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sexta-feira, 24 de março de 2023

Delegações da Amazônia participam da Conferência da ONU sobre a Água

REPAM na Conferência da ONU sobre a Água (Vatican News)

REPAM, CEAMA, PUAM, Rede AUSJAL, ACQUAS e Universidade da Água estão unindo forças para tornar visíveis e apresentar as propostas das pessoas e comunidades vulneráveis da Amazônia em relação ao acesso à água limpa para toda a humanidade.

Vatican News

Conferência das Nações Unidas sobre Água 2023 se realiza entre os dias 22 a 24 de março em Nova Iorque para acelerar a mudança necessária para resolver a crise da água e do saneamento no mundo. Segundo o site oficial da ONU, "a Conferência será uma oportunidade única para buscar soluções para a atual crise da água e do saneamento".

Nesta ocasião, "os governos e todas as partes interessadas se unirão neste evento para assumir compromissos voluntários para acelerar o progresso no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (água limpa e saneamento) e outras metas internacionalmente acordadas relacionadas à água". A iniciativa visa que estes compromissos formem a chamada “Agenda de Ação da Água, um plano rápido e transformador no qual sua ação individual também possa ser refletida".

A Amazônia em defesa da água

Há alguns anos, o Vaticano vem realizando um intenso trabalho de reflexão e mobilização internacional sobre o acesso à água, com a presença de lideranças dos territórios mais ameaçados dos cinco continentes, incluindo a Amazônia.

Unidos nesta causa, a delegação amazônica participará da Conferência da ONU sobre a Água com representantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) e do Programa Universitário da Amazônia (PUAM), em aliança com a Rede AUSJAL (uma rede de 30 universidades confiadas à Companhia de Jesus na América Latina), o Instituto da Água e Saneamento (mais conhecido como Universidade da Água, na Argentina) e ACQUAS (Programa Internacional da Água do Instituto para o Diálogo Global e a Cultura do Encontro).

Um dos objetivos é tornar visíveis as propostas de pessoas e comunidades da Amazônia que são vulneráveis com relação ao acesso à água limpa apresentadas às Nações Unidas em 2021 e que fazem parte do Relatório do Relator das Nações Unidas para Água Limpa sobre Povos Indígenas e Água. Algumas dessas propostas estão incluídas no 2º Relatório sobre Violações de Direitos Humanos da REPAM, apresentado às Nações Unidas em novembro de 2022, em Genebra.

A Amazônia na Conferência da Água

No âmbito do Dia Internacional da Água, cujo tema para este ano é "Água para todos: não deixar ninguém para trás", a Amazônia participará de vários espaços na Conferência:

No dia 23 de março às 12h30 (horário de Nova Iorque), será realizado um evento paralelo sobre o tema "Água e esperança: experiências e desafios para a promoção do desenvolvimento sustentável e o cuidado da casa comum", organizado pela FUTRASAFODE em parceria com várias instituições, incluindo CEAMA e PUAM. Entre os participantes estará o Cardeal Pedro Barreto, Presidente do CEAMA. Uma mensagem especial do Papa Francisco será compartilhada durante o evento.

Também no dia 23 de março às 14h00, a indígena Rosita Silvano Cuscchinchinari, defensora e líder do povo Yine e estudante da 3ª Escola de Direitos Humanos da REPAM 2022, apresentará o caso da bacia do rio Las Piedras, em Madre de Dios, Peru. Ela participa do Side Event oficial da Conferência, organizado pelo Mining Workin Group - MWG, com o tema: "Impactos das indústrias extrativas sobre a água e o meio ambiente: proteção e responsabilidade através de uma estrutura de direitos humanos".

Na manhã do dia 24 de março, às 8h30, a REPAM também participará da Conferência com a presença de Carol Jeri, jurista da Caritas Madre de Dios, que acompanha o caso da Bacia do Rio das Piedras (Peru). Carol foi aluna da 2ª Escola de Direitos Humanos da REPAM e co-facilitadora do Módulo de Incidência da 3ª Escola, realizado em julho passado em Manaus. Este evento paralelo é coordenado por Pax Christi International, Catholic Nonviolence Initiative e Proclade Internazionale Onlus: "Água e desenvolvimento integral das comunidades: desafios e propostas".

Incidência Internacional

No âmbito da Conferência da ONU sobre Água. 2023, as delegações da REPAM, CEAMA e PUAM participarão de outros espaços internacionais relevantes de incidência política, tais como reuniões com relatores especiais da ONU para os direitos dos povos indígenas e para água limpa e saneamento; reunião com a Santa Sé nas Nações Unidas; reuniões com comunidades cristãs; reunião com a OEA (Organização dos Estados Americanos), área dos povos indígenas; jornada de trabalho com o Mining Working Group, que reúne congregações católicas membros do ECOSOC da ONU, com o qual a REPAM tem trabalhado em aliança desde 2014.

Fonte: Comunicações REPAM

quinta-feira, 23 de março de 2023

A quaresma e o número 40: um simbolismo ligado a períodos de mudança

Ivan Kramskoi | PD
Jesus passa 40 dias no deserto

A Quaresma é associada aos 40 dias de Jesus no deserto, mas o número aparece em vários outros episódios-chave das Sagradas Escrituras.

A Quaresma é um tempo litúrgico abertamente ligado ao número 40. De fato, a própria palavra “quaresma” vem do latim “quadragesima dies“: significa “o quadragésimo dia” e faz referência ao período de 40 dias entre a Quarta-Feira de Cinzas e o Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa.

O Papa Bento XVI falou do significado litúrgico dos “quarenta dias da Quaresma” durante a audiência geral de 22 de fevereiro de 2012, quando assim o resumiu:

“Trata-se de um número que exprime o tempo da expectativa, da purificação, do regresso ao Senhor e da consciência de que Deus é fiel às Suas promessas”.

A quaresma e o número 40

As Sagradas Escrituras trazem uma abundante relação entre o número 40 e períodos importantes de preparação, expectativa e mudança. Recorde alguns exemplos:

  • Deus fez chover 40 dias e 40 noites nos tempos de Noé (Gênesis 7,4);
  • Moisés passou 40 dias de jejum no Monte Sinai, a sós com Deus (Êxodo 24,18);
  • O povo de Israel passou 40 anos em êxodo pelo deserto rumo à Terra Prometida (Números 14,33);
  • Elias passou 40 dias e 40 noites caminhando até o Monte Horeb (1 Reis 19,8);
  • Israel viveu 40 anos de paz sob os juízes (Juízes 3,11);
  • Duraram 40 anos os reinados de Saul (Atos 13,21), Davi (II Samuel 5,4-5) e Salomão (I Reis 11,42), os três primeiros reis de Israel;
  • Jonas profetizou 40 dias de julgamento para que Nínive se arrependesse (Jonas 3,4);
  • Jesus foi levado por Maria e José ao templo 40 dias após Seu nascimento (Lucas 2,22);
  • Jesus jejuou durante 40 dias no deserto, onde foi tentado pelo demônio (Mateus 4,1–2; Marcos 1,12–13; Lucas 4,1–2);
  • Durante 40 dias, Jesus ressuscitado instruiu os discípulos antes de subir ao Céu e enviar o Espírito Santo (Atos 1,1-3).
Também há quem considere que Jesus tenha estado fisicamente morto durante cerca de 40 horas: das 3 da tarde da Sexta-Feira Santa até aproximadamente as 7 da manhã do Domingo de Ressurreição, embora a Bíblia não mencione a hora em que Ele ressuscitou.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Jesus Cristo Histórico

Jesus Cristo | Cléofas

O Jesus Cristo Histórico

 POR PROF. FELIPE AQUINO

No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene…” (Lc 3,1)

Algumas pessoas afirmam que Jesus Cristo nunca existiu. Alegam que a vida de Jesus e os evangelhos são mitos criados pela Igreja. Essa lamentável afirmação se baseia, principalmente, na crença de que não existem registros históricos de Jesus.

Tal carência de registros seculares (isto é, não ligados à esfera religiosa) não deve surpreender os cristãos de hoje. Primeiro, porque apenas uma pequena fração dos registros escritos sobreviveram ao tempo (nada, nada, são 20 séculos!). Segundo, porque existiam poucos – se é que de fato realmente existiam – “jornalistas” na Palestina do tempo de Jesus. Terceiro, porque os romanos viam o povo judeu como apenas mais um dos grupos étnicas que precisavam tolerar; os romanos tinham pouquíssima consideração para com o povo judeu. Finalmente, porque os líderes judeus também ansiavam esquecer Jesus. Assim, os escritores seculares somente começaram a se referir sobre o Cristianismo quando este movimento religioso tornou-se popular e começou a incomodar o estilo de vida que tinham.

Ainda que os testemunhos seculares sobre Jesus sejam raros, existem alguns poucos que sobreviveram ao tempo e faz referências a Ele. Não é de se surpreender que os registros não cristãos mais antigos tenham sido feitos por judeus. Flávio Josefo, que viveu até 98 dC, era um historiador judeu romanizado. Ele escreveu livros sobre a História dos Judeus para o povo romano. Em seu livro, “Antiguidades Judaicas”, ele faz algumas referências a Jesus. Em uma delas, ele escreve:

“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas” (Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII, 3,2).

Muito embora diversas formas deste texto em particular tenham sobrevivido nestes vinte séculos, todas elas concordam com a versão citada acima. Tal versão é considerada a mais próxima do original – reduzindo as suspeitas de adulteração do texto por mãos cristãs. Em outros lugares de sua obra, Josefo também registra a execução de São João Batista (XVIII,5,2) e o martírio de São Tiago o Justo (XX,9,1), referindo-se a este como “o irmão de Jesus que era chamado Cristo”. Deve-se notar que o emprego do verbo “ser” no passado, na expressão “Jesus que ERA chamado Cristo” testemunha contra uma possível adulteração cristã já que um cristão certamente escreveria “Jesus que É chamado Cristo”.

Uma outra fonte judaica, o Talmude, faz algumas referência históricas a Jesus. De acordo com o Dicionário da American Heritage, o Talmude é “a coleção de antigos escritos rabínicos que consiste da Mishná e da Gemara, e que constitui a base da autoridade religiosa para o Judaísmo tradicional”. Ainda que não faça referência explícita ao nome de Jesus, os rabinos identificam a pessoa em questão com Jesus. Essas referências a Jesus não são simpáticas nem a Ele nem à sua Igreja. Esses escritos também foram preservados através dos séculos pelos judeus, de maneira que os cristão não podem ser acusados de terem adulterado o texto.

O Talmude registra os milagres de Jesus; não é feita nenhuma tentativa de negá-los, mas relaciona-os como frutos de artes mágicas do Egito. Também sua crucificação é datada como tendo “ocorrido na véspera da Festa da Páscoa”, em concordância com os evangelhos (Luc 22,1ss; Jo 19,31ss). Também de forma semelhante ao evangelho (Mat 27,51), o Talmude registra a ocorrência do terremoto e o véu do templo que se dividiu em dois durante a morte de Jesus. Josefo, em sua obra “A Guerra Judaica” também confirma esses eventos.

No início do séc. II, os romanos começaram a escrever sobre os cristãos e Jesus. Plínio o Moço, procônsul na Ásia Menor, em 111 dC escreveu em uma carta dirigida ao imperador Trajano:

“…[os cristãos] têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição…” (Plínio, Epístola 97).

Uma atenção especial deve ser dada à frase “a Cristo como se este fosse um deus”; trata-se de um testemunho secular primitivo atestando a crença na divindade de Cristo (Jo 20,28; Fil 2,6). Também é interessante comparar esta passagem com At 20,7-11, que é uma narração bíblica sobre a primitiva celebração cristã do domingo.

Um outro historiador romano, Tácito, respeitado pelos modernos pesquisadores por causa de sua precisão histórica, escreveu em 115 dC sobre Cristo e sua Igreja:

“O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judeia… mas também em toda a cidade de Roma…” (Tácito, “Anais” XV,44).

Mesmo desprezando a fé cristã, Tácito tratou a execução de Cristo como fato histórico, fazendo relação com eventos e líderes romanos (cf. Luc 3,1ss).

Outros testemunhos seculares ao Jesus histórico incluem Suetônio em sua “Biografia de Cláudio”, Phlegan (que registrou o eclipse do sol durante a morte de Jesus) e até mesmo Celso, um filósofo pagão. Precisamos manter em mente que a maioria dessas fontes não eram apenas seculares mas também anticristãs. Esses autores seculares, inclusive os escritores judeus, não desejavam ou intencionavam promover o Cristianismo. Eles não tinham motivação alguma para distorcer seus registros em favor do Cristianismo. Plínio realmente punia os cristãos pela sua fé. Se Jesus fosse um simples mito ou sua execução uma mentira, Tácito teria relatado tal fato; certamente, ele não teria ligado a execução de Jesus com líderes romanos. Esses escritos, portanto, apresentam Jesus como um personagem real e histórico. Negar a confiabilidade dessas fontes que citam Jesus seria negar todo o resto da história antiga.

Não é intenção deste artigo provar que esses antigos escritos seculares testemunham que Jesus seja o Filho de Deus ou o Cristo. Porém, esses registros mostram que um homem virtuoso chamado Jesus viveu nesta Terra no início do séc. I dC e fundou um movimento religioso que perdura até os nossos dias. Esse Homem foi chamado de Cristo – o Messias. Os cristãos do primeiro século também O consideravam como Deus. Por fim, esses escritos suportam outros fatos encontrados na Bíblia a respeito da vida de Jesus. Logo, afirmar que Jesus nunca existiu e que sua vida é um mero mito compromete a confiabilidade de toda a história antiga.

Fonte: A Catholic Response Inc.

Você sabia que a Quaresma é dividida em duas partes?

udra11 | Shutterstock
Por Philip Kosloski

Cada parte tem seu próprio foco e nos ajuda a entrar mais profundamente na Paixão de Jesus Cristo.

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A Quaresma é um tempo litúrgico da Igreja Católica que tem múltiplas dimensões – e elas nem sempre são imediatamente perceptíveis. Exemplo: a Igreja, tradicionalmente, divide o tempo da Quaresma em duas partes, a fim de nos ajudar a focar em duas realidades espirituais diferentes.

Essas duas partes têm temas específicos e até “apelidos” próprios no calendário litúrgico. O primeiro período começa na Quarta-feira de Cinzas. É chamado de “início dos dias de jejum”. Essa parte termina no sábado, véspera do quinto domingo da Quaresma.

Já a segunda parte da Quaresma consiste na “Grande Quinzena” e considera os sofrimentos interiores de Cristo mais do que os sentimentos dos penitentes.

Resumindo as duas partes da Quaresma

Em outras palavras, a primeira metade da Quaresma é focada em “nós”, na nossa pecaminosidade e na necessidade de arrependimento. Essa parte nos ajuda a focar na renovação interior, preparando nossos corações para receber a luz de Cristo em nossas vidas.

Por outro lado, a segunda metade da Quaresma dirige o nosso olhar especialmente para Cristo sofredor. Começamos a entrar em sua Paixão e nos acontecimentos que levaram à sua morte. Essa parte da Quaresma ajuda-nos a compreender as consequências dos nossos pecados e o grande amor que Jesus tem por nós. Apresenta uma oportunidade para meditar mais especificamente sobre a Paixão de Cristo, tal como é retratada nas Estações da Via Sacra.

Enfim, a Igreja, na sua sabedoria, compreende a necessidade de nos dar temas espirituais específicos para meditar durante a Quaresma, preparando gradualmente os nossos corações para a grande festa da Páscoa. Devemos, portanto, preparar nossos corações para um presente tão maravilhoso e essas duas partes da Quaresma nos ajudam a fazer exatamente isso.


Via - Sacra

Via - Sacra | catequizar

VIA – SACRA

Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

Textos inspiradores: Então, Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser vir em meu seguimento, renuncie a si mesmo, pegue sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Pois resolvi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado”, escreveu São Paulo (1Co 2,2). “Nós, porém, pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos… Mas, para nós, Ele é o Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Co 1,23-25). 

1º Ao falarmos da via-sacra, não podemos desvinculá-la da cruz e nem esta, do amor de Cristo, por nós. Ele não nos salvou por decreto divino: encarnou-se. Assumiu nossa natureza humana, em tudo igual a nossa, menos no pecado. Jesus não brincou de salvar-nos. Mostrou-nos que, quem ama mesmo, vai até às últimas consequências: até à morte, na cruz ou através de outra forma, não excluso o martírio. A cruz mostrou toda a maldade do pecado: rejeição de Deus… ou blasfêmia contra Ele. Jesus não foi obrigado pelo Pai, a assumir cruz. Não foi um carrasco para o Filho. Foi e continua sendo Pai. Nossa salvação foi ato Trinitário. O crucificado foi Jesus Cristo, mas o ato salvífico foi das três pessoas trinitárias. 

2º Jesus veio fundar o Reino de Deus. não uma empresa religiosa. Mandou obedecer ao Pai e evangelizar, peregrinando pelo mundo. (Mt 28,19-20). Não prescreveu tudo, nos mínimos detalhes, mas enviou o Espírito Santo para completar Sua obra. Além disso, deixou Pedro como o Primaz. (Mt 16,18-19; Jo 21,15-19). A organização da Igreja foi acontecendo aos poucos. Ademais, os apóstolos não eram intelectuais, mas pescadores, que se tornaram pastores. Mandou-os evangelizar e orar. Mais: pediu-lhes que fossem fiéis, até o fim. Foram. 

3º Via-sacra. É um comovente exercício de piedade cristã. A cruz, instrumento imposto a Jesus, para nossa salvação, foi sendo, aos poucos, descoberta, em sua importância, pelos fiéis. A Via-sacra consiste então, em rezando meditar os diversos passos da caminhada de Cristo, para o calvário. São 14 estações. Refazem de certo modo a caminhada de Jesus Cristo, do Pretório de Pilatos, até ao monte calvário, carregando nossa cruz. Participar da via-sacra, não deixa de ser, um grande exercício de piedade cristã. Recordar é viver. Viver, como cristão, é seguir Jesus Cristo: e este crucificado. A via-sacra é de modo especial, vivenciada na quaresma, como tempo de preparação para a Páscoa, o acontecimento maior do cristianismo (Ressureição). O Papa a realiza na quarta-feira Santa, no coliseu de Roma. 3.1 A devoção da via-sacra nasceu na idade média. É veneração e não adoração da cruz e nem simples exaltação do sofrimento. A adoração se dirige a Cristo, que crucificado, morreu e ressuscitou. Essa devoção se estendeu à toda Igreja, no século XV. No século XVII, se fixou em 14 o número de estações. Nos tempos atuais, se acrescenta a décima quinta: a Ressureição. De fato, de nada teria adiantado Cristo morrer, se morrendo, não ressuscitasse. Não seguimos um vencido, um derrotado, mas um vencedor. Jesus não foi um mero sentenciado. Ele assumiu um programa: uma missão. Foi fiel. 

4º É preciso, por isso, participar da via-sacra, sem cair no dolorismo. Cristo sofreu e nós na vida sofreremos, querendo ou não. Não encontramos, apenas, cruzes em nossas rodovias, mas também em nossas próprias vidas. A pós-modernidade não gosta de refletir sobre a morte: a finitude humana. Por isso, constatamos, mormente na Europa, a presença do sentimento de angústia, quando não de desespero na existência. Nós cristãos, também, percebemos um mistério na realidade da morte, tal qual experenciamos. Mas, para nós, ninguém chega à casa do Pai, sem passar pela morte. Não precisamos ter pressa de morrer, mas sim de entrarmos, mais profundamente, no mistério do sofrimento que circunda nossas vidas. Boas reflexões.

Na consagração ao Imaculado Coração de Maria a esperança da paz

Basílica de São Pedro  (Vatican Media)

A 25 de março de 2022, foi em ligação especial com o Santuário de Fátima que, em Roma, na Basílica de S. Pedro, o Papa consagrou a humanidade ao Imaculado Coração de Maria. Recordamos todas as palavras de Francisco.

Rui Saraiva – Portugal

No Santuário de Fátima, em representação do Papa Francisco, esteve o cardeal Konrad Krajewski para um momento especial de oração mundial. No regresso da guerra à Europa na invasão da Rússia à Ucrânia, o Santo Padre consagrou estes países e toda a humanidade ao Imaculado Coração de Maria.

Passado um ano recordamos aqui todas as palavras de Francisco em jeito de prece contínua na esperança da paz.

Foi numa Celebração Penitencial na Basílica de S. Pedro, na sexta-feira dia 25 de março de 2022, que o Papa Francisco consagrou a humanidade ao Coração Imaculado de Maria. Por todo o mundo foi seguido este Ato de Consagração que teve na celebração em simultâneo com Fátima uma especial ligação espiritual.

Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria

Foram estas as palavras do Papa Francisco:

Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz.

Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!

Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais conosco e conduzis-nos com ternura mesmo nas situações mais apertadas da história.

Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio.

Assim fizestes em Caná da Galileia, quando apressastes a hora da intervenção de Jesus e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. Quando a festa se mudara em tristeza, dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus, porque hoje esgotamos o vinho da esperança, desvaneceu-se a alegria, diluiu-se a fraternidade. Perdemos a humanidade, malbaratamos a paz. Tornamo-nos capazes de toda a violência e destruição. Temos necessidade urgente da vossa intervenção materna.

Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:

Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;

Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;

Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;

Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;

Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;

Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;

Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;

Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.

O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada.

Santa Mãe de Deus, enquanto estáveis ao pé da cruz, Jesus, ao ver o discípulo junto de Vós, disse-Vos: «Eis o teu filho!» (Jo 19, 26). Assim Vos confiou cada um de nós. Depois disse ao discípulo, a cada um de nós: «Eis a tua mãe!» (19, 27). Mãe, agora queremos acolher-Vos na nossa vida e na nossa história. Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria.

Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz. O sim que brotou do vosso Coração abriu as portas da história ao Príncipe da Paz; confiamos que mais uma vez, por meio do vosso Coração, virá a paz. Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo.

Por vosso intermédio, derrame-se sobre a Terra a Divina Misericórdia e o doce palpitar da paz volte a marcar as nossas jornadas. Mulher do sim, sobre Quem desceu o Espírito Santo, trazei de volta ao nosso meio a harmonia de Deus. Dessedentai a aridez do nosso coração, Vós que «sois fonte viva de esperança». Tecestes a humanidade para Jesus, fazei de nós artesãos de comunhão. Caminhastes pelas nossas estradas, guiai-nos pelas sendas da paz. Amém.

Oito princípios para que os médicos defendam a vida

María José Mancino com uma criança com síndrome de Down na
marcha de 26 de março em Buenos Aires / Cortesia doutora
Mancino
Por Walter Sánchez Silva / ACI Prensa

Buenos Aires, 23 Mar. 23 / 06:00 am (ACI).- María José Mancino, fundadora e presidente da organização Médicos pela Vida na Argentina, propôs oito princípios para que os médicos sempre defendam a vida, especialmente diante da ameaça do aborto e eutanásia.

No sábado, 26 de março de 2022, Mancino publicou uma carta aos médicos no Instagram, no dia de uma grande marcha pela vida, que pedia a revogação da lei do aborto aprovada pelo senado em dezembro de 2020 e que foi promovida pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández.

Os participantes exigiram na época a implementação urgente e integral da "lei dos mil dias" para dar "uma resposta real aos problemas que vivem tantas mulheres e famílias em nossa província" e transformar em políticas públicas as ações que a sociedade civil faz para o cuidado da gravidez vulnerável.

Os manifestantes também pediram o "fim imediato de todas as perseguições aos profissionais de saúde que se opõem à prática do aborto, sejam ou não objetores de consciência".

Os oito princípios propostos pela doutora Mancino para seus colegas médicos são os seguintes:

1.- Que em todos os momentos nos vejam sempre consolando e abraçando toda a vida humana desde a concepção até a morte natural.

2.- Que as crianças e todas as pessoas vulneráveis ​​sejam a nossa prioridade.

3.- Que saibamos aliviar a tristeza de nossos pacientes.

4.- Que não discriminemos nenhum tipo de paciente por suas convicções ou decisões.

5.- Que respeitemos a dignidade da pessoa em todas as fases da vida.

6.- Que não ajamos contra a vida dos doentes justificando a morte em nome de uma suposta piedade ou em pesquisas científicas: todas as vidas valem muito.

7.- Que sejamos autênticos promotores da vida e que demos conselhos a outros amigos, colegas, objetando consciência e não participando de atos ilegítimos contra a vida.

8.- Que possamos estar unidos e orgulhosos de viver com convicção estes princípios inalienáveis.

https://www.instagram.com/dramariajosemancino/?utm_source=ig_embed&ig_rid=f9ff41b0-68c1-440f-8e72-697a315c5456

Fonte: https://www.acidigital.com/

São Turíbio de Mongrovejo

São Turíbio de Mongrovejo | Instituto Hesed
23 de março
São Turíbio de Mongrovejo

Origens

Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu em 1538 na cidade de Majorca de Campos, Espanha. Era filho de uma família rica e nobre. Fez seus estudos nas cidades de Salamanca, Valadolid e Santiago de Compostela. Formou-se em Direito e, como advogado, teve participações na inquisição. Desde jovem, as grande marca de sua vida eram a honestidade e a justiça.

Numa reviravolta da vida, é lançado na vida religiosa

O rei Felipe II percebeu as qualidades de Turíbio de Mongrovejo pediu ao Papa Gregório XIII que o nomeasse arcebispo da América Espanhola e o papa atendeu. Por isso, após um discernimento, Turíbio recebeu todas as ordens sagradas de uma só vez, inclusive a ordenação sacerdotal. Assim, em 1580 ele foi sagrado Arcebispo de Lima, no Peru. Foi dessa maneira, aparentemente improvisada, que nasceu um dos maiores apóstolos da América Latina.

Passando para o outro lado

O bispo Dom Turíbio chegou a Lima em 1581 e ficou estarrecido com a miséria material e espiritual em que os índios viviam. Mas isso o fez agir. Começou aprendendo a língua desses índios. Depois, começou a defendê-los das arbitrariedades dos colonizadores, que os tratavam como animais. Por isso, Dom Turíbio passou a ser venerado pelos fiéis. Todos o viam como um defensor da justiça, contra os opressores europeus.

Evangelização

Com o apoio de todo o povo indígena, Dom Turíbio organizou inúmeras comunidades em sua imensa diocese. Depois disso, realizou assembleias e até mesmo sínodos, isto é, reunião com todos os bispos em atividade na América Espanhola. Assim, todos foram convocados para a evangelização.

Visão e organização

Dom Turíbio realizou e coordenou dez concílios da diocese e três concílios provinciais. Esses eventos formaram a principal estrutura organizacional da Igreja Católica da América espanhola. Essa organização dura até hoje. Um Sínodo Provincial realizado em Lima ganhou destaque. Foi o de 1582. Historiadores o comparam ao famoso Concílio de Trento dada a sua importância. Conta-se que neste encontro, Dom Turíbio chegou a desafiar os espanhóis resistentes, que se achavam muito inteligentes, a aprenderem a língua dos índios. Todos se calaram.

Apóstolo incansável

No ano de 1594, Dom Turíbio já tinha percorrido quinze mil quilômetros em missão pela América Espanhola. Ensinava, pregava, convertia, devolvia dignidade e administrava os sacramentos aos índios. Até este ano, segundo os livros das paróquias, tinha administrado a crisma a nada menos que sessenta mil fiéis.

Formando santos. Dom Turíbio teve a graça de formar e crismar três cristãos peruanos que, mais tarde, foram canonizados: Santa Rosa de Lima, São Francisco Solano e São Martinho de Porres. Estes são frutos preciosos de sua grande missão na América Espanhola.

Legado para o futuro

São Turíbio procedeu a fundação do primeiro seminário instituído nas Américas. Ali, vários missionários ardorosos foram formados, o que ajudou sobremaneira no processo de evangelização da América Espanhola.  

Amor e desapego

Pouco tempo antes de sua morte, São Turíbio doou todas as suas roupas, até mesmo as que cobriam seu próprio corpo. Tudo foi para os pobres e àqueles que trabalhavam a seu serviço. Este gesto resumiu o comportamento de toda sua vida. São Turíbio morreu no dia 23 de março do ano 1606. Ele estava na pequenina cidade chamada Sanã, no Peru. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII, em 1726. Na ocasião, o Papa declarou São Turíbio de Mongrovejo como o Apóstolo e Padroeiro do Peru.

Oração a São Turíbio de Mongrovejo

“Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Turíbio de Mogrovejo, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, daí-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Turíbio de Mongrovejo, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

quarta-feira, 22 de março de 2023

Papa Francisco: a água não pode ser objeto de desperdício ou abuso

Papa Francisco na Audiência Geral  (Vatican Media)

No Dia Mundial da Água o apelo do Papa Francisco: “a água não pode ser objeto de desperdício ou abuso ou motivo de guerra, mas deve ser preservada para nosso benefício e para as gerações futuras”.

Vatican News

A água é um recurso natural vital para o ser humano, mas tem se tornado cada vez mais escassa em diversos países do mundo. Em alguns deles, particularmente os mais pobres, ela vem sendo utilizada como arma de guerra, e os ataques a instalações de abastecimento de água se multiplicam como tática para desalojar as comunidades. Vale ainda ressaltar que já estão na casa dos milhões o número de crianças que acabam sofrendo mais com as doenças por falta de saneamento básico, entre outros efeitos negativos desta escassez. 

Um apelo universal

O Pontífice ainda relembrou nesta quarta-feira, as palavras de São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é muito útil e humilde, preciosa e casta”. Comentando que nesta oração “sentimos a beleza da criação e a consciência dos desafios que implicam o seu cuidado”.

A Conferência de Nova Yorque

Ao final, recordou a segunda conferência sobre a água da organização das Nações Unidas que está sendo realizada nestes dias em Nova York:
"Rezo pelo sucesso dos trabalhos e espero que este importante evento acelere as iniciativas em favor daqueles que sofrem com a escassez de água, deste bem primário. A água não pode ser objeto de desperdício ou abuso ou motivo de guerra, mas deve ser preservada para nosso benefício e para as gerações futuras”.

Como a misericórdia de Deus supera a nossa fé imatura

Brooklyn Museum
A parábola do filho pródigo, por Tissot

A parábola do filho pródigo destaca dois tipos de fé imatura - e a misericórdia divina supera as duas.

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A parábola do filho pródigo nos oferece muitas lições diferentes, mas é tentador pensar que ela se destina a outras pessoas – e não a nós.

No entanto, Jesus apresentou a nós essa parábola para examinarmos a nossa própria vida e avaliar se a nossa fé é mais parecida com a do filho “perdido” ou com a do filho que tinha ficado em casa.

Ambos, segundo o Papa Bento XVI, representam dois tipos diferentes de fé “imatura”. Ele explica esta lição numa alocução do ângelus em 2010.

Na parábola, os dois filhos comportam-se de modo oposto: o menor vai embora de casa e cai muito em baixo, enquanto o maior permanece em casa, mas também ele tem um relacionamento imaturo com o Pai; de facto, quando o irmão volta, o maior não é feliz como o pai, ao contrário irrita-se e não quer entrar em casa. Os dois filhos representam dois modos imaturos de se relacionar com Deus: a rebelião e a hipocrisia“.

Em diferentes momentos da nossa vida, podemos ver-nos em aberta rebelião, optando por afastar-nos de Deus, ou podemos vir a ser muito orgulhosos, achando-nos de alguma forma melhores que os “pecadores” da Igreja.

A boa notícia é que a misericórdia de Deus pode vencer essas duas iterações da fé imatura, como aponta Bento XVI:

Estas duas formas superam-se através da experiência da misericórdia. Só experimentando o perdão, só reconhecendo-nos amados por um amor gratuito, maior do que a nossa miséria, mas também maior do que a nossa justiça, entramos finalmente num relacionamento deveras filial e livre com Deus“.

Onde quer que estejamos em nossa jornada de fé, precisamos abrir o nosso coração à misericórdia de Deus e deixar que o seu amor vença todos os obstáculos que se interpõem em nosso caminho.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF