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domingo, 30 de janeiro de 2022

O sentido do namoro

Opus Dei
Qual é a importância dessa fase para o relacionamento de um casal?

Conhecer-se

Para os que foram chamados por Deus à vida conjugal, a felicidade humana depende, em grande parte, da escolha da pessoa com quem vão compartilhar o resto de sua vida no casamento. Isto indica a importância de escolher a pessoa adequada: “A Igreja deseja que, entre um homem e uma mulher, exista primeiro o namoro, para que se conheçam mais, e, portanto se amem mais, e assim cheguem melhor preparados ao sacramento do matrimônio”[1].

Portanto, esta decisão está relacionada com dois parâmetros: conhecimento e risco; quanto maior o conhecimento menor o risco. No namoro, o conhecimento é a informação da outra pessoa. Neste artigo serão abordados alguns elementos que ajudarão ao conhecimento e ao respeito mútuo entre os namorados.

Atualmente, em alguns ambientes, o conceito "amor" pode receber um sentido errôneo, e isso representa um perigo numa relação onde o compromisso e a entrega até que a morte os separe são fundamentais. “Por isso deixará o homem a seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher, e serão os dois uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe"[2]. Por exemplo, se alguém quiser montar um negócio com um sócio que não sabe o que é uma empresa, os dois estarão condenados à falência. Com o namoro acontece algo parecido: é fundamental que ambos tenham a mesma ideia do amor, e que esse conceito seja conforme a verdade, ou seja, ao que é realmente amor.

Hoje, muitos casais baseiam o namoro, e também o casamento, no sentimentalismo. Às vezes, há atitudes de conveniência e falta de transparência, ou seja, “autoenganos” que depois terminam aparecendo nos fatos. Com o passar do tempo, isto pode converter-se em causa de rupturas matrimoniais. Os namorados têm de querer construir sua relação sobre a rocha do amor verdadeiro, e não sobre a areia dos sentimentos que vão e vem [3].

O conhecimento próprio é essencial para que a pessoa aprenda a distinguir quando uma manifestação afetiva ultrapassa a fronteira de um sentimento ordenado, e entra na esfera do sentimentalismo, talvez egoísta. Neste processo é essencial a virtude da temperança que ajuda a pessoa a ser dona de si mesma, já que “visa impregnar de razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana"[4].

Pode-se pensar no amor como um tripé, que tem como pontos de apoio os sentimentos, a inteligência e a vontade. O amor deve ser acompanhado por um tipo de sentimento profundo. Se acreditarmos que o afeto não é ainda suficientemente intenso nem profundo, e que vale a pena manter o namoro, devemos perguntar-nos o que devo fazer para continuar amando (inteligência), e realizar o que decidi (vontade). Naturalmente, convém alimentar a inteligência com boa formação e doutrina, senão se apoiará em argumentos que conduzem ao sentimentalismo.

Tratar-se

O trato mútuo é o caminho para chegar ao verdadeiro conhecimento do outro. A mesma coisa deve acontecer no namoro, que requer uma relação que chegue a temas profundos, relacionados ao caráter da outra pessoa: quais são suas crenças e convicções, quais são seus sonhos, os valores familiares que tem, qual sua opinião sobre a educação dos filhos, etc.

As dificuldades decorrentes do caráter são consequência do dano causado pelo pecado original na natureza humana; portanto, devemos ter em conta que todos temos momentos de mau caráter. Isto pode se atenuar, contando especialmente com a graça de Deus, lutando para fazer a vida mais agradável aos outros. No entanto, é necessário garantir a capacidade de conviver com o modo de ser do outro.

O mesmo acontece com convicções e crenças. São consideradas uma consequência da tradição, da educação recebida, ou de modo racional. No entanto, com frequência não se dá a importância que tem ou se pensa que com o tempo cederão. Podem converter-se numa dificuldade grande e, em muitos casos, motivos de problemas conjugais. É fundamental ter claro que o matrimônio é “de um com uma; (...) A medalha tem verso e anverso. E no verso há dores, abstinências, sacrifícios, abnegação”[5].

Pode vir a ser ingênuo pensar que o outro mudará as suas convicções e crenças ou que o cônjuge o fará mudar. Isso não exclui que as pessoas retifiquem e melhorem com o passar do tempo e a luta pessoal. No entanto, um critério que pode servir é o seguinte: se as suas convicções profundas não se adaptam ao que eu penso sobre como deve de ser o pai ou a mãe dos meus filhos, pode ser prudente cortar, porque não fazê-lo a tempo é um erro que frequentemente leva a uma futura ruptura no casamento.

É preciso distinguir o que no outro é uma opinião e o que é uma crença ou convicção. Poderíamos dizer que uma opinião é o que apoio, sem chegar à categoria de convicção, mesmo que ao expressá-la utilizo a palavra “penso”. Por exemplo, se alguém comenta “penso que o casamento é para sempre”, convém saber se se trata de uma opinião ou de uma crença. A opinião comporta exceções, uma crença não; a crença é um valor arraigado, uma convicção sobre a qual um casamento pode se sustentar.

Com frequência, já sendo marido e mulher, um dos cônjuges percebe que não conversaram com seriedade durante o namoro sobre o número de filhos, ou a sua educação cristã, ou a forma de viver a sexualidade, questões de importância vital.

O namoro cristão é um tempo para conhecer-se e para confirmar se a outra pessoa concorda no que é fundamental. Portanto não será estranho que ao longo desta etapa um dos dois decida que o outro não é a pessoa adequada para empreender a aventura do casamento.

A personalidade vai se formando com o passar do tempo, e por isso deve-se esperar do outro um nível de maturidade adequado à sua idade. No entanto há alguns parâmetros que podem ajudar a distinguir uma pessoa com possíveis traços de imaturidade: costuma tomar suas decisões em função do seu estado de ânimo, tem dificuldade para ir contra a corrente, seu humor é volúvel, é muito suscetível, costuma ser escravo ou escrava da opinião dos outros, não tolera as frustrações, tende a culpar os outros pelos seus fracassos, tem reações caprichosas que não correspondem à sua idade, é impaciente, não sabe fixar metas nem adiar a recompensa, não consegue renunciar aos seus desejos imediatos, tende a ser o centro de atenção, etc.

Respeitar-se

Como disse o Papa Francisco: “A família nasce deste desígnio de amor, que quer crescer como se constrói uma casa que se torne um lugar de carinho, de ajuda, de esperança e de apoio”[6]. O namoro cresce como aspiração ao amor total a partir do respeito mútuo, que no fundo é o mesmo que tratar o outro como o que é: uma pessoa.

“O período do namoro, fundamental para construir o casal, é um tempo de expectativa e de preparação, que deve ser vivido na castidade dos gestos e das palavras. Isto permite amadurecer no amor, na solicitude e nas atenções ao outro; ajuda a exercer o domínio de si, a desenvolver o respeito do outro, características do verdadeiro amor que não procura em primeiro lugar a própria satisfação nem o seu bem-estar” [7].

Este fato comporta diversas consequências que se fundamentam é na dignidade humana: não se pode pedir ao namorado ou à namorada o que não pode ou não deve dar, caindo em chantagens emocionais; por exemplo, em relação a manifestações afetivas ou de índole sexual, mais próprias da vida matrimonial que do namoro.

O trato mútuo entre os namorados cristãos deverá ser o que têm duas pessoas que se amam, mas que ainda não decidiram entregar-se totalmente ao outro em matrimônio. Por isso deverão ser delicados, elegantes e respeitosos, sendo conscientes da sua condição de homem e mulher, apagando as primeiras faíscas de paixão que podem aparecer, evitando pôr o outro em circunstâncias limites.

Como conclusão, podemos afirmar que um namoro bem vivido, no qual se conheça bem e se respeite a outra pessoa, será o meio mais adequado para ter um bom casamento, seguindo o conselho do Papa Francisco: “Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante. [...] Este caminho de cada dia possui regras que podem ser resumidas naquelas três palavras [...] com licença, ou seja, «posso» e desculpa”[8].

José María Contreras

[1] São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar, 31-10-1972.

[2] Mc 10,7-9.

[3] Cf. Papa Francisco, Audiência, A alegria do sim para sempre, 14-2-2014.

[4] Catecismo da Igreja Católica, 2341.

[5] São Josemaria, Anotações de uma reunião familiar, 21-6-1970.

[6] Papa Francisco, Audiência, A alegria do sim para sempre, 14-2-2014.

[7] Bento XVI, Aos jovens do mundo na XXII Jornada Mundial da Juventude 2007.

[8] Papa Francisco, Audiência, A alegria do sim para sempre, 14-2-2014.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Da Carta aos Esmirnenses, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir.

Santo Inácio de Antioquia | Canção Nova

Da Carta aos Esmirnenses, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir.

(Inscriptio; nn. 1,1–4,1: Funk 1,235-237)               (Séc. I )

Cristo chamou-nos para seu reino glorioso

Inácio, o Teóforo, à Igreja de Deus Pai e de Jesus Cristo, o dileto, rica de todos os dons da misericórdia, repleta de fé e de caridade, sem que lhe falte qualquer graça, muito amada por Deus, portadora da santidade, à Igreja que está em Esmirna na Ásia, efusivas saudações no Espírito imaculado e no Verbo de Deus.

Rendo glória a Jesus Cristo, Deus, que vos deu tanta sabedoria; pois notei como sois perfeitos na fé inabalável, como que, de corpo e alma, presos por cravos à cruz do Senhor Jesus Cristo e firmes na caridade pelo sangue de Cristo, crendo com fé plena e segura que nosso Senhor é em verdade oriundo da estirpe de Davi segundo a carne, Filho de Deus pela vontade e poder de Deus. Crendo de igual modo que verdadeiramente nasceu da Virgem, foi batizado por João para que nele se cumprisse toda a justiça. Crendo que verdadeiramente, foi, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes, crucificado na carne por nós – a cujo fruto nós pertencemos por sua bem-aventurada paixão – a fim de, por sua ressurreição, elevar pelos séculos a bandeira que reúne seus santos e seus fiéis, judeus ou gentios, no único corpo de sua Igreja.

Tudo padeceu por nós para alcançarmos a salvação; e padeceu de verdade, como também de verdade ressuscitou a si mesmo.

Eu também sei que, depois da ressurreição, vive em seu corpo e creio estar ele ainda agora com seu corpo. Ao se encontrar com Pedro e seus companheiros, disse-lhes: Pegai, apalpai-me e vede que não sou um espírito incorpóreo. E logo o tocaram e creram, unidos à sua carne e a seu espírito. Por esta razão, desprezaram também a morte e da morte saíram vitoriosos. Depois da ressurreição, comeu e bebeu com eles como qualquer ser corporal, embora, espiritualmente, unido ao Pai.

Exorto-vos, portanto, caríssimos, embora bem saiba que pensais do mesmo modo.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Papa Francisco envia condolências ao presidente Bolsonaro pela morte de sua mãe Olinda

Jair M. Bolsonaro | Twitter (Captura de Tela)
Sra. Olinda Bonturi Bolsonaro

"Sua venerada mãe deixou um belo testemunho cristão no desempenho da sua missão familiar e na solícita colaboração à vida eclesial."

O Papa Francisco enviou uma mensagem de condolências ao presidente Jair Bolsonaro pela morte de sua mãe, dona Olinda Bonturi Bolsonaro, que faleceu aos 94 anos de idade na madrugada do último 21 de janeiro, após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias.

Dona Olinda estava internada no Hospital São João, na cidade paulista de Registro, e foi sepultada na também paulista Eldorado, onde vivia. Ao ser informado, Bolsonaro comunicou via rede social que estava retornando ao Brasil e cancelando uma viagem oficial à Guiana. O presidente já estava no Suriname, primeira etapa da viagem aos dois países vizinhos.

Nesta quinta-feira, 27, foi celebrada em Brasília a Missa de 7º dia, presidida pelo arcebispo militar do Brasil, dom Fernando Guimarães, e concelebrada pelo bispo auxiliar de Brasília, dom Marcony Ferreira.

Participaram da Missa, na Catedral Militar Rainha da Paz, ministros do governo, auxiliares do presidente e militares. Jair Bolsonaro chegou à catedral acompanhado pela primeira-dama Michelle e por um de seus filhos, Carlos, vereador no Rio de Janeiro.

Durante a Missa, a mensagem do Papa Francisco de condolências ao presidente Bolsonaro foi lida por monsenhor Joseph Puthenpurayil, membro da Nunciatura Apostólica no Brasil. Uma nunciatura apostólica corresponde, comparativamente, à “embaixada vaticana” em cada país.

Diz o texto enviado pelo Papa:

“Excelentíssimo senhor Jair Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil, com pesar acabo de receber a notícia da morte de sua venerada mãe, que deixou um belo testemunho cristão tanto no desempenho da sua missão familiar como na solícita colaboração prestada à vida eclesial. Apresento à Vossa Excelência e inteira família enlutada as minhas sentidas condolências, colocando sobre todos o conforto do Altíssimo enquanto imploro ao Cristo Redentor, para a alma da sua serva Olinda, a paz e felicidade prometidas aos seus fiéis discípulos”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

IV Domingo do Tempo Comum - Ano C

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo Metropolitano de Brasília

IV Domingo do Tempo Comum

A absoluta liberdade de Jesus

São Lucas nos apresenta, neste quarto domingo comum, a rejeição que Jesus sofre, na vila de Nazaré, onde tinha sido criado (Lc 4, 21-30). A atitude com relação a Ele vai da admiração por parte dos presentes na sinagoga (Lc 4, 20) até a atitude de rejeição, de endurecimento.

Jesus estava na sinagoga da sua vila. A primeira parte da narrativa mostra a admiração que Jesus causa, na sinagoga, quando lê o profeta Isaías. Ao término, “todos tinham os olhos fixos Nele” (Lc 4, 20). Porém, a cena passa da admiração à rejeição. Jesus é o derradeiro profeta que participa da sorte dos antigos profetas que, também, foram rejeitados: “Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lc 4, 24). Jesus cita, na sinagoga da sua cidade, o exemplo de Elias e Eliseu, que não foram enviados à casa de Israel, mas a estrangeiros: Elias a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia; e Eliseu purificou a Naamã, que era um sírio. Diante destas palavras, todos na sinagoga se enfurecem e O conduzem a uma colina, com a intenção de precipitá-Lo lá de cima.

O povo de Nazaré espera muito de Jesus, tenta quase prendê-Lo. Todos estão ali ouvindo e procurando envolvê-Lo em suas expectativas.  São as expectativas que o quadro restrito de uma vila – um pouco de trabalho, um pouco de comércio – podia oferecer. Lendo estas expectativas, à luz da história da Igreja primitiva, pode-se entrever a ânsia de apoderar-se do profeta, de fazer dele objeto de glória do povoado e, talvez, até de um pouco de ganho material: no fundo, se começar a fazer alguns milagres, o povo virá, e se vai ganhar algum dinheiro. Talvez haja um pouco de raiva, pois Ele não começou os milagres ali, mas em Cafarnaum. “As coisas que fizeste em Cafarnaum faze-o também em tua pátria” (v. 23). Jesus está sob a ameaça de uma captura, de uma tentativa de adaptar o que Ele diz às expectativas, às necessidades, para ter sucesso e, depois, ser rapidamente encaixado em toda aquela pequena série de interesses que formam o tecido social da pequena aldeia.

De outro lado, emerge a extrema liberdade de Jesus que, sem se preocupar com o sucesso, com o que lhe poderia acontecer, com a má fama que aquele primeiro encontro poderia espalhar pelos povoados vizinhos, sem se preocupar com as pessoas que não irão mais procurá-Lo, fala livremente. Mais ainda: parece até provocar as pessoas de Nazaré lembrando-lhes que existem outros confins, outros horizontes, outros interesses do Reino de Deus muito mais vastos.

“Ele, porém, passando pelo meio deles, prosseguia o seu caminho” (Lc 4, 30). Jesus aparece aqui como o Evangelizador dotado de absoluta liberdade de espírito. Esta liberdade Lhe dá uma estatura profética totalmente fora daquela de um pequeno pregador de aldeia. Ele tem a estatura de quem conduz a Si mesmo e Sua liberdade para o mundo, porque tem diante de si os horizontes de Deus.

Esta absoluta liberdade de Jesus, o Filho de Deus, deve nos questionar hoje: o seguimento a Jesus Cristo, o encontro com a Sua Palavra, está nos tornando verdadeiramente livres?

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Cinco santos e beatos viveram o terror do campo de extermínio de Auschwitz

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 28 jan. 22 / 03:51 pm (ACI).- Em 27 de janeiro, comemorou-se 77 anos da libertação do campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, Polônia, onde mais de um milhão de pessoas foram vítimas do genocídio dirigido pelo regime nazista.

Entre tantas pessoas que sofrearam perseguição, há católicos que decidiram entregar suas vidas para defender sua fé e seus princípios. Conheça a história de cinco santos, beatos e mártires que nos ensinam como ser luz em meio à escuridão da crueldade humana.

1. São Maximiliano Kolbe

São Maximiliano Kolbe nasceu em 8 de janeiro de 1894 na cidade polonesa de Zdunska Wola, que naquele tempo estava ocupada pela Rússia.

Estando como estudante em Roma, fundou a “Milícia da Imaculada”, a fim de promover o amor e o serviço à Virgem Maria e a conversão das almas a Cristo. De volta à Polônia, publicou a revista mensal “Cavaleiro da Imaculada”.

Em 1929, fundou a primeira “Cidade da Imaculada”, no convento franciscano de Niepokalanów a 40 quilômetros de Varsóvia. Tempos depois, ofereceu-se como voluntário para ir para o Japão.

Retornou à Polônia em plena Segunda Guerra Mundial, foi preso, libertado e preso novamente. Foi enviado ao campo de concentração de Auschwitz. Certo dia, um prisioneiro fugiu e, para der demonstração de severidade, os alemães escolheram 10 prisioneiros que foram condenados a morrer de fome. Entre os homens escolhidos estava o sargento Franciszek Gajowniczek, também polonês, que exclamou: “Meu Deus, tenho esposa e filhos”.

Diante disso, padre Maximiliano se ofereceu para trocar de lugar com o condenado. O padre foi levado para o subterrâneo, onde incentivou constantemente os demais presos a seguir unidos em oração. Todos morreram e apenas ele ficou vivo. Ao final, aplicaram-lhe uma injeção letal que acabou com sua vida em 14 de agosto de 1941.

2. Santa Teresa Benedita da Cruz

Edith Stein, mais tarde irmã Teresa Benedita da Cruz, nasceu em Breslau em 1891, cidade que pertenceu à Alemanha e que, depois, passou para a Polônia. Na adolescência, deixou a observância da religião judaica de sua família.

Mais tarde, chegou a ser uma brilhante estudante de fenomenologia na Universidade de Gottiengen. O filósofo Edmund Husserl, fundado da fenomenologia, escolheu-a como sua assistente de cátedra em vez de Martin Heidegger, um dos pensadores e filósofos mais influentes do século XX, que integrou o partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Finalmente Edith recebeu o título de Filosofia da Universidade de Freiburg.

Depois de ler, na casa de um casal de amigos, a História da Vida, de Santa Teresa de Ávila, Edith decidiu se tornar católica. Buscou a ajuda de um sacerdote e foi batizada em 1922. Aos poucos, foi brotando nela a inquietude vocacional, enquanto era acompanhada por seu diretor espiritual. Em 15 de abril de 1934, tomou o hábito carmelita em um mosterio na Holanda e tomou o nome de Teresa Benedita da Cruz.

As forças de ocupação nazistas na Holanda declararam todos os católicos-judeus como “apátridas”. Um corpo militar nazista entrou no convento carmelita e levou a Teresa e Rosa, sua irmã, para o campo de concentração de Auschwitz, junto com milhares de judeus.

Imediatamente, os prisioneiros foram conduzidos para a câmara de gás e santa Teresa Benedita da Cruz morreu em 9 de agosto de 1942, oferecendo sua vida pela salvação das almas, a libertação do seu povo e a conversão da Alemanha.

Santa Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em 1998 por são João Paulo II, que lhe deu o título de “mártir do amor” e, em outubro de 1999, foi declarado copadroeira da Europa.

3. Beato padre José Kowalski

José Kowalski nasceu em 13 de março de 1911, em Siedliska, Polônia, um pequeno povoado camponês. Pertenceu a uma família profundamente católica, por isso, foi batizado em 19 de março, dia em que se celebra a festa de são José.

O beato se destacava por seu serviço, atenção e trabalho árduo, assim como por sua disposição para poiar os jovens e no serviço de confissões. Seu zelo por aproximar mais as pessoas de Cristo chamou a atenção do exército nazista, que o prendeu junto com outros onze salesianos em 23 de maio de 1941.

Entretanto, apesar dos riscos, padre José realizou sua pastoral no campo de concentração de Auschwitz. De acordo com os testemunhos, o beato organizava a oração cotidiana no campo.

Padre José Kowalski morreu na madrugada de 4 de julho de 1942, afogado no esgoto do campo, depois de ter sido torturado. Foi beatificado em 13 de junho de 1999.

“Com pleno conhecimento, com vontade decidida e disposta a todas as consequências, abraço a doce cruz do chamado de Cristo e quero levá-la até o final, até a morte”, disse o beato, que, seguindo o chamado de Deus, se uniu à congregação salesiana em 1927.

4. Serva de Deus Stanislawa Leszczynska

Leszczynska nasceu em 8 de maio de 1896, na Polônia, em uma família católica. Em 1922, anos em que as mulheres costumavam dar à luz em suas casas, foi recebida como parteira na Universidade de Varsóvia.

Em 1916, casou-se com Bronislaw Leszczynski, com quem teve dois filhos e uma filha. Entretanto, foi separada dos homens de sua família quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1939.

Após ser capturada pelos nazistas, foi enviada junto com sua filha para o campo de concentração em Auschwitz, onde, como parte das práticas dos nazistas, as mulheres que engravidavam eram mortas, pois consideravam que os bebês eram “inúteis” e atrasavam os trabalhos das mães no campo de concentração.

Por isso, “Mutti” (Mãe), como apelidaram Stanislawa no campo, teve que improvisar uma “sala de maternidade” nas barracas que se encontravam perto das caldeiras, que estavam infestadas de todos os tipos de insetos e umidade. Porém, esse lugar se tornou a salvação de milhares de mães e bebês. A profunda fé católica da parteira a levou a batizar cada recém-nascido com o sinal da cruz na testa.

“Mutti” esteve em Auschwitz até sua libertação pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945, morreu em 1974 e sua causa de canonização foi introduzida na diocese de Lodz.

5. Serva de Deus Maria Cecilia Autsch

Maria Cecilia Autsch, batizada como Ângela do Sagrado Coração, nasceu em Röllecken, Alemanha, em 1900.

Em 26 de outubro de 1933, mesmo ano em que Adolf Hitler subiu ao poder, Maria começou o postulantado no convento das trinitárias de Mötz, Áustria, pequeno povoado do Tirol austríaco.

Foi presa pela Gestapo devido a “um comentário que fez enquanto fazia compras para o seu convento, em que manifestou que ‘Hitler é um flagelo para a Europa’”, segundo foi revelado nos documentos incorporados à sua causa.

Foi levada para o campo de concentração de Ravensbrück, Alemanha, e depois para o de Auschwitz, Polônia, onde, por ser alemã e enfermeira, foi destinada ao dispensário médico, onde conseguiu esconder mais rações de comida ou sabão para mulheres doentes.

Em 1944, a religiosa morreu depois de ser atingida por uma bomba durante um bombardeio no campo de concentração, enquanto ajudava os doentes a se refugiar.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa: diante de nossos fechamentos, Deus não coloca freios em seu amor

Jovens da Ação Católica Italiana soltaram balões na Praça São Pedro, como
sinal de esperança  (Vatican Media)

Os longos anos de caminhada podem nos levar a pensar que conhecemos bem o Senhor, e assim nos fecharmos às suas novidades e surpresas, fixos em nossas posições. Para evitar isto, devemos ter a mente aberta e o coração simples e humilde: "O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade, nos mostre o caminho para acolher Jesus.” E para acolher as suas novidades, devemos purificar-nos no "rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade."

A reflexão do Papa Francisco no Angelus deste IV Domingo do Tempo Comum versa sobre a acolhida a Deus e seus desígnios, e parte do Evangelho de Lucas proposto pela Liturgia do dia, que “narra a primeira pregação de Jesus em sua cidade, Nazaré”, e "o êxito foi amargo", encontra "incompreensão e também hostilidade".

De fato, "seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade – começa explicando Francisco aos fiéis reunidos na Praça São Pedro - queriam milagres, sinais prodigiosos”. Mas “o Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José, e assim por diante”, o que leva Jesus a pronunciar a célebre frase: "Nenhum profeta é bem recebido em sua terra".

Deus não coloca freios em seu amor

Mas se Jesus, conhecendo o coração dos conhecidos e sabendo dos riscos que corria de ser rejeitado, por que foi pregar em sua cidade assim mesmo? - pergunta o Papa -, ”por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a te acolher?”:

Essa é uma pergunta que também nós muitas vezes nos fazemos. Mas é uma pergunta que nos ajuda a compreender melhor Deus: Ele, diante de nossos fechamentos, não retrocede: não coloca freios em seu amor. Vemos um reflexo disso naqueles pais que têm consciência da ingratidão de seus filhos, mas nem por isso deixam de amá-los e de fazer-lhes o bem. Deus é assim, mas em um nível muito mais elevado. E hoje ele convida também a nós a acreditar no bem, a não deixar de fazer o bem.

Humildade e disponibilidade

“Eles não foram acolhedores, e nós?”. A hostilidade em relação a Jesus – observou Francisco - também nos provoca. E para ilustrar os “modelos de acolhida que Jesus propõe hoje a seus conterrâneos e a nós”, volta seu pensamento aos dois livros de Reis, que falam de dois estrangeiros – a viúva de Sarepta de Sidônia e Naamã, o sírio – que acolhem Elias – “apesar da fome e embora o profeta fosse perseguido político-religioso” e Eliseu – “que o levou a se humilhar, a banhar-se sete vezes no rio, como se fosse uma criança ignorante”.

Quer a viúva como Naamã, “acolheram com sua disponibilidade e humildade. O modo de acolher Deus é sempre ser disponível, acolhê-Lo e ser humilde". Ou seja, a fé passa pela “disponibilidade e humildade. Eles “não rejeitaram os caminhos de Deus e de seus profetas; foram dóceis, não rígidos e fechados”:

Irmãos e irmãs, também Jesus percorre o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, se nós buscarmos milagres não encontraremos Jesus, que busca novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, não! Quem busca uma fé feita de poder e sinais externos. Não, não o encontrará. Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia.

Para evitar fechamentos, o Senhor pede mente aberta e coração simples

Assim, Jesus nos pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, nos necessitados, nos problemas na família, nos pais, nos filhos, nos avós, "acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis ​​de humildade. É preciso humildade para encontrar Deus, para deixar-se encontrar por Ele:

E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele? 'Eu estudei teologia, fiz aquele curso de catequese...eu sei tudo sobre Jesus', como um "tolo"... Não seja tolo, tu não conheces Jesus. Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade - disse ao concluir - nos mostre o caminho para acolher Jesus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Jacinta de Marescotti

Sta. Jacinta de Marescotti | arquisp
30 de janeiro

Santa Jacinta de Marescotti

Jacinta era uma das filhas da nobre família do príncipe Marco Antonio Marescotti e estava ligada, por parentesco, com os príncipes Orsini. Esses nobres, da alta aristocracia romana, possuíam fortes vínculos com a Igreja Católica e a educação cristã era a mais preciosa herança a ser deixada aos filhos. E, com certeza, foi para Jacinta e seus irmãos.

Jacinta foi batizada com o nome de Clarice, nasceu em Viterbo, perto de Roma, em 1585. Recebeu uma educação refinada, digna da nobreza, como todos os irmãos. Ainda menina, foi entregue pelos pais a religiosas franciscanas, onde sua irmã mais velha, Inocência, seguia a vida religiosa com o fervor de uma santa. Os pais desejavam que Jacinta tivesse esse mesmo futuro. Mas, ela não demonstrava o mesmo desejo.

Muito bonita, culta e independente, Jacinta levava uma vida fútil, cheia de luxo e vaidades. Sonhava com um matrimonio e não com a vida religiosa. Sua primeira decepção foi quando sua irmã mais nova se casou com um marquês, que ela pretendia conquistar. Logo depois, outro casamento não se realizou. Depois disso, Jacinta assumiu uma atitude mais altiva, insuportável e fútil, freqüentando todas as diversões que a alta sociedade oferecia. Nessa ocasião, seu pai a enviou para o convento das Irmãs da Ordem Franciscana Secular, junto de sua irmã Inocência, em Viterbo.

Embora à contra gosto, vestiu o hábito, trocou o nome de Clarice por Jacinta, iniciando sua experiência religiosa. Infelizmente levou para o convento muitas de suas vaidades e durante dez anos não deu bom exemplo às suas irmãs de hábito. Não respeitou o voto de pobreza, vivendo num quarto decorado com luxo e usando roupas de seda. Mas Deus havia reservado o momento certo para a conversão definitiva de Jacinta.

A notícia do assassinato de seu pai foi o início da sua transformação interior, começando a questionar o valor dos títulos de nobreza e da riqueza. Depois, adoecendo gravemente, o capelão do convento não atendeu seu pedido de confissão, se recusando entrar no seu quarto luxuoso. Percebendo o escândalo que causara durante tantos anos, Jacinta sinceramente se arrepende pedindo perdão a toda a comunidade, publicamente. Nesse momento se converteu verdadeiramente, passando a partir daí a ser exemplo heróico de mortificação e pobreza, atingindo os cumes da mais alta santidade.

Mesmo contra sua vontade foi eleita mais tarde mestra das noviças e superiora do convento. Suas prolongadas orações e severas penitências eram em favor dos pecadores. Com sua orientação muitos, depois de convertidos, chegaram a fundar instituições religiosas, asilos e orfanatos. Faleceu em 30 de janeiro de 1640 e foi enterrada na igreja do convento onde se converteu, em Viterbo. Foi declarada Santa pelo papa Pio VII em 1807.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sábado, 29 de janeiro de 2022

Dom Vital: Jesus, o Profeta verdadeiro e a contestação

Face de Jesus Cristo | Vatican News

Ele foi o profeta, o enviando do Altíssimo que veio a este mundo revelar a misericórdia e o amor de Deus Pai no Espírito Santo. Pelo batismo somos profetas no mundo de hoje.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA. 

Aludindo a Jesus como o profeta verdadeiro, o quarto domingo do tempo comum coloca Jesus em sua terra natal, Nazaré onde ele manifestou o seu programa de vida junto à realidade humana. Se as palavras da Escritura se realizaram nele, ele recebeu a contestação pelos seus concidadãos, não vendo nele o Filho de Deus na carne. Ele disse que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria (Lc 4,24). No entanto, ele foi o profeta, o enviando do Altíssimo que veio a este mundo revelar a misericórdia e o amor de Deus Pai no Espírito Santo. Pelo batismo somos profetas no mundo de hoje. Veremos a seguir a importância da profecia e a forma como os padres da Igreja, os primeiros escritores abordaram a questão do ser profeta em Jesus de Nazaré.

O valor do profeta

O profeta vem da palavra grega profétes, cujo significado é: preanunciar, prever. É uma pessoa que fala em nome de Deus, do Altíssimo, manifestando o seu desejo e preanunciando em seu nome, o futuro [1].

Na Igreja primitiva e também em todos os tempos, o profeta é o homem da palavra, porque fala sob a inspiração do Espírito Santo (cfr. At 21,11) com uma missão importante na comunidade de fé para edificá-la, encorajá-la, testemunhar a ação permanente do Ressuscitado. As suas mensagens são aceitas como expressão da vontade de Deus [2]. São Paulo fala da diversidade de dons que o Espírito Santo dá para as pessoas e um desses é a profecia, o dom da palavra (cfr. 1 Cor 12, 4-8).

Os apóstolos e os profetas

O livro da Didaqué, século I, teve presentes os apóstolos e os profetas, dois ministérios que serviam a comunidade primitiva. Eles procederiam conforme o princípio do Evangelho, nas suas ações testemunhando o amor do Senhor junto ao povo de Deus, de modo que eles seriam bem acolhidos. Na sua partida, o apóstolo não levaria nada consigo, a não ser o pão necessário até o lugar em que for parar. O autor também afirmou é preciso distinguir que tipo de profeta é na comunidade. Desta forma nem todo aquele que fala sob inspiração é profeta, a não ser que viva como o Senhor, de modo que a comunidade distinguirá o falso e o verdadeiro profeta. O verdadeiro profeta deve ensinar a verdade em Cristo, na Igreja e a pratica [3].

Jesus, o cumpridor das promessas

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V, afirmou que Cristo cumpriu todas as profecias do AT. Com a vinda de Jesus, o seu nascimento, a sua vida, as suas palavras, as suas ações, sofrimentos, morte e ressurreição e ascensão cumpriram-se todos os acontecimentos dos profetas. O Espírito Santo veio sobre os apóstolos para que anunciassem ao mundo a palavra do Senhor e o evangelho da Boa-nova. As diversas previsões se realizaram no Senhor [4].

Santo Agostinho também afirmou que o rei verdadeiro da cidade terrestre, Jerusalém foi o Cristo Jesus. Como prefiguração desse Rei, sobressaiu-se no reino terreno do povo de Israel, o rei Davi, na qual devia vir, segundo a carne, o nosso verdadeiro rei, o Senhor Jesus Cristo, “Deus bendito sobre todas as coisas para sempre” (Rm 9,5) [5]. O bispo de Hipona disse que Jesus Cristo manifestou o Novo Testamento da herança eterna, no qual, renovado pela graça, o ser humano teria vida nova [6].

A relação do Antigo Testamento com o Novo Testamento

Santo Ireneu, bispo de Lião afirmou que houve dois testamentos supondo que tivessem dois povos, mas na realidade há um só e único Deus que os deu para a utilidade dos seres humanos levando as pessoas a acreditarem em Deus. O primeiro Testamento fora dado ao serviço de Deus, sendo um símbolo das coisas celestes, pois o ser humano não via ainda as coisas de Deus, contendo a profecia do futuro, para demonstrar à humanidade que Deus conhece todo o futuro [7].

A economia da encarnação

Santo Ireneu via também na palavra escrita por Moises que um astro procedente de Jacó tornar-se-ia chefe, precedente de Israel (Nm 24,17), anunciando desta forma a economia de sua encarnação que se realizaria entre os hebreus, descendo dos céus, nasceria de Jacó e da estirpe judaica, submetendo-se a essa economia. Esta estrela apareceu no céu, e sendo chefe de um rei, falava a eles do seu nascimento e por seu intermédio tiveram conhecimento do nascimento de Cristo [8].

As profecias referentes ao Senhor Jesus

São Justino de Roma, século II, afirmou que nos livros proféticos já se encontravam dados que Jesus, nosso Cristo, nasceria de uma virgem, curaria toda doença, toda fraqueza e ressuscitaria dos mortos, seria crucificado, morreria, ressuscitaria e subiria aos céus e o seu nome, seria Filho de Deus e que também enviaria pessoas para proclamar essas coisas a todo gênero humano e as pessoas das nações creriam nele [9],

A fé em Cristo Jesus dos justos do AT

São Gregório de Nazianzo, bispo de Constantinopla, século IV, disse que os justos, e dentre eles, também os Macabeus, deram a vida em vista de Cristo. Para São Gregório nenhum deles alcançou a perfeição, sem a fé em Cristo. Eles receberam o louvor porque viveram conforme a cruz do Senhor, manifestando a sua fé naquele momento de seu martírio em unidade com as realidades futuras pela paixão, morte e ressurreição de Cristo [10].

Jesus realizou as profecias do AT. Ele é o Salvador e o Redentor da humanidade. Ele como o profeta verdadeiro, enviado do Pai, com a presença do Espírito Santo, anunciou a todas as pessoas a boa-nova, curou os doentes, expulsou demônios das pessoas, ressuscitou os mortos. Como todo o profeta foi contestado, perseguido, e passando pela morte, ressurgiu dos mortos. Ele caminha conosco e nos encoraja pela presença do Espírito Santo e em unidade com o Pai, a sermos profetas na realidade atual.

[1] Cfr. Profèta. In: Il vocabolario treccaniIl Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1276.

[2] Cfr. M. Marinone. Profeta. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristianediretto da Angelo Di Berardino, P-Z. Marietti, Genova - Milano, 2008, pg. 4349-4350.

[3] Cfr. Didaqué, 11, 3-10. In: Padres Apostólicos. Paulus, 1995, SP, pgs 355-356.

[4] Cfr. Agostino. Le Lettere, II, 137,4.15-16 (A Volusiano). In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pgs. 86-87.

[5] Cfr. Santo Agostinho. Primeira Catequese aos não cristãos, XX, 36. Paulus, SP, 2013, pg. 121.

[6] Cfr. Idem, XXII, 40, pg. 126.

[7] Cfr. Ireneu de Lião. IV,32,2. Paulus, SP, 1995, pg. 470.

[8] Cfr. Irineu de Lyon. Demonstração da pregação apostólica, 58. Paulus, SP, 2014, pg. 114.

[9] Cfr. Justino de Roma. I Apol 31,7. Paulus, SP, 1995, pg. 47.

[10] Cfr. Gregorio di Nazianzo. Discorso in lode dei Maccabei, 15, 1-2. In: La teologia dei padri, v. 4. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pg. 197.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Arquidiocese alerta católicos sobre carnaval no fim da Quaresma: Não deve nos confundir

Vista da cidade de Vitória (ES). Foto: Wikimedia (CC BY-SA 3.0)

Vitória-ES, 26 jan. 22 / 03:51 pm (ACI).- A arquidiocese de Vitória (ES) exortou os católicos a não fraquejar com o carnaval que a prefeitura da capital capixaba transferiu para abril, coincidindo com o fim da Quaresma. “Isso não deve nos afetar ou confundir, enfraquecendo o nosso Espírito Quaresmal e, tão pouco, desviar o nosso caminhar para uma Semana Santa dentro do Espírito Evangélico”, afirmou.

A prefeitura de Vitória decidiu adiar os desfiles das escolas de samba, que aconteceria entre 17 e 19 de fevereiro, para os dias 7, 8 e 9 de abril, por causa do aumento dos casos de covid-19. A nova data irá coincidir com a última semana da Quaresma e véspera do Domingo de Ramos, que será celebrado em 10 de abril.

Em nota, o coordenador arquidiocese de pastoral, padre Renato Criste Crove, afirmou que a mudança da data do carnaval “é indicada como uma medida importante para o controle pandêmico”. Entretanto, disse que os católicos não podem se confundir e devem “celebrar com profunda piedade, reverencia e amor esse Tempo Sagrado, no qual vivenciamos e fazemos memória do coração de nossa experiência de Fé que é a Paixão Morte e Ressurreição do Senhor”.

Outras cidades também anunciaram a mudança nas datas dos desfiles de carnaval. As prefeituras de Rio de Janeiro e São Paulo informaram por meio de uma nota em conjunto que “optaram por adiar a realização dos desfiles das escolas de samba para o fim de semana do feriado de Tiradentes, em abril”.

No Rio, os desfiles irão acontecer entre 20 e 24 de abril, incluindo grupo de acesso, grupo especial e escolas mirins. Em São Paulo, haverá desfiles de escolas do grupo de acesso e grupo especial entre os dias 21 e 23 de abril e também haverá um desfile de grupo de acesso no dia 16 de abril, quando os católicos irão celebrar o Sábado de Aleluia.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF