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domingo, 6 de julho de 2025

Papa no Angelus: a Igreja precisa de discípulos apaixonados, não de "cristãos de ocasião"

Angelus, 06/07/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

Antes de partir para Castel Gandolfo para um período de repouso, Leão XIV rezou o Angelus e comentou o Evangelho deste XIV Domingo do Tempo Comum, que recorda a importância da missão, à qual todos somos chamados, cada um segundo a própria vocação.

https://youtu.be/tdFbWqrak74

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Milhares de fiéis rezaram com o Papa o Angelus deste primeiro domingo de julho, não obstante o forte calor em Roma. Leão XIV comentou o Evangelho deste XIV Domingo do Tempo Comum (Lc 10, 1-12.17-20), em que Jesus envia setenta e dois discípulos para a missão. 

Esse número simbólico indica que a esperança do Evangelho é destinada a todos os povos, explicou o Papa. "É precisamente essa a grandeza do coração de Deus, a sua messe abundante, ou seja, a obra que Ele realiza no mundo para que todos os seus filhos sejam alcançados pelo seu amor e sejam salvos."

O Reino de Deus germina no solo e as mulheres e os homens de hoje, mesmo quando parecem dominados por tantas outras coisas, esperam uma verdade maior, procuram um sentido mais pleno para as suas vidas, desejam a justiça, levam dentro de si um anseio de vida eterna.

Os fiéis na Praça São Pedro apesar do calor   (@VATICAN MEDIA)

Discípulos apaixonados!

Ao mesmo tempo, Jesus afirma que os trabalhadores para essa messe são poucos. "Há algo grande que o Senhor quer fazer na nossa vida e na história da humanidade, mas poucos são aqueles que se apercebem disso, que param para acolher o dom, que o anunciam e o levam aos outros", comentou o Santo Padre.

“Queridos irmãos e irmãs, a Igreja e o mundo não precisam de pessoas que cumprem os seus deveres religiosos mostrando a sua fé como um rótulo exterior; precisam, pelo contrário, de operários desejosos de trabalhar no campo da missão, de discípulos apaixonados que testemunhem o Reino de Deus onde quer que estejam.”

Leão XIV prosseguiu dizendo que talvez não faltem os “cristãos de ocasião”, que de vez em quando dão lugar a algum sentimento religioso ou participam em algum evento; mas poucos são aqueles que estão prontos a trabalhar todos os dias no campo de Deus, cultivando no seu coração a semente do Evangelho para depois levá-la à vida quotidiana, à família, aos locais de trabalho e de estudo, aos vários ambientes sociais e àqueles que se encontram em necessidade.

Em primeiro lugar, a relação com o Senhor

Para fazer isso, acrescentou, não são necessárias muitas ideias teóricas sobre conceitos pastorais: é preciso, acima de tudo, rezar ao Dono da messe. "Com efeito, em primeiro lugar está a relação com o Senhor, cultivando o diálogo com Ele. Então, será Ele que nos tornará seus operários e nos enviará ao campo do mundo, como testemunhas do seu Reino."

O Pontífice concluiu pedindo à Virgem Maria que interceda por todos e nos acompanhe no caminho do seguimento do Senhor, "para que também nós possamos tornar-nos operários alegres do Reino de Deus".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Lágrimas da Casa Comum

Lágrimas da Casa Comum (coracaodemaria)

LÁGRIMAS DA CASA COMUM

25/06/2025

Cardeal Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

“Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente; precisamos de uma comunidade que nos apoie, que nos auxilie e dentro da qual nos ajudemos mutuamente a olhar em frente. Como é importante sonhar juntos! Sozinho, corre-se o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é junto que se constroem os sonhos” (Papa Francisco). 

Na tragédia climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul em maio de 2024, nos tornamos testemunhas e participantes da, talvez, maior onda de solidariedade da história recente do Brasil. Após aquela tragédia, distintos setores da sociedade manifestaram-se publicamente sobre a necessidade de investimentos para proteger cidades e populações de semelhantes situações. Não faltaram manifestações sobre a liberação de auxílio financeiro ao Estado e aos municípios. Também não faltaram promessas sobre a construção de casas para quem tudo perdeu. 

Passaram-se 13 meses e as chuvas voltaram intensas! Desabrigados; estradas e pontes destruídas! Novamente, os mesmos discursos: “choveu acima da média”; “infelizmente, não se pode prever este tipo de situação”; “estamos empenhados em ir ao encontro de quem necessita de auxílio”. Certamente, tais observações têm sua razão de ser. No entanto, há de se reconhecer: o tempo urge. A burocracia, a morosidade e, talvez, a falta de transparência em alguns setores colaboram para a morosidade diante do que necessita ser feito. 

Até um passado não muito distante, se falava da “sociedade do cansaço”. Atualmente, se fala da “sociedade do medo”! De fato, não faltam sinais de que o medo está presente em amplos setores da sociedade. E são, sobretudo, os mais pobres que sentem no cotidiano tal situação. Não bastasse a falta de trabalho, segurança, transporte digno, acesso à educação com qualidade, agora, mais uma vez, o medo de que a natureza produza nova tragédia. 

“A natureza chora dores de parto”, afirma S. Paulo. Cientistas de distintos países têm alertado para a necessidade de atenção particular para com o meio ambiente. Não faltam expressões da sociedade – também da comunidade de fé! – que negam a necessidade de respeito, cuidado e promoção do meio ambiente. Expoentes da fé cristã – e, de modo especial, o Papa Francisco! – se fizeram voz das lágrimas da natureza. Os discípulos e discípulos do Homem de Nazaré têm a missão de cuidar, promover e proteger a Casa Comum. Ela é obra divina! Não basta se lamentar do acontecido ou do modo de proceder do poder público. Urge que cada um colabore para deixar o mundo um pouco melhor para as futuras gerações. A colaboração passa por atitudes como, por exemplo, seleção do lixo, cuidado para manter ruas, esgotos, arroios e bueiros limpos. Pode parecer pouco; no entanto, se cada um se empenhar por colaborar, todos certamente poderemos sonhar com dias melhores. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O túmulo dos apóstolos: São Filipe

São Filipe | 30Giorni

Arquivo 30Dias nº 08 - 2009

O túmulo dos apóstolos

São Filipe

E convida-nos a vir, a ver.

de Lorenzo Bianchi

Filipe, o quinto na lista dos apóstolos, originário de Betsaida, provavelmente falava grego. É ele o apóstolo a que se dirige Jesus no milagre da primeira multiplicação dos pães e dos peixes (Jo 6, 5-13); e esse episódio ficará como sua característica iconográfica nas representações artísticas de sua figura (alternando com a cruz, que indica a forma de seu martírio). A tradição literária mais segura atribui-lhe a evangelização da Frígia, enquanto o Breviário Romano e alguns martirológios lhe acrescentam também a da Cítia e da Lídia.

Na Frígia, viveu os últimos anos de sua vida, em Hierápolis, onde foi sepultado. Polícrates, bispo de Éfeso na segunda metade do século II, dá um testemunho preciso disso numa passagem da carta que escreve ao papa Vítor: “Filipe, um dos doze apóstolos, repousa em Hierápolis com duas filhas suas, que se conservaram virgens a vida inteira, enquanto uma terceira, que viveu no Espírito Santo, está sepultada em Éfeso” (a passagem é citada por Eusébio, História eclesiástica, III, 31, 3).

Em apoio a essa notícia, dados arqueológicos mostraram que há nessa cidade indícios de seu culto desde a primeira era cristã: uma inscrição da antiga necrópole de Hierápolis menciona uma igreja dedicada ao apóstolo Filipe. Sua morte se deu por martírio, no tempo do imperador Domiciano (81-96), pela mesma pena a que tinha sido condenado Pedro muitos anos antes, a crucifixão inverso capite (de cabeça para baixo), em idade certamente muito avançada, que fontes mais tarde fixam em oitenta e sete anos.

Desde o século VI, aparece como data de seu martírio, como também do apóstolo Tiago Menor, o dia 1º de maio; mas esse, na realidade, é o dia da dedicação da igreja dos Santos Doze Apóstolos, em Roma, cuja construção foi iniciada pelo papa Pelágio I (556-561) por ocasião da trasladação dos corpos dos dois apóstolos (ou, ao menos, de uma parte significativa deles), vindos de Constantinopla, presumivelmente em 560, e que o papa João III (561-574) concluiu, talvez com a ajuda financeira do vice-rei bizantino Narsete.

Devemos inferir, portanto, uma trasladação anterior das relíquias de Filipe, de Hierápolis para Constantinopla, da qual, porém, não nos restou nenhuma documentação. A tradição da presença de despojos significativos de Filipe em Roma foi confirmada por uma identificação realizada em 1873. Até essa data, conservou-se na Basílica dos Santos Doze Apóstolos um relicário que continha, quase intacto, o seu pé direito (enquanto outro relicário continha o fêmur de Tiago Menor); já os corpos dos apóstolos eram venerados sob o altar central. Ao escavarem debaixo deste, em janeiro de 1873, veio à luz um aglomerado de cal e tijolos: demolido este, apareceram na horizontal duas lajes de mármore frígio, unidas de modo preciso entre si, que traziam esculpida em relevo uma cruz grega (com os braços iguais); debaixo dessas lajes, perpendicularmente sob o altar, havia um lóculo, no qual se encontrava uma caixinha com alguns ossos, a maior parte dos quais reduzida a fragmentos ou lascas, alguns dentes e muitas substâncias misturadas, formadas por decomposição de material ósseo; além disso, havia resíduos de tecido, que, analisados mais tarde, revelaram ser de lã, com uma preciosa coloração púrpura.

As análises dos achados foram realizadas por uma comissão científica, da qual faziam parte anatomopatologistas, físicos, químicos e arqueólogos (entre outros, Angelo Secchi, Giovanni Battista De Rossi e Pietro Ercole Visconti); um relatório detalhado foi também elaborado e publicado em seguida. Os especialistas puderam constatar que as relíquias pertenciam a dois indivíduos adultos distintos de sexo masculino: as de um, de compleição mais diminuta, cujos ossos se conservaram íntegros (particularmente partes de uma escápula, de um fêmur e do crânio), como também o pé conservado no relicário, foram atribuídas a Filipe; as do segundo, de compleição mais robusta, eram constituídas substancialmente de um molar (ver, mais adiante, o que escrevemos sobre Tiago Menor). Não foi possível identificar a qual dos dois indivíduos pertencia todo o resto dos fragmentos, em razão de seu estado de decomposição.

O contexto arqueológico remetia sem dúvida ao século VI, e, por conseguinte, ao edifício construído por Pelágio I e João III; pela identificação, ficou confirmada a exatidão da notícia relativa à trasladação de 560. A quantidade de relíquias leva a considerar que parte delas tenha-se disperso nas trasladações do Oriente para Roma (no mínimo duas para cada apóstolo).

Em 1879, depois de um período de exposição à veneração dos fiéis, as relíquias encontradas sob o altar foram depositadas numa arca de bronze, dentro de um sarcófago de mármore, colocado na cripta da igreja, debaixo do lugar em que tinham sido encontradas. Já a relíquia do pé foi deixada de fora, dentro de um relicário, atualmente não exposto aos fiéis.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Reflexão para o XIV Domingo do Tempo Comum (C)

Sagrada Escritura  (BAV, Vat.lat.39, f.67v)

O dom da paz é o dom do próprio Deus. Como mensageiros de Deus, o discípulos deverão levar a paz a todos que os receberem. Eles são enviados do Senhor!

Vatican News

O Evangelho de Lucas proclamado na liturgia deste domingo nos fala do envio, feito por Jesus, de 72 discípulos para prepararem sua chegada a toda cidade e lugar anunciando a Boa Nova.

Sabendo que na concepção rabínica da época havia no mundo 72 nações, podemos entender que o Senhor envia seus discípulos ao mundo todo para prepararem, com suas pregações, sua própria chegada, Ele o grande sinal da presença do Reino entre os homens.

Essa missão tão sublime exige deles atitudes exclusivas como não gastar tempo com cumprimentos pela estrada, confiar apenas na Providência, não levando nada consigo, mas estar desimpedido para desempenhar bem a tarefa e não ter outras preocupações.

Apesar da grandiosidade da missão, o Senhor avisa que eles poderão não ser bem recebidos, e que serão como cordeiros em meio a lobos. Deverão confiar apenas na Providência Divina e no Amor do Pai.

Irão dois a dois, para cumprir a exigência formal do testemunho de duas pessoas para uma declaração ser válida, além de dar visibilidade ao espírito comunitário, e deverão fazer tudo de modo urgente.

O dom da paz é o dom do próprio Deus. Como mensageiros de Deus, o discípulos deverão levar a paz a todos que os receberem. Eles são enviados do Senhor! Jesus não os envia para pregar obrigações e desgraças, mas para anunciar que são filhos queridos do Pai, que lhes proporciona o dom mais precioso: a Paz!

Os discípulos voltam com a tarefa cumprida e contam a Jesus como foi realizada. São portadores da alegria, dos sinais da vitória e Jesus lhes diz que viu “Satanás cair do céu, como um relâmpago”. Ou seja, o mundo se tornou mais bonito, mais justo, sem violência, sem sofrimento.

Também somos enviados pelo Senhor para preparar sua chegada na vida das pessoas. Isso deverá ter prioridade em nossa vida e nada nos deverá dificultar nossa ação. Nossa missão será levar a Paz, a certeza da Presença e do Amor de Deus.

Nosso trabalho de evangelização deverá comportar a pregação da justiça, do perdão, da vitória da vida. Isso nos transformará em exorcistas, não de Satanás personificado, mas daquilo que causa inferno e desgraça na vida das pessoas, todo e qualquer tipo de injustiça, de desamor.

Por outro lado, deveremos saber que ser anunciador da chegada de Jesus de modo algum não nos privilegia nos isentando de sofrimentos e preocupações. Somos companheiros do Senhor em sua “via crucis”.

No final do Evangelho de hoje, o Senhor nos diz qual deverá ser o motivo de nossa alegria, a alegria do missionário, do discípulo. Deveremos  ficar alegres porque o nosso nome foi inscrito no céu!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 5 de julho de 2025

Como é a vida em Montauri, a cidade mais católica do Brasil

Divulgação | Aleteia

Cibele Battistini - publicado em 04/07/25

Com 1.499 habitantes, a pequena Montauri, no norte gaúcho, foi classificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a cidade mais católica do Brasil. O marco tem como base os dados do último Censo, quando 1.343 entrevistados, ou 98,32% da população, se identificaram como católicos.

Em meio às paisagens verdes do Rio Grande do Sul, Montauri se destaca não apenas por sua beleza natural, mas também por sua profunda devoção religiosa. Conhecida como a cidade mais católica do Brasil, Montauri é um lugar onde a fé e a espiritualidade permeiam a vida cotidiana de seus habitantes.

À primeira vista, a pequena cidade parece graciosa e tranquila. Com suas ruas tranquilas e casas acolhedoras, Montauri é o lar de cerca de mil habitantes, todos imersos em uma cultura que valoriza a tradição e a religião. A Igreja Matriz, com sua imponente arquitetura e vitrais coloridos, é o coração da cidade, atraindo fiéis que se reúnem não apenas para celebrar missas, mas também para fortalecer laços comunitários.

A vida em Montauri gira em torno das celebrações religiosas. Os moradores se reúnem frequentemente para festividades, como as novenas e as procissões, que atraem não apenas os locais, mas também visitantes de outras cidades. A Festa de Santa Rita de Cássia, por exemplo, é um evento destacado no calendário da cidade, em que a devoção à santa é expressa através de rituais, cânticos e fervorosas orações.

Os habitantes compartilham histórias de milagres e intercessões, moldando uma cultura onde a fé é uma fonte de esperança e consolo. “Aqui, a gente acredita que a oração tem poder. A gente se une para rezar em momentos difíceis e celebrar as vitórias”, comenta Maria, uma das residentes mais antigas da cidade. Seu relato ressoa entre os outros moradores, que frequentemente fazem referência à força que a coletividade proporciona em tempos desafiadores.

"Você percebe que faz parte da rotina. A igreja, a oração... Muitos avisos são dados ainda pela sonora (da igreja). Quando alguém morre, é comunicado pela sonora. Somos um município pequeno que se organiza muito em cima da cultura e da religiosidade. Então surpreende que as pessoas ainda consigam se organizar dessa forma e manter a sua fé e oração em cima dessa comunidade cristã — explica uma moradora 

A educação e a formação religiosa têm um papel fundamental na vida de Montauri. A maioria das famílias envia seus filhos à catequese desde muito cedo, e as aulas de religião são parte obrigatória da grade curricular das escolas locais. A Igreja não apenas orienta a moral e os valores da comunidade, mas também atua em diversas ações sociais, oferecendo apoio àqueles que mais precisam.

A singularidade de Montauri também se revela nas suas tradições culinárias, que muitas vezes estão ligadas às festividades religiosas. Os pratos típicos, alinhados ao calendário litúrgico, transformam as mesas em celebrações de companheirismo e gratidão. “Cada festa é uma oportunidade de nos reunirmos, preparados para dividir não só alimentos, mas também alegrias e histórias de fé”, explica João, um dos organizadores das celebrações.

A presença de símbolos religiosos é uma constante na vida da cidade. Cruzamentos, estátuas de santos e imagens sagradas adornam os espaços públicos e privados, refletindo a espiritualidade que permeia o dia a dia dos moradores. Essa devoção se torna ainda mais palpável durante o mês de junho, quando os festejos juninos coincidem com a celebração do Sagrado Coração de Jesus, criando uma atmosfera única de fervor.

Em Montauri, a simplicidade da vida se entrelaça com a profundidade da fé. Os habitantes vivem a espiritualidade de maneira prática, guiados pelos ensinamentos que moldam suas ações e interações. A sensação de pertencimento e a solidariedade entre os moradores fortalecem uma comunidade unida não apenas pela geografia, mas também pela partilha de uma fé inabalável.

Enquanto Montauri continua a ser um refúgio de fé em tempos desafiadores, a vida na cidade mostra que a devoção pode ser uma força transformadora, aliada à tradição e ao amor entre as pessoas. Aqui, a religião não é apenas uma parte da vida, mas a própria essência que move cada coração. Assim, a história de Montauri é tecida pela fé e pela esperança, num compromisso contínuo com o divino e com a comunidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/07/04/como-e-a-vida-em-montauri-a-cidade-mais-catolica-do-brasil/

Papa aos jovens: em meio aos estímulos digitais, Deus nos fala no coração

Leão XIV com um jovem  (@Vatican Media)

Em audiência conjunta, Leão XIV falou seja a jovens, seja a professores, que vieram a Roma em peregrinação jubilar.

Vatican News

Na manhã deste sábado, o Papa Leão recebeu jovens peregrinos da Diocese de Copenhague, na Dinamarca, e professores de escolas católicas da Irlanda, Inglaterra, País de Gales e Escócia.

"Vocês estão seguindo os passos de inúmeros peregrinos de seus vários países, que há séculos fazem essa mesma peregrinação a Roma, 'Cidade Eterna'.  De fato, Roma sempre foi um lar especial para os cristãos, pois é o lugar onde os apóstolos Pedro e Paulo deram o testemunho supremo de seu amor por Jesus, oferecendo suas vidas como mártires", disse o Pontífice, agradecendo aos grupos pela visita e fazendo votos de que se deixem inspirar pelos santos e mártires que imitaram Cristo.

"A peregrinação tem um papel vital a desempenhar em nossa vida de fé, pois ela nos tira de nossas casas e rotinas diárias e nos dá tempo e espaço para encontrar Deus mais profundamente.  Esses momentos sempre nos ajudam a crescer, pois por meio deles o Espírito Santo nos modela suavemente para que nos conformemos cada vez mais com a mente e o coração de Jesus Cristo", acrescentou o Santo Padre.

Papa saúda os jovens ao final da audiência   (@VATICAN MEDIA)

Ouvir e rezar

Dirigindo-se diretamente aos jovens, recordou que Deus criou cada um com um propósito e uma missão nesta vida.  Portanto, usem essa oportunidade para ouvir e rezar, para que possam ouvir mais claramente a voz de Deus chamando-os no fundo de seus corações.  Ao mesmo tempo, estejam abertos para permitir que a graça de Deus fortaleça sua fé em Jesus, para que possam compartilhá-la mais prontamente com os outros.

“Eu acrescentaria que hoje, com muita frequência, perdemos a capacidade de ouvir, de realmente ouvir. Ouvimos música, temos nossos ouvidos inundados constantemente com todos os tipos de estímulo digital, mas às vezes nos esquecemos de ouvir nosso próprio coração e é em nosso coração que Deus fala conosco, que Deus nos chama e nos convida a conhecê-lo melhor e a viver em seu amor.”

O mesmo se aplica aos professores, pois desempenham um importante papel na formação de crianças, adolescentes e jovens adultos, já que olharão para os educadores como modelos de vida e de fé. "Espero que, a cada dia, vocês cultivem seu relacionamento com Cristo, que nos dá o modelo de todo ensino autêntico, para que, por sua vez, possam orientar e incentivar aqueles que lhes foram confiados a seguirem Cristo em suas próprias vidas."

Antes de concluir, uma recomendação: "Ao voltarem para casa, lembrem-se de que a peregrinação não termina, mas muda seu foco para a 'peregrinação diária do discipulado'.  Somos todos peregrinos e estamos sempre peregrinando, caminhando ao procurar seguir o Senhor e ao buscar o caminho que é verdadeiramente nosso na vida. Isso certamente não é fácil, mas com a ajuda do Senhor, a intercessão dos santos e o encorajamento mútuo, vocês podem ter certeza de que, enquanto permanecerem fiéis, confiando sempre na misericórdia de Deus, a experiência dessa peregrinação continuará a dar frutos ao longo de suas vidas".

O encontro se encerrou com o Papa Leão concedendo sua bênção apostólica.

Leão XIV com os professores   (@Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O empenho cristão pelo justo ordenamento da sociedade

Sinodalidade faz da Igreja uma voz profética no mundo de hoje (Sete Margens)

O EMPENHO CRISTÃO PELO JUSTO ORDENAMENTO DA SOCIEDADE 

04/07/2025

Dom Itacir Brassiani
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

“O empenho pela defesa da vida e dos direitos da pessoa, pelo justo ordenamento da sociedade, pela dignidade do trabalho, por uma economia justa e solidária e pela ecologia integral fazem parte da missão evangelizadora da Igreja”. Esta é uma das afirmações do Documento final do Sínodo dos Bispos da Igreja Católica Romana, concluído em outubro de 2024, depois de três anos de um intenso processo de escuta e reflexão. 

Mesmo sem ser uma novidade, esta afirmação é importante, dada a intensa atividade de alguns grupos que questionam a manifestação e a intervenção dos cristãos no campo social, político e ambiental. Esquecem estes que a primeira intervenção histórica de Deus foi o apoio ao movimento de desobediência dos escravos hebreus ao poder do faraó e às lutas para conquistar terras que antes pertenciam a reis de pequenas cidades-estados.  

Não é possível esquecer o caráter político da condenação de Jesus à morte na cruz, pois esta era a pena imposta pelo império romano a quem se rebelasse contra seu domínio e aos escravos fugitivos. “Encontramos esse homem agitando a nossa nação e proibindo pagar impostos a César” dizem os chefes do judaísmo ao governador (cf. Lc 23,2). E o crime imputado a Jesus ficou gravado no alto da cruz: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. 

Portanto, o pronunciamento das Igrejas cristãs sobre questões políticas e econômicas faz parte da sua missão, e não caracteriza ingerência em terreno alheio. O que é inaceitável é as igrejas atuarem na seara política para assegurar privilégios para si mesmas ou para impor a todos os cidadãos uma pauta moral que é própria de uma denominação religiosa, ou orientar-se pela tática de apoiar incondicionalmente os grupos que exercem o poder. 

Ancorado nesta rocha firme da tradição cristã volto ao debate sobre o aumento da carga tributária sobre as operações financeiras e sobre a taxação dos grandes lucros, objeto de acirradas disputas no Congresso e na grande imprensa. A rejeição do decreto do Executivo pelo Congresso se baseou em meias-verdades ou mentiras inteiras, e foi celebrado como uma derrota imposta ao governo, como se a política fosse um jogo. 

O Congresso atual não está disposto a aceitar mudanças que afetem privilégios da minoria, e o único ajuste que defende é o corte nos gastos sociais, diz o economista Mauricio Weiss. Para o historiador e economista Pedro Faria, os setores que propuseram e aprovaram a derrubada do decreto sabem que o aumento da taxa do IOF não prejudica os pobres, e o que eles querem mesmo é que o ajuste fiscal mantenha os juros altos e os subsídios fiscais às empresas, e diminua o investimento do Estado nas políticas sociais. 

O que fazer diante disso, além de gravar o nome dos que deram seu voto para aprovar essa infame revogação? Informar-se bem; exercer o nosso direito de eleger deputados, senadores, governadores e presidentes que defendam leis e políticas que beneficiem os setores sociais mais vulneráveis; e engajar-se na reflexão sobre a função social e cidadã dos impostos e sobre passos e medidas viáveis para uma maior justiça tributária, que faça recair sobre os mais ricos uma maior responsabilidade tributária. Isso é empenho pelo justo ordenamento da sociedade e por uma economia justa e solidária. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Já estão construindo o Terceiro Templo em Jerusalém?

O Terceiro Templo de Jerusalém? (Cafetorah)

Já estão construindo o Terceiro Templo em Jerusalém?

20 setembro2023 Por Diretor do Cafetorah

A construção do Terceiro Templo em Jerusalém é um assunto de importância e significado religioso para algumas correntes do Judaísmo. Segundo a tradição judaica, o Templo é considerado o local sagrado onde Deus escolheu habitar e onde ocorriam os rituais e sacrifícios prescritos pela Torá.

O Primeiro Templo, conhecido como o Templo de Salomão, foi construído no século X a.C. e destruído pelos babilônios em 586 a.C. O Segundo Templo foi reconstruído após o retorno dos judeus do exílio babilônico, mas foi destruído pelos romanos em 70 d.C., durante a Primeira Guerra Judaico-Romana.

A crença na construção de um Terceiro Templo baseia-se em várias profecias bíblicas, incluindo aquelas encontradas no livro de Ezequiel, que descrevem a restauração do Templo. Para alguns judeus religiosos, a construção do Terceiro Templo é vista como parte do processo de redenção e cumprimento das profecias messiânicas. Mas é importante salientar que o termo Terceiro Templo não aparece explicitamente em nenhum texto da Bíblia.

Existem organizações e movimentos judaicos que se dedicam a preparar os requisitos e planos para a construção do Terceiro Templo. Esses grupos procuram coletar materiais, estudar as especificações detalhadas do Templo nas escrituras e promover o conhecimento e a conscientização sobre o assunto.

No entanto, é importante observar que há várias opiniões dentro do judaísmo em relação à construção do Terceiro Templo. Algumas correntes religiosas acreditam que a construção do Templo é um evento que ocorrerá somente com a vinda do Messias, enquanto outras podem interpretar as profecias de maneira mais simbólica ou não enfatizar a necessidade de um Templo físico.

Além disso, a situação política e religiosa complexa em Jerusalém, incluindo a presença da Mesquita de Al-Aqsa no Monte do Templo, torna a questão da construção do Terceiro Templo um assunto sensível e controverso.

Em resumo, a construção do Terceiro Templo em Jerusalém é um tópico teológico e religioso debatido dentro do Judaísmo, com diferentes interpretações e crenças. É uma questão que continua a gerar discussões e especulações, mas a realização concreta desse projeto é uma questão complexa e dependente de vários fatores históricos, políticos e religiosos.

Já estão construindo ou não o terceiro templo em Jerusalém?

Até o meu conhecimento mais atualizado em Setembro de 2023, não há construção em andamento do Terceiro Templo em Jerusalém. Embora haja grupos e organizações que promovem a ideia e se envolvem em atividades relacionadas à preparação para a construção do Terceiro Templo, o projeto em si é um tema complexo e politicamente sensível.

O Monte do Templo, onde os dois templos anteriores foram localizados, é um local sagrado para o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã. Atualmente, o complexo é administrado pela WAQF, o órgão de jurisdição islâmica da Jordânia. A construção de um novo templo seria um empreendimento significativo que envolveria uma série de questões políticas, religiosas e diplomáticas.

Nos últimos anos tenho visitado cada vez mais frequentemente o Monte do Templo em Jerusalém. Alegações da construção do templo em andamento são absurdas. Para verificar isso, basta olhar as câmeras do Muro das Lamentações diariamente e ver que nenhuma construção significativa está sendo feita no local. Mas as câmeras na cobrem todo o Monte do Templo. Mesmo assim, uma construção tão importante seria notada claramente.

É importante ressaltar que o progresso na construção do Terceiro Templo é uma questão complexa e altamente debatida dentro das comunidades judaicas, com diferentes interpretações e opiniões sobre o assunto. A realização concreta da construção dependerá de uma variedade de fatores, incluindo crenças, negociações políticas e condições futuras. Nos últimos meses estive diversas vezes no Monte do Templo, e até agora não há nenhum sinal de que estão construindo o Terceiro Templo. De fato nem mesmo que esteja sendo realizados preparos consideráveis para isso. O que vemos diariamente nas redes sociais falando sobre a suposta construção do Terceiro Templo em Jerusalém, não passa de especulação cujo único objetivo é receber cliques e ganhar dinheiro divulgando informação falsa.

Fotografia: Foto tirada durante uma apresentação no Túnel do Muro das Lamentações

Fonte: https://cafetorah.com/ja-estao-construindo-o-terceiro-templo-em-jerusalem/

DENTRO DO VATICANO: A Secretaria de Estado

A Sala Carlos Magno na "segunda Loggia" (Vatican Media)

É o organismo que mais estreitamente colabora com o Papa no exercício da sua missão suprema, revelando-se de fato o “motor” da ação política e diplomática da Santa Sé, bem como o “elo de ligação” e de síntese na coordenação da Cúria Romana.

Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano

A Seção de Assuntos Gerais, a Seção das Relações com os Estados e as Organizações Internacionais e a Seção para o Pessoal Diplomático da Santa Sé. É neste tríplice horizonte que se articula a estrutura da Secretaria de Estado, concebida para auxiliar o Pontífice no governo da Santa Sé e no exercício do seu ministério como Pastor Universal. Aquele da da Secretaria de Estado é um grupo cosmopolita de pessoas que trabalham em estreita colaboração com o Papa, com funções de coordenação entre os Dicastérios e as Instituições da Sé Apostólica e, externamente, em particular, cuidando das Representações Pontifícias. O secretário de Estado é o primeiro colaborador do Papa no governo da Igreja universal. O secretário de Estado é o cardeal Pietro Parolin.

Notas históricas

A origem da Secretaria de Estado remonta ao século XV. Com a Constituição Apostólica Non debet reprehensibile, de 31 de dezembro de 1487, foi instituída a Secretaria Apostólica, composta por 24 secretários Apostólicos, incluindo o Secretarius domesticus.

Repassando eventos históricos mais recentes, em 1814, Pio VII instituiu a Sagrada Congregação para os Assuntos Eclesiásticos Extraordinários. São Pio X, com a Constituição Apostólica Sapienti Consilio de 29 de junho de 1908, dividiu a Sagrada Congregação para os Assuntos Eclesiásticos Extraordinários na forma posteriormente estabelecida pelo Codex Iuris Canonici de 1917.

Paulo VI, com a Constituição Apostólica Regimini Ecclesiae Universae de 1967, implementando a vontade expressa pelos Bispos no Concílio Vaticano II, reformou a Cúria Romana e deu uma nova estrutura à Secretaria de Estado.

Em 1988, João Paulo II promulgou a Constituição Apostólica Pastor Bonus a qual, reestruturando a Cúria Romana, dividiu a Secretaria de Estado em duas Seções: a Seção para os Assuntos Gerais e a Seção para as Relações com os Estados.

Por fim, Francisco iniciou um novo processo de reforma, culminando em 2022 com a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium.

Secretaria de Estado: a Sala dos Tratados (Vatican Media)

Assuntos Gerais

A Seção de Assuntos Gerais – sob a direção do substituto, o arcebispo Edgar Peña Parra – é responsável por tratar dos assuntos relativos ao serviço cotidiano do Romano Pontífice em sua solicitude pela Igreja universal. Promove a coordenação entre os Dicastérios, Organismos e Departamentos da Sé Apostólica, sem prejuízo de sua autonomia, cuidando também dos assuntos relativos às reuniões dos Chefes das Instituições Curiais, e é responsável por tudo o que diz respeito aos Representantes dos Estados junto à Santa Sé.

Além disso, é responsável por: redigir e enviar os documentos que o Santo Padre lhe confia; supervisionar a publicação das “Acta Apostolicae Sedis”; dar instruções ao Dicastério para a Comunicação sobre as comunicações oficiais relativas tanto aos atos do Romano Pontífice quanto à atividade da Santa Sé; custodiar o selo de chumbo e o anel do Pescador.

A esta Seção também cabe tratar de todos os atos relativos às nomeações feitas ou aprovadas pelo Romano Pontífice, e por coordenar e publicar estatísticas sobre a Igreja no mundo.

Relações com Estados e Organizações Internacionais

A Seção para as Relações com Estados e Organizações Internacionais – guiada pelo secretário, o arcebispo Paul Richard Gallagher – tem a tarefa específica de tratar de questões que devem ser discutidas com as autoridades civis.

É de competência da Seção as relações diplomáticas e políticas da Santa Sé com Estados ou outros sujeitos de direito internacional, bem como pela representação da Santa Sé em Organizações Internacionais Intergovernamentais e Conferências Multilaterais.

Esta Seção também é responsável por conceder a nulla osta sempre que um Dicastério ou uma Organização da Cúria Romana pretenda publicar uma declaração ou documento referente às relações internacionais ou às relações com as autoridades civis. Além disso, em circunstâncias particulares, por determinação do Sumo Pontífice e após consulta aos Dicastérios competentes da Cúria, realiza tudo o que diz respeito à provisão de Igrejas particulares, bem como à sua constituição ou modificação.

Representação do secretário para as Relações com os Estados (Vatican Media)

Pessoal Diplomático da Santa Sé

Esta Seção – sob a orientação do secretário, o arcebispo Luciano Russo – trata de questões relativas às pessoas que servem no serviço diplomático da Santa Sé, em particular suas condições de vida e trabalho e sua formação contínua. Também colabora com a Pontifícia Academia Eclesiástica para a seleção e formação de candidatos ao serviço diplomático da Santa Sé. A Seção para o Pessoal Diplomático da Santa Sé foi criada em 21 de novembro de 2017 pelo Papa Francisco.

Compartilhando os Desafios e as Esperanças do Povo de Deus

Dirigindo-se aos membros desta antiga Instituição em 5 de junho de 2025, o Papa Leão XIV expressou palavras de gratidão: “Conforta-me saber que não estou sozinho e poder partilhar convosco a responsabilidade do meu ministério universal".

A Secretaria de Estado é uma comunidade diversificada que oferece “um serviço precioso à vida da Igreja": "juntos - disse Leão XIV - partilhamos as questões, as dificuldades, os desafios e as esperanças do Povo de Deus presente em todo o mundo".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Declaração do então padre Prevost, hoje Leão XIV, contra a pena de morte nos EUA vem à tona

O Ex-Governador Pat Quinn (À Esquerda Na Frente) E Monica Walker Mostram Ao Rev. Joseph Chamblain Uma Nota De 2011 Escrita Por Robert Prevost, Agora Mais Conhecido Como Papa Leão XIV. Foto: Chicago Sun Times

Na época, Prevost ainda não era bispo, muito menos papa. Ele servia como líder global da ordem agostiniana, tendo passado anos como missionário e líder da igreja no Peru. No entanto, seus laços com Illinois permaneceram fortes: ele nasceu em Chicago e, segundo a mensagem, estava hospedado em uma residência de seu irmão em New Lenox, um subúrbio da cidade.

01 DE JULHO DE 2025

Por JORGE HENRIQUE MÚJICA

(ZENIT News / Roma, 1º de julho de 2025) - Documentos recentes revelam que, em 9 de março de 2011, o mesmo dia em que o governador de Illinois, Pat Quinn, assinou uma lei histórica abolindo a pena de morte, recebeu uma mensagem de apoio em sua caixa de correio de um homem identificado simplesmente como Robert F. Prevost. Enviada pelo site oficial do governador, a mensagem agradecia a Quinn por sua "decisão corajosa" e elogiava sua "visão e compreensão" no que ele chamou de "assunto muito complexo".

Na época, Prevost ainda não era bispo, muito menos papa. Ele servia como líder global da ordem agostiniana, tendo passado anos como missionário e líder da igreja no Peru. No entanto, seus laços com Illinois permaneceram fortes: ele nasceu em Chicago e, segundo a mensagem, estava hospedado em uma residência de seu irmão em New Lenox, um subúrbio da cidade.

A mensagem passou praticamente despercebida até que a WBEZ e o Chicago Sun-Times a desenterraram por meio de uma solicitação de registros públicos. No entanto, sua importância tornou-se clara em retrospecto. Ela agora se destaca como o primeiro exemplo conhecido de Prevost intervindo em um polêmico debate político americano, muito antes de o mundo o reconhecer como o primeiro papa nascido nos Estados Unidos.

Ao ser informado da mensagem, Quinn, que alegou nunca ter ouvido falar de Prevost na época, ficou perplexo. "Você pode me enviar uma cópia da carta?", teria perguntado. "Acho que vou emoldurá-la."

O Vaticano não confirmou a autenticidade da mensagem, e o Papa Leão XIV não respondeu a uma solicitação enviada ao endereço da AOL associado a ela. No entanto, a conexão parece crível, especialmente considerando o endereço listado na mensagem e a presença bem documentada de Prevost em Illinois na época.

A abolição da pena de morte em Illinois não foi um acontecimento silencioso. A medida ocorreu após uma década de crescente escrutínio, após múltiplas exonerações de condenados à morte, incluindo um amplo pedido de clemência do ex-governador George Ryan em 2003. Quando Quinn agiu em 2011, ele o fez após meses de consultas com promotores, juízes, familiares das vítimas e homens que escaparam por pouco da execução.

"Segui minha consciência", disse Quinn na época, citando reflexões bíblicas e os escritos do falecido Cardeal Joseph Bernardin, de Chicago, um ferrenho oponente da pena de morte e uma influência espiritual sobre o governador. Na época, Quinn, católico de longa data, descreveu a pena de morte como incompatível com os valores de uma sociedade justa e moral.

A mensagem de Prevost a Quinn ecoou essas convicções, embora tenha permanecido discreta por mais de uma década. Para muitos que conheciam Prevost apenas como teólogo e canonista, a nota acrescenta textura à sua identidade pública em evolução como um líder moral sem medo de intervir, ainda que discretamente, em questões de vida, justiça e dignidade humana.

A Igreja Católica em Illinois pressionou ativamente pela abolição da pena de morte em 2011. O então Cardeal Francis George e o Bispo Thomas Paprocki uniram forças em uma declaração conjunta incomum, declarando a pena de morte desnecessária na sociedade moderna. Após a aprovação do projeto de lei, a Conferência Católica de Illinois o anunciou como um passo em direção a uma "cultura da vida".

Mas Quinn enfrentou forte resistência, principalmente de promotores e grupos de direitos das vítimas, que consideravam a lei branda com o crime. Ele acabou comutando as sentenças de todas as 15 pessoas condenadas à morte para prisão perpétua sem direito à liberdade condicional.

"Pensei em Bernardin, li as Escrituras", disse Quinn em uma entrevista recente, relembrando a pressão moral que sentiu. Ele também releu "O Dom da Paz", de Bernardin, que descreveu como influente em sua decisão.

E agora, mais de uma década depois, descobriu-se que entre as vozes que o encorajavam estava um futuro papa.

Quinn recebeu elogios por suas ações de ativistas como a Irmã Helen Prejean e o ganhador do Prêmio Nobel Desmond Tutu. Mas nenhum, disse ele, tem o mesmo peso que uma mensagem anônima de um agostiniano nascido em Chicago que um dia lideraria a Igreja Católica global.

"Saber que o futuro Papa Leão XIV estava comigo naquele dia", disse Quinn, "me deixa humilde. Ele é um homem de consciência. Tentarei contatá-lo agora."

Fonte: https://es.zenit.org/2025/07/01/sale-a-la-luz-pronunciamiento-del-entonces-padre-prevost-ahora-leon-xiv-contra-la-pena-de-muerte-en-usa/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF