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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A Igreja não é uma instituição religiosa humanitária, afirma Cardeal Müller

Cardeal Müller | Guadium Press
Cardeal Müller: o apelo a uma “fraternidade universal” sem Jesus Cristo é uma corrida louca na terra de ninguém.

Redação (13/01/2021, Gaudium Press) O cardeal Gerhard Müller, prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, publicou recentemente um artigo ao qual ele deu o título de “O cristocentrismo do serviço de Pedro e por que só existe um Papa” no qual, além de explicar o ministério petrino, o Purpurado alerta contra o idéia de uma fraternidade universal fora de Cristo.

No artigo publicado por “La Nuova Bussola Quotidiana” (https://www.lanuovabq.it/) o prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé afirma Cardeal:  

“Qualquer apelo a uma ‘fraternidade universal’ sem Jesus Cristo, o único verdadeiro Salvador da humanidade, se tornaria, do ponto de vista da Revelação e da teologia, uma corrida louca em terra de ninguém”

A Igreja não é uma comunidade de membros de uma instituição religiosa humanitária, partilhada também por ateus

O Purpurado recorda em seu artigo:

“A Igreja do Deus Trino não é de forma alguma uma comunidade de membros de uma instituição religiosa humanitária, que poderia prescindir do Deus Trino pessoal e ser partilhada também por ateus, no sentido da identificação panteísta do ser com a ficção personificada do deus de Spinoza (deus sive substantia sive natura) ”.

Vaticano II e rejeição do pluralismo religioso

O cardeal cita o Concílio Vaticano II para mostrar a rejeição do pluralismo religioso e do relativismo na exigência da verdade, bem como a necessidade de pertencer à Igreja Católica para ser salvo:

“… não puderam ser salvos aqueles homens que, sabendo que a Igreja Católica foi instituída por Deus por meio de Jesus Cristo como necessária, se recusaram a entrar ou perseverar nela” (Lumen Gentium 14).

No diálogo inter-religioso com o islã: afirmar que Jesus Cristo é o Filho de Deus feito homem e não apenas um dos profetas

“Mesmo no diálogo inter-religioso com o Islã”, afirma o Cardeal Muller, “devemos dizer francamente que Jesus Cristo não é um dos profetas (Mt 16,14), que nos remete a um deus comum além da autorrevelação no Filho de Deus feito homem, “como se, –fora do ensino da fé–, no vazio dos sentimentos religiosos – segundo vãs palavras religiosas, “afinal, todos nós cremos na mesma coisa”. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Como Jesus viveu sua infância e juventude?

Imagem referencial. Foto: Wikipédia (Domínio público)

Cidade do México, 14 jan. 21 / 06:00 am (ACI).- Como Jesus viveu sua infância, adolescência e juventude? É verdade que foi para a Índia? Pe. José de Jesus Aguilar, cônego da Catedral Primaz do México e vice-diretor de Rádio e Televisão da Arquidiocese do México, responde.

Em um vídeo, Pe. Aguilar assinalou que “o Tempo de Natal acaba de terminar". Após ver na liturgia "como os magos adoravam o Menino Jesus", apenas uma semana depois, recorda-se "que esse menino tem agora cerca de 30 anos e é batizado por João Batista”. 

“E vem neste tempo no qual estamos acostumados a que as revistas de fofocas nos digam tudo sobre todas as pessoas: o que fizeram, o que aconteceu, etc. Pensamos que naquele tempo acontecia a mesma coisa”, lamentou.

O sacerdote mexicano explicou que "Deus, quando permite que a Escritura seja escrita, inspira algumas pessoas para falar sobre coisas essenciais, coisas importantes".

“Portanto, na Bíblia, vamos encontrar certos elementos da história, mas não a história completa de todos os personagens, não as biografias. Vamos encontrar profecias, veremos como elas são cumpridas e, sobretudo, descobriremos que Deus nos pede certos elementos, como os mandamentos, por exemplo, para que tenhamos uma vida adequada e nos aproximemos dessa salvação que Cristo nos oferece”.

Pe. Aguilar indicou que, seguindo os costumes judaicos da época, “Jesus Cristo todos os sábados se reunia com sua família para celebrar o Sabbat, que São José era o encarregado de lhe ensinar as leis judaicas, de levá-lo à sinagoga para que lá fizesse suas orações”.

Além disso, indicou, “Jesus deixava seus cabelos crescerem como todos os judeus, sua barba também, que Jesus Cristo usava um manto para orações, que orava com os Salmos, que ia a Jerusalém todos os anos e trabalhava na oficina de seu pai, com a profissão que, precisamente, aprendeu dele”

O sacerdote mexicano alertou que “aquelas histórias que aparecem em nosso tempo sobre o Menino Jesus que realizava milagres, que se irritava e fazia alguém morrer, etc., não são tiradas dos Evangelhos, mas estão cheias de elementos que surgiram muitos anos depois”.

Pe. Aguilar explicou que, nos chamados "evangelhos apócrifos", diz-se "que Jesus Cristo, de repente, quando via que o pai não tinha tábuas para fazer seus trabalhos, tocava-as e estas se alongavam, ou que o menino começava a fazer passarinhos de barro, soprava-os e estes saíam voando. Essas coisas são contrárias inclusive aos Evangelhos, porque recorda que o Evangelho nos menciona que o primeiro milagre que Jesus realiza é o das Bodas de Caná”.

Portanto, enfatizou, "não houve milagres na infância, adolescência e juventude de Cristo".

“Quando o Evangelho menciona que as pessoas de seu povo se surpreendiam quando Cristo, aos 30 anos, começa a pregar incrivelmente, começa a fazer milagres incrivelmente, as pessoas questionam que este não é o filho de José, que cresceu todo o tempo conosco, não é filho do carpinteiro. Isso nos indica que Jesus nunca saiu de Nazaré”, continuou.

“Não foi estudar na Índia, nem estudar em Cachemira, nem esteve entre os grandes rabinos do Templo de Jerusalém. Não, precisamente isso era o que chamava a atenção, que um menino, que um adolescente, que um jovem, que um homem que todo o tempo esteve crescendo em Nazaré tenha começado a pregar de tal maneira e tenha realizado os milagres tão extraordinários que as pessoas estavam vendo”, destacou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

EUA: nos 48 anos da lei que aprovou o aborto, Bispos pedem dia de Jejum e Oração

Guadium Press
O dia de jejum e oração será em 22 de janeiro, 48º aniversário da decisão da Suprema Corte sobre o “Roe v. Wade”, que ordenou o aborto em todo o país.

Nova Jersey – EUA (13/01/2021, 14:50, Gaudium Press) “Ao comemorar este trágico evento na história de nossa nação, lembramos os milhões de vidas perdidas no aborto e oramos pelas mães e pais que sofreram os efeitos trágicos” desse homicídio legalizado, diz uma carta assinada por todos os bispos católicos de Nova Jersey.

Assina também a carta-convite o Cardeal Joseph Tobin de Newark e Bispo David O’Connell de Trenton.

Dizem os Bispos em seu apelo:
“Nós, os bispos católicos de Nova Jersey, pedimos aos católicos e às pessoas de boa vontade que se juntem a nós … em um dia de oração e jejum para acabar com o aborto”.

O dia de jejum e oração está marcado para o dia 22 de janeiro, data que marca o 48º aniversário da decisão da Suprema Corte a propósito do caso “Roe v. Wade”, que ordenou o aborto legal em todo o país e acontece uma semana antes da “Marcha Nacional pela Vida”, em Washington.

Governador de Nova Jersey promete legislação que tornará as regras pró-aborto parte da lei estadual

No último mês de outubro –em meio a mortandade causada pelo coronavírus– o governador de Nova Jersey, Phil Murphy, anunciou uma legislação que tornará as regras pró-aborto parte da lei estadual.

A “Lei de Liberdade Reprodutiva” garante o direito ao aborto de acordo com a lei estadual e exige que a maioria das seguradoras privadas cubra o aborto e o controle de natalidade sem nenhum custo adicional.

Também remove algumas restrições ao aborto, enquanto permite que assistentes médicos, parteiras certificadas e outras enfermeiras realizem abortos legais.

O projeto recebeu críticas significativas de defensores da vida no estado, incluindo Lisa Hart, vice-presidente do Morris County Right to Life, e Christine Flaherty, diretora da Lifenet, informou o “Beacon”, o jornal da Diocese de Patterson.

“A legislação tenta consagrar para sempre a capacidade de matar um bebê no útero por nove meses. Remove a proteção da consciência dos trabalhadores médicos. Permite que não médicos façam abortos” disse Lisa Hart.

O dia de jejum e oração será em 22 de janeiro, 48º aniversário da decisão da Suprema Corte sobre o “Roe v. Wade”, que ordenou o aborto em todo o país.

O protesto dos Bispos contra o projeto do governador de Nova Jersey

Os Bispos protestam “contra este novo projeto ultrajante, que está sendo acelerado pelo governador Murphy, que vai expandir o aborto no estado”.

Os prelados enfatizaram o compromisso da Igreja Católica com a dignidade humana e reiteraram sua dedicação à criação de uma cultura da vida.

Pedido de confiança na intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, protetora dos nascituros

“A Igreja Católica está empenhada em proteger toda a vida, desde a concepção até a morte natural. Vamos trabalhar vigorosamente para garantir que as leis de nosso estado e país protejam e defendam a dignidade intrínseca de todas as pessoas “, disseram os Prelados.

“Nós humildemente imploramos a nossa Mãe Santíssima sob seu título de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira das Américas e Protetora dos Não Nascidos, que interceda em nosso nome para que esses esforços para acabar com o aborto sejam guiados por misericórdia, compaixão e especialmente caridade”.  (JSG)

https://gaudiumpress.org/

São Félix de Nola

Franciscanos

De origem síria, Félix é filho mais velho de Hermias, um soldado sírio que tinha se retirado para Nola, perto de Nápoles, na Itália. Após a morte de seu pai, Felix vendeu quase todos os seus bens e deu para os pobres e passou a seguir a sua vocação clerical. Foi ordenado presbítero pelo bispo Maximus de Nola.

Durante as perseguições do Imperador Décius, o velho bispo Maximus, ajudado por Félix, fugiu para as montanhas e Félix foi preso, surrado e torturado para renegar a sua fé. A lenda diz que um anjo o livrou da prisão para que ele cuidasse do bispo doente.

Félix escondeu Maximus em uma casa abandonada. Diz ainda a tradição que, quando os dois estavam seguros dentro desta velha casa, uma aranha rapidamente teceu uma enorme teia sobre a porta de modo que todos pensassem que a casa estava abandonada há tempos. Os soldados imperiais por lá passaram e não entraram devido a enorme teia.

Com a morte de Décius em 251DC, as autoridades encerraram as perseguições aos cristãos.

Após a morte do Bispo Maximus, Félix foi escolhido para ser o bispo de Nola, mas recusou a favor de Quintus, um padre mais antigo e mais experiente.

Félix passou a explorar a sua pequena fazenda e dava tudo que nela produzia para os pobres e doentes. A pouca informação sobre São Félix vem de cartas e poesias que enviava para São Paulinus de Nola, que serviu como um porteiro na igreja dedicada a São Félix, e que mais tarde escreveu uma espécie de biografia de São Félix de Nola.

Félix faleceu em 255 de causas naturais, mas é normalmente listado como mártir devido às torturas e privações de que foi vítima durante as perseguições aos cristãos.  Seu túmulo tornou-se local de peregrinações e vários milagres foram creditados a sua intercessão.  Ele é invocado contra doenças nos olhos e picadas de insetos.

A Igreja também celebra neste dia a memória dos santos: Dácio, Ida e Bv. Pedro Donders e Bv. Odorico de Pordenone.

https://franciscanos.org.br/

Beato Pedro Donders

Beato Pedro Donders | ArqSP

Pedro Donders nasceu em 27 de outubro de 1809, no sul da Holanda . Seus pais, Arnoldo e Petronila, tiveram dois filhos que sobrevieram a mortalidade infantil da época. Pedro, era o mais velho e muito doente; Martino, era o caçula e deficiente.

Pedro tinha seis anos de idade, quando sua mãe morreu e diante dessa circunstância precisou deixar os estudos para ajudar seu pai, já muito idoso, na renda familiar. Depois por causa de sua saúde frágil não foi aceito no serviço militar, mas sua vocação era o sacerdócio.Também devido a sua condição física, escassa capacidade intelectual e pobreza material, não permitiam que seguisse o seu chamado. Entretanto Pedro insistia com seu pároco que o ajudava , até que conseguiu que o recebessem no seminário, mais como empregado do que como noviço.

Pedro se interessava pelas missões e depois de ser rejeitado pelos Jesuítas, Redentoristas e Franciscanos, acabou ingressando no Seminário diocesano. No ano de 1839 o Seminário foi visitado pelo Prefeito Apostólico do Suriname, Guiana Holandesa, buscando ajuda para seu território de missão que estava numa situação muito crítica. Dos seminaristas, apenas Pedro Donders se ofereceu. Em 5 de junho de 1841 foi ordenado sacerdote. Um ano mais tarde chegou em Paramaribo, uma região selvagem quatro vezes maior que a Holanda. Era seu campo de missão.

Os primeiros catorze anos foram dedicados à formação dos catequistas, das crianças e às visitas pastorais entre os escravos das fazendas holandesas. Era enorme a distância religiosa e moral, tanto entre os brancos como entre os negros. A rotina de padre Pedro iniciava nas primeiras horas da madrugada quando rezava a Santa Missa e se entregava às orações, depois saia para visitar as famílias.

Em 1856 recebeu o encargo da pastoral dos enfermos, dedicando-se especialmente aos leprosos de Batávia, local oficial para os leprosos, onde existiam mais de quatrocentos enfermos de ambos os sexos e com todos os tipos de lepra. Nesta tarefa, nenhum capelão resistia mais de um ano. Ele ficou quase trinta, sempre à inteira disposição dos miseráveis. Não se contentava somente com palavras piedosas. Fazia de tudo. Principalmente aos pacientes terminais. Suspendia os corpos para dar-lhes de beber e lavava com zelo aquilo que nenhum ser humano gostaria de ver: um corpo humano quase decomposto, mas, vivo!

Em 1865 chegaram os Missionários Redentoristas no Suriname, com a missão de continuar os trabalhos de evangelização. Os quatro holandeses sacerdotes diocesanos poderiam optar em voltar para a Holanda. Dois sacerdotes regressaram. Padre Pedro decidiu ficar e pediu seu ingresso na Congregação do Santíssimo Redentor, professando os votos em 1867.

No final do ano 1886, pela última vez, padre Pedro visitou todos os seus enfermos. Atendeu as confissões de todos e lhes deu a Santa Comunhão. Um ano depois no dia 14 de janeiro de 1887, morreu de uma grave enfermidade renal. Santamente terminou sua vida e apostolado de oração e trabalho contínuo e de muitos sofrimentos.

O Papa João Paulo II proclamou Beato Pedro Donders em 1982, designando o dia de sua morte para as honras litúrgicas.

Outros santos e beatos;
Santo Barbásimas e companheiros — martirizados em 346. Barbásimas, bispo de Selêucia, na Pérsia, juntamente com seus 16 companheiros de cárcere, foi barbaramente torturado. Em seguida, foram todos condenados ao patíbulo.
são Dácio — bispo de Milão, morto em 552. Teve de abandonar a cidade quando esta caiu em poder dos ostrogodos arianos.
São Deusdedit (†664) — anglo-saxão, bispo de Cantuária, em 655.
Santos Isaías, Sabas e companheiros — martirizados em 309. Eram monges que viviam no monte Sinai; foram massacrados pelos árabes pagãos.
São Malaquias, profeta (século V a.C.) — último dentre os 12 profetas menores, continuou os trabalhos de reforma religiosa empreendidos por Esdras e Neemias, depois da reconstrução do templo e do reinício do serviço litúrgico. Ele, de fato, exproba os sacerdotes por oferecerem vítimas impuras a Deus, em sacrifício; condena os matrimônios com os idólatras e os divórcios freqüentes; exorta o povo à observância da lei e anuncia o retorno de Elias.
Santos mártires de Raithu — 43 eremitas, que viviam nas cercanias do mar Vermelho, mortos em 510 por etíopes selvagens.
São Sabas da Sérvia — bispo (1176-1235); filho caçula do rei, fez-se monge no monte Atos. Também seu pai lhe seguiu o exemplo, trocando a coroa pelo hábito monacal. Sabas foi designado arcebispo da Sérvia, desempenhando habilmente suas funções; promoveu a construção de muitas igrejas.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Cristofobia deve aumentar na Europa, prevê Relatório sobre a Liberdade Religiosa

Rafal Cichawa - Shutterstock
por Francisco Vêneto

Levantamento, que será publicado em abril, aponta que os cristãos continuam sendo a religião mais perseguida do mundo.

Cristofobia deve aumentar na Europa, prevê o Relatório sobre a Liberdade Religiosa no mundo, realizado pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). O documento será divulgado na íntegra em abril, mas a filial da fundação pontifícia em Portugal antecipou nesta terça-feira que a situação dos cristãos “tem vindo a piorar” e que “há sinais de uma crescente hostilidade e ressentimento em relação aos crentes na Europa”.

O detalhado Relatório sobre a Liberdade Religiosa no mundo é publicado a cada 2 anos pela fundação, a fim de conscientizar a sociedade sobre a cristofobia e a perseguição religiosa, bem como para exigir ações das autoridades visando proteger o direito fundamental ao livre e responsável exercício da religiosidade.

Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da fundação, confirmou que a situação piorou em todo o mundo, agravada pelas consequências da pandemia de covid-19.

“Durante este período, muitos cristãos, já oprimidos, sofreram uma verdadeira via sacra de pobreza, exclusão e discriminação”.

Exemplificando por que a comunidade cristã continua sendo a mais perseguida em todo o planeta, o presidente internacional da AIS destacou três casos:

  • o da África, “que voltou a ser um continente de mártires”;
  • o do Médio Oriente, em situação “extremamente grave” com a persistência da ameaça jihadista, embora haja “pequenos sinais de esperança”;
  • e a da Ásia, onde “movimentos nacionalistas e regimes autoritários estão dificultando a vida de muitos cristãos”.

Cristofobia deve aumentar na Europa

Mas Heine-Geldern também alerta contra a discriminação cada vez mais perceptível na Europa. Nesse continente supostamente democrático e livre, vem crescendo a hostilização aos crentes sob a omissão dos meios de comunicação social.

“Em muitos países, mesmo não havendo perseguição pública visível, há cada vez mais ressentimento e hostilidade em relação aos crentes. Isto está ficando cada vez mais evidente na Europa. Os cristãos de hoje são confrontados com a tentativa de destruir as raízes cristãs da sociedade e construir uma sociedade exclusivamente individualista, sem Deus”.

Entre as várias formas de perseguição aos cristãos, Heine-Geldern ressalta a “tentativa de radicalizar os indivíduos e impor à força uma visão fundamentalista do mundo islâmico” em várias partes do mundo, “semeando terror e violência e falsificando a religião e o nome de Deus”.

O próximo Relatório sobre a Liberdade Religiosa a ser publicado pela Fundação AIS cobrirá os 2 anos transcorridos entre o final de 2018 e o de 2020. Normalmente, o relatório é divulgado em novembro, mas, no ano recém-terminado, a pandemia forçou o adiamento da publicação para abril de 2021.

Aleteia

BISPO DE CAMAÇARI (BA) DEMONSTRA PREOCUPAÇÃO COM DESEMPREGO POR CONTA DO FECHAMENTO DAS FÁBRICAS DA FORD NO BRASIL

CNBB

O bispo da diocese de Camaçari, dom João Carlos Petrini, emitiu nesta terça-feira, 12, uma nota por ocasião do encerramento das atividades das fábricas da Ford no Brasil, inclusive em Camaçari. Na nota ele demonstra preocupação com as pessoas que ficarão desempregadas e todo impacto que isso causa na sociedade.

No texto, o bispo afirma que tal decisão atinge não somente os que dispunham de emprego direto e os terceirizados, mas o comércio, grande e pequeno, movido pelos recursos colocados em circulação por tão grande número de trabalhadores.

“A problemática levantada pelo anúncio da Ford envolve diversos setores: a própria empresa, os empregados e terceirizados com suas famílias, as autoridades municipais, estaduais e federais, os sindicatos. Então, um setor, no caso a Ford, não pode tomar decisões autônomas que afetam de maneira gravíssima os outros setores”.

Confira a nota na íntegra:

NOTA POR OCASIÃO DA CRISE NA FORD

A Diocese de Camaçari vem, por meio desta nota, manifestar a preocupação com o sofrimento de milhares de pessoas que estão perdendo o emprego pelo fechamento das fábricas da Ford no Brasil, inclusive, em Camaçari.

Esta decisão atinge não somente os que dispunham de emprego direto e os terceirizados, mas o comércio, grande e pequeno, movido pelos recursos colocados em circulação por tão grande número de trabalhadores.

A problemática levantada pelo anúncio da Ford envolve diversos setores: a própria empresa, os empregados e terceirizados com suas famílias, as autoridades municipais, estaduais e federais, os sindicatos. Então, um setor, no caso a Ford, não pode tomar decisões autônomas que afetam de maneira gravíssima os outros setores.

O bom uso da razão exige que todos os fatores em jogo sejam adequadamente considerados, na busca de soluções que possam dar atenção à complexidade dos problemas. Se a Ford tem o direito de reorganizar sua produção, mais adequada ao mercado e incorporando novas tecnologias, os empregados têm o direito de garantir a sobrevivência das próprias famílias, as autoridades públicas têm o direito de evitar o colapso social numa cidade como Camaçari, com previsíveis problemas da ordem social, os sindicatos têm o direito de defender a justiça nas relações entre o capital e o trabalho.

Pedimos que todos os setores envolvidos no problema apresentado pela Ford, se encontrem para dialogar e negociem os passos mais adequados, compreendendo melhor as exigências de todos e elaborando respostas que permitam atravessar este período de transição, minimizando danos e sofrimentos para cada setor.

Se é necessário um tempo para a transição de uma estrutura produtiva que atualmente pouco responde à demanda do mercado, o caminho melhor será promover a cooperação de todos os setores afetados por essa crise, (Empresa, Empregados, Município, Governo Estadual; Governo Federal, Sindicatos) para ofertar aos que hoje estão ameaçados de desemprego cursos de atualização tecnológica, de modo que possam ser incorporados à nova etapa de produção que está sendo projetada, negociando detalhadamente a parte que cada setor pode assumir nessa tarefa, os prazos e os modos de realização.

O Papa Francisco nos recordou na Carta Encíclica “Irmãos Todos” que todos procedemos do mesmo Criador e Pai, todos somos chamados a cooperar para edificar e bem e a paz na sociedade, todos somos responsáveis, uns pelos outros.

Assim, “cresceremos em tudo em direção àquele é a Cabeça, Cristo, cujo corpo, em sua inteireza, bem ajustado e unido por meio de toda junta e ligadura, com a cooperação harmoniosa de cada uma de suas partes, realiza o seu crescimento para a sua própria edificação no amor”. (Carta aos Efésios 4, 15-16).

Camaçari 12 de janeiro de 2021
Dom João Carlos Petrini

CNBB

Modificado o rito de imposição das Cinzas em tempo de pandemia

Papa Francisco durante rito de imposição das
Cinzas no início da Quaresma de 2020
(Vatican Media) 

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou uma nota especificando os procedimentos a serem seguidos pelos sacerdotes durante a celebração da Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma: máscara e fórmula recitada apenas uma vez.

Vatican News

A situação de saúde causada pela crise pandêmica do coronavírus continua exigindo uma série de atenções que também se refletem em âmbito litúrgico. Tendo em vista o início da Quaresma deste ano, na quarta-feira 17 de fevereiro, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou em seu site as disposições a serem seguidas pelos celebrantes no rito de imposição das Cinzas.

“Feita a oração de bênção das cinzas e depois de as ter aspergido com água benta sem dizer nada - precisa a nota -, o sacerdote, voltado para os presentes, diz uma só vez para todos a fórmula que se encontra no Missal Romano: ‘Convertei-vos e acreditai no Evangelho’, ou ‘Lembra-te que és pó da terra e à terra voltarás’.”

Depois, prossegue a nota, “o sacerdote lava as mãos, coloca a máscara protegendo o nariz e aboca, e impõe as cinzas a todos os presentes que se aproximam dele, ou, se for mais conveniente, aproxima-se ele do lugar daqueles que estão de pé. O sacerdote pega nas cinzas e deixa-as cair sobre a cabeça de cada um, sem dizer nada”.

Vatican News

LITURGIA DA IGREJA DÁ INÍCIO À PRIMEIRA PARTE DO TEMPO COMUM

CNBB

Após as Solenidades e festas do Tempo do Natal, a Igreja iniciou, na última segunda-feira, a primeira parte do Tempo Comum, que corresponde à maior parte das celebrações nos meses que se seguem. Neste ano, a Igreja celebra o ano B, dedicado à reflexão do Evangelho de São Marcos.

A caminhada proposta pela Liturgia da Igreja Católica inicia com o Tempo do Advento, que marca a abertura do Ano Litúrgico. No corrente ciclo litúrgico, a Igreja celebra o Ano B, iniciado em 29 de novembro de 2020. Esta primeira parte é dedicada à preparação para o Tempo do Natal, que segue da celebração do nascimento de Jesus até a Festa do Batismo do Senhor, celebrada no último domingo.

O Tempo Comum, nessa primeira etapa, vai até a Quarta-feira de Cinzas, quando a Igreja inicia a Quaresma, na preparação para a Páscoa.

“Com o início do tempo comum somos convidados a sair em Missão e anunciar a boa nova do Evangelho, somos convidados a sermos mensageiros da esperança e da alegria e a construir aqui na terra o Reino de Deus, esse reino que é paz, amor, perdão e misericórdia. Somos chamados a edificá-lo aqui na terra e a vive-lo de maneira plena no céu”, ensina o arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta.

O Evangelho proclamado nessa segunda-feira, 11 de janeiro, (cf. Mc 1,14-20) fala da missão à qual o povo de Deus é chamado: que é de anunciar o Reino de Deus. “Após o batismo realizado por João no Jordão, Jesus inicia a sua vida pública e começa a chamar os apóstolos para segui-Lo. A alegria de quem era chamado era tamanha, pois largavam todo o trabalho que realizavam para seguir a Jesus. É isso que Jesus espera de nós hoje, que também deixemos para trás tudo aquilo que nos impede de segui-lo e que a alegria seja contagiante em nossa vida”, destaca dom Orani.

CNBB

Papa Francisco: Deus é o Amigo fiel e seu amor nunca falha

Papa Francisco na Audiência Geral Foto: Vatican Media

Vaticano, 13 jan. 21 / 08:54 am (ACI).- Na audiência geral desta quarta-feira, 13 de janeiro, o Papa Francisco descreveu a importância de rezar a Deus, mesmo nos momentos difíceis, e lembrou que o fundamento do louvor é que “Deus é o Amigo fiel, e o seu amor nunca falha".

“Os Santos e as Santas demonstram-nos que podemos louvar sempre, nos momentos bons e maus, pois Deus é o Amigo fiel. Este é o fundamento do louvor: Deus é o Amigo fiel, e o seu amor nunca falha. Ele está sempre ao nosso lado, espera-nos sempre”, indicou o Papa.

Nesta linha, o Santo Padre disse que alguém definiu Deus como “sentinela” porque está “está próximo de ti e faz com que vás em frente com segurança”, por isso, o Papa convidou: “nos momentos difíceis e escuros, encontremos a coragem de dizer: ‘Bendito és tu, ó Senhor’. Louvar o Senhor. Isto far-nos-á bem”.

Ao continuar com a sua série de catequeses sobre a oração, o Pontífice se detém em “uma passagem crítica da vida de Jesus” contada no Evangelho de São Mateus “depois dos primeiros milagres e da participação dos discípulos no anúncio do Reino de Deus, a missão do Messias sofre uma crise. João Batista duvida: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?'”.

Desta forma, o Santo Padre reconheceu que “na vida há sempre momentos escuros, momentos de noite espiritual, e João está a passar um momento como esse”.

O Papa assinalou o exemplo de Jesus para indicar a importância de louvar a Deus e destacou o capítulo 11 de São Mateus que descreve um “momento de decepção”, quando o povo mostrou hostilidade pelos sinais prodigiosos de Jesus e justamente naquele momento, “Jesus não eleva ao Pai uma lamentação, mas um hino de júbilo: ‘Bendigo-te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos’".

“Em plena crise, em plena escuridão na alma de tantas pessoas, como João Batista, Jesus bendiz o Pai, Jesus louva o Pai. Mas, porquê?”, perguntou o Papa.

Em primeiro lugar, o Santo Padre explicou que Jesus Cristo louvou a Deus Pai graças à filiação divina, já que "antes de mais, louva-o pelo que é: ‘Pai, Senhor do céu e da terra’" e acrescentou que "Jesus rejubila-se no seu espírito porque sabe e sente que o seu Pai é o Deus do universo e, vice-versa, o Senhor de tudo o que existe é o Pai, ‘o meu Pai’. O louvor brota desta experiência de sentir-se o ‘filho do Altíssimo’. Jesus sente-se filho do Altíssimo”.

Além disso, o Papa explicou que “Jesus louva o Pai porque prefere os pequeninos” e acrescentou que “é o que Ele próprio experimenta, pregando nas aldeias: os ‘entendidos’ e os ‘sábios’ permanecem desconfiados e fechados, fazem cálculos; enquanto os ‘pequeninos’ abrem-se e acolhem a mensagem”.

Por isso, o Santo Padre encorajou: “também nós devemos regozijar-nos e louvar a Deus porque as pessoas humildes e simples aceitam o Evangelho” e recordou “estas pessoas simples, esta gente humilde que vai em peregrinação, que reza, canta, louva, gente à qual talvez faltam muitas coisas, mas a humildade leva-as a louvar a Deus”.

“No futuro do mundo e nas esperanças da Igreja há sempre os ‘pequeninos’: aqueles que não se consideram melhores do que os outros, que estão conscientes dos próprios limites e dos seus pecados, que não querem dominar os outros, que em Deus Pai se reconhecem todos irmãos”, alertou.

Neste sentido, o Papa sublinhou que “naquele momento de aparente fracasso, no qual tudo é escuridão, Jesus reza, louvando o Pai” por isso encorajou “a julgar de um modo diferente as nossas derrotas pessoais, as situações em que não vemos claramente a presença e a ação de Deus, quando parece que o mal prevalece e não há maneira de o impedir”.

“Jesus, que tanto recomendou a oração de súplica, precisamente no momento em que teria motivos para pedir explicações ao Pai, ao contrário passa a louvá-lo. Parece uma contradição, mas a verdade está nisto”, acrescentou.

Desta forma, o Papa explicou que o momento de louvor "deve ser praticado não só quando a vida nos enche de felicidade, mas sobretudo nos momentos difíceis, nos momentos escuros quando o caminho é íngreme" e também "Jesus que no momento escuro louva o Pai. Pois aprendemos que através daquela subida, daquele caminho difícil, daquela vereda cansativa, daquelas passagens desafiadoras, se consegue ver um novo panorama, um horizonte mais aberto”.

“Louvar é como respirar oxigênio puro: purifica-te a alma, faz com que olhes para longe, não te aprisiona no momento difícil e escuro das dificuldades”, acrescentou o Papa.

Oração de São Francisco

Então o Santo Padre recordou o exemplo de São Francisco de Assis quando escreveu a oração do "Cântico das Criaturas" no final da sua vida, oração que "não o compôs num momento de alegria, de bem-estar, mas, pelo contrário, no meio das dificuldades".

O Papa relatou que São Francisco escreveu esta oração quando “estava quase cego e sentia na sua alma o peso de uma solidão que nunca tinha sentido antes: o mundo não mudou desde o início da sua pregação, ainda há aqueles que se deixam dilacerar por disputas e, além disso, ele ouve aproximar-se os passos da morte”.

“Poderia ser o momento da desilusão, daquela extrema desilusão e a percepção do próprio fracasso. Mas naquele instante de tristeza, naquele momento de escuridão, Francisco reza. De que modo reza?  ‘Louvado sejais, ó meu Senhor…’. Reza louvando. Francisco louva a Deus por tudo, por todos os dons da criação e até pela morte, que com coragem chama ‘irmã’, ‘irmã morte’”, frisou o Papa.

Por fim, o Santo Padre destacou que "estes exemplos dos Santos, dos cristãos, também de Jesus, de louvar a Deus nos momentos difíceis, abrem-nos as portas de um caminho muito grande rumo ao Senhor e purificam-nos sempre. O louvor purifica sempre”, então concluiu perguntando: “para quem é útil o louvor? Para nós ou para Deus?".

“A prece de louvor é útil para nós”, o Papa respondeu com o prefácio comum IV do Missal Romano que diz: “não necessitais do nosso louvor, mas através de um dom do vosso amor chamais-nos a dar-vos graças; os nossos hinos de bênção não aumentam a vossa grandeza, mas obtêm para nós a graça que nos salva”.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF