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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Cristandade: Chamado para olhar para cima

A imagem da Santíssima Virgem de São Luca, co-padroeira da Arquidiocese de Bolonha (30Giorni)

Arquivo 30Dias 07/08 - 2004

Chamado para olhar para cima

A homilia do prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, pronunciada no passado dia 23 de maio, solenidade da Ascensão, na Catedral de São Pedro, em Bolonha.

do Cardeal José Saraiva Martins

É uma grande alegria para mim estar aqui, tanto pela amizade de longa data que me une ao seu querido novo Arcebispo Carlo Caffarra, como porque li e ouvi muitas vezes e com tanto entusiasmo sobre Nossa Senhora de São Luca, padroeira da cidade e da diocese de Bolonha, do seu belo santuário e da conhecida, a ponto de ser proverbial, a devoção que o povo de Bolonha tem por Ela, que sente ser deles e à qual são honrados pertencer.

Se existe uma imagem eminentemente difundida entre os bolonheses, é a desta Madona de São Lucas que, especialmente no passado, esteve representada em toda parte. Com interesse aprendi informações saborosas sobre como essa devoção entrava na vida das pessoas. Um deles, por exemplo, diz que os merceeiros guardavam de lado o chamado “óleo usado”, que servia para alimentar a vela acesa em frente ao quadro, e a dona de casa, ao comprá-lo, pedia “o óleo do Madonna" (ver em F. Cristofori, A Madonna de San Luca nos escritores do dialeto , Arti Grafiche Tamari, Bolonha 1977, pp. 3-4).

Portanto um culto, uma devoção com fortes influências antropológicas e culturais.

Outra notação historicamente eloquente sobre a importância do culto à Santíssima Virgem de São Luca é o aparecimento da sua imagem nas moedas bolonhesas, acompanhada do lema praesidium et decus (desde o início do século XVI), título que mais tarde entrou para a coleção de missa dos "próprios" bolonheses (ver E. Lodi, Os santos da Igreja bolonhesa na liturgia e na piedade popular , ACED, Bolonha 1994, p. 93).

Aprendendo e refletindo sobre estes aspectos interessantes, pensei numa belíssima reflexão que Dom Luigi Giussani faz, na nova edição do seu último volume publicado Por que a Igreja , e que me tocou: «Deus permanece algo incompreensível, que nenhuma palavra ou discurso pode explicar, se não for introduzida a figura de Nossa Senhora... Sem Nossa Senhora não poderíamos compreender nada da Igreja” (L. Giussani, Por que a Igreja , Rizzoli, Milão 2003, p. V).

Isto também pode ser aplicado muito bem à Igreja de Bolonha, que seria incompreensível sem a sua bela Madonna di San Luca.

A solenidade da Ascensão de Jesus ao Céu, que encerra as celebrações em honra de Nossa Senhora de São Lucas, oferece-nos uma mensagem saudável: uma grande recordação para olhar para cima, para olhar para além das coisas.

«Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi elevado ao céu» ( Lc 24,51), diz-nos o Evangelho de Lucas que acabamos de proclamar.

Portanto, hoje o nosso olhar é projetado precisamente para o céu. O caminho do homem, de fato, não é uma peregrinação pela terra sem destino. Pelo contrário, temos um grande horizonte e um destino elevado para o qual caminhamos e, como filhos batizados de Deus, cristãos, nunca devemos perder de vista a dimensão sobrenatural da nossa vida cristã.

Ou seja, a Ascensão de Jesus lembra-nos que somos “chamados a olhar para cima”, e que nem tudo se esgota nem tudo acaba nesta terra.

O santuário da Santíssima Virgem de San Luca (30Giorni)

É providencial recordar-nos tudo isto, porque como já disse o grande Charles Péguy: «Hoje – infelizmente – se espalha uma verdadeira amnésia da eternidade».

Somos tão atormentados pelos problemas terrenos que muitas vezes perdemos de vista estas verdades da fé: vida celestial, vida eterna; no entanto, é a coisa mais importante e mais séria. Qual seria o sentido de uma existência de muitos anos se tudo tivesse que terminar em nada?

Irmã Lúcia, a única ainda viva das três videntes de Fátima, já com quase cem anos, narra a primeira aparição de Nossa Senhora, ocorrida no dia 13 de maio de 1917, quando as três pobres crianças de Aljustrel pastavam o rebanho no campo denominado Cova da Iria. Quebrado o gelo do medo inicial, depois de a Dama Branca ter dito: "Não tenhas medo, não te farei mal", foi a própria Lúcia, encorajada pela doce confiança que a Senhora inspirava, que pediu ela: “De onde você é?”; e ouviu-se responder: «Eu sou do Céu» (ver Irmã Lúcia, Os apelos da Mensagem de Fátima , Libreria Editrice Vaticana, Cidade do Vaticano 2001, p. 116).

Parece-me bonito ouvir novamente hoje esta resposta de Maria, celebrando a Ascensão de Jesus, nas festividades da Madonna di San Luca, que nos lembra, em última análise, que o céu é também a nossa "pátria", que nada mais é do que o grande ensinamento do Novo Testamento: «… Non habemus hic manentem civitatem» (não temos aqui a nossa casa estável) ( Hb 13,14), mas a nossa verdadeira pátria «… in caelis est» ( Fl 3,20), está no céu !

Vem-me à mente a expressão de um santo do nosso tempo (Josemaría Escrivá) que disse: «Devemos estar [...] no céu e na terra, sempre. Não “entre” o céu e a terra, porque somos do mundo. No mundo e no Céu ao mesmo tempo! […] Imersos em Deus, mas sabendo que estamos no mundo” (J. Escrivá, Consummados en la unidad [27-03-1975], citado por A. del Portillo, Entrevista com o fundador do Opus Dei , Ares, Milão 1992, pág. 77).

Os Atos dos Apóstolos, na primeira leitura, exortam: «...por que olhais para o céu? Este Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, um dia voltará do mesmo modo como o vistes subir ao céu” ( Atos 1:11).

É claro que olhamos para o céu não para esquecer as necessidades da terra, mas porque esta é a nossa pátria: recordar isto obriga-nos a verificar a força e a sinceridade da nossa fé nas realidades finais que nos esperam no final da existência humana. Toda a nossa vida deve tender para estes objectivos últimos. O cristão vive no mundo olhando para o céu, sem se alienar das realidades terrenas que o rodeiam. Com efeito, quanto mais mantivermos o olhar fixo no céu e mais forte se tornar a esperança da felicidade eterna que nos espera, mais activo será o nosso compromisso em ajudar os nossos irmãos para que também eles se orientem no caminho do tempo. rumo ao destino supremo que o Senhor ressuscitado nos preparou.

Afinal, tudo já estava concentrado naquela questão que nos faziam aprender desde os tempos do catecismo. Tenho certeza de que muitos de nós ainda nos lembramos bem: «Para que propósito Deus nos criou? Deus nos criou para conhecê-lo, amá-lo, servi-lo nesta vida e depois desfrutá-lo na próxima no Céu" ( Catecismo de São Pio)

O problema é que, muitas vezes, o homem tem medo de verdades que exigem um sério compromisso moral. O mistério da vida futura é profundo e sério e envolve decisões na nossa vida quotidiana, por vezes exigentes, por vezes chocantes. Acreditar na vida após a morte exige aceitar um julgamento final sobre a nossa vida do Deus onisciente, que perscruta as profundezas do nosso ser e da nossa consciência e nos pedirá contas de cada ação, pensamento e desejo, mesmo o mais secreto.

O Cardeal José Saraiva Martins que presidiu a santa missa, celebrada juntamente com o Arcebispo Carlo Caffarra, em honra de Nossa Senhora de São Luca, no dia 23 de maio (30Giorni)

Quando o homem deixa Deus de lado, ele não consegue alcançar a felicidade, na verdade acaba destruindo a si mesmo. No entanto, o coração do homem foi criado bom, mas é o homem que muitas vezes está longe do seu coração. Santo Agostinho diz-o numa das suas expressões mais brilhantes, com aquele fugitivus cordis sui (ver Agostinho, Enarratio in salmum 57,1 ) , o homem que foge do coração; apesar de desejar a beleza, a verdade, o bem, a justiça, o homem corre para outro lugar (ver G. Tantardini, Conferências sobre a atualidade de Santo Agostinho. Agostinho, testemunha da Tradição , suplemento de 30Giorni , n. 4, abril de 2004, p. 6).

No comportamento e no exemplo de Nossa Senhora reconhecemo-nos como escolhidos desde a eternidade e compreendemos que somos chamados a ser santos e santificadores, no meio do mundo, portadores, como ela, de Cristo e, como ela, fermento de santidade. . Não esqueçamos que, para nós, cristãos, o oposto de santo não é o pecador, mas o fracasso. Portanto, um cristão é um santo ou um fracassado. Que Nossa Senhora nos ajude nisso.

O povo de Bolonha sempre reconheceu, com razão, o poder dos milagres, obtidos através da oração da sua Madona. Entre tantos, é bonito recordar aquele ligado ao Beato Bartolomeo Dal Monte, que o Papa beatificou em Bolonha no inesquecível dia de 27 de Setembro de 1997. Este beato, que regressou de Viena com uma grave fractura no pé esquerdo que foi de difícil cura, em abril de 1768 foi ao santuário de muletas e, após orar, voltou sem apoio para sua casa.

Talvez nenhum bolonhês fique sem a sua própria lista de graças e milagres na sua vida. Mas o maior dom que devemos saber buscar desta nossa Mãe é o de nos mantermos na graça de Deus, na esperança cristã na vida eterna. Mesmo que às vezes a dor, o sofrimento e as desilusões nos assaltem e ameacem enfraquecer as nossas certezas, não nos deixemos dominar pelo desânimo, sabendo muito bem que lá em cima no céu está a mãe celeste que nos espera, está Cristo, o redentor na unidade do Pai e do Espírito Santo.

Fonte: https://www.30giorni.it/

O poder do perdão para a saúde mental: curando feridas internas

Antonio Guillem | Shutterstock

Por Talita Rodrigues - publicado em 16/10/23

Descubra como o perdão pode ajudar a fechar capítulos dolorosos, permitindo que as pessoas avancem em suas vidas.

A relação entre o perdão e a saúde mental é profunda e muitas vezes subestimada. Perdoar, embora seja um ato pessoal e desafiador, desempenha um papel significativo na promoção da saúde mental e no processo de cura emocional. Confira alguns dos motivos abaixo!

1Redução do estresse e da ansiedade

Guardar ressentimentos e mágoas pode ser um fardo emocional pesado. O perdão permite liberar essa carga, reduzindo o estresse e a ansiedade que acompanham sentimentos negativos. Ao perdoar, as pessoas podem experimentar um alívio emocional que contribui para uma mente mais tranquila.

2Promoção da resiliência

Perdoar é um ato de resiliência. Significa enfrentar situações difíceis e encontrar a força para seguir em frente. A resiliência é fundamental para a saúde mental, pois ajuda as pessoas a lidar melhor com adversidades e traumas.

3Melhoria nos relacionamentos

O perdão desempenha um papel vital na melhoria dos relacionamentos interpessoais. Quando perdoamos, restauramos a confiança e abrimos a porta para a reconciliação. Relacionamentos mais saudáveis têm um impacto positivo na saúde mental, proporcionando apoio e conexões emocionais sólidas.

4Aceitação e autocompaixão

Perdoar a si mesmo é uma parte fundamental do processo de perdão. Muitas vezes, somos nossos críticos mais implacáveis. O perdão a si mesmo promove a autocompaixão e a aceitação, elementos essenciais para uma boa saúde mental.

5Foco no presente e no futuro

Guardar ressentimentos pode manter as pessoas presas ao passado. O perdão permite que se foque no presente e no futuro, promovendo um senso de esperança e possibilidade. Isso é fundamental para a saúde mental, pois ajuda a evitar a ruminação sobre o passado.

6Processo de cura emocional

O perdão pode ser parte integrante do processo de cura emocional. Pode ajudar a fechar capítulos dolorosos, permitindo que as pessoas avancem com suas vidas. Esse processo de cura contribui para uma melhor saúde mental.

No entanto, é importante notar que o perdão não é um ato que deve ser apressado. Não é sinônimo de esquecimento ou aceitação cega. Perdoar é um processo pessoal e pode levar tempo. É uma jornada que envolve reconhecer a dor, compreender o impacto e, finalmente, liberar o peso emocional.

Enfim, o perdão desempenha um papel fundamental na promoção da saúde mental. Ele não apenas alivia o sofrimento emocional, mas também fortalece a resiliência, melhora os relacionamentos e promove a cura emocional. Embora possa ser um ato desafiador, o perdão é uma ferramenta poderosa para alcançar o equilíbrio emocional que tanto buscamos.
O perdão é para mim e para você.

Quer ter mais dicas como esta que você acabou de ler? Clique aqui e siga a psicóloga católica Talita Rodrigues no Instagram

Fonte: https://pt.aleteia.org/

História, Oração e Frases de Santo Inácio de Antioquia

Santo Inácio de Antioquia (Guadium Press)

A Igreja Católica celebra no dia de hoje, 17 de outubro, a memória litúrgica de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir.

Redação (17/10/2022 16:57, Gaudium Press) Nascido por volta do ano 30, Santo Inácio de Antioquia se tornou o terceiro Bispo de Antioquia. Este Santo foi preso pelo imperador Trajano no ano 106. Forçado a negar sua Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, Santo Inácio preferiu enfrentar a morte. Foi então que se deu o seu martírio no Coliseu de Roma, tendo sido jogado aos leões.

Santo Inácio de Antioquia (Guadium Press)

Frases de Santo Inácio de Antioquia

01 – “O que interessa, não é apenas fazer profissão de Fé, mas perseverar na prática da Fé até́ ao fim”.

02 – “Onde estiver Jesus Cristo, ali está a Igreja”.

03 – “Como filhos da luz e da verdade, evitai a divisão e as doutrinas perversas; para onde vai o pastor, devem segui-lo as ovelhas”.

04 – “Pela Cruz, Ele vos conclama em sua Paixão como Seus membros. Não pode uma cabeça nascer sem membros, uma vez que Deus nos promete a unidade que é Ele próprio”.

05 – “Procurai reunir-vos com mais frequência para celebrar a ação de graças e o louvor de Deus. Quando vos reunis com frequência, abatem-se as forças de Satanás e o seu poder destruidor é aniquilado pela concórdia da vossa Fé”.

06 – “Quem professa a Fé não peca; e quem possui a caridade não odeia ninguém”.

07 – “Amai-vos uns aos outros, e ninguém considere o próximo segundo a carne, mas amai-vos sempre mutuamente em Jesus Cristo”.

08 – “É como se houvesse duas moedas, uma de Deus e outra do mundo. Cada uma delas tem gravado o seu próprio cunho. Os infiéis têm a imagem do mundo; os que permanecem fiéis na caridade têm a imagem de Deus Pai, por intermédio de Jesus Cristo”.

09 – “Pelo fruto se conhece a árvore; do mesmo modo, os que professam ser de Cristo reconhecem-se pelas suas obras”.

10 – “O cristão não é patrão de si mesmo, mas está à disposição de Deus”.

Santo Inácio de Antioquia (Guadium Press)

Oração a Santo Inácio de Antioquia

Deus eterno e todo-poderoso, que ornais a vossa Igreja com o testemunho dos mártires, fazei que a gloriosa paixão que hoje celebramos, dando a santo Inácio de Antioquia a glória eterna, nos conceda contínua proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Terra Santa: um dia de jejum e oração pela paz

Vista panorâmica de Jerusalém (Vatican Media)

O cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, em nome dos bispos da Terra Santa, convida as paróquias e comunidades religiosas para um dia de jejum e oração pela paz e reconciliação a ser realizado na terça-feira, 17 de outubro. Os momentos de oração - explica - devem ser organizados com a adoração eucarística e a recitação do rosário.

"Porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz". Com esta citação do Novo Testamento (1 Coríntios 14,33), o cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, inicia sua mensagem, desejando "a verdadeira paz do Senhor". E acrescenta:

"A dor e a consternação pelo que está acontecendo são grandes. Mais uma vez nos encontramos em meio a uma crise política e militar. Fomos subitamente arremessados em um mar de violência sem precedentes. O ódio, que infelizmente já presenciamos por muito tempo, aumentará ainda mais, e a espiral de violência seguirá causando mais destruição."

"Tudo parece falar de morte"

O convite do Patriarca de Jerusalém, mesmo quando "tudo parece falar de morte", é voltar o coração para Deus Pai: "Neste momento de tristeza e consternação, não queremos permanecer impotentes. Não podemos permitir que a morte e seus malefícios sejam a única palavra que se ouve".

"É por isso", acrescenta, "que sentimos a necessidade de orar, de voltar nosso coração para Deus, o Pai. Só assim podemos obter a força e a serenidade para viver este tempo, recorrendo a Ele em oração de intercessão, de súplica e também de clamor".

“Em nome de todos os bispos da Terra Santa, convido todas as paróquias e comunidades religiosas a um dia de jejum e oração pela paz e reconciliação.”

Jejum, abstinência e oração

"Pedimos que na terça-feira, 17 de outubro, todos façam um dia de jejum e abstinência, e de oração". Os momentos de oração - explica - devem ser organizados com adoração eucarística e o rosário à Santíssima Virgem. Provavelmente, em muitas partes de nossas dioceses, as circunstâncias não permitem grandes assembleias. Nas paróquias, nas comunidades religiosas, nas famílias, ainda será possível organizar momentos simples e sóbrios de oração comum".

"É assim que todos nós nos unimos, apesar de tudo, e nos reunimos em oração para dar a Deus Pai nossa sede de paz, justiça e reconciliação", conclui o Cardeal Pierbattista Pizzaballa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Conselhos da Bíblia para cada situação da vida

Bangkok Click Studio | Shutterstock

Por Prof. Felipe Aquino - Atualizado em 15/10/2023

Ler a Sagrada Escritura significa pedir o conselho de Cristo

“Ler a Sagrada Escritura significa pedir o conselho de Cristo.” São Francisco de Assis.

Por ser Palavra de Deus, a Bíblia nunca envelhece, nem caduca; ela fala-nos hoje como para além dos séculos. Cristo é o centro da Sagrada Escritura. O Antigo Testamento o anuncia em figuras e na esperança; o Novo Testamento o apresenta como modelo vivo.

Devemos compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita para os homens e pelos homens;logo, ela apresenta duas faces: a divina e a humana.

Logo, para poder interpretá-la bem é necessário o reconhecimento da sua face humana, para depois, compreender a sua mensagem divina.

Nas Sagradas escrituras encontramos força e ensinamentos para diversas situações em nossas vidas.

Leia hoje, um CONSELHO de DEUS para você, QUE:

Está perdendo as esperanças: Rm 12, 12-16; Sl 126, 6; Sl 55, 5-8

O remorso o corrói:  Fl 3, 13 -14

Está passando por humilhações: Eclo 2, 2-5; 1Pd 5, 5-7

Sente-se abatido pelos inimigos: Mt 5, 38-39.44; 6,14

Precisa dar o perdão a alguém: Mt 18, 21-22

Sente-se desanimado: Fl 4,13, 1Mac 3, 17-18

Sente enfraquecida sua fé: Rm 1, 16-17, Hb 12, 5-6

Sente-se fraco e abatido: 2Cor 12,9-10; Mc 9,23

Passa por um momento de dúvidas: Jo 11,40; Sl 17, 3; 37, 3-7

Está aflito: Mt 11, 28-30

Passa por grande sofrimento: Lc 9,23; Rm 8, 18

Permite que a raiva invada seu coração: Tg 1, 19-20; Rm 12, 14;Ef 4, 26-27

Deixa-se dominar pelo medo: Lc 8, 50; Rm 8, 31; Sl 27, 1

Sente-se sufocado pelas preocupações  da vida: 1 Pd 5, 7; Mt 6, 30-31

Luta contra a tentação: 1Cor 10, 13

Sente-se provado em sua fé: Tg 1, 12; 1Pd 4, 12; Eclo 2, 5

Está triste: Fl 4, 4; Eclo 30, 22-25

Tem um coração agradecido: 1Ts 5, 16

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Espírito Santo e o Sínodo

Espírito Santo  ((c) Kevron2001 | Dreamstime.com)

Sendo guiada pelo Espírito Santo, a vivência de uma Igreja sinodal, uma igreja que faz um caminho em conjunto, pastores e povo de Deus, funda a sua dignidade comum no batismo, fazendo com que as pessoas que o recebam, tornam-se filhos e filhas de Deus,.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

O Papa Francisco colocou o Sínodo dos bispos 2023-2024 sob o selo do Espírito Santo, porque Ele é o protagonista do mesmo[1], fazendo com que a vida familiar, eclesial e social transcorra bem conforme o plano do Senhor. Ele pediu para que todas as pessoas suplicassem as luzes do Espírito Santo para o bom êxito do Sínodo. De fato, o Espírito Santo, no seu protagonista, Ele renova todas as coisas em Cristo Jesus. Ele reúne as pessoas e os fiéis para que vivam o evangelho de Jesus no mundo de hoje, marcado muitas vezes por discórdias e desuniões. Jesus disse aos seus discípulos que o Espírito Santo guiará a eles à plena verdade (Jo 16,13), no caso Jesus, a verdade divina e humana. “O Espírito por natureza é bom, como bom é o Pai, e bom é o Filho. A criatura, porém, optando pelo bem, participa daquela bondade”[2]. A Igreja é chamada a viver a graça do Sínodo, iluminada pelo Espírito Santo, dom de Deus para toda a humanidade.

O batismo, a dignidade de filhos e de filhas de Deus

Sendo guiada pelo Espírito Santo, a vivência de uma Igreja sinodal, uma igreja que faz um caminho em conjunto, pastores e povo de Deus, funda a sua dignidade comum no batismo, fazendo com que as pessoas que o recebam, tornam-se filhos e filhas de Deus, como membros desta grande família, sendo irmãos e irmãs em Cristo Jesus, habitados pelo mesmo Espírito e enviados para um cumprimento da mesma missão. Desta forma o batismo cria em cada membro da Igreja, a corresponsabilidade nos diversos membros da Igreja, que se dá pela participação de todos, cada um com os seus carismas, na missão da Igreja e na edificação da comunidade eclesial[3].

O exercício da autoridade

O Espírito Santo ilumina as pessoas, os seus ministros em vista do bom serviço, para que o exercício da autoridade seja apreciado como um dom de Deus, em vista da doação, do bem comum de todas as pessoas, sendo chamados de diaconia, ministério pela Sagrada Escritura (LG 24), seguindo o modelo de Jesus que veio não para ser servido, mas para servir (Mt 17,28). Ele se abaixou para lavar os pés de seus discípulos[4], como verdadeiro Mestre e Senhor (Jo 13,13-15). Assim a autoridade é vista como graça de Deus e também responsabilidade humana, em vista sempre do serviço e do amor.

Uma Igreja humilde

O Espírito Santo ilumina a vida eclesial para que os seus membros sejam humildes, escutem as pessoas, vivam bem a sua missão na família, na comunidade e na sociedade. O caminho sinodal exige, portanto a atitude de quem supera a arrogância nas coisas, a supremacia em tudo, em vista da vivência da humildade. Os abusos de poder, do uso do dinheiro da comunidade levam a falta de credibilidade. O rosto da Igreja, em unidade com o Senhor, com o seu Espírito é de renovação(LG, 9), de arrependimento em vista da reconciliação e do amor[5].

O diálogo em vista de uma Igreja sinodal

Sendo o Espírito Santo, o principio da unidade da Igreja (UR 2) será importante o diálogo com outras Igrejas e Comunidades Eclesiais para trilhar um caminho de vida comum para todas as pessoas a partir do Evangelho de Jesus. Será também importante o diálogo com outras religiões[6], em vista da variedade e a unidade das idéias e pensamentos para ações em conjunto que levem a glorificar a Deus Uno eTrino.

As tensões em vista de sua administração

Uma Igreja sinodal é chamada administrar as tensões entre a comunhão, a participação e a missão para que sejam bem vividas na sua concretude. A sinodalidade é um caminho de conversão porque busca a Igreja pela reconciliação, acolhe as diferenças e redime as divisões. A Igreja pro sua vocação busca em Cristo Jesus a unidade do gênero humano (LG 1)[7].

Uma Igreja sinodal em diálogo com o Espírito Santo

O Espírito Santo ilumina a vida das pessoas e dos povos em vista da unidade com o Senhor Jesus e com o Pai. Ele faz a Igreja caminhar em fraternidade. O diálogo é a atitude de familiaridade, aproximação de uns com os outros. O Espírito ilumina as pessoas para agir para o bem, para ações concretas no amor[8]. Sendo o Espírito o protagonista do processo sinodal faz a Palavra e o Pão tornarem-se uma realidade atualizada pela qual o Senhor se faz presente e ativo na vida da Igreja. Cristo Jesus envia a todos para a missão e reúne as pessoas para dar glórias ao Pai no Espírito[9].

O Espírito Santo ilumina as mentes e os corações dos participantes do Sínodo para que vivam o amor de Deus, ao próximo como a si mesmos. O Sínodo é uma graça de Deus para toda a Igreja que se coloca na atitude de ouvir o Espírito, as indagações da realidade, a necessidade de fazer um caminho em conjunto em vista da paz e do amor nas famílias, nas comunidades, paróquias, dioceses, mundo inteiro.

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[1] Cfr. Francisco. Momento de reflexão para o início do percurso sinodal, 9 de outubro de 2021. In: XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.  Instrumentum Laboris, Sínodo 2021, 2024. Por uma Igreja sinodal, Comunhão, Participação e missão, n. 17.

[2] Tratado sobre o Espírito Santo, 56. In: Basílio de Cesaréia. São Paulo: Paulus, 1998, pg. 158.

[3] Cfr. Instrumentum Laboris, n. 20.

[4] Cfr. Ibidem, n. 21.

[5] Cfr. Ibidem, ns. 22-23.

[6] Cfr. Ibidem, ns 24-25.

[7] Cfr. Ibidem, n. 28.

[8] Cfr. Ibidem, n. 33.

[9] Cfr. Ibidem, n. 34.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Missa: por que o padre coloca um pouco de água no vinho?

Sacerdote celebra a Missa (Pascal Deloche | Godong)

Por Valdemar De Vaux

Conheça o profundo significado deste gesto litúrgico de origem judaica.

Você já deve estar familiarizado: na Missa, antes da consagração, o padre coloca um pouco de água no cálice, junto com o vinho.

Durante o gesto discreto, o sacerdote reza em silêncio:

“Pelo mistério desta água e deste vinho, que possamos participar da divindade de Cristo, que se humilhou para participar de nossa humanidade.”

No centro do sacrifício eucarístico, essa oração nos lembra que os fiéis se associam a esse sacrifício ao mesmo tempo em que desejam se conformar à vida de Cristo Redentor.

As duas naturezas de Cristo oferecidas na Cruz

O arcebispo emérito de Toulouse, Robert Le Gall, explica em seu Dicionário de Liturgia que colocar água no vinho é, antes de tudo, um gesto muito prático originário da liturgia judaica. Nos dias de festa, o vinho – muito forte nas terras áridas e ensolaradas – era diluído antes de ser bebido. A origem desta prática é uma lembrança de que a instituição da Eucaristia está enraizada nas refeições festivas do povo de Israel. 

Além disso, o gesto simboliza a união das duas naturezas (humana e divina) na pessoa de Cristo. Durante a sua oferta na Cruz, as suas duas naturezas doam-se verdadeiramente por amor. Esse amor já se manifestou no Gólgota pela água e pelo sangue que jorraram do lado perfurado, e que também são simbolizados no cálice cheio de vinho ao qual o ministro acrescenta um pouco de água.

São Cipriano de Cartago dizia: “Se houver apenas água, sem vinho, nós estamos sozinhos, sem Cristo. E se houvesse só vinho sem água estaria Cristo sozinho sem nós”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: as guerras são sempre erradas, as crianças nos salvarão

O Papa encontra um grupo de crianças (Foto de arquivo: Vatican Media)

Em um livro ilustrado pelo vaticanista do diário italiano La Stampa, Domenico Agasso (Mondadori ElectaKids), o Papa responde a perguntas de crianças do mundo inteiro.

Livro ilustrado editado pelo vaticanista do La Stampa, Domenico Agasso
(Mandadori ElectaKids) Queridas crianças...o Papa responde às suas Perguntas

Vatican News

"As guerras são sempre erradas", responde o Papa a Darío, um menino espanhol de dez anos de idade, em um livro editado pelo vaticanista do diário italiano La Stampa, Domenico Agasso, que teve a ideia de coletar uma série de perguntas de crianças do mundo inteiro para Francisco. Trata-se de um livro ilustrado intitulado "Queridas crianças... o Papa responde às suas perguntas", editado pela Mondadori ElectaKids, que será publicado na próxima terça-feira. O diário de Turim antecipou este sábado alguns trechos.

Darío pergunta a Francisco: "Por que existem guerras?". E o Papa responde: "Porque, quando nos tornamos adultos, corremos o risco de cair na tentação de nos tornarmos egoístas e, portanto, de querer poder e dinheiro. Mesmo ao custo de fazer guerra contra algum outro país que seja um obstáculo a esse objetivo de poder, ou que tenha um líder com os mesmos objetivos. Mesmo sabendo que isso significa matar outras pessoas. Com muita frequência na história, aqueles que se tornaram líderes de uma nação não foram capazes de refrear seu desejo de ser o mais forte de todos, de comandar o mundo. Isso é chamado de "interesse imperial" e vocês aprenderão isso na escola, nos livros de história. Hoje há tantas guerras e violência no planeta e, embora algumas pessoas digam que às vezes estão justas, não tenho dúvidas de que vocês entenderão que elas estão sempre erradas. As guerras são sempre erradas".

Isabela, de nove anos, do Panamá, pergunta a Francisco: "O senhor acha que um dia a paz será alcançada em todo o mundo? Como isso pode ser feito?" "Sim, não devemos nos resignar", responde o Papa, "a paz é possível, alcançável. Tenho esperança de que, mais cedo ou mais tarde, os "adultos" entenderão que, em um mundo completamente em paz, todos viveremos melhor. Mas é necessário que todos se comprometam a abaixar as armas, a desarmar a violência, a não provocar tensões e confrontos. E erradicar de seus corações o desejo de dominar os outros, a sede de dominação e de dinheiro. Em nosso coração deve haver apenas amor ao próximo, ou seja, às pessoas próximas e distantes, especialmente àquelas que sofrem ou estão em dificuldades por algum motivo. E isso também deve se aplicar aos líderes das nações do planeta. Se todos vivêssemos dessa forma, haveria menos agressividade e também menos medo: todos seríamos mais serenos, mais contentes. O amor vence a guerra e nos faz felizes".

Mary, de nove anos, da Hungria, pergunta por que o Papa costuma dizer que os adultos devem aprender com as crianças. "Porque vocês são sábios - responde Francisco -, têm corações puros, não têm preconceitos. Porque vocês dizem a verdade na cara (...) Vocês, sem perceber, ajudam os adultos que sabem ouvi-los e, em especial, seus pais, a viver de maneira mais honesta e generosa. Vocês, crianças, sabem dar o devido valor aos momentos da vida: o estudo, a oração, a diversão, as brincadeiras sozinhas, com os amigos e com os pais; e eu espero muito que os pais consigam encontrar tempo para brincar com vocês. Além disso, vocês ajudam os adultos a permanecerem humildes. Porque para vocês eles são simplesmente mamãe ou papai, ou em todo caso senhoras e senhores adultos. E assim vocês "desconcertam" aqueles que são narcisistas demais: porque para vocês esse adulto não é importante por causa do cargo de prestígio que ocupa ou porque é famoso, mas simplesmente por causa do papel que desempenha para vocês".

Paul também tem nove anos, é norueguês e pergunta a Francisco por que ele deve cuidar da natureza. "Porque as mudanças climáticas e a poluição causada pelos seres humanos - explica o Papa a ele - podem levar ao desaparecimento da humanidade. Por meio de fenômenos como o aquecimento global, a devastação da natureza, a degradação ambiental, o consequente desaparecimento da biodiversidade. Além de novas doenças letais. Mas tenho fé - continua Francisco - em uma tomada de consciência coletiva dos jovens e das crianças sobre as questões ambientais: meninos e meninas, rapazes e moças, graças muitas vezes à escola, entenderam que o futuro são deles e, portanto, é preciso agir com urgência no presente para salvar o futuro", mesmo que agora "as medidas ecológicas dos Estados acordadas em nível internacional sejam cruciais, mas também o comportamento de cada um de nós todos os dias: a coleta diferenciada, tomar cuidado para não desperdiçar água e alimentos, ler livros que expliquem os detalhes dos problemas da nossa Terra. Todos nós, juntos, não devemos mais sujar a Criação, devemos cuidar dela, sempre escolhendo ações para o bem do nosso habitat, porque é a nossa Casa comum", um "compromisso humano e também cristão".

Do Sudão, Samuel, 10 anos, diz que vive em um campo de refugiados entre amigos desnutridos e que, quando tudo vai bem, "fazemos uma refeição por dia". Ele confidenciou ao Papa que sorri quase sempre, mesmo que às vezes "de repente eu sinta vontade de chorar. Porque gostaria de fugir para bem longe...". Francisco diz que o compreende. "Todas as crianças - o Papa o conforta - devem poder ir à escola e ter espaços para brincar e se divertir". Ele acrescenta que parece quase normal considerar que a África "só deve ser explorada e não ajudada". Mas, por favor, continua ele, "não percam a esperança em um futuro melhor. Acredito que, mais cedo ou mais tarde, os países mais ricos entenderão que não podem continuar a usar e depois abandonar as terras de vocês, investirão recursos para ajudar a resolver suas graves dificuldades e iniciarão uma transformação social que permitirá a todos uma vida digna e a possibilidade de sonhar com um tempo próspero não muito distante".

Também com dez anos de idade, Alessandro, da Itália, pergunta ao Papa o que ele pensa sobre o fato de os adultos que ele ouve não quererem que "famílias de lugares mais pobres" venham para seu país. E que, se fosse esse o caso, ele não teria se tornado "amigo de Momo". Francisco reitera que o que conta é o valor da "amizade social": devemos sempre, enfatiza ele, "considerar uns aos outros como irmãos e irmãs, sem desconfiar do país de origem, da religião ou da cultura diferente. Você é e vocês são é um exemplo para aqueles que têm preconceitos com quem vem de longe, com o 'estrangeiro'. Ninguém deve mais se sentir estrangeiro em nenhum lugar. E vocês, crianças, são muito boas em receber seus novos companheiros e companheiras. Vocês são capazes de integrar sua identidade - por meio da brincadeira, do diálogo - com a identidade daqueles que chegam de países distantes, muitas vezes porque tiveram de fugir de guerras, violência, injustiça, pobreza, fome e perseguição. Vocês, crianças, transmitem uma mensagem muito importante: isolar-se é errado e contraproducente. E conhecer uns aos outros é bom para ambas as partes. Começando com novas amizades. Aqui também, os adultos, inclusive os líderes das nações, deveriam aprender com vocês: valorizar as raízes e, ao mesmo tempo, abrir-se para o mundo".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 15 de outubro de 2023

Reflexão para o XXVIII Domingo do Tempo Comum (A)

Evangelho do domingo (Vatican Media)

Só aceita o convite de Deus aqueles que estão em sintonia com o Reino de Justiça, de Amor e de Paz. Essas pessoas sempre estarão vestidas adequadamente porque, naturalmente, praticam obras de justiça.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Deus, o Rei por excelência, organiza a festa de casamento de seu Filho Jesus com a Humanidade, que apesar de ter perdido a beleza original por causa das guerras, das injustiças cometidas, das lágrimas amargas que provocou em tantas pessoas, continua a ser muito amada por seu noivo.

Por ocasião das núpcias, o Pai oferece um grande banquete comemorativo.

Ele envia os convites através de pessoas capacitadas para isso: são os Profetas do Antigo Testamento, os Apóstolos do Novo Testamento e aqueles homens e mulheres que recebem essa missão. Os homens do mundo inteiro, sem distinção, são os convidados.

Os ricos e os acomodados na religião dizem não porque possuem outros “compromissos inadiáveis”; os pobres e os pecadores respondem sim, não porque não tenham compromissos, mas porque sabem que esse convite de Deus é gratuito.

Essas respostas deveriam provocar em nós a abertura de nossas comunidades a qualquer tipo de pessoa, especialmente aos que são rejeitados.

Podemos aprender dessa parábola que o Reino de Deus não fracassa por causa da recusa das elites em construir uma sociedade justa e fraterna. Os convivas que são arrancados da festa e colocados na rua são aqueles que não estão com a roupa da justiça, ou seja, revestidos com ações de justiça.

Como anda o meu guarda-roupa espiritual? Quais as obras de justiça que tenho praticado? Como andam minhas atitudes de afeto? Voltadas para os demais, descentralizadas de minha pessoa ou sendo compensação afetiva de uma pseudo caridade?

Nenhum de nós é perfeito, é santo. Quanto mais nos aproximamos de Deus, de Sua luz, mais enxergamos nossos limites e defeitos.

Essa foi a experiência de grandes santos, de muitos místicos, que – justamente por causa desta proximidade com o divino – se sentiam grandes pecadores!

Por outro lado, se a humildade nos leva a enxergar nossas qualidades e dons, ela também nos leva a atribuí-las à generosidade de Deus. Tudo é dom! Tudo é bondade do Senhor!

Esses dons, esses atributos fazem parte do convite que Deus nos faz para o banquete das bodas eternas.

Só aceita o convite de Deus aqueles que estão em sintonia com o Reino de Justiça, de Amor e de Paz. Essas pessoas sempre estarão vestidas adequadamente porque, naturalmente, praticam obras de justiça. A qualquer hora podem ingressar no recinto do banquete, não importa o momento da vida em que são chamadas!

Estejamos preparados para o banquete nupcial do Cordeiro! Será sempre o Amor aquele que nos vestirá adequadamente para as núpcias!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 14 de outubro de 2023

Educar é difícil. mas possível

Educar crianças e adultos (editorialpaco)

EDUCAR É DIFÍCIL, MAS POSSÍVEL

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

No dia 15 de outubro, comemoramos o “Dia do Professor”.  Temos, todos, uma enorme gratidão aos profissionais da Educação que merecem maior apoio e reconhecimento em sua atividade. É uma profissão indispensável para a sociedade, mas lamentamos, profundamente, a opção de nossa cultura que os remunera de forma tão fraca e desproporcional ao bem que produzem. Sobretudo, quero chamar a atenção sobre a necessidade de escutarmos os professores no atual contexto da nossa história.

Atualmente, muitos têm a sensação de serem educadores impotentes e inúteis. Professores, não raramente, são contestados e reprovados em suas posições. Percebem que os tempos mudaram e que a sociedade mudou também. Novos valores são propostos e desprezados os antigos. A consciência social e os costumes se modificam notavelmente. Algumas certezas, se transformaram em dúvidas. Ensina-se mais a competir, vencer, parecer e a ocupar os primeiros lugares do que considerar os outros como parte essencial e integrante do nosso próprio caminho. A pressão social induz a pensar que devemos educar pessoas em vista do sucesso, para serem competitivas no mercado.

Entretanto, pela capacidade de crer e esperar o crescimento da pessoa, jamais um educador desistirá da humanidade. Jamais dirá que a situação é irrecuperável. O empenho educativo, mesmo em momentos como o nosso, sempre será reconhecido e aceito pela população se for apresentado como verdade, com convicção e coerência.

Trata-se de educar para a dignidade da pessoa humana, das suas profundas necessidades existenciais, da solidariedade que liga uns aos outros. Trata-se de educar para uma sociedade real, não ideal ou imaginária, na qual o ser humano é destinado a viver e a colaborar para o seu próprio crescimento e o dos seus semelhantes.

  Não podemos formar os jovens para um mundo idêntico ao que viveram os nossos avós. Os jovens de hoje não rejeitam os educadores, mas só se aproximam quando compreendem que podem ser ajudados a se tornarem pessoas verdadeiras e capazes de viver bem no atual contexto.

Uma sociedade ou comunidade influi positivamente sobre seus indivíduos quando é guiada pelo sentido do bem comum, quando reconhece e valoriza a presença e o trabalho de todos os seus membros, quando têm objetivos comuns. O bem comum não é a soma dos desejos e necessidades de cada indivíduo, mas é o conjunto de bens que possibilita a todos crescerem como pessoa.

A educação é uma belíssima arte. Não pode ser um trabalho forçado, nem mesmo motivado por um fim lucrativo. Enquanto é verdadeira arte, a Educação não suporta fórmulas prontas, receitas, clichês; exige originalidade e individualidade; requer que se eduque com alegria.

A Educação se faz por meio de palavras e gestos, afirmações e testemunhos, promessas e realizações, mandamentos e correções. É uma educação para a vida, com eventos e palavras vivenciadas no cotidiano. A realidade é um fator educativo de grande importância. Sem ela, a Educação se basearia em princípios abstratos e raciocínios puros, sem incidência prática. A realidade é feita de pessoas vivas, de coisas concretas, de situações cotidianas, de motivações e exigências realísticas, de relações inevitáveis, de trabalhos cansativos e dinâmicos e de comunidade plural. Educam-se pessoas com seus dons e limites.

A cada professor e educador dedico este texto como gratidão, reconhecimento e apelo para sermos capazes de apoiar mais e melhor quem aceitou dedicar sua vida e missão na arte de educar. Como diz a Sagra Escritura, “os que ensinam, um dia, como as estrelas do céu, brilharão”. (Dn 12,3).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF