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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Por que a última viagem de Jesse Koz e Shurastey fez chorar 1 milhão de seguidores?

@shurastey_ | Instagram
Por Francisco Vêneto

A poderosa atração das terras longínquas e a força inspiradora de um propósito de liberdade.

Em 2017, Jesse Koz pediu as contas na loja de roupas em que, na véspera, tinha sofrido um ataque de pânico.

“Eu trabalho das 15h às 23h e perco a minha vida inteira aqui dentro. Não tô fazendo nada por mim nos últimos 7 ou 8 anos da minha vida”.

O ataque de pânico precedeu em poucas horas o brado de alforria, conforme Jesse viria a relatar em 2020 ao podcast Camboriú Play.

Naquele dia da virada de chave,

“…quando cheguei no shopping, tinha muita gente, muito cliente, a maioria argentino e uruguaio, e eu não sabia falar nada de espanhol. Eles chegavam na loja, olhavam, olhavam e não compravam nada. Fiquei umas duas horas sem conseguir vender nada para ninguém, naquela pressão de vender – porque se você não vender, você não ganha. Me deu um surto, fui pra frente da loja e tudo parou, parecia cena de filme”.

O fim do mundo

Sem conseguir vender o alheio, o curitibano que tinha adotado Balneário Camboriú em 2010 como a sua cidade do coração resolveu então vender o próprio: se desfez da moto, da TV, do videogame e do microondas e, menos de três meses depois da decisão de jogar tudo para o alto, inspirado pelos aventureiros que cruzam mares e continentes sem grandes planejamentos, partiu com 12 mil reais rumo “ao fim do mundo” – ou, pelo menos, ao fim da América do Sul.

Ushuaia, onde a Argentina se despede de si mesma, não seria, porém, o seu ponto de chegada, mas o ponto de recomeço rumo a um sonho vago e novo, que tomava aos poucos a forma de um propósito: cruzar o continente americano da Terra do Fogo até o Alasca, levando como co-piloto o golden retriever Shurastey, seu companheiro de vida e de apartamento, a bordo de Dodongo, o seu Fusca 78, de 1.300 cilindradas, batizado como um personagem de Legend of Zelda.

Mas Jesse ainda não sabia que era isto o que queria.

“Saí bem doido por aí, sem rumo, sem saber muito bem o que estava fazendo na época, sem estrutura”.

7 mil quilômetros depois, Dodongo, Shurastey e Jesse Koz chegaram ao fim do mundo.

“Foi a emoção mais forte até hoje. Eu não tinha feito nada de tão extraordinário na minha vida. E ter chegado e vencido todas as dificuldades, principalmente dos últimos 220 quilômetros, embaixo de neve e com gelo na pista, foi incrível”.

Jesse Koz tinha finalmente definido um propósito. Iria para o Alasca. De Fusca. Com Shurastey.

https://www.instagram.com/shurastey_/?utm_source=ig_embed&ig_rid=4fa7ea53-31ee-4e8d-816c-fb3ebe2fd4c6

Do pânico ao propósito

Outros 85 mil quilômetros, 17 países e 5 anos depois, Jesse compartilhou mais um anúncio com os quase 500 mil seguidores que acompanhavam pelo Instagram os seus marcos mais recentes nos Estados Unidos, antepenúltima etapa da sua longa expedição rumo a um destino claro e definido:

“Estamos acampando no estado do Oregon, no meio do nada, e daqui nós seguimos viagem rumo à fronteira com o Canadá”.

O Alasca estava mais próximo do que nunca.

Por volta das 15h30 da última segunda-feira, 23 de maio, várias ligações perdidas e mensagens inusuais no WhatsApp chamaram a atenção do advogado Felipe Pires, em Balneário Camboriú.

“Oi, Pires. Por favor entre em contato urgente”.

Uma curva da rodovia

O recado era de Diego Strutz, que, junto com a companheira, Roana Petri Celeste, está nos Estados Unidos. Diego e Roana viajavam em sua van, logo atrás do Dodongo, e viram o acidente. Foram eles que organizaram a vaquinha virtual e ajudaram a arrecadar 120 mil reais para o translado do corpo de Jesse e das cinzas de Shurastey para o Brasil. O golden retriever precisará ser cremado antes de voltar para casa.

Quando Felipe conseguiu falar com Diego, não apenas soube que Jesse Koz tinha encerrado a sua viagem aos 29 anos de idade, numa curva da rodovia US 199, como soube também que precisaria transmitir a notícia que ninguém quer transmitir à família do melhor amigo, a quem conhecia desde 2012, quando ele e Jesse tinham dividido o aluguel de uma quitinete no balneário catarinense.

“Fui a primeira pessoa a receber a notícia no Brasil. Tive a difícil missão de repassar para a família dele. Liguei para a tia dele, que mora aqui em Balneário Camboriú. Ela me recebeu em casa e eu contei”.

A segunda etapa da missão de Felipe era tão dolorosa quanto a primeira: guardar silêncio durante 18 horas e segurar o choro para si mesmo. A tia de Jesse havia decidido viajar pessoalmente até Curitiba, onde mora a mãe do jovem, para que ela não descobrisse a morte do filho pela internet.

Jesse e Shurastey estavam perto da cidade de Portland quando o Dodongo ficou destruído. O jovem de 29 anos tinha feito uma brusca manobra para não bater no carro à sua frente, que reduzira inesperadamente a velocidade para fazer uma conversão; ao invadir a pista contrária, Jesse não conseguiu evitar a colisão frontal com o Ford Scape que vinha no sentido oposto.

“Fiquei 18 ou 19 horas com o choro preso, porque não podia contar pra ninguém”.

A tia de Jesse entrou em contato com Felipe às 11h da terça-feira, 24. Ela estava em Curitiba. A mãe do amigo já tinha recebido a notícia que mãe nenhuma deveria receber. Felipe agora podia informar aos outros amigos que o fim da expedição “Shurastey or Shuraigow?” seria muito diferente do que todos tinham esperado.

O nome da viagem de Jesse, assim como a origem do nome do carismático golden retriever, era uma brincadeira fonética com a música “Should I Stay or Should I Go?” (“Será que eu fico ou será que eu vou?”), da banda britânica The Clash.

Jesse Koz tinha decidido ir. Arriscando tudo. Encarando as consequências. Ele tinha descoberto e assumido um propósito.

1 milhão de seguidores

Na quarta-feira, 25 de maio, Jesse Koz e Shurastey tinham mais de 1 milhão de seguidores no Instagram.

Por que a última viagem de Jesse Koz e Shurastey fez chorar 1 milhão de seguidores?

“Havia muitas pessoas que de fato acompanhavam a página, e a comoção e o choro coletivo foi como perder alguém próximo. A imagem que Jesse passava no Instagram era muito verdadeira. Não era um personagem, então isso trazia uma sensação de aproximação, de intimidade, que as pessoas, por mais que não o vissem pessoalmente, o sentiam como amigo, como irmão”.

A consideração de Felipe é autoexplicativa, mas e as outras mais de 500 mil pessoas que nem sequer conheciam Jesse Koz e Shurastey até a véspera? Por que meio milhão de pessoas resolveram da noite para o dia seguir o perfil de um jovem que morrera a 9 mil quilômetros de distância e do qual jamais tinham ouvido falar?

A poderosa atração das terras longínquas

Em 1983, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, fez uma atemporal reflexão sobre o irmão mais velho do “filho pródigo”, o personagem de uma parábola de Jesus que certamente merece primazia entre as máximas obras-primas de toda a história da literatura universal:

“Meditando nesta parábola, não se deve esquecer a figura do filho mais velho. Em certo sentido, ele não é menos importante que o mais novo, a ponto de esta história poder ter também o título, que talvez fosse mais adequado, de ‘parábola dos dois irmãos'”.

Ratzinger observa que o filho mais velho tinha permanecido junto ao pai quando o irmão caçula dera as costas à família, declarando-se órfão de pai vivo e partindo para longe, a fim de esbanjar a sua parte da herança em prazeres do mundo, confundindo a liberdade e a libertinagem e afastando-se tanto de si próprio a ponto de ter de comer as sobras da lavagem dos porcos – uma imagem drasticamente impactante para uma cultura judaica em que o porco é tão imundo que comer a sua carne é até hoje repulsivo. Quando, quebrado e humilhado, o filho pródigo retorna à casa do pai em busca do abrigo que antes desprezara, o filho maior se revolta. O futuro Papa Bento pergunta:

“Por que este ciúme? Ele mostra que muitos ‘devotos’ também escondem no coração o desejo das terras longínquas e das suas seduções. A inveja revela que essas pessoas não compreenderam realmente a beleza da pátria, a felicidade do ‘tudo o que é meu é teu’, a liberdade de ser filho e proprietário. Assim, parece que também elas desejam secretamente a felicidade da terra longínqua. E, no fim, não entram na festa; no fim, permanecem de fora”.

Cardeal Ratzinger, montagem sobre pintura de Rembrandt (Domínio Público)

O que Ratzinger está dizendo é que, no íntimo, somos todos filhos pródigos. Faz parte da natureza humana querer partir – e invejar quem parte. Chegamos todos àquele dia de pânico e àquelas raias da loucura, à beira de jogar tudo para o alto e partir rumo ao fim do mundo. Mas nem todos partem. E nem todos os que partem o fazem por igual motivação: uns partem por virtude, outros por covardia. Assim como, dos que ficam, alguns são covardes, outros virtuosos.

Alguns que partem o fazem por desprezível egoísmo e ao prejuízo dos outros, como o filho caçula da parábola de Jesus. Outros, como Jesse Koz, o fazem às próprias custas, sem explorar o próximo, assumindo a decisão tomada e inspirando centenas de milhares de pessoas – não necessariamente por terem abraçado o vento na cara, donos de si mesmos e livres na imensidão das estradas do mundo, mas por terem tido a coragem de dar um basta à mediocridade da sua vidinha sem perspectivas e por terem finalmente dado início à concretização dos próprios sonhos.

Nem sempre é a viagem em si o que fascina. É a coragem de assumir um propósito. Mochileiros vagando o mundo existem milhares. Milhões, talvez. Há os que traçam a trajetória decadente e egoísta do filho pródigo – estes geram repulsa. E há os que traçam a trajetória resiliente e eletrizada por um propósito, como Jesse Koz – estes produzem inspiração.

A força inspiradora de um propósito

Se Jesse Koz emocionou quem nem sequer o conhecia, não é por ter feito o que milhares de aventureiros já fizeram antes dele, mas por ter tido a infrequente coragem de traçar um propósito e compartilhá-lo com autenticidade, sendo ele mesmo – inclusive no Instagram, o império das máscaras.

Não é o caso de se discutir a transcendência do propósito, mas de admirar a sua existência e o seu contraste com aquele “antes”:

“Eu trabalho das 15h às 23h e perco a minha vida inteira aqui dentro. Não tô fazendo nada por mim nos últimos 7 ou 8 anos da minha vida”.

Enfermeiros movidos pelo propósito de dar a vida pela vida do próximo enquanto seus próprios pais falecem na UTI-Covid por falta de oxigênio inspiram milhões sem precisarem rodar as Américas. Bombeiros que jamais tiveram um passaporte inspiram milhões ao arriscarem a vida pela vida alheia quando sobem correndo as escadas de uma torre em chamas sem saberem se voltarão. Um menino cuja vida é abreviada pela leucemia aos 15 anos de idade, como o beato Carlo Acutis, em processo de canonização por causa da força do seu propósito de espalhar o amor pela Eucaristia em todo recanto do mundo, inspira e reaquece a fé tantas vezes morna de milhões de católicos de todas as idades – incluindo padres, freiras e bispos.

É simplista afirmar que um milhão de pessoas se emocionaram com o prematuro fim de viagem de Jesse Koz e Shurastey porque eles estivessem indo da Terra do Fogo ao Alasca a bordo de um Fusca.

Um milhão de pessoas choraram por Jesse Koz e Shurastey porque se sentiram arrebatadas pela força inspiradora de um propósito.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Gráfico mostra a evolução numérica das grandes ordens religiosas masculinas

Foto: Divulgação/Catholic Hierarchy.
O documento revela um claro declínio no número de religiosos nas principais ordens religiosas masculinas.

Redação (25/05/2022 16:53, Gaudium Press) Um gráfico publicado pelo ‘Catholic Hierarchy’ e reproduzido pela Agência Zenit mostra o claro declínio no número de religiosos nas principais ordens religiosas masculinas.

Foto: Divulgação/Catholic Hierarchy.

Segundo o gráfico, os jesuítas (SJ) passaram dos 36.038 membros, que tinham em 1966, para chegar hoje em dia aos 14.839. Já os salesianos (SDB), que na década de 60 eram 26 mil, atualmente possuem pouco mais de 14 mil membros.

Os franciscanos (OFM) por sua vez, nos anos de 1960 possuíam em suas fileiras mais de 26 mil religiosos, mas agora possuem menos da metade: 12 mil. Os capuchinhos, Ordem dos Frades Menores (OFMCap), por sua vez, possuíam 15 mil membros nos anos 60, atualmente são pouco mais de 10 mil.

Foto: Divulgação/Catholic Hierarchy.

Outro quadro mostra a evolução em números das seguintes comunidades religiosas masculinas: Dominicanos (OP), Missionários do Verbo Divino (SVD), Redentoristas (S.CC.R.), Beneditinos (OSB), Oblatos de Maria Imaculada (OMI), Paulinos, Lazaristas ou Vicentinos (OM), Ordem dos Frailes Menores Conventuais (OFM Conv) e Carmelitas Descalços (CD). (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Luto perinatal: como dizer adeus ao seu filho?

LightField Studios I Shutterstock
Por Solenn Varennes

Cada situação é diferente e cada casal deve ser capaz de fazer as coisas de acordo com a sua própria sensibilidade, desejos e aquilo de que se sente capaz.

Há 30 ou 40 anos, a morte de um bebê in utero era largamente ignorada, uma vez que o bebê não era considerado uma pessoa por direito próprio pela sociedade. Hoje, a profissão médica, bem como os casais afetados pela perda de um filho testemunham os benefícios de poder dizer adeus a um bebê natimorto. Este é um passo importante no luto pela perda de um filho(a) que muitas vezes não tivemos tempo de conhecer. Então como se despedir?

1. VER O SEU FILHO

Mesmo que possa parecer doloroso, ver o seu filho(a) após o parto pode ser uma forma de dizer adeus, de colocar um rosto no bebé que se estava à espera. “Por vezes o pessoal de enfermagem, durante estes lutos perinatais, está um pouco confuso. O bebé que nasce sem vida é por vezes impressionante de se ver e os cuidadores não pressionam necessariamente os pais a conhecê-lo porque consideram a situação muito dolorosa. Eles projetam o seu próprio medo nos pais”, explica Pascaline Chazerans, uma parteira há mais de 10 anos. “Lembro-me de uma mãe que queria ver o seu filho após o nascimento. Quando ela se aproximou e tocou-o, imediatamente disse que ele se parecia com o seu avô. Ela tinha visto o seu bebé com o coração da sua mãe, com os olhos da sua mãe. Foi muito comovente”, recorda ela.

2. MANTER UMA MEMÓRIA

Atualmente, na maioria das maternidades, oferece-se manter um registo de um bebé nascido sem vida. Após o nascimento, são tiradas e colocadas fotos do bebé na sua ficha. Esta é mantida no hospital e pode ser consultada pelos pais sempre que estes o desejarem. Marie, mãe de dois bebés nascidos prematuros, disse a Aleteia: “Perdemos o nosso primeiro bebé há dez anos e, na altura, não tivemos coragem de ver o nosso filho. Saber que havia estas fotografias deu-nos sempre a confiança de que podíamos mudar de ideias e ver o nosso filho se quiséssemos”. A parteira também faz pequenas marquinhas com os pés ou as mãos e dá o registro para os pais: isto deixa uma memória amorosa do bebê.

3. DAR UM NOME À CRIANÇA

Dar um nome a uma criança nascida sem vida é um belo passo porque permite um reconhecimento real da criança. Ao nomeá-la, reconhecemos a sua existência: este bebê estava presente no ventre da sua mãe e, apesar da sua curta vida, ele existiu. É uma boa ideia não esquecer e, por vezes, fazer os familiares compreenderem que este bebe era uma realidade para os pais. Para os irmãos e irmãs, se houver, é também uma boa maneira de falar com eles sobre este bebê que não conheciam. Permite-lhes nomear o irmão(ã) e vê-lo como um membro da família por direito próprio.

4. REGISTAR O BEBÊ NO LIVRO DE REGISTO FAMILIAR

Para além de dar um nome à criança, algumas famílias decidem registar o seu bebê no livro de registo familiar. De fato, desde 2008, uma criança nascida sem vida pode ser registada no livro de registo familiar. Não há obrigação, mas para alguns pais, permite-lhes simbolicamente acolher este pequeno ser na sua família. Este é um grande passo em frente na consideração destas crianças pela sociedade. Reconhece a dor da família e permite o seu luto. Desde o final de 2021, os pais também podem dar ao seu bebê o seu sobrenome. Isto não era possível antes.

5. ORGANIZAÇÃO DE UM FUNERAL

“Quando perdemos o nosso primeiro bebê, o nosso médico, ao mesmo tempo que nos deu uma escolha completa, aconselhou-nos a não fazer um funeral, pois seria demasiado doloroso. Mas não havia maneira, no meu modo de ver, de deixarmos o nosso bebê no hospital. Precisávamos de saber onde ele estava e de poder ‘vê-lo’ sempre que quiséssemos”, diz Marie. De fato, mesmo que toda a logística envolvida na organização de um funeral possa parecer muito dolorosa, a organização de um funeral permite aos pais dizer um verdadeiro “adeus” ao seu filho e processar o luto. Confiar a criança, toda a família e a sua dor a Deus permite-lhes ver esta perda como menos terrível. “Enterrar uma criança também permite aos irmãos entristecerem-se. Pode parecer difícil para as crianças, mas também é importante para elas poder dizer ‘adeus’ ao seu irmão ou irmã. E finalmente, as crianças vêem-no como um adeus e experimentam-no de uma forma muito mais simples do que os adultos.

Pascaline Chazerans explica que “alguns pais aproveitam o funeral para colocar um pequeno cobertor ou brinquedo de pelúcia no caixão do bebê. É um gesto simbólico, mas é importante para os pais que, com este gesto, cuidam dos seus filhos.

6. PERCORRER UM CAMINHO DE CONSOLAÇÃO

Quando se perde um ente querido, especialmente uma criança, a palavra-chave para que a dor se dissipe é “tempo”. Para superar, ou aprender a conviver com a realidade, é preciso tempo, isso é óbvio e é preciso estar consciente disso. É preciso aceitar que se leva tempo. Para cada pessoa, o caminho será mais ou menos longo. Para alguns, será “rápido”, para outros, muito mais longo. As coisas não são vividas da mesma forma pelo pai e pela mãe. A mãe já experimentou isto na sua carne, é físico. Para o pai, é diferente. Isto não significa que ele sofra menos.

O que importa é poder dizer adeus à criança que se esperava. Por vezes é difícil fazer isso sozinho e obter ajuda de terceiros pode ser uma boa solução.

Existem agora associações para ajudar estes pais a percorrerem o luto. A associação Mãe da Misericórdia, por exemplo, oferece retiros e sessões para acompanhar pessoas que tenham perdido um filho. Através de grupos de discussão, gestos concretos e tempos de oração, os acompanhantes destas sessões apoiam os pais que têm dificuldade em superar a sua dor. Os pais podem se beneficiar de um ouvido atento e não julgador.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: a sinodalidade deve nos levar a viver intensamente a comunhão eclesial

Papa Francisco | Vatican News

Na mensagem de vídeo por ocasião da plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Francisco explicou que "a sinodalidade é a dimensão dinâmica, a dimensão histórica da comunhão eclesial fundada pela comunhão trinitária, que ao apreciar o sensus fidei de todo o santo fiel Povo de Deus, a colegialidade apostólica e a unidade com o sucessor de Pedro, deve incentivar a conversão e a reforma da Igreja em todos os níveis".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Foi divulgada, nesta quinta-feira (26/05), a mensagem de vídeo do Papa Francisco por ocasião da plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL) que teve início na terça-feira, 24, e prossegue até sexta-feira, 27 de maio.

Francisco manifestou satisfação pelo fato de o organismo se reunir após a pausa prolongada causada pela pandemia. Antes da convocação do Sínodo sobre a Sinodalidade na Igreja, o Papa desejava que os membros da Pontifícia Comissão para a América Latina pudessem "dialogar sobre esse tema, uma vez que a experiência da Igreja na América Latina foi expressa, após o Concílio Vaticano II, com alguns elementos marcadamente sinodais".

Reaprender a caminhar juntos

Segundo Francisco, a "comunhão" e a "participação" foram as categorias-chave para a compreensão e implementação da III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla, e a "conversão pastoral" foi um conceito relevante na IV Conferência Geral de Santo Domingo que depois adquiriria ainda mais centralidade na V Conferência Geral de Aparecida.

"Além dos documentos, é a própria realidade pastoral da Igreja Latino-Americana que me incentiva a pensar nela como uma experiência na qual a sinodalidade há muito se enraizou", disse o Papa, acrescentando:

Estou convencido de que, de forma avançada, a Igreja na América Latina e no Caribe fez um "percurso caminhando", ou seja, demonstrou que uma interpretação correta dos ensinamentos do Concílio implica reaprender a caminhar juntos diante dos desafios ou problemas pastorais e sociais inerentes à mudança de época. Digo "reaprender" porque para caminharmos juntos é sempre importante manter o pensamento incompleto. Tenho alergia a pensamentos já completos e fechados.

"Quando se pensa que se sabe tudo, o dom não pode ser recebido. Quando se pensa que sabemos tudo, o dom não nos educa porque não pode entrar no coração. Em outras palavras, não há nada mais perigoso para a sinodalidade do que pensar que já sabemos tudo. O dom é o Espírito Santo, que não se impõe à força, mas gentilmente convoca suavemente o nosso afeto e nossa liberdade para nos modelar com paciência e ternura, a fim de assumirmos a forma de unidade e comunhão que Ele deseja em nossas relações", disse ainda Francisco, reiterando que a Igreja é "um povo reunido em virtude da unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo."

Incentivar a conversão e a reforma da Igreja

Assim, a palavra "sinodalidade" não designa um método mais ou menos democrático e muito menos "populista" de ser Igreja. Estes são desvios. A sinodalidade não é uma moda organizacional ou um projeto de reinvenção humana do povo de Deus. A sinodalidade é a dimensão dinâmica, a dimensão histórica da comunhão eclesial fundada pela comunhão trinitária, que ao apreciar o sensus fidei de todo o santo fiel Povo de Deus, a colegialidade apostólica e a unidade com o sucessor de Pedro, deve incentivar a conversão e a reforma da Igreja em todos os níveis.

A seguir, o Papa disse que PCAL é chamada a ser um organismo de serviço que colabora para que todos na América Latina e no Caribe entrem no estilo sinodal de ser Igreja, "na qual o Espírito Santo é o protagonista, e não nós".

PCAL, promover a sinodalidade da forma mais ampla possível

"A PCAL é um serviço, é uma diakonia, que deve mostrar o afeto e a atenção que o Papa tem em relação à região. Diakonia, serviço, que ajuda os diversos Dicastérios a agir de forma sinérgica, entendendo melhor a realidade social e eclesial da América Latina. Diakonia que, em nome do Papa, acompanha a caminhada de organismos como o CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano) e a CEAMA (Conferência Eclesial da Amazônia), e pastoral hispânica nos Estados Unidos e Canadá, em comunhão com a Igreja universal", sublinhou ainda Francisco, ressaltando que a PCAL "é um organismo da Cúria Romana, parte integrante do Dicastério para os Bispos, que tem dois leigos como secretários – um homem e uma mulher agora. Não nos esqueçamos de que o clericalismo é uma perversão "quietista"."

Segundo o Papa, a PCAL "deve promover a verdadeira sinodalidade da forma mais ampla possível. A comunhão sem sinodalidade pode facilmente se prestar a um certo fixismo e centralismo indesejáveis. A sinodalidade sem comunhão pode se tornar populismo eclesiástico. A sinodalidade deve nos levar a viver mais intensamente a comunhão eclesial, na qual a diversidade de carismas, vocações e ministérios se integram harmoniosamente animados pelo mesmo batismo, que nos torna filhos no Filho". "Tomemos cuidado com o protagonismo", disse ainda o Papa e animemos "processos que permitam ao Povo de Deus, que caminha na história, a participar cada vez mais na responsabilidade comum de que todos nós temos que ser Igreja". "Somos todos o povo de Deus. Somos todos discípulos chamados a aprender e seguir o Senhor. Somos todos corresponsáveis pelo bem comum e pela santidade da Igreja", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Agostinho da Cantuária

S. Agostinho de Cantuária | arquisp
27 de maio

Santo Agostinho da Cantuária

Um século após são Patrício ter convertido os irlandeses ao catolicismo, a atuação de Agostinho foi tão importante para a Inglaterra que modificou as estruturas da região da mesma forma que seu antecessor o fizera. No final do século VI, o cristianismo já tinha chegado à poderosa ilha havia dois séculos, mas a invasão dos bárbaros saxões da Alemanha atrasou sua propagação e quase destruiu totalmente o que fora implantado.

Pouco se sabe a respeito da vida de Agostinho antes de ser enviado à Grã-Bretanha. Ele nasceu em Roma, Itália. Era um monge beneditino do mosteiro de Santo André, fundado pelo papa Gregório Magno naquela cidade. E foi justamente esse célebre papa que ordenou o envio de missionários às ilhas britânicas.

Em 597, para lá partiram quarenta monges, todos beneditinos, sob a direção do monge Agostinho. Mas antes ele quis viajar à França, onde se inteirou das dificuldades que a missão poderia encontrar, pedindo informações aos vários bispos que evangelizaram nas ilhas e agora se encontravam naquela região da Europa. Todos desaconselharam a continuidade da missão. Mas, tendo recebido do papa Gregório Magno a informação de que a época era propícia apesar dos perigos, pois o rei de Kent, Etelberto, havia desposado a princesa católica Berta, filha do rei de Paris, ele resolveu, corajosamente, enfrentar os riscos.

A chegada foi triunfante. Assim que desembarcaram, os monges seguiram em procissão ao castelo do rei, tendo a cruz à sua frente e entoando pausadamente cânticos sagrados. Agostinho, com a ajuda de um intérprete, colocou ao rei as verdades cristãs e pediu permissão para pregá-las em seus domínios. Impressionado com a coragem e a sinceridade do religioso, o rei, apesar de todas as expectativas em contrário, deu a permissão imediatamente.

No Natal de 597, mais de dez mil pessoas já tinham recebido o batismo. Entre elas, toda a nobreza da corte, precedida pelo próprio rei Etelberto. Com esse resultado surpreendente, Agostinho foi nomeado arcebispo da Cantuária, primeira diocese fundada por ele.

A notícia chegou ao papa Gregório Magno, que, com alegria, enviou mais missionários à Inglaterra. Assim, Agostinho prosseguiu e ampliou o trabalho de evangelização, fundando as dioceses de Londres e de Rochester. Não conseguiu a conversão de toda a ilha porque a Inglaterra era dividida entre vários reinos rivais, mas as sementes que plantou se desenvolveram no decorrer dos séculos.

Agostinho morreu no dia 25 de maio de 604, sendo sepultado na igreja da Cantuária, que hoje recebe o seu nome e ainda guarda suas relíquias. O Martirológio Romano indica a festa litúrgica de santo Agostinho da Cantuária no dia 27 de maio.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Papa Francisco: a economia precisa de conversão

Delegação do Fundo Global de Solidariedade | Vatican News

“A economia precisa de conversão, deve se converter agora. Devemos passar da economia liberal à economia compartilhada pelas pessoas, a uma economia comunitária.”

Padre Pedro André, SDB – Vatican News

Na manhã desta quarta-feira, 25 de maio, o Papa Francisco se encontrou com uma delegação do Fundo Global de Solidariedade.

O Papa iniciou dizendo que havia um discurso preparado – que poderia ser lido por eles depois – e que preferia falar de forma espontânea.

Ele iniciou dizendo: “agradeço por este encontro, porque eu gosto quando as pessoas estão nas fronteiras, nas periferias. Simplesmente porque Jesus andou pelas periferias: Ele esteve ali para mostrar o Evangelho. As periferias, sejam do corpo, sejam da alma; porque tem gente que está bem mas a sua alma está destruída, despedaçada: ir também até eles; tantas pessoas têm necessidade da proximidade.”

Continuando Francisco afirmou que: “a proximidade é o estilo de Deus. Ele mesmo disse: “Pois qual é a grande nação que tem deuses tão próximos como o Senhor nosso Deus?” (Dt 4, 7). Por isso, aquelas expressões religiosas – quer sejam de congregações religiosas, quer sejam de cristãos que se atacam para conservar a fé – são uma reedição do farisaísmo mais antigo. Porque eles querem ter a alma limpa, mas com este comportamento talvez terão a alma purificada, porém com o coração sujo pelo egoísmo. Ao contrário, ir as periferias, ir ao encontro das pessoas que não são levadas em conta, os descartados pela sociedade – porque estamos vivendo a cultura do descarte, e se descartam as pessoas – ir ali é fazer aquilo que Jesus fez.”

Ao tratar do tema dos migrantes o Pontífice afirmou: “vocês elaboraram quatro passos: acolher, acompanhar, promover e integrar. Com os migrantes, se deve fazer este caminho de integração na sociedade. Não é uma obra de beneficência, com os migrantes, deixando os a própria sorte. Não. É apoiá-los e integrá-los, com a educação, a inserção no mundo do trabalho, com todas estas coisas  (...). Um migrante não integrado está na metade do caminho e isso é perigoso. É perigoso para ele, pobrezinho, porque será sempre um mendicante. É também perigoso para todos. É preciso integrá-los, pois eles não devem ser considerados como uma pedrinha no sapato, que incomoda.”

O Papa recordou que de certa forma todos somos filhos ou netos de migrantes e que não se deve perder essa memória. Segundo o Papa, para que a Europa possa se desenvolver ela tem necessidade dos migrantes, sobretudo por causa do inverno demográfico. As palavras chaves neste processo são a acolhida, a integração e a fraternidade.

Ao tratar do tema economia, o Papa disse: “a economia precisa de conversão, deve se converter agora. Devemos passar da economia liberal à economia compartilhada pelas pessoas, a uma economia comunitária.” Ainda neste mesmo tema Francisco disse: “Não podemos viver com uma economia com raízes liberais e do iluminismo. Nem com uma economia com raízes que vem do comunismo. É necessária uma economia cristã (...). Existem homens e mulheres que estão pensando numa economia mais enraizada no povo.”

Ao concluir suas palavras o Papa os incentivou: “sigam em frente, sujem as mãos. Arrisquem-se. E olhem para tantas periferias: sudeste asiático, parte da África, parte da América Latina. Tantas periferias, tantas, que machucam o coração. Obrigado pelo trabalho de vocês. Rezem a meu favor, não contra. Obrigado” O Papa concluiu sua mensagem abençoando os participantes do encontro.

Segue abaixo o discurso escrito pelo Papa e entregue aos participantes:

Caro irmão Cardeal Tomasi, caros amigos!

Estou feliz por encontrar-vos novamente e ver que o vosso caminho vai avante.

        O vosso nome, Fundo Global de Solidariedade, encontra seu centro numa palavra-chave: solidariedade. É um dos valores fundamentais da doutrina social da Igreja. Mas para se concretizar deve ser acompanhado de proximidade e compaixão com o outro, com a pessoa marginalizada, indo ao rosto do pobre, do migrante.

        A composição do grupo com o qual vós representais o Fundo Global de Solidariedade aqui hoje é significativa: vocês pertencem a âmbitos muito diferentes, mas trabalham em conjunto para criar uma economia mais inclusiva, para criar integração e trabalho para os migrantes num espirito de escuta e reunião. Um caminho corajoso!

Agradeço os presentes que me trouxeram dos migrantes que participam de seus programas na Colômbia e na Etiópia. Eu abençoo cada um deles e abençoo vocês e seu trabalho. Vão em frente neste compromisso de apoiar os migrantes e as pessoas mais frágeis, compartilhando seus talentos. E não se esqueçam de rezar por mim.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Filipe Néri

S. Felipe Néri | arquisp
26 de maio

São Filipe Néri

Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu ficaria contente até se eles me quebrassem paus na cabeça." Há maior boa vontade em colocar no caminho correto as crianças abandonadas do que nessa disposição? A frase bem-humorada é de Filipe Néri, que assim respondia quando reclamavam do barulho que seus pequenos abandonados faziam, enquanto aprendiam com ele ensinamentos religiosos e sociais.

Nascido em Florença, Itália, em 21 de julho de 1515, Filipe Rômolo Néri pertencia a uma família rica: o pai, Francisco, era tabelião e a mãe, Lucrécia, morreu cedo. Junto com a irmã Elisabete, foi educado pela madrasta. Filipe, na infância, surpreendia pela alegria, bondade, lealdade e inteligência, virtudes que ele soube cultivar até o fim da vida. Cresceu na sua terra natal, estudando e trabalhando com o pai, sem demonstrar uma vocação maior, mesmo freqüentando regularmente a igreja.

Aos dezoito anos foi para São Germano, trabalhar com um tio comerciante, mas não se adaptou. Em 1535, aceitou o convite para ser o tutor dos filhos de uma nobre e rica família, estabelecida em Roma. Nessa cidade foi estudar com os agostinianos, filosofia e teologia, diplomando-se em ambas com louvor. No tempo livre praticava a caridade junto aos pobres e necessitados, atividade que exercia com muito entusiasmo e alegria, principalmente com os pequenos órfãos de filiação ou de moral.

Filipe começou a chamar a atenção do seu confessor, que lhe pediu ajuda para fundar a Confraternidade da Santíssima Trindade, para assistir os pobres e peregrinos doentes. Três anos depois, aos trinta e seis anos de idade, ele se consagrou sacerdote, sendo designado para a igreja de São Jerônimo da Caridade.

Tão grande era a sua consciência dos problemas da comunidade que formou um grupo de religiosos e leigos para discutir os problemas, rezar, cantar e estudar o Evangelho. A iniciativa deu tão certo que depois o grupo, de tão numeroso, passou à Congregação de Padres do Oratório, uma ordem secular sem vínculos de votos.

Filipe se preocupou somente com a integração das minorias e a educação dos meninos de rua. Tudo o que fez no seu apostolado foi nessa direção, até mesmo utilizar sua vasta e sólida cultura para promover o estudo eclesiástico. Com seu exemplo e orientação, encaminhou e orientou vários sacerdotes que se destacaram na história da Igreja e depois foram inscritos no livro dos santos.

Mas somente quando completou setenta e cinco anos passou a dedicar-se totalmente ao ministério do confessionário e à direção espiritual. Viveu assim até morrer, no dia 26 de maio de 1595. São Filipe Néri é chamado, até hoje, de "santo da alegria e da caridade".

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Santa Maria Ana de Jesus Paredes

Sta. Maria Ana de Jesus Paredes | arquisp
26 de maio

Santa Maria Ana de Jesus Paredes

Maria Ana nasceu no dia 31 de outubro de 1618, em Quito, capital do Equador. Sua família era rica: o pai, Jerônimo Paredes e Flores, era um capitão espanhol e a mãe, Mariana Jaramillo, pertencia à nobreza.

A pequena ficou órfã dos pais aos quatro anos de idade e quem assumiu sua educação foi a mais velha de suas sete irmãs, Jerônima, casada com o capitão Cosme de Miranda, os quais educaram a menina como própria filha. Ela logo começou a despertar para a religião, tornando-se devota fervorosa de Jesus e da Virgem Maria. Muito inteligente e prendada, gostava das aulas de canto, onde aprendia as músicas religiosas, depois entoadas durante as orações.

Orientada espiritualmente pelo jesuíta João Camacho, aos oito anos recebeu a primeira comunhão e quis fazer voto de virgindade perpétua, sendo de pronto atendida. E em sua casa, sem ingressar em nenhuma Ordem religiosa, intuída pelo Espírito Santo, se consagrou somente às orações e a penitência, até os limites alcançados apenas pelos adultos mais santificados.

Em 1639, ingressou na Ordem Terceira Franciscana e tomou o nome de Mariana de Jesus. Ela fora agraciada por Deus com o dom do conselho e da profecia, sabendo como ninguém interpretar a alma humana. A sua palavra promovia a paz entre as pessoas em discórdia e contribuía para que muitas almas retornassem para o caminho do seguimento de Cristo.

Em conseqüência das severas penitências que se impunha, Marianita, era assim chamada por todos, tinha um físico delicado e a saúde muito frágil, sempre sujeita a doenças. Em uma dessas enfermidades, teve de ser submetida a uma sangria, e a enfermeira que a atendia deixou em uma vasilha o sangue que tinha extraído de Marianita para ir buscar as ataduras que faltavam. Ao retornar, viu que na vasilha que continha seu sangue brotara um lírio. A notícia se espalhou e passou a ser conhecida como "o Lírio de Quito".

Como Marianita profetizara, em 1645 a cidade de Quito foi devastada por um grande terremoto, que causou muitas mortes e espalhou muitas epidemias. Os cristãos todos foram convocados pelos padres jesuítas a rezarem pedindo a Deus e à Virgem Maria socorro para o povo equatoriano. Nessa ocasião Marianita, durante a celebração da santa missa, anunciou que oferecera sua vida a Deus para que os terremotos cessassem. O que de fato ocorreu naquela mesma manhã. Logo em seguida ela morreu, no dia 26 de maio de 1645.

Desde então nunca mais ocorreram terremotos nessas proporções no Equador. Os milagres por sua intercessão se multiplicaram de tal maneira que ela foi beatificada pelo papa Pio IX em 1853. Santa Mariana de Jesus Paredes, o Lírio de Quito, foi decretada "Heroína da Pátria" em 1946 pelo Congresso do Equador. Festejada no dia 26 de maio, foi canonizada pelo papa Pio XII em 1950, tornando-se a primeira flor franciscana desabrochada para a santidade na América Latina.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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quarta-feira, 25 de maio de 2022

Papa convida a rezar pelos católicos na China

Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora em Sheshan, China / Wikimedia.

Vaticano, 24 mai. 22 / 01:00 pm (ACI).- “Maria, Auxílio dos Cristãos, confiamos a ti o caminho dos crentes nas #China”, escreveu o papa Francisco hoje (24) em sua conta no Twitter. “Rogamos que apresentes ao Senhor da história as tribulações e as fadigas, as súplicas e as esperanças dos fiéis que te invocam, oh, Rainha do céu! #OremosJuntos #MaríaAuxiliadora”.

Em 2007, o papa Bento XVI proclamou o dia 24 de maio, festa de Nossa Senhora Auxiliadora, como Dia Mundial de Oração pela Igreja na China, que venera a Bem-Aventurada Virgem Maria com esse título como padroeira do país.

No Regina Coeli de domingo (22) Francisco pediu aos católicos que se juntem a ele na oração pelos fiéis na China. “Na próxima terça-feira celebra-se a memória de Nossa Senhora Auxiliadora, particularmente querida pelos católicos da China que veneram Maria Auxiliadora como sua Padroeira no Santuário de Sheshan, em Xangai, em muitas igrejas de todo o país e em suas casas”, disse Francisco em 22 de maio.

“Esta feliz ocasião oferece-me a oportunidade de lhes assegurar uma vez mais a minha proximidade espiritual. Estou acompanhando atentamente e ativamente a vida e as situações muitas vezes complexas dos fiéis e pastores, e rezo todos os dias por eles”, disse ele. “Convido todos vocês a se unirem nesta oração para que a Igreja na China, em liberdade e tranquilidade, viva em comunhão efetiva com a Igreja universal e exerça sua missão de anunciar o Evangelho a todos, e, assim, oferecer uma contribuição positiva também para o progresso espiritual e material da sociedade”.

O papa não mencionou o bispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen, que foi preso no dia 11 de maio e solto sob fiança no mesmo dia por apoiar o movimento pró-democracia local. Hoje o cardeal Zen teria que se apresentar à Justiça para responder à acusação de ter violado a Lei de Segurança Nacional imposta a Hong Kong pelo governo comunista chinês.

A organização humanitária católica Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) e outros grupos de direitos humanos também pediram oração pelos católicos na China.

"O desejo de Bento XVI era promover a unidade em uma comunidade que se dividiu em 'oficial' e 'subterrânea', mas ao mesmo tempo, promover a comunhão entre toda a Igreja Católica e os católicos chineses. Portanto, neste dia, todos os católicos são chamados a expressar sua solidariedade com os cristãos na China", disse a ACN em um comunicado divulgado ontem (23).

"Além disso", continuou o comunicado, "a oração visa fortalecer os católicos em sua fé, especialmente em um momento em que o testemunho público e a prática da fé ou mesmo a proclamação explícita do Evangelho são cada vez mais restringidos pelo governo comunista chinês".

A seguir, o texto da oração escrita por Bento XVI que o papa Francisco pede que os católicos rezem hoje pela China:

Oração a Nossa Senhora de Sheshan

Virgem Santíssima, Mãe do Verbo encarnado e Mãe nossa,

venerada com o título de «Auxílio dos cristãos» no Santuário de Sheshan,

para o qual, com devoto afeto, levanta os olhos toda a Igreja que está na China,

vimos hoje junto de Vós implorar a vossa proteção.

Lançai o vosso olhar sobre o Povo de Deus e guiai-o com solicitude materna

pelos caminhos da verdade e do amor, para que, em todas as circunstâncias, seja fermento de harmoniosa convivência entre todos os cidadãos.

Com o «sim» dócil pronunciado em Nazaré, Vós consentistes

que o Filho eterno de Deus encarnasse no vosso seio virginal

e assim desse início na história à obra da Redenção,

na qual cooperastes depois com solícita dedicação,

aceitando que a espada da dor trespassasse a vossa alma,

até à hora suprema da Cruz, quando no Calvário permanecestes

de pé junto do vosso Filho, que morria para que o homem vivesse.

Desde então tornastes-Vos, de forma nova, Mãe

de todos aqueles que acolhem na fé o vosso Filho Jesus

e aceitam segui-Lo carregando a própria Cruz sobre os ombros.

Mãe da esperança, que na escuridão do Sábado Santo caminhastes,

com inabalável confiança, ao encontro da manhã de Páscoa,

concedei aos vossos filhos a capacidade de discernirem em cada situação,

mesmo na mais escura, os sinais da presença amorosa de Deus.

Nossa Senhora de Sheshan, sustentai o empenho de quantos na China

continuam, no meio das canseiras diárias, a crer, a esperar, a amar,

para que nunca temam falar de Jesus ao mundo e do mundo a Jesus.

Na imagem que encima o Santuário, levantais ao alto o vosso Filho,

apresentando-O ao mundo com os braços abertos em gesto de amor.

Ajudai os católicos a serem sempre testemunhas credíveis deste amor,

mantendo-se unidos à rocha de Pedro sobre a qual está construída a Igreja.

Mãe da China e da Ásia, rogai por nós agora e sempre. Amén.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa sobre o massacre no Texas: é hora de dizer basta ao tráfico indiscriminado de armas

A Escola no Texas onde ocorrreu o massacre  (ANSA)

O apelo de Francisco após a catequese na audiência geral desta quarta-feira (25): "Meu coração está abalado pelo massacre na escola primária do Texas. Eu rezo pelas crianças, pelos adultos mortos e por suas famílias. É hora de dizer basta para o tráfico indiscriminado de armas! Devemos nos comprometer para que tais tragédias nunca mais possam acontecer".

Vatican News

"É hora de dizer basta para o tráfico indiscriminado de armas. Devemos nos comprometer para que tais tragédias nunca mais possam acontecer": são palavras do Papa nesta manhã de quarta-feira (25), após sua catequese na Audiência Geral na Praça São Pedro.

Cardeal Cupich: lamentamos, mas devemos agir

A reação dos bispos estadunidenses foi imediata, em particular o Cardeal Blase Cupich, Arcebispo de Chicago, condenou as leis sobre a posse de armas: "Devemos chorar e nos aprofundarmos na dor... mas depois devemos estar prontos para agir". Já passaram dez anos desde o massacre de Sandy Cook, também uma escola primária, na qual 20 das 26 vítimas eram crianças. Recordando aquela e as muitas outras tragédias que ocorreram nos Estados Unidos nos últimos anos, o prelado se perguntou: o que esperamos para nossos filhos? Que, como regulamento de sua escola, aprendem a se comportar no caso de um ataque armado? Que se sintam em perigo simplesmente fazendo o que a sociedade diz ser um bem para eles: ir à escola? Que chegam a se questionar se têm futuro?".

"Temos mais armas de fogo do que pessoas"

Dom Cupich, apoiado por todos os bispos dos Estados Unidos, pediu a todos que imaginassem "ser um pai ou uma mãe com um filho naquela escola", e depois: "imaginem ter que enterrá-los". Todo o país está cheio de armas. "Temos mais armas de fogo do que pessoas", afirma ainda Dom Cupich. Embora nem sempre tenha sido assim, "os tiroteios em massa se tornaram uma realidade diária nos Estados Unidos de hoje". "O direito de posse de armas nunca será mais importante do que o vida humana", conclui Dom Cupich, acrescentando: "Nossos filhos também têm direitos. E nossos agentes eleitos têm o dever moral de protegê-los”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF