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domingo, 3 de julho de 2022

A devoção ao Sangue de Cristo e seu significado

Jesus é coroado | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

A devoção ao Sangue de Cristo e seu significado.

“Contemplemos com devoção o sangue de Jesus derramado até a última gota por nós na cruz pela redenção da humanidade” (São Pio de Pietrelcina)

O mês de julho é dedicado à devoção do preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados. São João Batista apresentou Jesus ao mundo dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). “Sem o Sangue desse Cordeiro não há salvação”. Em toda a celebração eucarística, de fato, torna-se presente, juntamente com o Corpo de Cristo, o seu precioso Sangue da nova e eterna Aliança, derramado por todos em remissão dos pecados (cf. Mt 26, 27).

O Sangue de Cristo representa a Sua Vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. Quem for batizado e crer, como disse Jesus, será salvo (Mc 16,16) pelo Sangue de Cristo.

Em cada Santa Missa a Igreja renova, presentifica, atualiza e eterniza este Sacrifício de Cristo pela Redenção da humanidade. Em média, a cada quatro segundos essa oferta divina sobe ao Céu em todo o mundo. É o Sangue e o Sacrifício do Senhor oferecido ao Pai para satisfazer a Justiça divina ferida por nossos pecados.

Este Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. Na Comunhão podemos ser lavados e inebriados pelo Sangue redentor do Cordeiro sem mancha que veio tirar o pecado de nossa alma. Mas é preciso parar para adorá-lo no Seu Corpo dado a nós. Infelizmente muitos ainda comungam mal, com pressa, sem Ação de Graças, sem permitir que o Sangue Real e divino lave a alma pecadora e doente.

O Catecismo da Igreja ensina que mesmo que o mais santo dos homens tivesse morrido na cruz, seria o seu sacrifício insuficiente para resgatar a humanidade das garras do demônio; era preciso um sacrifício humano, mas de valor infinito. Só Deus poderia oferecer este sacrifício; então, o Verbo divino, dignou-se assumir a nossa natureza humana, para oferecer a Deus um sacrifício de valor infinito. A majestade de Deus é infinita; e foi ofendida pelos pecados dos homens. Logo, só um sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz entre a humanidade e Deus.

Hoje esse Sangue redentor de Cristo está à nossa disposição de muitas maneiras. Em primeiro lugar pela fé; somos justificados por esse Sangue ensina São Paulo:

“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5, 8-9).

São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pe 1, 2). “Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo” (1Pe 1,19).

O Papa João Paulo II disse que: “O sinal do “Sangue derramado”, como expressão da vida doada de modo cruento em testemunho do amor supremo, é um ato da condescendência divina à nossa condição humana. Deus escolheu o sinal do sangue, porque nenhum outro sinal é tão eloquente para indicar o envolvimento total da pessoa”.

O Papa Bento XIV (1740-1748), ordenou a missa e o ofício em honra ao Sangue de Jesus, que foi estendida à Igreja Universal por decreto do Papa Pio IX (1846-1878). São Gaspar de Búfalo propagou fortemente esta devoção, tendo a aprovação da Santa Sé; foi o fundador da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue – CPPS, em 1815. Nasceu em Roma aos 06 de Janeiro de 1786.

O Sangue de Cristo representa a Sua Vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. “Isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados” (Mt 26, 28).

Assim, o Sangue do Senhor nos libertou do pecado, da morte eterna e da escravidão do demônio. São Paulo diz: “Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,9). Por seu Sangue Cristo nos reconciliou com Deus: “por seu intermédio reconciliou consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus” (Cl 1,20).

Com o seu Sangue Cristo nos resgatou, nos comprou, nos fez um povo Seu: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue” (At 20,29). “Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do Sangue de Jesus” (Hb 10,19).

Este Sangue redentor está à nossa disposição também no Sacramento da Confissão; pelo ministério da Igreja e dos sacerdotes o Cristo nos perdoa dos pecados e lava a nossa alma com o seu precioso Sangue. Infelizmente muitos católicos ainda não entenderam a profundidade deste Sacramento e fogem dele por falta de fé ou de humildade. O Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na Confissão e cura as nossas enfermidades espirituais e psicológicas.

Este Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus.

“O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor” (1 Cor 10,16-27).

É pelo Sangue de Cristo que os santos e os mártires deram testemunho de sua fé e chegaram ao céu: “Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no Sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). “Estes venceram-no por causa do Sangue do Cordeiro e de seu eloquente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).

É pelo Sangue derramado que Ele venceu e se tornou Rei e Senhor:

“Está vestido com um manto tinto de Sangue, e o seu nome é Verbo de Deus…” (Ap 19,13-16).

O Sangue de Cristo por nós derramado deve nos levar a viver como Ele viveu. Como disse a Carta aos hebreus: “Portanto, irmãos, já que pelo Sangue de Cristo temos uma fundada esperança no acesso ao santuário… atendamos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras…” (Hb 10, 19.24).

Por estes e tantos outros motivos precisamos cultivar em nós a fé e a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo e colher as inúmeras bênçãos que o Senhor têm para distribuir em nossas vidas.

Retirado do livro: “Você conhece o poder do Sangue de Cristo?”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Reflexão para o XIV Domingo do Tempo Comum

Evangelho do domingo | Vatican News

“Jesus envia seus 72 discípulos a pregar a Boa Nova pelo mundo.”

Padre Cesar Augusto. SJ - Vatican News

O Evangelho de Lucas proclamado na liturgia deste domingo nos fala do envio, feito por Jesus, de 72 discípulos para prepararem sua chegada a toda cidade e lugar anunciando a Boa Nova.

Sabendo que na concepção rabínica da época havia no mundo 72 nações, podemos entender que o Senhor envia seus discípulos ao mundo todo para prepararem, com suas pregações, sua própria chegada, Ele o grande sinal da presença do Reino entre os homens.

Essa missão tão sublime exige deles atitudes exclusivas como não gastar tempo com cumprimentos pela estrada, confiar apenas na Providência, não levando nada consigo, mas estar desimpedido para desempenhar bem a tarefa e não ter outras preocupações.

Apesar da grandiosidade da missão, o Senhor avisa que eles poderão não ser bem recebidos, e que serão como cordeiros em meio a lobos. Deverão confiar apenas na Providência Divina e no Amor do Pai.

Irão dois a dois, para cumprir a exigência formal do testemunho de duas pessoas para uma declaração ser válida, além de dar visibilidade ao espírito comunitário, e deverão fazer tudo de modo urgente.

O dom da paz é o dom do próprio Deus. Como mensageiros de Deus, o discípulos deverão levar a paz a todos que os receberem. Eles são enviados do Senhor! Jesus não os envia para pregar obrigações e desgraças, mas para anunciar que são filhos queridos do Pai, que lhes proporciona o dom mais precioso: a Paz!

Os discípulos voltam com a tarefa cumprida e contam a Jesus como foi realizada. São portadores da alegria, dos sinais da vitória e Jesus lhes diz que viu “Satanás cair do céu, como um relâmpago”. Ou seja, o mundo se tornou mais bonito, mais justo, sem violência, sem sofrimento.

Também somos enviados pelo Senhor para preparar sua chegada na vida das pessoas. Isso deverá ter prioridade em nossa vida e nada nos deverá dificultar nossa ação. Nossa missão será levar a Paz, a certeza da Presença e do Amor de Deus.

Nosso trabalho de evangelização deverá comportar a pregação da justiça, do perdão, da vitória da vida. Isso nos transformará em exorcistas, não de Satanás personificado, mas daquilo que causa inferno e desgraça na vida das pessoas, todo e qualquer tipo de injustiça, de desamor.

Por outro lado, deveremos saber que ser anunciador da chegada de Jesus de modo algum não nos privilegia nos isentando de sofrimentos e preocupações. Somos companheiros do Senhor em sua “Via Sacra”.

No final do Evangelho de hoje, o Senhor nos diz qual deverá ser o motivo de nossa alegria, a alegria do missionário, do discípulo. Deveremos  ficar alegres porque o nosso nome foi inscrito no céu!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Por que o Papa quer que todos leiam o documento litúrgico do Vaticano II

Antoine Mekary | ALETEIA

Na sua nova carta, o Papa Francisco refere-se repetidamente à Sacrosanctum Concilium e à sua importância para a compreensão da liturgia.

Em sua recente carta apostólica Desiderio desideravi, o Papa Francisco reflete sobre a reforma da liturgia e faz frequentes referências ao documento fundamental do Concílio Vaticano II sobre a liturgia, a Sacrosanctum Concilium.

Ele explica: “somos chamados continuamente a redescobrir a riqueza dos princípios gerais expostos nos primeiros números da Sacrosanctum Concilium, captando a ligação íntima entre esta primeira das constituições do Concílio e todas as outras”.

Sacrosanctum Concilium foi o primeiro documento promulgado pelo Concílio Vaticano II e lançou as bases para a reforma que deveria ser iniciada após o Concílio.

No entanto, é um documento que é frequentemente subestimado e insuficientemente lido pelos fiéis leigos.

Para ajudar a corrigir essa tendência, o Papa Francisco menciona o documento 14 vezes na sua curta carta.

O Papa Francisco nota até mesmo a frequência com que ele se refere ao documento ao refletir sobre a arte da celebração, “uma forma de cuidar e crescer numa compreensão vital dos símbolos da Liturgia é certamente o ars celebrandi, a arte de celebrar. Esta expressão também está sujeita a diferentes interpretações. O seu sentido torna-se claro se nos referirmos ao sentido teológico da Liturgia descrita no Sacrosanctum Concilium n. 7, ao qual já me referi várias vezes”.

Em resumo, se quiser compreender plenamente a reforma da liturgia e os desejos do Papa Francisco e dos seus últimos predecessores, leia a constituição conciliar Sacrosanctum Concilium.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

sábado, 2 de julho de 2022

A Sinodalidade e a defesa da divindade do Espírito em Santo Atanásio

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Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA) 

A comunidade eclesial vive um tempo especial de sinodalidade, porque é o momento de ouvir a voz do Espírito que vem de todas as instâncias eclesiais para que todos se esforcem pela superação do autoritarismo, do individualismo, do clericalismo, e haja mais vida do Senhor na vida humana. É todo um processo de unidade da Igreja e do Sínodo. É um tempo de graça, muito importante em que as Dioceses, o povo de Deus estão respondendo as perguntas, e também ouvem a caminhada da Igreja na família, na comunidade e na sociedade, sendo este um processo de continua conversão, que é ouvir a voz do Espírito Santo para que a Igreja seja mais servidora, samaritana, missionária. A Igreja é comunhão, participação e missão. Estes são os temas do Sínodo 2023, convocado por Papa Francisco em Roma, Outubro de 2023.  

Santo Atanásio foi uma das grandes colunas da ortodoxia, da defesa da divindade do Senhor Jesus Cristo diante da doutrina ariana que negava a sua divindade e também ele lutou pela divindade do Espírito Santo. Ele afirmou que o Filho é Deus como o Pai é Deus, como o Espírito Santo é Deus. Como secretário do Concílio de Nicéia, em 325, ele viveu a sinodalidade, a caminhada de uma Igreja em conjunto, ouvindo a voz do Espírito Santo para fazer confronto contra Ário. O concílio afirmou que o Verbo é Deus, consubstancial ao Pai, é da mesma substância, de modo que o arianismo foi condenado em Nicéia.  

Após algumas décadas da polêmica e condenação do arianismo, a divindade do Espírito Santo foi debatida por alguns fiéis da Diocese de Thmuis, no Egito, chamados “trópicos”, pois estes a negavam, considerando-o como um anjo. Serapião, bispo daquela diocese recorreu a Atanásio para saber a forma de correspondência para com aquelas pessoas, nas quais eles afirmavam que o Espírito Santo não seria Deus, de modo que o bispo de Alexandria respondeu as diversas cartas, afirmando sempre a divindade do Espírito Santo. A sinodalidade foi importante nestes pontos porque um bispo recorreu ao outro bispo para afirmar a fé da Igreja no Espírito Santo. A seguir nós veremos alguns pontos que fazem parte da doutrina da divindade do Espírito em Santo Atanásio.  

O Espírito Santo nunca foi chamado de anjo  

Santa Atanásio disse ao bispo Serapião que a partir das Escrituras não existem afirmações nas quais indicariam que o Espírito Santo seria chamado anjo. Ele percebeu estas coisas, porque o grupo de fieis na Diocese de Thmuis, no Egito afirmavam que o Espírito faria parte da esfera dos anjos. O Espírito é chamado de Paráclito (Jo 15,26), Espírito de santificação, Espírito de Deus e jamais é dito anjo ou arcanjo, ou espírito de serviço, dos quais são os anjos. Ele é dito por Gabriel que o Espírito Santo virá sobre Maria e o Poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra (Lc 1,35)1.  

A diferença é grande entre os anjos e o Espírito porque, enquanto aos anjos é dito que serviam a Cristo (Mt 4,11), o Senhor disse aos discípulos que eles receberiam o Espírito Santo (Jo 20,22). Desta forma, o Senhor não colocou junto um anjo com a divindade, nem uniu consigo e com o Pai, uma criatura, mas sim está o Espírito Santo. Ele também não disse que quando o Pai mandaria o Paráclito, não falou num anjo, mas o Espírito de verdade que procede do Pai (Jo 15,26), toma do Filho (Jo 16,15) para dar aos discípulos (Jo 20,22)2.  

O Espírito distingue-se dos anjos. 

