Translate

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Senhor, Mostra-Nos O Pai E Isso Nos Basta

S. Hilário | Canção Nova

Santo Hilário de Poitiers (c. 315-367)

Jesus disse: «Se ficastes a conhecer-Me, conhecereis também o meu Pai. E já O conheceis, pois estais a vê-Lo.» Quem se vê é Jesus Cristo homem. Os apóstolos têm diante dos olhos o seu aspecto exterior, isto é, a sua natureza de homem, ao passo que Deus, liberto de toda a carne, não é reconhecível num miserável corpo carnal. Como é então que conhecer a Cristo é conhecer também o Pai?

Estas palavras inesperadas perturbam o apóstolo Filipe, pois a fraqueza do seu espírito humano não lhe permite compreender uma afirmação tão estranha. […] Então, com a impetuosidade que resultava da sua familiaridade e da sua fidelidade de apóstolo, ele diz ao Mestre: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta.» Não é que deseje contemplar o Pai com os olhos físicos; mas pede para compreender aquilo que vê com esses olhos. Porque, vendo o Filho na sua forma humana, não compreende como foi que, desse modo, viu o Pai. […]

O Senhor responde-lhe então: «Há tanto tempo estou convosco e não Me conheces, Filipe?», repreendendo-o por ignorar quem Ele era. […] Porque é que não O tinham reconhecido, a Ele que há tanto tempo procuravam? É que, para O reconhecerem, tinham de reconhecer que a divindade, a natureza do Pai, estava nele. Na verdade, todas as obras que Ele tinha feito eram próprias de Deus: caminhar sobre as águas, dar ordens ao vento, realizar coisas impossíveis de compreender, como transformar a água em vinho e multiplicar os pães […], afugentar os demônios, curar doenças, dar remédio às enfermidades do corpo, corrigir malformações congênitas, perdoar os pecados, devolver a vida aos mortos. Tudo isso fora feito pelo seu corpo de carne, e tudo isso Lhe permite proclamar-Se Filho de Deus. Daí a sua reprimenda e a sua queixa: por causa da realidade misteriosa do seu nascimento humano, eles não se tinham apercebido da natureza divina que realizava estes milagres na natureza humana que o Filho tinha assumido […].

A Trindade, VII, 34-36

[…] «Crede em Mim: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim». O que significa este «Crede em Mim»? Trata-se de uma expressão que se ilumina por meio da seguinte: «Mostra-nos o Pai». Cristo ordena aos seus apóstolos que acreditem nele para lhes reforçar a fé, essa fé que tinha pedido para ver o Pai. Porque não tinha bastado ao Senhor dizer: «Quem Me vê, vê o Pai». […] O Senhor quer que acreditemos nele, para que a convicção íntima da nossa fé não corra o risco de ser cancelada. […] Acreditemos, ao menos com base no testemunho das suas obras, que o Filho de Deus é Deus, que nasceu de Deus e que o Pai e o Filho são um; que um está no outro pelo poder da sua natureza divina, e que nenhum deles existe sem o outro. Aliás, o Pai a nada renuncia daquilo que possui pelo facto de estar no Filho, enquanto este recebe do Pai tudo aquilo pelo qual é Filho.

Serem reciprocamente um no outro, possuírem a unidade perfeita de uma natureza essencial, que o Filho único e eterno seja inseparável da verdadeira natureza divina do Pai, tal maneira de ser não pertence àquilo que tem uma natureza material. Não, esse estado de facto em que uma pessoa habitando noutra a faz viver é uma característica própria de Deus, o Filho único […]. Pois cada uma delas existe pelo fato de uma não ser sem a outra, dado que a natureza do ser que existe é a mesma, quer se trate daquele que engendra ou daquele que nasce.

É este o sentido dos textos: «Eu e o Pai somos um» (Jo 10,30), «Quem Me vê, vê o Pai», e «Eu estou no Pai e o Pai está em Mim». O Filho não é diferente nem inferior ao Pai […]; o Filho de Deus, nascido de Deus, manifesta em Si a natureza do Deus que O engendra.

A Trindade, VII, 41
Fonte: Evangelho Cotidiano

Ecclesia

S. HILÁRIO, BISPO DE POITIERS E DOUTOR DA IGREJA

S. Hilário  (© BAV, Vat. lat. 8541, f. 102r)

Origens e conversão

As notícias sobre a vida deste verdadeiro Defensor Fidei são poucas, mas abundantes as obras teológicas que nos deixou.

Nascido em uma família abastada gálico-romana e pagã, Hilário recebeu uma sólida formação literária e filosófica. Entretanto, só depois da sua conversão ao cristianismo, – como ele mesmo declarou em uma das suas obras – conseguiu entender o sentido do destino do homem. Com a leitura do prólogo do Evangelho de São João, começou a dar orientação à sua busca interior.

Já adulto, casado e pai de uma filha, Hilário recebeu o Batismo e, entre os anos 353 e 354, foi eleito Bispo de Poitiers.

Luta contra a heresia

O período histórico, em que Hilário viveu, era caracterizado por um pluralismo religioso e cultural, que, com pesadas polêmicas, colocava em risco o núcleo central da fé cristã. De modo particular, as doutrinas de Ário, Ebion e Fotino – só para citar algumas – encontraram terreno fértil, tanto no Oriente quanto no Ocidente, por difundirem heresias trinitárias e cristológicas, que comprometiam o núcleo central da fé cristã.

Com coragem e profunda competência, Hilário começou a sua “luta” contra a polêmica trinitária e, de modo especial, contra o arianismo. Por sua parte, ele afirmava que Cristo podia ser o salvador dos homens, somente como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Neste clima incandescente, Hilário pagou com o exílio seu compromisso pelo restabelecimento da ordem, no pensamento teológico, e pelo retorno da verdade.

Exílio e retorno a Poitiers

Durante o século IV, sob o império de Constâncio, filho do imperador Constantino o Grande, Hilário escreveu uma súplica ao imperador – Liber II ad Constantium – pedindo-lhe para se defender, publicamente, na sua presença, das acusações que Saturnino de Arles lhe havia imputado, injustamente, considerando-o traidor da verdadeira fé evangélica, que, como tal, o obrigava ao exílio na Frígia - atual Turquia - por quatro anos.

Subornado pelos arianos, que queriam se livrar de Hilário, Constantino o manda de volta a Poitiers, onde, ao invés, foi acolhido com triunfo. Ali, retomou suas atividades pastorais, contando com a colaboração do futuro Bispo de Tours, São Martinho, que, sob a direção de Hilário, fundou, em Ligugé, o mosteiro mais antigo da Gália, com o objetivo de deter os efeitos da heresia.

Nos últimos anos de vida, Hilário compôs um volume, com comentários de 58 Salmos, como também escritos exegético-teológicos e hinos de teor doutrinal. Entre as suas obras, destaca-se o Comentário sobre o Evangelho de Mateus, o mais antigo em língua latina. Suas obras foram publicadas por Erasmo de Rotterdam, em Basileia, em 1523, 1526 e 1528. Santo Hilário de Poitiers faleceu no ano 367.

Palavras de Bento XVI

Em 2007, continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, o Papa Bento XVI deteve-se sobre a figura de Hilário de Poitiers, resumindo o núcleo da sua doutrina nesta fórmula do Santo: “Deus não sabe ser nada mais, senão amor; não sabe ser outra coisa, senão Pai. Quem ama não é invejoso; quem é Pai o é na sua totalidade. Este nome não admite acordos, como se Deus fosse Pai, em certos aspectos, e não em outros”.

Vatican News

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O BATISMO NAS DOUTRINAS DE SÃO CIRILO DE JERUSALÉM E DE ALEXANDRIA

Padres Apostólicos | Centro Loyola - PUC-Rio
por Dom Vital Corberllini
Bispo de Marabá (PA)

O batismo é graça do Senhor no qual Ele o concede ao ser humano o dom de serem, na adoção, seus filhos e suas filhas. O sacramento nos introduz no mistério de Deus Uno e Trino, na vida da Igreja e na missão no mundo, de testemunhar o Cristo e em obras caritativas que glorifiquem a Deus. A seguir, nós veremos alguns pontos desta doutrina nos grandes bispos chamados de Cirilo, um de Jerusalém e o outro de Alexandria. Os dois personagens foram fiéis à doutrina nicena na defesa da divindade do Verbo de Deus diante do arianismo que negava a divindade do Senhor e foram pastores dedicados às suas comunidades.

            A deposição da túnica

            São Cirilo de Jerusalém, bispo do século IV, falou aos catecúmenos que desejavam receber o batismo. Entrando no batistério, eles eram convidados a depor a túnica, o hábito, que era imagem do homem velho, com as suas ações das quais eles eram despojados. Eles permaneceram sem as devidas roupas, imitando também nisto Cristo sem roupa sobre a cruz, no qual pela sua condição, despojou os principados e os poderes, triunfando sobre todo o orgulho humano do alto da cruz. Se junto deles carregavam os poderes inimigos com o hábito velho, com a roupa velha, pelo ser humano idoso, uma vez despojada como a esposa de Cristo, eram criaturas novas em Cristo. Se eles ficaram despojados diante do olhar de todos e não eram envergonhados eram imagens de Adão, primeiro ser humano plasmado, que não sentiu vergonha por estar naquela posição porque foi à condição da vida humana antes do pecado.

            A sagrada piscina

            Eles eram conduzidos à sagrada piscina do divino batismo, como Cristo o foi da cruz ao sepulcro localizado, bem próximo. Cada catecúmeno era interrogado se acreditava no nome do Pai e do filho e do Espírito Santo. São Cirilo encorajou as pessoas que proclamaram a profissão de fé, de salvação e por três vezes imergiram na água e por três vezes emergiram das mesmas[1].

            Batizados em Cristo

            São Cirilo de Jerusalém afirmou que uma vez batizados e revestidos de Cristo, tornaram-se conforme ao Filho de Deus, imitando-o nas suas ações. Deus que nos predestinou à adoção nos tornou semelhantes ao corpo glorioso do Cristo. Eles participavam do Cristo ungido, ditos cristos, ungidos, porque eles receberam o penhor do Espírito Santo e porque era imagem do Senhor Jesus.

            O batismo de Jesus

            Jesus entrou no Rio Jordão e comunicada à água, a fragrância, o aroma, da divindade, saiu e se cumpriu nele a vinda substancial do Espírito Santo, onde o semelhante pousou sobre o semelhante. De uma forma também semelhante, disse São Cirilo aos recém batizados que ao sair da piscina das sagradas fontes foi dado o crisma, como símbolo do penhor da unção no qual foi ungido Cristo Jesus. Esta unção é o Espírito Santo que ungiu Cristo não por pessoas humanas, mas foi ungido pelo Pai, constituído Salvador de todo o mundo que o ungiu de Espírito Santo.

            A crucificação, morte e ressurreição de Cristo

            O bispo de Jerusalém traçou um paralelo entre a vida de Cristo Jesus nos seus últimos momentos com aqueles que os recém-batizados receberam na noite santa. Assim como Cristo foi crucificado, sepultado, ressuscitado, eles, pelo batismo foram feitos dignos de serem com Ele crucificados, sepultados, ressuscitados, sendo também novas criaturas pela crisma. O Senhor foi ungido com o óleo espiritual de exultação, isto é, com o Espírito Santo, chamado de óleo de júbilo, sendo a fonte da alegria espiritual. No entanto eles foram ungidos com o crisma, tornando-se assim participantes e seguidores do Cristo e da Igreja[2].

            O céu se abriu

            São Cirilo de Alexandria, bispo do século V afirmou que Jesus ao ser batizado, abençoou as águas, e as purificou por nossa causa. Era, pois necessário que o Verbo do Pai, abaixando-se até aniquilar-se e não desdenhando de descer até fazer-se semelhante a nós, se tornasse por nós exemplo e o caminho para com toda obra boa. O evangelista Lucas disse que o céu se abriu como se fosse fechado por longo tempo (cfr. Lc 3,21). O céu se abriu e o ser humano sobre a terra se uniu aos santos anjos, aos céus. O Espírito Santo desceu uma segunda vez como para dar um segundo início do gênero humano e antes de tudo sobre Cristo, segundo o desígnio de salvação, e Cristo o recebeu não por si, mas para nós, porque nós tenhamos vida nele e por ele, receber toda riqueza de graças. A voz do Pai fez-se ouvir sobre Cristo no momento do santo batismo, como se por meio dele e nele envolvesse o ser humano que está sobre a terra que disse o Pai para Jesus que Ele é o seu Filho amado (cfr. Mt 3,17)[3]

            O batismo de Jesus marcou inicio de sua missão salvadora no mundo. Nós também somos chamados a viver o nosso batismo nos diversos ambientes, familiares, comunitários e sociais.

[1] Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi mistagogica, 2, 2-8. In: La teologia dei padri, v. IV. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pgs. 147-148.

[2] Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi mistagogica, 2, 2-8. In: La teologia dei padri, v. IV, Idem, pgs. 148-150.

[3] Cfr. Cirillo di Alessandria, Commmento al Vangelo di Luca, 3,21. In: Nuove Letture dei giorni, testi dei padri d´oriente e d´occidente per tutti i tempi liturgici. Scelta a cura dei fratelli e delle sorelle della Comunità di Bose. Edizioni QIQAJON, Comunità di Bose. 2012, Magnano (BI), pgs. 83-84.

CNBB

Para abortistas a “matança de inocentes faz parte do progresso”, diz Episcopado

depositphotos
Abortistas propagam a ideia de que o direito à vida não é inviolável desde a concepção até a morte e afirmam que a matança de inocentes faz parte do progresso.

São Domingos – República Dominicana (11/01/2021, 13:30, Gaudium Press) A propósito de uma anunciada reabertura do debate sobre as causas do aborto, a Conferência do Episcopado Dominicano publicou um comunicado recordando a doutrina da Igreja sobre este ponto e assinalando que a Constituição do país é incompatível com a legalização do crime da matança de inocentes.

Guadium Press

A Declaração dos bispos da República Dominicana ressalta alguns pontos oportunos de serem relembrados e difundidos.
Inicialmente os pastores da Igreja Católica na República Dominicana destacam que após um ano tão difícil como foi 2020, quando a pandemia da covid-19 castigou a população e trouxe tanto luto, surge no horizonte ainda carregado de brumas a promessa da discussão no fórum nacional de um ponto que tanto confunde a população: o aborto.
Uma temática tratada com a intenção de promover a morte de milhares de nascituros baseando-se em apelativos eufemísticos que conduzem à ideia de que matar indefesos inocentes faz parte do progresso.

“Nossa intenção, dizem os prelados dominicanos, não é apresentar uma nova doutrina, mas enfatizar o que sempre dissemos sobre ela, em linha com o Magistério da Igreja Católica”.

A Nação Dominicana está indissoluvelmente unida a Deus, ao Deus da vida, ao Deus do amor

No seu comunicado, os bispos afirmam que “a Nação Dominicana está indissoluvelmente unida a Deus, ao Deus da vida, ao Deus do amor”.
O lema nacional “Deus, Pátria e Liberdade” coloca Deus como o centro dos valores nacionais. Quando tratamos da vida humana, nós, cristãos, a entendemos como um dom de Deus, tendo sido criados “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26).
Em nosso país, recordam os prelados, a vida é o primeiro direito civil mencionado em nossa Constituição: “O direito à vida é inviolável desde a concepção até a morte.”

A vida é um direito anterior a toda legislação, sem vida não há possibilidades de usufruir de nenhum outro direito

De acordo com nossa própria Constituição, o Estado não pode aplicar a pena de morte mesmo aos piores infratores, pois diz: “Em nenhum caso a pena de morte pode ser fixada, pronunciada ou aplicada”.
Então, como aceitar que em nosso país o aborto seja consagrado, nas chamadas três causas, em que se mata criaturas inocentes, o nascituro?

A supremacia constitucional –lembram os bispos– é imposta tanto aos governantes quanto aos governados: “Qualquer lei, decreto, resolução, regulamento ou ato contrário a esta Constituição é nulo e sem efeito” (art. 6º).
Incorporar o aborto em nossa legislação, em qualquer circunstância, é uma flagrante violação constitucional, aprovar princípios que levam ao aborto seria uma violação grave do direito à vida, destacam os bispos no comunicado recentemente publicado.

A criança no ventre da mãe tem uma vida individual, com identidade genética própria e comprovada singularidade e irrepetibilidade: é um ser humano

Os Bispos dominicanos destacam que a ciência mostra que a criança no ventre da mãe tem uma vida individual, com identidade genética própria e comprovada singularidade e irrepetibilidade.
Os Prelados sublinham que o nascituro não é uma vida parcial, que em seu processo de desenvolvimento se tornará um ser humano, mas se desenvolve desde o início como um ser humano.
Com o avanço da medicina –recordam– está sendo mostrado com cada vez mais precisão que existe vida humana desde o momento da concepção.

Pretendem repetir Herodes e antigas religiões que sacrificavam inocentes

Os bispos citam o Papa que lembra que o aborto faz parte do que ele mesmo chama de cultura do descarte.
Em tempos de ignorância, o sacrifício de crianças fazia parte da atividade de antigas religiões e culturas que, de maneira cruel e errônea de buscar vitórias na guerra ou nas chuvas e nas boas colheitas, assassinavam seus filhos indefesos.
Hoje o espírito do perverso de Herodes, vitimador de inocentes, continua presente em Congressos, Governos e Organizações Internacionais de apoio à cultura do hedonismo e do materialismo, que tanto destrói o ser humano., diz o comunicado.

É indignante ver seres humanos celebrar o fato de que uma mãe possa assassinar seu próprio filho, e que faça disso um direito

Os Bispos dominicanos afirmam-se chocados por saber que “em nossa sociedade há quem pense que sacrificar crianças inocentes sob nomes eufemísticos como uma decisão sobre o próprio corpo, direitos sexuais e reprodutivos podem ser vistos como parte de um autêntico progresso”.
Para os Prelados, “Causa perplexidade e indignação ver seres humanos que celebram o fato de que uma mãe pode assassinar seu próprio filho, e que se pretende fazer disso um direito”.

Falsos argumentos eufemísticos para defender a matança de inocentes

Os bispos recordam em seu comunicado argumentos improcedentes, slogans bem estudados para promover o aborto.
Entre eles aquele em que se alega perigo à vida da mãe, erroneamente denominado “aborto terapêutico”.

Para este ponto, os Bispos esclarecem:
“O termo “terapêutico” é utilizado para fins de confusão.
“Na medicina, esse termo significaria “cura”, mas neste caso o aborto não é uma terapia nem cura absolutamente nenhuma doença.
Além disso, a ética médica indica que, no caso de complicações na gravidez, esforços proporcionais devem ser feitos para salvar a mãe e o filho e nunca ter a morte premeditada de uma delas como saída. ”

Os Prelados tratam dos casos de “gravidez resultante de estupro”. É o estupro utilizado para sensibilizar o público a favor do aborto

Para eles, “estimular a mãe a desabafar sua frustração ou raiva deslocando-a em vingança contra seu próprio filho, só produz impactos com resultados muito negativos e atitudes autodestrutivas na mente”.
“É óbvio que o crime hediondo de estupro é utilizado para sensibilizar o público a favor do aborto, apresentando como agressor a criança inocente de uma possível concepção brutal. ”

Eugenia, o argumento que defende o aborto por motivos de defeito no feto

No comunicado os refutam o argumento que favorece o aborto nos casos defeito físico da criança ou por suspeita dele, conhecido como “aborto eugênico”, que se baseia no falso postulado de que só “os sãos” são os que devem estabelecer o critério de valor de quando uma vida vale ou não, teríamos motivos suficientes para matar o deficiente já nascido. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Depois de 54 anos, celebram primeira Missa no rio Jordão, onde Jesus foi batizado

Custódia da Terra Santa

https://youtu.be/v_0p8VS3RJY

JERUSALÉM, 12 jan. 21 / 09:07 am (ACI).- Os franciscanos da Custódia da Terra Santa celebraram a festa do Batismo do Senhor com a primeira Missa celebrada em 54 anos às margens do rio Jordão, onde Jesus foi batizado.

No domingo, 10 de janeiro, respeitando as disposições do governo para prevenir contágios por Covid-19, uma delegação de 50 fiéis, diplomatas e sacerdotes participou da Missa na Capela de São João Batista, localizada na Cisjordânia, a oeste de Rio Jordão.

Eucaristia foi presidida pelo Custódio da Terra Santa, Pe. Francesco Patton, que estava acompanhado pelo Núncio Apostólico em Jerusalém, Dom Leopoldo Girelli, entre outros sacerdotes.

“Para nós, hoje é a festa do Batismo de Jesus. Comemoramos quando João Batista batizou Jesus no rio Jordão”, disse Pe. Patton a The Times of Israel.

“Hoje é uma festa especial, porque passados ​​54 anos e três dias, tivemos a oportunidade de celebrar pela primeira vez a nossa liturgia, a Santa Missa, dentro da nossa casa [a capela] e este é um dia muito importante para nós”, acrescentou.

Em sua homilia, Pe. Patton lembrou que a última Missa oferecida no Santuário foi em 7 de janeiro de 1967. “Estavam um sacerdote inglês, Pe. Robert Carson, e um sacerdote nigeriano, Pe. Silao Umah”, disse. Os presbíteros assinaram seu nome em um registro de santuários que foi recuperado em 2018.

“Hoje, 54 anos e 3 dias depois, poderíamos dizer que no início do ano 55 desde que se encerrou este registro, ao final desta celebração da Eucaristia, estaremos reabrindo esse mesmo registro, viraremos a página e em uma nova página poderemos escrever a data de hoje, 10 de janeiro de 2021, e assinar com os nossos nomes, para testemunhar que este lugar, que tinha se transformado em campo de batalha, campo minado, é mais uma vez um campo de paz, um campo de oração”, acrescentou.

Após a Missa, foi realizada a bênção do convento que custodia a capela de São João Batista. Posteriormente, os participantes seguiram em procissão até o rio Jordão, onde os frades leram uma passagem do Livro dos Reis e então Pe. Patton mergulhou seus pés descalços.

A celebração aconteceu 54 anos depois que terminaram de limpar o local das minas que restaram da guerra de 1967 entre Israel e Jordânia.

Restauração do local do Batismo de Jesus

Em 1932, a Custódia da Terra Santa comprou o terreno “Qasr al-Yahud”, nome oficial do local do Batismo de Jesus no Vale do Rio Jordão, Cisjordânia. Este local era visitado por peregrinos desde 1641.

Tempos depois, os franciscanos construíram um convento com uma pequena igreja chamada São João Batista que foi confiada aos frades de Jericó.

No entanto, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, os franciscanos tiveram que fugir e perderam aquele local de oração. Pouco depois, todo o terreno se tornou um campo minado, por isso, peregrinos e turistas foram proibidos de entrar por se tratar de uma zona militar.

No ano 2000, um pequeno acesso foi aberto por ocasião da viagem apostólica de São João Paulo II à Terra Santa durante o Jubileu, mas após a segunda intifada foi fechado novamente.

Desde 2011, uma longa operação de desminagem foi realizada em toda a área e pelo menos 4 mil minas foram removidas.

Em 2018, teve início um projeto de 1,15 milhão de dólares para a remoção de minas. Metade do projeto foi financiada pelo Ministério da Defesa de Israel e a outra metade por doadores privados. Há três meses, os franciscanos receberam novamente o convento.

De acordo com a revista israelense, Pe. Patton agradeceu ao presidente de Israel, Reuven Rivlin, por pressionar as autoridades israelenses para concluir a remoção das minas e reabilitar o local para a adoração dos cristãos.

“Agradecemos particularmente ao presidente [Reuven] Rivlin, foi ele quem pressionou para realizar este tipo de restituição dos lugares sagrados às igrejas e para desenvolver a área para os peregrinos”, disse Pe. Patton.

Oito igrejas estão espalhadas por quase 250 acres de terra que fazem fronteira com o local onde Jesus Cristo foi batizado. Infelizmente, as minas terrestres ainda estão espalhadas em muitas partes do território israelense conquistado durante a guerra.

Os funcionários israelenses afirmam que entre os 3 mil artefatos explosivos nas proximidades do local do batismo, também há armadilhas explosivas colocadas por militantes palestinos, bem como explosivos da época em que o território estava sob controle jordaniano.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

S. José Vaz, português de Goa, missionário do Sri Lanka

S. José Vaz | Vatican News

Recordamos as palavras do Papa há 6 anos atrás na sua viagem apostólica ao Sri Lanka. Aí, no dia 14 de janeiro de 2015, Francisco canonizou o Padre José Vaz, sacerdote português de Goa que viveu nos séculos XVII e XVIII.

Rui Saraiva - Porto

Em 2015, de 12 a 19 de janeiro, o Papa Francisco visitou o Sri Lanka e as Filipinas. Destaque para a canonização do padre José Vaz, sacerdote com raízes portuguesas, que viveu nos séculos XVII e XVIII. Nasceu em Goa a 21 de abril de 1651 numa família da casta dos brâmanes.

O Papa Francisco presidiu à celebração de canonização de José Vaz, o sacerdote que é considerado o missionário do Sri Lanka. Recordemos as palavras do Santo Padre no registo da Rádio Vaticano.

Quarta-feira, 14 de janeiro, o Papa Francisco celebrou Missa no Gale Face Green em Colombo no Sri Lanka e canonizou nessa celebração o Beato José Vaz, sacerdote português de Goa que viveu nos finais do século XVII e princípios do século XVIII e tornou-se no missionário do Sri Lanka. Participaram nesta Eucaristia largas centenas de milhares de fiéis que saudaram entusiasticamente o Santo Padre.

“Todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus” – foi com esta “magnífica profecia” de Isaías que o Papa Francisco iniciou a sua homilia considerando que esta “tem um significado especial para nós que celebramos a canonização do grande missionário do Evangelho, S. José Vaz.

“Ele, como tantos outros missionários na história da Igreja, respondeu à ordem dada pelo Senhor ressuscitado para fazer discípulos de todas as nações. Com as suas palavras e, o mais importante, com o exemplo da sua vida, conduziu o povo desta nação à fé que nos concede “parte na herança com todos os santificados. Em S. José, vemos um sinal eloquente da bondade e do amor de Deus pelo povo do Sri Lanka. Mas, nele, vemos também um estímulo para perseverar no caminho do Evangelho a fim de crescermos nós próprios em santidade e testemunharmos a mensagem evangélica de reconciliação à qual dedicou a sua vida”.

O Papa Francisco sublinhou que o “Padre do Oratório, José Vaz deixa Goa, sua terra natal, e chega a este país movido apenas pelo zelo missionário e por um grande amor a estes povos.”

José Vaz, “vestia-se como um mendigo”, por causa das perseguições e “cumpria os seus deveres sacerdotais encontrando secretamente os fiéis” – continuou o Santo Padre – e o próprio Rei concedeu-lhe maior liberdade devido ao seu “ministério em favor dos enfermos durante uma epidemia de varíola em Kandy”. O Papa Francisco apresentou três razões da santidade do Padre José Vaz. A primeira razão é a sua atitude de sacerdote exemplar.

“Ensina-nos a sair para as periferias, a fim de tornar Jesus Cristo conhecido e amado por toda a parte. Ele é também um exemplo de sofrimento paciente por causa do Evangelho, de obediência aos superiores, de solícito cuidado pela Igreja de Deus. Como nós, S. José viveu num período de transformações rápidas e profundas; os católicos eram uma minoria e, com frequência, dividida no seu seio; havia hostilidade ocasional, e até mesmo perseguição, dos de fora. Apesar disso, ele, permanecendo constantemente unido ao Senhor crucificado na oração, foi capaz de se tornar para todos um ícone vivo do amor misericordioso e reconciliador de Deus “.

Em segundo lugar, o Papa Francisco frisou a liberdade de S. José Vaz no exercício da sua missão não fazendo “distinção de raça, credo, tribo, condição social ou religião, no serviço que proporciona através das suas escolas, hospitais, clínicas e muitas outras obras de caridade.”

“A liberdade religiosa é um direito humano fundamental. Cada indivíduo deve ser livre de procurar, sozinho ou associado com outros, a verdade, livre de expressar abertamente as suas convicções religiosas, livre de intimidações e constrições externas. Como nos ensina a vida de José Vaz, a autêntica adoração de Deus leva, não à discriminação, ao ódio e à violência, mas ao respeito pela sacralidade da vida, ao respeito pela dignidade e a liberdade dos outros e a um solícito compromisso em prol do bem-estar de todos”.

A terceira razão da santidade do Padre José Vaz apresentada pelo Papa Francisco foi o seu zelo missionário, dedicado e humilde, “deixando para trás a sua casa, a sua família, o conforto dos lugares que lhe eram familiares, respondeu à chamada para ir mais longe, para falar de Cristo onde quer que se encontrasse.”

“S. José sabia como oferecer a verdade e a beleza do Evangelho num contexto plurirreligioso, com respeito, dedicação, perseverança e humildade. Este é, também hoje, o caminho para os seguidores de Jesus. Somos chamados a ir mais longe com o mesmo zelo, com a mesma coragem de S. José, mas também com a sua sensibilidade, com o seu respeito pelos outros, com a sua ânsia de partilhar com eles a palavra da graça que tem o poder de os edificar. Somos chamados a ser discípulos missionários”.

O Papa Francisco concluiu a sua homilia exortando os fiéis a seguirem o exemplo de S. José Vaz para que, assim, contribuam para a paz, a justiça e a reconciliação na sociedade srilanquesa. “Isto é o que Cristo espera de vós. Isto é o que S. José vos ensina. Isto é o que a Igreja precisa de vós” – declarou o Papa Francisco.

S. José Vaz, o missionário do Sri Lanka, morreu a 16 de janeiro de 1711. Foi beatificado por S. João Paulo II em janeiro de 1995. A Igreja Católica tem hoje cerca de 1,4 milhões de fiéis (6,1% da população) num país maioritariamente budista, representando a maior confissão cristã no país. Em 1947, a Virgem Maria foi proclamada padroeira da nação, com o título de Nossa Senhora de Lanka.

Laudetur Iesus Christus

Vatican News

Pedra de 1.400 anos com inscrição mariana é encontrada em Israel

Ein Avdat | CC BY SA 4.0 | Deserto de Negev
por Francisco Vêneto

A frase completa, em grego antigo, diz "Abençoada Maria, que viveu uma vida imaculada".

Pedra de 1.400 anos com inscrição mariana é encontrada em Israel, perto da fronteira com o Egito. A frase completa, em grego antigo, diz “Abençoada Maria, que viveu uma vida imaculada“.

Segundo a mídia israelense, a pedra foi achada no Parque Nacional Nitzana, que fica em pleno deserto de Neguev. Ela tem 25 centímetros de diâmetro e fazia parte da lápide de uma mulher que viveu naquela região cerca de 1.400 anos atrás.

Quem a encontrou foi um funcionário da manutenção do Parque Nacional. De acordo com informações da Autoridade de Antiguidades de Israel, o parque Nitzana é um local de grande relevância para as pesquisas sobre a transição do período bizantino para o período islâmico. Há registros, porém, muito mais antigos sobre a atividade humana nessa área. Ainda no século III a.C., o local já era uma estação de passagem dentro de uma rota comercial importante do povo nabateu. Nos séculos V e VI d.C., Nitzana possuía uma fortaleza militar, igrejas, um mosteiro e essa estação de passagem de peregrinos cristãos que se dirigiam ao Monte Sinai.

Pedra de 1.400 anos com inscrição mariana

A pedra funerária recém-encontrada é mais uma das muitas demonstrações históricas da veneração cristã a Nossa Senhora, enfatizando especialmente o seu aspecto imaculado, ou seja, sem a mancha do pecado.

Além disso, como objeto arqueológico, ela pode ajudar os pesquisadores a identificarem melhor os limites dos cemitérios cristãos da região, o que contribui para a delimitação do próprio assentamento, que ainda é desconhecida.

Aleteia

10 conselhos para deter a fofoca, recomendados por um sacerdote

Imagem referencial. Crédito: Pixabay

REDAÇÃO CENTRAL, 11 jan. 21 / 04:00 pm (ACI).- Pe. Dwight Longenecker, pároco de Our Lady of the Rosary, em Carolina do Sul (Estados Unidos), propõe algumas iniciativas para abandonar a fofoca, ação que destrói o homem através da calúnia, da murmuração e da mentira.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, em seu numeral 2507, “o respeito pelo bom nome e pela honra das pessoas proíbe toda e qualquer atitude ou palavra de maledicência ou calúnia”.

Nesse sentido, Pe. Dwight, autor de vários livros católicos, apresenta em um artigo publicado em ‘National Catholic Register’ 10 maneiras de deter a fofoca, seja na escola, no trabalho, na família ou na vida paroquial.

“Quase sempre, as fofocas são meias verdades. Uma pessoa obtém um lado da história e uma parte da verdade, depois tira a conclusão errada e diz a outra pessoa. A mentira se torna exagerada e se estende ainda mais. Em pouco tempo, as pessoas inocentes são arrastadas a um turbilhão de fofocas, insinuações e mentiras”, afirma.

A seguir, as 10 maneiras propostas pelo sacerdote para deter a fofoca:

1. Não acreditar em ninguém e acreditar em todos

“Em outras palavras, acredite no que a pessoa lhe disse. Realmente pensam que o que disseram é verdade e do ponto de vista deles é verdadeiro. No entanto, lembre-se de que sempre, sempre há outro lado da história. Portanto, não acredite nelas. Pare e morda a língua”, diz o pároco.

2. Reunir todos os fatos

O sacerdote indica que não se deve aceitar a palavra de ninguém para reunir os fatos que na realidade aconteceram, mas averiguar “realmente com o maior número possível de pessoas”.

3. Ir à fonte

“Pelo amor de Deus, tenha a coragem, a graça e o bom senso para ir à fonte. Se Mildred fala sobre George, vá diretamente a George para descobrir os fatos”, afirma Pe. Dwight.

4. Dar a todos o benefício da dúvida

O presbítero sustenta que sempre é bom acreditar no melhor e não no pior, ou seja, “se você ouvir algo ruim sobre alguém, imagine por que fez (se realmente o fez) e quais poderiam ser suas boas motivações”.

5. Calar-se

“Você não precisa falar e contar tudo a todos. Inclusive, um tolo é considerado sábio se mantém a boca fechada. Fale a metade do que escuta”, aconselha Pe. Dwight.

6. Desafiar as fofocas

O sacerdote indica que não se deve ser ingênuo e deve perguntar à pessoa direta, mas docemente: “Você realmente sabe se isso é verdade?”.

7. Desafiar a fofoca com dureza

“O que você está me dizendo é uma fofoca suja e destrutiva! Recuso-me a acreditar e acho que deveria mantar a boca fechada!”, é outra opção dada pelo pároco, que assegura que essa não vai agradar.

8. Fixar os olhos na verdade

“Por que perder tempo com fofocas idiotas e inúteis?”, pergunta Pe. Dwight.

9. Focar-se nos outros

Pe. Dwight tenta pensar em como as fofocas se propagam: “Sabe por que gosta de fofocas? Porque isso faz você se sentir superior. Você fofoca negativamente sobre os outros porque pensa que é melhor do que eles. Então, envenenaria e destruiria a vida deles para se sentir bem por um momento”.

10. Rezar pelas pessoas envolvidas

O presbítero concluiu que se deve oferecer uma oração por aqueles que propagam as fofocas dizendo: "Senhor, tenha piedade".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

S. ANTÔNIO MARIA PUCCI, PRESBÍTERO

S. Antônio Maria Pucci, presbítero 

"Não é preciso ter uma vida longa, mas aproveitar a hora que Deus nos dá para cumprir nosso dever". Certas inclinações são inatas, embora o ambiente em que se nasce e cresce possa influenciar muito.
Assim, Antônio Maria Pucci, que na infância era chamado Eustáquio, nasceu em uma família de camponeses, pobre de recursos, mas rica de fé. O menino tinha como passatempo preferido ajudar seu pai no cuidado da igreja, participar das funções e receber a Comunhão.
No período em que vivia no norte da Toscana, no século XIX, o jovem poderia ter sido uma ótima ajuda na lavoura, mas o Senhor o chamou e ele entrou para uma Ordem consagrada a Nossa Senhora: os Servos de Maria Santíssima.

"O pequeno pároco" de Maria

Ordenado sacerdote em 1883, Antônio Maria tornou-se Definidor Geral da sua comunidade, mas ele mais gostava de ser pároco na igreja de Santo André, em Viareggio, onde permaneceu por 48 anos.
Para todos, Padre Antônio Maria - nome que escolheu ao emitir seus votos - era o "pequeno cura", sempre sorridente e, além do mais, sempre pronto a ajudar os outros.
Precursor das formas organizacionais, próprias da Ação Católica, criou, praticamente, uma associação para cada um de seus paroquianos, dando grande impulso ao compromisso dos leigos no seio da Igreja: para os jovens, fundou a Companhia de São Luís e a Congregação da Doutrina Cristã; para os homens, fundou a Companhia mariana de Nossa Senhora das Dores; para as mulheres, a Congregação das Mães Cristãs. Deu início também a uma Ordem religiosa feminina: as “Manteladas” de Viareggio, para a assistência das crianças enfermas.

"Parecia um anjo!"

Embora necessitasse de ajuda para manter as suas muitas obras, Antônio foi o primeiro a "arregaçar as mangas” e a ir de casa em casa, entre os pobres, para levar o que mais precisavam. Não guardava nada para si, nem roupas. Durante os dias, em que exercia seu ministério, que pareciam intermináveis, nunca se descuidava da oração: muitas vezes, seus paroquianos o viam êxtase, ficando suspenso ou caminhando sem pôs os pés no chão, tanto que muitos exclamam: “Parece um anjo"!
Assim era o Padre Antônio! Durante a epidemia de cólera, em 1854, tornou-se o anjo dos enfermos. A sua prática heroica de caridade, enfraqueceu seu físico, a ponto de ser acometido por uma pneumonia fulminante, em 1892, quando faleceu.
Antônio Maria Pucci foi beatificado por Pio XII, em 1952, e, dez anos depois, canonizado por São João XXIII.

Vatican News

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

A PARADOSIS APOSTÓLICA EM FORMA DE TRADIÇÃO DA IGREJA

S. Pedro
Apologistas da Fé Católica
A Paradosis Apostólica em forma de Tradição da Igreja

“A escritura é uma das formas na qual a tradição apostólica, comunicada à Igreja, se torna o paratheke (depósito). A “Sagrada Escritura” que Paulo se refere a Timóteo (IITim. 3, 15) são, de fato, os escritos do Velho Testamento, mas nós podemos aplicá-los analogamente para o Novo Testamento. O Novo Testamento, isto é, os escritos inclusos no Cânon, são uma forma na qual a tradição apostólica foi confiada à Igreja para salvaguardá-la. Mas o Novo Testamento não é a única forma em que a tradição apostólica é acessível a nós. Quando enunciamos esta tese, nós inevitavelmente nos envolvemos em discussão com O. Cullmann acerca do fato de a Igreja no segundo século ter coletado os vários “escritos apostólicos” individuais em um escrito apenas, o Cânon. “

“Qual foi a importância disto? Cullmann considera desta forma: “Com a introdução do princípio Canônico, a Igreja reconheceu que dali em diante, a tradição (isto é, a tradição viva) não era mais critério de verdade. Isto traçou uma linha sobre a tradição apostólica e desse modo declarou que dali em diante, toda tradição posterior deve ser testada pela tradição apostólica. Em outras palavras, isso significou: “Esta é a tradição que funda a Igreja e que se impõe à Igreja”. Além disso: “Se o colocar por escrito a mensagem apostólica é um fato fundamental da encarnação, nós temos o direito e o dever de ver a tradição apostólica e os escritos do Novo Testamento juntos, mas por outro lado nós devemos separar ambas da tradição pós-apostólica e pós-canônica”.

Hoje em dia há um reconhecimento entre várias denominações que o Novo Testamento é a parte escrita da tradição apostólica. Nós também podemos aceitar a ideia de que a tradição apostólica deve ser distinguida da tradição pós-apostólica e que a última deva ser testada pela primeira. Mas não podemos supor que a intenção da Igreja em formar o Cânon no segundo século era declarar que ali, e ali apenas, devia daqui em diante ser procurada a tradição apostólica.

Pelo princípio do Cânon, os escritos compreendidos nele eram distinguidos como genuinamente “apostólicos” em contraposição aos evangelhos apócrifos e estórias dos apóstolos que vieram à existência no mundo do Gnosticismo. A Igreja não empreendeu isto arbitrariamente, nem sucedeu porque estes escritos tenham se imposto à Igreja apenas pela sua autoridade apostólica inerente, mas principalmente em razão de eles terem sido usados por um longo ou curto período na adoração litúrgica pública da Igreja, ou, em outras palavras, na base da tradição. Claro, a tradição é fielmente espelhada na liturgia. Agostinho expressa isso claramente: “Se os escritos circulando em nome dos apóstolos André e João de fato tivesse vindo deles, eles teriam sido aceitos pela Igreja, que tem persistido desde os dias deles até o nosso através da inteiramente certa sucessão de bispos”.

Se, entretanto, o Cânon do Novo Testamento deve sua existência expressamente ao princípio da tradição determinante da Igreja, como poderia ser possível ao efeito pôr um fim à sua causa? O princípio do Cânon não significa o fim da tradição na Igreja, mas sua confirmação. Se a formação do Cânon possuísse o propósito que Cullman lhe atribuiu, isto resultaria em uma mudança decisiva no ensino dos Padres da época em relação à tradição. Mas nenhum sinal disto é perceptível. A teologia da tradição continua ininterrupta de Irineu a Agostinho, a despeito do Cânon.”

“S. Dejaifve declara que não há evidência para a tese de Cullman. Pelo contrário; quando o Novo Testamento tomou forma, o magistério, pelos Bispos, foi encarregado de interpretar autenticamente a Escritura em base da atual crença da Igreja e o “sensus ecclsiasticus”, o “phenomena ekklesiastikon”.”

(2/2)

Apologistas da Fé Católica

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF