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domingo, 9 de janeiro de 2022

Dom Roberto: Mergulhadores do infinito

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz | Vatican News

Quinze anos depois, com o Papa Francisco numa Igreja em caminho sinodal, afirmamos a conversão pastoral e missionária, para voltar a ser uma Igreja em Saída, de batizados conscientes e lúcidos.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, bispo diocesano de Campos (RJ)

O batismo do Senhor Jesus encerra e culmina o Tempo do Natal, pois celebra a nossa inserção e mergulho (batizomai) na vida nova que o Filho de Deus veio trazer para a humanidade, gerando uma Nova Criação. Pelo batismo nos tornamos filhos no Filho, irmãos de Cristo e Templos do Espírito Santo. O Concílio Vaticano II veio redescobrir a alegria e dignidade deste sacramento que é a porta da salvação, abrindo-nos plenamente para a cidadania do Reino.

Nos inícios da Igreja era tão forte a consciência despertada por este sacramento de iniciação que a Igreja era chamada de “comunhão dos santos”. Não existia pastoral vocacional, porque todos tinham certeza de ser fiéis, isto é, pertencentes ao Povo de Deus e, por tanto, responsáveis pela edificação e expansão da Igreja, assumindo os diferentes carismas, serviços e ministérios.

Não era necessário tampouco insistir na natureza missionária da Igreja, pois cada batizado sabia que a nova vida devia ser comunicada e testemunhada, mesmo que fosse com a oferta total da vida, no batismo de sangue. A situação sociológica de cristandade veio a anestesiar esta visão e autoconsciência pessoal e eclesial, pois nascia-se num mundo cristão e tudo acontecia na sequência de ritos e hábitos incorporados ao ciclo da vida, e da própria sociedade.

Esta realidade cinzenta, de um cristianismo genérico de práticas rotineiras centradas na conservação institucional, foi profundamente revisada na Conferência de Aparecida, especialmente no discurso de abertura pelo Papa Bento XVI. Não basta continuar batizando, quando não existe um processo de iniciação à vida cristã, e um discipulado que vise à formação de cristãos sujeitos e formadores de comunidades eclesiais adultas na fé, que deem um testemunho de compromisso integral no mundo de hoje.

Quinze anos depois, com o Papa Francisco numa Igreja em caminho sinodal, afirmamos a conversão pastoral e missionária, para voltar a ser uma Igreja em Saída, de batizados conscientes e lúcidos de sua realidade de pedras vivas, fermento transformador, luz do mundo e sal da terra. Por uma Igreja de batizados/as, seguidores fiéis do Reino e discípulos missionários de Cristo. Deus seja louvado!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Adriano

Santo Adriano | arquisp
09 de janeiro

Santo Adriano

Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes. Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.

Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II que em 663 o fez seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois, este papa o nomeou como um dos seus conselheiros.

Quando morreu o bispo da Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém mais competente, pois ele mesmo não conhecia.

Nesta ocasião Adriano havia se encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado, Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu assistente e conselheiro, em 668.

Ele chegou na Inglaterra um ano depois, pois foi detido durante a viagem, na França sob suspeita que tinha uma missão secreta do imperador Constantino II, para os reis ingleses, mas foi solto ao atestarem a sua integridade de sacerdote.

Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de clérigos para a Igreja dos povos anglicanos.

Adriano viveu neste país durante trinta e nove anos, totalmente dedicados ao serviço da Igreja. Nele os ingleses encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida profundamente evangélica.

Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sábado, 8 de janeiro de 2022

Papa Francisco ensina aos empresários como liderar segundo o coração de Deus

Papa Francisco / Crédito: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

Vaticano, 07 jan. 22 / 04:33 pm (ACI).- O papa Francisco recebeu na manhã de hoje no Palácio Apostólico do Vaticano uma delegação de empresários da França, aos quais ofereceu algumas reflexões ancoradas no Evangelho para ser "líderes segundo o coração de Deus", em meio a um mundo competitivo, também marcado pelo individualismo e indiferença.

No discurso, o papa usou as oposições entre ideal e realidade, e entre autoridade e serviço, “conceitos que parecem estar sempre em tensão, mas que o cristão, auxiliado pela graça, pode unificar em sua vida”.

A intenção, disse o papa aos empresários, era "ajudá-los a cumprir o seu papel de líderes segundo o coração de Deus".

Sobre a oposição entre "ideal e realidade", o papa recordou sua homilia na missa da Solenidade de Maria Mãe de Deus de 1º de janeiro, na qual falou do "escândalo da manjedoura", quando Maria "viu-se obrigada a trazer ao mundo o filho de Deus na pobreza de um estábulo”.

“A gente sempre espera que tudo corra bem, mas depois chega um problema inesperado e cria-se um choque doloroso entre expectativas e realidade”, disse o papa na ocasião.

Francisco destacou em seu discurso de hoje o desafio de lutar pelo bem comum, cumprindo “as obrigações impostas pelos sistemas econômicos e financeiros atualmente em vigor, que muitas vezes ridicularizam os princípios evangélicos da justiça social e da caridade”.

“Imagino que, às vezes, sua tarefa pesa sobre vocês, que sua consciência entra em conflito quando o ideal de justiça e de bem comum que vocês imaginavam alcançar não foi realizado, e que a dura realidade se apresenta a vocês como uma falta, um fracasso, um remorso, um choque.”

O papa explicou que, como Maria, eles não devem desanimar por essa situação que poderia ser seu "escândalo da manjedoura" e, como ela, devem guardar e meditar no coração para seguir em frente.

“Custodiar é acolher, apesar das trevas e com humildade, as coisas difíceis de aceitar que não desejamos, que não pudemos evitar, não buscar camuflar ou 'enganar' a vida, ou fugir das próprias responsabilidades.”

E meditar, ressaltou o papa Francisco, é "na oração, unificar as coisas belas e feias de que a vida é feita, para compreender melhor sua relação e significado a partir da perspectiva de Deus".

A respeito do segundo binômio, "autoridade e serviço", o papa recordou que Jesus disse aos Apóstolos que quem quiser ser o primeiro deve ser o último e servo de todos.

“A missão do empresário cristão se assemelha, em muitos aspectos, à do pastor, de quem Jesus é o modelo, e que sabe ir na frente do rebanho para indicar o caminho, sabe ficar no meio do rebanho para ver o que está acontecendo, e sabe ficar atrás, para garantir que ninguém perca o contato", disse o papa Francisco.

“Muitas vezes exortei padres e bispos a terem "o cheiro das ovelhas", a mergulharem na realidade daqueles que lhes foram confiados, a conhecê-los, a estar perto deles. Acredito que este conselho vale também para vocês!”

O papa exortou os empresários a estarem próximos “daqueles que colaboram com vocês em todos os níveis: a se interessarem por suas vidas, a estarem conscientes de suas dificuldades, sofrimentos, angústias, mas também de suas alegrias, projetos e esperanças”.

“Exercer a autoridade como um serviço requer compartilhá-la. Também aqui Jesus é o nosso mestre, quando envia os discípulos em missão, dando-lhes a mesma autoridade.”

Francisco destacou ainda que “o dirigente cristão é chamado a considerar com atenção o lugar atribuído a todas as pessoas da sua empresa, também aquelas cujas obrigações podem parecer menos importantes, porque cada uma é importante aos olhos de Deus”.

Francisco mais tarde reconheceu que “o Evangelho pode ser exigente e difícil de ser vivido num mundo profissional e competitivo. No entanto, convido-os a manterem o olhar fixo em Jesus Cristo, com a sua vida de oração e oferta de seu trabalho quotidiano”.

“Ele experimentou na cruz o amor até o fim, cumprindo sua missão a ponto de dar a vida. Também vocês têm que tomar as suas cruzes, mas confiem: Ele prometeu nos acompanhar até o ‘fim do mundo’.”

Para concluir, Francisco exortou a “não duvidar em invocar o Espírito Santo para que guie as suas decisões. A Igreja precisa do seu testemunho”.

Fonte:https://www.acidigital.com/

COVID-19: As crianças devem ser vacinadas?

A Falta De Transparência No Tratamento Das Informações
Relacionadas À Pandemia COVID-19 Constitui Um Grave
Atentado À Dignidade Das Pessoas. Foto: Arquivo.

Nos estudos de eficácia e segurança dessa vacina para essa faixa etária, de 5 anos à idade adulta, em duas faixas (5 a 11 e 12 a 17 anos), os resultados de segurança, bem como sua eficácia, são claramente favoráveis.

19 DE DEZEMBRO DE 2021

Por: Julio Tudela

(ZENIT Noticias - Observatório de Bioética da Universidade Católica de Valencia / 18.12.2021). - Acaba de ser autorizada a vacinação contra o  COVID-19  para crianças, que até agora era restrita a adultos. A forma como este procedimento está a ser implementado não é isenta de controvérsias. Na Comunidade Valenciana (Espanha), os pais estão sendo solicitados a responder em 24 horas para permitir ou não a vacinação de seus filhos. Além disso, a vacinação será realizada nas escolas, fora dos estabelecimentos de saúde; Os pais, em princípio, não iriam estar presentes no momento da vacinação dos filhos e, portanto, não poderiam fiscalizar um ato sobre o menor que exigisse a supervisão do responsável ou dos pais.

Essa forma de iniciar a vacinação em crianças, é claro, não é, em nossa opinião, a mais bem-sucedida. Isso cria suscetibilidades em muitos pais, que podem recusar o processo por causa da maneira como o abordam, e não por causa da substância.

É importante ressaltar que a vacinação contra COVID-19 em crianças e adolescentes é altamente recomendada. Nos estudos que temos sobre a eficácia e segurança dessa vacina para essa faixa etária, de 5 anos à idade adulta, em duas faixas (5 a 11 e 12 a 17 anos), os resultados de segurança, bem como sua eficácia, são claramente favorável contra um risco muito baixo de aparecimento de efeitos colaterais indesejáveis. Nenhuma vacina é isenta de riscos, nenhuma. É que o equilíbrio entre o benefício que esperamos alcançar e os possíveis riscos do aparecimento de efeitos indesejáveis, é claramente favorável.

Qual é o benefício fundamental da vacina COVID-19 para crianças e adolescentes?

A primeira é que diminui o número de casos graves, que também existem. A crença geral de que casos graves nunca ocorrem entre crianças não é verdadeira. Existem também condições graves, menos do que nos adultos, mas também existem aquelas que requerem hospitalização; em segundo lugar, reduz as consequências que o COVID-19 pode ter sobre essas crianças no futuro; e terceiro, em pessoas vacinadas que se infectam, produz-se uma carga viral menor, portanto, infectarão menos, espalharão menos o vírus (em nível epidemiológico é uma informação muito importante). Quanto aos efeitos colaterais, é verdade que existem alguns graves, mas sua incidência, de acordo com o American  Center for Disease Control (CDC), são 54 casos por milhão de vacinados na faixa etária de 11 a 17 anos. Em crianças menores de 12 anos é ainda menor. No entanto, o benefício que esperamos encontrar, tanto na proteção das próprias crianças e adolescentes vacinados, quanto nas pessoas que podem ser infectadas por eles, é imensamente maior. Portanto, encorajamos deste Observatório de Bioética e levando em consideração as evidências científicas disponíveis, a superar a relutância e a vacinar crianças e adolescentes para melhorar nossa proteção contra COVID-19.

Fonte: https://es.zenit.org/

O mal é um buraco na camisa: não existe, mas existe

Danilov1991xxx | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

A humanidade não sabe definir o que é o mal, mas alguns exemplos talvez ajudem a refletir a respeito.

O mal é um buraco na camisa: não existe, mas existe. Este exemplo pode parecer esdrúxulo, mas não é que existam outros muito melhores. A humanidade, afinal, não sabe definir o que é o mal, embora não tenham faltado tentativas.

Uma dessas tentativas é a de entender o mal como uma força oposta ao bem. Deste ponto de vista, o mal teria existência própria. Existiriam, assim, duas forças em contínua oposição: uma boa e a outra má. Esta é, grosso modo, a visão proposta pelo maniqueísmo.

Superando o maniqueísmo

Santo Agostinho chegou a ser adepto desta visão durante parte da sua juventude, mas, com o passar do tempo e com as aparas da reflexão, acabou mudando de ideia. Passou a considerar que o mal não pode ser um ente em si mesmo, porque Deus não teria criado o mal. O mal, portanto, não pode ser uma força autônoma porque não pode ser “algo” que exista em si: para Santo Agostinho, o que chamamos de mal é a própria ausência do bem que poderia ou deveria estar presente.

A morte é ausência de vida. As trevas são ausência de luz. Os vícios são ausência de virtude. E essa ausência não é absoluta: onde há vício pode vir a haver virtude; onde há trevas pode passar a haver luz; onde há morte pode voltar a haver vida.

O mal não é um ente em si mesmo

A perspetiva de que o mal não existe em si mesmo, mas sim como ausência de bem, já remonta a Platão, que falava das imperfeições deste mundo transitório em relação a um mundo ideal e perfeito, do qual seríamos apenas sombras desajeitadas. Retomando alguns lampejos dessa teoria, Santo Agostinho veio a concordar com o fato de que o mal não tem existência própria: não é um ente, não é uma criatura. O mal é a falta de um bem que deveria ou poderia estar presente em outro ente, mas não está.

E isto se aplica à própria personificação do mal conforme entendida no âmbito cristão: as criaturas más só existem porque optaram por rejeitar o bem; ou seja, elas se tornaram más apesar de poderem ou deverem ser boas; não foram criadas más, nem existiram desde sempre como más em si mesmas. O diabo, no cristianismo, existe não como metáfora do mal absoluto, porque o mal não existe como ente em si: o diabo existe porque é uma criatura que Deus fez boa e livre, mas que, livremente, optou por desprezar o bem, rejeitando o próprio Deus e causando a si mesma a eterna lacuna do bem.

Nada disto quer dizer que o mal “não exista”: ele “existe”, sim, mas entre aspas, pois “existe” precisamente como “ausência de bem”. A morte existe porque a ausência de vida é um fato existente: é a lacuna deixada pela falta da vida que poderia estar presente. As trevas existem porque a ausência de luz é um fato existente: é a lacuna deixada pela falta da luz que poderia estar presente. Essa ausência não é algo que possua existência própria, já que é uma não-presença, mas, ao mesmo tempo, “existe” a lacuna causada por essa não-presença; existe o efeito da ausência do bem que poderia ou deveria estar presente.

O mal é um buraco na camisa

É como um buraco na camisa: trata-se, em suma, da ausência de tecido. O buraco, em si mesmo, não é “algo”: é a própria inexistência de algo que deveria estar ali. Mas, ao mesmo tempo, o buraco “existe” – não como um ser com existência própria, mas como a lacuna do tecido que poderia ou deveria estar presente.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Igreja é profanada e hóstias são roubadas na França

Guadium Press
A Igreja de São Sinforiano na pequena cidade francesa de Genouilly foi vítima de roubo e de profanação.

Redação (07/01/2022 18:00, Gaudium Press) A igreja de São Sinforiano na cidade francesa de Genouilly, no Val de Loire, foi invadida e profanada no último fim de semana.

Os criminosos arrombaram a porta do sacrário e roubaram duas âmbulas que continham hóstias consagradas.

O diácono Henri Steegmans foi o primeiro a se dar conta do ocorrido, pois é o responsável por abrir a igreja nos domingos antes da Missa.

Chegando ao local, ele percebeu que a porta já estava aberta, o sacrário arrombado e que duas âmbulas não estavam lá.

Provavelmente os profanadores forçaram a entrada pela porta lateral com um pé-de-cabra. Além das âmbulas, também foram roubados um ostensório e o suporte de velas.

A prefeitura, que é proprietária do edifício, providenciou a troca e o reforço das fechaduras. O sacerdote local, Pe. Olivier Crestois e o prefeito, Michel Legendre, pediram juntos a apuração de um inquérito sobre o roubo.

Há cerca de 15 anos, ladrões roubaram objetos da sacristia. Em 2015, a igreja de Notre-Dame de Vierzon também teve um cibório roubado. (FM)

Com informações de Le Berry Républicain


Fonte: https://gaudiumpress.org/

Há uma infiltração da Nova Era na espiritualidade católica, diz bispo espanhol

Crédito: ACI Digital

MADRI, 07 jan. 22 / 11:03 am (ACI).- Correntes gnósticas e racionalistas que formam o que se conhece como “Nova Era” estão infiltradas na espiritualidade católica, disse em uma conferência o bispo de Orihuela Alicante, na Espanha, dom José Ignácio Munilla.

Em sua conferência "Metástase do Gnosticismo no século XXI: Confluência entre a Nova Era e o racionalismo infiltrados na espiritualidade católica", publicada no seu canal do YouTube em 4 de janeiro de 2022, o bispo espanhol expôs “os erros contra a fé”.

"Refiro-me à metástase do gnosticismo no século XXI porque este erro não ficou no século I, mas o temos, e com força, atualmente”, disse.

Dom Munilla relatou um acontecimento ocorrido em um noviciado católico que reflete a "grande crise" que surgiu do "esvaziamento do conteúdo da parte mais central do cristianismo, que é a Revelação".

“Lembro-me, por exemplo, de um noviço de uma ordem religiosa que sofria porque via que no noviciado de sua ordem estavam com essas teorias de que não era preciso ter certezas, e o pobre menino entrava no noviciado e lhe diziam ‘o que era isso de se ajoelhar diante do Sacrário’”, lamentou.

“Estes extremos gnósticos estão muito mais presentes do que parece, já que até as disciplinas de religião nos centros católicos estão sendo substituídas por exercícios de interiorização”, acrescentou.

O bispo também advertiu que o "divórcio entre a teologia e a busca da santidade" pode levar à heresia do gnosticismo.

"Quer estudar teologia? Comece adorando o Santíssimo Sacramento. Quer se tornar doutor ou licenciado? Comece por jejuar, ajudar os pobres e colocar-se de joelhos diante do Santíssimo, e assim a teologia terá o seu lugar. Do contrário, há o perigo do gnosticismo, uma espécie de estudo abstrato da caridade que não leva a se comprometer com os pobres”, disse.

O que é gnosticismo e racionalismo

Seguindo o que foi escrito na exortação apostólica do papa Francisco Gaudete et exsultate, dom Munilla disse que o gnosticismo é “possivelmente a primeira de todas as heresias”, já que foi escrito sobre ele nas cartas do Evangelho de São João.

O bispo de Orihuela Alicante comentou que a principal crise da espiritualidade católica está fundamentalmente na Nova Era, que é uma nova face do antigo gnosticismo.

“Esta propõe ‘espiritualidade sim, religião não’, ou seja, passar da fé no Deus que se revelou, à autoconsciência iluminada do homem”, comentou.

Sobre o racionalismo, que se encontra no subtítulo de sua conferência, dom Munilla explicou sua confluência com a Nova Era.

“O que o racionalismo modernista buscou foi a tentativa de adaptar o cristianismo às categorias atuais, com a pretensão de domesticar Deus, a revelação, mundanizando o cristianismo”, comentou.

Ele esclareceu que “o racionalismo geralmente não nega os mistérios da fé, mas geralmente os reinterpreta a partir de categorias racionalistas, esvaziando-os de conteúdo. Reformula-os de acordo com a cultura de cada momento”.

Incompatibilidade do Cristianismo com o Gnosticismo

Dom Munilla advertiu em sua conferência que “de forma alguma o caminho cristão pode ser confundido com o gnosticismo”.

“O Deus feito carne é a declaração mais contundente contra o gnosticismo e o racionalismo, porque é Deus quem se deu a conhecer, nos falou com a nossa própria linguagem, fundou uma Igreja, escolheu doze apóstolos”, detalhou.

Dom Munilla também lembrou aos católicos que "Deus é simples", ao contrário das correntes gnósticas e da Nova Era.

“Se nós não nos tornarmos simples, não entenderemos Deus. Por isso, o gnosticismo e o cristianismo do Deus que se fez menino são uma grande oposição. Em nenhum lugar se diz que Deus se fez filósofo e habitou entre nós. Não. Deus se fez menino, Deus se fez carne e habitou entre nós”, disse.

O bispo afirmou que “a defesa da fé dos simples, o que celebramos no Natal, a Encarnação, o nascimento de Jesus, é tão transcendente, tão maravilhoso, tão simples”.

“Deus se faz entender por aqueles que são conscientes de que Ele se revelou em conceitos não de filósofos, mas em conceitos de um encontro pessoal entre nós”.

Outros erros do gnosticismo

Dom Munilla explicou que “o gnosticismo é sustentado por erros filosóficos como o panteísmo e o imanentismo”.

O panteísmo diz que Deus não é alguém distinto de você mesmo (...), o rosto pessoal de Deus se desfaz e se diz que o objetivo é alcançar a unidade com o cosmos, tendo uma fusão com o absoluto. Apagar os limites entre Deus e a criatura”, disse.

Sobre o imanentismo, ele disse que é “o oposto da transcendência”.

“Dizemos que Deus é transcendente e que é imanente. Porém, para o gnosticismo não existe tal transcendência, tudo é imanência, e até confunde o natural com o sobrenatural”, disse.

Outro grave erro do gnosticismo e da Nova Era, advertiu dom Munilla, "é esquecer a ferida que o pecado original também deixou na natureza".

“O homem não é chamado para se diluir em energias ou na natureza, ele é chamado para reinar no universo sem se diluir nele. Por meio do Batismo, somos sacerdotes, profetas e reis; somos chamados a transformar o mundo e a oferecer a Deus um mundo novo”, recordou.

Finalmente, ele criticou “o gnosticismo que está sendo introduzido à força na nova cultura, é muito soberbo”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Perderam o significado. Tudo se tornou aparência: bispo italiano dispensa presença de padrinhos em batismos e crismas

"Fomos nós - padres, bispos e comunidades cristãs -
que assistimos ao esvaziamento de sentido destas figuras,
sem opor nenhuma resistência." | Vatican News

Com um decreto que entrou em vigor no início do ano, o bispo de Mazara del Vallo determinou a suspensão da presença de padrinhos e madrinhas na celebração do Sacramento do Batismo para crianças, Confirmação e Iniciação Cristã para adultos. "É apenas uma figura formal e desprovida de significado. Tudo se tornou aparência”, lamenta o prelado. A decisão segue aquela já adotada por outras dioceses italianas.

Federico Piana- Cidade do Vaticano

“Havíamos chegamos ao ponto que muitos padrinhos e madrinhas, durante a celebração, sequer comungavam”. Dom Domenico Mogavero não mede as palavras para chegar ao cerne do problema: “O ofício de padrinho - afirma - perdeu o seu sentido original, limitando-se a uma presença litúrgica puramente formal”.

Eis porque na sua diocese siciliana de Mazara del Vallo, que dirige há quinze anos, determinou a suspensão da presença de padrinhos e madrinhas na celebração do Sacramento do Batismo para crianças, da Confirmação e da Iniciação Cristã para adultos.

O decreto, em vigor de 1° de janeiro último 'ad experimentum' até 2024, segue aqueles já adotados por outras dioceses italianas e estabelece que serão “os pais ou os responsáveis pela preparação religiosa do batismo a acompanhar, ​​diante do presbitério, aqueles que devem receber o Batismo ou a Crisma”. “Hoje – diz o prelado - padrinhos e madrinhas se tornaram figuras irrelevantes. Não se escolhe um homem ou uma mulher como ponto de referência por seu testemunho de fé”.

É uma figura que se esvaziou de sentido?

Certamente. No passado, especialmente na Igreja antiga, era significativo. Hoje se tornou uma figura que criou problemas, também em pessoas que não dão um testemunho de fé profunda. Houve casos de hipocrisia e falsidade: muitas pessoas, por exemplo, não revelaram sua condição de divorciados-casados novamente ou de estarem afastados da fé e da prática religiosa. Percebemos que tudo se tornou uma aparência. Deve ser ressaltado que o Código de Direito Canônico não impõe, nas celebrações, a presença de padrinho e madrinha.

Também a escolha se tornara formal?

Era feita de forma emocional e, às vezes, infantil. Várias vezes aconteceu-me que me pediram dispensa da idade útil para ser padrinho, para colegas de classe de doze anos ou para amiguinhos para brincar. Nem mesmo os crismandos se dão conta qual é o verdadeiro papel dos padrinhos e das madrinhas.

E depois, quase sempre, os padrinhos e madrinhas desaparecem após a cerimônia, quando, ao invés disso, deveriam acompanhar, por toda a vida, aquela pessoa que lhes foi confiada...

Trago um testemunho concreto, dado logo após que foi emitido o concreto. Em junho, quando anunciei minha intenção de emitir este decreto, uma pessoa me encontrou e me disse: faz quarenta anos que não vejo meu padrinho. Portanto, tomamos a decisão a partir de uma situação que já se tornou clara, ocupando-nos assim da dignidade dos sacramentos e do valor do testemunho cristão que não pode ser abandonado.

A figura dos padrinhos e das madrinhas poderá ser recuperada?

Depende muito de nós. Fomos nós - padres, bispos e comunidades cristãs - que assistimos ao esvaziamento de sentido destas figuras, sem opor nenhuma resistência. Quando percebemos que os padrinhos e madrinhas haviam se transformado em figuras coreográficas - servem apenas para dar um belo presente - deveríamos ter reagido para reverter a tendência. Nada fizemos e agora devemos ter a coragem de tomar uma decisão e de recomeçar com a presença dos catequistas e daqueles que preparam para a Crisma e os Sacramentos da Iniciação Cristã. Valorizamos essas figuras, deixando claro como são importantes também no caminho de aprendizagem e de testemunho do crismando ou do iniciado adulto. E se, um dia, alguém quiser resgatar a figura dos padrinhos do ponto de vista doutrinal e teológico, tudo bem: mas é preciso devolver a eles o verdadeiro sentido da missão.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Severino

S. Severino | Rádio Vida Nova Franca
08 de janeiro
SÃO SEVERINO

Origens

O discípulo e biógrafo de Santo Severino, chamado Eugípio, afirma que ele teria nascido no século V, em 410, em Roma, na Itália. Era de família nobre e muito rica. Tinha ótima educação, falava fluentemente bem o latim, e era, ao mesmo tempo, uma pessoa humilde e profundamente caridosa. Severino tinha o dom da cura, da profecia e do conselho. Ele vivia fielmente os votos sacerdotais, fazia muita penitência e rezava sempre ao divino Espírito Santo.

Tempo de guerra

No século V o Ocidente sofreu várias invasões de povos, como, godos, ostrogodos, visigodos, burgúndio e vândalos. As vítimas dessas guerras sucessivas encontravam segurança e abrigo somente com os padres e religiosos da Igreja, e São Severino aproveitava para oferecer, além das necessidades básicas dos refugiados, uma boa evangelização cristã.

Viagens

Em 454, São Severino foi enviado à Nórica (atualmente da Áustria à Baviera, na Alemanha) e à Pomonia, na Áustria, às margens do rio Danúbio. O local tornou-se um ponto estratégico para que ele acolhesse a população sempre ameaçada, pregando, também, para bárbaros e pagãos. Em 455, esteve em Melk e, depois, em Ostembur, onde ele passou a viver numa cabana, entregando-se à penitência e à oração.

Fundador e profeta

Esse ministério itinerante de São Severino chegou a várias cidades, nas quais ele fundou alguns mosteiros. Com suas profecias, acertava as datas das invasões e avisava as comunidades do perigo eminente. Em Asturis, ele profetizou a invasão e mortes comandadas por Átila, rei dos hunos, habitantes da Hungria. As pessoas, porém, não lhe deram atenção e zombavam dele. Pouco depois da partida de Severino a cidade foi invadida, saqueada e os habitantes foram mortos. Chegando a Comagaris e depois Comagene, lugares dominados por invasores, socorria as pessoas, conseguindo o respeito inclusive dos inimigos.

Graças e milagres

A história de São Severino está repleta de graças e milagres. Ele predisse a data de sua morte e que sua Ordem Religiosa seria expulsa da região do Danúbio. Ele morreu no dia 8 de janeiro de 482, depois de pronunciar uma frase do Salmo 150: "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

Veneração

São Severino é muito venerado na Alemanha e na Áustria. Seu túmulo está em Nápoles, Itália, na igreja dos beneditinos. Ele é considerado padroeiro dos prisioneiros e dos pobres.

Oração a São Severino

“Deus, nosso Pai, em São Severino nos destes um exemplo admirável de bondade e de amor cristão, que é servir e exercer a solidariedade para com todos os homens, sem levar em conta raça, cor, cultura e religião. Vós sois um Deus que não fazeis acepção de pessoas. Diante de vós todos são iguais e participam da mesma dignidade de criaturas amadas e queridas por vós. Todos os povos são chamados a participar da vossa salvação e a constituir uma grande família, a família dos filhos de Deus. Nós vos pedimos, Senhor, que em Jesus, vosso amado Filho, nosso irmão, e mediante o vosso Espírito Santo, nos concedais o dom do discernimento, para percebermos os sinais de vosso amor e de vossa ação na história humana. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo

Portal Kairós

Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo

(Sermo 100, de sancta Epiphania 1, 3: CCL 23, 398-400) (Séc. V)

Os sinais do batismo do Senhor

O evangelho nos conta que o Senhor foi ao Jordão para ser batizado e quis ser consagrado neste rio por sinais do céu.

Não é sem razão que celebramos esta festa pouco depois do dia do Natal do Senhor, já que os dois acontecimentos se verificaram na mesma época, embora com diferença de anos; julgo que também ela deve chamar-se festa do Natal.

No dia do Natal, Cristo nasceu entre os homens; hoje renasce pelos sinais sagrados; naquele dia, nasceu da Virgem; hoje é gerado pelos sinais do céu. No Natal, ao nascer o Senhor segundo a natureza humana, Maria, sua mãe, o acaricia em seu colo; agora, ao ser gerado entre os sinais celestes, Deus, seu Pai, o envolve com sua voz, dizendo: Este é o meu filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o (Mt 17,5). Sua mãe o traz nos braços com ternura, seu Pai lhe presta o testemunho de amor. A Mãe apresenta-o aos magos para que o adorem, o Pai apresenta-o às nações para que o reverenciem.

O Senhor Jesus foi, portanto, receber o batismo e quis que seu santo corpo fosse lavado nas águas.

Talvez alguém diga: “Se ele era santo, por que quis ser batizado?” Escuta: Cristo foi batizado, não para ser santificado pelas águas, mas para santificá-las e para purificar as torrentes com o contato de seu corpo. A consagração de Cristo é sobretudo a consagração da água.

Assim, quando o Salvador é lavado, todas as águas ficam puras para o nosso batismo; a fonte é purificada para que a graça batismal seja concedida aos povos que virão depois. Cristo nos precede no batismo para que os povos cristãos sigam confiantemente o seu exemplo. Vejo aqui um significado misterioso: também a coluna de fogo ia na frente através do mar Vermelho, para que os filhos de Israel a seguissem corajosamente no caminho; foi a primeira a atravessar as águas, a fim de abrir caminho aos que vinham atrás. Este acontecimento, como diz o Apóstolo, era uma figura do batismo. Foi certamente uma espécie de batismo, no qual os homens eram cobertos pela nuvem e passavam através das ondas.

Tudo isso foi realizado pelo mesmo Cristo nosso Senhor, que agora, na coluna do seu corpo, precede no batismo os povos cristãos, como outrora, na coluna de fogo, precedeu através do mar os filhos de Israel. Sim, é a mesma coluna que outrora iluminou os olhos dos caminhantes que hoje enche de luz os corações dos que creem. Outrora abriu um caminho seguro entre as ondas, hoje firma no batismo os passos da nossa fé.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF