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domingo, 5 de junho de 2022

Jesus de Nazaré ontem e hoje

As capas de quatro edições do livro de Joseph Ratzinger-Bento XVI,
Jesus de Nazaré | 30Dias
Arquivo - Revista 30Dias - 05/2007

O arcebispo emérito de Milão resenha para 30Dias o livro Gesù di Nazaret, de Joseph Ratzinger-Bento XVI.

 

do cardeal Carlo Maria Martini

O cardeal Carlo Maria Martini | 30Dias

Muitos são os livros sobre Jesus que saíram nestes últimos tempos, em diversas línguas e escritos de diversos pontos de vista. Isso sublinha a extraordinária atualidade da figura de Jesus e a multiplicidade de abordagens possíveis. Mas nunca, até hoje, tinha acontecido de sair um livro sobre Jesus escrito por um papa. O papa João Paulo II nos acostumou a alguns relatos sobre sua vida. Mas é a primeira vez que sai um livro escrito por um papa que enfrenta um tema tão árduo e amplo. É verdade que neste livro são tratados apenas alguns aspectos da vida de Jesus, desde o Batismo até a Transfiguração. O autor espera poder completar sua obra daqui a não muito tempo. Em todo caso, a pergunta é obrigatória: as palavras contidas neste volume são palavras de um papa, com a força magisterial que lhes é devida, ou são reflexões de um estudioso que expressa convicções pessoais, por mais que venham de uma longa familiaridade com seu tema e de seu envolvimento pessoal com a vida da Igreja, e com o seguimento de Cristo?

O próprio Papa pretende desfazer essa possível ambigüidade, afirmando: “Decerto não preciso dizer expressamente que este livro não é de forma alguma um ato do magistério, mas unicamente expressão da minha investigação pessoal do ‘rosto do Senhor’ (cf. Sl 27, 8). Por isso, qualquer um está livre para se contrapor ao que eu digo. Peço apenas às leitoras e aos leitores aquela simpatia antecipada sem a qual não se dá nenhuma compreensão” (p. 20). Sendo assim, nós nos propomos a resenhar o livro com simpatia e liberdade de espírito.

O autor, ao longo de seus períodos de estudo e ensino em diversas universidades alemãs (lembro-me de que eu mesmo assisti a suas aulas na Universidade de Münster, na Vestefália), pôde acompanhar as diversas etapas da pesquisa histórica sobre Jesus. Ele mesmo escreveu sobre isso na década de 1960, e eu me lembro de ter lido aquelas páginas com grande interesse. De lá para cá, as discussões sobre a possibilidade de saber algo historicamente seguro sobre a vida de Jesus continuaram, com a tendência a separar o Cristo histórico do Cristo da fé.

Ao ler as páginas deste livro, encontramos freqüentemente referências a esse pano de fundo, a começar pela distância que o autor toma do grande exegeta católico contemporâneo Rudolf Schnackenburg, já nas páginas da premissa: “É claro que, com esta visão da figura de Jesus, eu vou além do que diz, por exemplo, Schnackenburg, enquanto representante de boa parte da exegese contemporânea”. Essa exegese “nos abriu uma grande quantidade de materiais e conhecimentos por meio dos quais a figura de Jesus pode se tornar presente para nós com uma vivacidade e profundidade que poucas décadas atrás não conseguíamos nem imaginar”. Todavia, o autor pretende aplicar “os novos critérios metodológicos, que nos permitem uma interpretação propriamente teológica da Bíblia, mas requerem a fé, sem com isso querer ou poder de modo algum renunciar à seriedade histórica” (p. 19).

Começa-se, assim, a delinear o método próprio do autor, sobre o qual voltaremos mais adiante. Por agora, ocupemo-nos do livro em si mesmo. Ele tem por título Jesus de Nazaré, e, como eu disse acima, dedica-se aos fatos da vida de Jesus do Batismo até a Transfiguração. A obra tem como título Jesus de Nazaré, mas penso que o verdadeiro título deveria ser, mais precisamente, “Jesus de Nazaré ontem e hoje”. De fato, o autor passa com facilidade da consideração dos fatos que dizem respeito a Jesus à importância de tais fatos para os séculos seguintes e para a nossa Igreja. Por isso, o livro está cheio de alusões às questões contemporâneas.

Por exemplo, ao falar da tentação no deserto, quando Satanás oferece a Jesus a dominação do mundo, o autor afirma que “seu verdadeiro conteúdo se torna visível quando constatamos a maneira como toma uma forma sempre nova ao longo da história. O império cristão bem cedo procurou transformar a fé num fator político de unidade do império. O reino de Cristo devia, portanto, assumir a forma de um reino político, com todo o seu esplendor. A fragilidade da fé, a fragilidade terrena de Jesus Cristo devia ser amparada pelo poder político e militar. Ao longo dos séculos, essa tentação – assegurar a fé mediante o poder – reapresentou-se constantemente, de diferentes formas, e a fé sempre correu o risco de ser sufocada pelo próprio abraço do poder” (pp. 62-63).

Esse tipo de consideração sobre a história posterior a Jesus e sobre a atualidade dá ao livro uma amplitude e um sabor que outros livros sobre Jesus, preocupados apenas com a discussão meticulosa dos acontecimentos de sua vida, não possuem.

O autor mostra que, sem a realidade de Jesus, feita de carne e sangue, o cristianismo se torna simples moralismo e assunto para o intelecto. Por isso, ele também está preocupado em ancorar a fé cristã nas raízes hebraicas, e o faz não apenas referindo-se à profecia de Dt 18, 15, da qual parte a discussão do livro, mas também lembrando muitas outras passagens do Antigo Testamento citadas por Jesus, as quais, além de constituir o quadro dentro do qual devemos entender suas palavras, dão um contexto preciso a sua história.

Mas o que lhe importa sobretudo é o fato de que esse Jesus tem uma visão de Deus como nenhum outro homem tem. Ele cita, por isso, o prólogo do Evangelho de João: “Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está voltado para o seio do Pai, este o deu a conhecer” (Jo 1, 18). É esse o ponto a partir do qual é possível compreender a figura de Jesus. Isso leva a uma certa compenetração entre conhecimentos históricos e conhecimentos de fé. Cada um desses caminhos, seja a razão, seja a fé, mantém sua dignidade, liberdade e método próprios, sem misturas nem confusões.

De tudo isso transparece claramente também o método de trabalho. O autor é totalmente contrário ao que recentemente, sobretudo na literatura americana anglo-saxã, foi chamado “o imperialismo do método histórico-crítico” (veja-se, por exemplo, W. Brueggemann, Teologia dell’Antico Testamento, 2002). O autor reconhece que esse método é importante, mas que com ele se corre o risco de desmembrar o texto e tornar incompreensíveis os fatos a que esse texto faz referência. Ele se propõe, portanto, a ler os diferentes textos no quadro da totalidade da Escritura. Assim, fica claro “que no conjunto há uma direção, que o Antigo e o Novo Testamento estão intimamente ligados entre si. Certamente, a hermenêutica cristológica, que em Jesus Cristo vê a chave de tudo e, partindo d’Ele, aprende a entender a Bíblia como unidade, pressupõe uma opção de fé e não pode derivar do simples método histórico. Mas essa opção de fé tem a seu lado a razão – uma razão histórica –, e permite ver a íntima unidade da Escritura e entender, assim, de modo novo, também cada uma das partes do caminho, sem eliminar sua originalidade histórica própria” (p. 15).

O autor refuta, portanto, a contradição entre fé e história, pois está convencido de que o Jesus dos Evangelhos é uma figura historicamente sensata e coerente, e de que a fé da Igreja não pode poupar-se de ter uma certa base histórica. Na prática, tudo isso significa que o autor, como ele mesmo diz, deposita confiança nos Evangelhos, mesmo integrando tudo o que a exegese moderna diz sobre eles. Daí resulta um Jesus real, um Jesus histórico no sentido verdadeiro do termo, cuja figura é muito mais lógica e historicamente compreensível que as reconstruções com as quais fomos confrontados ao longo das últimas décadas (cf. pp. 17-18).

O autor está convencido de que “só se tiver acontecido algo extraordinário, se a figura e as palavras de Jesus tiverem superado radicalmente todas as esperanças e expectativas da época, se explica a sua crucifixão e a sua eficácia” (p. 18). A mesma eficácia que levou seus discípulos a reconhecerem n’Ele, num intervalo de vinte anos, o nome que o profeta Isaías havia reservado apenas a Deus.

Em conseqüência disso, o autor expressa seu convencimento de “que o tema mais profundo do anúncio de Jesus era seu mistério pessoal, o mistério do Filho, no qual Deus está entre nós e se mantém fiel a sua palavra” (p. 224). Isso é verdade, particularmente, para o sermão da montanha, ao qual o autor consagra dois capítulos, como também para a mensagem das parábolas e para as outras grandes palavras de Jesus.

Se esse é o método do autor, o que se deve pensar desta obra do ponto de vista geral? O autor confessa que este livro é o resultado de um longo caminho interior (pp. 7 e 20). Começou a trabalhar nele durante as férias do ano de 2003. O livro, todavia, é o fruto maduro de uma meditação e de um estudo que ocuparam uma vida inteira.

A conclusão dessa meditação e desse estudo é que Jesus não é um mito, mas um homem de carne e sangue, uma presença extremamente real na história. Podemos seguir os caminhos que ele percorreu. Podemos ouvir suas palavras graças às testemunhas. Ele morreu e ressuscitou.

Este livro constitui, portanto, um ardente testemunho de um grande estudioso – que hoje tem também um lugar de primeiro plano na Igreja Católica – sobre Jesus de Nazaré e seu significado para a história da humanidade e a percepção da verdadeira figura de Deus. É sempre reconfortante ler testemunhos como esse. Eu acho o livro muito bonito: ele é também um livro que se lê com certa facilidade (eu aconselharia o leitor a começar pelos capítulos sobre os discursos de Jesus). Não é um livro pesado, ainda que seja um livro que faz pensar.

O livro não se limita apenas ao aspecto intelectual. Mostra-nos o caminho do amor a Deus e ao próximo, como diz muito bem, ao explicar a parábola do bom samaritano: “Agora nós nos damos conta de que todos precisamos do dom do amor salvífico do próprio Deus, para que possamos nos tornar também pessoas que amam. Precisamos sempre de Deus, que se faz nosso próximo, para que nós também, por nossa vez, possamos nos tornar próximos” (p. 238).

Ele enfrenta também o tema do “fracasso do profeta”, de todo verdadeiro profeta: “Sua mensagem se contrapõe demais à opinião comum, aos hábitos correntes. Só mediante o fracasso sua palavra se torna eficaz. Esse fracasso do profeta paira como uma pergunta obscura sobre toda a história de Israel, e de certa forma se repete incessantemente na história da humanidade. Sobretudo, é sempre novamente também o destino de Jesus Cristo: Ele acaba na cruz. Mas da cruz deriva justamente a grande fecundidade” (p. 226).

Todavia, nesta altura convém esperar pelo segundo volume, no qual será tratado amplamente o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus. A leitura deste livro nos convida, assim, a esperar cheios de desejo o que se seguirá a ele.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Ataque a igreja na Nigéria deixa mortos e feridos em Pentecostes

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 05 jun. 22 / 12:30 pm (ACI).- Homens armados invadiram hoje, 5 de junho, Solenidade de Pentecostes, a Igreja de São Francisco, na cidade de Owo, no estado de Ondo, Nigéria, matando e ferindo fiéis.

O número de mortos ainda não foi divulgado, mas imagens e vídeos postados nas redes sociais mostram o massacre. Vários usuários acusam os Fulani, etnia majoritariamente muçulmana.

O governador de Ondo, Arakunrin Akeredolu, se disse profundamente triste com o ataque. No Twitter, classificou-o como "vil e satânico".

Akeredolu disse que "é um ataque calculado ao povo pacífico do Reino de Owo, que tem desfrutado de relativa paz ao longo dos anos".

Afirmou ainda que estava em contato com dom Jude Ayodeji Arogundade, Bispo de Ondo.

Akeredolu disse que as autoridades civis "vai destinar todos os recursos disponíveis para caçar esses agressores e fazê-los pagar".

"Nunca nos curvaremos às maquinações de elementos implacáveis ​​em nossa determinação de livrar nosso estado dos criminosos", disse ele.

Fonte: https://www.acidigital.com/

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Recebei o Espírito Santo

     Estamos celebrando a solenidade de Pentecostes, festa da Torah para o mundo judaico e, para nós cristãos, é o dom do Espírito Santo. O ressuscitado vai ao Pai e manda sobre os seus o dom do Espírito santo. O Espírito Santo agiu no ministério de Jesus e na vida da Igreja. O relacionamento de Jesus com o Espírito é sublinhado desde o seu nascimento (Lc 1,35). No batismo de Jesus, no Jordão, o Espírito desce sobre Jesus (Mc 1,9-11; os sinóticos narram o batismo de Jesus, porém João não narra, mas diz que viu o Espírito descer sobre Ele em forma de pomba [Jo 1,32-34]). Lucas, no texto das tentações, diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto (recebido no Jordão); depois, na sinagoga de Nazaré, Ele lê o profeta Isaías 61 e recorda a descida do Espírito sobre Ele, que O consagrou com a unção (no batismo). Na morte na cruz, Jesus entregou o Espírito (Jo 19,30). Tal entrega há um profundo significado teológico. É o ato pelo qual Jesus consumou o seu sacrifício. A carta aos Hebreus diz “por um Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha”.

Pentecostes é o ressuscitado que, indo ao Pai, manda sobre os seus o Espírito Santo, unge os discípulos com o Espírito Santo (At 2, 1-11). O espírito transformará a vida dos discípulos e a vida da Igreja.   A vida dos discípulos, “que parecia ter chegado ao fim, é renovada pela juventude do Espírito: aqueles jovens que, dominados pela incerteza se sentiam no fim, foram transformados por uma alegria que os fez renascer. Foi o Espírito Santo que fez isto. O Espírito não é, como poderia parecer, uma coisa abstrata; é a Pessoa mais concreta, mais próxima, aquela que muda a nossa vida” (Papa Francisco, homilia de 9 de junho de 2019).  O Espírito age na vida de cada pessoa. É o Espírito que nos faz crer em Jesus: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, a não ser por obra do Espírito” (1Cor 12, 3). A fé é obra do Espírito. Se somos pessoas de fé, isto é dom do Espírito.

O Espírito age constantemente na vida da Igreja enriquecendo-a com ministérios, carismas e dons. É ele quem vai suscitando a riqueza e beleza do corpo eclesial (1 Cor 12, 3-7. 12-13).

A teologia católica contemporânea sublinha que o Espírito Santo é esta Pessoa-Amor que se comunica, manifesta o ser mais profundo de Deus, que se autocomunica exteriormente (ad extra) como dom. Se, por um lado, este amor é a expressão mais íntima de Deus – da união do Pai e do Filho -, por outro lado, é a expressão da autocomunicação ad extra deste amor superabundante, ao tempo em que é o cumprimento da obra redentora. O Espírito Santo é, também, por uma parte, a união entre o Pai e o Filho, e, por outra parte, o amor de Deus que se comunica. Ele é a Pessoa escondida, muitas vezes desconhecida, que se revela na sua ação.

Sergio Bulgakov (filósofo e teólogo cristão) diz que “o Espírito Santo é a união do Pai e do Filho na terceira pessoa; o Pai é sinal do amor sacrifical paterno, o Filho do amor sacrifical filial e o Espírito Santo é o amor exultante da gratidão”.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Apelo de Francisco: por favor, não levem a humanidade à ruína!

Regina Coeli - Praça São Pedro  (Vatican Media)

Após a oração do Regina Coeli Francisco reafirmou: “sobre a humanidade desceu novamente o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus”.

Silvonei José – Vatican News

Após a oração do Regina Coeli neste domingo na Praça São Pedro, o Papa Francisco recordou que em Pentecostes, o sonho de Deus sobre a humanidade tornou-se realidade; cinquenta dias após a Páscoa, povos que falam línguas diferentes se encontraram e se entenderam.

Mas agora, - disse Francisco - cem dias após o início da agressão armada contra a Ucrânia, sobre a humanidade desceu novamente o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus: povos em confronto, povos que se matam uns aos outros, povos que, em vez de se aproximarem, são expulsos de suas casas.

Papa Francisco | Vatican News

E à medida que a fúria da destruição e da morte se acende e os confrontos se ampliam, alimentando uma escalada que é cada vez mais perigosa para todos, renovo meu apelo aos responsáveis pelas nações: por favor, não levem a humanidade à ruína! Não levem a humanidade à ruína, por favor!

Francisco pediu que se realizem negociações reais, negociações reais para um cessar-fogo e para uma solução sustentável.

Que o grito desesperado do povo que sofre seja ouvido - nós o vemos todos os dias na mídia - que a vida humana seja respeitada e que seja detida a macabra destruição de cidades e vilarejos no leste da Ucrânia. Por favor, continuemos a rezar e a nos comprometermos pela paz, sem nos cansarmos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Bonifácio

S. Bonifácio | Convento da Penha
05 de junho
São Bonifácio

Origens

Seu nome de batismo era Winfrid. Filho de uma família de nobres ingleses, nasceu em 673, na região de Devonshire, sudoeste da Inglaterra. Seguindo o costume da época, ainda na infância seus pais o levaram para um mosteiro beneditino para que ele recebesse a melhor educação possível, tanto acadêmica quanto religiosa. No mosteiro Winfrid se adaptou bem e quando chegou à juventude percebeu que tinha vocação para a vida religiosa e um desejo ardente de levar o nome de Jesus Cristo aos lugares mais distantes.

Vida religiosa

Quando completou dezenove anos, Winfrid fez seus votos religiosos na abadia beneditina de Exeter, também na Inglaterra. Lá, ele começou sua vida de professor. Lecionou regras monásticas em Exeter e também na abadia de Nurslig. Este tempo como professor o ajudou a descobrir sua vocação missionária, pois exercitou a oratória e a lida com pessoas de origens diferentes, saindo-se muito bem.

Primeira tentativa missionária frustrada

Dom Winfrid sentia em seu coração o desejo de anunciar o Evangelho aos povos germânicos que viviam além do rio Reno. Por isso, fez uma primeira tentativa de chegar à Alemanha para levar a fé cristã. Porém, por causa de divergências políticas entre um duque chamado Radbod, que era pagão, e o rei Carlos Martel, cristão, essa tentativa foi frustrada e ele não conseguiu realizar seu sonho.

Uma luz ilumina seu caminho

No ano 718 Dom Winfrid fez uma peregrinação a Roma. Lá, conseguiu uma audiência com o Papa Gregório II e este decidiu apoiar seu intento de evangelização da Alemanha. Na ocasião, o Papa orientou Dom Winfrid a assumir o nome de Bonifácio, em homenagem a um famoso santo e mártir romano. Winfrid obedeceu e partiu para sua grande missão de evangelizar os povos germânicos, que ainda não conheciam Jesus Cristo.

O começo da missão na Alemanha

Em território alemão, Dom Bonifácio chegou primeiramente à Turíngia. Depois, dirigiu-se à Frísia. Nos dois locais suas pregações conquistaram corações que se converteram à fé cristã. Depois disso, ele andou por quase toda a Alemanha levando a Boa Nova de Jesus Cristo e conquistando os corações dos germânicos. Sua missão frutificou e belas comunidades cristãs se firmaram em território alemão.

Bispo de Mains

São Bonifácio voltou a Roma numa segunda peregrinação. O Papa nessa época, já era outro. Porém, ficou muito entusiasmado com o trabalho missionário na Alemanha e nomeou São Bonifácio como bispo de Mains. A partir desse momento, o apostolado de São Bonifácio ganhou nova força. Ele ordenou inúmeros padres e diáconos, fundou vários mosteiros masculinos e femininos, seguindo sua origem beneditina. Dentre esses mosteiros, destaca-se o de Fulda, que se tornou o grande centro da cultura religiosa da Alemanha. Liderou também a construção de várias igrejas e catedrais por todo o país. Para tanto, conseguiu a ajuda de um grande número de monges beneditinos vindos da Inglaterra. Estes ajudavam não só nas construções, mas também na evangelização do povo. Seu trabalho principal, porém, consistia na construção do templo invisível, que é a Igreja de Cristo. Por isso, ele viajou incansavelmente, participou de vários concílios e ajudou na promulgação de leis que tornaram a Alemanha um país melhor.

O Evangelho chega mais longe

Devido ao grande sucesso de sua ação missionária, São Bonifácio estendeu sua missão até a França. Depois, em 754, foi para a Holanda. Lá exerceu também seu frutuoso apostolado, levando milhares de pessoas ao conhecimento de Jesus Cristo.

Morte

São Bonifácio estava na Holanda. No dia e de junho, dia de Pentecostes, ele foi celebrar a crisma de um enorme grupo de catecúmenos na cidade de Dokkun. Assim que ele iniciou a santa missa, uma horda de pagãos da Frísia invadiu a Igreja e matou todos os que estavam lá dentro. São Bonifácio recebeu um golpe de espada que partiu ao meio sua cabeça e ele entregou sua alma a Deus. Por isso, São Bonifácio é considerado mártir, pois deu sua vida por causa da fé em Cristo. Mas a semente que ele lançou, ganhou raízes profundas e se firmou para sempre no coração dos povos germânicos. Seus restos mortais foram levados para a igreja do belo mosteiro de Fulda.

Oração a São Bonifácio

Ó Deus, que destes a São Bonifácio o espírito missionário que o fez deixar seu país para evangelizar os povos germânicos, cumprindo a vossa vontade, dai também a nós a graça de um renovado ardor missionário e a bênção de realizar vosso plano de amor em nossas vidas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Bonifácio, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sábado, 4 de junho de 2022

EM VÍDEO, COMISSÃO TRAZ REFLEXÃO SOBRE A MISSÃO DO CATEQUISTA À LUZ DA PSICOLOGIA E DA ESPIRITUALIDADE

CNBB

A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) preparou uma série de vídeos para auxiliar nos itinerários formativos de catequistas em vista da instituição do Ministério de Catequista.  

Nesta sexta-feira, 3 de junho, foi divulgado o segundo vídeo da série com o título “A Missão do Catequista: da psicologia à espiritualidade”. Nele, a irmã Ana Havenne oferece uma contribuição para a formação dos catequistas através de elementos psicológicos do processo de amadurecimento do ser humano.

Já na segunda parte da reflexão, a irmã convida os catequistas a fazerem uma travessia da psicologia para a espiritualidade e a relerem os elementos psicológicos dentro da missão do catequista à luz da Palavra de Deus.

“Que bom pensar que hoje podemos fazer essa reflexão numa Igreja sinodal, ou seja, numa Igreja que se vê como povo de Deus a caminho em constante processo de conversão. Sim, queremos ser discípulos e discípulas de Jesus juntos e juntos em saídas missionárias”, disse a irmã.

Confira o vídeo na íntegra:

https://youtu.be/Iix2gb8QATA

A série de vídeos

Os vídeos acompanham os temas indicados no subsídio publicado pelas Edições CNBB, o “Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista”, elaborado pela Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

Os 12 vídeos estão sendo colocados à disposição dos interessados. Eles estão disponíveis no canal Catequese do Brasil, no YouTube, e nas redes sociais da CNBB (@cnbbnacional). 

O primeiro vídeo, com o título “Itinerário formativo para a instituição do Ministério do Catequista”, foi publicado na última semana. Confira o vídeo (aqui).

Saiba mais

1.    https://www.cnbb.org.br/serie-de-videos-formativos-auxiliam-catequistas/

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A influência das redes sociais no aumento de casos de depressão entre os jovens

Depressão entre jovens não terminou com o isolamento da pandemia
Foto: Pexels

Na realidade digital, adolescentes que ainda estão formando suas identidades se comparam o tempo todo e os filtros de imagem ditam um ideal de perfeição.

Por Eduardo Graça — São Paulo

04/06/2022

A diminuição da intensidade da pandemia de Covid-19 no país não se refletiu na redução de casos de depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes. É o que indica tanto o monitoramento nacional feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com quase seis mil jovens país afora, quanto a percepção de especialistas que alertam para uma crise de saúde mental nesta faixa etária. Entre as razões apontadas por médicos e famílias estão as tensões geradas pelo retorno híbrido e presencial às aulas após até um ano e meio letivo de ensino remoto, as sequelas do longo período forçado de isolamento social, a retenção de casos não tratados nos últimos dois anos e uma imersão ainda maior no mundo digital, com o tribalismo acentuado por redes sociais e jogos online.

Coordenado pelo psiquiatra Guilherme Polanczyk, o monitoramento acaba de ser publicado na European Child and Adolescent Psychiatry. Os 5.795 jovens foram monitorados on-line desde junho de 2020. No segundo semestre daquele ano, 36% apresentaram sintomas de depressão e ansiedade, que flutuaram desde então, mas se mantendo nos mesmos níveis. Os “problemas emocionais”, por exemplo, diminuíram entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, mas tornaram a aumentar em maio do ano passado, se comparados com o mesmo período no ano anterior.

Dentre os fatores associados ao aumento de ansiedade e depressão estão a chegada da puberdade durante a pandemia, a sensação de solidão, a rotina de sono inferior a oito horas diárias, a queda de renda familiar e o desenvolvimento de doenças associadas à Covid-19 por pessoas próximas. O universo da pesquisa incluiu jovens com acesso digital, portanto há subnotificação, aumentando a dimensão da crise.

Polanczyk destaca que não há como se comparar dados atuais com os de períodos anteriores à pandemia, por conta da escassez de pesquisas no Brasil. Ao mesmo tempo, o número insuficiente de consultórios e ambulatórios dificulta comparação empírica básica: eles estiveram e seguem lotados.

— Mas, com os novos dados e o relato de clínicos, sabemos que há aumento expressivo de crianças e adolescentes com questões sérias nos consultórios. E não houve diminuição com a distensão da pandemia — atesta.

Na pandemia, jovens em tratamento por depressão e ansiedade relataram nos consultórios não só o aumento da sensação — não mais subjetiva — de isolamento, como também sintomas similares apresentados pelos pais e os reflexos da transformação radical da vida escolar. A relação com amigos, estímulos acadêmicos, a maneira como são testados seus conhecimentos e o bullying são fatores centrais na saúde mental dos mais jovens. São significativos os casos de violência entre alunos e com professores relatados após o retorno presencial às aulas, de dificuldade de concentração e de bloqueio nas provas.

— Vivemos um momento de reaprendizado. Crianças são dinâmicas e flexíveis, com enorme capacidade de adaptação a novas realidades, mesmo as que nasceram durante a pandemia e as que estavam sendo alfabetizadas à época. É possível sair deste momento crítico — diz Polanczyk.

Lorenzo Deos, 18 anos, procurou por conta própria o consultório de um psiquiatra. Carismático, ele fazia da escola, na zona oeste de São Paulo, uma “segunda casa”, com amigos próximos e confidentes. A pandemia virou sua vida de cabeça pra baixo: os amigos foram para trás das telas, a mãe e a irmã se mudaram da capital paulista para uma casa em Santa Catarina a fim de cuidarem da avó, e ele ficou na capital paulista, sem ir ao colégio, com o pai, que terminou uma relação duradoura. A mãe, a empresária Cynthia Sperandio, viu, por sua vez, seu relacionamento com o companheiro, neo-zelandês, se tornar, em tempos pandêmicos, uma relação 100% à distância.

— O mundo digital nunca me bastou e a ausência do olho no olho foi barra pesada pra mim. Senti que havia algo errado comigo, quase não saía do quarto, mas não quis dividir isso inicialmente com meus pais, pois eles também estavam passando por momentos difíceis — conta o jovem, que tentará este ano passar no Enem para Direito.

Lorenzo é direto: por mais que o colégio privado e dos mais conceituados em São Paulo buscasse maneiras de incrementar o ensino à distância, na prática, diz, “não aprendi nada”. Além do tratamento médico, central para combater depressão e ansiedade, ele clama por maneiras outras de avaliação escolar que não sejam focadas apenas em provas escritas, mas também na formação de “seres humanos melhores, mais solidários”, necessidade, argumenta, escancarada durante a pandemia.

Nos consultórios, o inevitável e desejável retorno presencial às aulas tem sido citado como fonte recorrente de estresse para os jovens.

— Eles contam que muitas vezes colavam nas provas e as escolas estão sendo muito cobradas pelos pais. A pressão, especialmente nos que irão fazer o Enem, é enorme, e ela está tendo seu impacto, com muitos jovens se desestruturando na transição para a universidade — diz Polanczyk.

Especialista em terapia cognitiva comportamental e neuropsicologia da infância e adolescência, Angela Alfano, catedrática da Universidade Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que hoje clinica nos EUA, também não mede palavras: há sim, lá e cá, uma crise de saúde mental entre crianças e adolescentes, potencializada pela pandemia. E que não dá sinais de arrefecer.

O psiquiatra Guilherme Polanczyk: monitoramento com
quase 6 mil jovens
— Foto: Maria Isabel Oliveira

— Durante a pandemia, houve um momento em que os psicólogos não davam mais conta da demanda, especialmente nos casos de depressão e ansiedade. E a vida voltada para a realidade digital tem efeito central neste aumento persistente — diz a especialista.

Nos EUA, a multiplicação de casos, detectada desde a segunda metade da década passada, se acentuou durante a pandemia. Há seis meses, a principal autoridade médica do país pediu atenção para “uma devastadora crise de saúde mental entre os jovens”. E diretores de hospitais americanos alertam para a escassez de profissionais e de pesquisa. Situação, apontam os especialistas ouvidos pelo GLOBO, similar à do Brasil.

—Na realidade digital, jovens e crianças que ainda estão formando suas identidades se comparam o tempo todo, mas com o palco dos outros, sem ver os bastidores. Os filtros de imagem ditam um ideal de perfeição dissociado da realidade. A pandemia mexeu com um tabuleiro já bem complicado — diz Angela Alfano.

A literatura sobre o tema é vasta, mas não há conclusões definitivas sobre de que modo a onipresença digital afeta a saúde mental dos mais novos. Ângela Alfano não nega, por exemplo, a importância que as relações digitais tiveram durante a pandemia. E Polanczyk pontua que meta-análises apontaram que o tempo de tela tem um impacto negativo pequeno sobre a saúde mental dos jovens, quando detectado. A crise, afinal, atingiu também quem não via no universo digital um refúgio tentador, como Lorenzo. Há, no entanto, cada vez mais discussão na academia sobre a qualidade deste conteúdo cada vez mais consumido.

— Alguns pacientes potencializaram suas habilidades com as telas durante a pandemia, até empreenderam. Mas outros buscam nas redes pessoas que também estão deprimidas, e, com o tribalismo, há uma potencialização muito danosa. E há os que abdicaram de vez da vida real, passando o dia jogando videogame, sem sair do quarto a não ser para ir ao banheiro, interagindo socialmente apenas com os parceiros virtuais de game — diz o catedrático da USP.

Mas a pandemia, por outro lado, aponta Polanczyk, também fez com que a depressão fosse “normalizada”. Perdeu boa parte do estigma que carregava.

Fonte: https://oglobo.globo.com/

Pentecostes: O Espírito Santo age na Igreja e no mundo

Pentecostes | Vatican News

Pentecostes é a festa da unidade na diversidade, é a festa da luz diante das trevas do pecado e da morte. É a festa do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, caminho, verdade e vida (Jo 14,6).

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

No domingo seguinte à Ascensão do Senhor festeja a Igreja a solenidade de Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, que estavam reunidos no mesmo lugar, em Jerusalém, como um vento impetuoso, que encheu toda a casa e onde apareceram como que línguas de fogo que pousavam sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo e eles começaram a falar outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia de se exprimirem (At 2,1-4). Pentecostes é a festa da unidade na diversidade, é a festa da luz diante das trevas do pecado e da morte. É a festa do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, caminho, verdade e vida (Jo 14,6).

 Pentecostes é uma palavra grega: Pentecoste, cujo significado é qüinquagésimo dia; é uma festa católica, celebrada no domingo quarenta e nove dias após a Páscoa, para lembrar a descida do Espírito Santo no Cenáculo sobre os Apóstolos e a Virgem Maria[1] Antes da Ascensão, disse Jesus aos discípulos para não se afastarem de Jerusalém para aguardar a realização da promessa do Pai, pois se João batizou com água, eles seriam batizados no Espírito Santo (At 1, 4-5).

Os Apóstolos receberam o poder do Espírito Santo que desceu sobre os apóstolos para serem testemunhas de Jesus Cristo em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da terra (At 1,8). Desta forma o Espírito Santo, veio por pedido de Jesus ao Pai para a ação na Igreja e no mundo, em vista da unidade com Deus e pela salvação dos povos, como dom de Deus para todos.

A doutrina sobre o Espírito Santo

Os Padres da Igreja desenvolveram uma doutrina sobre o Espírito Santo pelas fórmulas pneumatólogicas no Antigo Testamento (AT), mas, sobretudo pelo Novo Testamento (NT). O Antigo Testamento falou da descida do Espírito sobre os reis e os chefes do povo (1 Sm 10,1;16,3), sobre os profetas (Is 11,2; Sl 50,13) percebido também como dom prometido para o dia do Senhor (Jl 3,1). A Sagrada Escritura também falou que o Espírito pairava sobre as águas originárias (Gn 1,2). No NT, o Espírito Santo faz-se em referência à pessoa de Jesus de Nazaré, confessado como o Cristo, por ser o Messias, o Salvador de Israel e de toda a humanidade, com isso a presença do Espírito Santo na vida da Igreja e no mundo.

O Espírito é dado a Jesus em vista da missão porque ele o consagrou para evangelizar os pobres, libertar os presos, dar a vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor (Lc 4, 18-19). Mas o Senhor também falou da vinda do Espírito Santo, o Espírito da verdade que ensinará a verdade plena (Jo 16,13), levando as pessoas à vida com Deus e com as pessoas. Os Padres da Igreja colocaram as bases para uma doutrina pneumatológica do Espírito Santo, como Tertuliano, Hipólito de Roma, Orígenes, o Concílio de Constantinopla, São Cirilo de Jerusalém, São Basílio de Cesareia, São Gregório de Nazianzo, Santo Agostinho entre outros[2]. A seguir ver-se-á a forma como alguns deles deram uma reflexão do Espírito Santo, que ilumina as pessoas em vista do amor de Deus em Jesus Cristo às pessoas e para o mundo.

A ação do Espírito Santo

São Cirilo de Jerusalém, bispo, século IV disse que o Espírito Santo é onipotente, grandioso, extraordinário, nos dons do qual ele se faz portador. Ele age eficazmente estando no meio, no interior das pessoas de paz e de amor. Ele conhece a natureza das pessoas, discernindo os pensamentos e a consciência tudo aquilo que é pronunciado ou se faz na agitação da mente. A sua ação é para todas as pessoas de bem, que amam a Deus, ao próximo como a si mesmo. É preciso considerar a sua ação para todos os povos, os bispos, os presbíteros, os diáconos, os monges, as virgens, todos os fiéis leigos e leigas. Ele é o grande protetor e doador de graças, em qualquer lugar do mundo, doando a um a modéstia, a simplicidade, a outro a castidade, a outra a misericórdia, a outro o amor para com os pobres, a outro ainda o poder de expulsar os espíritos adversos[3].

O Espírito é a luz divina

São Cirilo de Jerusalém ainda dizia que o Espírito Santo é a luz divina que esclarece tudo para a glória humana e de Deus. Ele possibilita na integridade com um único raio, a vida das pessoas e dos povos, trazendo-os à luz da verdade das coisas. Ele ilumina todas as pessoas que têm olhos para vê-lo: se alguém de fato não estando em grau de percebê-lo, não vem retido pela graça, não se atribui a culpa a ele, mas antes a incredulidade da própria pessoa[4]. O Espírito Santo age na pessoa se o coração humano for aberto às suas inspirações, em vista da conversão de vida e na unidade com Cristo e com o Pai.

É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade

São Basílio Magno, bispo do século IV, de Cesareia, na Turquia disse que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, na qual forma a unidade onipotente em Deus. Ele é um com o Pai, e com o Filho de modo que ele é Deus como o Pai e é Deus como o Filho. O Espírito Santo santifica aqueles que são santificados.

Ele preenche os anjos, os arcanjos, santifica as potestades, vivifica tudo. Ele distribui dons sobre a inteira criação, de modo que não resulta diminuído. Ele doa a todos a sua graça, enche as pessoas que o invocam sem diminuir-se. O Espírito concede a todos a sua graça permanecendo intato e indiviso. Ilumina a todos ao conhecimento de Deus, entusiasma os profetas, torna sábios os legisladores, consagra os sacerdotes, consolida os reis, perfecciona os justos e as justas, dá o dom da santificação, ressuscita os mortos, liberta os prisioneiros, torna filhos e filhas os estrangeiros[5]

O dia aguardado

São Leão Magno, papa do século V afirmou que a descida do Espírito Santo foi um dia bem aguardado por todos os discípulos do Senhor. Ele foi consagrado ao Espírito Santo com o excelente milagre do dom que ele fez de si mesmo. Após uns dias no qual o Senhor ressuscitado subiu acima de todos os céus para se assentar à direita de Deus Pai, refulgindo como o qüinquagésimo dia, teve Pentecostes, encerrando grandes mistérios dos antigos e dos novos sacramentos, pela demonstração da graça preanunciada pela lei e esta cumprida pela graça.

Enquanto para o povo hebreu, libertado do Egito, no qüinquagésimo dia após a imolação do cordeiro, celebrava-se a lei de Moises, dada no monte Sinai (Ex 19,17), no qüinquagésimo dia, após a paixão de Cristo na qual foi imolado o verdadeiro Cordeiro pascal de Deus, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e o povo fiel (At 2,3). É preciso que o cristão reconheça a realização da Aliança nova travada pelo Espírito a qual instituiu também a primeira[6].

O sopro do Espírito e o início da pregação evangélica

São Leão Magno tendo presente o dom do Espírito dado aos discípulos de falar em línguas, afirmou que o Espírito Santo sopra onde quer (Jo 3,8) de modo que as línguas próprias de cada povo, tornaram-se comuns nos lábios da Igreja. Com Pentecostes houve o início da pregação evangélica, com a chuva da carismas, rios de bênçãos a irrigarem o deserto e a terra árida em vista da renovação da terra, para dissipar as antigas trevas tendo os fulgores da nova luz, quando pelo esplendor das línguas brilhantes concebia o verbo luminoso do Senhor, superando a morte e o pecado[7].

O Espírito Santo é dado para superar a debilidade da carne

Santo Ireneu de Lião, bispo, séculos II e III colocou a importância da ação do Espírito Santo na pessoa em vista da superação da debilidade da carne. As pessoas que temem a Deus e creem em Jesus, pondo o Espírito de Deus no seu coração, são consideradas viventes para Deus, porque possuem o Espírito do Pai que purifica o ser humano e o eleva à vida de Deus. O Senhor afirmou que a carne é fraca e o espírito está pronto (Mc 14,38), capaz de realizar o que deseja. O fato é que se alguém misturar a prontidão do Espírito à fraqueza da carne, o que é forte supera o fraco, a fraqueza da carne será absorvida pela força do Espírito. Assim os mártires testemunharam o amor de Cristo e desprezaram a morte não segundo a fraqueza da carne, e sim conforme a prontidão do Espírito. O Espírito Santo ao absorver a fraqueza, possui a carne em si e estes elementos constituem o ser humano vivente pela participação do Espírito na vida da pessoa[8].

A Igreja festeja Pentecostes como o acontecimento que marcou a vida da Igreja no início para testemunhar Jesus Cristo ressuscitado dentre os mortos, o amor do Pai para a vida da Igreja e do mundo.

[1] Cfr. Pentecòste. In: Il vocabolario treccani, Il Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1156.

[2] Cfr.F. Bolgiani. Spirito Santo. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristianediretto da Angelo Di Berardino, P-Z. Marietti, Genova, 2008, ps. 5093-5106.

[3] Cfr. Cirillo di Gerusalemme. Catechesi Battesimali, 16,22-23. In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pg. 306.

[4] Cfr. Idem. Pgs. 306-307.

[5] Cfr. Basilio Il Grande. Omelia sulla fede, 3. In: idem, pg. 307.

[6] Cfr. LXXV Sermão. Primeiro Sermão de Pentecostes, 1. In: Sermões. Leão Magno. São Paulo, Paulus, 1996, pg. 178-179.

[7] Cfr. Idem. Pg. 179.

[8] Cfr. Ireneu de LIão, V,9,2. São Paulo, Paulus, 1995, pgs. 538-539.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Cardeal mais jovem e homem mais velho do mundo comovem católicos na mesma semana

Arcivescovo.vercelli, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons / @guinnessworldrecords |
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Por Francisco Vêneto

Enquanto o cardeal de 47 anos trabalha num longínquo país que tem menos de 1.500 católicos, o tataravô católico de 113 anos reza o terço duas vezes por dia.

O cardeal mais jovem do mundo e o homem mais velho do mundo comoveram os católicos na mesma semana.

No dia 27 de maio, o agricultor aposentado venezuelano Juan Vicente Pérez completou 113 anos de idade, poucos dias depois de ser reconhecido oficialmente pelo Guinness World Records como o atual homem mais velho do mundo. Uma foto do supercentenário com o rosário na mão viralizou rapidamente nas redes sociais católicas, inspirando milhões de pessoas.

No dia 29, o Papa Francisco anunciou que o italiano dom Giorgio Marengo, de 47 anos, será criado cardeal em agosto, vindo a tornar-se, com ampla margem, o mais jovem do colégio cardinalício: até então, o último a romper uma “barreira etária” significativa tinha sido o cardeal Dieudonné Nzapalainga, da República Centro-Africana, aos 55 anos. Trata-se de um salto geracional histórico, dado que vinha sendo muito pouco plausível cogitar-se a criação de um cardeal na faixa dos quarenta anos.

Saiba mais sobre os testemunhos de fé viva do cardeal mais jovem e do homem mais velho do mundo:

Dom Giorgio Marengo é italiano e chegou como missionário em 2003 à Mongólia para acompanhar a pequena comunidade cristã de Alvaiheer, na região de Uvurkhangai. O agora novo cardeal, que é missionário da Consolata, continuará como prefeito apostólico no longínquo país asiático, onde ainda não existem bispos e muito menos arcebispos, já que a missão na Mongólia é relativamente muito recente e conta com uma comunidade ainda bem pequena. São pouco menos de 1.500 fiéis no total do país, que tem população de cerca de 3,5 milhões de habitantes. Há somente 8 paróquias católicas em toda a Mongólia – mas representam crescimento considerável, sabendo-se que, neste 2022, celebram-se apenas 30 anos de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o estado mongol.

Após séculos de isolamento, a Mongólia ainda passou, no século XX, pelas agruras do regime comunista, que, por sua ideologia agressivamente ateia, restringiu de modo drástico a já pouca liberdade religiosa do país.

O primeiro templo católico na Mongólia foi abençoado em 1996, com apenas 150 paroquianos: a Catedral de São Pedro e São Paulo em Ulan Bator, a capital. Atualmente, junto com dom Marengo, vivem na Mongólia outros cinquenta missionários católicos dedicados à pastoral social. O primeiro sacerdote mongol em toda a trajetória de 2.000 anos de cristianismo só foi ordenado em 2016: o pe. Joseph Enkhee-Baatar.

O novo cardeal mais jovem da Igreja comenta o panorama:

“É uma aventura muito bonita e interessante, guiada pelo Espírito, como nos primeiros séculos da Igreja”.

Juan Vicente Pérez nasceu na cidade venezuelana de El Cobre, no estado de Táchira, e começou a trabalhar com apenas 5 anos de idade, ajudando os pais nas lavouras de cana e café. Já adulto, foi oficial de justiça e teve de lidar com delicados casos de disputas de terras, sem, no entanto, deixar que o estresse prejudicasse a sua saúde. De fato, uma das filhas do homem mais velho do mundo, Nelyda, testemunha que a família “se sente muito grata pela saúde” do centenário.

Falando em família, o viúvo Juan Vicente, que perdeu a esposa Ediofina del Rosario García em 1997 após 60 anos de casamento, tem 11 filhos, 41 netos, 18 bisnetos e 12 tataranetos.

Ele declara que quer viver ainda mais. Acrescenta que, quando partir desta vida, deseja ser lembrado como um homem trabalhador, fiel à sua esposa e perseverante na sua profunda devoção religiosa como católico.

Uma imagem compartilhada como parte de um vídeo divulgado pelo Guinness World Records mostra Juan Vicente com o rosário nas mãos, o que gerou particular comoção entre os católicos. A imagem viralizou e levou muita gente a indagar se o homem mais velho do mundo reza o terço de fato e com que frequência. A resposta foi divulgada por alguns sites católicos como o da agência de notícias ACI Prensa e emocionou os católicos ainda mais: Juan Vicente Pérez não apenas reza o terço, como o reza duas vezes por dia!

Testemunhos

Oremos pelo cardeal mais jovem e pelo homem mais velho do mundo, para que, por meio do seu testemunho de fé, muitas pessoas se abram a Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF