicou receitas usadas por monges beneditinos na Inglaterra do
século XIV, revelando que eles sobreviveram muito mais do que apenas de pão.
As receitas usadas pelos monges beneditinos da Evesham
Abbey, fundada em 701, indicam que os monges tinham, na verdade, paladares
bastante sofisticados.
Muitos pratos eram condimentados com ervas e especiarias
difíceis de se conseguir na época.
Tais especiarias "eram muito caras. E uma maneira de
mostrar a prosperidade da abadia era produzir alimentos e condimentos
raros", disse Snowden à BBC.
"Por exemplo, muitas dessas receitas levavam açafrão,
porque ele valia mais do que ouro”, disse ele. Assim, apenas poucos mosteiros
podiam comprar ou produzir o condimento.
As receitas ainda incluíam mexilhões cozidos com alho-poró e
molho de Saracen (um molho picante vermelho), carne de caranguejo frito em
azeite com ovos mexidos e pratos contendo ostras, língua de boi, vitela e
javali.
Durante a Quaresma, quando o consumo de carne era proibido,
Snowden afirma que os monges podem ter comido “Cawdel of Muskels”, ou seja:
mexilhões cozidos em vinho branco, temperados com cebolas e alho-poró, gengibre
e uma pitada de açafrão.
No livro, o historiador adaptou as receitas, que foram
escritas no inglês arcaico, para o uso de hoje, usando medições e ingredientes
modernos disponíveis no mercado atual, especialmente as mercearias gourmet.
Snowden acredita que a dieta dos monges pode ter
influenciado na longevidade deles, já que era uma dieta em que faltava frutas e
outros alimentos mais saudáveis. "Eles não eram muito saudáveis e a idade
média de morte era de 35 anos - a maioria deles morreu de doenças brônquicas,
provavelmente causadas por dieta deficiente - mas a expectativa de vida não era
muito longa", disse ele à BBC.
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