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terça-feira, 31 de maio de 2022

Santa Camila Batista da Varano

Sta. Camila Batista da Varano | arquisp
31 de maio

Beata Camila Batista da Varano

O príncipe Júlio César de Varano, senhor do ducado de Camerino, era um fidalgo guerreiro e alegre, muito generoso com o povo e sedutor com as damas. Tinha cinco filhos antes de se casar, aos vinte anos, com Joana, filha do duque de Rimini, que completara doze anos de idade. Tiveram três filhos. Criou todos juntos no seu palácio de Camerino, sem distinção entre os legítimos e os naturais.

Camila era sua filha primogênita, fruto de uma aventura amorosa com uma nobre dama da corte. Nasceu em 9 de abril de 1458. Cresceu bela, inteligente, caridosa e piedosa. Tinha uma personalidade sedutora e divertida, apreciava dançar e cantar. Tinha herdado o temperamento do pai, motivo de orgulho para ele, que a amava muito.

Ainda criança, depois de ouvir uma pregação sobre a Paixão de Jesus Cristo, fez um voto particular: derramar pelo menos uma lágrima todas as sextas-feiras, recordando todos os sofrimentos do Senhor. Porém tinha dificuldade para conciliar o voto à vida divertida que levava, quando não conseguia vertê-la sentia-se mal toda a semana. Mas esse exercício constante, a leitura sobre mística e o estudo da religião, amadureceram a espiritualidade de Camila, que durante as orações das sextas-feiras ficava tão comovida que chorava muito.

Aos dezoito anos, já sentia o chamado para a vida religiosa, mas continuava atraída pela vida e os divertimentos da corte. Quando conseguiu afastar todas as tentações, pediu a seu pai para ingressar num convento. Ele foi categórico e não permitiu. Camila ficou sete meses doente por causa disso. Seu pai fez de tudo, mas ela não desistiu. Após dois anos, acabou consentindo. Assim, aos vinte e três anos, em 1481, ingressou no mosteiro das clarissas, em Urbino, tomando o nome de irmã Batista e vestindo o hábito da Ordem.

O príncipe, entretanto, queria a filha próxima de si. Por isso comprou um convento da região e entregou aos franciscanos, para que o transformassem num mosteiro de clarissas. O primeiro núcleo saiu de Urbino, trazendo nove religiosas, entre as quais irmã Camila Batista, como a chamavam, que se tornou a abadessa do novo mosteiro de Camerino.

Os anos que se sucederam foram de grandes experiências místicas para Camila Batista, sempre centradas na Paixão e Morte de Jesus Cristo. Escreveu o famoso livro "As dores mentais de Jesus na sua Paixão", que se tornou um guia de meditação para grandes santos. Depois ela própria se tornou uma referência para as autoridades civis e religiosas que procuravam seus conselhos.

Morreu com fama de santidade, em 31 de maio de 1524, nesse mosteiro. A cerimônia do funeral se desenvolveu no pátio interno do palácio paterno. Foi declarada beata Camila Batista de Varano pela Igreja, para ser celebrada no dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Brasil quer ser líder pró-vida no mundo e promove adesões a tratado contra aborto

@brasilsemaborto
Por Francisco Vêneto

O acordo não é só oposição a legislações abortistas, mas uma pró-ativa estruturação da defesa da saúde integral da mulher.

O Brasil quer ser uma nação líder nas políticas pró-vida no mundo, e, com este objetivo, está promovendo novas adesões ao assim chamado Consenso de Genebra: trata-se de um tratado global em defesa da vida e contra o aborto, lançado em 2020.

Os Estados Unidos, que eram o principal signatário, deram um nítido passo atrás sob a gestão do atual presidente Joe Biden, que, por razões ideológicas, retirou o país dos tratados em defesa da vida e da família que haviam sido assinados pelo antecessor, Donald Trump.

A adesão da Colômbia

No dia 13 deste mês de maio, durante sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, a Colômbia aderiu ao Consenso de Genebra, marcando um chamativo contraste com a postura da sua Suprema Corte, que, três meses antes, havia descriminalizado o aborto no país.

A Colômbia foi 36º país a assinar o Consenso de Genebra. Segundo o jornal Gazeta do Povo, a adesão colombiana decorreu de intensa articulação do governo brasileiro, cujos esforços para trazer mais países latino-americanos ao acordo é coordenado pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Cristiane Britto, em conjunto com a secretária nacional da Família, Angela Gandra, que afirmou:

“Para nós foi uma alegria, porque [a Colômbia] é um país que acabou de ter a Suprema Corte admitindo o aborto com seis meses. Isso mostra que o governo está forte para mostrar que é pró-vida e pró-família”.

Políticas pró-vida e pró-família no Brasil

No tocante à proteção da vida e à defesa da maternidade no Brasil, a ministra Cristiane Britto citou iniciativas dos ministérios do Trabalho e da Economia e declarou:

“Todos os programas do governo, de toda a Esplanada, têm que ter a perspectiva do fortalecimento de vínculos familiares (…) A gente vai colocar como política de Estado, não de governo, que a pauta da família é prioritária, porque é isso que a própria sociedade brasileira quer”.

O Consenso de Genebra

O acordo internacional pró-vida não é apenas uma forma de oposição às legislações abortistas, mas sim, pró-ativamente, uma estruturação da defesa da saúde integral da mulher. Essa defesa inclui a preocupação com os impactos físicos e psicológicos do aborto, costumeiramente negligenciados no discurso de quem defende o aborto como “solução de saúde pública”.

O acordo destaca ainda a necessidade de se fortalecer a família, bem como a soberania dos países para legislarem sobre o aborto sem pressões de lobbies abortistas.

Junto com o Brasil, as nações atualmente mais engajadas na expansão do Consenso de Genebra são a Polônia e a Hungria – não por acaso, os dois países são incansavelmente pintados pela “grande mídia” como “de extrema direita” e “contrários aos direitos humanos”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Estes são os novos cardeis da América Latina que o papa Francisco criará em agosto

Dom Paulo Cezar Costa (Foto: Arquidiocese de Brasília); Dom Leonar Steiner
(Foto: Arquidiocese de Manaus); Dom Adalberto Martínez
(Foto: Arquidiocese de Assunção); Dom Jorge Jiménez (Foto: Conferência

Vaticano, 29 mai. 22 / 11:29 am (ACI).- Dos 21 cardeais que o papa Francisco criará em 27 de agosto, quatro são da América Latina: dois do Brasil, um do Paraguai e um da Colômbia.

Dom Paulo Cezar Costa, do Brasil

Dom Paulo Cezar Costa nasceu em 20 de julho de 1967, em Valença (RJ). Foi ordenado sacerdote em 5 de dezembro de 1992, na diocese de Valença. É doutor em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Como sacerdote, foi vigário paroquial, pároco, diretor e professor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), reitor do seminário e diretor Instituto de Filosofia e Teologia Paulo VI, em Nova Iguaçu (RJ) .

Em 2010 foi nomeado bispo auxiliar do rio de Janeiro. Sua ordenação episcopal foi em 5 de fevereiro do mesmo ano.

Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), atuou como membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, de 2011 a 2015.

Em 22 de junho de 2016, o papa Francisco o nomeou, aos 48 anos, o sétimo bispo de São Carlos (SP), sucedendo dom Paulo Sérgio Machado, que renunciou aos 70 anos em 16 de dezembro de 2015 após ser detido embriagado.

Em 20 de abril de 2020, o papa o nomeou membro da Pontifícia Comissão para a América Latina e, no dia 4 de julho seguinte, também o nomeou membro do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Dom Costa também foi membro do grupo de bispos consultivos do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e, em 21 de outubro de 2020, o papa Francisco o nomeou arcebispo metropolitano de Brasília, aos 53 anos.

Dom Leonardo Ullrich Steiner, do Brasil

Dom Leonardo Steiner nasceu em 1950, em Forquilhinha (SC). Fez os votos religiosos da Ordem dos Frades Menores em 1976 e foi ordenado sacerdote em 1978. É doutor em Filosofia e foi formador do seminário até 1986 e mestre de noviços até 1995. Desde então, até 2003, foi professor de Filosofia e secretário do Antonianum.

Foi também vice-pároco da paróquia do Bom Jesus e professor da Faculdade de Filosofia do mesmo nome, em Curitiba (PR). Em fevereiro de 2005, foi nomeado bispo prelado de São Félix. De aio de 2011 a maio de 2019, foi secretário geral da CNBB.

Em 21 de setembro de 2011, o papa Bento XVI o nomeou bispo auxiliar de Brasília. Em 27 de novembro de 2019, o papa Francisco o nomeou arcebispo metropolitano de Manaus (AM), substituindo dom Sérgio Eduardo Castriani, que renunciou por motivos de saúde. Em 31 de janeiro de 2020, tomou posse na arquidiocese.

Desde 27 de março de 2022, é vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia.

Dom Adalberto Martínez Flores, do Paraguai

Dom Adalberto Martínez se tornará o primeiro cardeal do Paraguai. Nasceu em Assunção, em 8 de julho de 1951. Estudou Economia por três anos na Universidade Nacional de Assunção.

Em 1973, viajou para Washington, D.C., nos Estados Unidos, onde por dois anos estudou Inglês avançado e Filosofia na Faculdade de Filosofia do Oblato College.

Em 1977, viajou para a Itália para ingressar na Escola Sacerdotal Internacional do Movimento dos Focolares, em Frascatti. Em 1981, terminou seus estudos de Teologia na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma.

Foi ordenado sacerdote em 24 de agosto de 1985, no Paraguai, pelo agora arcebispo de Boston (Estados Unidos), cardeal Seán O'Malley.

Exerceu o ministério sacerdotal na diocese de St. Thomas das Ilhas Virgens (Estados Unidos), primeiro em Saint Croix e depois em St. Thomas, entre 1984 e 1994. Posteriormente atuou como pároco em várias paróquias de Assunção, no Paraguai, e foi nomeado bispo auxiliar de Assunção em 15 de agosto de 1997. Recebeu a consagração episcopal em 8 de novembro do mesmo ano.

Em 18 de maio de 2000, foi nomeado primeiro bispo de San Lorenzo e, em 19 de fevereiro de 2007, foi nomeado bispo de San Pedro Apóstol.

Cinco anos depois, em 14 de março de 2012, foi nomeado bispo militar do Paraguai. Em 23 de junho de 2018, foi nomeado bispo da diocese de Villarrica del Espíritu Santo.

Na Conferência Episcopal Paraguaia, é responsável pela pastoral juvenil, secretário e, desde 2018, é presidente, cargo para o qual foi reeleito em 2021.

Dom Jorge Enrique Jiménez Carvajal, da Colômbia

Dom Jorge Carvajal nasceu na cidade de Bucaramanga, na Colômbia. Fez o noviciado na Congregação de Jesus e Maria e estudou Filosofia na Pontifícia Universidade Javeriana e Teologia no Seminário Valmaría dos Eudistas, na cidade de Bogotá, capital da Colômbia.

Foi ordenado sacerdote em 17 de junho de 1967 e, desde então, é formador no mesmo seminário. Foi membro da comunidade na Província Eudista Minuto de Deus e responsável pela área social de 1972 a 1978.

Também foi membro da comunidade na Província Eudista Minuto de Deus e diretor de estudos do Instituto Teológico Pastoral para a América Latina até 1988.

Foi nomeado bispo da diocese de Zipaquirá pelo papa João Paulo II em 9 de novembro de 1992. Recebeu a consagração episcopal em 12 de dezembro do mesmo ano.

Foi secretário geral da Conferência Episcopal Colombiana, de 1993 a 1995, secretário geral do CELAM, de 1995 a 1999, e presidente do CELAM até 2003.

Em 6 de fevereiro de 2004, João Paulo II o nomeou arcebispo coadjutor da arquidiocese de Cartagena das Índias e, em outubro de 2005, foi nomeado arcebispo de Cartagena das Índias.

Atualmente, é chefe do Instituto de Pastoral Teológica (ITEPAL), membro da Comissão de Coordenação com o CELAM da conferência episcopal e membro da Pontifícia Comissão para a América Latina e do Pontifício Conselho para os Agentes de Saúde.

Em novembro de 2002, dom Jorge Enrique Jiménez foi sequestrado em San Antonio de Aguilera, na Colômbia, pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) junto com um sacerdote que o acompanhava. Mais tarde foram libertados.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Presidência da CNBB saúda os novos cardeais do Brasil

Presidência da CNBB saúda os novos cardeais do Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se alegra com a escolha do Santo Padre para que Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (AM), e Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF), façam parte do Colégio Cardinalício. Saúda os dois novos cardeais brasileiros e roga ao Bom Deus para que os cumule das forças necessárias à missão que hoje receberam.

Vatican News

Na conclusão do Regina Coeli neste domingo, 29 de maio, data em que a Igreja no Brasil festeja a Ascensão do Senhor, o Papa Francisco fez o anúncio de 21 novos cardeais que serão criados no Consistório a ter lugar em 27 de agosto próximo. Entre eles estão dois brasileiros. O arcebispo da arquidiocese de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner, e o arcebispo da arquidiocese de Brasília (DF), dom Paulo Cezar Costa.

“Rezemos pelos novos cardeais  para que, confirmando a sua adesão a Cristo, me ajudem no meu ministério de Bispo de Roma para o bem de todo o fiel Povo Santo de Deus”, pediu o Santo Padre após o anúncio.

Dom Leonardo | CNBB

Dom Leonardo está entre os 21 novos cardeais que serão criados pelo Papa Francisco.

Dom Leonardo Ulrich Steiner nasceu no dia 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha (SC). Ingressou na Ordem dos Frades Menores (OFM) no dia 20 de janeiro de 1972, quando foi admitido no Noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Cursou Filosofia e Teologia em Petrópolis (RJ), de 1973 a 1978, quando os dois cursos eram integrados. Foi ordenado padre pelas mãos do cardeal Paulo Evaristo Arns, seu primo, no dia 21 de janeiro de 1978, em sua cidade natal. Por sua formação pedagógica, assumiu trabalhos na área da educação, compondo os quadros de professores das suas casas de formação. De 1981 a 1982, concluiu o curso de Pedagogia, e de 1987 a 1994 tornou-se “mestre de noviços”. A partir de 1995, o frei Ulrich se transferiu para o Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma, onde fez mestrado e doutorado em Filosofia.

De 1999 a 2003 exerceu a função de secretário geral do Pontifício Ateneu Antoniano. De volta ao Brasil, frei Ulrich foi nomeado vigário da paróquia do Senhor Bom Jesus, Curitiba (PR), onde também passou a lecionar na Faculdade de Filosofia São Boaventura.

Dom Leonardo Steiner foi nomeado bispo em 2 de fevereiro de 2005 pelo Papa João Paulo II para a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), sucedendo a dom Pedro Casaldáliga. Foi ordenado bispo no dia 16 de abril do mesmo ano, em Blumenau (SC), pelo cardeal Paulo Evaristo Arns, adotando como lema episcopal “Verbum Caro Factum” que quer dizer “Verbo feito carne”.

De 2007 a 2011, foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e vice-presidente do regional Oeste 2 da entidade, onde também foi bispo referencial para os presbíteros; para o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e para os jovens.

No dia 10 de maio de 2011 foi eleito secretário-geral da CNBB, durante a 49ª Assembleia Geral. Em 21 de setembro daquele ano, o Papa Bento XVI o nomeou bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília (DF).

Dom Leonardo foi eleito como membro delegado pela CNBB para participar como padre sinodal da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma de 7 a 28 de outubro de 2012, com o tema “A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”.

No dia 20 de abril de 2015, foi reeleito secretário-geral da CNBB. Ao lado do cardeal Sergio da Rocha e de dom Murilo Krieger, dom Leonardo mobilizou toda a Igreja no Brasil para a reforma da sede nacional da CNBB, em Brasília. Seu mandato foi concluído no dia 10 de maio de 2019.

Dom Leonardo foi nomeado como novo arcebispo metropolitano de Manaus pelo Papa Francisco no dia 27 de novembro de 2019. O novo arcebispo chegou à Manaus na tarde de quarta-feira, 29 de janeiro, e foi recebido por padres, bispos e agentes pastorais. A missa de acolhida foi celebrada, na sexta-feira, 31 de janeiro, às 19 horas, na catedral metropolitana de Manaus Nossa Senhora da Conceição.

A Presidência da CNBB o nomeou, em 4 de abril de 2022, como o novo presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia. Dom Leonardo concluirá o mandato referente ao quadriênio 2019-2023. O arcebispo também é o 1º Vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia, criada em 29 de junho de 2020, e erigida canonicamente pelo Papa Francisco em 9 de outubro de 2021. 

Dom Paulo | CNBB

Dom Paulo Cesar, arcebispo de Brasília (DF), foi anunciado como novo cardeal para o Brasil.

Natural de Valença (RJ), dom Paulo Cezar Costa nasceu em 20 de julho de 1967, filho de Geraldo Manoel da Costa Amaral e Maria Alice Miranda Amaral. Possui graduação em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da arquidiocese do Rio de Janeiro (1991), Mestrado (1998) e Doutorado (2001) em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

Foi ordenado presbítero aos 5 de dezembro de 1992. Em seu ministério presbiteral, foi vigário paroquial, pároco, reitor do Seminário Diocesano Paulo VI, em Nova Iguaçu (RJ). Colaborou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como membro do grupo de peritos da Comissão Episcopal de Doutrina e membro do Instituto Nacional de Pastoral.

Também atuou no âmbito acadêmico: na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), foi professor titular, coordenador e diretor do Departamento de Teologia. No Instituto de Filosofia e Teologia Paulo VI, foi professor e diretor. Ainda exerceu docência no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro e na Escola Teológica São Bento (ETSB).

Em 2010, foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ). Durante o quadriênio 2011-2015, foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB. Na realização da JMJ-2013, atuou como diretor administrativo.

Em 22 de junho 2016, foi nomeado 7º bispo da diocese de São Carlos pelo Papa Francisco. Sua posse canônica ocorreu no dia 6 de agosto daquele ano, na Catedral de São Carlos. Atualmente, é integrante do grupo de bispos consultivos do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam); presidente do Grupo de Análise de Conjuntura Eclesial da CNBB; responsável pelo Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB; referencial para o Instituto Nacional de Pastoral Alberto Antoniazzi (Inapaz); membro do Conselho Permanente da CNBB; membro da Pontifícia Comissão para América Latina e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

No dia 21 de outubro de 2020, o Papa Francisco escolheu dom Paulo Cezar Costa como arcebispo da arquidiocese de Brasília (DF). Sua posse ocorreu no dia 12 de dezembro, numa cerimônia restrita, por conta da pandemia, na Catedral de Brasília.

Saudação da Presidência da CNBB aos novos cardeais brasileiros

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se alegra com a escolha do Santo Padre para que Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (AM), e Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF), façam parte do Colégio Cardinalício. Saúda os dois novos cardeais brasileiros e roga ao Bom Deus para que os cumule das forças necessárias à missão que hoje receberam.

A convocação do Consistório na Solenidade da Ascensão do Senhor é um forte apelo a todos os batizados e batizadas para assumirem com empenho a missão de anunciar a Boa Nova do Evangelho, trabalhando incansavelmente pelo Reino de Deus.

A comunhão do Colégio Cardinalício, vivenciada em torno ao Sucessor de Pedro, estimula a Igreja a continuamente concretizar a comunhão em todas as suas instâncias, tornando-se uma Igreja sempre mais solidária e sinodal, capaz de “escutar com o coração” o clamor dos que sofrem, “falar com sabedoria e ensinar com amor”.

Que Aparecida, nossa mãe e padroeira do Brasil, lhes cubra de bênçãos neste serviço à Igreja!

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

Fonte: CNBB

https://www.vaticannews.va/pt

São José Marello

S. José Marello | arquisp
30 de maio

São José Marello

José Marello nasceu em 26 de dezembro de 1844, em Turim, Itália. Seus pais, Vincenzo e Ana Maria, eram da cidade de São Martino Alfieri. Quando sua mãe morreu, ele tinha quatro anos de idade e um irmão chamado Vitório. Seu pai, então, deixou seu comércio em Turim e retornou para sua cidade natal, onde os filhos receberiam melhor educação e carinho, com a ajuda dos avós.

Aos onze anos, com o estudo básico concluído, quis estudar no seminário de Asti. O pai não aprovou, mas consentiu. José o freqüentou até o final da adolescência , quando sofreu uma séria crise de identidade e decidiu abandonar tudo para estudar matemática em Turim. Mas, em 1863, foi contaminado pelo tifo, ficando entre a vida e a morte. Quase desenganado, certo dia acordou pensando ter sonhado com Nossa Senhora da Consolação, que lhe dizia para retornar ao seminário. Depois disso, sarou e voltou aos estudos no seminário de Asti, do qual saiu em 1868, ordenado sacerdote e nomeado secretário do bispo daquela diocese.

José e o bispo participaram do Concílio Vaticano I, entre 1869 e 1870. Posteriormente, acompanhou o bispo por toda a arquidiocese astiniana. Com uma rotina incansável, ele atendia todos os problemas da paróquia, da comunidade e das famílias. Muitas vezes, pensou em tornar-se um monge contemplativo, entretanto sua forte vocação para as necessidades sociais o fez seguir o exemplo do carisma dos fundadores, mais tarde chamados de "santos sociais", do Piemonte.

Corajosamente, assumiu a responsabilidade dos problemas reais da época, sem se preocupar com o Estado, que fechava conventos, seminários e confiscava os bens da Igreja, sempre convicto de que os mandamentos não lhe poderiam ser confiscados por ninguém. Muito precisava ser feito, pois cresciam a miséria, o abandono, as doenças, a ignorância religiosa e a cultural. Mas, José também tinha de pensar nas outras pequenas paróquias da diocese, em condições precárias, e ainda, não podia deixar de estimular os padres, de cuidar da formação religiosa das crianças e jovens e de socorrer e amparar os velhos. Por isso decidiu criar uma "associação religiosa apostólica", em 1878, em Asti.

O início foi muito difícil, contando apenas com quatro jovens leigos. Mas a partir deles fundou, depois, a Congregação dos Oblatos de São José, integrada por sacerdotes e irmãos leigos, chamados a servir em todos os continentes. Os padres Josefinos pregam, confessam, educam, fundam escolas, orfanatos, asilos, constroem igrejas e seminários.

Dedicando-se igualmente aos jovens, velhos, doentes, por isso seu fundador os chamou de "oblatos", ou seja, "oferecidos" a servir em todas as circunstâncias.

Em 1888, o papa Leão XIII consagrou José Marello bispo de Acqui. Porém, já com o físico muito enfraquecido pelo ritmo do serviço que nunca conheceu descanso ou horário, quando foi para a cidade de Savona, acompanhar a festa de São Filipe Néri, passou mal e morreu, aos cinqüenta e um anos de idade, no dia 30 de maio de 1895.

O papa João Paulo II o canonizou em 2001. A festa de são José Marello é celebrada no dia de sua morte e seu corpo repousa no santuário que recebeu o seu nome, em Asti.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Santa Joana d'Arc

Sta. Joana d'Arc | Facebook
30 de maio
Santa Joana d'Arc

Origens

Joana nasceu em 1412, no vilarejo de Domrémy, pertencente ao Ducado de Lorena, na França. Filha de camponeses trabalhadores e honrados, ela viveu ali sua infância, como qualquer outra menina de sua idade. Ocupava-se de trabalhos domésticos e, às vezes, pastoreava rebanhos de ovelhas do pai.

Chamada desde criança

Desde a infância Joana demonstrava uma piedade singular. Sentia-se atraída à contemplação, gostava de subir a lugares elevados para contemplar o panorama. Gostava muito de participar das celebrações na igreja e teve grande interesse em aprender o catecismo e a doutrina católica.

Um anjo guiando nos caminhos de Deus

Aos treze anos Joana começou a ouvir uma voz, que lhe orientava no caminho de Deus. Veja como ela mesma narrou esses fatos com muita simplicidade: "Quando eu tinha mais ou menos 13 anos, ouvi a voz de Deus que veio ajudar-me a me governar. Eu ouvi a voz do lado direito, quando ia para a Igreja. Depois que ouvi esta voz três vezes, percebi que era a voz de um anjo. Ela me ensinou a me conduzir bem e a frequentar a igreja". Há um detalhe muito importante nessa fala: segundo ela mesma afirma, a voz veio para ajudá-la a governar a si mesma, ou seja, o anjo de Deus ensina a adolescente Joana a ter autodomínio, um fruto do Espírito Santo. Mais tarde ela descobriu que era São Miguel Arcanjo quem falava com ela e que ela deveria partir em socorro do rei da França.

A França em grande sofrimento

Há setenta e cinco anos a França sofria demasiadamente vivendo a chamada “Guerra dos cem anos”. Tal guerra se dava contra a Inglaterra. A França, então um dos grandes países católicos, sofria a tentativa de invasão por parte dos ingleses desde 1337. A França, por sua vez, vinha dividida por discórdias internas e queda na moral e na religião. Em 1420 o rei francês perdeu o trono para o rei inglês e a França corria o risco de deixar de existir como país.

A hora de Santa Joana D’Arc

Ao completar 17 anos, a voz vinda do céu avisou a Joana que sua hora de agir tinha chegado. Então, ela saiu da casa de seus pais e conseguiu convencer um Capitão francês chamado Roberto de Baudricourt a leva-la até o rei “não empossado” da França, Carlos VII, que estava em Chinon. Joana dizia ser da vontade de Deus que Carlos recebesse a coroa e que ela, Joana, tinha sido chamada para liderar os exércitos da França na expulsão dos ingleses.

Comprovação na corte real

Depois de superar grandes dificuldades, Santa Joana chegou à corte real. Era o dia 6 de março de 1429. Para testar a veracidade do que ouvira dizer sobre Joana, o rei disfarçou-se na sala e colocou um falso rei no trono. Quando Santa Joana foi apresentada ao falso rei, não deu a ele nenhuma importância. Imediatamente passou a procurar entre os presentes no recinto até encontrar Carlos, que estava escondendo-se em um canto. Fixando nele o olhar, fez-lhe a devida reverência e disse: "Muito nobre senhor Delfim (rei), aqui estou. Fui enviada por Deus para trazer socorro a vós e vosso reino". Todos os presentes ficaram assombrados e aclamaram calorosamente a jovem e santa Joana.

À frente dos exércitos

Depois de ouvir atentamente a Joana, Carlos VII colocou os exércitos franceses à disposição dela. E ela partiu liderando os guerreiros para as batalhas decisivas. A presença de Santa Joana, virgem, cheia de inocência, sabedoria e força, impunha grande respeito e dava novo ânimo aos soldados. Como medida de união, ela proibiu a bebida alcoólica e os jogos entre os soldados. Além disso, convenceu os soldados a se confessarem e comungarem para enfrentar os ingleses com o poder de Deus.

Grandes vitórias

Os conselhos de guerra de Santa Joana nunca falharam, deixando grandes generais cheios de admiração. Sob sua liderança, os exércitos franceses acumularam vitórias importantíssimas. Em meio às batalhas, ela sempre portava um estandarte com a imagem de Cristo e os nomes: Jesus e Maria. Graças a Santa Joana D’Arc o ideal de unificação renasceu na França, bem como a esperança de reconquistar o que tinha sido perdido para os ingleses. Por isso, o povo não se cansava de manifestar gratidão e apoio a Santa Joana.

O rei francês é coroado

Graças à liderança de Santa Joana D’Arc, Carlos foi coroado em 17 de julho de 1429. Ela estava lá, a seu lado, portando seu estandarte. Embora alguns territórios estivessem ainda sob o domínio inglês, o reino da França tinha sido restaurado graças a Santa Joana D’Arc.

Ingratidão

Carlos VII, sentindo-se firme e poderoso no trono, esqueceu-se da gratidão que devia a Santa Joana D’Arc e abandonou-a. Ela, por sua vez, continuou a luta, por amor a seu país e para ver seu povo livre dos sofrimentos impostos pelos ingleses. Assim, na tentativa de salvar a cidade de Compiègne da mão dos ingleses, ela acabou presa e levada a um falso tribunal de Inquisição, chefiado por um bispo corrupto, que recebera grande soma para condenar a santa. Assim, apesar da defesa feita assombrosa pela própria Joana, inspirada por Deus, sem um defensor do Estado a que tinha direito, ela foi condenada por bruxaria e heresia.

Morte

Assim, Santa Joana D’Arc recebeu a pena de ser queimada em praça pública. Aconteceu no dia 30 de maio de 1431, quando ela tinha apenas dezenove anos. Amarrada, no meio das chamas, com os olhos fixos em seu crucifixo, ela entregou sua vida sem esmorecer, cumprindo sua missão e afirmando crer naquela voz do anjo que guiou seus passos e libertou a França através dela.

Oração a Santa Joana D’Arc

“Ó Deus, que nos alegrais com a comemoração de Santa Joana d'Arc, concedei que sejamos ajudados pelos seus méritos e iluminados pelos seus exemplos de castidade e fortaleza. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 29 de maio de 2022

Por que o machismo faz mal para a saúde (das mulheres e dos homens)

Machismo gera problemas emocionais para mulheres e até para os próprios homens —
Foto: André Mello/Editoria de Arte

Opressão de gênero gera problemas emocionais, cognitivos e comportamentais, como baixa autoestima, insegurança, depressão e ansiedade, além da incapacidade de lidar com os próprios sentimentos.

Por Thayz Guimarães, O GLOBO

29/05/2022

O machismo tem impactos profundos na saúde mental das mulheres. De acordo com especialistas, a opressão de gênero pode gerar problemas emocionais, cognitivos e comportamentais, como baixa autoestima, insegurança, estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, crise de pânico e outros transtornos psicológicos. Mas o machismo também afeta diretamente os homens. Segundo psicólogos ouvidos pelo GLOBO, a masculinidade tóxica tende a criar adultos incapazes de lidar adequadamente com seus próprios sentimentos, o que faz com que, muitas vezes, eles reajam às adversidades de maneira incompatível ou mesmo violenta.

— No caso das mulheres, ser vista como uma pessoa inferior causa problemas de desamparo aprendido, sensação de incompetência, falta de confiança e perda de referência em si mesma, o que te leva a aceitar o que o outro impõe a você — diz Elizabeth Barham, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). — [Disso pode advir] depressão, ansiedade, insegurança emocional, falta de conexão com suas próprias necessidades e até com outras pessoas.

Já para os homens, o machismo gera muita tensão e estresse porque os impele constantemente para um espaço de competição e busca por superioridade em relação às mulheres, mas também entre os próprios homens, explica Barham. Ademais, “é como se os homens não pudessem demonstrar dificuldades e fragilidades”, o que faz com que eles também sofram de depressão e ansiedade, mas expressem isso de maneira diferente: homens tendem abusar mais de álcool e drogas que mulheres, o que também é um “jeito ativo de lidar com o problema que é coerente com a ideia de machismo”, afirma.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os homens responderam por 79% das mortes por suicídio em 2020, de acordo com um levantamento do Washington Post baseado em dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. A maioria dessas mortes envolveu armas de fogo, após consumo excessivo de álcool ou drogas. Em comentário ao mesmo jornal, Bill Hawley, especialista em prevenção do departamento de saúde pública no Condado de Johnson, no Kansas, disse que “isso tem a ver com a lacuna entre as expectativas que os homens têm de suas vidas e a realidade de suas experiências individuais, agravada por normas culturais que os desencorajam a expressar qualquer emoção além da raiva”.

Os homens também costumam ser mais resistentes do que as mulheres a procurar ajuda e cuidar de sua saúde mental, porque as emoções não baseadas na raiva são consideradas, dentro dessa ótica machista, questões “femininas” ou “coisa de veado”, Pedro Ambra, professor do departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Machismo invisível

De acordo com o especialista, o machismo pode ser definido como “um conjunto de práticas, discursos e culturas que atribuem a homens e mulheres lugares fixos e hierarquicamente subordinados”.

— Mesmo discursos que enaltecem a mulher, como os de sacralização da mãe, podem ser considerados discursos machistas, na medida em que essa sacralização serve para invisibilizar muitas vezes o trabalho não remunerado da mulher que é mãe. As pessoas dizem “Ela faz tudo isso por amor”, “Ela é uma grande guerreira”. Mas isso apenas reifica o que é a mulher [do ponto de vista da estrutura patriarcal], enquanto o homem deve ser forte, agressivo e não levar desaforo para casa — comenta Ambra, autor do livro “O que é um homem? Psicanálise e história da masculinidade no Ocidente”. — Os efeitos disso são os mais diversos, desde a violência física e psicológica contra as mulheres, até as violências dos homens contra os próprios homens.

Comportamentos machistas, porém, não se limitam a casos de violência. Eles permeiam nosso cotidiano e muitas vezes até passam despercebidos. São gestos que parecem inofensivos, mas que na prática limitam as possibilidades das mulheres. A ONG Think Olga, de combate à desigualdade de gênero, destaca em seu glossário quatro tipos de machismos invisíveis: manterrupting, bropriating, mansplaining e gaslighting.

Junção de man (homem) e interrupting (e interrupção), manterrupting significa “homens que interrompem”, ou seja, é quando um homem não deixa uma mulher falar, interrompendo-a a todo instante. O bropriating é uma junção de bro (nome curto para brother, irmão, mano) e appropriating (apropriação) e se refere à quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela. Mansplaining, por sua vez, é uma junção de man (homem) e explaining (explicar) e ocorre quando um homem dedica seu tempo a explicar obviedades para uma mulher, por não a considerar capaz de entender.

Já o gaslighting é a violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor a acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz. O termo foi baseado no título do thriller "Gaslight" (“À meia-luz”), de 1944, e é uma forma de fazer a mulher duvidar de seu senso de realidade, de suas próprias memórias, percepção, raciocínio e sanidade. Este comportamento também afeta os homens, mas as mulheres são vítimas culturalmente mais fáceis — qual mulher nunca ouviu frases como: “Você está exagerando”, “Nossa, você é sensível demais”, “Para de surtar”, “Você está delirando?”, “Cadê seu senso de humor?”, “Não aceita nem uma brincadeira?”, e o clássico “Você está louca?”?

Há ainda outro impacto invisível do machismo na vida das mulheres: a carga mental. Sabe quando um homem alega que “ajuda muito nas tarefas de casa”? Isso ocorre devido à visão machista de que os trabalhos domésticos (gestão da casa, cuidado com os filhos etc.) são de responsabilidade da mulher, mesmo que ela também trabalhe fora.

— Na grande maioria das famílias, são as mulheres as responsáveis por cuidar da casa e dos filhos. E isso é ensinado desde a infância, com brincadeiras que envolvem bonecas e panelinhas, na relação com os irmãos e até em piadinhas “inocentes” como “já está pronta para casar” — diz Pedro Ambra, antes de lembrar que o machismo atua em três níveis: individual, institucional e estrutural. — Então dentro dessa estrutura patriarcal, as mulheres têm que planejar tudo. É delas a responsabilidade pela gestão da casa e por manter a família unida. O cara muitas vezes não sabe nem a data de aniversário dos filhos.

Manual antimachismo

No livro “Guia prático antimachismo” (Sextante), a advogada Ruth Manus defende que “homens e mulheres são machistas” e que “o machismo não é um problema apenas para as mulheres”. Homens também são oprimidos por essa cultura, porque o machismo “dita regras comportamentais muito rígidas para todos, independentemente do gênero”, ela diz.

— Os homens perdem, principalmente, a liberdade de serem o que quiserem, porque o machismo prega uma masculinidade tóxica, pautada na falta de sensibilidade e compaixão, que muitas vezes chega perto da violência — comentou, em entrevista ao GLOBO. — Você pode até dizer que os homens do seu convívio não são truculentos, mas quantas vezes eles são confrontados a agirem dessa forma? “Nossa, mas você obedece a sua mulher, ein?”, “Não vai ficar bebendo cerveja até duas da manhã numa quarta-feira porque sua mulher é brava e você tem que ir para casa cuidar do filho”. Não, gente. É só um homem decente querendo fazer parte de uma dinâmica familiar saudável.

Manus também sustenta que o machismo existe sob diversas roupagens. Ela cita alguns exemplos: o machista old school (aquele que pensa que “homem que é homem não chora nem faz exame de próstata); o esquerdomacho (“diz que é desconstruído, mas repete modelos de infidelidade e soberba masculina e se incomoda ao ser confrontado com a realidade); o politicamente incorreto (“reclama que não pode nem mais fazer piada”); o do “mimimi” (“sempre tenta anular o debate com menosprezo pela causa”); o palestrinha (“tenta explicar o óbvio e sempre interrompe as mulheres”); e o violento, “lembrando que a violência não é só física e sexual, ela é também psicológica”.

Fonte: https://oglobo.globo.com/

O “pai do movimento abortista” e a sua cruzada contra a Igreja Católica

BOB STRONG | AFP
Por Russell Shaw

O eugenista Lawrence Lader previu: "uma vez que o sexo tiver sido separado da gravidez, a Libertação das Mulheres poderá construir a sua própria ética sobre o monte de cinzas da moral puritana".

Em meio à controvérsia de uma possível revisão do caso Roe v. Wade, a decisão de 1973 que legalizou o aborto nos EUA, a retórica dos redatores e comentadores favoráveis ao aborto tem sido inflamada. Diz um editorial do New York Times: “Se pensavam que Roe v. Wade em si levou à discórdia e à divisão, basta esperar até que se vá embora”. Será isso uma previsão ou uma ameaça?

Nesta altura de paixões desenfreadas, faz sentido recordar o sábio ditado de T.S. Eliot: “O fim é de onde se começa,” e refletir sobre o que os fundadores do movimento abortista viram realmente como fins últimos. E sobre essa questão nenhuma fonte fala com mais autoridade do que Lawrence Lader.

Provavelmente poucas pessoas hoje se lembram de Lader, mas a escritora feminista Betty Friedan declarou-o admiravelmente “o pai do movimento do aborto”. Entre outras coisas, escreveu o livro mais influente sobre a defesa do aborto antes de Roe, e o seu trabalho foi citado nove vezes pela opinião majoritária nesse caso. Aos 86 anos de idade, ele continuava a ser uma das vozes mais fortes da cruzada a favor do aborto, até à sua morte em 2006.

Lader foi um jornalista que escreveu para revistas nos anos após a Segunda Guerra Mundial. Os seus 11 livros incluíam uma biografia de Margaret Sanger, fundadora da Planned Parenthood, e um volume que discutia o caso da pílula abortiva RU-486. Como líder do movimento abortista, foi co-fundador de um grupo chamado National Association for the Repeal of Abortion Laws – agora, NARAL Pro-Choice America.

Entre os alvos do fanatismo de Lader estava a Igreja Católica. No seu livro Politics, Power, and the Church, argumentou que em temas como aborto e divórcio, a Igreja “procurou legalizar os seus códigos morais”. Em 1988-89 entrou com uma ação exigindo o fim do estatuto de isenção de impostos da Igreja, mas esse esforço não levou a lado nenhum.

O ponto alto da sua defesa do aborto foi inquestionavelmente o livro Abortion. Publicado por Bobbs-Merrill, o livro foi lançado em 1966, pouco depois de uma decisão do Supremo Tribunal (Griswold v. Connecticut) ter anulado um antigo estatuto anticontracepção de Connecticut. Um volume seguinte, Abortion II, foi ainda mais virulento.

O que tinha Lader em mente, então, exatamente? Deixe-mo-lo falar por si próprio.

O aborto – declarou ele – era “a liberdade final” para as mulheres. Mas liberdade para quê? O aborto seria “a principal arma contra o sexismo e o ‘imperativo biológico’ – a prisão da procriação indesejada”. Mas isso não era tudo. “Uma vez que o sexo tiver sido separado da gravidez, a Libertação das Mulheres poderá construir a sua própria ética sobre o monte de cinzas da moral puritana”. E, por fim, a “feminista mais radical” (e, ao que parece, o próprio Lawrence Lader) “quer uma revolta ainda mais radical – o fim da família nuclear”.

Vale a pena notar o matiz da eugenia na escrita de Lader. Normalmente está camuflada em linguagem supostamente bonita (“que cada criança seja uma criança querida”), mas aqui e ali essa linguagem se rompe, como neste caso: “Acima de tudo, a sociedade deve compreender a relação sombria entre crianças indesejadas e a revolta violenta de grupos minoritários”.

Aborto, eugenia, destruir a família nuclear, acabar com a moralidade sexual, silenciar a Igreja Católica. Estes foram alguns dos objetivos perseguidos pelo pai do movimento abortista numa longa, notavelmente bem sucedida, e altamente destrutiva carreira.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF