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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Papa Francisco pede solidariedade a vítimas dos fenômenos naturais

Papa Francisco - inundação/
Crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa e Unsplash

Vaticano, 20 ago. 21 / 09:12 am (ACI).- O papa Francisco fez um chamado urgente a ser solidários com os mais pobres que foram atingidos por fenômenos climáticos extremos como tsunamis, terremotos, incêndios florestais, hoje, Dia Mundial da Assistência Humanitária. “A emergência climática gera cada vez mais crises humanitárias e os pobres são os mais vulneráveis aos fenômenos climáticos extremos. É urgente uma solidariedade baseada na justiça, na paz e na unidade da família humana. #WorldHumanitarianDay”, tuitou Francisco em 19 de agosto.

No final da oração do Ângelus de domingo, 15 de agosto, o papa Francisco falou das vítimas do terremoto do dia anterior no Haiti. O terremoto matou quase 2,2 mil pessoas e milhares de pessoas ficaram feridas.

“Desejo expressar minha proximidade àquela querida população duramente atingida pelo terremoto. Enquanto elevo ao Senhor a minha oração pelas vítimas, ofereço a minha palavra de encorajamento aos sobreviventes, desejando que sobre eles se mova o interesse participativo da comunidade internacional.  Que a solidariedade de todos possa atenuar as consequências da tragédia! Rezemos juntos a Nossa Senhora pelo Haiti”, foram as palavras do papa.

No final de março de 2021, Francisco disse que “a deterioração do clima é muitas vezes o resultado de decisões equivocadas e de atividades destrutivas, do egoísmo e da negligência, que colocam a humanidade em conflito com a criação, nossa casa comum”.

Ele também lamentou pelo número “cada vez maior de pessoas deslocadas por causa da crise climática”.

“Aqueles que foram expulsos das suas casas por causa da crise climática precisam ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados. Querem começar de novo. Para que possam criar um novo futuro para os seus filhos, é preciso que lhes seja permitido fazê-lo e é necessário ajudá-los”, disse o papa.

“Acolher, proteger, promover e integrar são todos eles verbos que correspondem a ações úteis. Retiremos, então, um por um, esses obstáculos que bloqueiam o caminho dos deslocados, aquilo que os reprime e marginaliza, que os impede de trabalhar e ir à escola, aquilo que os torna invisíveis e lhes nega a sua dignidade”, concluiu Francisco.

Fonte: ACI Digital

Ucrânia. “Um ano para Deus”: iniciativa para o Ano Vocacional Orionita

São Luís Orione | Vatican News

Celebrando os 150 anos de nascimento de São Luís Orione, a iniciativa é reservada aos jovens de 17 a 29 anos. "Um ano de pausa para ajudá-los a se concentrar nas escolhas fundamentais de sua vida e para entender seu lugar na sociedade e na Igreja." Um tempo para descobrir suas habilidades e se colocar em uma perspectiva de reflexão para seu futuro. Dez meses de formação, aprofundamento da fé, de vida fraterna, de serviço para outros jovens e de colaboração com a Comunidade dos Orionitas.

Vatican News

De 23 de junho de 2021 a 23 de junho de 2022, a Família Orionita está celebrando os 150 anos de nascimento do fundador, padre Luís Orione, considerado o "Pai das Vocações", com um Ano Vocacional Orionita. Neste contexto, as comunidades Orionitas de L'viv e Kiev, na Ucrânia, lançaram recentemente uma iniciativa chamada "Um Ano para Deus".

A iniciativa foi inspirada por uma pesquisa da Conferência Episcopal Francesa sobre a condição dos jovens na França, segundo a qual muitas das novas vocações para o sacerdócio e para a vida religiosa vieram de jovens que tinham frequentado a comunidade de Taizè ou tinham vivido a experiência de "Um ano para Deus", organizada por algumas dioceses e institutos religiosos.

Assim, um programa foi preparado e adaptado à situação na Ucrânia, foi aberto um website ligado às redes sociais, folhetos foram impressos e enviados a todos os párocos e distribuídos às diversas realidades em contato com os jovens, como universidades, centros juvenis, seminários etc.

Iniciativa reservada aos jovens de 17 a 29 anos

Numa nota enviada à Fides - agência missionária da Congregação para a Evangelização dos Povos -, explica-se que a iniciativa é reservada aos jovens de 17 a 29 anos. "Um ano de pausa para ajudá-los a se concentrar nas escolhas fundamentais de sua vida e para entender seu lugar na sociedade e na Igreja."

"Um tempo para descobrir suas habilidades e se colocar em uma perspectiva de reflexão para seu futuro. Dez meses de formação, aprofundamento da fé, de vida fraterna, de serviço para outros jovens e para pessoas com deficiência, e de colaboração com a Comunidade dos Orionitas."

Ano será baseado em quatro pilares

Os jovens serão acolhidos na Comunidade de L'viv e o ano será baseado em quatro pilares: Formação (espiritual, humana, intelectual) com cursos semanais realizados na sede dos Orionitas, na Universidade Católica Ucraniana e no Instituto Teológico dos Padres Basilianos.

Serviço na paróquia orionita, no oratório, na casa-família para pessoas com deficiência, com os pobres que a Comunidade ajuda, com trabalhos de manutenção e conservação, ajudando em Kiev na nova atividade.

A fé: experiência de oração pessoal e comunitária; acompanhamento pessoal; apostolado e evangelização; percurso de discernimento. Preparar-se para o futuro: cursos e dias de reflexão para refletir sobre o futuro e orientar a escolha de vida, com a ajuda de um psicólogo, um conselheiro de orientação e alguns líderes empresariais.

Após discernimento, seguir a própria orientação de vida

"Terminado o ano - diz o programa -, cada pessoa volta para casa e para suas atividades normais. Enriquecida por este período de discernimento e reflexão, poderá seguir sua própria orientação de vida e entrar no mundo do trabalho e do profissionalismo, ou iniciar um percurso de consagração a Deus, de acordo com o que cada pessoa escolheu. A pedido da própria pessoa, o curso pode continuar por mais um ano." As adesões devem ser feitas até o final de setembro.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

São Bernardo de Claraval

S. Bernardo de Claraval | ArquiSP
20 de agosto

Abade e doutor da Igreja (1090-1153)

Bernardo nasceu na última década do século XI, no ano 1090, em Dijon, França. Era o terceiro dos sete filhos do cavaleiro Tecelim e de sua esposa Alícia. A sua família era cristã, rica, poderosa e nobre. Desde tenra idade, demonstrou uma inteligência aguçada. Tímido, tornou-se um jovem de boa aparência, educado, culto, piedoso e de caráter reto e piedoso. Mas chamava a atenção pela sabedoria, prudência, poder de persuasão e profunda modéstia.

Quando sua mãe morreu, seus irmãos quiseram seguir a carreira militar, enquanto ele preferiu a vida religiosa, ouvindo o chamado de Deus. Na ocasião, todos os familiares foram contra, principalmente seu pai. Porém, com uma determinação poucas vezes vista, além de convencê-los, trouxe consigo: o pai, os irmãos, primos e vários amigos. Ao todo, trinta pessoas seguiram seus passos, sua confiança na fé em Cristo, e ingressaram no Mosteiro da Ordem de Cister, recém-fundada.

A contribuição de Bernardo dentro da ordem foi de tão grande magnitude que ele passou a ser considerado o seu segundo fundador. No seu ingresso, em 1113, eram apenas vinte membros e um mosteiro. Dois anos depois, foi enviado para fundar outro na cidade de Claraval, do qual foi eleito abade, ficando na direção durante trinta e oito anos. Foi um período de abundante florescimento da Ordem, que passou a contar com cento e sessenta e cinco mosteiros. Bernardo sozinho fundou sessenta e oito e, em suas mãos, mais de setecentos religiosos professaram os votos. Quando Bernardo faleceu, havia 700 monges em Claraval.

Bernardo viveu uma época muito conturbada na Igreja. Muitas vezes teve de deixar a reclusão contemplativa do mosteiro para envolver-se em questões que agitavam a sociedade. Foi pregador, místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis, bispos e também polemista político e tenaz pacificador. Nada conseguia abater ou afetar sua fé, imprimindo sua marca na história da espiritualidade católica romana.

Ao lado dessas atividades, nesse mesmo período teve uma atividade literária muito expressiva, em quantidade de obras e qualidade de conteúdo. Tornou-se o maior escritor do seu tempo, apesar de sua saúde sempre estar comprometida. Isso porque Bernardo era um religioso de vida muito austera, dormia pouco, jejuava com freqüência e impunha-se severa penitência.

Em 1153, participando de uma missão em Lorena, adoeceu. Percebendo a gravidade do seu estado, pediu para ser conduzido para o seu Mosteiro de Claraval, onde pouco tempo depois morreu, no dia 20 de agosto do mesmo ano. Foi sepultado na igreja do mosteiro, mas teve suas relíquias dispersadas durante a Revolução Francesa. Depois, sua cabeça foi entregue para ser guardada na catedral de Troyes, França.

Seus livros de teologia e de ascética são lidos ainda hoje. Recorde-se "Tratado do amor de Deus" e "O Cântico dos Cânticos", uma terna declaração de amor à Virgem.

Um de seus pensamentos: "Amar a Deus é ter caridade. Procurar ser amado por Deus é servir à caridade".

São Bernardo de Claraval, canonizado em 1174,por Alexandre II, recebeu, com toda honra e justiça, o título de doutor da Igreja em 1830, por Pio VIII.

Fonte: Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente, Mario Sgarbossa, Paulinas.

Arquidiocese de São Paulo

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Budapeste se tornará a capital do cristianismo por alguns dias

Catedral de San Adalberto de Esztergom, también conocida como
Basílica de Esztergom | ©Agencia de Turismo Húngaro
Por Pierre-Marie Dumont

A cidade vai receber o Papa Francisco em setembro, que presidirá os destaques do Congresso Eucarístico Internacional

Budapeste, a maravilhosa capital da Hungria, vai se tornar a capital do cristianismo de 5 a 12 de setembro de 2021.

A cidade banhada pelo Danúbio receberá o Papa Francisco, que presidirá os eventos principais do Congresso Eucarístico Internacional, um encontro da Igreja Católica para manifestar amor a Cristo na Eucaristia e testemunhar ao mundo o amor infinito de Deus pelos homens e mulheres.

O evento contará com missas ao ar livre, shows, exposições, performances, depoimentos, visitas históricas, programas familiares e um festival de cinema.

Basílica de Santo Estêvão em Budapeste, uma das atrações turísticas húngaras mais 
fotografadas, guarda milhares de segredos –  Agência Húngara de Turismo
Budapeste se tornará o cenário ideal para receber o Congresso Eucarístico Internacional, com seus edifícios históricos, sua vibrante vida cultural e artística, sua localização privilegiada, sua deliciosa culinária e sua famosa hospitalidade.

O programa inclui intervenções de grandes testemunhos da fé do século XXI. O participante poderá ouvir os testemunhos do Patriarca Louis Raphael Sako, de Bagdá; do cardeal Charles Maung, arcebispo de Yangon, voz importante sobre os momentos difíceis que a Birmânia está passando; ou do cardeal John Onaiyekan, arcebispo de Abuja, na Nigéria.

Abadia Beneditina de Tihany, no lago até o Lago Balaton,jóia da espiritualidade 
cristã húngara –  Agência Húngara de Turismo
Haverá momentos de celebração festiva com os jovens, e personagens surpreendentes como Mary Healy, teóloga americana, uma das primeiras mulheres membro da Pontifícia Comissão Bíblica da Santa Sé, ou o próprio János Áder, presidente da Hungria, tomarão a palavra.

O Congresso Eucarístico Internacional torna-se assim uma ocasião única para os mais de um bilhão de católicos do mundo descobrirem e, se possível, visitarem a extraordinária riqueza espiritual, cultural e artística da Hungria.

https://youtu.be/qY40wdZ0t2M

Ao longo dos mil e cem anos de história da Hungria, a fé e o respeito pela tradição criaram uma série de lugares maravilhosos e sagrados em todo o país que estão esperando por você para visitá-los.

Mais informações sobre o Congresso podem ser encontradas em https://visithungary.com

Fonte: Aleteia

Tertuliano de Cartago: Tratado sobre a Oração (Parte 6/11)

Tertuliano de Cartago | Veritatis Splendor
Tratado sobre a Oração

XI

Como devemos orar?

1. A lembrança dos preceitos divinos abre à oração o caminho do céu. Deles, o primeiro consiste em que não subamos ao altar de Deus, sem antes nos reconciliarmos com um irmão, caso haja entre nós e ele motivo de discórdia ou ofensa. Que sentido teria apresentar-se à paz de Deus, sem estar em paz com o irmão? Buscar a remissão das próprias dívidas, sem abrir mão das alheias? Como aplacar o Pai, se guardar raiva contra o irmão? De fato, Deus nos proíbe toda ira, mesmo apenas esboçada.

2. Lembremo-nos de José. Ao despedir os irmãos para que lhe trouxessem o pai, recomendou-lhes: “Não se deixem levar pela ira, no caminho” (Gn 45,24). Com isso, ele nos deu, também a nós, um conselho. Com efeito, a nossa maneira de viver é chamada de “caminho” (cf. At 9,2). Assim, quando vamos pela estrada da oração, não devemos caminhar para o Pai com sentimentos de cólera.

3. Daí vem que o Senhor, de modo bem explícito, ampliando o conteúdo da Lei de Moisés, sobrepõe ao homicídio a ira contra o irmão. Ele não permite nem mesmo uma palavra má. Se for, porém, inevitável ficar encolerizado, nossa ira não vá além do pôr-do-sol, como nos adverte o Apóstolo (cf. Ef 4,26). É, pois, temerário, passar o dia inteiro sem orar, enquanto te recusas a perdoar teu irmão, ou então, perder a tua oração perseverando em cólera.

XII

Oremos com o coração puro

1. Devemos estar livres não somente da cólera, mas de toda perturbação da alma, quando nos entregamos à oração, que há de ser feita com um espírito semelhante ao Espírito ao qual se dirige. Um espírito não purificado não pode ser reconhecido pelo Espírito Santo. Nem um espírito triste pelo alegre Espírito de Deus. Nem um espírito perturbado, pelo Espírito da liberdade (cf. 2 Cor 5,17). Ninguém acolhe um adversário; hospeda-se apenas um amigo.

XIII

Puro seja o coração

1. De resto, que motivo temos para lavar nossas mãos antes de ir orar, se o nosso espírito está imundo? Até as nossas mãos precisam de ser espiritualmente lavadas, a fim de que se levantem incontaminadas de mentira, de violência, de crueldade, dos atos de envenenamento, de idolatria e de outras manchas que brotam do coração e se realizam pelas mãos. É esta a verdadeira pureza (cf. 1Tm 2,8Mt 15,20). Não se trata daquelas abluções que a maior parte das pessoas observa supersticiosamente para orar. Mesmo se acabam de vir de um banho completo, usam a água.

2. Como eu refletisse com a maior atenção o sentido dessa praxe, ocorreu-me à lembrança o gesto de Pilatos, lavando as mãos ao entregar o Senhor à condenação (cf. Mt 27,24). Quanto a nós, adoramos o Senhor; não o traímos. Devemos agir de maneira contrária ao exemplo do traidor e não lavar as mãos, a não ser por alguma contaminação própria da condição humana e da qual outros têm conhecimento. De resto, estão já bastante limpas as mãos que, em Cristo, lavamos uma vez por todas, junto com todo o corpo.

XIV

1. Israel, embora lave todo dia o corpo, não está, contudo, purificado. Suas mãos estão sempre impuras, eternamente manchadas com o sangue dos profetas e com o do próprio Senhor. Por isso, os israelitas, culpados hereditariamente dos mesmos crimes de que tinham consciência os seus pais, não ousam levantar as mãos para o Senhor, de medo do clamor de um Isaías e de causar horror a Cristo. Quanto a nós, porém, não só as levantamos, mas as estendemos e, assim, imitando o Senhor na sua paixão, confessamos o Cristo com a nossa oração.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

Haiti: Padres mostram que Deus não abandona seu povo

Terremoto no Haiti / EWTN

PORTO PRÍNCIPE, 19 ago. 21 / 09:15 am (ACI).- Dom André Dumas, bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne, disse nesta quarta-feira que, depois do grave terremoto de 7.2 graus no sábado, 14 de agosto, os sacerdotes da sua diocese estão constantemente atendendo às pessoas para mostrar que “Deus não abandona seu povo”.

Em declarações à Vatican News, no dia 18 de agosto, o bispo disse que, “apesar de tudo, os sacerdotes estão presentes: acompanham os fiéis e procuram resolver suas necessidades. Eles estão entre as pessoas para provar que Deus não abandonou o seu povo”.

O terremoto do sábado deixou até agora 1,94 mil mortos e 9,9 mil feridos, além de muitos danos materiais. A situação pode agravar-se com a chegada da tormenta Grace.

Dom Dumas contou que os sacerdotes da diocese e as religiosas oferecem toda a ajuda possível. Segundo ele, “o acompanhamento dos meus presbíteros e das religiosas é constante”. “Os momentos de solidariedade se alternam com momentos de oração. Além disso, os poucos bens de primeira necessidade que nossa Igreja local recebeu foram imediatamente compartilhados”, disse o bispo.

A situação na região é muito complicada, considerando que 7 em cada 10 casas ficaram destruídas e muitas igrejas também colapsaram.

“Verificamos e constatamos que já não temos mais da metade das igrejas”, lamentou o bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne, uma das zonas mais afetadas pelo terremoto.

“É um momento difícil, de provação, que devemos viver com muita fé. É também um momento em que devemos intervir estando perto e escutando as necessidades das pessoas”, disse o prelado.

“Ainda não temos contato com as pessoas que vivem na montanha ou nas áreas isoladas. As pessoas agora precisam de tudo, especialmente água. Por isso estamos pedindo ajuda a outros países”, disse Dom Dumas.

Vatican News também publicou um comunicado do arcebispo de Porto Príncipe, Dom Max Leroy Mésidor, que pediu às quadrilhas na capital haitiana que deponham as armas “de uma vez por todas” e “se solidarizem com a dor alheia, facilitando a passagem das ajudas” que são enviadas aos departamentos do sudoeste atingidos pelo terremoto.

Durante muitos anos, Porto Príncipe se caracterizou pela violência e pela insegurança, o que se agravou nos últimos meses devido à crise política e ao assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 7 de julho passado.

O arcebispo também disse que, “neste momento de provação, provocado por um acontecimento tão devastador como mortal, nos entristecemos pela destruição da nossa infraestrutura, que já era escassa, e pela perda de tantas vidas humanas”.

Dom Mésidor elevou uma oração para que a Virgem Maria da Assunção interceda pelo Haiti e para que Deus dê a “força de seu Espírito” às pessoas mais afetadas.

Nesta quarta-feira, o bispo de Les Cayes, cardeal Chibly Langlois, enviou uma mensagem falando da importância da oração e da solidariedade para superar a devastação que este terremoto deixou, 11 anos após o terremoto de janeiro de 2010, que resultou em 300 mil mortos.

Após o terremoto de sábado, o primeiro-ministro Ariel Henry declarou o estado de emergência em um país que já sofre uma grave crise política, econômica e social.

A Caritas lançou o alerta pela falta de alimentos e água no Haiti, enquanto a Conferência Episcopal Italiana decidiu enviar um milhão de euros em ajudas para os atingidos.

Fonte: ACI Digital

Símbolos da JMJ 2023 regressam a Lisboa após 40 dias de peregrinação em Angola

Missa, em Luanda (Angola), e envio dos Símbolos da JMJ 2023

Terminou a peregrinação dos Símbolos da Jornada Mundial da Juventude em Angola, durante 40 dias os Símbolos percorreram nove Dioceses da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

O desejo foi concretizado, a alegria abunda entre os jovens, a fé foi reafirmada e a esperança renasceu na juventude, estas são algumas marcas que os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude deixam para Angola.

Foram 40 dias e 9 dioceses visitadas (Luanda, Sumbe, Benguela Huambo Kwito-Bié, Menongue, Lubango, Viana e Caxito). Destas Dioceses já chegam testemunhos fortes de que a fé em Cristo e a crença em Deus está reacendida.

Nesta terça-feira (16/08), último dia de peregrinação dos Símbolos em Angola, os jovens juntaram-se na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Luanda, na Missa de envio que foi antecedida pelo show de música gospel.

Fernando Kawendimba, membro do Secretariado Nacional da Pastoral Juvenil da CEAST, disse que faz todo o sentido que os jovens se congratulem com a presença dos Símbolos e advogou que os milagres hão-de ser revelados em todas as comunidades de Angola.

Gilberto Lopes, do Movimento Escutista Católico, acompanhou a peregrinação dos Símbolos nas diferentes Dioceses, e disse à nossa reportagem que foi uma experiência de fé e única, e como lição fica a renovação da esperança e sobretudo de muita fé. 

Neste momento já estão inscritos mais de 600 jovens para as Jornadas Mundiais da Juventude, Lisboa 2023, a meta segundo a organização é de 1500 jovens.

“Durante estes 40 dias em que os símbolos estiveram em nossa terra, sentimos a alegria e o entusiasmo dos jovens e adultos que compactaram a grandeza, a riqueza e a profundidade que estes dois grandes Símbolos representam para a igreja”, disse D. Belmiro Chissengueti, responsável da pastoral juvenil na CEAST.

“Temos em Angola uma grande família de frequentadores das JMJ, e quando vamos à Jornada Mundial, estar próximo dos Símbolos é quase um sonho, mas tendo-os aqui connosco podemos ter este contacto mais próximo”, disse o prelado. 

Os Ícones das JMJ já estão em Lisboa, depois de uma peregrinação de 40 dias em Angola. 

Fonte: Vatican News

São João Eudes

S. João Eudes | ArquiSP
19 de agosto

Sacerdote e fundador (1601-1680)

SÃO JOÃO EUDES, PRESBÍTERO, FUNDADOR DOS EUDISTAS

João Eudes nasceu, em 14 de novembro de 1601 (séc. XVII), na pequena vila de Ré, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e Marta, que tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente religioso.

Inicialmente, estudou no Colégio Real de "Dumont", em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela rezar, deixando as brincadeiras para o segundo plano. Na adolescência, por sua grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se sacerdote.

Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde ingressou no Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos, centrados no amor a Cristo, e de sua especial devoção a Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Promoveu o culto litúrgico do Sagrado Coração.Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia.

Nessa última, quando, em 1627, ocorreu a epidemia da peste, João percorreu quase todas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira, que de sua pele até a peste tinha medo: "Desta carcassa até a peste tem medo", dizia. Mas temia pela integridade daqueles que viviam à sua volta, que, ao seu contato, poderiam ser contagiados.

Por isso não entrava em casa e à noite dormia dentro de um velho barril abandonado ao lado do paiol. Inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, no qual as elites dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé, João Eudes, sabendo interpretar esses sinais dos tempos, fundou, em 1641, a Congregação de Jesus e Maria com um grupo de sacerdotes de Caen que se uniram a ele. A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir, por meio dessas missões, a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

Seguindo esse pensamento, também fundou a Congregação Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, para atender às jovens que de desviavam pelos caminhos da vida e às crianças abandonadas. A Ordem deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor.

Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões populares, num ritmo de trabalho simplesmente espantoso. As regiões atingidas pelo esforço dos seus missionários foram aquelas que mais resistiram ao vendaval anti-religioso da Revolução Francesa.

Coube a João Eudes a glória de ter sido o precursor do culto da devoção dos sagrados corações de Jesus e de Maria. Para isso, ele próprio compôs missas e ofícios, festejando, pela primeira vez, com um culto litúrgico do Coração de Maria em 1648, e do Coração de Jesus em 1672. Hoje, essas venerações fazem parte do calendário da Igreja.

Morreu em Caen, norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado pelo papa Pio XII em 1925. A festa de são João Eudes comemora-se no dia de sua morte.

Fonte: Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente, Mario Sgarbossa, Paulinas.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

O MINISTÉRIO DO CATEQUISTA

Catequese | RBJ

Dom Antonio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

O MINISTÉRIO DO CATEQUISTA

No mês de maio deste ano (2021) o Papa Francisco através da Carta Apostólica “Antiquum Ministerium” instituiu o Ministério de Catequista. A referida Carta Apostólica é composta por onze parágrafos nos quais apresenta sua justificativa, importância desse serviço e define algumas orientações pastorais para os bispos.

Iniciando esta série de artigos, através da qual pretendemos aprofundar a beleza do ministério de catequista e a importância da Catequese, recordemos as principais ideias desse documento. Com essa Carta Apostólica o Papa Francisco convida toda a Igreja a relançar em todos os contextos a importância da Catequese e o cuidado com o perfil dos catequistas.

O ministério antigo na Igreja

Esse ministério faz-se presente na Igreja deste os primórdios das Comunidades Cristãs. Os diversos textos do NT nos convidam a refletir sobre a importância desse serviço. O evangelista Lucas ao escrever o seu Evangelho tinha como objetivo oferecer uma base sólida para a instrução (cf. Lc 1,3-4). Aos Gálatas comenta o apóstolo Paulo: «Mas quem está a ser instruído na Palavra esteja em comunhão com aquele que o instrui, em todos os bens» (Gal 6,6). A solidez da catequese contribui, portanto, para a profundidade da comunhão da Igreja. Onde impera a ignorância teológica, lá reina a confusão.

A diversidade de dons

Na Igreja há diversidade de manifestações do Espírito Santo como afirma o apóstolo Paulo aos Coríntios quando menciona os mestres: «E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo, profetas; em terceiro, mestres; em seguida, há o dom dos milagres, depois o das curas, o das obras de assistência, o de governo e o das diversas línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Fazem todos milagres? Possuem todos o dom das curas? Todos falam línguas? Todos as interpretam? Aspirai, porém, aos melhores dons. Aliás vou mostrar-vos um caminho que ultrapassa todos os outros» (1Cor 12,28-31). Na Igreja há diversidade de dons, mas o Espírito e o Senhor são o mesmo e, cada dom, é dado para a promoção do bem comum (cf. 1Cor 12,4-11).

Ao longo da história a Igreja reconheceu este serviço como expressão concreta do carisma pessoal, que tanto favoreceu o exercício da sua missão evangelizadora desde as primeiras comunidades. Ainda hoje a Igreja estimula esse mesmo ministério como sinal de fidelidade à permanência na Palavra de Deus. Ao longo de dois milênios de história a Igreja reconheceu o delicado e generoso serviço de tantos que se dedicaram à instrução catequética realizando uma missão insubstituível na transmissão e aprofundamento da fé, como bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, leigos e leigas. Dentre tantos, reconhecemos também muitos beatos, santos e mártires catequistas.

A catequese edifica a Igreja

A catequese em sido uma forma de ministerialidade (de experiência de serviço eclesial) concretizada por homens e mulheres que, obedientes à ação do Espírito Santo, dedicaram a sua vida à edificação da Igreja. Com múltiplas expressões esse é um serviço essencial para a vida da Igreja, pois a fé precisa ser a aprofundada.

Renovada consciência catequética

A partir do Concílio Ecumênico Vaticano II, a Igreja assumiu uma renovada consciência sobre a importância do compromisso do laicato na obra de evangelização. O Decreto “Ad Gentes” afirma: «É digno de elogio aquele exército com tantos méritos na obra das missões entre pagãos, o exército dos catequistas, homens e mulheres, que, cheios do espírito apostólico, prestam com grandes trabalhos uma ajuda singular e absolutamente necessária à expansão da fé e da Igreja. Hoje em dia, em razão da escassez de clero para evangelizar tão grandes multidões e exercer o ministério pastoral, o ofício dos catequistas tem muitíssima importância» (AG,17). Diversos outros eventos contribuíram para a renovação da Catequese: o interesse constante dos papas, os Sínodo dos Bispos, as Conferências Episcopais, o magistério dos bispos, a Compilação do Catecismo da Igreja Católica, a Exortação apostólica Catechesi tradendae, o Diretório Geral da Catequese, etc.

A corresponsabilidade

O bispo é o primeiro Catequista na sua diocese, mas isso não dispensa a corresponsabilidade e a colaboração de outros sujeitos eclesiais como, os pais, catequistas leigos e leigas que, em virtude do batismo, são chamados a colaborar no serviço da catequese em cada ambiente. O ministério da Catequese abraça as condições culturais de cada contexto, mas conservando sua fidelidade ao evangelho. A Catequese, frente a tantos desafios culturais, vê-se diante de um grande desafio: “despertar o entusiasmo pessoal de cada batizado e reavivar a consciência de ser chamado a desempenhar a sua missão na comunidade requer a escuta da voz do Espírito que nunca deixa faltar a sua presença fecunda”.

O apostolado dos leigos

O Papa Francisco através do ministério de Catequista nos recorda a importância do apostolado dos leigos na Igreja. Eles «são especialmente chamados a tornarem a Igreja presente e ativa naqueles locais e circunstâncias em que, só por meio deles, ela pode ser o sal da terra» (LG, 33); «os leigos podem ainda ser chamados, por diversos modos, a uma colaboração mais imediata no apostolado da hierarquia, à semelhança daqueles homens e mulheres que ajudavam o apóstolo Paulo no Evangelho, trabalhando muito no Senhor» (LG, 33); o Catequista é chamado, antes de mais nada, a exprimir a sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé que se desenvolve nas suas diferentes etapas; o Catequista é simultaneamente testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja.

A diversidade de ministérios

o ministério de catequista não está isolado. Ao lado desse ministério há outros que já foram oficialmente reconhecidos pela Igreja, como ministério de leitor e acólito, bem como os serviços de ostiário, exorcista, etc. Tais ministérios são preciosos para a implantação, a vida e o crescimento da Igreja e para a sua capacidade de irradiar a própria mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes (cf. Paulo VI. EN, 73).

O perfil dos catequistas

O papa Francisco também nos apresenta alguns critérios sobre o perfil daqueles que podem ser convocados para serem catequistas. Não é um serviço para qualquer um; por isso o ministério de Catequista requer o devido discernimento por parte do Bispo e se evidencia com o Rito de instituição; é um serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais dadas pelo bispo. “Convém que, ao ministério instituído de Catequista, sejam chamados homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para serem solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese. Requer-se que sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico”.

PARA REFLEXÃO PESSOAL:

  1. Quais sinais da importância dada à catequese encontramos nas comunidades primitivas?
  2. Quem são os responsáveis pela promoção do ministério da Catequese?
  3. Quais são os critérios para a escolha de catequistas?

Fonte: CNBB

A esponsalidade de Cristo com a Igreja na Carta aos Efésios

Santa Missa na Noite de Natal  (Vatican Media)

"O desenvolvimento do pensamento paulino passa continuamente da realidade humana do casal para o modelo ideal da união Cristo-Igreja. Paulo escreve esta epístola considerando fundamentalmente dois pólos que conduzirão sua reflexão e admoestação: Jesus Cristo e a Igreja".

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

“Alegremo-nos e exaltemos, demos glória a Deus, porque estão para realizar-se as núpcias do cordeiro, e sua esposa já está pronta...”. De fato, com base nesta passagem do Livro do Apocalipse (Ap 19, 7), exegetas afirmam ser esta “uma imagem que ressalta a união do Esposo, que é Cristo, com a esposa que Ele escolheu, que é sua Igreja. As núpcias do Cordeiro simbolizam o estabelecimento do Reino celeste. É Cristo o Esposo da Igreja. As núpcias são a realização perfeita da Aliança, que são esperadas para o fim dos tempos”.

Padre Gerson Schmidt* tem nos trazido neste nosso espaço uma sequência de reflexões sobre a esponsalidade de Cristo com a Igreja. Se no programa passado o tema abordado foi “A esponsalidade de Cristo com a Igreja no Apocalipse de São João”, na edição desta quarta-feira, o sacerdote gaúcho nos fala sobre “A esponsalidade de Cristo com a Igreja na Carta aos Efésios”:

"Um dos textos Paulinos que expressam claramente a esponsalidade de Cristo com a Igreja está na carta aos Efésios. Aqui se encontra o principal texto neotestamentário sobre a relação esponsal Cristo e Igreja: “Assim também os maridos devem amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo, pois ninguém jamais quis mal à sua própria carne, antes alimenta-a e dela cuida, como também faz Cristo com a Igreja, porque somos membros do seu Corpo. Por isso deixará o homem o seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher, e serão ambos uma só carne. É grande esse mistério: refiro-me à relação entre Cristo e a sua Igreja” (Ef 5, 22-32). O escrito comporta um longo desenvolvimento, determinante para a eclesiologia, que põe em paralelo a relação Cristo-Igreja e a relação conjugal homem-mulher.

No Antigo Testamento, a Aliança de Deus com seu povo, Israel, é comparada com o matrimônio, supondo naturalmente a ordem social do antigo Oriente, que era patriarcal. Como o homem e a mulher no antigo Oriente, assim Deus e o seu povo não são parceiros com direitos iguais. À fidelidade obediente da mulher corresponde o cuidado amoroso do marido. Era óbvia a aplicação do modelo do matrimônio humano.

São Paulo parece estar mais interessado em apresentar a relação de Cristo e a Igreja do que definir o estilo das relações entre os esposos cristãos. Parece mais um discurso teológico sobre a relação Cristo-Igreja do que um manual de ética para esposos cristãos. A partir de uma comparação da relação amorosa de Cristo com sua Igreja é que os esposos poderão encontrar o modelo ideal para relacionar-se entre si.

Com particular eficácia e densidade, Paulo faz uso da imagem esposo-esposa para tipificar a relação Cristo-Igreja, entrelaçando numa trama original aquilo que representa uma instrução sobre o relacionamento conjugal entre marido e mulher e a reflexão sobre o mistério de Cristo e da Igreja. O comportamento do marido em relação à mulher, e vice-versa, vem sempre ligado à relação de amor de Cristo pela Igreja. Implicitamente, Cristo vem descrito como o Esposo da Igreja. Ele é o “Salvador do Corpo” (cf. v. 23c), que é a Igreja. Percebe-se que nos vv. 23 a 32 se estabelece um paralelo entre o casamento e a relação de Cristo com a Igreja. Ambos vão esclarecendo-se mutuamente.

A Bíblia de Jerusalém, em nota de rodapé, comenta assim: “Pode-se dizer que Cristo é esposo da Igreja, porque é seu chefe e a ama como a seu próprio corpo, assim como acontece entre marido e mulher; essa comparação, uma vez admitida, fornece, por seu lado, um modelo ideal para o casamento humano. O simbolismo dessa imagem tem as suas raízes profundas no AT, que representa muitas vezes Israel como esposa de Iahweh (Os 1, 2s)”. A exortação referente às relações entre Cristo e a Igreja é tão veemente, na passagem de Efésios 5, 22-32, que poderia servir mais como um ensinamento a respeito da eclesiologia do que como uma exortação acerca das relações entre marido e mulher. “A analogia do amor esponsal consente-nos compreender em certo modo o mistério — que há séculos está escondido em Deus, e que no tempo foi realizado por Cristo — como o amor, próprio de um total e irrevogável dom de si por parte de Deus ao homem, em Cristo”¹.

O desenvolvimento do pensamento paulino passa continuamente da realidade humana do casal para o modelo ideal da união Cristo-Igreja. Paulo escreve esta epístola considerando fundamentalmente dois pólos que conduzirão sua reflexão e admoestação: Jesus Cristo e a Igreja. Todavia, não lhe escapa a lembrança de que a salvação realizada através de Cristo e da Igreja é de iniciativa do Pai. Portanto, apesar da centralidade da figura de Cristo para definir a fé e a experiência salvífica cristã, o autor de Efésios não perde de vista a dimensão teocêntrica de todo o processo de revelação e de salvação. “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5, 25b).”

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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¹ JOÃO PAULO II, AUDIÊNCIA GERAL, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1982.

Fonte: Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF