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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Catequeses Mistagógicas (Parte 3/8)

São Cirilo de Jerusalém (313-350)

Catequeses Mistagógicas

I.5 Autoria das Catequeses

A. Piédagnel apresenta, na edição francesa das Catequeses Mistagógicas22, uma visão histórica bastante ampla da questão da autoria das catequeses, em geral, e das Mistagógicas, em particular.

A questão surgiu no século XVI com Josias Simler que, fundado em um catálogo de manuscritos gregos da cidade de Augsburgo, conclui que a totalidade das catequeses são erroneamente atribuídas a Cirilo. Teriam sido proferidas por João II de Jerusalém, sucessor de Cirilo. Mais tarde, o protestante Thomas Mille refere-se não mais ao catálogo, mas aos títulos encontrados em tal manuscrito e que não indicam a autoria das catequeses «ad illuminandos». As cinco mistagógicas têm, no entanto, a João como autor. Mesmo assim Thomas as atribui a Cirilo. A edição de A. Touttée, beneditino, algum tempo depois, busca provar a autoria de Cirilo para as Mistagógicas.

No século XIX as edições de W. K. Reischl e J. Rupp, embora assinalem que o Codex Monacencis 394 por duas vezes citava as mistagógicas como sendo pronunciadas por João II, consideram não ser um argumento válido para negar a autoria de Cirilo face a tantos outros testemunhos em seu favor.

Quatro outros manuscritos, o Ottobonianus 86 (s.X-XI), o Ottobonianus 446 (s.XV), o Vaticanus 602 (s. XVI) e o Monacensis 278 (s.XVI), atribuem as mistagógicas ora a Cirilo, ora a João. Por causa de tais manuscritos, Th. Schermann, W. J. J. Swaans, M. Richard, W. Telfer, G. Kretschmar e outros fazem remontar a redação das mistagógicas para o final do IV século, atribuindo-as a João II.

Apesar de tais objeções, diversos autores citam outros manuscritos, como por ex. o Bodleianus Roe25, o Vindobonensis 55 etc., que apresentam as catequeses mistagógicas sem nome do autor, logo após a Catequese Preliminar e as dezoito Pré-batismais. Antecede à Catequese Preliminar o nome de Cirilo. Existe também uma tradição literária, embora tardia (séc. VIII-XI), na qual encontram-se citações das Catequeses Mistagógicas com o nome de Cirilo. Ademais, fez-se toda uma análise das diversas catequeses chegando-se a inúmeras provas que falam de um único e mesmo autor, Cirilo. O estudo comparativo entre passagens de textos de cada grupo de catequeses indica uma origem comum. «Touttée, escreve A. Piédagnel, assinalava também o emprego do mesmo método de exposição nas duas séries de catequeses: ele consiste em partir de uma citação da Escritura, em se referir ao longo da Catequese a numerosos textos, do AT em particular, em intercalar aí algumas paráfrases, em terminar por uma exortação de ordem moral e uma doxologia idêntica».

Chegou-se assim a um consenso final de que não se encontra na tradição manuscrita um respaldo suficiente para negar a autoria de Cirilo não só em relação à Catequese Preliminar e às dezoito Pré-batismais, como também em relação às Catequeses Mistagógicas. 15

I.6 Conteúdo doutrinário das Catequeses

A doutrina exposta por S. Cirilo nas Catequeses se resume basicamente ao Credo. Eis a profissão de fé da comunidade de Jerusalém:

1. Cremos em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

2. E em um Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai, Deus verdadeiro, antes de todos os séculos, pelo qual foram feitas todas as coisas.

3. Que veio na carne e se fez homem (da Virgem e do Espírito Santo).

4. Foi crucificado e sepultado.

5. Ressuscitou ao terceiro dia.

6. E subiu aos céus e está sentado à direita do Pai.

7. E virá na glória para julgar os vivos e os mortos, cujo reino não terá fim.

8. E em um Espírito Santo, o Paráclito que falou nos profetas.

9. E em um batismo de penitência para remissão dos pecados.

10. E em uma santa católica Igreja.

11. E na ressurreição da carne.

12. E na vida eterna.

O símbolo não se encontra escrito integralmente nas Catequeses. Isso por causa da disciplina do arcano. Cirilo insiste sobre o segredo que os candidatos devem conservar não divulgando o que lhes fora ensinado. «Oferecemo-vos em poucos versículos o dogma inteiro da fé. Quero que o fixeis com as próprias palavras e o repitais convosco mesmos com todo cuidado, não o escrevendo em papel, mas gravando-o na memória de vosso coração». 24

O texto acima apresentado foi restabelecido por Touttée a partir do que se podia colher cá e lá nos títulos e ao longo das Catequeses. Todavia, a reconstrução, embora nos sugira qual seja o Credo de Cirilo, não é autêntica em todas as suas partes. Nas Catequeses 9,4 e 10,3 temos citações de Cirilo e que foram certamente transcritas de modo fiel pelos taquígrafos. Quanto aos títulos não se dá o mesmo. Parecem ser mais apresentações do redator que do próprio Cirilo. O redator procura resumir em poucas palavras o assunto a ser tratado nas Catequeses. Apesar destas dificuldades o texto exprime substancialmente o símbolo de Cirilo.

As Catequeses falam da fé e de suas fontes: a Sagrada Escritura e a Tradição, unidade e trindade de Deus, divindade e consubstancialidade das três Pessoas, mistério da Redenção, anjos, origem divina do homem, espiritualidade e imortalidade da alma, livre arbítrio, pecado, novíssimos, Igreja, sacramentos. Sobre o Cristo Cirilo rejeita o arianismo e apresenta sua posição que concorda com a fé de Nicéia. Cristo é verdadeiramente Deus. Ele é um com o Pai. «São um pela dignidade da divindade (...) Um são eles, porque não há entre eles discórdia ou separação, pois não são umas as obras criadas por Cristo, outras as criadas pelo Pai». O Espírito Santo é professado como uma personalidade distinta do Pai e do Filho, gozando igualmente da mesma divindade. Ele proclama sua fé trinitária: «Indivisa a fé, inseparável a piedade. Não fazemos separação na Santíssima Trindade, como alguns; nem confusão, como Sabélio». 26

Estes temas não são tratados de modo igual, pois o objetivo de Cirilo é explicar o Símbolo e não apresentar um tratado sobre cada um dos temas. As Catequeses Mistagógicas, no entanto, falarão extensamente do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. Cirilo apresenta uma visão geral do batismo, explicitando o significado da unção e da imersão, e aponta seus efeitos, eficácia, necessidade, autor, sujeito e ministro.

Pelo batismo o cristão participa da vida mesma de Cristo. Cristo assumiu toda a realidade humana para que pudéssemos participar da salvação. «Batizados em Cristo e dele revestidos vos tornastes conformes ao Filho de Deus». Esta semelhança ao Filho é significada especificamente na Crisma, quando, «ungidos com o óleo, fostes feitos participes e companheiros de Cristo». Este processo de assemelhação ao Filho se realiza no e pelo próprio Filho, que se torna alimento espiritual. «Em forma de pão te é dado o corpo, e em forma de vinho o sangue, para que te tornes, tomando o corpo e o sangue de Cristo, con-corpóreo e consangüíneo com Cristo». Ele é bastante explícito ao declarar que o pão e o vinho não são simples elementos, mas «são, conforme a afirmação do Mestre, corpo e sangue».30 A coroa ou o «edifício espiritual» de toda instrução é a celebração eucarística, que o bispo de Jerusalém descreve minuciosamente interpretando a liturgia eucarística em seu desenrolar.

Vê-se pois a importância e o sentido das Catequeses de S. Cirilo não só para a Catequese e para a Liturgia, como também para a Teologia, que tem nelas o testemunho da Tradição cristã sobre as principais verdades de fé.

I.7 Método e estilo

Em suas obras, Cirilo não nos deixa perceber que tenha observado um método com regras precisas. Com isso não se quer dizer que não haja certa ordem ao longo da exposição. Por vezes ele começa apresentando o erro dos hereges e mostra o ponto fraco da doutrina deles, para então expor a verdadeira doutrina e os argumentos que a apóiam. Outras vezes segue exatamente o caminho oposto. E quando a doutrina é puramente moral, como na Catequese Preliminar; ele não observa nenhuma ordem. Ele apresenta suas considerações assim como elas lhe vêem à mente. Penitência, aversão ao pecado, oração, leitura da Bíblia, rejeição da heresia, distanciamento de espetáculos e jogos maus ou perigosos, são recomendações que voltam sempre que é possível.

Quanto ao estilo, ele é bastante popular e simples. Diante de um auditório, que era de iniciantes na fé, sua linguagem assume uma feição muito familiar. É em tom de conversação que ele desenvolve as instruções. Muitas vezes ele deixa o tratamento «vós», que é empregado quando ele se dirige aos seus ouvintes de modo geral, e fala em «tu» como se estivesse se dirigindo pessoalmente a alguém. Refletem as Catequeses comunicação e clareza de linguagem. Algumas vezes porém ele deixa perceber uma eloqüência muito viva. Lemos na sexta Catequese: «Lembrai-vos do que foi dito: Que consórcio há entre a justiça e a iniqüidade? Que comunidade entre a luz e as trevas? (...) Aqui há ordem, aqui há disciplina, aqui há seriedade, aqui há castidade, aqui é considerado pecado olhar alguma mulher com olhos concupiscentes. Aqui o matrimônio é mantido em santidade (...). Associa-te às ovelhas. Foge dos lobos. Não te afastes da Igreja...». 31

ECCLESIA

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia

Shutterstock | Connect world
por Francisco Vêneto

Segundo o Worldometers, nesta manhã os abortos em 2021 ultrapassaram 2,038 milhões, superando os 2,033 milhões de mortos por covid.

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia. Na manhã desta segunda-feira, 18 de janeiro, a soma das mortes provocadas pela covid-19 em todo o planeta ao longo dos últimos 12 meses ultrapassou os 2,033 milhões. Nesta mesma manhã, o total de abortos feitos no mundo somente em 2021 já superou essa dramática marca: foram mais de 2,038 milhões de abortos desde o dia 1º de janeiro.

Isso mesmo: só nos primeiros 17 dias e meio do ano de 2021, os abortos propositais já são mais numerosos do que toda uma pandemia histórica de covid-19 ao longo de 1 ano inteiro.

A fonte dos dados é o site Worldometers.info, um painel de estatísticas mundiais que apresenta números a partir de fontes oficiais. Ele mostra, por exemplo, que, do dia 1º de janeiro de 2021 até a manhã deste dia 18 do mesmo mês, já nasceram 6,7 milhões de pessoas, enquanto faleceram 2,8 milhões de seres humanos – sem contar os casos de aborto.

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia

Os números do Worldometers, por mais chocantes e inacreditáveis que pareçam, guardam coerência com os dados históricos da própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo estatísticas da OMS confirmadas pelo Instituto Guttmacher, entre 2015 e 2019 foram realizados em média 73,3 milhões de abortos não espontâneos POR ANO, ou seja, uma média de 6,10 milhões de abortos POR MÊS.

Além disso, dados de 2018 do Center for Disease Control (Centro de Controle de Doenças), dos Estados Unidos, mostram que, só nos EUA, as mulheres negras são levadas a abortar 3 vezes mais do que as mulheres brancas: 33,6% dos bebês que foram mortos em abortos eram negros, embora a população negra no país represente apenas 12,3% da população.

Aleteia

Nove bispos católicos com Covid-19 morreram em uma única semana

Imagem referencial / crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa

Roma, 19 jan. 21 / 07:00 am (ACI).- Na semana passada, nove bispos católicos morreram em todo o mundo após testar positivo para Covid-19.

Entre 8 e 15 de janeiro, bispos de três continentes morreram por causa do coronavírus. Os bispos falecidos tinham entre 53 e 91 anos. Cinco dos bispos morreram na Europa, onde uma nova variedade de coronavírus levou muitos países a implementar mais restrições.

Quatro bispos morreram no mesmo dia, 13 de janeiro: o Bispo de Glasgow (Escócia), Dom Philip Tartaglia, que tinha 70 anos; o Bispo de Monze (Zâmbia), Dom Moses Hamungole, falecido aos 53 anos; o Bispo de Fano (Itália), Dom Mario Cecchini, de 87 anos; e o Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro (RJ) Cardeal Eusébio Oscar Scheid, de 88 anos.

Dom Tartaglia testou positivo para Covid-19 depois do Natal e se isolou, mas a Arquidiocese de Glasgow enfatizou que a causa de sua morte ainda não estava clara.

Os sinos tocaram em toda a diocese colombiana de Santa Marta, no dia 12 de janeiro, em homenagem a Dom Luis Adriano Piedrahita Sandoval, de 74 anos, falecido no dia 11 de janeiro por complicações da Covid-19. O bispo de Trujillo (Venezuela), Dom Cástor Oswaldo Azuaje, de 69 anos, foi o primeiro bispo da Venezuela a morrer após contrair o vírus, em 8 de janeiro.

O Bispo da Eparquia greco-católica de Cluj-Gherla (Romênia), Dom Florentin Crihalmeanu, faleceu no dia 12 de janeiro, aos 61 anos. Sua eparquia o recordou como "uma alma diligente, mansa e humilde".

O Bispo emérito de Zielona Góra-Gorzów (Polônia), Dom Adam Dyczkowski, faleceu no dia 10 de janeiro, aos 88 anos, e o Arcebispo italiano, Dom Oscar Rizzato, faleceu aos 91, no dia 11 de janeiro.

O Papa Francisco expressou suas condolências pela morte do Cardeal Scheid em um telegrama em 14 de janeiro.

“Ofereço fervorosas preces para que o acolha na sua felicidade eterna e console pela esperança na ressurreição a todos quantos lamentam a perda do seu amado pastor”, escreveu o Papa.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

A EDUCAÇÃO EM ALGUNS PADRES DA IGREJA

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

A educação é uma palavra latina educatio-onis, cujo significado é trazer para fora, levantar, levar a pessoa ao conhecimento, é obra e o resultado de educar, como correção também de comportamentos. Este processo de transmissão cultural sempre esteve presente na vida do ser humano como criado à imagem e semelhança de Deus. O Papa Francisco coloca a importância da educação na vida do ser humano e na vida eclesial. É importante ver essas noções em alguns dos santos padres que foram educadores de suas comunidades e escreveram também sobre a educação.

            Tertuliano, padre dos séculos II e III, do Norte africano, falou que muitos objetos utilizados na cultura em geral vieram do mundo pagão que os consideravam como deuses. No entanto são objetos no uso cristão como nos santos antigos, encontrando-os entre as coisas de Deus e no Cristo mesmo como encarnado. Tertuliano disse que Mercúrio inventou as letras do alfabeto, tão necessárias à nossa atividade e ao nosso relacionamento com Deus. Esculápio foi o primeiro encontrar os medicamentos; Minerva usou por primeiro o navio. O autor africano afirmou que os cristãos utilizaram essas coisas e que essas ainda que fossem inventadas pelas pessoas, receberam a inspiração de Deus, que por primeiro ordenou, instruiu à vida do ser humano[1].

            São Gregório de Nazianzo, bispo do século IV afirmou que todos os seres humanos dotados de intelecto concordam que a educação é o primeiro dos nossos bens; não só a mais excelente que despreza toda ambição, toda sofisticação nos discursos, visa à salvação e à beleza das realidades inteligíveis, mas também aquela pagã, que diz muita coisa sobre a realidade humana. As pessoas são chamadas a estimar o céu, a terra, o ar, e as coisas que nelas pertencem não como deuses, como fizeram muitos pagãos, mas como criaturas de Deus. Os cristãos como bons educadores devem colher nas coisas o que é útil à vida e fugir aquilo que não é conforme ao Criador.

          O bispo de Constantinopla e de Nazianzo afirmou também que os cristãos aceitavam as coisas provenientes das ciências pagãs, a contemplação e a investigação da natureza. A rejeição ocorria quando essas coisas levavam aos demônios, ao erro, ao abismo da perdição. O bispo reconhecia que os cristãos eram ajudados pela verdadeira religiosidade, porque daquilo que é inferior os cristãos eram conduzidos ao conhecimento daquilo que é superior, tendo feito de sua debilidade a força da nossa doutrina. Desta forma não se deve desprezar a sua educação como fazem alguns, mas a educação pagã deve ser levada em consideração para que com a sua forma de educar possam chegar até Deus, e assim fugir da condenação[2].

             São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla no século V dizia que a educação é dada também na imitação, no caso de São Paulo que foi fiel discípulo do Senhor, e andava muito nas comunidades para a evangelização. A educação é dada na família, na comunidade e nos diversos setores da sociedade. É preciso ter em mente a melhor educação que é dada pela obediência aos superiores, aos familiares, aos ministros, aos educadores, na superação da ignorância, para levar as pessoas ao temor do Senhor Deus[3].

            São João Crisóstomo colocou a importância de educar os filhos com grande solicitude, advertindo-os no Senhor. A juventude é uma etapa importante na vida de modo que é preciso corrigi-la, nutri-la, acompanhá-la, com muita atenção e muita luta. Será muito importante formar o caráter na juventude para que possa enfrentar as tentações, os problemas sendo uma pessoa que ama a Deus, ao próximo como a si mesmo. É preciso formar os filhos e as filhas nas virtudes para que vivam bem os compromissos que eles e elas assumirão com o tempo nas suas famílias, nas comunidades e na sociedade. Todas as filhas e filhos devem ser educados na sabedoria como um fermento transforma toda a massa na sua beleza[4].

            Ainda em São João Crisóstomo, realçou a importância da educação nos filhos, porque uma vez que essa ocorra, outras coisas passam em segundo plano. Será preciso educá-los na obediência, na fé e no amor. Se os pais querem que os seus filhos sejam obedientes, o bispo de Constantinopla afirmou que é preciso desde o início educá-los no bem, e adverti-los no Senhor (cfr. Ef 6,4). A palavra de Deus será muito importante na vida deles para que caminhem bem nas suas vidas. São João entendeu que é preciso tornar cristãos os filhos, seguidores do Senhor Jesus Cristo e da Igreja. Será importante apresentar a Sagrada Escritura para eles e elas, como forma de instrução e de seguimento à palavra de Deus. Os bons frutos virão nas pessoas, se forem educadas pelas Sagradas Escrituras, de modo que é preciso dar o exemplo, fazer com que desde a primeira idade, eles e elas se apliquem à leitura das Escrituras. É preciso educá-los nas coisas sábias que levam ao sacrifício, ao amor pela vida, à renúncia das coisas fáceis e não simplesmente dar-lhes as coisas que solicitam em tudo. As glórias terrenas passam de modo que é preciso que olhem as coisas futuras com Deus. Não será preciso que tenham uma vida longa, mas que alcancem a vida imortal, a vida sem fim[5].

            São Gregório Magno, Papa dos séculos VI e VII afirmou que era importante na educação instruir com amor as pessoas e não pela dureza porque a hostilidade não leva a abraçar as coisas com alegria e com amor. A educação é dada no amor em vista da unidade com Deus e com o povo[6].

            Nós vimos a educação como maneira de levar as pessoas até Deus e às pessoas para que educadas nas virtudes cristãs, participem um dia da vida eterna.

[1] Cfr. Tertulliano, La Corona, 8. In: La teologia dei padri, v. III. Città Nuova Editrice, Roma, 1982,  pg. 30.

[2] Cfr. Gregorio di Naziano, Discorso funebre in onore di Basilio il Grande, 11. In: Idem, pg. 27..

[3] Cfr. Giovanni Crisostomo, Commento alla lettera ai Romani, 1,2. In: Idem, pgs. 250-251.

[4] Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelie sulla prima lettera a Timoteo, 9,2. idem, pgs. 381-382.

[5] Cfr. Giovanni Crisostomo, Omelie sulla lettera agli Efesini, 21,1-2. Idem, pgs, 383-385.

[6] Cfr. Gregorio Magno, Lettere, 12 (A Pascasio, vescovo di Napoli), Idem, pg. 33.

CNBB

Joe Biden nomeia defensora do aborto para dirigir ações humanitárias dos EUA

Instagram-@joebiden
por Francisco Vêneto

Para administrar a USAID, agência dos EUA que realiza projetos de ajuda internacional, foi nomeada a defensora do aborto Samantha Power.

Joe Biden nomeia defensora do aborto para dirigir ações humanitárias dos EUA: na última quarta-feira, 13, o presidente eleito formalizou a escolha de Samantha Power para dirigir a USAID, agência do país que desempenha ações humanitárias e em prol do desenvolvimento internacional.

Samantha Power já foi embaixadora dos Estados Unidos junto à ONU entre 2013 e 2017, durante o governo de Barack Obama. Antes, ela já havia trabalhado no Conselho de Segurança Nacional, assessorando Obama e o então vice-presidente Biden sobre direitos das mulheres, conceito que, dentro da ideologia do Partido Democrata, inclui necessariamente o alegado “direito” ao aborto.

No mesmo dia 13 de janeiro de 2021, por ocasião da nomeação de Samantha Power para administrar a USAID, o conglomerado multinacional de clínicas de aborto Planned Parenthood a elogiou via rede social como “defensora dos direitos humanos”:

“Como voz firme pelos direitos humanos, Samantha Power tem a experiência e a oportunidade de promover a saúde sexual e reprodutiva e os direitos das pessoas em todo o mundo como administradora da USAID”.

É fundamental destacar que a expressão “saúde sexual e reprodutiva”, na linguagem assim chamada “progressista”, é um eufemismo no qual se encaixam narrativas pró-aborto como “direito humano”.

Joe Biden nomeia defensora do aborto para dirigir USAID

O próprio Joe Biden declarou sobre a recém-nomeada e sobre o que chamou de “sua clareza moral”:

“Samantha Power é uma voz mundialmente conhecida de consciência e clareza moral, que desafia e anima a comunidade internacional a defender a dignidade e a humanidade de todas as pessoas. Ela lutará pelo valor de cada ser humano”.

Exceto, faltou dizer, os que estão nos seus primeiros estágios de desenvolvimento.

Reações pró-vida

Por outro lado, segundo matéria da agência católica ACI Prensa, a organização norte-americana pró-vida Live Action afirmou em recente artigo:

“[Samantha Power] ajudará Biden a restabelecer a destinação de verbas do contribuinte norte-americano à Planned Parenthood e a outros grupos globais de defesa do aborto. Tais verbas foram cortadas pelo presidente Donald Trump em sua política de Proteção à Vida. Sob o governo Trump, os fundos destinados via USAID priorizaram os verdadeiros cuidados de saúde para mulheres e meninas e os direitos humanos para todos os seres humanos, incluindo os nascituros. Isso foi feito mediante a política ampliada de Trump na Cidade do México, que proíbe fundos de ajuda internacional para grupos que promovem e/ou realizam abortos”.

Ainda segundo informações da ACI Prensa, Jesús Magaña, diretor da organização colombiana Unidos por la Vida, lamentou o que chamou de “agenda de morte” do próximo presidente dos Estados Unidos, alertando para o uso ideológico da USAID para impor “violações ao mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida”, disfarçadas de programas de apoio aos “direitos sexuais e reprodutivos”.

Aleteia

Cristãos na Nigéria enfrentam genocídio calculado, denuncia bispo

Imagem referencial. Crédito: Unsplash

Abuja, 22 dez. 20 / 10:00 am (ACI).- O bispo de Gboko (Nigéria), Dom William Avenya, disse aos membros do Congresso, no dia 17 de dezembro, que o mundo não deveria ignorar o "genocídio" enfrentado pelos cristãos no país.

Dom Avenya testemunhou na quinta-feira em uma audiência sobre "Conflitos e Assassinatos no Cinturão Médio da Nigéria" da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, uma comissão parlamentar bipartidária.

"O assassinato em massa de cristãos no cinturão médio da Nigéria, segundo todos os padrões, cumpre com os critérios para ser definido como um genocídio calculado segundo a Convenção sobre Genocídio”, ressaltou.

O Prelado indicou que "é deprimente que nossa região do Cinturão Médio tenha realmente se tornado um vale de lágrimas, uma região onde enterros em massa são muito comuns".

O Cinturão Médio é uma região fértil que se estende pela parte central da Nigéria e, nos últimos anos, tem sido palco de uma crescente violência, onde muitas aldeias agrícolas em um local predominantemente cristão foram atacadas.

O International Crisis Group assinalou que houve uma média de mais de 2 mil mortes por ano, entre 2011 e 2016, no Cinturão Médio.

O subsecretário do Escritório de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Departamento de Estado, Robert Destro, indicou que 600 pessoas morreram no Cinturão Médio este ano, número quase seis vezes maior do que no norte do país.

Cristãos e muçulmanos na Nigéria têm sofrido um número crescente de ataques violentos por militantes Fulani e grupos terroristas como o Estado Islâmico Província de África Ocidental (Iswap), anteriormente Boko Haram, e o novo grupo Boko Haram que se separou de Iswap.

De acordo com a agência de refugiados da ONU (ACNUR), estima-se que mais de dois milhões estão "deslocados internamente" na Nigéria.

Os membros do Congresso e autoridades do Departamento de Estado indicaram que as causas da violência são complexas.

O copresidente da comissão, Chris Smith, acrescentou que os Fulani são pastores nômades que povoam a região mais ampla do Sahel, alguns foram levados para o sul, para o Cinturão Médio, pela desertificação causada pela mudança climática.

“O principal promotor do conflito dominante na região do Cinturão Médio são os extremistas Fulani, que parecem motivados em grande parte pelo chauvinismo étnico-religioso, em sua maioria contra agricultores cristãos - embora eu observe que em outros lugares os muçulmanos xiitas também são vítimas, e que os conflitos entre os sunitas também existem dentro da comunidade muçulmana”, disse Smith.

Muitos dos ataques denunciados contra as aldeias são "massacres", disse Smith, já que civis são alvo de assassinatos, violência e estupros.

Em 2017, os bispos católicos informaram um número e intensidade crescentes de ataques de Fulanis, que utilizavam armamentos sofisticados nunca antes vistos em confrontos anteriores entre pastores e agricultores.

Alguns bispos enfatizaram a natureza etnorreligiosa dos ataques, afirmando que os militantes Fulani, em sua maioria muçulmanos, visam especificamente os povoados e igrejas cristãs.

O Embaixador dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa, Sam Brownback, disse na quinta-feira que a violência "frequentemente se desdobra em termos de fé", mesmo que os conflitos não sejam de origem religiosa.

As organizações não governamentais alertaram sobre "implicações cada vez mais religiosas" do conflito no ano passado, com relatos sobre o incêndio de locais religiosos e conversões forçadas de algumas vítimas de sequestro.

Dom Avenya acusou o governo nigeriano de não proteger os cristãos do Cinturão Médio.

"Como é possível explicar um cenário no qual até centenas de aldeães inocentes e indefesos morrem em um só ataque e ninguém diz nada a respeito?”, perguntou.

"Parece que o sistema não apenas permitiu, mas também está ajudando a entronizar as visões supremacistas de um grupo religioso sobre outros", disse.

Destro disse que os líderes religiosos e políticos e os grupos de ajuda enfatizaram a falta de segurança no país e assinalou que as comunidades locais não têm recursos para se proteger e processar os perpetradores de violência.

“Se uma comunidade liga para o equivalente nigeriano do 911, ninguém atende. Não há proteção policial efetiva”, disse.

A audiência aconteceu depois que a mídia internacional relatou mais dois ataques a civis nesta semana. Em 15 de dezembro, o grupo terrorista islâmico Boko Haram admitiu sua culpa pelo sequestro de centenas de crianças em uma escola no estado de Katsina, no noroeste, e no sudeste do país um sacerdote nigeriano foi sequestrado por quatro homens armados na segunda-feira e depois libertado na quarta-feira.

Devido à violência contínua contra civis na Nigéria, o Departamento de Estado designou a Nigéria, na semana passada, como um “País de Preocupação Especial (PCCh)” pela primeira vez na história, uma lista reservada para os países com os piores registros em matéria de liberdade religiosa, como China, Coreia do Norte e Arábia Saudita.

A designação é "esperançosamente um verdadeiro alerta" para o governo, disse Smith, e assinalou que, se não houver uma resposta adequada à designação, os Estados Unidos deveriam considerar o uso de sanções.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

Papa Francisco no Panamá: recordando a JMJ 2019

Papa Francisco saudado por jovens no Panamá  (Vatican Media)

Assinalamos aqui o essencial das palavras do Papa no Panamá. Partindo do dia 27 de janeiro com o anúncio oficial da Jornada portuguesa que decorrerá em 2023. Lisboa evocará essa data acolhendo os símbolos da JMJ.

Rui Saraiva - Cidade do Porto

A próxima Jornada Mundial da Juventude será em Portugal na cidade de Lisboa no ano 2023. Uma grande responsabilidade para a capital portuguesa e para o país. Uma missão muito especial para a diocese de Lisboa.

O anúncio oficial de que a próxima JMJ seria em Portugal foi feito pelo Cardeal Kevin Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, no domingo 27 de janeiro de 2019 no Campo São João Paulo II, no Metro Park, na Cidade do Panamá.

Sé de Lisboa acolhe os símbolos da JMJ

Evocando esse momento tão importante a organização da JMJ Lisboa 2023 acolherá na Sé de Lisboa os símbolos da JMJ, precisamente, no dia em que se completam dois anos após o anúncio. Será na quarta-feira, 27 de janeiro, o acolhimento que a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, em modo oficial em Lisboa. Uma celebração que decorre em tempo de pandemia de covid-19 e em momento de confinamento geral em Portugal. Por isso terá transmissão nas plataformas digitais.  

Entretanto, recordemos aqui o essencial das palavras do Papa Francisco na Jornada do Panamá naquela que foi a 26ª Viagem Internacional do Santo Padre. Participaram mais de 600 mil jovens de 156 países acompanhados por 480 bispos. Uma organização de mais de 20 mil voluntários. Cobriram o encontro mais de 2500 jornalistas.

Jovens, “construtores de pontes”

Foi no Campo de Santa Maria La Antígua na Faixa Costeira da cidade do Panamá que o Papa Francisco foi acolhido na quinta-feira dia 24 de janeiro para a XXXIV edição das Jornadas Mundiais da Juventude.

Centenas de milhares de jovens saudaram o Santo Padre efusivamente e escutaram com grande atenção as suas palavras. A acolher o Papa representantes jovens dos cinco continentes.

Do continente europeu era português o rapaz que acolheu o Santo Padre. Joaquim Goes, o seu nome.

Francisco assinalou que este grande evento de juventude é tempo de encontro na pluralidade para que os jovens sejam “construtores de pontes”. O Papa exortou os jovens a viverem um “sonho comum” que a todos envolve: “um sonho chamado Jesus”: “A cultura do encontro é apelo e convite a termos a coragem de manter vivo um sonho comum”.

“O sonho, pelo qual Jesus deu a vida na cruz e o Espírito Santo, no dia de Pentecostes, foi derramado e gravado a fogo no coração de cada homem e mulher, no teu e no meu, com a esperança de aí encontrar espaço para crescer e desenvolver-Se. Um sonho chamado Jesus, semeado pelo Pai com a confiança que crescerá e viverá em todo o coração” – disse o Papa.

O Papa recordou as palavras de S. Óscar Romero: “O cristianismo é uma Pessoa que me amou tanto, que reivindica e pede o meu amor. O cristianismo é Cristo”.

Um encontro no amor de Cristo – disse Francisco – “um amor que não se impõe nem esmaga, um amor que não marginaliza nem obriga a estar calado, um amor que não humilha nem subjuga. É o amor do Senhor: amor diário, discreto e respeitador, amor feito de liberdade e para a liberdade, amor que cura e eleva” – declarou o Papa frisando que o amor em Cristo é “serviço” e “doação”.

Na sua intervenção inicial aos jovens reunidos nas Jornadas Mundiais da Juventude, o Papa Francisco recordou o amor com o qual Maria, Mãe de Jesus, disse sim: “Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua Palavra”.

Junto da Cruz para acolher e acompanhar quem sofre

Dia 25 de janeiro, Via Sacra dos Jovens com o Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude no Panamá: nas várias estações os jovens refletiram sobre os sofrimentos dos pobres, dos povos indígenas, dos migrantes, dos mártires cristãos, a violência sobre as mulheres, a corrupção, o terrorismo, o aborto. Rezaram pelo ecumenismo, pelos Direitos Humanos, pela defesa do ambiente.

Francisco na sua reflexão começou por assinalar “o caminho de Jesus para o Calvário” como sendo “um caminho de sofrimento e solidão que continua nos nossos dias”. Um sofrimento que continua numa sociedade onde impera a indiferença “que consome e se consome, que ignora e se ignora na dor dos seus irmãos” – disse o Papa.

O Santo Padre reconheceu que também nós, amigos do Senhor, nos deixamos “levar pela apatia” e pelo “imobilismo”, pois “é fácil cair na cultura do bullying, do assédio e da intimidação!”

“Para Vós, Senhor, não é assim! Na cruz, identificastes-Vos com todo o sofrimento, com quem se sente esquecido” – declarou o Papa lembrando o “grito sufocado das crianças impedidas de nascer e de tantas outras a quem se nega o direito a ter uma infância, uma família, uma instrução”.

Francisco lembrou também as “mulheres maltratadas”, os “olhos tristes dos jovens que veem ser arrebatadas as suas esperanças de futuro por falta de instrução e trabalho digno” e aqueles que “caem nas redes de pessoas sem escrúpulos”, os jovens que se deixam absorver “numa espiral de morte por causa da droga, do álcool, da prostituição e do tráfico humano”.

O Santo Padre recordou ainda os que vivem na solidão e os que são rejeitados pela sociedade; os idosos que são “abandonados e descartados”; “os povos nativos despojados das suas terras”; a mãe Terra “ferida nas suas entranhas”.

Uma “sociedade que perdeu a capacidade de chorar e comover-se à vista do sofrimento” – afirmou.

Francisco perguntou-se se somos hoje capazes de consolar e acompanhar quem sofre, permanecendo ao pé da Cruz. A este propósito recordou Maria, Mãe de Jesus, “mulher forte” que disse “sim” que “apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança” – disse o Santo Padre.

O Papa afirmou que “também nós queremos ser uma Igreja que apoia e acompanha, que sabe dizer: estou aqui, na vida e nas cruzes de tantos cristos que caminham ao nosso lado”.

E com Maria “aprendemos a dizer sim” no apoio a quem precisa na família, não nos calando perante uma “cultura dos maus-tratos” e do “abuso, do descrédito e agressão”. Dizer sim acolhendo os abandonados, os que perderam a sua terra, a família ou o emprego.

“Como Maria, queremos ser Igreja que favoreça uma cultura que saiba acolher, proteger, promover e integrar” – declarou o Papa.

Ide e testemunhai

No dia 27 de janeiro, domingo, no Estádio Rommel Fernández, o Papa Francisco encontrou-se com os voluntários que organizaram e prestaram serviço nas Jornadas Mundiais da Juventude do Panamá.

O Santo Padre ouviu vários testemunhos de jovens que colaboraram ativamente na realização deste grande encontro de juventude.

Agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas e referiu que após esta experiência das JMJ os jovens que participaram como voluntários já sabem o que significa o que é uma missão e sublinhou como é importante não deixar que “as limitações” e “as fraquezas” nos “bloqueiem e impeçam de viver a missão” a que Deus nos chama.

Francisco assinalou, em particular, a importância da oração na organização de um evento como as JMJ:

“Preparastes cada detalhe com alegria, criatividade e empenho, e com muita oração. Porque, se for rezada, sente-se a realidade em profundidade. A oração dá espessura e vitalidade a tudo o que fazemos. Rezando, descobrimos que fazemos parte duma família maior de quanto possamos ver e imaginar” – afirmou o Papa.

No culminar desta grande experiência de fé, o Santo Padre declarou ser este o momento de enviar os voluntários na missão de testemunhar a todos o que viveram:

“Ide e contai, ide e testemunhai, ide e transmiti o que vistes e ouvistes. Tudo isto, queridos amigos, dai-o a conhecer, não com muitas palavras, mas – como fizestes aqui – com gestos simples do dia a dia, aqueles que transformam e fazem novas todas as coisas”.

A próxima Jornada Mundial da Juventude será em Lisboa em 2023. Não obstante a pandemia e o atual confinamento geral que vigora em Portugal, os jovens portugueses estão a preparar em espírito de serviço a JMJ 2023. Orientados pelo lema proposto pelo Papa Francisco: “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.

Laudetur Iesus Christus

Vatican News

0 razões pelas quais o Terço é tão poderoso

Imagem referencial/ Crédito: Pixabay

REDAÇÃO CENTRAL, 19 jan. 21 / 05:00 am (ACI).- Pe. Dwight Longenecker, pároco de Our Lady of the Rosary, em Carolina do Sul (Estados Unidos), compartilhou um novo artigo para ‘National Catholic Register’ com 10 razões pelas quais a oração do Terço é uma das mais "poderosas".

“Os santos dizem. Os papas dizem. O Terço é uma arma poderosa contra o mal. Mas, já parou para descobrir por quê?”, escreveu o presbítero na introdução de seu recente artigo. 

A seguir, as 10 razões que explicam o poder do Terço:

1. Porque o Terço envolve a vontade

Sobre o primeiro ponto, Pe. Longenecker explicou: “A vontade humana é poderosa porque é compartilhar o poder de Deus. Dá-nos a vontade de escolher fazer o bem ou fazer o mal, e essa vontade, em si mesma, é uma arma poderosa no âmbito espiritual. É por isso que Satanás visa nos escravizar e incapacitar nossa vontade através de vícios. Quando nossa vontade se une à vontade de Deus através da oração, literalmente aproveitamos a fonte de poder de Deus”.

2. Porque o Terço é físico

O sacerdote revelou que, quando “usamos os aspectos físicos da oração”, como adotar uma postura intencional ou sacramentais como “velas abençoadas, água benta, incensos e quadros ou imagens sagradas”, então, “estamos usando as ferramentas que possuímos e que Satanás não possui”, o que significa uma vantagem.

Pe. Longenecker lembrou que “os anjos, e isso inclui os demônios, são criaturas puramente espirituais. Eles não têm a forma física e, portanto, são inferiores a nós”.

3. Porque o Terço envolve nossas funções linguísticas

O também escritor de livros espirituais recorda que "Satanás não tem os meios da fala física"; em troca, o homem recebeu de Deus "línguas para louvá-lo" e "cordas vocais e ânimo para falar e cantar".

“Por isso, devemos rezar o Terço em voz alta, movendo nossos lábios. Isso compromete nosso corpo físico e nosso intelecto, através dos quais podemos produzir fala”, acrescentou.

4. Porque o Terço implica nossa imaginação

Pe. Longenecker detalha que, quando meditamos os mistérios do Terço, envolvemos a parte não verbal de nossa mente, que se comunica através de imagens "de uma maneira positiva e purificadora".

“Satanás gosta de cativar nossa imaginação através de imagens pecaminosas. Essas imagens podem ser comunicadas através da Internet, televisão ou qualquer estímulo visual, mas também quer que nossa imaginação permaneça em imagens que são destrutivas. Portanto, nossa imaginação pode ser usada para fantasias luxuriosas, imaginações violentas contra nossos inimigos ou desfrutar de lembranças negativas”, recordou.

Portanto, disse que meditar os mistérios do Terço "limpa nossa imaginação e compromete e usa a imaginação para promover a vontade de Deus em vez do mal".

5. Porque recitar o Terço através da linguagem leva à meditação

O sacerdote explica que "nossas mentes geralmente funcionam de maneira linguística: usando a fala e os conceitos da fala para pensar em problemas, pensar no futuro, planejar o que vem depois etc.".

Então, quando se reza o Terço, a imaginação pode ser "limpa" com "a meditação".

"Ao rezar o Terço, esse canal de nossa mente está ocupado e as portas podem se abrir para a imaginação e o que eu chamo de partes ‘sub-linguísticas’ do nosso ser", afirmou.

6. Porque com o Terço é possível acessar experiências passadas para curá-las

Pe. Longenecker comenta que "as emoções verdadeiras são irracionais e inexplicáveis" e, portanto, é "na área emocional da alma onde temos nossas experiências fundamentais".

“No útero materno e nos estágios pré-linguísticos da vida, experimentamos a vida de maneira irracional e emocional. Enquanto rezamos o Terço e o canal linguístico está ocupado e o canal imaginativo está ocupado, o Espírito Santo pode acessar as experiências sub-linguísticas, profundas e cruas de nossos primeiros dias. Se houver feridas e más lembranças emocionais, a Mãe Maria poderá curá-las”, explicou o presbítero.

7. Porque, com o Terço, aplicam-se os mistérios curativos

“Escrevi mais sobre como isso funciona no meu livro 'Rezando o Terço para a cura interna', mas basta dizer que, ao rezar o Terço, os mistérios sobre o nascimento, o ministério, a paixão e a glória de Cristo se abrem e o Espírito Santo os aplica às nossas próprias necessidades internas. Onde há impurezas, são eliminadas. Onde há más lembranças, são curadas. Onde há feridas, o doutor Jesus e a enfermeira Maria atendem às nossas necessidades”, disse o presbítero.

8. Porque o Terço é a arma ideal para a batalha espiritual

Pe. Longenecker foi muito claro neste ponto: “Satanás odeia o Terço. Odeia Maria. Odeia o Evangelho. Odeia Deus. Odeia Cristo, o Senhor. Odeia a oração do Senhor. Odeia a Ave-Maria. Ele odeia você toda vez que reza o Terço por tudo que descrevi anteriormente, porque está entrando no território que ele quer reivindicar como dele. Ele quer controlar a sua vontade e você lhe tira isso. Ele quer controlar as suas palavras, mas você lhe tira isso. Ele quer ter controle sobre sua imaginação, mas você lhe tira isso. Ele quer ter controle sobre suas emoções e seus primeiros anos de vida; você lhe tira isso".

9. Porque as mesmas vitórias sobre o mal descritas nos Evangelhos se aplicam à vida real

O presbítero disse que, "em muitos sentidos, os mistérios do Evangelho dão vida à vitória de Cristo sobre Satanás e, rezando o Terço, podemos aplicar essas vitórias contra a obra de Satanás no mundo".

10. Porque o Terço é acessível e fácil para todos

Finalmente, para Pe. Longenecker, é “incrivelmente surpreendente” que Deus, através do Terço, gere “uma cura muito profunda na vida individual e no mundo da maneira mais acessível e fácil”.

“Não é necessário realizar longas sessões de psicanálise ou aconselhamento. Em vez disso, homens, mulheres, meninos e meninas comuns podem simplesmente rezar o Terço. Todas essas coisas boas acontecem mesmo quando não somos conscientes de que estão ocorrendo estes aspectos profundos de rezar”, ressaltou.

Publicada originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

São Mário

São Mário | ArqSP

A memória de São Mário está ligada ao martírio do século terceiro. Junto com ele está a memória de outros mártires: Marta, sua esposa, Audifax e Ábaco, supostamente seus filhos e o padre Valentim. Os cinco testemunhos foram narrados cerca de um século depois dos fatos, o que dificulta separar fatos de tradições orais. 

A tradição conta que Mário e sua família veio da Pérsia para Roma, venerar os túmulos de Pedro e Paulo. Nos arredores da cidade acabaram ajudando o padre Valentim a enterrar os corpos de duzentos e sessenta mártires, que jaziam decapitados e abandonados ao lado de uma estrada. Eles foram flagrados no cemitério e presos. 

Todos morreram, pois não renegaram a fé e se recusaram a prestar culto ao imperador. Os homens foram decapitados na Via Cornélia e Marta, mesmo informando que ainda não havia recebido o batismo, também morreu, afogada num poço fora dos muros de Roma. 

Reflexão:

Ainda que fruto de tradição antiquíssima, a história de Mário é exemplo de uma vida familiar integra e unida. Assumir a fé em Cristo e testemunhar em família esta fé, garantiu-lhe a glória dos altares. Que nossas famílias sejam celeiros de fé e que ensinemos aos filhos e netos o amor ao Pai do Céu.

Oração:

Senhor Jesus, ressuscitado dentre os mortos pelo poder do Espírito Santo, e que vives pelos séculos junto ao Pai: aumenta nossa fé, robustece nossa esperança e dá-nos beber da fonte de teu amor, para que não declinem nossas forças enquanto peregrinamos até a Jerusalém celeste. Amém.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF