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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Papa reconhece um novo mártir e sete novos servos de Deus

Guadium Press

Cidade do Vaticano (21/01/2021 11:30, Gaudium Press) Na manhã desta quinta-feira, 21 de janeiro, o Papa Francisco recebeu em audiência o Cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Durante o encontro, o Pontífice autorizou a promulgação de Decretos de reconhecimento de um martírio e sete novos Servos de Deus.

O Santo Padre reconheceu o martírio do Servo de Deus Giovanni Fornasini, sacerdote diocesano; nascido em 23 de fevereiro de 1915 em Pianaccio di Lizzano em Belvedere (Itália), e morto por ódio à Fé, em San Martino di Caprara (Itália), em 13 de outubro de 1944.

Também foram reconhecidas as virtudes heroicas dos seguintes Servos de Deus:

– Servo de Deus Miguel Arcanjo Maria Antonio Vinti, sacerdote diocesano; nascido em 18 de janeiro de 1893 em Grotte (Itália), faleceu em 17 de agosto de 1943.

– Servo de Deus Ruggero Maria Caputo, sacerdote diocesano; nascido no dia 1° de maio de 1907 em Barletta (Itália), faleceu em 15 de junho de 1980;

– Serva de Deus Maria Giuseppa di Gesù (nascida Elisabetta Prout), Fundadora da Congregação das Irmãs da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo; nasceu em 2 de setembro de 1820 em Shrewsbury (Inglaterra) e morreu em Sutton (Inglaterra) em 11 de janeiro de 1864;

– Servo de Deus Tiago Masarnau Fernández, fiel leigo; nascido em 10 de dezembro de 1805 em Madrid (Espanha), faleceu em 14 de dezembro de 1882;

– Servo de Deus Pasquale Canzii, seminarista; nascido em 6 de novembro de 1914 em Bisenti (Itália) e falecido em Penne (Itália), em 24 de janeiro de 1930;

– Servo de Deus Jérôme Lejeune, fiel leigo; nascido em 13 de junho de 1926 em Montrouge (França) e falecido em Paris (França) em 3 de abril de 1994;

– Serva de Deus Adelaide Bonolis, fiel leiga, Fundadora das Obras de Assistência e Redenção Social; nascida em 14 de agosto de 1909 em Milão (Itália), faleceu em 11 de agosto de 1980. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Arcebispo explica o que é e qual é a importância da conversão

Imagem referencial. Crédito: Ben White / Unsplash

PIURA, 25 jan. 21 / 01:35 pm (ACI).- Dom José Antonio Eguren, Arcebispo Metropolitano de Piura, no norte do Peru, explicou o que é a conversão e a sua importância na vida dos cristãos.

Em sua homilia ao celebrar a Santa Missa do dia 24 de janeiro, refletindo sobre o Evangelho de São Marcos no qual Jesus chama a “converter-se e acreditar na Boa Nova”, Dom Eguren explicou que “conversão significa 'mudança de mentalidade', mas não se trata apenas de um modo distinto de pensar a nível intelectual, mas da revisão do próprio modo de agir à luz dos critérios evangélicos”.

“Com efeito, a conversão ou metanóia a que somos chamados consiste no esforço de interiorizar e assimilar os valores evangélicos que contrastam com as tendências dominantes presentes no mundo”, sublinhou.

O Arcebispo de Piura frisou que "a conversão implica despojar-nos dos pensamentos, sentimentos, comportamentos e hábitos que se opõem ao Evangelho ou que prescindem dele, para nos revestirmos daqueles pensamentos, sentimentos e comportamentos do Senhor Jesus, o homem novo e perfeito".

“A conversão é um processo que abrange toda a nossa vida. É despertado e sustentado pela graça que conta com a nossa livre colaboração”, destacou.

O Prelado peruano ressaltou que “a conversão é o fruto do encontro com Jesus. Por isso que ‘conversão e crer’ se implicam mutuamente”.

“O encontro com Jesus vivo nos move à fé, a qual exige a conversão como um processo permanente e constante que abrange toda a vida”, expressou.

“Queridos irmãos, isso é converter-se, isso é crer. Quando Jesus apareceu no horizonte de suas vidas, Simão Pedro, André, Tiago e João, deixaram tudo: barco, redes, pai, trabalhos, para ir com Jesus”, lembrou.

Dom Eguren indicou que “o Senhor atraiu todo o seu interesse e coração. Todo o anterior ficou para trás, porque Jesus era muito mais valioso e importante que aquilo que deixavam”.

"Só o conhecimento de Cristo foi capaz de fazer com que mudassem suas vidas de forma tão radical".

O Arcebispo peruano destacou que “no caminho da conversão se trata de ser verdadeiros discípulos, aspirando incessantemente a deixar-se educar pelo Espírito Santo, através da ação materna de Santa Maria, para que nos tornemos 'outros Cristos'”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Vacina contra Covid para indígenas no Brasil: entre fake news e discriminação, a esperança

Povo Guajajara é vacinado no interior do Maranhão

Muitos indígenas no país já comemoram a chegada do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 nas aldeias, apesar da desinformação que desestimula indígenas a se vacinarem, mas como “um sinal de esperança para ter o povo vivo por mais tempo”, declara uma indígena Guajajara do Maranhão. Isso nas aldeias, porque os indígenas que vivem em contexto urbano são excluídos do cronograma prioritário de imunização - cerca de 46% da população indígena no Brasil. Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi, pede “urgência" em "reconhecer o total desse grupo prioritário e alcançá-lo em sua totalidade”.

Andressa Collet - Vatican News

Os indígenas fazem parte dos grupos prioritários para receber a vacina contra a Covid-19 no Brasil, segundo o Plano Nacional de Vacinação apresentado pelo governo federal. Porém, dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo vinculado à CNBB que atua em defesa dos direitos dos povos indígenas, recorda que o cronograma de imunização prioritária que contempla pouco mais de 410 mil indígenas “não inclui a totalidade da população indígena que vive no Brasil” porque exclui quem vive nas aldeias urbanas:

“O critério adotado demonstra racismo institucional, uma vez que define como indígenas apenas povos que vivem em aldeias de terras indígenas homologadas, ignorando os povos que vivem em contexto urbano que, segundo dados do Censo IBGE, de 2010, são cerca de 46% da população indígena no Brasil. O termo usado pelo ministro da Saúde, ‘indígenas aldeados’, nos remete ao período da ditadura militar que representa uma discriminação, onde o governo pretende definir de forma arbitrária quem é e quem não é índio, estabelecendo assim um conflito com a Constituição Brasileira, com os marcos legais nacionais e internacionais, e com o Movimento Indígena. O Censo populacional de 2010 indica a existência de quase 900 mil indígenas no Brasil. O Plano Nacional de Vacinação, portanto, precisa reconhecer o total desse grupo prioritário e alcançá-lo em sua totalidade.”

A declaração de dom Roque é um reforço à uma nota divulgada pelo Cimi em 18 de janeiro quando se posiciona sobre essa “exclusão de indígenas” do Plano de Vacinação do país e, assim, ao acesso à saúde pública. O texto ainda recorda que indígenas que vivem no contexto urbano, em grande parte, foram expulsos dos seus territórios por invasores, o que não justificaria a exclusão no cronograma de vacinação: “o fato do indígena estar fora da aldeia não faz com que ele deixe de ser indígena”, salienta a nota do Cimi.

O conselho também traz dados de um estudo da Universidade Federal de Pelotas em que aponta que a prevalência do coronavírus entre a população indígena urbana (5,4%) é cinco vezes maior do que a encontrada na população não indígena (1,1%). Por isso, o presidente do Cimi fala em nome do Movimento Indigenista e pede “urgência na vacinação de toda a população indígena do país”.

O lado mais vulnerável da pandemia

Em quase um ano de pandemia, de acordo com os dados do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, integrado por lideranças indígenas, 46.508 indígenas foram contaminados pela Covid-19 e 929 faleceram em decorrência da doença, afetando diretamente 161 povos em todo o Brasil. A vacina, portanto, através da imunização em massa, vai ajudar a combater a disseminação do coronavírus sobretudo nos grupos mais vulneráveis, como dos indígenas.

“Essa vacina é a esperança da nossa sobrevivência.”

Tomar a vacina também é combater contra a desinformação nas aldeias

A vacina da sobrevivência

No interior do Maranhão, no Território Indígena do Rio Pindaré, que fica no município de Bom Jardim, a mais de 200 Km de São Luís, a vacina já é uma realidade para o povo Guajajara, apesar dos desafios enfrentados dentro das aldeias para combater um outro vírus, o da desinformação que desestimula indígenas a se vacinarem. Em depoimento a Genilson Guajajara, que participa do Coletivo de Comunicação Pinga-pinga das comunidades tradicionais do Maranhão, a Arlete Viana dos Santos Guajajara contou sobre o momento histórico e de esperança vivido na terra indígena. Ela é a atual presidente da Associação Indígena Comunitária Mainumy:

“Pra mim e acredito que para muitos parentes, a chegada dessa vacina dentro dos territórios indígenas é sinal de esperança de ter o nosso povo vivo por mais tempo. Porque, essa maldita doença, ela já matou muitos e muitos parentes. Então, para gente é uma esperança muito grande de ter o nosso povo vivo por mais tempo. É uma pena que existe muito fake News. Tem pessoas que acham que estão vivendo somente para espalhar essas fake News, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro. Então, isso acaba atrapalhando muita a questão da vacinação dentro dos territórios. Mas, assim, nós enquanto lideranças, temos esse papel de, na verdade, fazer articulação e desmentir essas fake news dentro dos territórios. Como podemos fazer isso? Chamando os parentes, conversando e explicando como é que funciona a vacina. Enfim, fazendo a nossa parte mesmo para o bem de toda a nossa população, porque essa vacina ela é a esperança de sobrevivência nossa.”

Vatican News

Local do batismo de Jesus é na Jordânia, não em Israel

Producer | CC BY-SA 3.0
por J-P Mauro

"Betânia além da Jordânia" é o lugar onde Cristo foi batizado e hoje é Patrimônio Mundial da UNESCO.

O Patriarca Latino de Jerusalém reafirmou o local do batismo de Jesus Cristo como na margem oriental do rio Jordão, na Jordânia. A Igreja Católica identificou “Betânia além da Jordânia”, um Patrimônio Mundial da UNESCO, como o lugar onde João Batista batizou Jesus Cristo.

O arcebispo Pierbattista Pizzaballa fez a declaração para esclarecer a confusão sobre a localização do importante local cristão. Em uma notícia recente, Israel anunciou a conclusão de um projeto para remover minas terrestres de um “local de batismo” no lado oeste do rio Jordão.

O arcebispo Pizzaballa disse ao Catholic News Service:

“É claro a partir do histórico, arqueológico e, na verdade, todos os pontos de vista que o verdadeiro local do batismo de Jesus Cristo (no rio Jordão) está no lado jordaniano. Tradicionalmente, historicamente e de acordo com a Bíblia, é deste lado.”

“Betânia além da Jordânia” foi escavada há mais de 25 anos, revelando fundações de igrejas dos romanos e bizantinos. Acredita-se que esses edifícios foram construídos para comemorar o local do batismo de Cristo. Desde então, “Betânia além da Jordânia” se tornou um ponto de encontro para os peregrinos, recebendo mais de 100.000 visitantes por ano.

Uma benção para o turismo

Na entrevista ao CNS, o arcebispo Pizzaballa passou a chamar a capela de São João Batista, do lado israelense, de atração turística. Ele sugeriu que, enquanto nas proximidades de “Betânia além do Jordão”, não é o local do batismo de Jesus. Ele disse:

“Existem milhões de peregrinos do outro lado (Israel e Cisjordânia) e eles querem explorar o lugar. A lógica deles é que temos milhões de peregrinos que não podem ir à Jordânia, então eles oferecem o outro lado. Agora, após a preparação do local, eles viram o potencial turístico e, suponho, de negócios.”

O debate sobre a localização foi amplamente encerrado em 2015, quando a UNESCO nomeou “Betânia além da Jordânia” como Patrimônio Mundial. A UNESCO tomou a decisão após seguir a orientação de dois papas. Em 2000, São João Paulo II esteve presente na inauguração de “Betânia além da Jordânia”, ocasião em que o pontífice reconheceu o local como tal. Este sentimento foi ainda apoiado pelo Papa Bento XVI, quando visitou o local em 2009.

No lado israelense do rio, dezenas de minas terrestres colocadas em meados do século 20 foram finalmente removidas. A capela de São João Batista voltou recentemente aos seus antigos zeladores franciscanos e as missas foram retomadas. Espera-se que a área, do outro lado do rio do local do batismo jordaniano, acrescente vários prédios de igrejas e se torne uma atração turística popular.

Aleteia

Nancy Pelosi ataca pró-vidas católicos e evangélicos nos EUA por causa do aborto

Nancy Pelosi. Crédito: Gage Skidmore (CC BY-SA 2.0)

WASHINGTON DC, 25 jan. 21 / 11:16 am (ACI).- Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, atacou os pró-vidas no país por sua oposição ao aborto e disse que "estavam dispostos a jogar toda a democracia por água abaixo só por causa deste tema”.

Em um episódio de 18 de janeiro do podcast "You and Me Both with Hillary Clinton" (Você e eu com Hillary Clinton), Pelosi disse que os pró-vidas foram “culpados” pela eleição de Trump. “Acredito que Donald Trump só é presidente por conta de suas posturas contrárias ao direito de a mulher decidir”, ou seja, devido às suas fortes posturas pró-vida.

A congressista afirmou que os norte-americanos estavam dispostos a “jogar toda a democracia por água abaixo” apenas por causa do apoio de Biden ao tema dos direitos reprodutivos. Do mesmo modo, destacou que o apoio de eleitores pró-vidas e religiosos a Trump era um tema que "como católica, me dava muita pena”.

Quando Hillary Clinton concorreu com Trump em 2016, a plataforma do Partido Democrata se destacou por sua postura extrema em relação ao aborto. Isso incluía, pela primeira vez, um apelo para rejeitar a Emenda Hyde que evita o uso de impostos para pagar abortos. Essa política foi apoiada por ambos partidos durante 50 anos.

No podcast de 18 de janeiro, a presidente da Câmara disse que quando Trump elaborou uma lista de juízes que nomearia como presidente, foi como um chamariz "para os evangélicos, católicos e todos os demais: uma mulher não terá o direito de escolher".

Os bispos dos Estados Unidos assinalaram que, embora o fim da pobreza e a pena de morte não possam ser ignorados, o fim do aborto continua sendo uma "prioridade proeminente" para eles, "porque ocorre no santuário da família e pelo número de vidas que são destruídas”.

Clinton disse que uma das "terríveis ironias" da postura pró-vida foi o declínio na taxa de aborto durante o mandato de presidentes democratas. A ex-senadora disse que "com a contracepção adequada, a educação e as conversas livres de estigmas, os números podem continuar caindo".

“Portanto, o que é incrivelmente triste é que aqueles que, na minha opinião e experiência, não veem este assunto como uma prioridade, tenham usado essas questões e preocupações legítimas, e sim, a compreensão da fé, para obter e usar o poder”, continuou Clinton.

Pelosi comentou depois que aqueles que "se recusam a interromper a gravidez" devem "amar a contracepção" e que aqueles que se opõem a isso são hipócritas porque eles mesmos não têm famílias numerosas.

“Muitas dessas pessoas não têm 13 filhos. E como alguém que teve cinco filhos quase exatamente em seis anos, disse aos meus colegas que quando tenham cinco filhos em seis anos podem vir falar comigo como católicos”, indicou Pelosi.

Embora Clinton esteja correta sobre a queda na taxa de aborto na década de 1990, não disse nada sobre o fato de que, nos Estados Unidos, as taxas de aborto atingiram o pico no início da década de 1980 e têm diminuído continuamente desde então, independentemente do partido político que esteve na presidência.

Em 2011, a taxa de aborto no país estava abaixo da taxa de 1973, ano de Roe vs. Wade que legalizou a prática no país.

E embora Clinton e Pelosi atribuíssem o declínio na taxa de aborto ao uso de anticoncepcionais, o Instituto Guttmacher revelou que as taxas de aborto nos Estados Unidos começaram a cair mais acentuadamente desde 2008, muito antes da promulgação do mandato contraceptivo da lei de cuidado da saúde.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

SS. TIMÓTEO E TITO, BISPOS, DISCÍPULOS DE S. PAULO

SS. Timóteo e Tito, Monreale

Vida de Timóteo

Timóteo nasceu em Listra, a cerca de 200 km. ao nordeste de Tarso. Era filho de mãe judaica e de pai pagão. Quando São Paulo passou por aqueles lugares, no início da sua segunda visita missionária, escolheu Timóteo como companheiro de viagem, por que “ele era muito estimado pelos irmãos de Listra e Icônio” (At 16,2), mas o fez circuncidar “por causa dos Judeus que viviam naquela região” (At 16,3).

Com o Apóstolo dos Gentios, Timóteo atravessou a Ásia Menor e foi até à Macedônia. Depois, acompanhou Paulo a Atenas, de onde foi enviado à cidade de Tessalônica; dali, prosseguiu para Corinto, onde colaborou na evangelização no istmo da cidade.

A figura de Timóteo destaca-se como um pastor valoroso. Segundo a posterior História eclesiástica de Eusébio, Timóteo foi o primeiro Bispo de Éfeso. Algumas de suas relíquias encontram-se, desde 1239, na catedral de Térmoli, na região italiana de Molise, provenientes de Constantinopla.

Vida de Tito

Tito, de família grega ainda pagã, foi convertido por São Paulo em uma das suas viagens apostólicas, tornando-se seu colaborador, companheiro e irmão na missão. O Apóstolo dos Gentios levou-o consigo a Jerusalém, por ocasião do chamado Concílio Apostólico, - que aconteceu no momento crucial da controversa sobre o batismo dos Gentios – quando o Apóstolo se opôs categoricamente à circuncisão deste cristão de Antioquia. Assim, Tito tornou-se símbolo vivo do valor universal do Cristianismo, independente da nacionalidade, raça e cultura.

Quando Timóteo partiu para Corinto, Paulo confiou a Tito a tarefa de levar aquela comunidade rebelde à obediência. De fato, ele conseguiu estabelecer a paz entre a Igreja em Corinto e o Apóstolo dos Gentios. A seguir, Tito foi novamente enviado por Paulo a Corinto – qualificando-o como “meu companheiro e colaborador” (2 Cor 8,23) – para levar a cabo as coletas pelos cristãos de Jerusalém. Ulteriores notícias, provenientes das Cartas Pastorais, o apresentam como Bispo de Creta.

Dois servos fiéis do Evangelho

Paulo fez circuncidar o discípulo Timóteo, mas não Tito, que também levou consigo a Jerusalém, para participar do Concílio Apostólico. Assim, Paulo apresenta seus dois colaboradores como homens da circuncisão e homens da não circuncisão; homens da lei e homens da fé.

Segundo a tradição, São Paulo escreveu duas Cartas a Timóteo e uma a Tito. São as duas únicas Cartas do Novo Testamento enviadas a pessoas e não à comunidade.

O Apóstolo, já idoso, deixa-se levar com algumas anotações, com ricas expressões de carinho por seus dois discípulos, demonstrando também sua satisfação por lhes confiar a missão de anunciar o Evangelho.

Segundo Papa Bento XVI, Timóteo e Tito “ensinam-nos a servir o Evangelho com generosidade, sabendo, porém, que isso também comporta um serviço à própria Igreja”.

Vatican News

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

PAIS DA IGREJA: Sobre a Vida de Moisés (Parte 1/20)

São GREGÓRIO DE NISSA
(Aprox. 330-395)

Sobre a Vida de Moisés

Tradução segundo a Patrologia Grega de Migne
com base na versão de D. Lucas F. Mateo

Prefácio

Os aficionados pelas corridas de cavalos, embora aqueles a quem apóiam nos esforços das corridas não se descuidem um instante em suas tentativas de ser velozes, nas arquibancadas e envolvendo com os olhos todo o certame, gritam no desejo de os ver triunfar, e com os gritos incitam ao cocheiro e aos cavalos – ao menos assim o crêem - a um impulso mais forte; dobram os joelhos ao mesmo tempo que os cavalos e estendem as mãos para a frente, agitando-as como um chicote. Não atuam assim porque estas coisas causem a vitória, mas pelo interesse que sentem pelos participantes, que os leva a mostrar sua preferência com a palavra e com o gesto. Algo semelhante me parece acontecer contigo, o mais estimado dos amigos e irmãos: enquanto no estádio das virtudes te empenhas valentemente na competição divina e avanças com passos ágeis e rápidos para a recompensa do chamado que vem de cima, te animo com minhas palavras, e te apresso, e te exorto a aumentar o esforço para ser mais veloz. Atuo assim não como quem se deixa levar por um impulso irrefletido, mas como quem proporciona a um filho querido tudo o que lhe é grato. Como na carta que me enviaste recentemente me pedes um conselho para a vida perfeita, me pareceu conveniente te propor com minhas palavras algo que talvez só te será útil se se converter para ti em um exemplo eficaz de obediência. Com efeito, se eu, que estou colocado no lugar de pai para tantas almas, considero conveniente a meus cabelos brancos aceder ao pedido de tua juventude virtuosa, tanto mais conveniente será que se reforce em ti a disposição à docilidade, agora que a tua juventude tem sido instruída por mim a uma obediência voluntária. E já basta deste tema. Iniciemos já o assunto proposto, tomando a Deus como guia de nosso discurso. Pediste-me, meu querido, que te trace um esboço de qual é a vida perfeita, com a intenção evidente de aplicar a tua própria vida – se o que procuras se encontra em minha resposta – a graça indicada por minhas palavras. Sinto-me igualmente incapaz destas coisas: confesso que se encontra acima de minhas forças tanto o definir com palavras em que consiste a perfeição, como o mostrar em minha vida o que o espírito entende dela. Talvez não só eu, mas também muitos dos grandes e avançados na virtude confessarão que uma coisa assim também não é alcançável para eles. Explicarei com a maior clareza o que estou tentando dizer, para não parecer, dizendo-o com as palavras do Salmo, que tenho temor onde não deve haver temor (Sal 13, 5). Em todas as coisas pertencentes à ordem sensível, a perfeição está circunscrita por alguns limites, como sucede com a quantidade contínua ou descontínua. Com efeito, tudo aquilo que se pode medir quantitativamente se encontra em limites bem definidos, e alguém que considere um pedaço ou o número dez sabe bem que, para essas coisas, a perfeição consiste em ter um começo e um fim. Por outro lado, com relação à virtude, aprendemos com o Apóstolo que o único limite de perfeição consiste em não ter limite. Aquele divino Apóstolo, grande e elevado de pensamento, correndo sempre pelo caminho da virtude, jamais cessou de se lançar para a frente, pois lhe parecia perigoso deter-se na corrida. Por que? Porque todo o bem, pela própria natureza, carece de limites, e só é limitado pela presença de seu contrário, como a vida é limitada pela morte e a luz pelas trevas; em geral, tudo aquilo que é bem tem seu fim naquilo que é considerado o oposto do bem. Assim como o fim da vida é o começo da morte, assim também o deter-se na corrida pela virtude é o princípio da corrida ao vício.

Por este motivo, não nos enganava nosso raciocínio ao dizer que, no que diz respeito à virtude, é impossível uma definição da perfeição, já que demonstramos que tudo que se encontra demarcado por alguns limites não é virtude. E como eu disse que para aqueles que vão atrás da virtude é impossível alcançar a perfeição, esclarecerei meu pensamento com relação a esta questão. O Bem em sentido primeiro e próprio, aquele cuja essência é a Bondade, esse mesmo é a Divindade. Esta é chamada com propriedade – e é realmente – tudo aquilo que implica sua essência. Como já foi demonstrado que a virtude não tem mais limite alem do vício, e foi demonstrado também que na Divindade não cabe o que é contrário, conclui-se conseqüentemente que a natureza divina é infinita e ilimitada. Portanto, quem busca a verdadeira virtude não busca outra coisa senão Deus, já que Ele é a virtude perfeita. Com efeito, a participação do Bem por natureza é completamente desejável para quem o conhece, e, alem disso, o Bem é ilimitado; segue-se, pois, necessariamente que o desejo de quem busca participar dele é co-extensivo com aquilo que é ilimitado, e não se detém jamais. Portanto, é impossível alcançar a perfeição, pois, como já dissemos, a perfeição não está circunscrita por nenhum limite; o único limite da virtude é o ilimitado. E como poderá alguém chegar ao limite prefixado, se este limite não existe? Porem o fato de havermos demonstrado que o que buscamos é totalmente inatingível, não justifica que se possa descuidar do preceito do Senhor, que diz: Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste. Com efeito, aqueles que têm bom senso julgam grande ganância não carecer de uma parte dos bens verdadeiros, ainda que seja impossível alcançá-los de forma completa. Deve-se portanto, por todo ardor em não estar privado da perfeição possível e, em conseqüência, em alcançar dela tanto quanto sejamos capazes de receber em nosso interior. Talvez a perfeição da natureza humana consista em estar sempre dispostos a conseguir um maior bem. Parece-me oportuno tomar a Escritura como guia nesta questão. De fato, a voz de Deus diz por meio da profecia de Isaías: Lançai os olhos para Abraão vosso pai, e para Sara que vos deu à luz (Is 51,2). A palavra divina faz esta exortação àqueles que erram longe da virtude, para que assim como os navegantes que se desviaram de sua rota para o porto corrigem-se de seu erro graças a um sinal que se lhes faz visível – vendo um sinal de fogo posto no alto ou em cima de um monte – assim também aqueles que erram no mar da vida levados por uma mente sem timoneiro, se dirijam novamente ao porto da vontade divina seguindo o exemplo de Abraão e Sara. A natureza humana se divide em feminino e masculino, e a escolha entre virtude e vicio se apresenta igualmente ante ambos os sexos. Por esta razão, a palavra divina oferece o exemplo de virtude correspondente a cada uma das partes, para que, olhando cada uma para o que lhe é afim – os homens para Abraão e a outra parte para Sara – as duas se encaminhem para a vida virtuosa com exemplos que lhe sejam próximos. Também será suficiente para nós a lembrança de um destes personagens ilustres por sua vida, para fazê-lo desempenhar o papel de guia, e mostrar assim como é possível que a alma chegue ao porto seguro da virtude, onde já não estará exposta de nenhuma forma às tempestades da vida, e onde não correrá o risco de cair no abismo do vicio por causa dos sucessivos embates das ondas das paixões.

Talvez a história destes homens ilustres tenha sido escrita detalhadamente para isto: para que a vida dos que vêm depois se dirija para o bem imitando as coisas que foram feitas precedentemente com retidão. Talvez alguém diga: se eu não sou caldeu como sabemos que foi Abraão, nem fui criado pela filha do Egípcio como conta a história de Moisés, nem tenho nada em comum na forma de viver com nenhum destes homens de outros tempos, como conformarei minha vida com a de um deles, se não tenho como imitar a alguém que me é tão afastado em sua forma de viver? Respondemos que não pensamos que ser caldeu seja vicio ou virtude, nem que ninguém se encontre afastado da vida virtuosa por viver no Egito ou habitar na Babilônia. Pelo contrário, nem Deus se faz conhecer somente na Judéia daqueles que são dignos, nem Sião, entendido em sentido literal, é a casa de Deus (Sal 75, 2-3). Portanto, teremos necessidade de uma interpretação mais sutil e de um olhar mais agudo para discernir sempre, a partir da história, de que caldeus ou egípcios havemos de nos distanciar e de que cativeiro da Babilônia devemos escapar para conseguir a vida bem-aventurada. Daqui para a frente, em nosso discurso, tomamos Moisés como modelo de vida. Em primeiro lugar, recorreremos rapidamente sua vida, conforme a conhecemos pela divina Escritura; depois buscaremos o significado espiritual correspondente à história, para receber um ensinamento sobre a virtude. Assim conheceremos em que consiste para os homens a vida perfeita.

ECCLESIA Brasil

O que a conversão de São Paulo nos ensina sobre Cristo

Antoine Mekary / Godong

A vida cristã consiste em abraçar a religião, em ter uma conversão forte na fé, até o ponto de se tornar cada vez mais homens e mulheres evangélicos, vivendo neste mundo "à imagem e semelhança de Deus". Mas o que isso significa e como conseguimos essa conversão?

A conversão de São Paulo no caminho de Damasco é exemplar. É uma das razões das quais é a única que comemoramos no ano litúrgico, no dia 25 de janeiro. Não comemoramos a conversão de Santo Agostinho, nem a de São Francisco, nem a do Beato Charles de Foucauld, mas sim a de São Paulo, porque ele é de certo modo o arquétipo de toda conversão cristã. Então, temos que entender o que é.

A conversão, para São Paulo, não consistia apenas em renunciar às suas opiniões e mudar seu comportamento, mas em renunciar à imagem que tinha de si mesmo, em morrer em si mesmo para revestir-se de Cristo. Ele não apenas passou da condição de fariseu para a de cristão praticante e atencioso. Ele se tornou uma “nova criatura em Cristo” (2 Cor 5,17). Assim é a mesma coisa com todos nós. O apelo de Cristo à conversão é um convite a entrar em comunhão com Ele, até o ponto de poder dizer com São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Desde a sua conversão, esta é a única coisa que realmente contou aos olhos de São Paulo. Nem a circuncisão, nem a lei, nem as obrigações alimentares, mas Cristo.

Convertam-se para se tornarem homens e mulheres evangélicos

Nossa vida cristã é basicamente um processo de conversão. Trata-se de nos libertar de toda forma de escravidão para assemelharmos cada vez mais ao próprio Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança. Se não nos convertermos, se não nos tornarmos mais semelhantes a Cristo depois de anos de vida “cristã”, então corremos o risco de ser neste mundo meras caricaturas de Deus e, vamos enfrentá-lo, uns escândalos ambulantes para aqueles que só conhecem o Evangelho por ouvir dizer. Agora, como diziam os antigos: Corruptio optimipessima, a corrupção dos melhores é a pior de todas!

Quantas vezes já ouvimos este tipo de comentário de pessoas escandalizadas pelos “católicos dominicais”: “Você diz que é cristão e passa o tempo fazendo isso ou sem fazer aquilo”. E é que a autêntica vida cristã não consiste apenas em ir à missa de domingo e em acreditar nos 598 números do resumo do Catecismo da Igreja Católica (embora isso seja ótimo, obviamente). A vida cristã consiste em ter uma conversão até o ponto de nos tornarmos cada vez mais homens e mulheres evangélicos, vivendo neste mundo “à imagem e semelhança de Deus”. Portanto, o essencial da conversão cristã pode ser dito em duas palavras: divinização e libertação. Converter-se é unir-se a Deus e libertar-se do que é contrário à ele.

Deus nos uniu à sua própria vida

O Oriente cristão não hesita em falar de “divinização” para expressar esta vocação cristã. “Porque esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, o Filho do homem: para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim a filiação divina, se torne um filho de Deus”, disse Santo Irineu de Lyon (século II). Santo Atanásio de Alexandria (século IV) acrescentou: “Porque o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus”. Até Santo Tomás de Aquino (1225-1274) concordou: “O Filho Unigênito de Deus, querendo nos tornar participantes da sua divindade, assumiu a nossa origem para que, feito homem, fizesse dos homens deuses”.

Hoje em dia, hesitamos na hora de usar essa linguagem. E, no entanto, não há nada mais clássico e mais verdadeiro do que isto: Deus, desde a criação da humanidade, não teve outro propósito senão tornar o homem semelhante à Ele. O pecado de Adão e do homem condenou aquele plano original, mas a obediência de Cristo à Cruz o restaurou. Em Cristo, tornamo-nos “participantes da origem divina” (2 Pedro 1, 4). Certamente, não somos divinos do ponto de vista da origem – ainda somos humanos – mas somos do ponto de vista da vida divina que flui em nossa alma desde o batismo. Deus nos juntou à sua própria vida. A graça que transborda em nossa alma é uma participação em sua própria vida, mas se isso for verdade, como podemos mudar tão pouco? Por que é tão difícil para nós ter uma conversão de verdade? Em parte, é porque não tornamos esta verdade nossa. Acreditamos vagamente que somos filhos de Deus, por isso não entramos totalmente no mistério que nos foi dado viver aqui e agora.

Visto que o que somos profundamente não é muito visível mesmo aqui embaixo, sempre somos levados a diminuir o mistério de nossa vida cristã. O Diabo, que entende muito bem qual é a pergunta, nos testa (e nos odeia!) da mesma forma que testou (e odiou) Jesus no deserto, tentando nos fazer duvidar do nosso ser profundo: “Se tu és o Filho de Deus”, quer dizer: “Se tu és o que pretendes ser, isso deveria ser visto um pouco mais!”. O Diabo quer nos cegar para nossa verdadeira identidade (Deus em nós e nós em Deus). E é a armadilha em que caímos sempre que tentamos construir nossa personalidade em algo diferente de Deus. Então, assumimos uma certa qualidade superficial para nosso eu profundo e, em última análise, é uma forma sutil de idolatria mas gostamos de adorar esse querido “eu” que pensamos que somos; e como percebemos que a conversão vai arrancá-lo de nós, resistimos, deixamos a Hora de Deus e a nossa para amanhã.

Uma conversão é uma libertação

Cada conversão é um mistério pascal: um mistério de crucificação e ressurreição, porque ter uma conversão “numa nova criatura” só pode ser feito ao preço da morte do “homem velho” (isto é, muitas vezes, do homem novo em quem acreditamos ser!). No entanto, embora seja algo a que todos estamos muito apegados, trata-se da imagem que fazemos de nós mesmos (seja ela positiva ou negativa, além disso). Saulo, que planejava chegar com orgulho a Damasco para levar os discípulos de Cristo cativos para lá, deve ter, após seu encontro com Jesus, entrado na cidade cego e conduzido pela mão. Foi necessário que seu “ego” fosse quebrado para que seu “eu profundo” pudesse emergir. Foi necessário que o fariseu que ele foi, fosse “crucificado” com Cristo para poder ressuscitar cristão.

No terceiro relato de sua conversão, no capítulo 26 dos Atos dos Apóstolos, há um detalhe que nos diz o quão difícil deve ter sido a luta com Deus para Saulo. Tendo se tornado cristão, ele contou esta frase que Cristo lhe disse no caminho: “Saulo, Saulo, por que você está me perseguindo? Você se machuca ao chutar o ferrão”. Chutar contra o ferrão é o que o boi faz quando se recusa a avançar, embora receba a aguilhada do boiadeiro. Jesus, portanto, compara Saulo a um boi que resiste e se machuca por resistir. É também comovente ver que ele não lhe diz: “Você me desrespeita resistindo a mim” ou “Você é cruel e saberá da minha raiva se continuar assim”. Também não diz: “Acho difícil suportar isso”, mas sim: “É difícil para você”, “É muito difícil para você”. É um pouco como dizer: “Não vou falar sobre o dano que você está causando a mim, mas olhe um pouco para o dano que você está causando a si mesmo!”

A conversão cristã não é apenas uma conversão moral ou uma libertação do pecado (Paulo não nos diz: “Antes eu fazia coisas erradas, agora faço coisas certas”); é uma conversão que atinge no fundo de todo o nosso ser pessoal, uma libertação em relação a tudo o que, em nossa pessoa, resiste a Deus.

Aleteia

Fumaça sagrada! Por que a Igreja usa incenso na Missa?

Lidia Muhamadeeva - Shutterstock
por Philip Kosloski

Conheça o significado desta tradição milenar.

O Catecismo nos lembra que a oração envolve muito mais do que a nossa alma: “De onde procede a oração do homem? Seja qual for a linguagem da oração (gestos e palavras), é o homem todo que ora” (Catecismo 2562).

Por essa razão, as formas públicas de culto da Igreja contêm vários elementos que são visíveis e envolvem nossos sentidos corporais. O Catecismo também nos ensina que “os sinais e os símbolos ocupam um lugar importante na vida humana. Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e símbolos materiais. Como ser social, o homem tem necessidade de sinais e de símbolos para comunicar com o seu semelhante através da linguagem, dos gestos e de ações. O mesmo acontece nas suas relações com Deus” (Catecismo 1146).

Todos os sentidos

Para ajudar a envolver todos os nossos sentidos durante a celebração da Missa, elevando nossos corpos e almas a Deus, a Igreja, durante séculos, usou o incenso como um sinal exterior importante.

O incenso era uma parte vital da adoração para muitas religiões antigas, incluindo o culto judeu de Deus. No Tabernáculo, assim como no Templo, Deus ordenou que um “altar de incenso” fosse construído. Deus mandou também que Aarão, o sumo sacerdote, queimasse “um incenso perpétuo perante o Senhor ao longo de suas gerações” (Êxodo 30: 8).

A frase mais conhecida que menciona o incenso no Antigo Testamento também está ligada a essa tradição: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde” (Salmos 141:2).

Os cristãos rapidamente adotaram o uso do incenso, e isso aparece no livro do Apocalipse, onde São João descreve: “A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus (Apocalipse 8: 4).

Simbologia

À luz das passagens descritas acima, o significado primário por trás do uso do incenso é simbolizar nossas orações se elevando a Deus. Quando vemos o incenso, lembramos que o sacerdote está lá para reunir nossos pedidos e implorar em nosso nome diante de nosso Deus amoroso e misericordioso.

O incenso também lembra a realidade celestial da Missa. Conecta nossa celebração à liturgia celestial retratada no livro do Apocalipse, e lembra-nos que a Missa é um lugar de encontro entre o céu e a terra.

Por último, a nuvem grossa de incenso geralmente turva nossa visão do altar. Isso é uma coisa boa e nos lembra da natureza misteriosa da Missa. Nossas mentes mortais não podem compreender plenamente o mistério que está sendo celebrado diante de nossos olhos; o incenso torna essa realidade ainda mais tangível.

Enfim, embora o uso de incenso possa parecer estranho, lembre-se de que essa tradição tem raízes espirituais profundas e tem sido parte da adoração divina há milhares de anos.

Aleteia

Papa pede que Assembleia Eclesial da América Latina não seja uma elite com ideologia

CNBB

Vaticano, 25 jan. 21 / 09:08 am (ACI).- O Papa Francisco encorajou neste dia 24 de janeiro que a próxima Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe “não seja uma elite separada do santo povo fiel de Deus" com uma ideologia, porque "não se esqueça, somos todos parte do povo de Deus, somos todos parte dele".

Ao participar da cerimônia virtual de anúncio da Assembleia Eclesial, que se realizará de 21 a 28 de novembro de 2021 com sede no México e sob o lema "Somos todos discípulos missionários em saída", o Santo Padre manifestou o desejo de "estar ao lado de vocês neste momento e na preparação até novembro”.

O Papa destacou que “é a primeira vez” que se realiza uma Assembleia eclesial. “Não é uma Conferência do Episcopado Latino-americano como as anteriores, a última, Aparecida. Hoje ainda temos muito que aprender”.

“Não, é outra coisa. É uma reunião do Povo de Deus: leigas, leigos, consagradas, consagrados, sacerdotes, bispos, todo o povo de Deus que vai caminhando. Se reza, se fala, se pensa, se discute, se busca a vontade de Deus”, indicou.

O Papa Francisco destacou que o evento deve ser realizado “junto com o povo de Deus: que esta Assembleia não seja uma elite separada do santo povo fiel de Deus. Junto com o povo: não se esqueça, somos todos parte do povo de Deus, somos todos parte dele”.

“Fora do povo de Deus surgem as elites, as elites iluminadas por uma ideologia ou outra, e esta não é a Igreja”, advertiu.

O Santo Padre frisou que “a Igreja se dá no partir do pão, a Igreja se dá com todos, sem exclusão. Uma Assembleia de Igreja é o sinal de uma Igreja sem exclusão.”

Outro ponto importante que o Papa destacou em sua mensagem de vídeo “é a oração. O Senhor está em nosso meio. Que o Senhor se faça ouvir, daí nosso pedido de que Ele esteja conosco”.

Ao finalizar a sua mensagem, o Papa disse: “acompanho vocês com as minhas orações e os meus bons desejos. E sigam em frente, com coragem. Que Deus abençoe vocês. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim”.

Na cerimônia de anúncio da Assembleia Eclesial também participaram o Arcebispo de Trujillo (Peru) e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Dom Miguel Cabrejos Vidarte; o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Walmor Oliveira de Azevedo; o Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Marc Ouellet; e o Arcebispo de Monterrey e presidente da Conferência do Episcopado Mexicano, Rogelio Cabrera López.

O evento culminou com a celebração da Santa Missa na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, presidida pelo Arcebispo Primaz do México, Cardeal Carlos Aguiar Retes.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF