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sábado, 23 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Catequeses Mistagógicas (Parte 7/8)

São Cirilo de Jerusalém (313-350)

Catequeses Mistagógicas

VI. Quinta Catequese Mistagógica

E leitura da epístola católica de São Pedro: «Despojai-vos, pois, de toda malícia e falsidade e maledicência» etc.

VI.1 A Celebração Eucarística

1. Pela benignidade de Deus, ouvistes de maneira suficiente, nas reuniões precedentes, sobre o batismo, a crisma e a participação do corpo e sangue de Cristo. Mas agora é necessário ir adiante, para coroar o edifício espiritual de vossa instrução.

2. Vistes o diácono oferecer água ao pontífice e aos presbíteros que rodeiam o altar de Deus para lavarem-se. Não a deu, absolutamente, por causa da sujeira corporal. Não é isso. Pois com o corpo sujo nem sequer teríamos entrado na igreja. Mas lavar as mãos é símbolo de que nos devemos purificar de todos os pecados e de todas as faltas. Já que as mãos são símbolo das obras, lavamo-las, indicando evidentemente a pureza e a irrepreensibilidade das obras. Não ouviste como o bem-aventurado Davi te introduziu neste mistério ao dizer: «Lavarei as mãos entre os inocentes e andarei ao redor do teu altar, Senhor»? Então, lavar as mãos é estar limpo de pecado.

3. Depois o diácono proclama: «Acolhei-vos mutuamente e dai-vos o ósculo da paz». Não suponhas que este ósculo seja como os que os amigos íntimos se dão na praça pública. Este ósculo não é assim. Mas este ósculo une as almas entre si e é para elas penhor de esquecimento de todos os ressentimentos. É sinal de que as almas se unem e afastam toda lembrança de toda injúria. Por isso Cristo disse: «Quando fores apresentar uma oferta perante o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, depois volta para apresentar a tua oferta». Então, o ósculo é reconciliação, e é por esta razão que é santo, como o bem-aventurado Paulo o proclama alhures: «Saudai-vos uns aos outros no ósculo santo». 4 E Pedro: «Saudai-vos uns aos outros no ósculo de caridade». 5

VI.2 Introdução à anáfora

4. Depois disso o sacerdote proclama: «Corações ao alto!» Verdadeiramente, nesta hora mui tremenda, é preciso ter o coração no alto, junto de Deus, e não embaixo, na terra, nas coisas terrenas. Com autoridade, pois, o sacerdote ordena que nesta hora se abandonem todas as preocupações da vida e os cuidados domésticos e que se tenha o coração no céu, junto ao Deus benevolente.

Vós então respondeis: «Já os temos no Senhor!» assentindo à ordem por causa do que confessais. Ninguém esteja presente dizendo apenas com a boca: «Nós os temos no Senhor», tendo a mente voltada para as preocupações da vida. Sempre devemos estar lembrados de Deus. Se isso é impossível pela fraqueza humana, naquela hora isto é o que mais deve ser procurado.

5. Depois diz o sacerdote: «Demos graças ao Senhor». Deveras, devemos agradecer-lhe, porque sendo indignos chamou-nos a tamanha graça que nos reconciliou, sendo seus inimigos, e nos fez dignos da adoção do Espírito.6 E vós dizeis: «É digno e justo». Pois quando damos graças nós fazemos algo digno e justo. Ele nos beneficiou não com a justiça, mas além de toda justiça, fazendo-nos dignos de grandes bens.

VI.3 Anáfora, prece de louvor

6. Depois disso mencionamos o céu, a terra e o mar, o sol e a lua, os astros, toda criatura racional e irracional, visível e invisível, os anjos e arcanjos, as virtudes, dominações, principados, potestades, tronos, os querubins de muitas faces e, com vigor, dizemos com Davi: «Celebrai comigo o Senhor». Lembramo-nos ainda dos serafins, que Isaías, no Espírito Santo, contemplava. Estavam colocados em círculo ao redor do trono de Deus. Com duas asas cobriam o rosto, com outras duas os pés, e com mais duas voavam e diziam: «Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos».9 Por isso recitamos essa doxologia que nos foi transmitida pelos serafins, para que neste canto nos associemos aos exércitos celestes.

VI.4 Epíclese

7. Depois de santificados por esses hinos espirituais, suplicamos ao Deus benigno que envie o Espírito Santo sobre os dons colocados, para fazer do pão corpo de Cristo e do vinho sangue de Cristo. Pois tudo o que o Espírito Santo toca é santificado e transformado.

VI.5 Intercessões

8. Em seguida, realizado o sacrifício espiritual, o culto incruento, em presença dessa vítima de propiciação, invocamos a Deus pela paz comum das igrejas, pelo bem-estar do mundo, pelos imperadores, pelos exércitos e aliados, pelos doentes, pelos aflitos e, em geral, todos nós rezamos por todos aqueles que têm necessidade de socorro e oferecemos essa vítima.

9. Depois fazemos menção dos que adormeceram, primeiro dos patriarcas, profetas, apóstolos, mártires, para que Deus, por suas preces e intercessão, aceite nossa súplica. Depois ainda rezamos pelos santos padres, bispos adormecidos e, enfim, por todos os que nos precederam, persuadidos de que será de máximo proveito para as almas, pelas quais a súplica é elevada ante a santa e tremenda vítima.

10. E quero persuadir-vos com um exemplo. Sei que muitos dizem: Que aproveita à alma que parte deste mundo com faltas ou sem elas, se é mencionada na oferenda [eucarística]? Porventura, se um rei banisse aos que se rebelaram contra ele, e se em seguida seus companheiros, trançando uma coroa, a presenteiam ao rei em favor dos condenados, não lhes concederá a remissão dos castigos? Do mesmo modo nós também, apresentando a Deus as súplicas pelos adormecidos, embora tenham sido pecadores, nós não trançamos uma coroa, mas apresentamos o Cristo imolado por nossos pecados, tornando propício em favor deles e em nosso o Deus benigno.

ECCLESIA

A fórmula para banir o mal do mundo, segundo São João Paulo II

Derrick CEYRAC | AFP
por Philip Kosloski

Ele acreditava firmemente que o mal e a violência no mundo só poderiam ser derrotados com o bem.

É tentador querermos “combater fogo com fogo”, especialmente ao lidarmos com a violência ou injustiça no mundo. No entanto, São João Paulo II acreditava que lutar contra o mal com mais mal só criaria problemas.

Em uma mensagem para o Dia da Palavra pela Paz em 2005, o pontífice polonês explicou seu raciocínio:

“Escolhi como tema para o Dia Mundial da Paz de 2005 a exortação de São Paulo na Carta aos Romanos: «Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem» (12,21). O mal não se derrota com o mal: de fato, por aí, em vez de vencermos o mal, somos por ele derrotados”.

Mal versus valores morais

Esta pode ser uma mensagem desafiadora, especialmente quando nos sentimos ameaçados pelo mal no mundo. No entanto, São João Paulo II permanece firme em sua mensagem para combater o mal, em todas as suas formas, com o bem:

“Contemplando a situação atual do mundo, não se pode deixar de constatar uma impressionante difusão de numerosas manifestações sociais e políticas do mal: desde a desordem social à anarquia e à guerra, da injustiça à violência contra o outro e à sua supressão. Para orientar o seu próprio caminho entre as solicitações opostas do bem e do mal, a família humana tem urgente necessidade de valer-se do patrimônio comum de valores morais que o mesmo Deus lhe deu. Por isso, a quantos estão decididos a vencer o mal com o bem, São Paulo convida a cultivar atitudes nobres e desinteressadas de generosidade e de paz (cf. Rm 12,17-21). Nenhum homem, nenhuma mulher de boa vontade pode esquivar-se ao compromisso de lutar para vencer o mal com o bem. É uma batalha que se combate validamente somente com as armas do amor. Quando o bem vence o mal reina o amor, e onde reina o amor reina a paz.”

Enfim, se desejamos paz no mundo e o fim da divisão e da violência, devemos contra-atacar com caridade e bondade. Caso contrário, estaremos apenas adicionando combustível às chamas.

Aleteia

Congresso Nacional de Honduras proíbe o aborto

Congresso Nacional Hondurenho | Guadium Press
Congresso Nacional Hondurenho aprovou reforma constitucional que protege a proibição absoluta do aborto e estabelece “Escudo contra o aborto em Honduras”.

Tegucigalpa – Honduras (22/01/2021, 16:35, Gaudium Press) Uma iniciativa denominada “Escudo contra o aborto em Honduras” protege o artigo 67 da Constituição hondurenha e foi apresentada no último dia 11 de janeiro pelo vice-presidente do país, Mario Pérez, que alegou que “todo ser humano tem direito à vida”.

A reforma foi aprovada em sua totalidade pela maioria da Câmara, com 88 votos a favor proteção à vida e 32 votos contrários.

Legislação hondurenha impede que se pratique qualquer tipo de aborto, em qualquer circunstância

A legislação hondurenha impede que se pratique qualquer tipo de aborto em qualquer circunstância, algo que não vai mudar no futuro, apesar das pressões internacionais e de organizações abortistas.

A própria ONU pediu a Honduras que não aprovasse a medida tomada ontem, quinta-feira, 21 de janeiro.

Congresso Nacional Hondurenho aprovou reforma constitucional que protege a proibição absoluta do aborto e estabelece “Escudo contra o aborto em Honduras.
Guadium Press

Considera-se proibida e ilegal a prática de qualquer forma de interrupção da vida do que está por nascer

A partir de agora, o Artigo 67 da Constituição de Honduras fica assim estabelecido:

“Considera-se proibida e ilegal a prática de qualquer forma de interrupção da vida do que está por nascer, de quem se deve respeitar a vida em todo momento.
Serão nulas e inválidas as disposições legais que estabeleçam o contrário”.

Bispos dos Estados Unidos saúdam medidas de Biden sobre migração

Uma demonstração a favor dos Dreamers.
Crédito: Pax Ahimsa Gethen (CC BY-SA 4.0)

WASHINGTON DC, 23 jan. 21 / 06:00 am (ACI).- Os bispos dos Estados Unidos saudaram a decisão do presidente Joe Biden de interromper, em seu primeiro dia de mandato, algumas deportações e manter o programa DACA que favorece jovens imigrantes.

“Aplaudimos que o presidente Biden tenha restabelecido o programa DACA e o encorajamos fortemente a que ele e o Congresso gerem uma legislação que permita que os Dreamers tenham cidadania”.

Assim indicaram os bispos em um comunicado assinado pelo presidente do Episcopado e Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gomez, e Dom Mario Dorsonville, Bispo Auxiliar de Washington e Chefe do Comitê de Migração.

O presidente Barack Obama criou em 2012 o Programa de Ação Diferida os Chegados na Infância (DACA), que favorece os dreamers, que chegaram ilegalmente ao país. Cerca de 800 mil pessoas foram beneficiadas com o mesmo.

A administração Trump tentou desde 2017 fechar o programa, ao não aceitar novos beneficiários, e deu ao Congresso seis meses para emitir uma lei, algo que não aconteceu. Depois disso, o governo procurou encerrar o programa, mas vários cortes o impediram.

Em junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o procedimento do governo para encerrar o programa era ilegal.

O Supremo Tribunal enviou o caso de volta ao governo, que anunciou que continuaria a não aceitar novos beneficiários enquanto o programa estava sendo revisado, e concedeu um ano de renovação aos beneficiários do mesmo.

A equipe de transição de Biden prometeu que enviará uma lei migratória ao Congresso para, entre outras coisas, oferecer um caminho para a cidadania para os dreamers e aqueles com Status de Proteção Temporária (TPS).

Dom Dorsonville também saudou outras decisões migratórias de Biden, incluindo a revogação de uma ordem executiva de Trump de 2017 que expandiu e intensificou a fiscalização da imigração e deportações de imigrantes indocumentados.

O diretor interino do Departamento de Segurança Interna declarou na quarta-feira uma suspensão de 100 dias nas deportações de alguns imigrantes indocumentados.

"As ações de quarta-feira por parte da nova administração são primeiros passos importantes para garantir que a aplicação da lei de imigração em nosso país seja equilibrada e humana", disse Dom Dorsonville.

“Muitas pessoas experimentaram uma aplicação dura da lei na fronteira entre Estados Unidos e México e dentro dos Estados Unidos, fazendo com que famílias fossem desnecessariamente separadas”, lamentou.

"Nossa fé católica reconhece o direito das nações de controlar suas fronteiras, mas ainda podemos defender o Estado de Direito sem negar refúgio aos vulneráveis, ao mesmo tempo que reconhecemos a importância e a necessidade da unidade familiar", disse.

Entre suas primeiras ações como presidente na quarta-feira, 21 de janeiro, Biden também tomou algumas medidas executivas para acabar com a proibição de viagens de alguns países africanos e de maioria muçulmana, assim como deter a construção do muro de fronteira entre os Estados Unidos e o México.

Catholic Relief Services (CRS), instituição de caridade da Igreja nos Estados Unidos que ajuda muitos imigrantes, elogiou o caminho proposto por Biden para a cidadania para os beneficiários do TPS, e indicou que esta política protege “as pessoas e famílias vulneráveis” de países como El Salvador, Honduras e Haiti.

“Com base em nossa presença na América Latina e nossos parceiros da Igreja na região, sabemos que esses países não estão preparados para reintegrar seus cidadãos e estão sobrecarregados pelas consequências de desastres naturais, insegurança e Covid-19”, disse o vice-presidente da missão de CRS Mobilização e promoção, Bill O'Keefe, à CNA, agência em inglês do grupo ACI.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

África. Bispos: Promover formação bíblica, conhecer a Bíblia é encontrar Jesus

Palavra de Deus na Sagrada Escitura 

Qual é a situação do apostolado bíblico em África? A esta pergunta quis responder a conferência online organizada no dia 20 de janeiro pela Federação Bíblica Católica (CBF) e o Centro Bíblico Católico para a África e Madagáscar (Bicam), dirigido pelo Padre Albert Ngengi Mundele. O evento foi ocasião para tratar das traduções e da formação bíblica no Continente africano, conhecido pelo seu amor à Palavra de Deus.

Cidade do Vaticano

Os trabalhos da videoconferência – segundo informa a agência Aci Africa – centraram-se em particular nas traduções da Bíblia para as línguas locais africanas, dificultadas pela falta de fundos e estruturas adequadas, e na necessidade de uma maior "oralidade na proclamação da palavra de Deus". Apesar disso, o Padre Xene Sanchez, diretor da "Verbum Bible", uma editora de livros religiosos dirigida pelos Missionários Verbitas na República Democrática do Congo, deu exemplos daquilo pelo qual a África é conhecida, ou seja, o "seu particular amor pela Palavra de Deus".

África primeiro Continente a traduzir a Bíblia

“A África é o primeiro continente com maior número de traduções da Bíblia - explicou o padre Sanchez - o que é surpreendente porque é um território menor em relação à Ásia. E mesmo assim, foi o primeiro a traduzir a Bíblia”. As estatísticas também dizem, prosseguiu o missionário Verbita, que os africanos “seguem apenas aos latino-americanos na compra da Bíblia, facto que, no contexto das dificuldades financeiras em que vive a população local, representa um grande testemunho de amor que essa tem pelas Sagradas Escrituras”.

Responder às seitas com interpretação correcta da Bíblia

O “número de voluntários para a formação bíblica” é também muito alto, sublinhou ainda o padre Sanchez, porque “o povo tem realmente muita fome” dela. Por isso, acrescentou o sacerdote, a formação deverá ser sempre "mais eficaz": em África, de facto, existem muitas seitas às quais devemos responder com "a interpretação correcta das Sagradas Escrituras". Daí a esperança de que a Bíblia esteja "disponível para todos os africanos de todas as idades, posições sociais e condições económicas".

Encorajar posse pessoal da Bíblia

A conferência virtual contou também com a presença do Padre Rafael Simbine Junior, responsável da Comissão para a Evangelização do SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar), o qual destacou que “tornar conhecido e amado o Evangelho abre o caminho para o encontro pessoal com Jesus Cristo”. Nesta óptica, o Padre Simbine sugeriu de "encorajar a posse pessoal da Bíblia, tanto por parte do clero e das pessoas consagradas como da dos fiéis leigos".

Vatican News

Menino brasileiro pinta santos para custear tratamento e comove milhares

A história de Daniel Neves | ACI Digital

SALVADOR, 20 jan. 21 / 11:30 am (ACI).- A história de Daniel Neves, um menino natural de Guanambi (BA), de 13 anos, que pinta e vende quadros de santos para pagar o tratamento médico de suas doenças graves, comoveu as redes sociais e gerou uma onda de solidariedade.

Aos 8 meses, Daniel foi diagnosticado com rins policísticos, fibrose hepática e problemas no baço, doenças que o fizeram estar praticamente toda a sua vida no hospital.

Quando o pequeno completou 5 anos, seus rins pararam de funcionar e, por isso, teve que fazer hemodiálise todas as semanas. Foi nessa ocasião que aprendeu a pintar.

“Para que o tempo internado passasse mais rápido, ele começou a pintar lindas telas que hoje são vendidas por um preço simbólico para pagar seu tratamento”, indicou voaa_vaquinhadorazoes, rede que promove campanhas de doações, para a qual Daniel contou sua história.

A mãe do menino, Cleide Neves, disse à iBahia que o menino sempre gostou de desenhar e enquanto estava no hospital Roberto Santos “várias pessoas pediam para ele fazer desenhos variados”.

Além disso, destacou que "os médicos da instituição perceberam o talento do menino" e "ofereceram algumas aulas de pintura para ele".

Os quadros do pequeno Daniel são principalmente de santos católicos, mas também criou a imagem de Nossa Senhora dos Rins, para que a Virgem o proteja durante a operação e indique aos médicos como realizar o procedimento com sucesso.

Daniel mora atualmente em um apartamento emprestado em Salvador (BA) e a cada três meses viaja com a mãe para São Paulo (SP), para fazer os tratamentos necessários, o que gera despesas, além dos medicamentos que a família deve manter.

“O governo disponibiliza as passagens de ida e volta, mas os custos com deslocamento dentro da capital de um hospital para outro e alimentação são por conta da família”, assinalou a rede.

Infelizmente, Cleide “não consegue trabalhar pelos cuidados que o filho exige. Hoje, eles vivem apenas com um benefício da criança e uma pequena pensão que o pai paga”.

Para custear as despesas, a rede voaa_vaquinhadorazoes realizou uma campanha de doações, onde compartilharam a história do menino e em menos de 24 horas conseguiram alcançar o dobro do dinheiro necessário.

A campanha arrecadou mais de 209 mil reais que serão usados ​​para custear o tratamento de Daniel.

Cleide agradeceu a Deus e às pessoas de bom coração que ajudaram sua família a seguir em frente com o tratamento da criança.

“Muito obrigada a todos que estão nos ajudando com as suas orações, financeiramente, com o que puderam ajudar, estamos muito gratos por tudo”, indicou.

Daniel continua vendendo seus quadros, que alcançaram todo o mundo, como a Flórida (Estados Unidos), onde Mary Beth Burrows, de 80 anos, que também realiza hemodiálise, adquiriu uma das pinturas do menino.

É possível ajudar o tratamento de Daniel AQUI ou pode comprar um de seus quadros pelas redes sociais do menino.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Santo Ildefonso

S. Ildefonso | ArqSP

Segundo os escritos foi por intercessão de Nossa Senhora, a pedido de seus pais, que Ildefonso nasceu. Assim, o culto mariano tomou grande parte de sua vida religiosa, ponteada por aparições e outras experiências de religiosidade.

Ildefonso veio ao mundo no dia 08 de dezembro de 607, em Toledo, na Espanha. De família real, que resistiu aos romanos, mas, que se renderam politicamente aos visigodos, foi preparado muito bem para o futuro. Estudou com Santo Isidoro em Sevilha. Depois de fugir para o mosteiro de São Damião nos arredores de Toledo, Ildefonso conseguiu dos pais aprovação para se tornar monge, o que aconteceu no mosteiro próximo de sua cidade natal.

Pouco depois de tornar-se diácono, herdou enorme fortuna devido à morte dos pais.
Empregou todas as posses em favor dos pobres e fundou um mosteiro para religiosas. Seu trabalho era tão reconhecido que após a morte do abade de seu mosteiro, foi eleito por unanimidade para sucedê-lo. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo, sendo o responsável pela unificação da liturgia espanhola.

Mais tarde, quando da morte de seu tio e bispo de Toledo, Eugênio II, contra sua vontade foi eleito para o cargo. Chegou a se esconder para não ter que aceitá-lo, sendo convencido pelo rei dos visigodos que o procurou pessoalmente. Depois disso, Ildefonso desempenhou a função com reconhecida e admirada disciplina nos preceitos do cristianismo, a mesma que exigia e obtinha de seus comandados.

Nessa época Ildefonso escreveu uma obra famosa contra os hereges que negavam a virgindade de Maria Santíssima, sustentando que a Mãe de Deus foi Virgem antes, durante e depois do Parto. Exerceu importante influência na Idade Média com seus livros exegéticos, dogmáticos, monásticos e litúrgicos.

Entre suas experiências de religiosidade constam várias aparições. Além de ter visto Nossa Senhora rodeada de virgens, entoando hinos religiosos, recebeu também a "visita" de Santa Leocádia, no dia de sua festa, 09 de dezembro. Ildefonso tentava localizar as relíquias da Santa e esta lhe indicou exatamente o lugar onde seu corpo fora sepultado.

O sábio bispo morreu em 23 de janeiro de 667, sendo enterrado na igreja de Santa Leocádia. Mas, anos depois, com receio da influência que a presença de seus restos mortais representava, os mouros pagãos os transferiram para Zamora, onde ficaram até 888. Somente em 1400 seus despojos foram encontrados sob as ruínas do local e expostos à veneração novamente.

Santo Ildefonso recebeu o título de doutor da Igreja e é tido pela Igreja como o último Padre do Ocidente. Dessa maneira são chamados os grandes homens da Igreja que entre os séculos dois e sete eram considerados como "Pais" tanto no Oriente como no Ocidente, porque foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentando as heresias com o seu saber, carisma e iluminação. São aos responsáveis pela fixação das Tradições e Ritos da Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Catequeses Mistagógicas (Parte 6/8)

São Cirilo de Jerusalém (313-350)

Catequeses Mistagógicas

IV. Terceira Catequese Mistagógica 

Sobre a Crisma e leitura da primeira epístola de São João, a começar com: «Vós tendes a unção de Deus e conheceis todas as coisas», até: «e por Ele não sejamos confundidos na sua vinda».

IV.1 Significação espiritual

1. Batizados em Cristo e dele revestidos, vos tornastes conformes ao Filho de Deus. Em verdade, Deus, predestinando-nos à adoção de filhos, nos fez conformes ao corpo glorioso de Cristo. Feitos, pois, participes de Cristo, não sem razão, sois chamados cristos e é de vós que Deus disse: «Não toqueis os meus cristos».5 Ora, vós vos tornastes cristos, recebendo o sinal do Espírito Santo, e tudo se cumpriu em vós em imagem, pois sois imagens de Cristo.

Ele, quando banhado no rio Jordão e comunicando às águas a força da Divindade, delas saiu e se produziu sobre ele a vinda substancial do Espírito Santo, pousando igual sobre igual. Também a vós, ao sairdes das águas sagradas da piscina, se concede a unção, figura daquela com que Cristo foi ungido. Refiro-me ao Espírito Santo, do qual o bem-aventurado Isaías, na profecia a respeito dele, disse, na pessoa do Senhor: «O Espírito do Senhor [repousa] sobre mim, pelo que me ungiu; enviou-me para levar a boa-nova aos pobres». 6

2. Na verdade, Cristo não foi ungido com óleo ou ungüento material por um homem. Mas foi o Pai que, estabelecendo-o com antecedência como Salvador de todo o universo, o ungiu com o Espírito Santo, conforme diz Pedro: «Jesus de Nazaré, a quem Deus ungiu com o Espírito Santo». E o profeta Davi exclamou: «Teu trono, ó Deus, é para os séculos dos séculos; cetro de retidão, o cetro de tua realeza. Amaste a justiça e por isso te ungiu Deus, teu Deus, com o óleo da alegria, mais que teus companheiros». E como Cristo foi verdadeiramente crucificado e sepultado e ressuscitou, e vós, pelo batismo, fostes, por semelhança, tidos por dignos de com ele ser crucificados, sepultados e ressuscitados, assim também na unção do crisma. Ele foi ungido com o óleo espiritual da alegria, isto é, com o Espírito Santo, chamado óleo de alegria, por ser causa da alegria espiritual. Vós fostes ungidos com o óleo, feitos, partícipes e companheiros de Cristo.

3. Vê, porém, que não imagines ser um simples ungüento. Pois, como o pão da Eucaristia, depois de epíclese do Espírito Santo, já não é simples pão, mas o corpo de Cristo, assim também este santo ungüento, com a epíclese, já não é puro e simples ungüento, mas é dom de Cristo e obra do Espírito Santo, pela presença de sua divindade. Com ele se unge simbolicamente tua fronte e os outros sentidos. Se, por um lado, o corpo é ungido com o ungüento sensível, por outro, a alma é santificada pelo santo e vivificado Espírito.

IV.2 O rito da unção

4. E primeiro sois ungidos na fronte para serdes libertados da vergonha que o primeiro homem transgressor levou por toda parte9 e para que, de face descoberta, contempleis a glória do Senhor. 10 Depois nos ouvidos, para terdes ouvidos conforme disse Isaías: «E o Senhor me deu um ouvido para ouvir» e o Senhor no Evangelho: «Quem tem ouvidos para ouvir que ouça». Em seguida nas narinas, para que, ao receberdes este divino ungüento, possais dizer: «Somos para Deus, entre os que se salvam, o bom odor de Cristo». Depois no peito, a fim de que, «tendo revestido a couraça da justiça, resistais aos artifícios do diabo». 14 Como na verdade o Salvador, após seu batismo e a descida do Espírito Santo, saiu a combater o adversário, assim também vós, depois do santo batismo e da mística unção, revestidos da armadura do Espírito Santo, resistis à força inimiga e a venceis dizendo: «Tudo posso naquele que me conforta, Cristo».

5. Feitos dignos desta santa unção, sois chamados cristãos. Assim, pela regeneração, mostra ser de direito o nome [de cristãos]. Antes, pois, de serdes declarados dignos do batismo e da graça do Espírito Santo, não éreis dignos deste nome, mas estáveis a caminho de serdes cristãos.

IV.3 Prefigurações escriturísticas

6. É necessário que saibais que há ó símbolo desta unção na Escritura Antiga. E na verdade, quando Moisés comunicou ao irmão a ordem de Deus e o estabeleceu sumo sacerdote, depois de lavar-se com água, o ungiu e foi ele chamado cristo, em virtude, evidentemente, da unção figurativa. Do mesmo modo, o sumo sacerdote, ao elevar Salomão à dignidade de rei, o ungiu, depois de lavar-se no Gion. Mas essas coisas lhes aconteceram em figura. A vós, porém, não em figura, mas, em verdade. Isso, já que o começo de vossa salvação remonta àquele que foi ungido pelo Espírito Santo. Cristo é realmente as primícias, e vós sois a massa: mas se as primícias são santas, é evidente que a santidade também passa à massa.

7. Guardai imaculada esta unção: ensinar-vos-á todas as coisas, se permanecer em vós, como ouvistes há pouco dizer o bem-aventurado João, explicando muitas coisas sobre a unção. Esta unção é a salvaguarda espiritual do corpo e a salvação da alma.

Foi isto que desde tempos antigos o santo Isaías profetizou, dizendo: «E preparará o Senhor para todos os povos nesta montanha». 24 Por montanha ele designa a Igreja, como outras vezes quando diz: «E nos últimos dias será visível a montanha do Senhor»; «Beberão vinho, beberão a alegria, serão ungidos de ungüento». E para que mais te assegures, ouve o que diz sobre este ungüento em sentido místico: «Transmite tudo isso às nações, pois o desígnio do Senhor se estende sobre todos os povos». 27

Assim, pois, ungidos com este santo crisma, guardai-o sem mancha e irrepreensível em vós, progredindo em boas obras e tornando-vos agradáveis ao autor de nossa salvação, Cristo Jesus, a quem a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

V. Quarta Catequese Mistagógica

Sobre o Corpo e Sangue de Cristo e leitura da primeira epistola aos Corintios: «Porque eu recebi do Senhor o que vos transmiti» 1, etc.

1. Este ensinamento do bem-aventurado Paulo foi estabelecido como suficiente para vos assegurar acerca dos divinos mistérios, dos quais tendo sido julgados dignos, vos tornastes con-corpóreos e consangüíneos com Cristo. O próprio Paulo proclama precisamente: «Na noite em que foi entregue, Nosso Senhor Jesus Cristo, tomando o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e o deu a seus discípulos, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E tomando o cálice e tendo dado graças, disse: Tomai, bebei, isto é o meu sangue». 2 Se ele em pessoa declarou e disse do pão: «Isto é o meu corpo», quem se atreveria a duvidar doravante? E quando ele afirma categoricamente e diz: «Isto é o meu sangue», quem duvidaria dizendo não ser seu sangue?

2. Outrora, em Caná da Galiléia, por própria autoridade, transformou a água em vinho. Não será digno de fé quando transforma o vinho em sangue? Convidado às bodas corporais, realizou, este milagre maravilhoso. Aos companheiros do esposo não se concederá, com muito mais razão, a alegria de desfrutar do seu corpo e sangue?

V.1 Presença real de Cristo

3. Portanto, com toda certeza recebemo-los como corpo e sangue de Cristo. Em forma de pão te é dado o corpo, e em forma de vinho o sangue, para que te tornes, tomando o corpo e o sangue de Cristo, con-corpóreo e consangüíneo com Cristo. Assim nos tornamos portadores de Cristo (cristóforos), sendo nossos membros penetrados por seu corpo e sangue. Desse modo, como diz o bem-aventurado Pedro, «tornamo-nos participes da natureza divina». 54 Falando, outrora, aos judeus Cristo dizia: «Se não comerdes minha carne e não beberdes meu sangue, não tereis a vida em vós».6 Como não entendessem espiritualmente o que era dito, escandalizados, se retiraram, imaginando que o Salvador os incitava a comer carne humana.

5. Também no Antigo Testamento havia pães de proposição. Mas esses pães, por pertencerem à antiga aliança, tiveram fim. Na nova aliança o pão celeste e o cálice de salvação santificam a alma e o corpo. Pois, como o pão se adequa ao corpo, assim o Verbo se harmoniza com a alma.

6. Não consideres, portanto, o pão e o vinho como simples elementos. São, conforme a afirmação do Mestre, corpo e sangue. Se os sentidos isto te sugerem, a fé te confirma. Não julgues o que se propõe segundo o gosto, mas pela fé tem firme certeza de que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo.

V.2 Prefigurações escriturísticas

7. O bem-aventurado Davi te anuncia a força [deste mistério] dizendo: «Preparaste para mim a mesa à vista de meus inimigos». 10 Com isso ele quer dizer: Antes de tua vinda os demônios preparavam para os homens uma mesa contaminada e manchada, cheia de poder diabólico. Mas depois de tua vinda, ó Senhor, tu preparaste diante de mim uma mesa. Quando o homem diz a Deus: «Tu preparaste diante de mim uma mesa», que outra coisa quer ele insinuar, senão a mística e espiritual mesa, que Deus nos preparou em oposição ao adversário, isto é, em oposição ao demônio? Sim, é isso mesmo. Pois a primeira mesa tinha comunhão com os demônios, essa, ao contrário, comunhão com Deus. «Ungiste de óleo minha cabeça». Com o óleo te ungiu a cabeça, sobre a fronte, pelo sinal que tens de Deus, a fim de que te tornes assinalado santo de Deus. «E teu cálice inebria-me como o melhor». Vês aqui mencionado o cálice que Jesus tomou em suas mãos e sobre o qual rendeu graças dizendo: «Este é o meu sangue, que é derramado por todos, em remissão dos pecados».

8. Por isso também Salomão, aludindo a essa graça, disse: «Vem, come teu pão na alegria», o pão espiritual. «Vem» designa o apelo salutar e que faz bem-aventurado. «E bebe, de bom coração, teu vinho», o vinho espiritual. «Derrama o óleo sobre tua cabeça (vês aqui mais uma alusão à unção mística?) Traja sempre vestes brancas, já que Deus sempre favorece as tuas obras». «Pois agora Deus se agradou de tuas obras. Antes de te aproximares da graça eram tuas obras «vaidade das vaidades».

Todavia agora, tendo despido as velhas vestes e revestido espiritualmente a veste branca, é necessário estar sempre vestido de branco. Não dizemos isso absolutamente porque é preciso estar trajado de branco, mas porque deves, em realidade, revestir a veste branca, brilhante e espiritual, a fim de dizeres com o bem-aventurado Isaías: «Com grande alegria me rejubilei no Senhor, porque me fez revestir a vestimenta da salvação e me cobriu com a túnica da alegria». 19

9. Tendo aprendido e estando seguro de que o que parece pão não é pão, ainda que pareça pelo gosto, mas o corpo de Cristo, e o que parece vinho não é vinho, mesmo que o gosto o queira, mas o sangue de Cristo – e porque sobre isto dizia vibrando Davi: «O pão fortalece o coração do homem, para que no óleo se regozije o semblante» – fortalece o teu coração, tomando este pão como espiritual e regozije-se o semblante de tua alma. Oxalá, tendo a face descoberta, em consciência pura, contempleis a glória do Senhor, para ir de glória em glória, em Cristo Jesus Senhor Nosso, a quem a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

ECCLESIA

O NOVO QUE O TEMPO ATUAL EXIGE

Imagem: Engenharia é
por Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

O momento que a humanidade vive pôs em relevo um aspecto da existência humana que nos últimos tempos foi transcurado: a saúde do ser humano é indissociável da saúde do meio ambiente. Embora recentemente, em alguns espaços da sociedade, se destaque a necessidade de cuidar da Casa Comum (o meio ambiente), o tema ainda não está sendo suficientemente abordado com o rigor e a determinação que exige.

Não faltam dados mostrando que as mudanças climáticas e a atual pandemia têm impactado não só a economia, a política, a ética e o ambiente, mas também a sociedade. Tal realidade representa um chamado à responsabilidade e à necessidade de compreender que somente um compromisso coletivo de solidariedade e o desenvolvimento de uma cultura do cuidado, que tenham como foco o bem comum e a dignidade humana, poderão promover as condições necessárias para a superação dos desafios impostos a todos.

Urge continuar promovendo as orientações das autoridades sanitárias no tocante aos cuidados necessários diante da atual circulação ágil e perigosa do novo coronavírus. Certamente a disponibilidade de vacinas favorece a esperança de que a médio e longo prazo será possível superar os limites determinados pela presença do vírus entre nós. Ao mesmo tempo, não se pode olvidar a necessidade de promover a educação para uma ecologia integral. Afinal, “tudo está interligado”! Daí a importância de “repensar os estilos de vida, as relações, a organização das sociedades e, sobretudo, o sentido da existência” (Papa Francisco).

As medidas políticas e técnicas que a pandemia exige, não podem estar dissociadas de um processo educativo focado num modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade que considere a aliança entre os seres humanos e o meio ambiente.

Chegou o momento de uma mudança de rumo! O planeta Terra se encontra gravemente doente. Há uma multidão que clama por condições mínimas de vida digna. O modelo político-econômico que até então tem pautado decisões, mostra que não se tem cuidado suficientemente da casa comum e muito menos da vida de uma multidão de seres humanos.

Se a partir da Revolução Francesa foi dada primazia à liberdade e à igualdade, é hora de redescobrir a importância e dignidade da fraternidade; ela é dom e tarefa. Não se conseguirá atravessar o mar agitado da crise atual se não houver a determinação e a coragem de incluir a todos.

CNBB

Em um dia como hoje o aborto foi legalizado nos Estados Unidos

Imagem referencial. Crédito: Pexels (domínio público).

WASHINGTON DC, 22 jan. 21 / 09:00 am (ACI).- Em um dia como hoje, 48 anos atrás, a Suprema Corte dos Estados Unidos emitiu Roe vs. Wade, que abriu as portas para a legalização do aborto em todo o país, e que desde então permitiu o extermínio legal de mais de 60 milhões de bebês no útero.

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu em 22 de janeiro de 1973 a favor do aborto depois que, no início de 1970, Norma McCorvey (que assumiu o pseudônimo de Jane Roe) alegou que ela havia sido estuprada por uma gangue e que, como resultado, tinha ficado grávida.

As advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee, recém-formadas na Escola de Direito da Universidade do Texas, convenceram Norma de que ela deveria fazer um aborto em vez de entregar seu bebê para adoção.

Enquanto o caso estava sendo julgado nos tribunais, a bebê nasceu e foi dada para adoção. Nunca foi abortada.

Em 1987, McCorvey admitiu que mentiu e que não havia sido estuprada por membros de gangue. O pai de seu bebê era alguém que ela conhecia e amava.

Há mais de vinte anos, Norma se converteu ao catolicismo e dedicou sua vida a promover a defesa dos nascituros, até que faleceu em 18 de fevereiro de 2017.

Todos os anos a Igreja nos Estados Unidos promove uma grande iniciativa nacional da qual participam pessoas sem distinção de afinidade religiosa ou política, que busca reverter a decisão de 1973 para acabar com o drama do aborto no país.

Para isso, propõem uma série de atividades, como a oração de uma novena em sufrágio dos bebês que morreram com essa prática e pelos que estão em perigo de ser assassinados no ventre materno.

Este ano, a grande Marcha pela Vida será realizada virtualmente na sexta-feira, 29 de janeiro, em Washington D.C., onde apenas um pequeno número de representantes participará. Os interessados ​​em participar da marcha podem entrar virtualmente AQUI.

Os organizadores tomaram a decisão de realizá-la de forma remota, pois a pandemia da COVID-19 está atingindo seu pico no país, e também, após considerarem os grandes esforços dos agentes de ordem e de outras pessoas para garantir a segurança de todos diante da possível contenção de mais tumultos no Capitólio, após os eventos de 6 de janeiro.

Após o ataque ao Capitólio por partidários de Donald Trump, ato que foi condenado pela Igreja Católica nos Estados Unidos, e devido à posse do presidente eleito Joe Biden, em 20 de janeiro, o National Mall foi fechado até pelo menos 24 de janeiro, poucos dias antes da Marcha pela Vida. De acordo com a Associated Press, cerca de 21 mil agentes da Guarda Nacional estão vigiando a área.

No ano passado o evento foi realizado de forma multitudinária no National Mall, onde o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compareceu pela primeira vez na história da marcha.

Trump disse que "foi uma honra" ser o primeiro presidente a participar da Marcha pela Vida e disse que o objetivo de todos reunidos é "defender o direito de cada criança, nascida ou não nascida, a cumprir seu potencial dado por Deus".

“Todos os que estamos aqui hoje compreendemos uma verdade eterna: Cada criança é um presente precioso e sagrado de Deus. Juntos, devemos apreciar e defender a santidade e dignidade da vida humana”, expressou.

“Quando vemos a imagem de um bebê no útero, vislumbramos a majestade da criação de Deus. Quando seguramos um recém-nascido em nossos braços, sabemos o amor infinito que cada criança traz a uma família. Quando vemos uma criança crescer, vemos o esplendor que irradia de cada alma humana”, afirmou.

O mandatário também se dirigiu aos jovens para dizer-lhes que "são o coração da marcha pela vida e é a sua geração a que está fazendo dos Estados Unidos a nação pró-família e pró-vida". Da mesma forma, recordou a devoção e a liderança das mulheres, especialmente das mães, a quem chamou de "heroínas".

Porém, com a nova gestão de Joe Biden é possível que várias das medidas a favor da vida sejam revogadas e sejam promovidas outras que promovem o aborto inclusive no exterior.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF