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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Nossa Senhora de Lourdes

Nossa Senhora de Lourdes (Província Marista Brasil Centro-Sul)

NOSSA SENHORA DE LOURDES 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

Celebramos no dia 11 de fevereiro a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, intercessora dos enfermos. Por isso, no dia dedicado a Ela, é comemorado o Dia Mundial dos Doentes. Nessa celebração, temos a oportunidade de confiar todos os enfermos aos cuidados de Nossa Senhora de Lourdes. 

Nesse dia dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, agradeçamos a todas as pessoas que fazem parte da Pastoral da Saúde. Normalmente, nesse dia, os membros da pastoral poderiam renovar seu compromisso com o serviço aos doentes, e novos membros acolhidos. O serviço prestado aos enfermos é cumprir um mandato do próprio Jesus, que recomendou aos discípulos que cuidassem dos enfermos. É gratificante poder levar Jesus Eucarístico aos enfermos e anunciar-lhes a Palavra de Deus. Os membros da Pastoral da Saúde fazem a intermediação entre os doentes e o sacerdote. 

Nossa Senhora de Lourdes, além de ser intercessora dos doentes, também é dos desempregados. Por isso, nesse dia, peçamos a intercessão de Nossa Senhora de Lourdes por todos os doentes e desempregados. Se temos algum enfermo em casa, recorramos à intercessão dela por todos eles e por todos os desempregados também. 

Recorramos à Mãe que o Filho atende, peçamos a intercessão dela por nós e que Ela passe na frente de nossos problemas. Se possível, participe da Santa Missa nesse dia dedicado a Nossa Senhora de Lourdes e reze com fé, pedindo a intercessão de Nossa Senhora. O dia de Nossa Senhora de Lourdes será numa terça-feira. Mesmo com o trabalho e o estudo, se possível, participe da Santa Missa nesse dia. 

A aparição de Nossa Senhora em Lourdes deu-se no ano de 1858. Ela apareceu por dezoito vezes nas cercanias de Lourdes, na gruta de Massabielle, a uma jovem chamada Bernadete, hoje canonizada e conhecida como Santa Bernadete. Santa Bernadete deixou um escrito sobre as aparições de Nossa Senhora, que consta no Ofício das Leituras. 

Nesse escrito, Santa Bernadete conta que, em certo dia, foi com duas meninas às margens do rio Gave buscar lenha. Elas ouviram um barulho, como que de troncos de árvores se mexendo, mas não viram nada. Santa Bernadete levantou a cabeça, avistou a gruta e viu uma Senhora vestida de branco. A imagem que Bernadete viu é semelhante à que conhecemos hoje. Nossa Senhora estava com um vestido branco, uma faixa azul na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que ela trazia. 

Nas duas primeiras aparições, Nossa Senhora não falou nada. Somente na terceira perguntou a Santa Bernadete se ela poderia voltar ali durante quinze dias. Bernadete fez como Nossa Senhora havia pedido e, durante quinze dias, voltou à gruta. Nossa Senhora lhe apareceu todos os dias, com exceção de uma segunda e de uma sexta-feira. Nossa Senhora pediu que Bernadete fosse até os sacerdotes e pedisse para construir uma capela em honra a Ela naquele local. Nossa Senhora ainda pediu que ela fosse se lavar na água da gruta e rezasse pela conversão dos pecadores. 

Nossa Senhora não disse a Bernadete quem era nas quatorze primeiras aparições, mas apenas sorria para a menina. Finalmente, no último dia, com os braços e olhos erguidos para o céu, disse que era a Imaculada Conceição. 

Nessa aparição em especial, Nossa Senhora pede o essencial para que toda a humanidade possa ser feliz: a conversão dos pecadores. A humanidade só será feliz completamente se todos se converterem para Deus. O que Deus deseja é a conversão dos pecadores. Ele quer salvar a todos e não condenar nem julgar. Hoje em dia, mais do que nunca, é necessário rezar para que muitos corações se convertam a Deus e a humanidade possa viver em paz. As guerras, as injustiças e a violência só acabarão quando as pessoas se voltarem para Deus. Como seria bom se Nossa Senhora aparecesse hoje e pedisse que o coração de muitas pessoas voltasse para Deus! 

Rezemos a Nossa Senhora de Lourdes para que a humanidade tenha mais paz e cesse a violência. Rezemos também por todas as vítimas dessas guerras e, sobretudo, pelos enfermos desses locais, onde muitas vezes o atendimento médico fica prejudicado por conta dos conflitos. Rezemos ainda pelo fim das pandemias, pestes e doenças contagiosas. Que possamos ter saúde para louvar e agradecer a Deus. Aproveitemos e peçamos saúde para nós mesmos e para nossos familiares. Peçamos ainda a Nossa Senhora que interceda pela humanidade e que muitos corações se voltem para Deus, como era o desejo de Nossa Senhora: que todos os pecadores se convertam. 

A aparição de Nossa Senhora de Lourdes aconteceu quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Aos poucos, a devoção a Nossa Senhora de Lourdes foi crescendo, e até hoje muitas pessoas acorrem ao seu Santuário. Muitos milagres aconteceram e muitos outros continuam a acontecer. Rezemos para que Nossa Senhora faça ainda mais milagres e para que a humanidade possa viver tempos de paz, e todos possam ter saúde e acesso aos hospitais. 

Neste dia 11 de fevereiro, recomendemos à Virgem Maria todos os enfermos e que, por intercessão dela, muitos possam encontrar a cura de suas enfermidades. Esse dia é o Dia Mundial dos Enfermos, ou seja, somos convidados a rezar não só pelos doentes de nossa família, mas pelos doentes do mundo inteiro. Que todos os povos tenham condições dignas de saúde e possam ser bem atendidos nos hospitais locais. A Pastoral da Saúde atua também junto aos doentes para que tenham condições de tratamento digno e para que todos possam ser tratados com carinho. 

Celebremos com alegria a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes e que, por intercessão dela, possamos viver tempos de paz. Que possamos ser confortados através de sua presença materna e, se perdemos algum ente querido por motivo de doença, tenhamos a certeza de que um dia reencontraremos essa pessoa na eternidade, junto com Nossa Senhora. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa envia carta a bispos dos EUA: deportar migrantes fere a dignidade humana

Papa Francisco escreve aos bispos dos EUA sobre a questão da migração (Revista O Lutador)

Francisco escreve à Conferência Episcopal dos EUA que está enfrentando uma “crise” com o programa de deportação em massa de imigrantes ilegais e refugiados: “um autêntico Estado de direito ocorre no tratamento digno que todas as pessoas merecem, sobretudo as mais pobres e marginalizadas”. O Papa pede “uma política que regule a migração ordenada e legal” e exorta os católicos a não ceder às “narrativas” que discriminam e causam sofrimento.

Salvatore Cernuzio - Vatican News

No início, foi o cardeal Blaise Cupich, de Chicago, a declarar, mesmo antes do juramento do novo presidente Donald Trump, a oposição a qualquer programa de deportação em massa de imigrantes; depois o bispo de El Paso, Mark Joseph Seitz, a reiterar a não tolerância com qualquer forma de injustiça; e, finalmente, toda a Conferência Episcopal dos Estados Unidos a expressar consternação com as medidas anunciadas pelo líder republicano sobre a repatriação de milhões de imigrantes clandestinos e a militarização da fronteira entre os Estados Unidos e o México.

Agora é o próprio Papa que intervém sobre a “importante crise que está ocorrendo nos Estados Unidos devido ao início de um programa de deportação em massa” iniciado pela nova administração dos EUA após a posse do presidente. Francisco, que garante estar acompanhando a situação “de perto”, envia uma carta aos bispos dos Estados Unidos para expressar proximidade e apoio nestes “momentos delicados” e, ao mesmo tempo, para denunciar certas disposições que vão contra a própria dignidade humana. “O que se constrói sobre a força, e não sobre a verdade da igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal”, adverte o Papa.

Ferida pela dignidade humana

“O ato de deportar pessoas que, em muitos casos, deixaram a própria terra por razões de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do meio ambiente, fere a dignidade de tantos homens e mulheres, de famílias inteiras, e os coloca em um estado de particular vulnerabilidade”, afirma o Papa Francisco em uma passagem da missiva, dividida em dez pontos, divulgada nesta terça-feira (11/02) em inglês e espanhol, pouco mais de duas semanas após a publicação na conta da Casa Branca na rede social X de fotografias de uma dúzia de migrantes que caminham em fila, algemados e acorrentados, em direção a um avião militar para serem levados de volta para casa.

O direito de defender as próprias comunidades

No texto, o Pontífice enfatiza que “a consciência corretamente formada não pode deixar de expressar um julgamento crítico e discordar de qualquer medida que identifique, tácita ou explicitamente, a condição ilegal de alguns migrantes com a criminalidade”. Certamente, o Papa reitera a necessidade de reconhecer “o direito de uma nação de se defender e de manter as próprias comunidades a salvo daqueles que cometeram crimes violentos ou graves enquanto estavam no país ou antes de chegar nele”. Mas o ato de deportação é sempre uma ferida na dignidade humana, aquela “infinita e transcendente” dada por um “Deus sempre próximo, encarnado, migrante e refugiado”. A esse respeito, o Papa cita as palavras com as quais o Papa Pio XII iniciou sua constituição apostólica sobre a assistência aos migrantes, “considerada a Carta Magna do pensamento da Igreja sobre a migração”:

“A família de Nazaré no exílio, Jesus, Maria e José, que emigraram para o Egito e lá se refugiaram para escapar da ira de um rei ímpio, são o modelo, o exemplo e a consolação dos emigrantes e dos peregrinos de todas as épocas e de todos os países, de todos os refugiados de qualquer condição que, assaltados pela perseguição ou pela necessidade, são obrigados a deixar a pátria, a sua querida família e os seus queridos amigos para ir para uma terra estrangeira.” 

Tratamento digno para todos

Para o Papa, essa não é uma questão secundária: “um autêntico Estado de direito ocorre precisamente no tratamento digno que todas as pessoas merecem, sobretudo aquelas mais pobres e marginalizadas”, escreve ele. “O verdadeiro bem comum se promove quando a sociedade e o governo, com criatividade e rigoroso respeito aos direitos de todos - como já afirmei em inúmeras ocasiões - acolhem, protegem, promovem e integram os mais frágeis, indefesos e vulneráveis". Isso não impede de favorecer o amadurecimento de “uma política que regule a migração ordenada e legal”, desde que ela não seja constituída “por meio do privilégio de alguns e do sacrifício de outros”. 

Analisar as normas à luz dos direitos humanos

Jorge Mario Bergoglio lembra aos bispos que Jesus Cristo ensina o “reconhecimento permanente” da dignidade de todo ser humano: “Ninguém excluído”. Por isso, ele conclama “todos os fiéis cristãos e homens de boa vontade” a “olhar para a legitimidade das normas e políticas públicas à luz da dignidade da pessoa e de seus direitos fundamentais, e não vice-versa”. “A pessoa humana não é um simples indivíduo relativamente expansivo, com alguns sentimentos filantrópicos! A pessoa humana é um sujeito digno que, através da relação constitutiva com todos, sobretudo com os mais pobres, pode amadurecer gradualmente em sua própria identidade e vocação”, ressalta o Papa.

Ordo amoris

A carta também se refere ao princípio do ordo amoris, elaborado na teologia de Santo Agostinho para afirmar que todos e tudo devem ser amados em modo apropriado. O conceito foi recentemente mencionado pelo vice-presidente JD Vance para justificar medidas anti-imigração ilegal nos EUA. “O verdadeiro ordo amoris a ser promovido é aquele que descobrimos meditando constantemente na parábola do 'Bom Samaritano', ou seja, meditando no amor que constrói uma fraternidade aberta a todos, sem excluir ninguém”, explica o Papa Francisco na carta. E conclui: “preocupar-se com a identidade pessoal, comunitária ou nacional, independentemente dessas considerações, introduz facilmente um critério ideológico que distorce a vida social e impõe a vontade do mais forte como critério de verdade".

Não a narrativas que discriminam e causam sofrimento

O bispo de Roma, portanto, está ao lado dos seus irmãos estrangeiros, reconhecendo seus “esforços preciosos” no trabalho “em contato próximo” com migrantes e refugiados e na defesa dos direitos humanos. “Deus recompensará abundantemente tudo o que vocês fizerem para a proteção e defesa daqueles que são considerados menos preciosos, menos importantes ou menos humanos!”, assegura. Em suas linhas finais, ele se dirige aos fiéis católicos e aos homens e mulheres de boa vontade, apelando para que “não cedam às narrativas que discriminam e fazem sofrer desnecessariamente os nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”. “Com caridade e clareza, somos todos chamados a viver na solidariedade e na fraternidade, a construir pontes que nos aproximem cada vez mais, a evitar os muros da ignomínia e a aprender a dar a nossa vida como Jesus Cristo a ofereceu, para a salvação de todos.”

Uma oração à Virgem de Guadalupe

Enfim, uma oração à Santíssima Virgem Maria de Guadalupe, padroeira do México, para que possa “proteger as pessoas e as famílias que vivem no medo ou na dor devido à migração e/ou à deportação”. Que a “Morenita”, reza o Papa, ajude a todos a dar “um passo adiante na construção de uma sociedade mais fraterna, inclusiva e que respeite a dignidade de todos”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Encontrando a esperança em diferentes fases da vida

KB.SIL | Shutterstock

Cerith Gardiner - publicado em 10/02/25 - atualizado em 10/02/25

Como em 2025 somos chamados a abraçar a esperança, pois é o tema do jubileu, aqui algumas dicas sobre como você pode fazer isso em qualquer momento da sua vida.

A esperança é um dos ingredientes mais essenciais da vida — uma pequena, mas poderosa luz que nos mantém seguindo em frente, mesmo nos momentos mais difíceis. E ela também é o tema deste Ano Jubilar!

No entanto, a esperança pode ser elusiva. Em diferentes estágios da vida, você encontrará obstáculos únicos que podem dificultar o abraço dessa virtude tão importante. Portanto, preparamos algumas dicas. Abaixo você verá por que a esperança pode vacilar em diferentes gerações e oferecemos formas práticas de reacendê-la — independentemente da sua idade.

1 PARA OS JOVENS: A ESPERANÇA COMO UMA CENTELHA DE POSSIBILIDADE

Por que pode ser difícil sentir esperança: Um jovem pode se sentir como se estivesse na base de uma montanha, encarando uma subida tão íngreme que parece impossível. Com pressões sociais, estresse acadêmico e um fluxo de notícias que pode parecer tudo, menos esperançoso. Não é uma surpresa que muitos jovens tenham dificuldades em encontrar um senso de otimismo. Questões sobre o futuro — "O que vou fazer da minha vida?" "Vou conseguir fazer a diferença?" — podem ser avassaladoras.

Por que você deve manter a esperança: A juventude é a temporada da possibilidade. Este é o momento em que você está construindo a base para sonhos que podem crescer em algo belo. Mesmo pequenos passos à frente, como fazer amizades significativas ou descobrir uma paixão, são sementes de esperança. Você não precisa resolver tudo agora — a esperança floresce quando você se dá permissão para crescer devagar.

Como incorporar a esperança?

Foque nas pequenas vitórias: Celebre pequenas conquistas — uma palavra gentil de um amigo, progresso em um objetivo pessoal ou uma caminhada tranquila ao ar livre.

Sonhe grande: Permita-se imaginar um futuro brilhante, mesmo que você ainda não saiba como chegar lá. A visualização desperta a esperança.

Encontre modelos a seguir: Procure pessoas — reais e fictícias — que te inspirem. Suas histórias podem te lembrar de que a subida da montanha vale a pena.

2 PARA OS ADULTOS: A ESPERANÇA COMO FORÇA ESTABILIZADORA

Por que pode ser difícil sentir esperança: A meia-idade muitas vezes é vista como a fase "de sanduíche" da vida — presa entre as necessidades dos filhos, pais idosos e responsabilidades profissionais. Você está equilibrando tantas coisas que é fácil sentir que não sobra espaço para a esperança. Soma-se a isso a percepção de que alguns sonhos podem não ter se realizado como esperado, e é fácil cair em um ciclo de dúvida.

Por que você deve manter a esperança: A meia-idade não é o fim da linha; é um ponto de inflexão. É uma chance de redefinir o sucesso, redescobrir paixões e aprofundar relações. A esperança não precisa ser algo grandioso ou vistoso — às vezes é tão simples quanto encontrar alegria nas rotinas diárias, ser capaz de tocar seus pés ou ser grato pelo amor que você construiu ao seu redor.

Como incorporar a esperança?

Veja os contratempos de um jeito diferente: A vida raramente segue o plano, mas desvios inesperados podem levar a algo belo que você nunca imaginou. Procure bênçãos disfarçadas.

Construa comunidade: Compartilhe suas lutas e esperanças com os outros. A comunidade oferece força e nos lembra de que não estamos sozinhos.

Nutra seu espírito: Dedique um tempo para refletir, rezar ou meditar. Mesmo cinco minutos de tranquilidade podem ajudar a se reconectar com o que realmente importa.

3 PARA OS MAIS VELHOS: A ESPERANÇA COMO UM LEGADO

Por que pode ser difícil sentir esperança: Para os adultos mais velhos, desafios como problemas de saúde, solidão ou arrependimentos podem fazer a esperança parecer distante. Ver o mundo mudar tão rapidamente pode ser desorientador, e é fácil se perguntar: "Ainda tenho um papel a desempenhar?"

Por que você deve manter a esperança: Cada estágio da vida tem propósito. Como adulto mais velho, você tem sabedoria e experiências que são inestimáveis. Compartilhar sua história pode inspirar as gerações mais jovens e lembrá-las de que os desafios da vida valem a pena ser superados. A esperança não é apenas para você — é um presente que você pode passar adiante. E… você nunca sabe o que a vida pode te oferecer!

Como incorporar a esperança?

Seja mentor de outros: Seja um neto, um vizinho ou um membro da comunidade, suas palavras de encorajamento podem iluminar o caminho de alguém.

Saboreie o presente: Encontre alegria nas coisas simples — um bom livro, um dia ensolarado ou o tempo passado com os entes queridos.

Pratique gratidão: Reflita sobre as bênçãos que você viveu e sobre as formas que fez a diferença. A partir da gratidão, a esperança pode realmente florescer.

O mais importante…

Não importa em que fase da vida você esteja, a esperança é algo que todos precisamos e merecemos. Ela é o que nos mantém lutando, crescendo e amando. A vida sempre trará desafios, mas a esperança nos lembra de que existe luz além de toda sombra. Se você se sentir sobrecarregado, saiba que não está sozinho — e que a esperança está sempre ao seu alcance.

Como nos lembra a Bíblia: “…nós que em busca de refúgio procuramos agarrar a esperança que nos é proposta. A esperança, com efeito, é para nós como uma âncora, segura e firme.” (Hebreus 6:18-19).

Portanto, seja você alguém que está começando, construindo uma vida ou refletindo sobre uma jornada bem vivida, faça espaço para a esperança. Nunca é tarde demais para deixá-la florescer e trazer sua luz para sua vida — e para a vida daqueles ao seu redor.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/02/10/encontrando-a-esperanca-em-diferentes-fases-da-vida

Carmelitas entregam igreja a arquidiocese da Guatemala por falta de vocações

Folheto com o emblema da Ordem dos Carmelitas Descalços. | | British Province of Carmelites (CC BY 2.0).

Por David Ramos*

10 de fevereiro de 2025

A Ordem dos Carmelitas Descalços (OCD) entregou a reitoria de Santa Teresa de Jesus, que administrou por mais de meio século, à arquidiocese de Santiago da Guatemala, por falta de vocações para atendê-la.

Em declaração assinada na última sexta-feira (7), frei Edgardo Hernández, provincial da América Central da OCD, diz que “pela graça de Deus Pai, em maio de 1960, os Frades Carmelitas Descalços iniciaram o serviço pastoral na Reitoria de Santa Teresa de Jesús, Cidade da Guatemala”.

“Todos e cada um dos frades que viveram e serviram na Reitoria de Santa Teresa de Jesus apresentam nossa oração de agradecimento a Deus pelo dom de nos ter permitido trilhar o caminho da fé com tantos paroquianos e devotos”, diz o frei.

“A partir do carisma que Deus deu a Santa Teresa de Jesus, oferecemos nosso serviço pastoral facilitando a oração e o encontro com Jesus, um verdadeiro amigo”, disse o superior provincial, enfatizando que “se Deus Pai permitir, quando tivermos mais vocações, poderemos expandir nosso serviço pastoral na Guatemala”.

“Continuamos em comunhão eclesial com nossa oração fraterna e confiamos a Reitoria de Santa Teresa de Jesus e toda a Igreja da Guatemala a Nossa Senhora da Assunção”, disse também o frei.

A arquidiocese da Guatemala informou em nota divulgada no sábado (8) que a entrega do templo na capital do país foi feita por "iniciativa própria" da OCD, "argumentando a falta de pessoal para atendê-lo".

O arcebispo da Guatemala, dom Gonzalo de Villa y Vásquez, “considerando o bem pastoral das almas, já nomeou um reitor para dar continuidade aos processos pastorais e evitar o fechamento da referida reitoria”, diz também o comunicado, que também pede o apoio e as orações de toda a comunidade de fiéis.

A transferência dessa reitoria ocorreu poucas semanas depois que os carmelitas descalços anunciaram sua saída da Nicarágua, também devido à escassez de vocações.

A OCD convidou os fiéis a participarem ontem (9) da missa na qual o templo foi entregue à arquidiocese de Santiago da Guatemala, que nomeou o padre Antonio Zuleta como reitor.

*David Ramos é editor-chefe da ACI Prensa. Cobriu as viagens do papa Francisco para o Equador, Paraguai, México, Colômbia, Chile e Peru.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/61239/carmelitas-entregam-igreja-a-arquidiocese-da-guatemala-por-falta-de-vocacoes

Papa: pessoas consagradas sejam exemplo de amor num mundo de relações superficiais

Celebração das Primeiras Vésperas do XXIX Dia Mundial sa Vida Consagrada (Vatican Media)

“O retorno às origens de cada consagração é aquele retorno a Cristo e ao seu ‘sim’ ao Pai. Lembra-nos que a renovação, [...] se faz diante do Sacrário, na adoração, redescobrindo as próprias Fundadoras e Fundadores”. Palavras do Papa Francisco na sua homilia deste sábado, 1º de fevereiro, por ocasião das Primeiras Vésperas, no 29º Dia Mundial da Vida Consagrada.

Jane Nogara - Cidade do Vaticano

Na tarde deste sábado, 1º de fevereiro, foi realizada a celebração das Primeiras Vésperas da Festa da Apresentação do Senhor e no contexto o 29º Dia Mundial da Vida Consagrada. Na ocasião o Papa Francisco proferiu sua homilia dedicada aos consagrados, meditando sobre o modo como, disse, “através dos votos de pobrezacastidade e obediência que professastes, também vós podeis ser portadores de luz para as mulheres e homens do nosso tempo”.

A pobreza faz-se portadora de bênçãos

pobreza, disse o Papa, “está radicada na própria vida de Deus, eterno e total dom recíproco do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. “Exercendo a pobreza”, continuou, “a pessoa consagrada, pelo uso livre e generoso de todas as coisas, com estas faz-se portadora de bênção: manifesta a sua bondade na ordem do amor, rejeita tudo o que pode ofuscar a sua beleza: o egoísmo, a avareza, a dependência [...] e abraça, em vez disso, tudo o que a pode exaltar: a sobriedade, a generosidade, a partilha, a solidariedade”.

Na renúncia, o primado absoluto do amor de Deus

Sobre este ponto Francisco explicou que na renúncia ao amor conjugal e no caminho da continência, os consagrados “reafirmam o primado absoluto, para o ser humano do amor de Deus, acolhido com um coração indiviso e esponsal”. Vivemos em um mundo marcado por formas distorcidas de afetividade. O Papa fala das consequências: “Isto gera nas relações, atitudes de superficialidade e precariedade, egocentrismo”. Num contexto assim, “a castidade consagrada mostra ao homem e à mulher do século XXI um caminho para curar o mal do isolamento, no exercício de um modo de amar livre e libertador, que acolhe e respeita todos e não obriga nem rejeita ninguém”. Recomendando em seguida “é importante, nas nossas comunidades, cuidar do crescimento espiritual e afetivo das pessoas, na formação inicial e permanente”.

A obediência consagrada é um antídoto ao individualismo

Ao falar sobre a luz da obediência o Papa recorda a relação entre Jesus e o Pai como uma graça libertadora de uma dependência filial e não servil, rica de sentido de responsabilidade e animada pela confiança recíproca. Na nossa sociedade tendemos a falar muito e escutar pouco, não nos comprometemos com nada. Neste contexto Francisco disse: “A obediência consagrada é um antídoto contra esse individualismo solitário, promovendo como alternativa um modelo de relação marcado pela escuta ativa, onde ao ‘dizer’ e ao ‘ouvir’ se segue a concretude do ‘agir’, mesmo que à custa de renunciar aos meus próprios gostos, planos e preferências”.

Retorno às origens

Por fim o Papa abordou outro ponto: o “retorno às origens”, de que tanto se fala hoje na vida consagrada. Francisco foi claro ao dizer que o “retorno às origens de cada consagração é, para todos nós, aquele retorno a Cristo e ao seu ‘sim’ ao Pai”. Concluindo disse ainda que a renovação “se faz diante do Sacrário, na adoração, redescobrindo as próprias Fundadoras e Fundadores, sobretudo como mulheres e homens de fé, e repetindo com eles, na oração e na oferta de si”.

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

«Eis que venho […] para fazer, ó Deus, a tua vontade» (Hb 10, 7). Com estas palavras, o autor da Carta aos Hebreus manifesta a total adesão de Jesus ao projeto do Pai. Hoje, lemo-las na festa da Apresentação do Senhor, Dia Mundial da Vida Consagrada, durante o Jubileu da Esperança, num contexto litúrgico caracterizado pelo simbolismo da luz. E todos vós, irmãs e irmãos, que escolhestes a vida dos conselhos evangélicos, vos consagrastes, como «Esposa na presença do Esposo […] envolvida pela sua luz» (São João Paulo II, Exort. ap. Vita consecrata, 15), vós sois consagrados àquele mesmo desígnio luminoso do Pai que remonta às origens do mundo. Ele terá a sua plena realização no fim dos tempos, mas já agora se torna visível através das «maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas» (ibid., 20). Meditemos, pois, sobre o modo como, através dos votos de pobrezacastidade e obediência que professastes, também vós podeis ser portadores de luz para as mulheres e homens do nosso tempo.

Primeiro aspecto: a luz da pobreza. Ela está radicada na própria vida de Deus, eterno e total dom recíproco do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. ibid., 21). Exercendo a pobreza, a pessoa consagrada, pelo uso livre e generoso de todas as coisas, com estas faz-se portadora de bênção: manifesta a sua bondade na ordem do amor, rejeita tudo o que pode ofuscar a sua beleza – o egoísmo, a avareza, a dependência, o uso violento e para fins de morte – e abraça, em vez disso, tudo o que a pode exaltar: sobriedade, a generosidade, a partilha, a solidariedade. E Paulo o diz: «Tudo é vosso. Mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (1Cor 3, 22-23). Isso é a pobreza.

O segundo elemento é a luz da castidade. Também esta tem a sua origem na Trindade e manifesta um «reflexo do amor infinito que une as três Pessoas divinas» (Vita consecrata, 21). Na renúncia ao amor conjugal e no caminho da continência, a sua profissão reafirma o primado absoluto, para o ser humano, do amor de Deus, acolhido com um coração indiviso e esponsal (cf. 1Cor 7, 32-36), e aponta-o como fonte e modelo de qualquer outro amor.  Sabemo-lo; nós estamos vivendo num mundo frequentemente marcado por formas distorcidas de afetividade, em que o princípio “o que me agrada acima de tudo” - aquele princípio - leva a procurar no outro mais a satisfação das próprias necessidades do que a alegria de um encontro fecundo. É verdade. Isto gera, nas relações, atitudes de superficialidade e precariedade, egocentrismo e hedonismo, imaturidade e irresponsabilidade moral, em que o esposo e a esposa de uma vida inteira são trocados pelo parceiro do momento, e os filhos recebidos como dom são substituídos pelos filhos ou exigidos como “direito” ou eliminados como “incómodo”.

Irmãs, irmãos, em um contexto assim, perante a «necessidade crescente de transparência interior nas relações humanas» (Vita consecrata, 88) e de humanização dos laços entre as pessoas e as comunidades, a castidade consagrada nos mostra ao homem e à mulher do século XXI um caminho para curar o mal do isolamento, no exercício de um modo de amar livre e libertador, que acolhe e respeita todos e não obriga nem rejeita ninguém. Que remédio para a alma é encontrar religiosas e religiosos capazes deste tipo de relacionamento maduro e alegre! Eles são um reflexo do amor divino (cf. Lc 2, 30-32). Para isso, porém, é importante, nas nossas comunidades, cuidar do crescimento espiritual e afetivo das pessoas, já a partir da formação inicial e também permanente, para que a castidade mostre verdadeiramente a beleza do amor que se doa, e não surjam fenómenos deletérios como o endurecimento do coração ou a ambiguidade das escolhas, fonte de tristeza e insatisfação e causa, por vezes, em sujeitos mais frágeis, do desenvolvimento de verdadeiras “vidas duplas”. A luta contra a tentação da vida dupla é cotidiana. É cotidiana.

E chegamos ao terceiro aspecto: a luz da obediência. O texto que escutámos fala-nos também disso, apresentando-nos, na relação entre Jesus e o Pai, a «graça libertadora de uma dependência filial e não servil, rica de sentido de responsabilidade e animada pela confiança recíproca» (Vita consecrata, 21). É precisamente a luz da Palavra que se torna dom e resposta de amor, sinal para a nossa sociedade, na qual tendemos a falar muito e a escutar pouco: na família, no trabalho e sobretudo nas redes sociais, onde podemos trocar uma quantidade infinita de palavras e imagens sem nunca nos encontrarmos realmente, porque não nos comprometemos verdadeiramente uns com os outros. E isso é uma coisa interessante. Muitas vezes, no diálogo cotidiano, antes mesmo de alguém terminar de falar, a resposta já sai. Não se escuta. Ouvir-nos antes de responder. Acolher a palavra do outro como uma mensagem, como um tesouro, também como uma ajuda para mim.

A obediência consagrada é um antídoto contra esse individualismo solitário, promovendo como alternativa um modelo de relação marcado pela escuta ativa, onde ao “dizer” e ao “ouvir” se segue a concretude do “agir”, e isto mesmo que à custa de renunciar aos meus próprios gostos, planos e preferências. Só assim, com efeito, a pessoa pode experimentar profundamente a alegria do dom, superando a solidão e encontrando o sentido da sua existência no grande projeto de Deus.

Gostaria de concluir recordando um outro ponto: o “retorno às origens”, de que tanto se fala hoje na vida consagrada. Mas não um retorno às origens como retorno a um museu, não. Retorno precisamente à origem da nossa vida. A este propósito, a Palavra de Deus que escutámos recorda-nos que o primeiro e mais importante “retorno às origens” de cada consagração é, para todos nós, aquele retorno a Cristo e ao seu “sim” ao Pai. Lembra-nos que a renovação, antes dos encontros e das “mesas redondas” – que se deve fazer, são úteis –, se faz diante do Sacrário, na adoração. Irmãs e irmãos, nós perdemos um pouco os sentido da adoração. Somos muito práticos, queremos fazer as coisas, mas...Adorar. Adorar. A capacidade de adoração no silêncio. E assim se redescobre as próprias Fundadoras e Fundadores, sobretudo como mulheres e homens de fé, e repetindo com eles, na oração e na oferta: «Eis que venho […] para fazer, ó Senhor, a tua vontade» (Hb 10,7).

Muito obrigado pelo vosso testemunho. É um fermento da Igreja. Obrigado.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 9 de fevereiro de 2025

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

Examinai tudo e guardai o que for bom (Editora Cidade Nova)

“Examinai tudo e guardai o que for bom.” (1Ts 5,21) | Palavra de Vida Fevereiro 2025

por Organizado por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida.   publicado às 00:00 de 28/01/2025, modificado às 14:22 de 28/01/2025

A frase deste mês é tirada de uma série de recomendações finais que o apóstolo Paulo faz à comunidade dos tessalonicenses: “Não apagueis o Espírito, não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom. Afastai-vos de toda espécie de mal1”. Profecia e discernimento, diálogo e escuta. Essas são as indicações de Paulo à comunidade, que tinha iniciado há pouco a caminhada de fé. 

Entre os diversos dons do Espírito, Paulo apreciava muito o da profecia2. O profeta não é aquele que prevê o futuro. Na realidade, ele tem o dom de ver e compreender a história pessoal e coletiva do ponto de vista de Deus. 

Mas todos os dons são orientados pelo dom maior, a caridade, o amor fraterno3. Agostinho de Hipona afirma que só a caridade permite discernir a atitude a ser tomada diante das diversas situações4. 

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

Precisamos ser capazes de enxergar não só os nossos dons pessoais, mas também as muitas competências e o mundo complexo de pontos de vista e opiniões daqueles que nos rodeiam e com os quais nos relacionamos – quem sabe até de pessoas que encontramos por acaso. É importante mantermos no coração a autenticidade diante de todos e também estarmos conscientes dos limites do nosso ponto de vista. 

Esta Palavra de Vida poderia ser um lema a ser adotado em todas as situações de diálogo e de debate. Ouvir o outro, não necessariamente para aceitar tudo, mas para favorecer uma abertura da mente e do coração, sabendo que é sempre possível encontrar algo de bom naquilo que o outro diz. Trata-se de nos esvaziarmos de nós mesmos por amor e, assim, termos a possibilidade de construir algo juntos. 

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

O P. Timothy Radcliffe, um dos teólogos presentes no Sínodo dos Bispos da Igreja Católica, afirmou que “a coisa mais corajosa que podemos fazer neste Sínodo é sermos sinceros entre nós quanto às nossas dúvidas e às nossas perguntas, aquelas para as quais não temos respostas claras. Então nos aproximaremos como companheiros de busca, mendigos da verdade5”. 

Em uma conversação com alguns focolarinos, Margaret Karram assim comentou essa reflexão: “Pensando bem, percebi que muitas vezes não tive a coragem de dizer realmente o que eu pensava: talvez por receio de não ser compreendida, talvez para não dizer algo completamente diferente da opinião da maioria. Entendi que sermos ‘mendigos da verdade’ significa termos aquela atitude de proximidade, uns para com os outros, em que todos queremos o que Deus quer, em que todos juntos procuramos o bem6”.

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

É a experiência de Anita, que participa do grupo de artes cênicas Mosaico, criado na Espanha em 2017 como expressão do Gen Rosso Local Project. O grupo é formado por jovens espanhóis que, por meio de sua arte e de suas oficinas, oferecem a própria experiência de fraternidade. 

Anita nos conta: “É a ligação com os meus valores: um mundo fraterno, onde todos (os bem jovens, os inexperientes, os vulneráveis…) dão a própria contribuição para esse projeto. Mosaico me faz acreditar que um mundo mais unido não é uma utopia, apesar das dificuldades e do trabalho duro que isso acarreta. Cresci trabalhando em grupo, com um diálogo que às vezes pode parecer franco até demais, e muitas vezes abrindo mão das ideias que eu achava serem as melhores. E o resultado é que ‘o bem’ é construído tijolo por tijolo em conjunto, por todos nós7”.

Organizado por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida.

Notas:

1) 1Ts 5,19-22. 

2) Cf. João Paulo II, Audiência Geral, 24/06/1992, nº 7. 

3) Cf. 1Cor 13. 

4) Cf. Agostinho de Hipona, Ep. Jo 7, 8.

5) Padre Timothy Radcliffe, Meditação nº 3, Amizade, Sínodo dos Bispos, Sacrofano, 02/10/2023. Tradução nossa. 

6) Conversa com os focolarinos, Margaret Karram, Presidente do Movimento dos Focolares, Rocca di Papa, 03/02/2024. Tradução nossa.

7) Mosaico GRLP participa do projeto Fortes sem violência, que consiste em realizar laboratórios multidisciplinares com os jovens durante três dias em um número cada vez maior de cidades, procurando transmitir os valores de não violência, paz e diálogo por meio da arte. 

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/editorial/inspira/4049-examinai_tudo_e_guardai_o_que_for_bom_1t

Mas afinal o que é o pecado?

Shutterstock

Reportagem local - publicado em 08/09/19

O pecado é a rejeição a instaurar com Deus e com os outros uma relação de amor.

O conceito de pecado é bastante simples: basicamente, o pecado é um ato de egoísmo exagerado. É preferir a si mesmo, antepor-se a Deus e aos outros, cedendo às paixões desordenadas, que nos colocam no centro da nossa existência, negando nossa natureza, que só se completa quando se abre ao próximo e a Deus.

O pecado é a rejeição a instaurar com Deus e com os outros uma relação de amor. É um “fechar-se às criaturas” e “rejeitar o Criador”. Em geral, o pecador só deseja os prazeres proporcionados pelas criaturas, e não necessariamente quer rejeitar o Criador.

Mas, ao deixar-se seduzir pelas satisfações fugazes proporcionadas pelas criaturas, o pecador implicitamente está agindo contra o amor do Criador, pois sente que o prazer terreno não o preenche, mas ainda assim não resiste a ele.

Por isso, o pecado fere o próprio pecador, afastando-o da plenitude oferecida por Deus. E, por isso, o pecado ofende Deus: não porque Deus, como tal, se veja afetado, mas porque nós mesmos, ao pecar, nos diminuímos diante da grandeza que Deus nos oferece.

Para Jesus, o pecado nasce no interior do homem (cf. Mt 15, 10-20). Por isso, é necessária a transformação interior, do coração. Para Jesus, o pecado é uma escravidão: o homem se deixa no poder do maligno, valorizando falsamente as coisas deste mundo, deixando-se levar pelo imediato, pelas satisfações sensíveis, que não saciam nossa sede de amor e de plenitude.

Que tipos de pecado existem?

1. O pecado original é a herança que todos nós recebemos dos nossos primeiros pais, Adão e Eva: eles desconfiaram do amor de Deus Pai e cederam à tentação de deixá-lo fora das suas escolhas pessoais. Como filhos de uma humanidade que perdeu a inocência, todos nós nascemos com a natureza caída de pecadores e precisamos da graça de Deus, mediante o sacramento do Batismo, para purificar nossa alma.

2. O pecado atual ou pessoal é o que cometemos como indivíduos, voluntária e conscientemente. Pode ser cometido de quatro maneiras: com o pensamento, com as palavras, com os atos e com as omissões. E pode ser contra Deus, contra o próximo ou contra nós mesmos. O pecado pessoal pode ser mortal ou venial:

2.1. O pecado venial ou leve é aquele que cometemos sem plena consciência ou sem pleno consentimento, ou com plena consciência e consentimento, mas em matéria leve.

2.2. O pecado mortal ou grave é o que envolve três fatores simultâneos: plena consciência, pleno consentimento e matéria grave.

O que é matéria grave e matéria leve?

A “matéria” é o “fato” pecaminoso em si. É grave quando fere seriamente qualquer um dos 10 mandamentos. Alguns exemplos: negar a existência de Deus, ofender Deus, ofender os pais, matar ou ferir gravemente uma pessoa, colocar-se em grave risco de morte sem uma razão justa, cometer atos impuros, roubar objetos de valor, caluniar, cometer graves omissões no cumprimento do dever, causar escândalo ao próximo.

matéria leve é aquela que não fere seriamente nenhum dos 10 mandamentos, ainda que consista em um ato contrário a alguns deles. Por exemplo: roubar é pecado, mas a gravidade desse pecado tem diversos graus. Roubar dez centavos não costuma prejudicar gravemente a vítima do roubo; mas o roubo de uma quantidade cuja perda prejudica a vítima de maneira considerável passa a ser matéria grave.

Quais são os efeitos do pecado?

pecado mortal mata a vida da graça na alma, rompendo a relação vital com Deus; separa Deus da alma; faz que percamos todos os méritos das coisas boas que fazemos; impede que a alma participe da eternidade com Deus.

Como se perdoa o pecado mortal

? Com uma boa confissão ou com um ato de contrição perfeito, unido ao propósito de confessar-se o mais rápido possível.

Quanto ao pecado venial, ele enfraquece o amor a Deus, vai esfriando a relação com Ele, priva a alma de muitas graças que ela receberia de Deus se não pecasse, facilita o pecado grave.

Como eliminar o pecado venial? Com o arrependimento e as boas obras, como orações, missas, comunhão e obras de misericórdia.

E onde entram os pecados capitais?

Os pecados capitais requerem uma atenção especial porque são causa de outros pecados. Podem ser veniais ou mortais, dependendo das condições explicadas antes. Mas sempre são “cabeças” de novos pecados, e daí vem o termo “capital”. São sete:

– Soberba: estima exagerada de si mesmo e o desprezo dos outros.
– Avareza: desejo desmesurado de dinheiro e de possuir.
– Luxúria: apetite e uso desordenado do prazer sexual.
– Ira: impulso desordenado ao reagir com raiva contra alguém ou algo.
– Preguiça: falta de vontade no cumprimento do dever e no uso do tempo livre.
– Inveja: tristeza pelo bem do próximo, considerado como mal próprio.
– Gula: busca excessiva do prazer pelos alimentos e pela bebida.

Existe algum pecado que não pode ser perdoado?

Sim, o pecado contra o Espírito Santo (cf. Mt 12, 30-32). Em que consiste? Na atitude permanente de desafiar a graça divina; em fechar-se a Deus, rejeitar sua mensagem. Essa atitude impossibilita o arrependimento. E, como Deus respeita nossa liberdade e nosso livre arbítrio, Ele se deixa obrigar por nós a não nos perdoar, pois seu perdão depende da nossa aceitação voluntária.

O pecado contra o Espírito Santo pode se manifestar, por exemplo, na perda da esperança na salvação, na presunção de salvar-se sem mérito, na luta contra a verdade conhecida, na obstinação em permanecer no pecado, na impertinência final na hora da morte.

Então, qualquer outro pecado pode ser perdoado, bastando querer sinceramente o perdão?

Sim, claro! Deus quer tanto nossa plena realização com Ele, que não hesitou em morrer na cruz para nos redimir. Deus nos espera sempre com os braços abertos, como um Pai que se esquece de todas as nossas ingratidões, como Ele mesmo deixa claro na belíssima parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11ss).

Basta querer de verdade seu abraço de Pai!

(Trechos do livro “Jesus Cristo”, do Pe. Antonio Rivero)

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/09/08/mas-afinal-o-que-e-o-pecado

O Papa no Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança: o bem pode vencer

Santa Missa e Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança (Vatican News)

Em sua homilia, Francisco ressaltou que a presença das Forças Armadas, Polícia e Segurança "em nossas cidades e bairros, o modo como estão sempre do lado da legalidade e dos mais fracos, torna-se ensinamento para todos nós: ensina-nos que a justiça, a lealdade e a paixão cívica continuam sendo valores necessários hoje em dia. Ensina-nos que podemos criar um mundo mais humano, mais justo e mais fraterno, apesar das forças contrárias do mal".

https://youtu.be/fG5KSkUkpTg

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco presidiu a missa para o Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança, na Praça São Pedro, neste domingo, 9 de fevereiro.

A missa foi concelebrada pelo prefeito do Dicastério para os Bispos, cardeal Francis Prevost, pelo ordinário militar da Itália, dom Santo Marcianò, e pelo arcebispo de Vilnius, dom Gintaras Grušas, presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE). Cerca de 25 mil pessoas participaram da missa na Praça São Pedro. Mais de trezentos foram os concelebrantes, incluindo cardeais, bispos e sacerdotes.

Colocar em primeiro lugar o encontro com os outros

Em sua homilia, o Papa se deteve na atitude de Jesus no lago de Genesaré, descrita pelo evangelista Lucas com três verbos: ver, subir e sentar.

“Jesus não está preocupado em dar uma imagem de si mesmo às multidões, em executar uma tarefa, em seguir um cronograma; pelo contrário, coloca sempre em primeiro lugar o encontro com os outros, a relação, a preocupação com aqueles trabalhos e fracassos que muitas vezes sobrecarregam o coração e tiram a esperança.”

"Foi por isso que naquele dia Jesus viu, subiu e sentou-se", sublinhou o Papa.

Jesus viu. "Ele tem um olhar atento que lhe permite, mesmo no meio de tanta gente, avistar dois barcos atracados na margem e notar a desilusão no rosto daqueles pescadores, que, depois de uma noite que correu mal, lavam as redes vazias. Jesus dirige o seu olhar cheio de compaixão". "Não nos esqueçamos da compaixão de Deus. Das três atitudes de Deus: proximidade, compaixão e ternura. Não se esqueçam: Deus é próximo, Deus é terno e Deus é compassivo, sempre", frisou.

"Jesus olha com aquele olhar cheio de compaixão para os olhos daquelas pessoas, captando o seu desânimo, a frustração de terem trabalhado toda a noite sem apanhar nada, o sentimento de terem o coração vazio, tal como as redes que agora seguram nas mãos", ressaltou Francisco.

Cardeal Prevost enquanto incensa o Crucifixo (Vatican Media)

Jesus sobe na barca da nossa vida

A seguir, o Papa pediu desculpas por não continuar a leitura da homilia por causa da dificuldade de respirar, devido a uma bronquite que o acometeu nos últimos dias. Prosseguiu a leitura, o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dom Diego Giovanni Ravelli.

"Vendo o seu desânimo, Jesus subiu. Pede a Simão que afaste o barco da terra e sobe a bordo, entrando no espaço da vida de Pedro e abrindo caminho naquele fracasso que habita o seu coração. E isto é bonito":

“Jesus não se limita a observar as coisas que não correm bem, como nós fazemos muitas vezes, acabando por nos fecharmos em lamentos e amarguras. Em vez disso, Ele toma a iniciativa, vai ao encontro de Simão, detém-se com ele naquele momento difícil e decide subir na barca da sua vida, que naquela noite regressou à terra sem nenhum resultado.”

Breve vídeo da missa do Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança

https://youtu.be/Id5gAW3zGIk

A esperança que renasce

"Por fim, tendo subido, Jesus sentou-se. Nos Evangelhos", segundo o Papa, "esta é a postura típica do mestre, daquele que ensina. Efetivamente, o Evangelho diz que ele se sentou e ensinou. Depois de ter visto nos olhos e no coração daqueles pescadores a amargura de uma noite de trabalho em vão, Jesus sobe a bordo do barco para ensinar, isto é, para anunciar a boa nova, para levar luz àquela noite de desilusão, para narrar a beleza de Deus no meio das dificuldades da vida humana, para fazer sentir que, mesmo quando tudo parece perdido, ainda há esperança. E é aí que acontece o milagre: quando o Senhor sobe no barco da nossa vida trazendo-nos a boa nova do amor de Deus que sempre nos acompanha e sustenta, então a vida recomeça, a esperança renasce, o entusiasmo perdido retorna e podemos lançar de novo as redes ao mar".

"Irmãos e irmãs, esta palavra de esperança acompanha-nos hoje ao celebrarmos o Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança, a quem agradeço o serviço prestado, saudando todas as Autoridades presentes, as Associações e Academias Militares, bem como os Ordinários castrenses e os Capelães." 

“A vocês é confiada uma grande missão, que abrange múltiplas dimensões da vida social e política: a defesa dos nossos países, o compromisso em prol da segurança, a guarda da legalidade e da justiça, a presença nas prisões, a luta contra a criminalidade e as diferentes formas de violência que ameaçam perturbar a paz social. E recordo ainda aqueles que prestam o seu importante serviço em situação de catástrofes naturais, na salvaguarda da criação, no resgate de vidas em alto mar, na defesa dos mais frágeis, na promoção da paz.”

O Papa Francisco durante a missa do Jubileu das Forças Armadas (Vatican Media)

Uma presença que é ensinamento para nós

"Também a vocês o Senhor pede para fazerem como Ele: ver, subir, sentar-se", disse ainda o Papa. "Ver, porque vocês são chamados a manter um olhar atento, capaz de captar as ameaças ao bem comum, os perigos que pairam sobre a vida dos cidadãos, os riscos ambientais, sociais e políticos a que estamos expostos", sublinhou. "Subir, porque suas divisas, a disciplina que os forjou, a coragem que os distingue, o juramento que prestam, são coisas que os recordam o quanto é importante não só ver o mal, mas denunciá-lo, subir a bordo do barco que está numa tempestade e, com a missão a serviço do bem, da liberdade e da justiça, empenhar-se para que ele não afunde", acrescentou.

“E, por fim, sentar-se, porque a sua presença em nossas cidades e bairros, o modo como estão sempre do lado da legalidade e dos mais fracos, torna-se ensinamento para todos nós: ensina-nos que, apesar de tudo, o bem pode vencer. Ensina-nos que a justiça, a lealdade e a paixão cívica continuam sendo valores necessários hoje em dia. Ensina-nos que podemos criar um mundo mais humano, mais justo e mais fraterno, apesar das forças contrárias do mal.”

Capelães, presença de Cristo

O Pontífice recordou também os capelães, que são uma presença sacerdotal importante no meio dos militares. "Eles não servem – como por vezes e infelizmente aconteceu na história – para abençoar atos perversos de guerra. Não! Eles encontram-se no meio de vocês como a presença de Cristo, que quer acompanhar, ouvir e oferecer a vocês a sua proximidade, dar-lhes coragem" e apoio "na missão que desempenham todos os dias. Como apoio moral e espiritual, eles caminham com vocês, ajudando-os a realizar suas tarefas à luz do Evangelho e a serviço do bem".

Vigilantes contra a tentação de cultivar um espírito de guerra

Por fim, agradeceu aos militares pelo que fazem, "por vezes correndo riscos pessoais" e os exortou "a não perderem de vista o propósito de seu serviço e de suas ações: promover a vida, salvar a vida, defender sempre a vida".

“Por favor, peço-lhes que sejam vigilantes: vigilantes contra a tentação de cultivar um espírito de guerra; vigilantes para não deixarem se seduzir pelo mito da força e pelo rumor das armas; vigilantes para não serem contaminados pelo veneno da propaganda do ódio, que divide o mundo entre amigos a defender e inimigos a combater. Em vez disso, sejam testemunhas corajosas do amor de Deus Pai, que nos quer todos irmãos. Caminhemos juntos para construir uma nova era de paz, justiça e fraternidade.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Mulheres têm formação sobre maternidade espiritual de sacerdotes em Brasília

Retiro Nacional da Maternidade Espiritual pelos Sacerdotes, em março de 2023, em Brasília | Arquivo pessoal

Por Monasa Narjara*

7 de fevereiro de 2025

“Formar mulheres que sentem o chamado ou que já rezam pelos sacerdotes”, este é o objetivo da formação sobre a "Maternidade Espiritual pelos Sacerdotes: uma Vocação Escondida”, que acontecerá amanhã (8), às 8h, na catedral de Brasília, na Esplanada dos Ministérios.  O encontro tem 146 inscritas e é "um convite do grupo Maternidade Santa Faustina”, promovido pelo Apostolado Maternidade Espiritual (AME) da Fraternidade Misericórdia Materna.

Esta formação “é um convite da Santa Igreja feito através do documento do Dicastério para o Clero, ‘Adoração Eucarística pela santificação dos sacerdotes e maternidade espiritual’”, para instruir as mulheres que queiram se “aprofundar nesta missão”, disse à ACI Digital a coordenadora da Maternidade Espiritual pelos Sacerdotes Santa Faustina, em Brasília, Laura Ata.

A formação será conduzida pelo fundador da Fraternidade Misericórdia Materna, frei Paulo Maria Geovani L. Noronha, e pela formadora da Fraternidade Misericórdia Materna, irmã Teresa Maria da Santa Cruz, coordenadora do AME. Também estará presente no evento o pároco da catedral de Brasília, padre Agenor Vieira.

O encontro de amanhã “incluirá momentos de oração”, abordará alguns temas “para esclarecer sobre a vocação da maternidade espiritual pelos sacerdotes”, como: “por que rezar pelos sacerdotes? Como discernir o chamado? E o sim de Maria”, adiantou Laura Ata.

Maternidade Espiritual pelos Sacerdotes Santa Faustina

A Maternidade Espiritual pelos Sacerdotes Santa Faustina “é um grupo de mães espirituais da catedral de Brasília” criado em 15 de novembro de 2023 pela libanesa Laura Ata, assessora diplomática na Embaixada do Líbano, em Brasília.

Laura mora no Brasil há 18 anos. Ela contou que a inspiração de criar esse grupo surgiu diante de uma relíquia da santa Faustina, quando participava de uma missa da festa da paróquia Mãe da Divina Misericórdia, na Asa Norte, cidade satélite de Brasília, celebrada pelo arcebispo cardeal Paulo Cezar Costa.

“A inspiração que me veio foi de iniciar um grupo na cripta da catedral, debaixo do altar, onde são ordenados inúmeros sacerdotes e onde são celebradas as missas mais solenes da arquidiocese”, disse Ata. “Resisti primeiro, mas fui por obediência e conversei no final daquela missa com dom Paulo sobre a inspiração e o desejo que veio no meu coração de iniciar um grupo discreto de mulheres que possam se ofertar pela vida dele, dos bispos auxiliares e consequentemente por todos os sacerdotes da nossa arquidiocese”.

“Ele acolheu com emoção minhas palavras e abriu as portas da arquidiocese e me falou: ‘escolha onde quiser e comece’”. Inspirada em realizar o grupo na cripta da catedral, Laura foi conversar com o pároco, padre Agenor Vieira.  “Ele, com o coração tão sensível de um homem de Deus, acolheu a proposta prontamente e deu o nome ao nosso grupo: ‘Maternidade Espiritual Santa Faustina’”.

A primeira reunião oficial do grupo foi no dia 8 de dezembro de 2023, solenidade da Imaculada Conceição. “O intuito deste grupo é apoiar espiritualmente, rezar no silêncio e nos ofertar pela vida dos nossos sacerdotes. Ser o porto seguro e coração materno na hora da dificuldade”, disse Laura Ata. 

O grupo é composto por 22 mulheres, que se reúne na cripta da catedral de Brasília toda segunda sexta-feira do mês diante do Santíssimo Sacramento e “quando o padre Agenor convocar ou precisar de intercessão”, disse Laura. Ela acredita que agora, com esta nova formação, o “grupo crescerá”.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/61201/mulheres-tem-formacao-sobre-maternidade-espiritual-de-sacerdotes-em-brasilia

Reflexão para o V Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Tendo a graça de renunciar a si mesmo, o cristão poderá como São Paulo, na segunda leitura de hoje, dizer: “É pela graça de Deus que sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril.”

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

Vemos na primeira leitura a disponibilidade de Isaías. Javé não lhe faz o convite diretamente, mas pergunta a Si mesmo quem enviar? Isaías não se faz de rogado e imediatamente se apresenta e se oferece. Já bem antes, diante da magnífica visão de Deus, Isaías já havia se reconhecido pecador e indigno da visão. Agora, já purificado, sentiu-se fortalecido para colaborar com Deus.

No Evangelho Simão Pedro e seus companheiros fazem uma pesca infrutífera. Jesus aparece, quando eles já se preparam para voltar para suas casas e sobe na barca de Simão, dando-lhe ordem para se afastar da praia. Pedro obedece e Jesus se acomoda em sua barca. Dela ensinava às multidões.

Quando terminou, o Senhor mandou que ele avançasse para águas mais profundas e jogasse as redes para a pesca. Simão contesta dizendo que labutaram toda a noite e nada conseguiram, mas em atenção à palavra d’Ele, iria lançar as redes. Evidentemente a pesca foi abundante e a reação de Pedro foi semelhante à de Isaías, sentindo-se pecador, indigno diante de tal maravilha. Ele se joga aos pés de Jesus e diz: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”

Do mesmo modo como aconteceu com o profeta, acontece com Pedro. Jesus lhe dá a missão: ser pescador de homens. Então deixaram tudo e seguiram o Senhor. Sem renunciar ao que se possui não é possível servir ao Senhor e a seus irmãos. É preciso esvaziar-se, deixar-se tomar por Deus. Somente assim o cristão poderá penetrar águas mais profundas e tirar das garras da morte aqueles que o mal aprisiona como escravo do dinheiro, do poder, do prazer, transformando seu próprio umbigo no centro do mundo.

Certamente também o Senhor me vocaciona, chamando-me a ser seu apóstolo onde estou. Ele quer depender de meu sim, para que possa agir no coração e na mente das pessoas. Tenho consciência de que preciso me esvaziar para que a graça de Deus possa agir em mim, constituindo-me seu servidor?

Tendo a graça de renunciar a si mesmo, o cristão poderá como São Paulo, na segunda leitura de hoje, dizer: “É pela graça de Deus que sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF