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sábado, 27 de novembro de 2021

Um ano dedicado a Scalabrini pelos 25 anos da sua beatificação

2021.11.18 Logo Ano Scalabriniano 2021-22 in portoghese

As Congregações dos Scalabrinianos e Scalabrinianas iniciaram a 9/11/2021 um ano dedicado ao seu fundador, João Batista Scalabrini, pelos 25 anos da sua beatificação. Querem com isso rezar, celebrar e divulgar a espiritualidade scalabriniana, tão atual nesta época em que um serviço estável aos migrantes é mais do que nunca necessário. Um ano que tem como lema: "Fazer do mundo a Pátria da Humanidade".

Dulce Araújo – Vaticannews

Há 25 anos – a 9 de novembro de 1997 – o homem que cedo pensou nos migrantes e fundou duas congregações, uma masculina e outra feminina, para cuidar deles, era beatificado pelo Papa João Paulo II.

Os filhos e filhas do Beato João Batista Scalabrini, atualmente presentes em dezenas de países, querem acolher esta importante efeméride para, ao longo de um ano (2021-2022) agradecerem a Deus pelo dom desta figura profética e renovarem as intuições que ele teve em relação às migrações. Estas últimas são – afirma o scalabriniano português, P. Rui Pedro Manuel da Silva – uma potencialidade para a missão universal, caritativa e evangelizadora da Igreja.

João Batista Scalabrini, nasceu em Como, no norte da Itália, em 1839. Foi Bispo de Piacenza e cedo compreendeu que os migrantes (então italianos que emigravam para as Américas à procura de uma vida melhor) não deviam ser deixados sós. Faleceu em 1905, deixando duas Congregações que dão continuidade à sua espiritualidade no mundo, procurando fazer dele a "Pátria da Humanidade" : os Missionários e Missionárias de São Carlos Borromeo, mais conhecidos/as por scalabrinianos/as. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/

No Brasil, cidade da primeira igreja da Medalha Milagrosa é marcada pelo “Milagre da Chuva”

Santuário da Medalha Milagrosa, em Monte Sião (MG) -
Foto: Facebook Santuário da Medalha Milagrosa

REDAÇÃO CENTRAL, 27 nov. 21 / 08:00 am (ACI).- No sul de Minas Gerais, Monte Sião é uma cidade que pode ser considerada uma terra de graças, mais especificamente, terra de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Lá está situada a primeira Igreja do mundo dedicada a esta devoção mariana e onde, por intercessão da Virgem, a população viu acabar um período de seca.

Em 1830, na França, Nossa Senhora apareceu para a irmã Catarina de Labouré e lhe pediu que cunhasse medalhas conforme lhe era mostrado: a Virgem com os braços estendidos, dos quais saiam raios de luz, em pé sobre um globo, pisando em uma serpente, com a inscrição “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós” ao seu redor; na parte de trás, a letra “M” com uma cruz por cima e, em baixo, o coração de Jesus, rodeado por uma coroa de espinhos, e o coração de Nossa Senhora, transpassado por uma espada, e ao redor, doze estrelas.

À religiosa, Maria prometeu abundantes graças aos que usassem essa medalha. A devoção logo se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil. Já em 1849 – apenas 19 anos após as aparições na França –, foi construída a primeira Igreja dedicada à Medalha Milagrosa, em Monte Sião (MG).

Segundo o site da arquidiocese de Pouso Alegre, no ano das aparições da Virgem à santa Catarina Labouré, a região de Monte Sião era habitada por cerca de 105 famílias católicas, não havia igreja nem padre e a comunicação era precária. Mas, os relatos indicam que, por volta de 1838, quando o lugarejo foi “elevado a arraial do Jabuticabal, a devoção da Medalha Milagrosa já estava ali”.

Em 29 de março de 1949, foi autorizada a edificação da capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Sua respectiva bênção oficial ocorreu a 13 de abril de 1850.

Entretanto, a história mais marcante das graças concedidas a esse povo pela Virgem Maria se deu em torno da imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa do altar-mor da igreja. A peça foi trazida de Portugal, em 1860, e, em 1937 foi retirada de lá, a pedido do então bispo, pois possuía traços femininos e sensuais que delineiam seu busto e cintura.

Santuária da Medalha Milagrosa | ACI Digital

A imagem foi levada para uma capela na zona rural e os fiéis logo sentiram por sua ausência. Após essa data, a cidade “foi assolada por uma grande seca”, até 1939. Segundo relatos, chovia normalmente em todas as cidades da região, menos em Monte Sião, e o povo associava a falta de chuva, à ausência da imagem da padroeira.

Foi então que um grupo de fiéis decidiu solicitar ao padre que a imagem fosse colocada novamente no altar-mor e, após muito questionamento foi permitida a volta da imagem da padroeira.

Isto aconteceu no dia 5 de novembro de 1939. Era uma tarde ensolarada, quando a procissão composta pelo pároco, autoridades, banda de música e principalmente o povo, trazia o andor com a imagem da padroeira. Chegando na entrada da cidade começou a cair os primeiros pingos e em seguida uma grande chuva, fazendo com que a própria imagem e os seus fiéis devotos entrassem na igreja todos molhados. O episódio ficou conhecido como “Dia do Milagre da Chuva”. A partir de então, as plantações prosperaram, as criações não morreram mais e o ciclo da chuva voltou ao normal.

Esta foi a primeira das muitas graças que a população de Monte Sião recebe ainda hoje sob a intercessão de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

https://www.facebook.com/santuariodamedalhamilagrosa/photos/a.834302099984013/3047038715376996/?type=3

A história desse lugar e o grande fluxo de devotos que recebe fizeram com que, em 5 de novembro de 1999, igreja matriz fosse elevada a Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, um local que vive com especial fervor o dia 27 de novembro, ao celebrar sua padroeira.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Nossa Senhora das Graças

Nossa Senhora das Graças | arquisp
27 de novembro

Nossa Senhora das Graças

Um dos mais valiosos presentes da Santíssima Virgem para a humanidade, foi dado no dia 27 de novembro de 1830, por meio de Santa Catarina Labouré, humilde freira da Congregação das Filhas da Caridade. Isto foi na Rua De Lubac, no centro de Paris, na Capela da Medalha Milagrosa.

Nesse dia, segundo relata a Vidente, Nossa Senhora apareceu-lhe mostrando nos dedos anéis incrustados de belíssimas pedras preciosas, “lançando raios para todos os lados, cada qual mais belo que o outro”.

Em seguida, formou-se em torno da Virgem uma moldura ovalada no alto da qual estavam escritas em letras de ouro as seguintes palavras, a bela jaculatória:

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Esta foi uma prova do céu de que Nossa Senhora é Imaculada, concebida sem pecado original; vinte e quatro anos depois o Papa Pio IX proclamava solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria no dia 8 de dezembro de 1854; e quatro anos após Nossa Senhora aparece em Lourdes e diz a Santa Bernadete: “Eu Sou a Imaculada Conceição”. Quantas provas de sua Imaculada Conceição!

A Virgem apareceu sobre um Globo, a Terra, pisando a cabeça da Serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica. E diz a Santa Catarina: “Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu  e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. E Santa Catarina ouviu uma voz que lhe dizia:

“Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança.” Em 1832, uma violenta epidemia de cólera assolou a cidade de Paris. Foram, então, cunhados os primeiros exemplares da medalha, logo distribuídos aos doentes. À vista das graças extraordinárias e numerosas obtidas por meio dessa medalha, o povo p´-passou a chamá-la de Medalha Milagrosa. Em pouco tempo, essa devoção difundiu-se pelo mundo inteiro, e foi enriquecida com a composição de uma Novena.

Nossa Senhora foi a única criatura que nunca ofendeu a Deus, por isso o Anjo a chama de “cheia de Graça”; assim, ela encanta o coração de Deus e Este lhe atende todas as súplicas como nos mostra as Bodas de Caná da Galiléia. Se os nossos pecados dificultam a nossa comunhão com Deus e nos impedem de obter suas graças, isto não ocorre com Nossa Senhora, então, como boa Mãe, ela se põe como nossa magnífica intercessora.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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São Virgílio

São Virgílio | arquisp
27 de novembro

São Virgílio

Foi um dos grandes missionários irlandeses do período medieval e um dos maiores viajantes da importante ilha católica, ao lado dos santos Columbano, Quiliano e Gallo.

Nasceu na primeira década do século VIII e foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgilio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou.

Morou algum tempo no reino dos francos, quando o rei era Pepino, o Breve, que lhe pedira para organizar um centro cultural. Mas problemas políticos surgiram na região da Baviera, agregada aos seus domínios. Lá, o duque era Odilon, que pediu a Pepino para enviar Virgilio para a Abadia de São Pedro de Salzburg, atual Áustria. E logo depois Odilon nomeou Virgilio como bispo daquela diocese.

Ocorre que, na época, são Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgilio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgilio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzsburg.

Mas Virgílio era homem de fé fortalecida e de vasta cultura, dominava como poucos as ciências matemáticas, ganhando, mesmo, o apelido de "o Geômetra" em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram. Revolucionou a diocese de Salzburg com o seu testemunho e converteu aquele rebanho para a redenção de Cristo, aproveitando-se do interesse político do rei.

Em 755, um ano após a morte de são Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburg. Continuou evangelizando a Áustria de norte a sul, inclusive uma parte do norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos.

Morreu e foi sepultado na Abadia de Salzburg, Áustria, em 27 de novembro de 784, em meio à forte comoção dos fiéis, que transformaram essa data a de sua tradicional festa. Séculos depois, suas relíquias foram trasladadas para a bela Catedral de Salzburg. Em 1233, foi canonizado, e o dia de sua festa mantido. São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburg.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Dom Paulo Cezar fala do tema do 4º dia de Assembleia Eclesial

CRB Nacional

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, enviou aos arquidiocesanos da Capital Federal um vídeo falando sobre a temática do 4º dia de reflexões da I Assembleia Eclesial para a América Latina e Caribe, da qual está participando na Cidade do México até o próximo dia 28.

Na mensagem, Dom Paulo afirma que “estamos, hoje, refletindo sobre a Igreja Missionária, sobre a Igreja em saída, sobre o mandato de Jesus a ir a todos os povos e testemunhar e anunciar o Evangelho. Hoje nos falou o Padre Carlos Galli, coordenador da equipe teológica do CELAM, que mostrou o desejo do Papa Francisco de uma Igreja missionária, de uma Igreja em Saída como nos mostra o Documento de Aparecida.”

O Arcebispo continua sua fala, destacando o documento fruto da Conferência de 2007: “Aparecida nos mostra a figura do discípulo missionário e quer uma Igreja que vai ao encontro das periferias humanas e existenciais, numa expressão do Papa Francisco.”

Diretamente aos fiéis da Arquidiocese, Dom Paulo convida a todos a suscitarem em seus corações o ardor de uma Igreja Arquidiocesana missionária: “Esse dia convida a todos nós, convida a nossa amada arquidiocese, a sermos cada vez mais uma Igreja em saída, uma Igreja missionária. Uma Igreja que não tem medo de assumir os desafios da evangelização, da missão; se convertendo, indo ao encontro das periferias humanas, das periferias existenciais; indo ao encontro de todos aqueles e aquelas que esperam o anúncio de Jesus Cristo.”

O 4º dia de trabalhos da Assembleia Eclesial teve, também, os trabalhos em grupo e, no período da tarde, serão concedidos testemunhos pessoais dos participantes sobre as experiências eclesiais em suas realidade e, à noite, após a Celebração Eucarística, será feito uma Serenata em honra a Nossa Senhora de Guadalupe que pode ser acompanhada, ao vivo, pelos canais oficiais da Assembleia em: https://bit.ly/3l9u5gX  ou no canal do You Tube, clique aqui.

https://youtu.be/PgopdXSUPKU

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

A importância e os benefícios de uma boa leitura

Shutterstock
Por Prof. Felipe Aquino

É na leitura dos grandes clássicos do cristianismo, como as obras dos Santos Padres, a Patrística e as obras dos doutores da Igreja, que colhemos as melhores interpretações da Bíblia.

Um elemento básico de uma civilização é a escrita e a leitura. Os povos mais antigos, como os babilônios e egípcios, já tinham sua escrita. Ela foi o primeiro meio de comunicação entre as pessoas e uma forma de registrar os acontecimentos, informações, notícias etc. Com isso, surgiu o hábito da leitura, que moldou a vida de tantos povos.

A leitura é algo importante na vida do ser humano, não apenas a leitura mínima necessária para se resolver os problemas, mas a leitura que acrescenta conhecimentos, reflexões, descobertas, gerando novos horizontes e maturidade.

A leitura contribui para a nossa formação intelectual

Ler bons livros – e hoje a boa leitura digital – estimula a criatividade, enriquece a imaginação, fortalece a memória, aumenta o nosso vocabulário, melhora a escrita, nos aproxima da compreensão do mundo e nos ajuda a nos conhecermos melhor.

A boa leitura não só contribui na formação intelectual, como também nos ajuda a organizarmos as ideias, desenvolver critérios de organização e métodos em nossas atividades, nos dá argumentos para defender os bons valores, exercita o cérebro e ajuda os debates a serem produtivos na descoberta da verdade. Além disso, nos ajuda a conhecer o mundo, a humanidade, sua história, seus erros e acertos.

A leitura nos leva a viajar pelo mundo sem sair de casa e nos torna sábios, prudentes, discretos e humildes. É um momento de prazer que mantém o nosso cérebro saudável e melhora a memória.

A leitura é parte essencial do trabalho, é instrumento indispensável na capacitação profissional e no aprendizado. O hábito de ler nem sempre é uma atividade prazerosa, mas sempre necessária. Por isso, os pais precisam, desde cedo, estimular as crianças a lerem. A leitura ajuda na concentração, ensina a se fixar num foco seletivo, diminui o estresse, a agitação e a hiperatividade.

Benefícios da leitura

Quem lê fala e escreve melhor e se expressa melhor. É a melhor forma para resolver os problemas sobre qualquer assunto desconhecido. Nos ajuda a aprender com os erros e acertos dos outros e nos faz sofrer menos.

A leitura nos torna mais agradáveis e úteis aos outros; quem lê tem mais conteúdo do que os outros. Isto melhora também a saudável autoestima da pessoa. Então, é preciso lutar contra a preguiça e começar a ler com determinação e hora marcada.

A leitura tem o poder de transformar muitas vidas. Santa Edith Stein, depois de passar uma noite inteira lendo a vida de Santa Teresa d’ Ávila, se converteu, se tornou carmelita e morreu mártir na perseguição alemã. Santo Inácio de Loyola, ferido numa batalha e internado, não tendo livros de epopeias dos cavaleiros do seu tempo para ler, leu a vida de Jesus e dos santos e tornou o grande fundador da Companhia de Jesus.

É pela leitura da Sagrada Escritura que milhares de almas se entregaram a Deus e viveram santamente. É na leitura dos grandes clássicos do cristianismo, como as obras dos Santos Padres, a Patrística, as obras dos Santos doutores da Igreja, que colhemos as melhores interpretações da Bíblia.

Não podemos também deixar de dizer que a má leitura envenena a vida das pessoas. Muitos foram levados até ao suicídio pelas obras negativas de pessoas, que descrentes de Deus, consideraram a vida algo sem sentido; um vazio entre o nascimento e a morte. Muitas são as obras que infelizmente podem desviar os leitores do bom caminho de Deus e da Igreja. Por isso, é muito importante ter conhecimento profundo das verdades da nossa fé, para não sermos enganados por falsos profetas e falsas doutrinas dos lobos vestidos de ovelhas.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O que você pensa sobre a escravidão?

Guadium Press
O surpreendente é que, nessa turba que caminha aprisionada, sob o jugo de um severo feitor, nós não somos apenas observadores, mas partes constituintes.

Redação (25/11/2021 14:22Gaudium Press) Escravos caminham de cabeça baixa, acorrentados. Semblantes taciturnos. Expressão fechada. Costas encurvadas, parecem carregar sobre os ombros o peso da ignomínia e da opressão. Introspectivos, sequer ousam olhar para o companheiro de infortúnio que caminha ao seu lado, algemado à mesma corrente.

Tem-se a impressão de que, ao olharem uns para os outros, tomarão consciência de sua própria condição de prisioneiros, o que talvez prefiram ignorar, não ver, não acreditar, não questionar. As correntes da opressão só se quebram com a determinação da vontade, e a vontade própria é a primeira condição que a escravidão extirpa.

       Sem dúvida estamos diante de uma cena grotesca, e com um pequeno exercício da imaginação, podemos praticamente visualizá-la. Talvez essa descrição se refira aos judeus, levados por Nabucodonosor ao cativeiro da Babilônia. Ou um grande contingente de homens e mulheres de alguma nação africana, brutalmente aprisionados, caminhando em direção ao temível navio negreiro que os levará para um continente desconhecido, onde serão comercializados.

Pode tratar-se também de guerreiros vencidos em uma batalha, levados como parte do espólio do exército vencedor, destinados a servir como escravos pelo resto de suas vidas. Ou talvez uma fila silenciosa, de pessoas amarguradas, que sofreram todos os maus-tratos a que pode um ser humano ser submetido nos terríveis campos de concentração, durante a Segunda Grande Guerra, e agora se dirigem a uma câmara de gás que dará cabo de suas vidas.

Poderíamos elencar ainda outras situações nas quais essa cena se encaixaria, em diversas épocas da história e, qualquer que fosse a circunstância, seria difícil não nos comovermos e nos sentirmos solidários com essas pobres criaturas, acorrentadas, circunspectas, privadas do maior dom dado por Deus ao homem, a liberdade. A escravidão, seja ela de que tipo for, é algo que sempre mexe com nossos brios, com os nossos sentimentos.

O surpreendente, meus caros, é que, nessa turba que caminha aprisionada, sob o jugo de um severo feitor, nós não somos apenas observadores, mas partes constituintes. Sim, eu falo de escravos, mas não estou na Idade Antiga, não estou num campo de batalha, num cativeiro épico, em terras africanas e nem tampouco em Auschwitz ou Sobibor.

Onde se encontram os escravos?

No meu campo de visão, não há gladiadores e nem uma arena romana com leões famintos. Ainda assim, para todos os lados que eu olhe, vejo prisioneiros. Eles estão por toda parte, olhando fixamente para baixo, sem falarem uns com os outros, como se mudos fossem, imantados pelo magnetismo de uma algema eletrônica chamada celular.

Eles estão nas ruas, nos ônibus, nos trens, até mesmo na direção de seus carros, dirigindo enquanto ouvem, leem e respondem mensagens, colocando em perigo a si mesmos e aos outros motoristas. Estão nas festas, nos pátios das escolas, nas reuniões de família, nos ambientes de trabalho, nas salas, nas cozinhas, nos quartos e até nos leitos dos hospitais.

Podemos encontrá-los nos restaurantes, sentados ao redor de uma mesa farta, cujo sabor do alimento só é experimentado pela quantidade de likes nas fotos dos pratos, postadas nas redes sociais. Não importa a quantidade de pessoas em uma mesa, se é um grupo, uma dupla de amigos ou um casal de namorados, quase invariavelmente, todos estarão ao celular. Juntos, porém separados. Cada um em um mundo à parte, falando com pessoas ausentes e perdendo a oportunidade de se relacionar com as pessoas presentes.

E se alguém não tiver ou não pegar o celular, ficará completamente isolado, como uma solitária ilha, cercada de Instagram, WhatsApp, Facebook, Youtube e Telegram por todos os lados.

A tecnologia é um problema?

Estou falando mal da tecnologia? Absolutamente. Graças à tecnologia eu uso este canal para escrever, e você, para ler o que eu escrevo. Graças à tecnologia, as comunicações foram dinamizadas, muitos trabalhos passaram a ser executados à distância, as operações bancárias foram facilitadas, muitas fontes de conhecimento ficaram acessíveis, e o que antes levava dias para se resolver, é solucionado com um simples clique.

O problema não é a tecnologia, mas a maneira submissa como nos sujeitamos a ela, deixando que ela penetre em todas as áreas da nossa vida, nos escravizando, nos limitando, tolhendo a nossa liberdade.

Hoje, as pessoas sabem alguma coisa sobre tudo, mas cada vez menos sabem tudo sobre alguma coisa. A velocidade estonteante com que as informações nos chegam e se sucedem umas às outras, impede que as retenhamos, que nos fixemos em alguma área de interesse e nela nos aprofundemos.

E a liberdade?

Com a dependência que desenvolvemos do celular, estamos lendo menos livros, dedicando menos tempo à oração, à saudável convivência com os familiares e com os amigos e até mesmo ao descanso necessário.

Nós ficamos satisfeitos em ter milhares, senão milhões de seguidores, mas não conseguimos seguir o único que deve ser seguido, Nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que deu a vida para nos salvar. Porque não temos tempo para Ele. Não temos tempo para ir à Igreja, assistir uma Missa, fazer uma confissão, visitar um doente, praticar uma obra de caridade, ficar em silêncio, interagir com o mundo real.

Hoje, nós podemos ter amigos e conversar com pessoas que moram do outro lado do mundo, mas somos incapazes de manter uma conversa que dure mais de cinco minutos com uma pessoa que está ao nosso lado sem pegar o bendito celular.

Sabemos de tudo o que acontece no mundo, mas, muitas vezes, não sabemos o que acontece na nossa própria casa, no nosso bairro e, pior, já não sabemos o que acontece dentro de nós, porque não temos tempo para ficar sozinhos.

Muitos dormem com o celular na mesinha de cabeceira e, ao acordar, antes de agradecer a Deus pela dádiva de mais um dia ou dar bom dia a quem dormiu ao seu lado, antes mesmo de se levantar, já estão olhando o celular para ver se chegaram mensagens.

Guadium Press

Assim, voltemos para a nossa cena inicial e coloquemos os nossos rostos nos escravos que caminham de cabeça baixa, acorrentados. Semblantes taciturnos. Expressão fechada. Costas encurvadas, parecendo carregar sobre os ombros o peso da ignomínia e da opressão. E, olhando para a imagem ao lado e nos lembrando dos “antigos” aparelhos de telefone fixos, somos obrigados a concordar que, realmente, quando o telefone estava preso a um fio, os seres humanos eram livres.

Por Isa Oliveira

Fonte: https://gaudiumpress.org/

A aflição dos sacerdotes é uma bem-aventurança, explica padre

Pascal Deloche / Godong

Pe. Luis Fernando: "O sacerdote é um verdadeiro aflito na melhor acepção desta palavra nas Bem-Aventuranças".

A aflição dos sacerdotes como bem-aventurança foi o tema de uma breve reflexão compartilhada pelo pe. Luis Fernando, da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Itumbiara, GO. Ele a publicou em sua rede social, falando sobre as aflições que a vocação do sacerdote acarreta nesta vida e traçando uma relação entre essas aflições e as bem-aventuranças.

Eis o texto compartilhado pelo pe. Luis Fernando:

“Bem aventurados os aflitos…

O sacerdote é um verdadeiro aflito na melhor acepção desta palavra nas Bem-Aventuranças.

Ele é aquele que se aflige em primeiro lugar pelo bem dos fiéis, por sua salvação.
Ele se aflige ao buscar ser cada dia mais santo para santificar o seu povo.
Ele se aflige quando reza para se tornar, casa vez mais, homem de oração.
Ele se aflige quando se sacrifica pelo bem do seu povo. Por eles é que ele trabalha quando todos descansam. Por eles é que ele se sacrifica quando todos se divertem. Por eles.
Ele se aflige se sua vida ainda não se conformou totalmente ao sacrifício de Cristo pela salvação do mundo e quer conformar-se cada vez mais a Ele para Nele redimir o homem.

Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados. Terão suas almas ‘qual jardim bem irrigado. De sede e fome nunca mais hão de sofrer’. De seu Alimento se alimentarão todos os que são seus.

Ai dos que não se afligem e vivem bem confortáveis em seus castelos sendo servidos. Esses não amam a Deus, não servem ao povo e nem se santificam. Esses precisam redescobrir a essência do ministério sacerdotal”.

No Evangelho das Bem-Aventuranças, Jesus nos afirma que serão consolados os que sofrem aflição, no sentido de serem provados na fé – e, por isso mesmo, são bem-aventurados. É neste contexto que se encaixa, claramente, a aflição dos sacerdotes.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

ESPIRITUALIDADE: Amor sem limites (Parte 4/19)

Capa: Fragemento de um ícone de meados de
século XVII atribuído a Emanuel Lombardos

Um Monge da Igreja do Oriente

AMOR SEM LIMITES

Tradução para o português:
Pe. André Sperandio

Ecclesia

7. A Fonte

O amor recebeu um nome pessoal. Assumiu o rosto de um homem. Pisou nossos caminhos. Fez-se um de nós sem deixar de ser divinamente Ele mesmo. JESUS-AMOR...

Porém, a reflexão presente está para além de uma pessoa ou das pessoas divinas. Diz respeito ao que há nelas, em seu comum interior, não ao que é próprio a cada uma delas. Trata-se, neste mundo, de contemplar a «essência divina», de entrever o que há em Deus, o que foi esta emoção geradora primeira. É isto o que temos denominado amor... amor sem limites.

Queremos subir até à fonte mesma. Sem dúvida, seria motivo de inspiração discernir, seguir nesta fonte, os mananciais orientados e distintos; determo-nos junto às três figuras simbólicas, igualmente jovens, igualmente belas, sentadas à mesa de Abraão sobre os carvalhos de mambré; ouvir a cantata a três vozes, em que cada um canta o mesmo amor com suas próprias modulações. Porém, não trataremos aqui das relações pessoais no interior da essência divina. Sairíamos de nosso propósito e de nossas possibilidades. Falaremos, pois, do Senhor-amor, sem diferenciação. Falaremos do amor da maneira mais simples. Falaremos dele a partir de seus aspectos mais simples.

Nesta aproximação primeira, imediata, livre (ainda que não descomprometida) do sensível e das formas, encontramo-nos no mesmo plano de muitas almas, muito simples também, que desconhecem as teorias e sabem unicamente amar, e suspiram pelo encontro com o Amante. encontro da alma com o Amor.

— Não é verdade, meu filho, que não desejas outra coisa que o amor?

— Sim, é verdade, Senhor.

— Então, filho meu, já que tens sede, vem às águas. Vem à àgua primeira. Vem beber na fonte.

8. O vínculo substancial

Filho meu, dilata a tua visão até às dimensões do amor universal, às dimensões do meu coração.

O amor sem limites não de detém no homem. Meu amor sustenta o universo inteiro. É o vínculo substancial entre todos os seres, entre todas as coisas, e o que as anima.

Deixa-te levar pela imensa corrente do amor sem limites. Deixa-te levar por esse impulso, por esta aspiração da natureza inteira, que espera com gemidos ser libertada das conseqüências da queda.

Há uma ascensão do homem em minha direção. Mas não perca de vista minha descida ao homem, às coisas.

Tome uma flor entre as mãos. Tome uma pedra. Contemplá-as, não do ponto de vista científico, mas do amor. São uma síntese da evolução do mundo. São sinais de amor que aspira os cumes, e também ao amor que vem até nós através dos séculos, manifestando-se a nós, doando-se a nós, aproximando-se de cada mais de nós.

Contemple a beleza do amor em uma pequena relva, em uma folha, em um ramo. Há oferenda de um perfume ou de uma cor. Insira tua vida na vida do Universo, em fidelidade ao próprio designio divino.

Pensa na montanha e no mar, nos ventos e nas tempestades, nos animais ferozes, e nos pequenos indefesos. Todos têm um lugar em meu coração. Dê-lhes também um lugar na tua oração. Que essas criaturas guiem tua oração por avenidas mais amplas que os de uma piedade na que o universo não tem parte nenhuma.

Em cada criatura reconhece uma intenção de amor. Eu amei cada grão de areia, cada árvore, cada animal. Cada um representa uma ascensão e uma condescendência. Una-te a tudo isto Dá graças em nome da natureza que não pode falar. Que uma piedade ampla como o mundo seja a tua resposta ao amor sem limites.

Amas o sol? Amas as estrelas? Amas as galáxias? Tu me dás graças por sua criação e sua presença? Penetras no amor divino através de tudo o que existe?

Isso pode ser difícil para ti, amar a serpente ... Mesmo que uma serpente tenha te mordido, deves provar o amor por ela no momento mesmo em que te morda. Os animais não são culpáveis. Apenas cumprem uma necessidade de seu organismo. São eles também vítimas da queda original. Porém, eu não deixo de amar a todos.

A pedra jogada na água faz círculos concêntricos que se vão ampliando. Este movimento invisível afeta todas as moléculas do universo. Assim se passa com meu amor sem limites. Meu amor é uma emoção que se propaga até o infinito e une substancialmente tudo o que é.

® NARCEA, S.A. EDIÇÕES
Dr. Federico Rubio e Galí, 9. 28039 - Madrid
® EDITIONS ET LIBRAIRIE DE CHEVETOGNE Bélgica
Título original: Amour sans limite
Tradução (para o espanhol): CARLOS CASTRO CUBELLS
Tradução para o português: Pe. André Sperandio
Capa: Fragmento de um ícone de meados de século XVII atribuída a Emanuel lombardos
ISBN: 84-277-0758-4
Depósito Legal: M-26455-1987
Impressão: Notigraf, S. A. San Dalmácio, 8. 28021 - Madrid

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

Revolução Digital nos força a repensar o que significa ser humano, diz papa Francisco

Audiência geral na Praça de São Pedro / Vatican Media.
Por Courtney Mares

Vaticano, 25 nov. 21 / 04:40 pm (ACI).- “As novas mudanças trazidas pela revolução digital e os incríveis desenvolvimentos nas ciências nos obrigam a repensar o que é ser humano", com base na Escritura, na tradição clássica e na sabedoria de culturas não-europeias, disse o papa Francisco em mensagem de vídeo enviada ao Pontifício Conselho para a Cultura na terça-feira, 23 de novembro.

"Hoje, está em curso uma revolução, sim, uma revolução, que toca os nós essenciais da existência humana e requer um esforço criativo de pensamento e ação. Ambos. Há uma mudança estrutural na forma como entendemos geração, nascimento e morte", disse o papa. "A especificidade do ser humano em toda a criação, nossa singularidade em relação aos outros animais e até mesmo nossa relação com as máquinas estão sendo questionadas".

O Papa Francisco destacou o que ele chamou de "fluidez da visão cultural contemporânea": "É a era da liquidez".

Segundo ele, essa fluidez é uma diferença marcante em relação à época do Concílio Vaticano II, quando um humanismo secular, imanentista e materialista pelo menos compartilhava uma base comum com o humanismo cristão "sobre algumas questões radicais relacionadas à natureza humana".

"No entanto, a constituição conciliar Gaudium et Spes ainda é relevante a este respeito. Ela nos lembra, de fato, que a Igreja ainda tem muito a dar ao mundo, e nos obriga a reconhecer e avaliar, com confiança e coragem, as conquistas intelectuais, espirituais e materiais que surgiram desde então em vários campos do conhecimento humano", comentou o papa.

A mensagem do papa se deu por causa da assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, realizada esta semana com o tema "Repensando a Antropologia - Rumo a um Novo Humanismo". O Conselho faz suas assembleias a cada dois ou três anos para refletir sobre as principais questões e realidades culturais nas sociedades contemporâneas.

Em sua mensagem de vídeo, o papa disse que as questões sobre a identidade humana estão sendo colocadas de maneira decisiva no século XXI.

"O que significa hoje ser homem ou mulher como pessoas complementares chamadas a se relacionar uns com os outros? O que significam as palavras 'paternidade' e 'maternidade'", perguntou ele. "E novamente, qual é a condição específica do ser humano, o que nos torna únicos e irrepetíveis em comparação com as máquinas e até mesmo com outras espécies animais? Qual é a nossa vocação transcendente? De onde vem nosso chamado para construir relações sociais com os outros"?

O papa Francisco destacou que a Bíblia oferece "as coordenadas essenciais para delinear uma antropologia da pessoa humana em relação a Deus, na complexidade das relações entre homens e mulheres, e no nexo com o tempo e o espaço em que vivemos".

"O humanismo bíblico, em diálogo fecundo com os valores do pensamento grego clássico e latino, deu origem a uma visão elevada da pessoa humana, nossa origem e destino final, nosso modo de viver nesta terra", disse ele.

O papa acrescentou que, enquanto esta fusão de sabedoria antiga e bíblica permanece "um paradigma fértil", uma nova síntese criativa também é necessária com "a tradição humanista contemporânea e a de outras culturas".

"Estou pensando, por exemplo, na visão holística das culturas asiáticas, em uma busca de harmonia interior e harmonia com a criação. Ou a solidariedade das culturas africanas, para superar o individualismo excessivo típico da cultura ocidental. A antropologia dos povos latino-americanos também é importante, com seu animado senso de família e celebração; e também as culturas dos povos indígenas de todo o planeta", disse Francisco.

"Nessas diferentes culturas, existem formas de humanismo que, integradas ao humanismo europeu herdado da civilização greco-romana e transformado pela visão cristã, são hoje o melhor meio de abordar as inquietantes questões sobre o futuro da humanidade".

São João Paulo II fundou o Pontifício Conselho de Cultura em 1982 para fomentar o diálogo entre a Igreja e as culturas contemporâneas. Em 1993, ele combinou o Conselho com o Pontifício Conselho para o Diálogo com os Não-Crentes.

Hoje, este órgão se dedica a criar um espaço de diálogo católico com as ciências, humanidades, economia, cultura digital e inteligência artificial, esportes, patrimônio cultural, artes e música.

"Agora mais do que nunca o mundo precisa redescobrir o significado e o valor do ser humano em relação aos desafios que enfrentamos", disse o papa Francisco.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF