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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Hoje é dia de São Paulo, o Eremita

São Paulo, o Eremita | ACI Digital.

Hoje é dia de São Paulo, o Eremita, que encontrou Cristo no deserto e na solidão.

Por Redação central

15 de janeiro de 2025

Hoje (15) é dia de são Paulo, o Eremita, também chamado de 'Paulo de Tebas' ou 'Paulo o Egípcio'.

O apelido de "eremita" tem origem em seu estilo de vida: Paulo se entregou a Deus, retirando-se do mundo para viver em uma ermida, um pequeno lugar isolado, como uma cova ou uma cabana muito precária, que ele arrumou como um quarto. Lá ele se dedicou à meditação e à oração em solidão. “Eremita”, assim como “ermida”, vem de éremos “deserto” em grego.

Seu modo de vida inspirou muitos outros, que buscaram a Deus longe do barulho ou da frivolidade das cidades. A partir desse momento, toda pessoa que adotasse os modos espirituais de Paulo de Tebas.

São Jerônimo, no século V, registrou o ano 228 como o nascimento do santo e o Egito como sua pátria. Paulo ficou órfão muito jovem, aos 14 anos.

O deserto

Em 250 estourou uma grande perseguição contra os cristãos e ele teve que se esconder. Seu cunhado inicialmente ofereceu-lhe proteção, mas depois denunciou-o às autoridades para ficar com os seus bens. Paulo então fugiu para o deserto. A princípio a solidão o atormentava, mas depois ele começou a perceber que a solidão poderia ser usada como meio para se encontrar com Deus. O deserto tornou-se o “lugar” onde Deus podia falar com ele e onde ele podia ouvir a sua voz e experimentar o seu amor.

Ele se propôs a usar essas circunstâncias para ajudar as pessoas que permaneciam no mundo: ele o faria com penitências e orações pela conversão dos pecadores. Não foi uma "fuga" precipitada por algum medo, mas uma forma de redimir tudo o que estava distante de Deus.

Há muitas histórias sobre Paulo, o Eremita. São Jerônimo diz que o eremita se alimentava apenas dos frutos de uma palmeira, e que quando não tinha tâmaras, um corvo o alimentava trazendo-lhe meio pão.

Amigo de santo Antônio abade, pai do monaquismo

Santo Antônio abade, pai do monaquismo, ouviu em sonho que havia outro eremita mais velho que ele e empreendeu uma viagem para encontrá-lo. Ao chegar à gruta onde estava são Paulo, ele fechou a entrada com uma pedra, pensando que fosse uma fera.

Santo Antônio teve que implorar para que ele removesse a pedra para que pudesse cumprimentá-lo. São Paulo finalmente saiu e os dois santos, sem terem se conhecido antes, cumprimentaram-se pelo nome. Então eles se ajoelharam e agradeceram a Deus. Naquele dia, um corvo trouxe para eles um pão inteiro e cada um pegou a metade.

A morte junto com Cristo é uma vitória

No dia seguinte, são Paulo profetizou sua própria morte. Ele disse a santo Antônio que via o momento de sua morte se aproximando e pediu-lhe que voltasse ao seu mosteiro para trazer-lhe o manto que o bispo santo Atanásio lhe dera, porque ele queria ser envolto naquela roupa.

Santo Antônio, surpreso com o prognóstico, foi trazer o manto. Ao retornar, percebeu que Paulo já havia morrido, porém, conseguiu ver como a alma do santo subiu ao céu, cercada de anjos e à vista dos apóstolos. Na caverna jazia o cadáver do eremita, de joelhos, com os olhos voltados para o céu e os braços estendidos. Paulo havia morrido em oração. A tradição diz que dois leões chegaram do deserto e cavaram um buraco no qual santo Antônio colocou o corpo do santo.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/54220/hoje-e-dia-de-sao-paulo-o-eremita-que-encontrou-cristo-no-deserto-e-na-solidao

Semana pela unidade dos cristãos 2025

Vaticano (Foto/Crédito: Opus Dei)

Semana pela unidade dos cristãos 2025

A semana de oração pela unidade dos cristãos começa no dia 18 e culmina com a festa da conversão de São Paulo. Além das meditações diárias, oferecemos diversos artigos, entrevistas e histórias relacionadas à Oitava para a unidade dos cristãos.

14/01/2025

A Oitava da Unidade dos Cristãos, também conhecida como Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, é uma prática cristã ecumênica que se celebra entre 18 e 25 de janeiro. Este ano celebra-se com o lema Fazer o bem; buscar a justiça (cf. Isaías 1,17).


Recursos para a Semana de oração pela unidade dos cristãos

1. Meditações sobre o oitavário pela unidade dos cristãos

Coleção de textos para meditar sobre o oitavário (ou semana) de oração pela unidade dos cristãos, que a Igreja celebra de 18 a 25 de janeiro.

2. Homilia do Papa Francisco. Basílica de São Paulo fora dos Muros (25 de janeiro de 2022)

3. Que posso fazer? Rezar com São Josemaria durante o Oitavário pela unidade dos cristãos.

4. Rezar com Dom Álvaro pela união dos cristãos.


Artigos sobre o ecumenismo

1. Ecumenismo, D. Pedro Rodríguez, teólogo e membro da Academia de Doutores da Espanha.

2. Evangelização, proselitismo e ecumenismo, Artigo de Mons. Fernando Ocáriz, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Pontifícia da Santa Cruz.


Entrevistas

1. "Na Finlândia, as relações ecumênicas com luteranos e ortodoxos são maravilhosas." Entrevista com o Vigário Geral da diocese de Helsínquia, o sacerdote espanhol Raimo Goyarrola.

2. "Os ensinamentos de São Josemaria Escrivá são ecumênicos". Evgeni Pazukhin, filósofo e escritor ortodoxo.


Algumas viagens do Papa Francisco, relacionados com a unidade dos cristãos

∙ Viagem Apostólica ao Cazaquistão (13-15 de setembro de 2022)

∙ O Papa Francisco no Bahrein (novembro de 2022)

∙ Viagem do Papa a Romênia (maio-junho 2019)

∙ O Papa Francisco no Egito (abril de 2017)

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/semana-pela-unidade-dos-cristaos-2023-meditacoes-diarias-e-recursos/

Santo Amaro e a política

Santo Amaro (Liceo Santo Amaro)
15 de janeiro

SANTO AMARO E A POLÍTICA

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ)

A grande devoção em nossa região a Santo Amaro, cuja festa celebramos hoje, é explicada pela presença dos monges beneditinos que foram os valorosos missionários da zona rural de Campos dos Goytacazes, em cujo município se situa o célebre Mosteiro de São Bento, em Mussurepe. Vale a pena recordar um pouco a sua vida, por muitos desconhecida.

Santo Amaro, ou São Mauro, foi monge e abade beneditino, ou seja, da Ordem de São Bento. Nascido em Roma, de família senatorial, Amaro, quando tinha apenas doze anos, foi entregue no mosteiro por seu pai, Egrico, homem ilustre pela virtude e pela nobreza do nascimento, confiando-o aos cuidados de São Bento, em 522.

Correspondeu tão bem à afeição e à solicitude do mestre, que foi em breve proposto como modelo aos outros religiosos. São Gregório exaltou-o por se ter distinguido no amor da oração e do silêncio. Sempre se lhe notou profunda humildade e admirável simplicidade de coração. Mas nele sobressaia a virtude da obediência, sendo por isso recompensado por Deus, com o milagre semelhante ao de São Pedro no lago de Tiberíades, caminhando sobre as águas.

São Bento, mestre de Santo Amaro, escreveu a sua regra, parâmetro de vida para todos, até para os governantes e políticos. Consta que o grande imperador Carlos Magno pautava o seu governo pela regra de São Bento. Podemos resumir a sua regra pela sua frase lapidar: “Nada antepor a Cristo”, ou seja, Deus em primeiro lugar. A consciência reta, voz de Deus em nosso interior, deve ser a nossa regra de vida, e não os conchavos, os compromissos espúrios, a corrupção, a venda do dever pelo dinheiro, etc.

Estou em Portugal, Sintra, a convite, onde participo, como todos os anos, de um Congresso internacional para Bispos, com Cardeais e Bispos de vários continentes, promovido pelo Acton Institute, instituição universitária voltada para estudos de economia, política e sociologia à luz da Doutrina social da Igreja.

“Entre as muitas questões que hoje a todos preocupam, importa revelar particularmente as seguintes:… a vida econômico-social e a política” (Gaudium et Spes 46).

“A passagem da economia ao campo político se afigura necessária. Sob o termo ‘político’, naturalmente, são possíveis muitas confusões e devem ser esclarecidas; entretanto, todos têm mais ou menos a sensação de que domínios sociais e econômicos, tanto nacionais como internacionais, a decisão última é do poder político. Tomar a sério a política, nos seus diversos níveis… é afirmar o dever do homem, de todos os homens de reconhecerem a realidade concreta e o valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada para procurarem juntos o bem da cidade, da nação e da humanidade. A política é uma maneira exigente – se bem que não seja a única – de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros… Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, esforçar-se-ão os cristãos solicitados a entrarem na ação política por encontrar uma coerência entre as suas ações e o Evangelho” (Octog Adv 46).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

EDITORIAL: Assim se concretiza a esperança do Jubileu

Após abrir a Porta Santa na Prisão de Rebbibia, Papa celebrou para população carcerária e agentes penitenciários  (ANSA)

Das penas de morte comutadas para penas de prisão perpétua nos Estados Unidos à abolição da pena de morte no Zimbabué e ao anúncio de libertações em Cuba.

Andréa Tornielli

A abertura da Porta Santa do Jubileu, no último dia 24 de dezembro, foi precedida poucas horas antes pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de comutar as condenações à morte de 37 presos em prisões federais em prisão perpétua. No início de janeiro, outras duas boas notícias: na Carolina do Norte, o governador concluiu seu mandato transformando as 15 sentenças de morte pendentes em seu Estado em prisão perpétua, enquanto na África o presidente do Zimbábue aboliu a pena de morte no país. Agora, no início deste Ano Santo, chega o anúncio da libertação de 553 prisioneiros em Cuba.

Temos grande necessidade de sinais de esperança que nos ajudem a elevar o olhar do triste panorama das guerras e da violência: não poderia ter havido melhor início para este ano de graça, porque se trata de notícias que ligam o Jubileu cristão à sua origem bíblica, como recordou o Papa Francisco na Bula de Proclamação “Spes non confundit”: «Proponho aos Governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que lhes restituam esperança: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis». É um apelo antigo, explicou o Bispo de Roma, citando o Levítico, que "provindo da Palavra de Deus, permanece com todo o seu valor sapiencial ao invocar atos de clemência e libertação que permitam recomeçar: «Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a libertação de todos os que a habitam»".

Anistia, remissão da pena, clemência, são acompanhadas pelas duas palavras-chave de cada Jubileu, que são misericórdia e perdão. Mais do que nunca nosso mundo tem necessidade disso. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Quais são os 12 frutos do Espírito Santo?

Shutterstock

Francisco Vêneto - publicado em 19/12/23 - atualizado em 10/01/25

Além dos 7 dons, também recebemos os 12 frutos do Espírito Santo: são como resultados que florescem na vida dos cristãos dispostos a acolhê-Lo.

São conhecidos pelos católicos os 7 dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Acontece que, além de derramar os 7 dons, o Espírito Santo também nos proporciona 12 frutos, que são como resultados que florescem na vida dos cristãos dispostos a acolhê-Lo.

Eis os 12 frutos do Espírito Santo:

1 - Caridade

Consiste em amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, por causa de Deus. Segundo São Paulo (1 Cor 13,8), é a maior das dádivas, porque nunca terminará: "a fé e a esperança desaparecerão, mas o amor jamais desaparecerá".

2 - Alegria

É a satisfação espiritual profunda, o regozijo interior promovido pelo Espírito Santo na alma do fiel.

3 - Paz

É a serenidade de espírito que Jesus prometeu aos Seus: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; não como o mundo a dá, mas como Eu a dou" (Jo 14, 27).

4 - Paciência

É a capacidade de suportar as adversidades sem perturbar-se, perseverando na fé e na confiança em Deus.

5 - Bondade

É a disposição de querer o bem do próximo, por amor fraterno, e de agir em coerência com essa disposição.

6 - Benignidade

Ligada à bondade, é a execução concreta do bem ao próximo, indo além da mera obrigação.

7 - Longanimidade

É a grandeza de alma e a perseverança no caminho de Deus, apesar das adversidades.

8 - Mansidão

É o contrário da ira e do ódio, consistindo na postura de paciência e acolhimento a exemplo de Jesus, que disse: "Vinde a Mim, que Sou manso e humilde de coração, que Eu vos aliviarei" (cf. Mt 11, 28-30).

9 - Fé

Virtude teologal, a fé também é o fruto do Espírito Santo que nos concede crer em Deus e na Sua fidelidade mesmo quando pareceriam existir mais razões para a incredulidade ou o desespero.

10 - Modéstia

É o pudor que reveste o comportamento do cristão consciente de que Deus habita nele, promovendo o respeito pelo próprio corpo e a sua preservação discreta, sóbria e elegante.

11 - Continência

É o domínio sereno dos próprios instintos, em particular os sexuais, com a consequente recompensa de uma vida equilibrada e madura.

12 - Castidade

É o fruto do Espírito Santo que preserva a pureza de corpo e alma, guardando-nos do pecado contra o sexto e o nono mandamentos da Lei de Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2023/12/19/quais-sao-os-12-frutos-do-espirito-santo

A dimensão socio-pastoral do Ano Jubilar

Jubileu da Esperança 2025 (CNBB)

A DIMENSÃO SOCIO-PASTORAL DO ANO JUBILAR

Dom Antonio de Assis
Bispo de Macapá (AP)

A DIMENSÃO SOCIO-PASTORAL DO ANO JUBILAR (4) 

No capítulo 25 do Levítico, o toque da trombeta alertava o país inteiro para o início do ano jubilar que era para todos um compromisso de promoção da justiça, da fraternidade, do bem comum. Era um tempo de partilha, libertação, recuperação das perdas (cf. Lv 25,8-12). Tratava-se da restauração das relações de fraternidade, eliminando da sociedade muitas formas acumuladas de injustiças: em relação aos bens (propriedades), na família, no tratamento dos escravos, estrangeiros e na relação com a natureza. 

Essa busca da harmonia integral era por vontade de Deus que, ao criar o mundo, viu que tudo era bom, e assim, a paz voltaria por causa da promoção da justiça (cf. Lv 25,18-19). De fato, o Papa Paulo VI, na encíclica Populorum Progressio nos recordou essa íntima relação entre Justiça e Paz. A Paz no mundo depende da promoção da justiça que, por sua vez, pressupõe a promoção do desenvolvimento integral dos povos; dessa forma, não há Paz onde reinam injustiças (cf. PP, 76-77,83); “o desenvolvimento (integral) é o novo nome da paz” (PP, 87). É por isso que na vivência do ano jubilar, não bastava dimensão econômica, mas a meta era a promoção da justiça fraterna.   

No texto sobre o ano Jubilar no livro do Levítico há a acusação de muitos males que havia naquela sociedade: a perda da terra por causa de dívidas (cf. Lv 25,13), a injustiça nas relações de compra e venda, exploração (cf. Lv 25,14-16). Por isso se recorda profeticamente a sentença divina: “Ninguém de vocês explore o irmão, mas tema o Deus de vocês, porque eu sou Javé, o Deus de vocês” (Lv 25,17).   

A promoção da justiça humana, tem um fundamento divino; isso significa que o homem não basta a si mesmo, não é suficiente a justiça legal (pois ela pode ser moralmente injusta!), não basta a decisão das autoridades civis e a obediência dos cidadãos, é preciso que se respeite a vocação do ser humano, a sua dignidade que ultrapassa as convenções humanas e os parâmetros culturais.  

Em relação a essa questão, também a Encíclica Populorum Progressio afirma: “O homem pode organizar a terra sem Deus, mas sem Deus só a pode organizar contra o homem. Humanismo exclusivo é humanismo desumano. Não há, portanto, verdadeiro humanismo, senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exata do que é a vida humana. O homem, longe de ser a norma última dos valores, só se pode realizar a si mesmo, ultrapassando-se” (PP, 42). A promoção da justiça tem um fundamento antropológico e vocacional, ou seja, é uma exigência que brota da natureza humana e é a condição para a felicidade. A alegria de Deus Pai está na prática do amor entre seus filhos (cf. Jo 15,11). Por isso, a vida cristã é compromisso permanente de vivência do ano jubilar: a promoção do Amor a Deus e ao próximo.  

As consequências socio-pastorais do ano jubilar comprometem as comunidades e instituições católicas a um relançamento da sua sensibilidade social. E a forma mais concreta de realizar isso é através da restauração da consciência de responsabilidade social das pastorais para que o ano jubilar não se reduza às práticas espirituais e litúrgicas.  

Temos muitas realidades dramáticas que são trombetas que soam e devem nos incomodar mais: o aumento dos moradores de rua, as violências, a indiferença, a solidão, o crescimento das dependências, a cultura da corrupção, a desordem climática, a fragmentação familiar, as relações polarizadas, o enfraquecimento da paixão pelo Bem comum, o envelhecimento das lideranças etc.  

Portanto, o Ano Santo é uma maravilhosa oportunidade para a revitalização das pastorais e relançamento da animação missionária de todas as forças vivas da Igreja. Não há autêntico Ano Santo sem dimensão socio-missionária e nem santidade sem a justiça que brota do amor fraterno. O Ano Jubilar reforça o compromisso da conversão pastoral. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: o Jubileu é uma oportunidade para superar o confronto e construir um futuro de paz

Papa Francisco com uma pomba, símbolo da paz (Vatican Media)

Na sua conta X @Pontifex Francisco convida, numa mensagem publicada nesta terça-feira, a “repensar as relações” entre indivíduos e povos, abraçando “a lógica do encontro”.

Edoardo Giribaldi – Vatican News

Que o #Jubileu2025 possa representar para todos, cristãos e não cristãos, uma oportunidade para repensar as relações que nos unem enquanto seres humanos e comunidades políticas; para superar a lógica do confronto, abraçar a lógica do encontro e construir um futuro de paz.

É o que escreve o Papa Francisco, nesta terça-feira (14/01), em sua conta X @Pontifex, com a qual alcança milhões de fiéis em nove idiomas.

Jubileu, uma oportunidade para “cristãos e não cristãos”

A Bula de Proclamação do Ano Santo, Spes non Confundit, tornou explícito o “forte desejo” do Papa de que houvesse uma “celebração ecumênica” durante o Jubileu. O Papa insiste neste “abraço”, abrindo os braços e as portas a “todos, cristãos e não cristãos”. Auspícios que, no decorrer de 2024, foram concretizados nas inúmeras audiências concedidas por Francisco a luteranos, metodistas, delegados de diferentes denominações cristãs e também ao patriarca assírio Mar Awa, trinta anos após a assinatura da “Declaração Cristológica Comum” por João Paulo II e Mar Dinkha IV, que pôs fim a mais de um milênio de controvérsias doutrinárias entre as Igrejas Católica e Oriental.

Relações interpessoais e entre comunidades políticas

O Jubileu torna-se, portanto, uma oportunidade para ver as relações “que nos unem como seres humanos e comunidades políticas” de uma perspectiva diferente, "olhando nos olhos uns dos outros", e não "através de telefone celulares". A este respeito, Francisco contou recentemente, durante a audiência aos religiosos e religiosas da Família Calasanziana, a anedota de um bispo "repreendido" por uma família sentada à mesa para um almoço, para qual ele disse que teria sido "mais agradável" vê-los conversando entre si do que encontrar todos os quatro olhando para seus celulares.

Ampliando o espectro, o Papa insiste em repensar os relacionamentos dentro das comunidades políticas. Um “habitar o social, o trabalho” e, de fato, a “política”, sobre a qual Francisco insiste ao falar às novas gerações, futuras defensoras das relações entre povos e culturas diferentes. Falando aos jovens do “Progetto Policoro” da Conferência Episcopal Italiana (CEI), recebidos por ocasião do 25º aniversário de sua fundação, o Papa os convidou a interagir, nestes contextos, sem medo de “sujar as mãos”, chegando a "habitar" até mesmo os conflitos.

"Abraçar a lógica do encontro"

A paz, dado o contexto internacional atual, esteve no centro de vários apelos do Papa. Uma "loucura", uma "derrota", capaz de se insinuar "em todos os lugares". Essas são apenas algumas das conotações que Francisco deu aos conflitos, contrastando a "lógica do conflito" com a do "encontro". Em seu último discurso ao Corpo Diplomático credenciado junto da Santa Sé, o Papa falou sobre a “ameaça concreta de uma guerra mundial”, fazendo um paralelo do Jubileu com a ideia de uma “diplomacia da esperança", tema que orienta o atual Ano Santo "do qual todos somos chamados a nos tornar arautos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 12 de janeiro de 2025

O desafio de ser cristãos

O desafio de ser cristão (Tânia Manhães) | YouTube.

O DESAFIO DE SER CRISTÃOS

 Dom Alberto Taveira Corrêa 
Arcebispo de Belém do Pará (PA)

09/01/2025

Jesus foi visitado pelos pobres pastores dos arredores de Belém, e nós contemplamos este mistério com serenidade e alegria. Surpreendeu a todos, a seu tempo, a misteriosa visita daqueles Magos, Sábios chegados do Oriente, que estudavam a posição das estrelas, trazendo presentes muito significativos àquele que é Deus, Rei e plenamente homem, tanto que passaria pelo sofrimento e pela morte. Passam os anos e Jesus é proclamado publicamente pelo Pai Eterno como o Filho amado, sobre o qual repousa o Espírito Santo. E no início de seu ministério, a água transformada em vinho, nas Bodas de Caná, conduz à fé discípulos titubeantes, noivos e humanidade. Depois de tais manifestações, resta a todos nós a coragem da decisão diante dele, em quem se cumprem promessas antigas e novas, assim como os sonhos de realização e felicidade de toda a humanidade. 

Temos a clareza de que Deus nos constituiu como um corpo o Povo de Deus, que age e testemunha a própria fé. De fato, se “Deus aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (cf. At 10,35), aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que o conhecesse na verdade e o servisse santamente. Escolheu, por isso, a nação israelita para seu povo. Com ele estabeleceu uma aliança; a ele instruiu gradualmente, manifestando-se a si mesmo e ao desígnio da própria vontade na sua história, e santificando-o para si. Todas estas coisas aconteceram como preparação e figura da nova e perfeita Aliança que em Cristo havia de ser estabelecida e da revelação mais completa que seria transmitida pelo próprio Verbo de Deus feito carne. Esta nova aliança instituiu-a Cristo, o novo testamento no seu sangue (cf. 1 Cor 11,25), chamando o seu povo de entre os judeus e os gentios, para formar um todo, não segundo a carne mas no Espírito, e tornar-se o Povo de Deus. Com efeito, os que creem em Cristo, regenerados não pela força de germe corruptível mas incorruptível por meio da Palavra de Deus vivo (cf. 1 Pd 1,23), não pela virtude da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6), são finalmente constituídos em raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo conquistado, que outrora não era povo, mas agora é povo de Deus» (1 Pd 2, 9-10)” (Cf. Lumen gentium 9).  

E agora, passados os séculos, está em nossas mãos a responsabilidade de, como povo escolhido, dar testemunho de Jesus, sendo sal, luz e fermento nos tempos que correm, sem discriminar as outras pessoas, mas atraí-las com amor ao amor de Cristo. Em nosso coração e em nossas mãos estão os instrumentos oferecidos pela Igreja: a Palavra de Deus, a Vida em Comunidade, a Fé, a Esperança e a Caridade, e os Sacramentos, que nos mergulharam na vida da Santíssima Trindade. 

Ser cristão hoje equivale a ser testemunhas em todos os ambientes de nossa fé em Jesus Cristo Ressuscitado, Salvador do mundo. Como testemunhas, haveremos de mostrar em nossa vida de batizados, redimidos, que Jesus venceu o pecado em nossa própria vida, porque nos fez filhos de Deus e adotamos seus sentimentos e as atitudes evangélicas expressas nas bem-aventuranças: pobreza de espírito, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, solidariedade, reconciliação e fraternidade. Se queremos demonstrar de verdade que nós encontramos o Messias, aquele que dá sentido à história humana e dá esperança a toda a humanidade e à vida de cada um de nós, devemos proclamar, com a palavra e as obras, que Jesus, na plenitude do Espírito Santo, é luz para todas as áreas escuras da história humana e de cada pessoa, e que ele, com sua Ressurreição, torna possível a esperança num futuro melhor, a confiança nas pessoas e a transformação do mundo, através da única revolução eficaz, a conversão pessoal ao amor e à justiça, que vêm de Deus (cf. La Parola per ogni giorno, Basilio Caballero, Pauline, 1991). Há alguns anos houve pessoas que pensavam estar diante de um cristianismo anônimo, perdido no meio da massa, e sabemos como cresceu esta massa! Não se trata disso! Hoje, devemos nos perguntar como responder com identidade própria e clareza aos desafios que se apresentam, sem fanatismos, opções ideológicas de qualquer lado, cujo desenrolar se revela estéril, ou tentativas anacrônicas, igualmente estéreis, de volta a um clima de cristandade! Abertura ao Espírito Santo, intensa vida de oração, processos claros de discernimento, criatividade, espírito apostólico e missionário, esta é a estrada para viver como cristãos em nosso tempo. 

Respostas? Eis algumas propostas, destinadas a provocar continuidade na reflexão e o inadiável compromisso pessoal. A primeira delas é olhar ao nosso redor, identificando pessoas e situações, estabelecendo conexões com quem tem as mesmas inquietações e o desejo de superar uma prática religiosa de fachada ou um tentador indiferentismo. Quem está rezando seriamente? Que pessoas estão comprometidas diretamente com a caridade? Já descobriu em seu ambiente de trabalho gente que não suja as mãos com o egoísmo, a corrupção e a imoralidade? Será que não chama a sua atenção aquelas pessoas que sempre se dispõem a algum serviço na Comunidade? 

Justamente aqui surge uma outra ideia! Tomar iniciativa! Se muitos não frequentam a Missa, sua presença mostrará o quanto constrói o Corpo de Cristo, que é a Igreja, sua participação Eucarística, a busca do Sacramento da Reconciliação! E se muitos não praticam a justiça, comece por você mesmo! 

E se queremos ampliar nosso horizonte, a pessoas que tomam decisões semelhantes, caberá também a disposição para o diálogo com quem pensa diferente, na diversidade de nosso mundo. Tal atitude contribuirá para que o senso do bem comum, suscitado pelo Espírito Santo além de todas as fronteiras, seja redescoberto e promova gestos e programas de ação no conjunto da sociedade. 

À nossa capacidade de reflexão, à inteligência da fé concedida nos Sacramentos da Iniciação Cristã e, mais ainda, à ação do Espírito Santo que nos conduz, lançamos o desafio de continuar esta lista de propostas para sermos, diante do mundo que clama por sentido, os peregrinos da Esperança, a fim de que o Jubileu que vivemos seja tempo de graça, perdão, reconciliação e acolhida para muitos! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Festa do Batismo do Senhor

Batismo do Senhor (Vatican News)

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Jesus vai a João para ser batizado. Quando se encontra em meio a tantas pessoas que buscam o Batista, Jesus passa a ser mais um que deseja reiniciar a vida através de um banho que simbolizava a mudança de vida. O Mestre quis ser sempre igual a nós e também nesse momento ele se iguala a qualquer pessoa de boa vontade que aceita o discurso regenerador de João, o Batista.

Acontece que quando o vê, João  - re conhece -  nele o Messias, o verdadeiro Batista!

Ele já o havia conhecido e nele detectado o Deus Conosco, quando da visita de Maria de Nazaré à sua mãe. Ali, ele João Batista, estremeceu no seio de Isabel e ela pode entender o que acontecia. Agora, a mesma luz interior que o iluminou durante a visita, 30 anos atrás, voltou e fez com que reconhecesse naquele homem, não apenas o seu primo, mas o Redentor da Humanidade.

Nesse momento, segundo São Lucas, o céu se abriu, ou seja, o Pai voltou a falar não mais através dos profetas, mas por seu Filho unigênito. Deus voltou a se  - re velar – em Jesus de Nazaré.

A pomba que aparece é sinal da morada de Deus, de sua presença. É o Espírito de Deus que desceu sobre Jesus. Ele é a morada do Pai, é a nova e eterna aliança, é a tenda armada de Deus em nosso meio, é o próprio Deus!

As palavras, que se fazem escutar, vindas do céu, dizem: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição.” Aí passamos a  entender melhor a primeira leitura onde Isaías diz: “Eis o meu servo, o meu eleito, ele trará o julgamento às nações. Eu te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”.  A missão de Jesus será a de mostrar a proximidade do amor do Pai, e recuperar o projeto de Deus para o homem. Por isso, suas mensagens serão chamadas Boa Nova, Evangelho, o que em português pode ser traduzido como alvíssaras.

Ao celebrarmos a festa do Batismo do Senhor, ocasião propícia para renovarmos nossos compromissos batismais, voltemo-nos para nós mesmos e façamos um exame sobre nossa conduta, sobre nossa presença no meio da sociedade. Até que ponto somos pessoas libertadoras, pessoas que podem ser reconhecidas como abertas à ação de Deus, fautoras do bem, portadoras de vida, moradas de Deus em meio aos homens?

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

«Ó Timóteo, guarda o depósito» (III)

O abraço entre Pedro e Paulo | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 01/02 - 2009

«Ó Timóteo, guarda o depósito»

As Cartas Pastorais de São Paulo mostram que a custódia do depositum fidei é garantida pela ação do Espírito Santo, através da graça da imposição das mãos e da graça que resplandece nas boas obras. Mas estas mesmas Cartas, que constituem o fundamento da instituição-Igreja, «já não isolam a Igreja do mundo profano, pelo contrário, implantam-na ali com um otimismo e uma segurança notáveis». Propomos algumas páginas do comentário de Ceslas Spicq às Cartas Pastorais.

por Lorenzo Cappelletti

Bonito, ou seja, bom, funciona

O adjetivo “bonito” é a palavra que mais caracteriza as Pastorais. Das 44 ocorrências dela no corpus paolinum , 24 (mais da metade) pertencem às Pastorais. Tanto é assim que Spicq se surpreende ao ver como precisamente na sua idade avançada «esta beleza parece ter se tornado aos olhos de São Paulo uma nota distintiva da vida cristã, uma expressão da nova fé; todas as idades, todas as condições, todos os sexos estão como que revestidos de beleza” (p. 290). Isto é ainda mais notável porque «Aristóteles acredita que os idosos já não vivem para a beleza (ver Retórica II, 13, 1389b, 36); é sinal do poder de renovação e rejuvenescimento da graça na alma do Apóstolo” (p. 290 nota 1). É “a prova estética da esperança”, escreveu Massimo Borghesi no último número de 30Giorni (n. 12, dezembro de 1997, p. 84). Que se revela, como vimos acima, na oração, como primeira obra de caridade, e na caridade em sentido estrito, isto é, naquelas boas obras às quais "as Cartas Pastorais deram o sentido técnico que a tradição cristã preservou [.. .], identificando-os justamente com as obras de misericórdia" (pp. 294 e 282), escreve Spicq comentando a Carta a Tito 3, 3-8: " 3 Também nós já fomos insensatos, desobedientes, apóstatas , escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo na maldade e na inveja, dignos de ódio e ódio uns aos outros. Contudo, quando se manifestaram a bondade de Deus, nosso salvador, e o seu amor pelos homens, ele nos salvou não em virtude de obras de justiça realizadas por nós, mas pela sua misericórdia através de um lavagem de regeneração e renovação no Espírito Santo , por ele derramado abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornemos herdeiros, segundo a esperança, da vida eterna. Esta palavra é digna de confiança e, por isso, quero que vocês insistam nessas coisas, para que aqueles que creem em Deus se esforcem para ser os primeiros nas boas obras. Isso é lindo e útil para os homens ." Tito, que era de origem pagã, sabia por experiência própria o valor destas palavras. «Como é possível», pergunta Spicq no comentário a esta passagem, «transformar um pagão em cristão? É obra somente da graça, grátis e gratiose . O versículo Tt 3, 4 é paralelo ao Tt 2, 11. Como os deveres recíprocos dos cristãos se fundamentavam na iniciativa e na força educativa [Spicq falará mais tarde, em contraste com a afirmação pelagiana, de uma « paideia da graça" (p. 282)] da graça de Deus em Cristo, assim os deveres dos cristãos para com o mundo se baseiam na bondade e no amor de Deus pelos homens [...]. É o amor de Deus pelos homens a causa da conversão dos pagãos cegos e pecadores a uma vida santa. Este amor manifestou-se concretamente num momento histórico e numa forma dual que contrasta com o ódio e o ciúme dos homens uns pelos outros; embora eles se odiassem, Deus os amou com ternura e os amou. Em primeiro lugar, gentileza. Segundo a etimologia, significa “aquilo que pode ser aproveitado” e é utilizado principalmente para alimentos de boa qualidade [...]. É, portanto, uma amabilidade delicada, mas implica também liberalidade” (p. 275). E aí, isso é «uma simpatia eficaz; equivalente ao latim humanitas , que significa respeito ao homem como homem [...]. Portanto sinônimo de mas acentuando a universalidade desse favor” (p. 276).

Oração, bondade, respeito pelo homem como homem: coisas belas, isto é, boas, agradáveis ​​aos olhos de Deus.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF