“O Natal nos lembra que Jesus veio para nos revelar o
verdadeiro rosto de Deus como Pai, para que todos pudéssemos nos tornar seus
filhos e, portanto, irmãos e irmãs entre nós”. No espírito dessas palavras de
Leão XIV, continua a colaboração entre a Biblioteca Apostólica Vaticana e a
Vatican News: vivemos as festas na companhia das obras-primas das coleções
pontifícias e dos ensinamentos dos Papas.
Paolo Ondarza - Vatican News
Parece uma cena retratada da vida real, quase um esboço. A
imediatismo e a alta intensidade poética, favorecidas pelo brilho de uma
lâmpada acesa, caracterizam “A Adoração dos Pastores” de Rembrandt. A gravura
realizada em água-forte e buril por volta de 1654 está conservada na Biblioteca
Apostólica Vaticana. Em primeiro plano está a Sagrada Família, enquanto à
esquerda um grupo de pastores venera o Menino Jesus. O uso do claro-escuro
confere relevo e volume às figuras, definidas por meio de traços rápidos que
criam um equilíbrio habilidoso entre o branco e o preto.
De Leida a Amsterdã
Pintor e gravador holandês consagrado, Rembrandt Harmenszoon
van Rijn formou-se primeiro em Leyda, sua cidade natal, e depois em Amsterdã,
onde foi acolhido durante seis meses na oficina de Pieter Lastman. Este
permitiu-lhe entrar em contato com a pintura italiana e europeia e com as
sugestões caravaggistas, pelas quais ele próprio tinha sido influenciado graças
a Adam Elsheimer. Posteriormente, decidiu estabelecer o seu estúdio em
Amsterdã, onde se rodeou de um grande número de alunos para se dedicar à produção
de retratos, temas históricos e religiosos.
Mestre da luz
Tanto na pintura quanto na gravura – são conhecidas quase
mil folhas de sua autoria – ele se impôs no cenário artístico estabelecendo uma
nova linguagem expressiva e superando os seus predecessores. O foco de suas
experimentações é a luz, que se torna audaciosa a ponto de atingir uma
intensidade e um drama nunca antes alcançados.
“Diante de cada presépio, até daqueles feitos nas nossas
casas, revivemos aquele Acontecimento e redescobrimos a necessidade de procurar
momentos de silêncio e oração na nossa vida, para nos reencontrarmos e
entrarmos em comunhão com Deus. A Virgem Maria é o modelo do silêncio adorador!
Contrariamente aos pastores que, voltando de Belém, glorificam Deus e contam o
que viram e ouviram, a Mãe de Jesus conserva tudo no coração (cf. Lc 2,19). O
seu silêncio não se limita a calar-se: é maravilha e adoração!”
(Leão XIV, Aos doadores do presépio e da árvore de Natal, 15 de
dezembro de 2025)





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