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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

A igreja mais antiga do mundo foi encontrada: onde fica, como é e como você pode visitá-la?

Um Sítio Arqueológico Estudado Há Muito Tempo Por Acadêmicos Foi Aberto Ao Público. Foto: Visit Jordan

A igreja mais antiga do mundo foi encontrada: onde fica, como é e como você pode visitá-la?

Para a Igreja Católica na Nigéria, o incidente reabre questões dolorosas sobre a segurança das instituições religiosas e o cuidado pastoral com as comunidades traumatizadas. Bispos e clérigos têm alertado repetidamente que escolas e paróquias estão cada vez mais vulneráveis, mesmo continuando a servir populações com poucas alternativas.

23 DE DEZEMBRO DE 2025, 17H45 - SALA DE IMPRENSA ZENIT

(ZENIT News / Aqaba, 23 de dezembro de 2025) – Às margens do Mar Vermelho, em uma cidade hoje mais conhecida por seu comércio e turismo, um capítulo inesperado da história cristã ressurgiu. Em Aqaba, no sul da Jordânia, um sítio arqueológico estudado há muito tempo por especialistas foi oficialmente aberto ao público: as ruínas de uma igreja que data do final do século III, amplamente considerada o mais antigo local de culto cristão construído especificamente para fins religiosos.

A cerimônia de inauguração, realizada em 15 de dezembro, teve repercussões que se estenderam muito além do âmbito arqueológico. Pela primeira vez desde o devastador terremoto que atingiu a região em 363, orações e cânticos litúrgicos ecoaram novamente dentro de muros que antecedem a legalização do cristianismo no Império Romano. Representantes da monarquia jordaniana, patriarcados cristãos e líderes religiosos reuniram-se no mesmo local onde os fiéis se encontravam em uma época em que o culto público cristão ainda era legalmente precário.

Um Sítio Arqueológico Estudado Há Muito Tempo Por Acadêmicos Foi Aberto Ao Público. Foto: Visit Jordan

O Ministro do Turismo da Jordânia, Emad Hijazin, inaugurou o local em nome do Rei Abdullah II, enfatizando a dupla importância do evento. Segundo ele, o sítio arqueológico reflete não apenas a herança cultural da Jordânia, mas também o compromisso contínuo do país em salvaguardar seu diversificado legado religioso. Aqaba, conhecida na antiguidade como Aila, vem sendo cada vez mais apresentada não apenas como um destino litorâneo, mas como um lugar onde a história espiritual permanece palpável.

A liturgia celebrada durante a cerimônia foi presidida pelo Arcebispo Christoforos de Kyriakoupolis, representante do Patriarcado Ortodoxo Grego de Jerusalém, marcando um momento de continuidade simbólica. Os líderes religiosos presentes enfatizaram a importância de restaurar o culto a um espaço que outrora serviu a uma comunidade cristã décadas antes do Édito de Milão, que concedeu a liberdade religiosa em 313.

Descoberta em 1998 por uma equipe liderada pelo arqueólogo americano Thomas Parker, a igreja foi construída entre aproximadamente 293 e 303 d.C., durante o reinado do imperador Diocleciano. Ao contrário dos locais de encontro cristãos anteriores — muitas vezes residências particulares adaptadas, conhecidas como domus ecclesiae — a estrutura de Aqaba foi construída desde os alicerces como uma igreja. Seu formato de basílica, com uma nave central, naves laterais e uma abside voltada para o leste, indica uma comunidade que já era litúrgica e organizacionalmente madura.

Descobertas arqueológicas no local, incluindo lâmpadas de vidro, cerâmica, moedas romanas e cemitérios próximos ligados à mesma comunidade, ajudaram a confirmar sua datação. Pequenos fragmentos de metal, interpretados como partes de uma cruz de bronze, reforçam ainda mais sua identidade cristã. Notavelmente, o edifício sobreviveu a períodos de perseguição e continuou em uso durante a era de um império cristianizado, até que um desastre natural pôs fim abruptamente à sua função.

A igreja de Aqaba é anterior a monumentos cristãos icônicos como a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém e a Basílica da Natividade em Belém. Sua importância lhe rendeu o reconhecimento no Guinness Book of World Records como a igreja mais antiga do mundo construída especificamente para o culto cristão, oferecendo uma perspectiva única sobre as décadas formativas da vida da igreja no mundo romano oriental.

Um Sítio Arqueológico Estudado Há Muito Tempo Por Acadêmicos Foi Aberto Ao Público. Foto: Visit Jordan

Nos últimos anos, as autoridades jordanianas, em colaboração com parceiros internacionais, realizaram um trabalho de conservação meticuloso. As paredes de tijolos de barro foram estabilizadas e um telhado protetor foi instalado para salvaguardar as ruínas dos danos causados ​​pelo clima. O sítio restaurado foi agora incorporado às rotas de peregrinação e turismo cultural da Jordânia, conectando a geografia bíblica com as evidências arqueológicas.

Para o bispo Iyad Twal, vigário do Patriarcado Latino de Jerusalém, na Jordânia, a reabertura da igreja é uma lembrança do papel histórico do país como encruzilhada de religiões. A Jordânia, afirmou ele, continua a representar um modelo de coexistência, onde as comunidades cristã e muçulmana compartilham uma herança comum enraizada no respeito e na continuidade.

Além de seu valor histórico, a igreja de Aqaba dialoga silenciosamente com o presente. Ela evoca uma época em que a identidade cristã se forjou sem proteção legal, sustentada por pequenas comunidades cuja fé sobreviveu tanto a impérios quanto a terremotos. O local oferece mais do que um vislumbre do passado: é um testemunho de uma fé que tomou forma arquitetônica antes de obter o favor imperial e que continua a encontrar um lar nessas terras séculos depois.

Fonte: https://es.zenit.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF