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quarta-feira, 22 de junho de 2022

Quem manda em casa sou eu!

Jubileu de Platina de Elizabeth II | Guadium Press
A boa educação é um bem inestimável, um valor que dinheiro nenhum paga e, quem a recebe, pode se dizer bem-aventurado.

Redação (21/06/2022 09:35Gaudium Press) Eu sou da época da “psicologia do olhar”, um recurso muito usado pelos pais e mães, creio que principalmente por estas, na educação dos filhos. Um olhar de mãe era um olhar que dizia mais que mil palavras. E não estou me referindo aos olhares maternais, cheios de carinho e ternura, que também fazem parte da memória de muitos filhos. Falo mesmo daquele olhar que nos era dirigido quando tínhamos um mau comportamento, sobretudo, na frente de estranhos. Um olhar que nos desmontava, mas nos recompunha de imediato e nos fazia conjecturar sobre o que aconteceria quando chegássemos em casa, ou depois que a visita fosse embora.

Jubileu de Platina da Rainha Elizabeth II

No começo deste mês, pudemos acompanhar pela TV e pela internet alguns trechos da comemoração do Jubileu de Platina da Rainha Elizabeth II. Um evento que reuniu autoridades do Reino Unido e de outros países, além de uma grande multidão. A rainha, elegante e fina, como sempre, agradou a todos com o seu sorriso e os modos condizentes com a sua realeza. No entanto, teve um membro da família real que, em diversos momentos, conseguiu chamar mais a atenção do que ela, o príncipe Louis.

Aos quatro anos de idade, o bisneto real, filho caçula do príncipe William e de Kate Middleton, duquesa de Cambridge, parece deixar bem claro quem é que manda na casa e na família. Em um dos eventos, no dia 02 de junho, quando a rainha apareceu na varanda do Palácio de Bunckingham, acompanhada pelo filho, o príncipe Charles, e outros membros da família real, para assistir ao tradicional desfile militar Trooping the Colour, o pequeno Louis conseguiu se projetar mais do que a bisavó que, do alto de seus 96 anos, deve ter se segurado para não retirar as luvas e lhe dar uns bons puxões de orelha ou, quiçá, um tapa real na boca escancarada.

O comportamento do menino foi notado pela imprensa e bastante divulgado, mas, certamente, incomodou também aos pais que, nas cerimônias do dia 04 de junho, o deixaram de castigo em casa, levando apenas os filhos mais velhos. Entretanto, no dia seguinte, quando ocorreu o esperado Desfile do Jubileu, que reuniu milhares de pessoas, o pequeno príncipe voltou à cena com força total. Dessa vez, porém, a bisavó foi poupada, e o incômodo foi vivido apenas pela mãe.

Birra de criança

A cena em que o garoto gritou, fez caretas, mostrou a língua e tapou a boca da mãe quando ela lhe chamou a atenção, foi filmada e viralizou na rede, com milhares de comentários e opiniões. Muitos o acharam engraçadinho, outros atribuíram o seu comportamento ao tédio da cerimônia e houve, claro, quem criticou a mãe, e também quem a apoiou, dizendo que filhos pequenos – nobres ou plebeus – são todos iguais. Uma internauta disse que sentiu pena da duquesa por ela ser membro da realeza, estar na frente de centenas de câmeras e não poder dar um sopapo no garoto, como uma mãe comum faria. Mas será que faria?

Guadium Press

A birra do pequeno Louis tornou-se alvo de opiniões e até de avaliações de especialistas em comportamento, por ser ele quem é, filho de príncipe, neto de príncipe e bisneto da rainha mais longeva da História. Porém, quantos garotos se comportam dessa forma, sem que os pais consigam controlá-los?

Não temos como precisar quando foi exatamente que a educação se perdeu e que os pais deixaram de ter controle sobre os seus filhos. Hoje, em vez daquele olhar firme, da época de minha mãe e, com certeza, da própria rainha nonagenária, os pais baixam os olhos diante das exigências e dos chiliques de suas crianças, com medo delas e com vergonha de quem os observa.

Até há algumas décadas, as mães tinham um grande número de filhos e conseguiam educar bem a todos eles. Hoje, o número de filhos se reduziu para um, com exagero, dois, e os pais não conseguem dominar essas pequenas feras que, antes mesmo de saírem das fraldas, já deixam claro: “Quem manda nesta casa sou eu!” No início, os pais acham isso bonito, interessante, demonstração de personalidade forte. Aos poucos, vão se chateando, perdendo o controle e sendo dominados, até chegar a um ponto em que não têm mais o que fazer.

É muito comum presenciarmos as famosas birras de lojas ou de supermercados. Os pais saem com as crianças e elas querem que eles lhes comprem tudo o que tiverem vontade. Alguns compram, e as exigências só aumentam, pois é normal na criança testar o limite dos pais e, se não encontram esses limites – dos quais necessitam muito em sua formação – elas vão aumentando o nível de exigência cada vez mais. E os que não compram, porque não querem ou porque não podem, precisam enfrentar o choro, os berros, o sapateado e até crianças rolando no chão, gritando como se estivessem mortalmente feridas.

Educar os filhos

Tornou-se comum também vermos mães execrando a maternidade, dizendo que odeiam ser mãe. Na verdade, o que elas odeiam não é ser mãe, mas não conseguir educar os seus filhos, afinal, não há coisa que provoque mais estresse em uma pessoa do que uma criança chata, exigente e mal-educada. Perdeu-se a noção de hierarquia, de autoridade e vive-se sobre a falsa concepção de que as crianças devem crescer livres, que devemos deixá-las fazer tudo o que quiserem e lhes dar tudo o que não tivemos, a fim de que elas não desenvolvam traumas.

Minha velha mãe, que jamais foi uma torturadora ou abusadora de seus filhos, mas que não poupou a eles umas boas palmadas ou chineladas quando saíam da linha, costumava dizer: “É melhor chorar ele do que chorar eu!” Havia muita sabedoria nessas palavras, pois ela sabia que a dor de uns tapas ou de umas chineladas passava rápido e logo a criança estava brincando de novo e, geralmente, não repetia a mesma arte ou mau comportamento, pois sabia que pagaria um preço por isso. Já, o filho que tudo pode, tudo tem e faz o que quer, vai provocar as lágrimas da sua mãe e do seu pai lá na frente, quando eles não terão mais como endireitar o que cresceu deformado pela permissividade e pelo descumprimento do dever de educar.

Educar os filhos é um dever bíblico. E é um dever dos pais. Não é da avó, da tia, da escola. É dever de pai e mãe, juntos, coesos, um não desautorizando o outro, não passando a mão na cabeça diante dos erros. Se o pai e a mãe não mostram ao filho que ele está errado, que está agindo mal, e se não ensinam qual é a forma certa de agir, alguém, em algum lugar, fará isso e o fará desprovido do amor e do carinho que só os pais têm.

É claro que ninguém defende o espancamento e os maus tratos das crianças, mas um bom encaminhamento delas, o ensino da disciplina, das regras, do respeito ao próximo, que começa dentro do lar, na convivência com os pais e os irmãos, e até umas palmadinhas, quando necessárias, não faz mal a ninguém.

Correção paterna

Por circunstâncias alheias à minha vontade, quis a providência que eu tivesse um filho só. Muitas vezes eu precisei dizer não a ele; alguns nãos que até poderiam ter sido sins, se a realidade fosse outra. Repeti muito: “Quando tiver dinheiro, o pai compra…” Ele nunca deu “piti”, nunca se jogou no chão de um corredor de supermercado por querer alguma coisa que eu não pudesse comprar. Ainda hoje, meu coração lamenta não ter podido dar a ele algumas coisas simples e necessárias, para as quais faltou o dinheiro. Lembro, por exemplo, um dia em que saímos, o tênis dele estava furado, choveu e ele, mesmo calçado, ficou com os pés encharcados, ou o dia em que faltou dinheiro para levá-lo à barbearia e eu mesmo me aventurei a cortar o seu cabelo, obrigando o menino a usar boné durante dois meses.

No entanto, quando olho para ele e vejo o homem de bem que ele se tornou, do qual me orgulho, percebo que essas coisas, mesmo que tenha sido difícil não as ter, não lhe fizeram falta e fortaleceram nele o senso de prioridade e de aceitação diante das impossibilidades da vida.

Não importa se é um pequeno monarca, um filho de uma família de classe média ou um filho de pais pobres, a boa educação é um bem inestimável, um valor que dinheiro nenhum paga e, quem a recebe, pode se dizer bem-aventurado.

Pode parecer que exagero diante das caretas e birras do principezinho britânico, mas, para mim, ele é igual a milhões de outros garotinhos mimados e endiabrados, que os pais não conseguem controlar. Trata-se de um pobre menino rico. Felizmente, a monarquia britânica é só pró-forma, literalmente “apenas uma coisa para inglês ver”, pois não seria nada bom pensar que um menino tão incontrolável e petulante um dia viesse a se tornar o rei de uma grande nação.

Por Afonso Pessoa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Encontro das Famílias: é necessária a pastoral vocacional desde a infância até a vida adulta

Família de Cabo Verde | Vatican News

Inicia nesta quarta-feira (22) o 10º Encontro Mundial das Famílias em Roma. Entrevista com Gabriella Gambino, Subsecretária do Dicastério para Leigos, a Família e a Vida: anunciar hoje a beleza do matrimônio e da família.

Debora Donnini – Vatican News

É grande a expectativa para a abertura do 10° Encontro Mundial das Famílias, que se realiza em Roma de hoje até domingo, 26 de junho. “Amor em família: vocação e caminho de santidade" é o tema desta edição, que começa na parte da tarde com o Festival das Famílias. Estarão presentes cerca de dois mil delegados convidados de 120 países, escolhidos pelas Conferências Episcopais, pelos Sínodos das Igrejas Orientais e pelas realidades eclesiais internacionais. Um encontro que se realiza em um momento difícil para a humanidade, marcada pela pandemia e pela guerra. Gabriella Gambino, subsecretária do Dicastério para Leigos, Família e Vida, promotora do evento, fala ao Vatican News:

Como Subsecretária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que esperanças a senhora vê neste evento?

Depois de um ano inteiro dedicado à pastoral familiar, com todo o grande trabalho que foi feito, acho que é realmente hora de 'fazer Igreja' junto com as famílias, pastores e famílias unidas. Trata-se realmente da esperança de um encontro, da esperança de ouvir palavras de encorajamento do Santo Padre para que então, quando este Ano da Família terminar, possamos continuar o nosso caminho juntos. Creio que a grande esperança é precisamente a de iniciar processos de renovação da pastoral familiar para saber ouvir as famílias, para continuar caminhando com elas.

Nesta edição do Congresso, não haverá palestras estruturadas academicamente com conteúdo teológico-doutrinal, mas principalmente um momento de escuta e encontro. Participarão também os filhos dos casais presentes. Quão importante é hoje para as famílias ser protagonistas da pastoral de evangelização também com o envolvimento de seus filhos?

É muito importante porque na realidade a pastoral familiar é exatamente a pastoral das famílias. Toda a família é chamada ao anúncio cristão, e acredito que hoje um dos maiores desafios para nós como pais é justamente transmitir aos nossos filhos a consciência e também a coragem de anunciar Cristo presente em nossas famílias. E também ensinar as crianças a fazê-lo, mesmo que vivamos em um contexto às vezes complexo, que não nos coloca à vontade. Muito importante é que também no nível da abordagem pastoral, comecemos a trabalhar em uma abordagem pastoral mais transversal entre os vários setores - pastoral da infância, pastoral dos jovens, pastoral matrimonial - para que haja uma informação coerente e contínua no caminho vocacional das pessoas desde a infância até a vida adulta.

Formação, acompanhamento, transmissão da fé para as novas gerações, são alguns dos temas. Qual é, de alguma forma, o fio condutor comum desses dias?

O tema fundamental é o anúncio da vocação de cada família, de cada pessoa dentro da família. A família é um caminho de santidade e santificação que cada um de nós tem à sua disposição. A família é um dom que o Senhor nos dá. A palavra-chave, creio eu, seja "realidade", ou seja, partindo da realidade porque cada um de nós deve viver a própria vocação na realidade diária em que estamos inseridos. É importante a formação de formadores que saibam encontrar a realidade das famílias de hoje. É importante que acompanhemos as famílias e especialmente os jovens noivos e casais na realidade que vivem, partindo de sua realidade, para que a partir dalí eles possam descobrir sua vocação e encontrar Cristo. E é importante que aprendamos como transmitir a fé aos jovens a partir da realidade na qual vivem, tendo, portanto, também a coragem de abordar questões que são muito difíceis para nós hoje, sobre as quais estamos às vezes mal preparados. Penso, por exemplo, no ambiente digital dos jovens, no ambiente das redes sociais, dos smartphones, que nos pedem habilidades relacionais especiais, porque a partir daí devemos saber dialogar com os jovens e fazê-los descobrir a fé, mesmo a partir desses contextos.

Na sua opinião, qual é o principal desejo do Papa para as famílias de hoje, partindo da grande atenção que tem dado através da "Amoris laetitia", dos muitos discursos sobre o tema da família, dos vídeos feitos pelo seu Dicastério?

A mensagem que eu acredito ser a mais próxima ao coração do Santo Padre é, de fato, a de anunciar hoje a beleza do matrimônio e da família. Vivemos em contextos sociais onde as novas gerações têm dificuldade de acreditar no matrimônio, têm tantos desafios ao seu redor que os levam por outros caminhos, e precisam do testemunho de famílias confiáveis para dizer-lhes que a vida familiar responde à necessidade de plenitude da pessoa, e que a vida familiar fundada no matrimônio cristão - portanto uma família estável e sólida construída em torno da fé no Senhor que habita em nossos lares e em nossas vidas - é bela e é possível, e não é algo inatingível. Não é um ideal abstrato e por isso um dos temas escolhidos para o Encontro Mundial nestes dias é precisamente o tema da santidade, para que o modelo de algumas famílias santas que já trilharam este caminho antes de nós possa nos mostrar que é possível captar os sinais da presença de Deus em nossas vidas, na realidade que vivemos todos os dias.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Na morte, como na vida, devemos dar testemunho de discípulos de Jesus, diz papa Francisco

Papa Francisco na audiência geral de hoje (22) / Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

Vaticano, 22 jun. 22 / 09:09 am (ACI).- “Assim como na vida, também na morte devemos dar testemunho de discípulos de Jesus”, disse o papa Francisco na audiência geral de hoje (22) aos fiéis na Praça de São Pedro. Continuando sua catequese sobre a velhice, o papa disse que “o fim da vida deve ser o fim da vida de discípulos: de discípulos de Jesus que nos fala sempre de acordo com a idade que temos”.

Na velhice, disse o papa é possível "aprender com nossa fragilidade e expressar a coerência de nosso testemunho de vida".

Ao refletir sobre o diálogo entre Jesus ressuscitado e Pedro, na conclusão do Evangelho segundo são João (21,15-23), o papa Francisco convidou os fiéis a se perguntarem como é sua relação com Jesus. Para Francisco, a relação com Jesus deve ser "terna, mas não insípida, direta, forte, livre e aberta”.

Uma relação "açucarada", disse o papa,  "afasta do verdadeiro Jesus, e até se torna ocasião para um caminho de fé muito abstrato, muito autorreferencial, muito mundano".

"Com a velhice vêm todas essas doenças, não temos a força dos jovens, mas Jesus também está na fraqueza, na doença e na morte".

“Os idosos não devem ter inveja dos jovens que tomam seu caminho, que ocupam seu lugar, que duram mais do que eles”, disse o papa Francisco.

Depois, alertou para a tentação do "protagonismo" durante os anos de velhice e assegurou que este é também um tempo “de provação”.

“A honra da sua fidelidade ao amor jurado, a fidelidade ao seguimento da fé em que crê, mesmo nas condições que os aproximam da despedida da vida, são o seu título de admiração pelas gerações vindouras e de reconhecimento agradecido por parte do Senhor”, concluiu o papa Francisco.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Começa hoje o X Encontro Mundial das Famílias: que ecoe a voz do Papa Francisco

Quando o Papa fala para as famílias, e diretamente para os casais, 
"eles escutam". | Vatican News

Nesta quarta-feira tem início o X Encontro Mundial das Famílias: Que as famílias brasileiras possam se reunir durante esta semana para ouvir o que o Papa Francisco irá dizer. Que os agentes de pastoral familiar proporcionem momentos de partilhas entre os casais dos discurso do Santo Padre pois, enfatiza o cardeal Farrell, “na vida conjugal também há santos”.

Marília de Paula Siqueira - Cidade do Vaticano

O Encontro Mundial das Famílias, tem início nesta quarta-feira em Roma. Famílias de todos os lugares irão participar. O cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, concedeu uma entrevista ao Vatican News antes do Encontro Mundial, com as perspectivas para aqueles que participarão presencialmente e também para aqueles que forem acompanhar de forma virtual. A Exortação Apóstólica pós-sinodal Amoris Laetitia será a base deste encontro.

O cardeal Farrell deseja que este encontro seja uma injeção de vitamina nas famílias católicas: “Acredito que a pandemia certamente causou uma grande ruptura na vida pastoral da Igreja em todos os níveis. E foi impossível por dois anos reunir grupos de pessoas. Era impossível organizar em nossas igrejas encontros de oração, conferências... Por isso, espero que o Encontro Mundial das Famílias que se realizará em Roma seja uma injeção de vitaminas na Igreja."

A expectativa deste encontro é que se “retome a questão da vida familiar, como sempre diz o Papa Francisco. Este é o tema central da Igreja neste momento: matrimônio e vida familiar. É aqui que devemos focar nossa atenção. Fazemos exatamente como o Papa nos pediu, para incutir uma nova vida nele",  sinaliza o prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

Sobre o acompanhamento de casais, um passo muito importante precisa ser dado: o de encontrar casais capacitados para o acompanhamento de outros casais. “Muitas pessoas gostariam de pular o primeiro passo, e o primeiro passo é encontrar casais que tenham as qualidades para poder acompanhar outros casais. Você tem que identificar os casais que têm a capacidade de ensinar, corrigir e ministrar a outras pessoas. Temos que selecionar pessoas que são boas no que estão fazendo. Esse é um ponto importante.”

O purpurado recordou ainda das famílias ucranianas “Por exemplo, sabemos que quando o Papa saudar os presentes no Festival das Famílias, também estarão presentes casais da Ucrânia. [Haverá] casais de muitas outras partes do mundo onde há diversas formas de perseguição religiosa e onde há violência, e eles vivem em estado de guerra":

“Quem pode fechar os olhos vendo o sofrimento de famílias, mães com seus filhos, enquanto os pais são deixados na Ucrânia para lutar, viajando para estranhos países estrangeiros onde nunca estiveram antes. Eles não têm familiares. Eles estão totalmente por conta própria. As pessoas não percebem que não é como se eles tivessem mudado toda a sua casa, como se eles tivessem uma dessas empresas de mudanças e mudassem tudo. Eles vão com uma pequena bolsa e não têm nada. A Igreja não podia ignorar essa realidade no mundo.”

Para finalizar, o cardeal Farrell pediu que as famílias ouçam o que o Papa tem dito “O Papa Francisco é amado. Eu acho que quando ele fala para as famílias e diretamente para os casais, eles escutam. Minha maior expectativa é que isso seja transmitido para todo o mundo.”

Que as famílias brasileiras possam se reunir durante esta semana para ouvir o que o Papa Francisco irá dizer. Que os agentes de pastorais familiares proporcionem momentos de partilhas entre os casais, dos discurso do Santo Padre pois, enfatiza o cardeal Farrell, “a vida conjugal também tem santos”.

Nossos canais realizarão as transmissões do X Encontro Mundial das Famílias.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 21 de junho de 2022

Razão Humana na Teologia

Formação | Canção Nova

Razão Humana na Teologia

 •1.      Sentidos do termo razão;

•2.      A razão na linguagem teológica;

•3.      Declarações da Igreja sobre a relação fé e razão;

•4.      Uso da razão na Teologia;

 

•1.     Sentidos do termo razão;

Normalmente entendemos a razão como a característica principal do ser humano, o que o distingue dos demais seres. Ela é considerada como uma faculdade humana com a qual o homem compreende o mundo que o circula, que o abre ao ser. Essa faculdade é diferente do sentimento, da experiência e da vontade. Não se opõe a elas, mas lhes é complementária.

Para a filosofia tomista a razão é o aspecto discursivo e ativo da potência intelectual humana. Diferencia-se do intelecto, pois este último é a “potência que constitui a alma humana em seu grau de perfeição.” A razão é entendida como o movimento do intelecto. O intelecto está no começo e no final da atividade discursiva da razão.

“A intelecção é a simples apreensão da verdade inteligível; o raciocínio é o movimento do pensamento procedendo de um objeto de conhecimento a outro para alcançar a verdade inteligível. O raciocínio é para a intelecção o que o movimento é a para o repouso ou a aquisição é para a posse; há entre estes termos a mesma relação que entre o imperfeito ao perfeito[1].”

A distinção clássica tomista entre intelecto (potência intuitiva e abstrativa) e razão (potência discursiva) recorda a distinção platônica entre dianoia e nous.

A razão universal é típica da Ilustração. É a razão constitutiva do homem que pode e deve atrever-se a conhecer, independente das autoridades. É meio inato ao homem de progresso, sinal de uma dignidade humana e oposta a toda forma de obscurantismo, de superstição e de ignorância. É segura de si mesma e crítica do saber tradicional ao ponto de se tornar objeto de culto (Revolução Francesa); no entanto, essa razão reduz os horizontes cognoscitivos, nessa época. Kant declara que a razão é incapaz de conhecer as essências das coisas e o homem é incapaz de se abrir à realidade. A razão pura se encontra epistemologicamente separada de Deus, do mundo e da alma humana, que são para elas meras idéias da razão ou ficções mentais.

A razão dialética do Idealismo é uma super-razão que tem por sujeito último a totalidade do ser (o Espírito Absoluto).

A razão científica moderna, também chamada de “razão instrumental” é a versão mais recente da razão ilustrada. Está totalmente vinculada à técnica, é uma razão sem conteúdo próprio e sem princípios intelectivos próprios. A razão é aqui o instrumento intelectual humano para um procedimento a serviço do progresso científico. Essa razão se encontra desacreditada na chamada “post-modernidade” que a reprova a incapacidade de fazer o mundo mais justo e habitável, sendo o homem condicionado pelas instâncias do poder. Se mostra, de fato, incapaz de construir um discurso sobre a totalidade; a razão post-moderna é uma razão fragmentária, responsável pelo “pensamento débil” atual.

•2.     A razão na linguagem teológica:

Na linguagem teológica dos Concílios Vaticano I e II, a razão é a faculdade intelectual de conhecer que possuem as criaturas como participação da correspondente perfeição não-criada (em Deus). A razão é também a capacidade de conhecer o nexo intrínseco das coisas, procedendo do sensível ao inteligível com as forças naturais.

A Teologia admite certo obscurecimento nessa capacidade humana como conseqüência do pecado original. A razão encontrará pois dificuldades no seu exercício, que serão maiores nas questões morais e nas questões relacionadas ao fim último do homem.

•3.     Declarações do Magistério da Igreja sobre as relações entre fé e razão:

  • a) O Concílio de Nicéia: foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, realizado no ano 325, para combater a heresia de Ario, que apresentava uma nova forma de compreender o dogma trinitário. Esse autor entendia a relação entre as pessoas divinas, assim como os neo-platônicos, que acreditavam que havia uma divindade hierarquizada em três hipóstasis: Uno – Inteligência – Alma. Cristo seria uma criatura do Pai. O Concílio respondeu a essa corrupção doutrinal afirmando que o Filho era em tudo igual ao Pai e que foi gerado desde toda a eternidade desde o Pai, mas não foi criado. Para isso, os Padres Conciliares formaram a expressão homoousios, quer dizer o filho é consubstancial ao Pai. Com isso a fé cristã usou pela primeira vez uma expressão proveniente da filosofia grega (ousia = substância) para expressar uma verdade de fé. Essa expressão não foi uma traição à verdade bíblica (objeção do “protestantismo liberal”), mas justamente o contrário: “o Concílio queria dar a entender inequivocamente que a Bíblia deve ser tomada literalmente e que ela não pode ser diluída em acomodações filosóficas e numa espécie de racionalidade capaz de explicar tudo. As reclamações que a filosofia fazia à fé tomaram uma direção oposta à buscada por Ario: enquanto que este media o Cristianismo com a vara da razão ilustrada e o remodelava de acordo com ela, os Padres conciliares utilizaram a filosofia para por em evidencia, de forma inconfundível, o fator diferenciador do Cristianismo[2].”
  • b) A Bula Ab Egyptiis do Papa Gregório IX aos professores da Universidade de Paris em 1228 reconhece a utilidade da filosofia nos assuntos teológicos; em 1231 o mesmo Papa enviou uma Bula chamada Parens Scientiarum ao abade de São Vitor e ao prior dominicano de Paris. Ali se mitiga proibições contra Aristóteles, emanadas do Concílio provincial de Paris em 1210.
  • c) Durante todo século XIX a Igreja defendeu a razão em assuntos teológicos contra o fideísmo de L Bautain (1796 – 1867); contra o tradicionalismo de A. Bonnetty (1798-1879). Um documento da Congregação do Índice afirmou: “ainda quando a fé está por em cima da razão, sem dúvida, não pode ocorrer entre elas nunca uma dissensão ou conflito real, posto que ambas procedem da mesma e única fonte de verdade eterna e imutável, que é Deus. Antes se ajudam mutuamente.” A Igreja condenou o semi-racionalismo de J. Hermes (1775-1831) e de A. Gunther (1783-1863). Na Constituição Dogmática sobre a fé católica do Concílio Vaticano I (1869-1870) lemos:

“Quando a razão iluminada pela fé busca diligentemente, com piedade e prudência, então chega a conseguir, com a ajuda de Deus, uma certa inteligência muito frutuosa dos mistérios, bem seja por analogia com o que conhece pela via natural, bem seja pela conexão de uns mistérios com outros e com o fim do homem. Sem dúvida, nunca poderá a ser capaz de penetrá-los como verdades que constituem seu objeto próprio. Mas, ainda que a fé esteja por cima da razão, jamais pode haver um verdadeiro conflito entre elas: posto que o mesmo Deus que revela os mistérios e comunica a fé é o que comunicou ao espírito humano a luz da razão, Deus não pode negar-se a si mesmo, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade. Esta aparência imaginária de contradição se origina na maioria das vezes, bem porque os dogmas de fé não foram entendidos ou expostos segundo a mente da Igreja, ou porque se tomam como conclusões da razão o que só são falsas opiniões.”

•4.     Exercício da razão na Teologia:

O uso adequado da razão é imprescindível para a Teologia. A ciência sobre Deus adquire assim a condição de sólido e verdadeiro conhecimento humano e se livre de sérios perigos, como o fideismo e o racionalismo. A razão introduz na Teologia o sentido crítico necessário e as comprovações respeitosas do conteúdo da fé permitem ao crente satisfazer as legítimas perguntas da sua inteligência. Podemos resumir a tarefa da razão na Teologia assim:

  • a) Procura analisar os dados da revelação, tenta comprovar seu valor, descobrir relações e definir objetos, delimitando suas propriedades e elementos constitutivos;
  • b) A razão teológica tenta fundamentar os preâmbulos da fé e faz ver que a Palavra de Deus merece ser aceita e crida;
  • c) Procura entender melhor as verdades da fé, advertir o sentido e a profundeza da cada uma delas e encontrar as articulações que unem umas às outras;
  • d) Examina as objeções contra a fé e procura dar uma resposta racional a estas;
  • e) A razão teológica procura fazer passar o conteúdo da fé desde o aspecto pessoal a uma expressão universal e pública, que possa ser compreendida e ensinada a outros.

[1] E. Gilson, O Tomismo, Pamplona, 2ª ed., 1989, p. 377.

[2] J. RATZINGER, Teoria dos princípios teológicos, Barcelona, 1985, 134.

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

O que está acontecendo no mundo?

St. Louis-Maria Grignion de Montfort | Guadium Press
Vossa divina lei é transgredida; Vosso Evangelho desprezado; abandonada, Vossa religião; torrentes de iniquidade inundam toda a terra; a terra toda está desolada: a impiedade está sobre um trono, Vosso santuário é profanado, e a abominação entrou até no lugar santo.

Redação (20/06/2022 08:55Gaudium Press) Se fizermos um resumo do que aconteceu no mundo, nos últimos meses, nosso modo de pensar e viver ficará abalado. Não haveria espaço em um artigo para divulgar tanta informação. Farei isso brevemente, com alguns fatos que estão acontecendo agora em todo o universo.

Uma pandemia que deixou 6,3 milhões de mortos, doentes crônicos e seus efeitos psicológicos.

Uma guerra que poderá levar à Terceira Guerra Mundial – como resultado da invasão russa da Ucrânia. Notícias, fotos e vídeos terríveis chegam até nós a todo momento. Mariupol, uma cidade transformada em um enorme cemitério e reduzida a escombros, com milhares de pessoas assassinadas ou forçadas a fugir. “Uma terra arrasada”, destacou o Arcebispo Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk: “A Ucrânia está queimando. A Ucrânia está pegando fogo” .

A fome. Uma crise alimentar poderá ser consequência da guerra na Ucrânia, considerada o celeiro do mundo, o quinto maior exportador de trigo, entre outros. Na Alemanha, o Ministério do Interior recomenda estocar água e alimentos por dez dias diante de uma possível crise de abastecimento, “porque a situação é muito grave”. A ONU teme “um furacão de fome”, especialmente nos países africanos.

Catástrofes naturais ou mudanças climáticas chamam a atenção em sua aparência, variedade e intensidade. Na Espanha, maio foi o mês mais quente desde 1961. Ao contrário, no Chile, o mais frio dos últimos 50 anos. Austrália com a maior queda de neve nos últimos 54 anos. No Japão, as inundações provocaram a evacuação de mais de 300 mil pessoas; no Brasil, causaram 120 mortes e 100 mil desalojados. México e outras nações caribenhas foram atingidas pelo furacão Agatha, o mais forte em sete décadas. Uma “onda de calor perigosa e mortal” está se aproximando do sudoeste dos EUA, alerta o Serviço Nacional de Meteorologia.

A crise nas famílias. Na preocupante degradação dos valores fundamentais, a família – que constitui um dos bens mais preciosos da humanidade nas palavras de João Paulo II – sofre um ataque como nenhuma outra instituição. Obscurecida, entre outras coisas, “pela poligamia, a epidemia do divórcio, o chamado amor livre e outras deformações” (Gaudium et spes, 47).

Aumento da taxa de suicídio no pós-pandemia. Mais da metade dos jovens espanhóis reconhecem problemas de saúde mental e muitos têm ideias suicidas, segundo a Fundação Mutua Madrileña e a Fundação Jovem FAD. Se fosse apenas a Espanha…, desde o início do ano, nos EUA, segundo a organização Gun Violence Archive, mais de 10.000 pessoas morreram por suicídio.

A vida do nascituro inocente não é respeitada, nem a vida do idoso ou doente. A defesa da vida parece coisa do passado. O “discurso” dos direitos humanos recusa-se a reconhecer a dignidade da vida em todas as suas etapas, do início ao fim, chegando a considerar com mais direitos os saudáveis ​​ou fortes do que os fracos com deficiência ou os idosos, considerando-os um peso para sociedade.

Os massacres que ocorreram ultimamente no país mais rico do mundo. Desde o início do ano, os Estados Unidos sofreram 237 tiroteios em massa, de acordo com o Gun Violence Archive. “Há mais assassinatos em massa do que dias no ano”, afirmou o senador democrata de Connecticut, Chris Murphy. O número de vítimas da violência armada é aterrador. Há 43 milhões de armas nas mãos de qualquer um. A crença mais recente – em ascensão – entre os cidadãos é que eles precisam de armas para sua segurança pessoal.

Tanta frequência de crueldade deixa-nos perplexos. O último incidente amplamente divulgado do jovem de 18 anos que cometeu o massacre em Uvalde, uma pequena cidade perto da fronteira mexicana, matando 19 crianças e dois professores, paralisou o mundo. Começa-se a entrar em um “mata-mata” incontrolável. O assassino, conhecido como especialmente violento, com comportamento agressivo, mas principalmente com as mulheres, vinha de uma família desfeita. Não teve nem a disciplina sadia nem a convivência social, certamente faltava-lhe afeto familiar.

Muitos fatores o terão influenciado a tomar uma atitude tão sanguinária. É difícil traçar um perfil dos assassinos que realizam tiroteios em massa. Esse indivíduo, por exemplo, sem antecedentes criminais ou relação com a escola, crianças ou professores que atacou, realiza um massacre sanguinário.

Vale ressaltar que a quantidade de material violento que está disponível para os jovens, em filmes ou videogames, acaba estimulando reações cruéis.

A violência está sendo a forma frequente de perseguições à Igreja. Apenas uma notícia breve e trágica, recente e pouco divulgada: mais de 38 católicos foram mortos em um ataque perpetrado durante a celebração de uma missa, em Owo, Nigéria. Atirando indiscriminadamente e detonando uma bomba. Já o chamam: “O massacre de Pentecostes”.

declínio do número de católicos na América Latina. Em 1970 havia 92% de católicos. Em 1995 80%, já em 2018, caiu para 59%.

A crise interna na Santa Igreja, onde se propõem ideias morais ou sociais contrárias aos ensinamentos do Magistério da Igreja.

Alegria, paz, bondade, mansidão, pureza desaparecem passo a passo dando lugar à inveja, discórdia, raiva, impureza, tristeza. Tudo isso nos deixa espantados, assustados, sem palavras. Faz-nos elevar o pensamento e gritar, como o fez São Luís Maria Grignion de Montfort na sua profética “Oração Abrasada”, da qual me atrevo a transcrever apenas alguns parágrafos. Encontraremos aqui a razão de tudo o que acontece:

“É tempo de agir, Senhor, lançaram por terra a vossa Lei, Vossa divina lei é transgredida; vosso Evangelho, abandonado; torrentes de iniquidade inundam toda aterra, e arrastam até os vossos servos; a terra toda está desolada, a impiedade está sobre o trono, vosso santuário é profanado e a abominação entrou até no lugar santo. Deixareis tudo assim ao abandono, justo Senhor, Deus das vinganças? Calar-vos-eis sempre? Tolerareis sempre? Não cumpre que seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu, e que venha a nós o vosso reino? Não mostrastes antecipadamente a alguns de vossos amigos uma futura renovação de vossa Igreja? Amém. Vem, Senhor Jesus” (Ap 22, 20).

O santo se condoía em ver Deus “todos os dias tão cruel e tão impunimente ofendido”. É por isso que ele implora, no final de sua oração:

“Erguei-Vos, Senhor! Por que pareceis dormir? Erguei-Vos em vossa onipotência, em vossa misericórdia e em vossa justiça para formar uma companhia seleta de guardas que velem a vossa casa, defendam a vossa glória e salvem as vossas almas, afim de que haja um só rebanho e um só pastor, e que todos Vos rendam glória em vosso templo. Amém.”

Quais poderão ser as consequências? Bem, já as estamos vendo e vivendo: “Guerra, fome, perseguição à Igreja e ao Santo Padre, várias nações serão aniquiladas”, diz a Mensagem de Fátima.

Por Pe. Fernando Gioia, EP

(Publicado originalmente em La Prensa Gráfica de El Salvador, 19/06/2022. )

www.reflexionando.org

Fonte: https://gaudiumpress.org/

A cultura do imediatismo e uma geração doente

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Por Talita Rodrigues

Já ouviu a frase: "Trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem”? Isso até soa bonito, mas quem adota esse tipo de comportamento pode adoecer.

Todos nós sabemos que vivemos na cultura do imediatismo. Tudo deve ser para ontem. Entre tantas outras comodidades, hoje, você tem na palma das suas mãos aplicativos para comprar livros em menos de três minutos, aplicativos que oferecem uma refeição no máximo em uma hora sem sair de casa.

Estamos mal acostumados. Por isso, essa cultura do imediatismo nos torna cada vez mais doentes. E a falta de sentido de viver se faz cada vez mais presente dentro dos consultórios de psicologia. 

Aposto que você já deve ter escutado aquelas frases: “trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem”. O fato é que isso até soa bonito, mas é extremamente doentio – e se você adota esse tipo de comportamento você adoece. 

A vida não é uma competição. A vida é como tem que ser PARA VOCÊ. Descanse e trabalhe, divirta-se e estude. Só não deixe a era e a cultura do imediatismo te consumir, a ponto de você perder as coisas mais essenciais desta vida: o seu propósito e o seu sentido de viver. 

Cultura imediatista e líquida

Vivemos em uma cultura imediatista e líquida, em que absolutamente nada foi feito para durar. Afinal de contas, nada exige esforço. É por isso que temos, por exemplo, relacionamentos de três meses assumindo um compromisso de noivado para um futuro matrimônio. E sinto muito desapontá-los, mas esse comportamento faz parte dessa onda imediatista e, por isso, a chance de não dar certo é grande. Relato isso aqui não por puro achismo, mas por experiência clínica. Todos os dias eu atendo corações quebrados e machucados. 

Estamos tão acostumados com o imediatismo que exigimos das pessoas com que nos relacionamos coisas imediatas. Não sabemos esperar e até – muitas vezes – perdemos a capacidade de perceber e respeitar o tempo do outro, que não é o mesmo tempo que o nosso.

Imediatismo e doença  

A era do imediatismo nos adoece. Somos uma geração doente, em busca de algo que nos dê um pouco mais de sentido, sem perceber que estamos indo na direção contrária do que buscamos. 

Mas é possível viver dentro de uma cultura assim e não deixar com que ela defina os padrões e comportamentos para a sua vida. Como? Volte um pouco, e comece a se lembrar das coisas difíceis, quando não existia iFood, Kindle, e entre tantos outros aplicativos que facilitavam um pouco mais a nossa vida.

Volte-se à essência. Volte-se à simplicidade e à luta para conquistar o que mais deseja. Será árduo, uma luta dura contra uma cultura que entrega coisas em um clique. 

Nunca se esqueça: é preciso voltar ao início. É preciso esforço. É preciso força para não ceder à cultura do imediatismo que só adoece.

Encontrar o propósito de viver

Uma espera, um descanso e o fato de não precisar competir com outras pessoas devolverão a você o sentido e o seu propósito de viver.

É na simplicidade que enxergamos que precisamos de pouco para ser feliz. 

Portanto, tenha a coragem de nadar contra a maré. Tenha a coragem de assumir a vida que você quer viver – e não ter vergonha disso. 

Chega de romantizar coisas que não devem ser romantizadas e que consomem a sua saúde. Assuma e banque com o que faz sentido para você – e você verá sua vida se transformar. 

Para ler mais conteúdos como este, clique aqui e siga a psicóloga Talita Rodrigues no Instagram.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa: "arrisca, meu irmão", junto aos pobres e indígenas da Amazônia

Audiência com o Papa Francisco | Vatican News

‘Arrisca, meu irmão, se você não arriscar, já está errando’. Essa foi uma das indicações do Papa ao desabafo de um dos 17 bispos que foram recebidos nesta segunda-feira (20), no Vaticano. A delegação, representando o Regional Norte 1 da CNBB (Estados do Amazonas e Roraima) e o Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia), deu de presente ao Papa um cocar e um quadro-denúncia intitulado "SOS Yanomami", pintado ainda no ano de 1989 por um artista indígena local.

Silvonei José, Bianca Fraccalvieri e Andressa Collet - Vatican News

Mitra ou cocar? Não poderia haver um presente mais característico para o Papa Francisco dos bispos vindos da Amazônia in visita ad Limina no Vaticano, mais especificamente dos representantes do Regional Norte 1 da CNBB (Estados do Amazonas e Roraima) e do Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia). Os 17 bispos foram recebidos na manhã desta segunda-feira (20).

Para o arcebispo de Porto Velho, em Rondônia, dom Roque Paloschi, foi um encontro de comunhão, esperança e coragem. "De comunhão porque ele acolheu tudo aquilo que nós trouxemos da realidade de nossas igrejas na Amazônia. De esperança, porque ele nos motivou a vivermos a nossa missão de pastores e não burocratas, de não perdermos este foco. E de coragem, para estar junto com as populações mais pobres e, sobretudo, que a Igreja saiba respeitar as culturas, o desafio da encarnação":

“Diante desse desafio que temos hoje, da escassez de clero, das dificuldades econômicas, a questão da situação desesperadora do desrespeito dos primeiros habitantes das terras de Santa Cruz que moram lá, ele (o Papa) usou a expressão ‘arrisca, meu irmão, se você não arriscar, já está errando’. Quer dizer, nós não temos que ter medo para também nos lançarmos nos novos desafios, vivendo sobretudo a fidelidade aos pobres. [...] Ele também nos pediu para sermos pastores, não burocratas; pastores com cheiro de ovelha e a cercania com o povo.”

Para mons. Lúcio Nicoletto, administrador diocesano de Roraima, Francisco encorajou os bispos a atuarem "sem medo de encarar os desafios que nos apresenta o momento atual, que precisa de uma palavra profética para anunciar a esperança do Evangelho da vida, mas também denunciar tudo aquilo que pisoteia os direitos fundamentais das populações indígenas e do cuidado com a casa comum".

Dom Roque e mons. Lúcio | Vatican News

O olhar do Papa para a Amazônia

Através desse encontro humano e fraterno, com os bispos sendo incentivados à proximidade diária "com os últimos e sem medo de arriscar", dom Roque contou que o Papa voltou a falar da Conferência de Aparecida de 2007, que reuniu o episcopado latino-americano e do Caribe, e de como ficou "intrigado" de como se falava tanto sobre a questão da ecologia na época. Além dos bispos da Amazônia, o arcebispo de Porto Velho comentou que a Laudato si' ajudou o Pontífice a dar esse passo em direção à importância do tema, como o próprio Sínodo dos Bispos para a Amazônia em 2019 e a exortação apostólica pós-sinodal de 2020 "Querida Amazonia":

"A 'Querida Amazonia' é esse abraço de ternura e de carinho que ele assumiu não só para a questão dos biomas amazônicos, mas o cuidado e - eu até usei essa expressão com ele - do Jardim de Deus, da casa comum, e a preocupação com as gerações vindouras. Então, o Papa demostrou, assim, esse empenho e essa clareza de que nós não podemos abrir mão daquilo que é a nossa missão de cuidar desse Jardim, que foi confiado a nós, mas não só para nós, para todas gerações. E reforçou por três vezes a importância de nós aprendermos cotidianamente também com os povos originários, com os povos indígenas, essa relação harmoniosa e respeitosa com a criação. E, sobretudo, nos pediu a coragem e a ousadia de não ter medo de dar passos também no sentido de viver uma fé que seja encarnada nesta realidade onde se está: não querer voltar ao esquema da colonização, mas, pelo contrário, entrar e mergulhar nas culturas. Isso foi muito bonito!"

O quadro "SOS Yanomami" dado ao Papa

Segundo mons. Lúcio, a audiência com o Papa foi para reabastecer o coração após tantos desafios numa missão que é muito exigente: o Pontífice parecia "estar no esperando para nos encorajar e nos acolher e, pela primeira vez, nada de puxão de orelha", brincou ele. Em nome do povo de Roraima, o Monsenhor presenteou o Papa com um quadro produzido em 1989 por um artista local, o indígena Cardoso, que por muitos anos pintou o sofrimento e a esperança do povo amazônico. O título da obra dada a Francisco é emblemático "SOS Yanomami", uma das maiores etnias da Amazônia, que na época servia de denúncia ao sofrimento dos povos nativos daquela região por causa dos "direitos pisoteados e de questões como o extrativismo, o desmatamento, a falta de preservação ambiental e a falta de respeito para com a populações".

"Hoje, depois de 33 anos, esse quadro continua terrivelmente atual. Porque continua denunciando a falta de respeito que nós deveríamos ter, de maneira especial, a parte pública, para com as populações nativas que são para nós motivo para a gente rever inclusive o nosso estilo de vida. O Papa Francisco, então, conclama a todos a rever a nossa maneira de viver a partir de uma cultura que respeite a casa comum."

O Papa também ganhou um cocar da delegação da Amazônia

"Quero viver minha missão até Deus permitir"

Ao ser questionado por Silvonei José sobre como está a saúde do Papa, para quem de perto pode conferir, o arcebispo de Porto Velho confirmou que Francisco "manifestou que tem muitos desafios, mas que não passa pela cabeça isso que tá saindo na imprensa (de renunciar): ‘eu quero viver a minha missão até que Deus me permitir', disse ele. E pronto". Monsenhor Lucio reforçou o pensamento de dom Roque, dizendo que viu o Papa dentro da sua fragilidade, mas "também com uma força muito grande e que traz para nós uma grande força! Às vezes até a gente tem vergonha na cara por ficar aí se queixando de tanta coisa, e olha o Papa como é que ele está com aquela animação toda!". E dom Roque finalizou:

“Saio me sentindo muito contemplado desse abraço amoroso e carinhoso do Papa Francisco com toda nossa região Amazônica.”

A visita ao Vaticano termina na próxima sexta-feira (24) e ao longo da semana a delegação da Amazônia visita dicastérios, conselhos e comissões do Vaticano, além de constar na programação a celebrarão da Eucaristia nas quatro Basílicas Maiores de Roma: São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo fora dos Muros.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Papa Francisco abençoa pálios de novos arcebispos na solenidade de são Pedro e são Paulo

Papa Francisco / Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

Vaticano, 21 jun. 22 / 10:12 am (ACI).- O escritório de cerimônias litúrgicas informou que no dia 29 de junho, solenidade dos santos apóstolos são Pedro e são Paulo, o papa Francisco celebrará missa na basílica de São Pedro e abençoará os pálios dos novos arcebispos metropolitanos.

A missa começará às 9h30 (4h30 no horário de Brasília) e contará com a presença dos patriarcas, cardeais e arcebispos metropolitanos nomeados durante o ano passado.

O pálio do arcebispo é a insígnia exclusiva dos arcebispos residenciais ou metropolitanos e recorda a unidade com o sucessor de Pedro. Trata-se de uma faixa de lã branca em forma de gola, adornada com seis cruzes de seda preta. É semelhante a uma estola e é usado como escapulário.

A lã significa a dureza da repreensão aos rebeldes; a cor branca, benevolência para com os humildes e penitentes. Quatro cruzes localizadas na frente e atrás, à direita e à esquerda, o que significa que o bispo deve ter vida, ciência, doutrina e poder. Relaciona-se também com as quatro virtudes cardeais: prudência, fortaleza, temperança e justiça.

Tradicionalmente, no início da Eucaristia em 29 de junho, papa se detém em silêncio orante diante da estátua de são Pedro e reza no túmulo do apóstolo Pedro, que está sob o altar da Cátedra.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF