Paulo
Teixeira - publicado em 26/09/25
Primeiro texto magisterial do pontífice dá continuidade
ao pensamento do Papa Francisco.
O Papa Leão XIV, que assumiu o pontificado após a morte de
Francisco, prepara seu primeiro grande documento, fontes indicam que ainda em
setembro a carta deve ser publicada. Sob o formato de uma exortação
apostólica, que é uma orientação do pontífice aos católicos, deverá estar
focada nas necessidades dos pobres, dando continuidade ao trabalho iniciado por
seu antecessor.
O texto pode ser intitulado "Dilexit Te",
em homenagem à encíclica "Dilexit Nos", de Francisco. A
última encíclica do Papa Francisco tinha o título traduzido como “amou-nos” e
falava sobre o amor humano e divino do coração de Jesus. Já a do Papa Leão,
pode ter o nome no singular, “amou-te”.
O novo pontífice fala frequentemente sobre o cuidado com os
pobres, tendo mencionado o tema durante as canonizações de Pier Giorgio
Frassati e Carlo Acutis. Recentemente, Leão XIV almoçou em Castel Gandolfo com
mais de 100 pessoas assistidas pela Cáritas. Na ocasião, ele declarou:
“Encorajo-vos a não distinguir entre aqueles que assistem e aqueles que são
assistidos, entre aqueles que parecem dar e aqueles que parecem receber [...]
Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja dos pobres, todos preciosos”.
Além do documento sobre os pobres, o Papa também planeja uma
encíclica social para 2026, com foco na inteligência artificial.
Inspirado em Leão XIII, autor da encíclica social histórica Rerum Novarum, o texto buscará
refletir sobre a dignidade humana, a justiça e o trabalho diante dos desafios
da nova tecnologia. Novo pontífice se inspira em Leão XIII, conforme
ele mesmo explicou para abordar o mundo digital e a defesa da dignidade humana
no trabalho.
A publicação dos documentos sugere que o pontificado de Leão
XIV terá um olhar tanto para a tradição da doutrina social da Igreja quanto
para os desafios do século 21, unindo a atenção aos marginalizados com as
questões tecnológicas do futuro.
"Coisas novas" - A Igreja que se renova - uma
releitura do documento de 1891
Passados 134 anos da publicação da encíclica "Rerum
Novarum", o Papa Prevost dá os primeiros passos para uma releitura do
documento, adaptada aos tempos atuais. Ao assumir o nome de Leão, o
pontífice sinalizou a intenção de seguir o caminho traçado por Leão XIII e
de usar o patrimônio da Doutrina Social da Igreja para responder a uma nova
revolução industrial: o desenvolvimento da inteligência artificial.
Em um encontro com cardeais no dia 10 de maio, Leão XIV
explicou sua escolha de nome, destacando a necessidade de a Igreja responder
aos novos desafios que o mundo digital traz para a defesa da dignidade humana,
da justiça e do trabalho.
A “Rerum Novarum”, documento promulgado por Leão XIII em 15
de maio de 1891, abordou a "questão social" no contexto da primeira
grande revolução industrial. Ao reler a encíclica, que se focava nas condições
das massas operárias, a Igreja pode projetar o que está sendo chamado
de
A nova encíclica, seguindo os passos de Leão XIII,
considerará a questão do trabalho e dos direitos dos trabalhadores à luz das
profundas mudanças trazidas pelas novas tecnologias.
Apesar de ter sido escrita no final do século XIX, a
mensagem da "Rerum Novarum" transcende o tempo. Leão
XIII argumentou que a verdadeira vida do ser humano é a vida do "mundo
vindouro" e que o uso correto ou incorreto dos bens materiais é o que
importa para a felicidade eterna. Essa mensagem, segundo o Vaticano, continua a
ressoar na era digital.
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