Santo Atanásio teve presente também Moisés que sabia que os anjos são criaturas enquanto o Espírito é unido a Deus, ao Pai e ao Filho. Ele suplicou que o Senhor estivesse com ele (Ex 33,15), na promessa que o Senhor fez para Abraão, Isaac e Jacó, para que o povo saísse do Egito e ele fosse à terra prometida (Ex 33,1-2)3. Moisés não queria a condução de uma criatura para guiar o seu povo, para assim não apreender a adorar a criatura, mas ao Criador(Rm 1,25) de todas as coisas, isto é Deus. Diante deste fato, não havia dúvida que Moisés pediu que fosse Deus mesmo a conduzir o seu povo. Deus fez a promessa que aquilo que ele pediu, ele encontrou graça diante de Deus e porque o Senhor o conhecia em relação às outras pessoas (Ex 33,17)4. A partir destes dados, colocados pela Sagrada Escritura, Deus prometeu agir como guia, não prometeu mais enviar um anjo, antes o seu Espírito, que é superior aos anjos, como guia do povo, mostrando que o Espírito não está ao lado das criaturas como um anjo, mas, ele está sobre a criação, unido à divindade do Pai, Deus mesmo, por meio do Verbo, no Espírito, guiou o seu povo. Se o Espírito estava no meio ao povo, quer dizer que Deus mesmo, mediante o Filho, no Espírito estava no meio dele5  

Unidade na Trindade.  

Santo Atanásio reforçou a fé apostólica, pela qual jamais é tolerável uma mudança na Unidade na Trindade. Assim a santa e bem-aventurada Trindade é inseparável e unida em si mesma, de modo que não fala do Pai sem que o Filho esteja com ele unido o Verbo seu e o Espírito que é no Filho e no Pai. Única é de fato a graça que se origina no Pai, através o Filho e se completa no Espírito Santo. A palavra de Deus é clara na afirmação que existe somente uma só divindade, um só Deus que está acima de todos, através de todos e em todos (Ef 4,6)6.  

Santo Atanásio afirmou que a Trindade é inseparável, porque ninguém pode separar o Filho do Pai, ou o Espírito do Filho, ou do Pai mesmo. Seria deste modo temeroso, incoerente e falso com a fé apostólica, afirmar que a Trindade é diversa e heterogênea em si mesma, ou que o Filho é de substancia diferente do Pai ou que o Espírito é estranho ao Filho?!7. A unidade é reforçada na Trindade, porque as pessoas divinas estão unidas entre si. 

As criaturas e o Criador. 

O bispo de Alexandria teve presentes também à diferença entre as criaturas e o Criador. Enquanto as criaturas foram feitas do nada, tendo presentes nelas um principio para o existir delas, como se disse que no principio Deus fez o céu e terra (Gn 1,1). O Espírito Santo é de Deus, pois ninguém conhece aquilo que é do homem, se não o espírito do homem que é nele; assim ninguém conhece aquilo que é de Deus se não o Espírito de Deus (1 Cor 2,11-12)8.  

O Espírito santifica. 

O Espírito é chamado Espírito de santificação e de renovação. As criaturas por sua vez são nele, santificadas e renovadas. A Igreja pede para enviar o seu Espírito, tudo será criado e renovará a face da terra(Sl 103,30). Desta forma se o Espírito Santo não é santificado, nem participa da santificação, mas são os outros que participam dele, e se nele as criaturas são santificadas, Ele é o Criador9. 

O Espírito é vivificante.  

O bispo de Alexandria também disse que o Espírito Santo é vivificante, aquele que dá vida como Deus Pai e Deus Filho. São Paulo tinha presente este ponto que Aquele que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, vivificará também os corpos mortais por meio do seu Espírito que habita nos corações humanos (Rm 8,11). Santo Atanásio afirmou contra os trópicos e dirigindo-se a Serapião, que o Senhor é a vida em si, é o autor da vida (At 3,14), tendo presente o discurso de São Pedro ao povo de Deus. No entanto o Senhor Jesus Cristo disse que a água que ele dará, tornar-se-á nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna (Jo 4,14)10.  

Diante da presença do Espírito Santo são vivificadas as criaturas por meio dele. O bispo condenava os trópicos os quais colocavam o Espírito Santo na fase das criaturas e afirmando contra estes grupos de fieis que o Espírito Santo não participa da vida, mas Ele faz com as coisas participem da vida que vem dele, da força que vem do Verbo e também do Pai11.  

O Espírito Santo ajuda na divinização do ser humano.  

Santo Atanásio colocou o ponto de que o Espírito Santo dá a graça de participar de Deus. Isto significa claramente que a unção e o selo que estão nos seres humanos não pertencem à natureza das coisas criadas, mas àquela do Filho, ao qual une ao Pai, mediante o Espírito que é nele12.  

Com a presença do Espírito Santo o ser humano faz parte da natureza divina mediante a participação do Espírito, de modo que ele diviniza o ser humano que o invoca e vive nele13. 

O Espírito é imagem do Filho. 

O Espírito está em união com o Filho, é dito a sua imagem. Como os trópicos acreditavam na divindade do Filho, Santo Atanásio também disse que a imagem dele, não pode ser criatura. Assim como é a imagem, deve ser aquele do qual é a imagem. O fato é que o Verbo é a imagem do Pai do qual também o Espírito pertence a natureza divina, sendo imagem do Filho14, porque é o Filho quem pede ao Pai para ele vir às pessoas (Jo 14,16).  

A sinodalidade na vida eclesial faz as pessoas caminharem juntas, sempre em atitude de abertura ao Espírito Santo que ilumina os fieis a viverem a unidade com o Filho e com o Pai. Santo Atanásio ajudou ao seu irmão no episcopado Serapião que recorreu a ele, diante do grupo dos trópicos que negavam a divindade do Espírito Santo. Santo Atanásio teve o espírito sinodal porque colocou a fé apostólica que vinha de Cristo e dos apóstolos afirmando a divindade do Espírito Santo. Este tempo sinodal seja também um tempo de conversão para que todos vivam o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Antonio Cardoso na Canção e a Prece: "Paulo na primeira pessoa”

Basílica de São Paulo fora dos Muros ! RomaVatican News

O cantor, compositor e catequista está presente no Programa Brasileiro da Rádio Vaticano todos os domingos com o espaço especial intitulado "A Canção e a Prece". No programa de hoje: “relação com o Divino...”

Vatican News

Simão já estava vivendo as coisas do alto, falava inspirado pelas coisas do alto, eis que então ele ganhou a confiança de Jesus. Essa confiança que é fruto especialmente dessa relação do Divino com o Pedro tão humano, tão gente, tão pé no chão. Feliz és tu Simão, filho de Jonas…

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2022/06/30/16/136627019_F136627019.mp3

A canção "PAULO NA PRIMEIRA PESSOA", autor: Antonio Cardoso.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 1 de julho de 2022

Universitários brasileiros desenvolvem jogos para ajudar pessoas com Azheimer

Shutterstock
Por Ricardo Sanches

Iniciativa surgiu de uma experiência familiar; objetivo é melhorar a interação social, além estimular a memória dos portadores da doença.

Uma iniciativa de estudantes universitários do estado do Paraná está ajudando no tratamento de pessoas com Alzheimer e no convívio delas com os familiares e cuidadores. Os universitários desenvolveram jogos personalizados para estimular a memória dos portadores da doença.

A ideia surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando a estudante de medicina Karen Parente passou a conviver mais com a avó, que tem Alzheimer. A universitária, vendo a progressão da doença, pensou em desenvolver algo que facilitasse a interação com a idosa, bem como estimulasse sua memória.

Karen e outros colegas universitários, desenvolveram, então, um jogo personalizado, ou seja, um quebra-cabeças com uma foto da família. Com a ajuda dos parentes, a idosa ia montando as formas e, quando concluído, ela começava a se lembrar dos filhos. “Antes dos jogos, ela ficava muito apática, não lembrava dos nomes dos filhos, dos rostos… Depois que a gente começou com os jogos, por eles serem personalizados com fotos da família, ela passou a reconhecer melhor”, explica Karen.

Tempo de qualidade com quem tem Alzheimer

Nascia, assim, a startup “Cuca Jogos“, fundada pelos estudantes Evelize Behrens, Iagor Carvalho, Karen Parente e Pedro Murad. A iniciativa chegou, inclusive a vencer uma competição internacional de empreendedorismo na área da saúde, o Health Business Summit.

que chegou, inclusive, a vencer um campeonato internacional de empreendedorismo na área de saúde, o Health Business Summit. A pequena

A ideia da “Cuca Jogos” é proporcionar um tempo de qualidade entre o idoso portador de Alzheimer e sua família. Agindo paralelamente ao tratamento médico da doença, “os jogos personalizados também estimulam o cérebro, trabalhando memória, percepção e empatia”, afirmam os idealizadores.

“Durante nossa trajetória, validamos a ideia com médicos, neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais, além de diversos estudos que estabelecem a estimulação cognitiva como tratamento (não farmacológico) para a doença de Alzheimer”, afirma a estudante de medicina Evelize Behrens – uma das idealizadoras da “Cuca Jogos”.

Quebra-cabeça customizado com imagem da família ajuda 
a estimular a memória de idosos com Alzheimer

E os resultados já começam a aparecer. “Recebemos diversos feedbacks de compradores dos nossos produtos e houve um retorno muito positivo”, acrescenta a estudante.

Com base nos retornos, os estudantes já planejam aumentar o catálogo de produtos para ajudar pessoas com Alzheimer. Hoje, o produto principal é o quebra-cabeça, mas já estão em estudos outros jogos gratuitos e em diferentes formatos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Ele cuida de 4 irmãos desde que a mãe morreu ao lado dele, atingida por uma bomba

@radiosvoboda | Twitter
Por Karol Wojteczek

"Mamãe morreu nos meus braços. Eu tentei salvá-la, mas não consegui. Eu vi a primeira bomba cair."

Wiaczesław Jałow tem 18 anos e morava com a mãe e quatro irmãos menores na cidade de Wierchnotorieckie, em Donetsk, na Ucrânia. No dia 15 de março, ela morreu em seus braços depois de ser atingida por uma bomba.

A história do jovem corajoso foi contada pela Rádio Swoboda.

“Mamãe morreu nos meus braços. Eu tentei salvá-la, mas não consegui. Eu vi a primeira bomba cair. Mamãe caiu, eu sentei. Ela estava do meu lado. Depois de um tempo, caiu a segunda bomba e eu fiquei desnorteado durante alguns segundos. Abri os olhos e ela estava deitada de lado. As últimas palavras dela foram: ‘Estou bem’. Eu a virei ela, e aí…”.

Wiaczesław interrompe a frase.

Ele depois acrescenta:

“Acho que ela está com a gente e nos ajuda muito”.

O rapaz de 18 anos agora cuida de duas irmãs e dois irmãos, cujas idades vão de 8 a 16 anos. Ele contou à emissora de rádio:

“Eu me lembro muitas vezes da minha mãe. Só não entendo por quê. Por que ela e não eu? Minha mãe também era órfã”.

Apesar da pouca idade, Wiaczesław agora se refere aos irmãos como filhos. Eles vivem atualmente em Drohobycz, na região de Lviv, para onde fugiram dos ataques das tropas russas. As autoridades locais lhes atribuíram 2 quartos num dormitório compartilhado. A cidade, de 70.000 habitantes, abriga cerca de 22.000 refugiados, vindos principalmente do leste e do sul da Ucrânia.

“Eu só tento arrumar as coisas para deixar a vida dos meus irmãos mais confortável. Eu mesmo consertei a máquina de lavar. Eles trouxeram a máquina e me disseram que, se eu consertasse, podia ficar com ela”.

Os irmãos escaparam de Donbas apenas com os documentos e as roupas do corpo. Nos primeiros dias depois da morte da mãe, dependiam completamente das doações de pessoas generosas.

Quando viu imagens de Wierchnotoriecki na internet, Wiaczesław identificou, entre outros pontos, a histórica igreja destruída pelos russos. Ainda antes da evacuação, um míssil tinha caído na frente da sua casa, quebrando todas as janelas. O sonho do jovem é voltar para sua cidade natal assim que ela for libertada dos invasores. Wiaczesław prometeu a si mesmo que providenciará um enterro adequado para a mãe.

Antes da guerra, o jovem de 18 anos estudava para ser médico:

“Se eu for um bom médico, com certeza serei uma boa pessoa”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa às famílias do Caminho Neocatecumenal enviadas em missão

CnCMadrid | neocatechumenaleiter

KIKO ARGÜELLO

Querido Padre:

Agradeço por sua presença, obrigado por ter aceitado enviar estas famílias em missão.

CnCMadrid | neocatechumenaleiter

CnCMadrid | neocatechumenaleiter

Saudamos o Cardeal Kevin Farrell, os Arcebispos e Bispos presentes e também os membros do Dicastério “Leigos, Família e Vida”, que aceitaram compartilhar este acontecimento conosco.

Santo Padre, antes de iniciar, queremos comunicar-lhe uma notícia que sabemos que vos alegrará: a Arquidiocese de Madri nos informou que a causa de beatificação e canonização de Carmen Hernandez será aberta agora oficialmente. Um aplauso a Carmen!

Quero, em primeiro lugar, apresentar as famílias em missão na Ucrânia, que no início da guerra, com grande sofrimento, tiveram que abandonar a nação, mas que estão desejando voltar, por um milagre da graça de Deus. Dizem: “Como não vamos voltar se ali deixamos tantos irmãos, tantas pessoas que necessitam de nós?” Coloquem-se de pé as famílias que estão na Ucrânia.

Apresentamos agora as famílias missionárias.

Coloquem-se de pé as famílias em missão nas nações que agora serão nomeadas: Rússia, Letônia, Lituânia, Estônia, Romênia, Bulgária, Hungria, Áustria, Alemanha, França, Suécia, Noruega, Islândia, Grã Bretanha, Irlanda, Itália, Chipre, Grécia, Espanha, Portugal, Turquia, Albânia, Sérvia, Montenegro, Croácia e Moldávia. Um aplauso para todas as que vão à Europa.

Apresentamos agora as famílias que vão à Ásia: Cazaquistão, Mongólia, Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Camboja, Laos. Um aplauso.

Para a América: Canadá, Estados Unidos, México, Porto Rico, Jamaica, Chile, Equador (Amazônia) e Argentina. Um aplauso.

Para a África: Egito, Tunes, Etiópia, Sudão, Quênia, Camarões, Uganda, Gabão, Guiné Equatorial, Cabo Verde, Costa do Marfim e África do Sul. Um aplauso.

Para Austrália e Oceania. Um aplauso.

Apresentamos os itinerantes Responsáveis do Caminho Neocatecumenal em 134 nações. Um aplauso.

Os outros presbíteros aqui presentes.

Os seminaristas dos seminários Redemptoris Mater.

E, finalmente, a tantos irmãos das comunidades neocatecumenais de Roma.

Santo Padre, é um belíssimo espetáculo o que viveremos hoje aqui. Nesta geração, Deus está chamando as famílias, a imagem da Sagrada Família de Nazaré, a levar a alegria do amor de Deus aos homens que ainda não o conhecem.

São 430 as Famílias que estão esperando ser confirmadas e enviadas pelo senhor, para que, cheias do Espírito Santo, possam partir para ser testemunhas do amor e do poder de Cristo Ressuscitado. Obrigado, Santo Padre, por estar aqui conosco.

Estas famílias têm necessidade de serem confirmadas por Pedro. Ante as muitas dificuldades que encontrarão e as tribulações que chegarão, a presença do Papa será para elas uma consolação, uma grande ajuda e uma defesa.

O Caminho Neocatecumenal é fruto do Concílio Vaticano II, como reconheceu desde seus inícios São Paulo VI. Este itinerário de iniciação cristã leva as pessoas a uma fé adulta, mediante o redescobrimento das riquezas de nosso batismo.

Ante o fenômeno da secularização, do ateísmo e da crise de valores morais, culturais e filosóficos, é sem dúvida algo maravilhoso que o Senhor tenha suscitado famílias inteiras, com seus filhos, para emigrar e transplantar-se a regiões mais secularizadas e mais pobres para levar o anúncio de Jesus Cristo.

Cristo ressuscitou! Aqui está o porquê de estes irmãos deixarem suas casas, seus parentes, seus amigos, sua própria terra e irem evangelizar, porque Cristo lhes concedeu participar em sua vitória sobre o pecado e sobre a morte e podem oferecer sua vida aos demais.

Recordamos com agradecimento as palavras que nos dirigiu na última vez que nos encontramos, em 4 de maio de 2018, em Tor Vergata, por ocasião do 50º aniversário do Caminho: “Sois um dom do Espírito Santo para a Igreja”. Por isso, antes de escutar o Evangelho, queremos invocar o Espírito Santo para que ajude as famílias que agora saem e as famílias que estão em missão. Peçamos para eles o Espírito Santo, com seus dons, para que possam ter paciência nos sofrimentos e encontrem o verdadeiro repouso na Cruz de Cristo. Todos necessitamos do Espírito Santo, porque sem Ele não há nada puro nem santo em nós. Cantemos um hino ao Espírito Santo.


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PAPA FRANCISCO

Nesta manhã, 27 de junho de 2022, na Sala Paulo VI, o Santo Papa Francisco recebeu em Audiência as Famílias do Caminho Neocatecumenal enviadas em missão e lhes dirigiu as palavras que publicamos a seguir:

PALAVRAS DO SANTO PADRE

Escutamos a missão de Jesus: “Ide, dai testemunho, anunciai o Evangelho!” Desde esse dia os apóstolos, os discípulos, todas as pessoas seguiram em frente com a mesma força que Jesus lhes havia dado: é a força que vem do Espírito. “Ide e anunciai… Batizai!”.

Mas sabemos que, uma vez que batizamos, a comunidade que nasce desse Batismo é livre, é uma nova Igreja; nós devemos deixá-la crescer, ajudá-la a crescer com as próprias modalidades, com a própria cultura… Esta é a história da evangelização. Todos iguais quanto à fé: creio em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, o Filho que se encarnou, morreu e ressuscitou por nós, o Espírito que nos ajuda e nos faz crescer: a mesma fé. Mas todos com a modalidade da própria cultura e da cultura do lugar onde a fé foi anunciada.

Este trabalho, esta riqueza pluricultural do Evangelho, que nasce do anúncio de Jesus Cristo e se faz cultura, é, em certo sentido, a história da Igreja: tantas culturas, mas o mesmo Evangelho. Tantos povos, o mesmo Jesus Cristo. Tantas boas vontades, o mesmo Espírito. E a isto estamos chamados: seguir em frente com a força do Espírito, levando o Evangelho no coração e nas mãos. O Evangelho de Jesus Cristo não é meu: é de Jesus Cristo, que se adapta às diferentes culturas, mas é o mesmo. A fé cresce, a fé se incultura, mas a fé sempre é a mesma.

Este espírito missionário, ou seja, o deixar-se enviar, é uma inspiração para todos vós. Agradeço-vos em nome d’Ele, e vos peço docilidade ao Espírito que vos envia, docilidade e obediência a Jesus Cristo em sua Igreja. Tudo na Igreja, nada fora da Igreja. Esta é a espiritualidade que nos deve acompanhar sempre: anunciar Jesus Cristo com a força do Espírito na Igreja e com a Igreja. E quem é a cabeça – digamos assim – das diferentes Igrejas é o Bispo: ir adiante sempre com o Bispo, sempre. Ele é a cabeça da Igreja, neste País, neste Estado…

Segui em frente! Ânimo! Obrigado por vossa generosidade. Não vos esqueçais do olhar de Jesus, que vos enviou a cada um de vós a anunciar e a obedecer a Igreja. Muito obrigado.

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Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br

Por que os futuros padres deitam no chão durante a ordenação

© VINCENZO PINTO / AFP

Na liturgia, os gestos realizados destinam-se a unir alma e corpo no mesmo sentimento.

Quem já assistiu a uma Missa de ordenação sacerdotal sabe que ela é tão longa quanto bonita (e solene)! Entre outros ritos especiais, antes da ordenação propriamente dita, os homens a serem ordenados deitam-se no chão enquanto todos rezam a Ladainha dos Santos: este é o momento chamado de prostração.

Simbolicamente este é o sinal da entrega total da própria vida a Deus. De fato, na liturgia, os gestos realizados destinam-se a unir alma e corpo no mesmo sentimento.

Um sinal de submissão

Na ordenação sacerdotal, depois da promessa dos eleitos, o bispo reza:

“Oremos, irmãos caríssimos,
a Deus Pai todo-poderoso,
para que conceda a abundância dos dons celestes
a este seu servo que Se dignou escolher
para o ministério…”

A assembleia invoca todos os eleitos que já vivem em Deus, poderosos intercessores para que os ordenandos recebam todas as graças necessárias para seu ministério. Os futuros sacerdotes, então, prostram-se ao chão, em sinal de submissão.

Sim, eles se humilham para que a consagração que se segue seja um presente, e não um poder, um serviço, não um privilégio. Uma atitude vivida por Cristo no Getsêmani:

“Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: ‘Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres.'”

(Mateus 26,39)

Mediadores entre o Céu e a terra

De fato, é Deus quem faz sacerdotes e lhes dá a força necessária para que o mandamento do amor possa ser vivido no mundo.

Eles responderam livremente a um chamado de Deus, mas eles sabem – e seu corpo o expressa – que são mediadores entre a terra e o Céu.

Além disso, sua silhueta alongada não representa, por analogia, essa ponte entre o homem e Deus?

Diáconos e bispos

Os diáconos e bispos, no dia da ordenação, também rezam de bruços durante a invocação dos santos. Um momento impressionante, especialmente para aquele que deve ser ordenado.

Um seminarista que se tornou padre em 25 de junho de 2022 lembra que este foi “um momento muito forte de abandono ao Pai”. Ele acrescentou:

“A pessoa se encontra ali, sozinha com Aquele a quem oferece sua vida”.

Como muitos padres embelezam a Igreja nestes dias com o dom de suas vidas, façamos nossa própria oração, a mesma que conclui a ladainha dos santos e a prostração:

“Senhor nosso Deus,
ouvi as nossas preces:
derramai sobre este vosso servo
a abundância da graça sacerdotal
e fazei descer sobre ele
o poder da vossa bênção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF