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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Luxúria e Castidade

Ed. Cléofas
por Prof. Felipe Aquino

A gravidade do pecado da impureza, também chamado de luxúria, é que mancha um membro de Cristo.

“Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um de sua parte, é um dos seus membros” (1Cor 12,27).

“…assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós somos membros uns dos outros” (Rom 12,5).

É assim que Deus decidiu salvar a humanidade, formando o Corpo de Cristo, de modo a “restaurar todas as coisas em Cristo” (Ef 1,10). É a bela realidade da Igreja e da comunhão dos santos. É o desígnio de Deus.

Quando eu cometo um pecado de impureza, não sujo apenas a mim mesmo, mas também ao Corpo de Cristo, do qual sou membro.

É neste sentido que São Paulo alertava os fiéis de Coríntios sobre a gravidade desse pecado.

“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?” (1 Cor 6,15).

Note que o Apóstolo enfatiza os “corpos”; isto é, a realidade do corpo místico de Cristo não é apenas espiritual, mas também corporal. Sem os nossos corpos não haveria a impureza.

“Tomarei, então, os membros de Cristo, e os farei membros de uma prostituta? Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gen 2,24)” (1 Cor 6,16).

Vemos que para o Apóstolo, entregar-se à prostituição é o mesmo que prostituir o corpo de Cristo. Esta é uma realidade religiosa da qual ainda, não tomamos ciência plena; isto é, toda vez que eu peco, o meu pecado atinge todo o corpo de Cristo. Esta é uma das razões porque nos confessamos com o ministro da Igreja, para nos reconciliarmos com ela, que foi manchada pela nossa falta.

De forma especial isto ocorre no pecado de impureza; o que levava São Paulo a pedir aos coríntios, entre os quais havia este problema:

“Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo” (1 Cor 6,18).

É preciso entender que nós não apenas “temos” um corpo, mas “somos” um corpo. Nossa identidade está ligada ao nosso corpo; ela é fixada pela nossa foto, impressão digital ou código genético (DNA).

Portanto, o pecado da impureza agrava-se na medida em que, mais do que nos outros casos, envolve toda a nossa pessoa, corpo e alma.

E o Apóstolo, mostra que o Espírito Santo não habita apenas a nossa alma, mas também o nosso corpo; e daí a gravidade da sua profanação.

“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em vós, o qual recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço” (1 Cor 6,19).

Como disse São Pedro, não fomos resgatados a preço de bens perecíveis, prata e ouro, mas “pelo precioso sangue de Cristo” (1 Pe 1,18), para pertencermos a Deus, no corpo de Cristo.

É importante notar que São Paulo ensina que devemos dar glória a Deus com o nosso corpo. Ele diz:

“O corpo, porém não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o Corpo: Deus que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1 Cor 6,13).

“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (1 Cor 6,20).

Nosso corpo está destinado a ressuscitar no último dia, glorioso como o corpo de Cristo ressuscitado. São Paulo diz aos filipenses sobre isto:

“Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso…” (Fil 3,20).

Nosso corpo glorificado dará glória a Deus para sempre, assim como os corpos de Jesus e Maria, já estão no céu.

Isto explica a importância do nosso corpo, que levava Paulo a dizer aos coríntios:

“Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós” (1 Cor 3,16-17).

Quantas pessoas destruíram-se a si mesmas, porque destruíram os seus próprios corpos! O desrespeito ao corpo, seja pela impureza ou pelos vícios, compromete a integridade e a dignidade da pessoa toda, que é templo de Deus.

Jesus foi intransigente com o pecado da impureza. No Sermão da Montanha, marco dos seus ensinamentos, Ele disse:

“Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5,27-28).

Jesus quer assim destruir a impureza na sua raiz; isto é no coração dos nossos pensamentos.

“Porque é do coração que provém os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias” (Mt 1519).

Para viver a pureza há, então, que estarmos em alerta o tempo todo, como recomendou o Senhor: “vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41).

Todos nós já pudemos comprovar como é fraca a nossa carne, a nossa natureza humana, enfraquecida pelo pecado original. Portanto, não nos resta outra alternativa para prevenir a queda, senão, vigiar e orar.

Após o pecado de Adão não nos resta outro remédio: vigiar os nossos sentidos, pensamentos, olhares, gestos, palavras, atitudes, comportamentos, etc., e buscar na oração e nos sacramentos, o remédio e o alimento para vencer a nossa fraqueza.

Nunca, como em nossos dias, foi tão grande o pecado de impureza. De forma acintosa ele aparece nas músicas, nas TVs, nas revistas, jornais, filmes, cinemas, teatros, etc.

Estamos sendo invadidos por um verdadeiro mar de lama que traz a imoralidade para dentro dos nossos lares, sem respeitar nem mesmo crianças e velhos.

A exploração comercial do sexo atingiu níveis assustadores, e que põe o ser humano, especialmente a mulher, no mais baixo nível de indignidade.

Será que Deus pode ficar indiferente a uma situação desta? Será que a própria natureza humana pode deixar de reagir contra tanta bestialidade que hoje se pratica, sob as câmeras de TVs?

É difícil dizer não.

A terrível desvirtuação do sexo é de todo lamentável porque ele foi criado por Deus, para dar ao casal humano – e só ao casal unido pelo matrimônio a unidade e os filhos.

O ato sexual é a “liturgia” do amor conjugal, sua maior manifestação. No ápice da sua celebração o filho é gerado, como a verdadeira encarnação do amor dos pais; e por isso, a Igreja não aceita que o filho seja gerado sem a participação dos próprios pais, num ato sexual.

Sem amor e compromisso o sexo torna-se vazio, perigoso e banal.

São Paulo ensinava aos coríntios:

“A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7,4).

Note que o Apóstolo fala em “mulher e marido”, e não em namorados, noivos, ou amigados. O Catecismo diz que:

“Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus” (§ 2350).

A união dos corpos só tem sentido quando existe a união prévia dos corações e das almas, de maneira sólida e permanente, como se dá no casamento.

O Catecismo da Igreja nos ensina que a vida sexual é legítima e adequada aos esposos:

“Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido” (CIC, 2362; GS, 49).

Em discurso proferido em 29/10/1951, o Papa Pio XII disse palavras esclarecedoras sobre a vida sexual dos casais:

“O próprio Criador… estabeleceu que nesta função (i.é, de geração) os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites de uma moderação justa” (CIC, 2362).

Vemos que a Igreja reconhece a grandeza do sexo para o casal unido em matrimônio, mas fora dele o sexo será sempre perigoso.

Tenho ouvido esposas que se queixam dos maridos que as obrigam a fazer o que elas não querem e não aceitam no ato sexual. É uma violência obrigá-las a isto. Aquilo que cada um aceita, dentro das características psicológicas de cada um, não sendo uma violência à lei natural, pode ser vivido com liberdade pelo casal. É legítimo que o esposo prepare a esposa para que haja a harmonia sexual; isto é, ambos atingirem juntos o orgasmo. No entanto, não tem sentido para o cristão, querer fazer estrepolias sexuais, como se “tudo fosse válido”, porque somos casados.

A moral católica ensina que aquilo que não está de acordo com a lei natural, não está de acordo com a lei de Deus; isto é, é imoral. Será que é natural, por exemplo, o sexo anal ou oral? É claro que não. Nem os animais o fazem; será que é lícito ao homem fazê-lo? O casal não precisa disto; mesmo porque jamais um filho poderá ser gerado desta forma; e sabemos que a vivência sexual não pode se fechar à geração da vida, sob pena de desvirtuá-lo.

São terríveis as consequências da vida sexual antes ou fora do casamento: adolescentes grávidas, sem o mínimo preparo para serem mães; pais solteiros; filhos abandonados e órfãos de pais vivos; abortos; adultérios, destruição familiar; doenças venéreas, AIDS, etc., etc., etc.

O sexo é belo, mas fora do plano de Deus é um desastre, explode como uma bomba atômica.

Desgraçadamente a nossa sociedade promove o sexo acintoso, sujo, sem responsabilidade e sem compromisso, e depois se assusta com as milhões de meninas grávidas, estupros, separações, adultérios, etc. É claro, quem planta ventos, colhe tempestades.

Vemos hoje, por exemplo, esta triste campanha de prevenção à AIDS, através do uso da “camisinha”. De maneira clara se passa esta mensagem aos jovens: pratiquem sexo à vontade, mas usem o preservativo.

Isto é imoral e decadente.

Será que não temos algo melhor para oferecer, principalmente, aos jovens?

A moral e a ética exigem ensinar aos jovens o auto controle de suas paixões, vencer a AIDS pela castidade, e não pelo uso vergonhoso da “camisinha”, que incentiva ainda mais a imoralidade.

O Papa João Paulo II assim se expressou sobre a camisinha:

“Além de que o uso de preservativos não é 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana… O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo… O preservativo oferece uma falsa ideia de segurança e não preserva o fundamental” (PR, nº 429/1998, p.80).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já avisou que os preservativos não impedem totalmente a contaminação do vírus, uma vez que esses são muitíssimos menores que os poros do látex de que são feitas as camisinhas.

A revista Seleções (dezembro de 1991, pp.31-33), trouxe um artigo do Dr. Robert C. Noble, condensado de Newsweek de Nova Iorque (1/4/91), que mostra como é ilusória a crença no tal “sexo seguro” com a camisinha.

A pesquisadora Dra. Susan C. Weller, no artigo A Meta “Analysis of Condom Effectiveness in Reducing Sexually Transmitted HIV, publicado na revista Social Science and Medicine, (1993, vol.36, issue 12, pp.1635-1644), afirma:

“Presta desserviço à população quem estimula a crença de que o condom (camisinha) evitará a transmissão sexual do HIV. O condom não elimina o risco da transmissão sexual; na verdade só pode diminuir um tanto o risco”.

“As pesquisas indicam que o condom é 87% eficiente na prevenção da gravidez. Quanto aos estudos da transmissão do HIV, indicam que o condom diminui o risco de infecção pelo HIV aproximadamente em 69%, o que é bem menos do que o que normalmente se supõe” (PR, n° 409/1996, pp. 267-274).

Isto significa que, em média, três relações sexuais com camisinha têm o risco equivalente a uma relação sem camisinha. Convenhamos que é um alto risco, já que a AIDS não tem cura ainda. É como uma “roleta russa”.

Pesquisas realizadas pelo Dr. Richard Smith, um especialista americano na transmissão da AIDS, apresenta seis grandes falhas do preservativo, entre as quais a deterioração do látex devido às condições de transporte e embalagem. Afirma o Dr. Richard que:

“O tamanho do vírus HIV da AIDS é 450 vezes menor que o espermatozóide. Estes pequenos vírus podem passar entre os poros do látex tão facilmente em um bom preservativo como em um defeituoso” (Richard Smith, The Condom: Is it really safe saxe?, Public Education Commitee, Seattle, EUA, junho de 1991, p.1-3)

O Dr. Leopoldo Salmaso, médico epidemiologista no Hospital de Pádua, na Itália, afirma que:

“O preservativo pode retardar o contágio, mas não acabar com ele” (idem).

A Rubber Chemistry Technology, Washington, D.C., junho de 1992, afirma que:

“Todos os preservativos têm poros 50 a 500 vezes maiores que o vírus da AIDS”.

Vemos, portanto, que é irresponsável, cientificamente, dizer que a camisinha garante o “sexo seguro”. O pior, ainda, é que esta falsidade vem acompanhada de um estímulo ao sexo livre, sem responsabilidade e sem compromisso, o que o faz promíscuo e vulgar.

A Igreja não está impedindo o combate à AIDS, pelo fato de não concordar com o uso da camisinha. Como disse o padre Lino Ciccone, professor de Teologia Moral e Bioética na Faculdade Teológica de Lugano, na Itália:

“Não se faça caridade jamais às custas da verdade, nem se imponha a verdade voltando as costas à caridade”.

Estou convencido de que, mais do que em outros assuntos, em termos de educação sexual, o exemplo e a ação dos pais é fundamental. Nunca permitir as piadas sujas em casa, nunca permitir que revistas e filmes pornográficos entrem em casa, etc. Não tenho dúvida em dizer que neste assunto os pais cristãos devem ser firmes. Qualquer vacilada pode abrir as portas para um comportamento perigoso por parte dos filhos.

Infelizmente hoje a maioria das escolas apresenta aos nossos filhos uma “educação sexual”, que não passa de informações genitais, e liberação de todos os “tabus” da religião; em outras palavras, vamos dar vazão livre aos instintos sexuais. Ora, longe de ser isto educação sexual, é pura deseducação sexual.

Quando falou da educação sexual, assim se expressou o Papa João Paulo II:

“A educação sexual, direito e dever fundamental dos pais, deve fazer-se sempre sob a sua solícita guia, quer em casa quer nos centros educativos escolhidos…

Neste contexto é absolutamente irrenunciável a ‘educação para a castidade’ como virtude que desenvolve a autêntica maturidade da pessoa e a torna capaz de respeitar e promover o ‘significado nupcial’ do corpo”.

“Por isso a Igreja opõe-se firmemente a uma certa forma de informação sexual, desligada dos princípios morais, tão difundida, que não é senão a introdução à experiência do prazer e um estímulo que leva à perda – ainda nos anos da infância – da serenidade, abrindo as portas ao vício” (FC, 37).

“O conhecimento deve conduzir a educação para o autocontrole: daqui a absoluta necessidade da castidade e da permanente educação para ela. Segundo a visão cristã, a castidade não significa de modo algum nem a recusa nem a falta de estima pela sexualidade humana: ela significa antes a energia espiritual que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade e sabe voltá-lo para a sua plena realização” (FC, 33).

O mundo, por causa da AIDS, está redescobrindo o grande valor da castidade e da virgindade.

Para dar apenas um exemplo dessa “contra-revolução sexual”, cito o caso de milhares de jovens americanas, de 13 a 21 anos, do movimento True Love Waits (O Verdadeiro Amor Espera), lançado em 1994 na cidade de Baltimore, capital do estado de Maryland, Estados Unidos, as quais prometeram, por escrito, manter-se virgens até o dia do casamento. O pacto que assumiram diz o seguinte:

“Acreditando que o verdadeiro amor espera, eu me comprometo diante de Deus, de mim mesma, minha família, meu namorado, meu futuro companheiro e meus futuros filhos a ser sexualmente pura até o dia em que entrar numa relação de casamento” (Jornal do Brasil, Ana Maria Mandin, 12/03/94).

É relevante observar, o que disse Chip Alkford, um dos líderes do movimento:

“Nunca pensamos que os jovens se interessariam tanto numa época em que a sociedade estimula a iniciação sexual cada vez mais cedo e quem não segue a onda é considerado esquisito” (idem).

Este exemplo não é único, e mostra o renascer da castidade.

Quando o Papa João Paulo II esteve nas Filipinas, em janeiro de 1995, houve uma concentração de 4 milhões de pessoas para participar da missa que ele celebrou em Manila; nesta ocasião um grupo de cinquenta mil jovens entregou ao Papa um abaixo assinado se comprometendo a viver a castidade. O Papa ficou emocionado.

A castidade é a virtude que mais forma homens e mulheres de verdade, de acordo com o desejo de Deus, e os prepara para constituir famílias sólidas, indissolúveis e férteis. Mas infelizmente, também nós católicos, por terrível omissão, permitimos que fosse arriada a bela bandeira da castidade. Ficamos mudos e calados diante de uma sociedade hedonista que nos impôs, goela abaixo, os horrores de um “sexo-livre”, devasso e pervertido.

Certa vez disse o grande papa Leão XIII que “a audácia dos maus se alimenta da covardia dos bons”. Isto nunca foi tão verdadeiro quanto à nossa omissão na defesa da castidade e da virgindade. Nossos jovens cresceram sem receber a menor informação sobre o “brilho” da virtude da pureza; e, por isso hoje, quase sem culpa, estão encharcados de sexo vazio.

É preciso portanto, que os pais cristãos, tenham coerência e coragem para transmitir aos filhos esses valores, que são divinos e eternos.

O remédio principal que a nossa sociedade doente precisa é de uma escala de valores condizente com a dignidade humana, sob pena de nos igualarmos aos animais.

O homem não é apenas um corpo; tem uma alma imortal, criada para viver para sempre na glória de Deus. Isto dá um novo sentido à vida.

Não fomos criados para nos contentarmos apenas com o prazer sexual passageiro. Fomos feitos para o Infinito, e só em Deus satisfaremos plenamente as nossas tendências naturais.

Já é hora de voltarmos a falar aos jovens, corajosamente, sobre a importância da castidade e da virgindade.

A família cristã, diante deste mundo paganizado, é chamada a dar testemunho dessas verdades.

Também sobre o homossexualidade, infelizmente hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa.

“Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação” (Lev 18,22).

“Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável” (Lev 20,13).

São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualidade como uma abominação.

Deus ama o pecador, mas abomina o pecado. Deus ama o homossexual, mas não quer a homossexualidade.

Quando, em 1994, no Ano da Família, o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, tomou posição imediata:

“Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar-se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral… Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação” (20/02/94).

O Catecismo da Igreja, embora reconheça que a gênese do homossexualidade é ainda um tanto desconhecida, no entanto é claro na condenação dos “atos de homossexualidade”:

“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-20; 1 Tm 1,10), a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade” são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural” (nº 2357).

Os atos de homossexualidade ofendem a castidade. Se por um lado, a sua origem é controvertida, por outro lado, a sua prática é condenada pela Igreja como “intrinsecamente desordenados” e “contrários à lei natural”. Diz o Catecismo que “em caso algum podem ser aprovados” (§ 2357)

Portanto, neste assunto, os pais precisam tomar cuidado para que o filho firme-se na sua sexualidade própria. Não permitir que o menino fique com procedimentos de menina e vice-versa. Nota-se que a falta de um bom pai ou de uma boa mãe, como padrões, pode gerar nos filhos distúrbios de sexualidade. O desmoronamento familiar também é a causa do aumento de jovens homossexuais.

Sobre a masturbação, também defendida por muitos como “algo normal”, ensina a Igreja que é um ato desordenado:

“Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado” (nº 2352).

Enfim, diz o nosso indispensável Catecismo:

“Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (idem).

Neste campo os pais precisam ser cautelosos, especialmente com os meninos. Sabemos que, para muitos deles, a masturbação acaba se tornando até um vício. Em segundo lugar, não fazer uma tempestade porque descobriu que o filho ou a filha tem este mau hábito.

Na maioria das vezes o jovem se masturba porque a sua cabeça está cheia de fantasias sexuais. Portanto, há que se mostrar a eles que sem uma castidade de pensamentos, jamais haverá castidade de atos. É preciso mostrar-lhes que enquanto se derem ao mau hábito de ver revistas e filmes pornográficos e outras práticas dessa natureza, jamais serão castos.

A nossa sociedade é inconsequente; de um lado joga os jovens contra o sexo de todas as formas, mas depois fica desesperada porque constata que já são mais de três milhões de adolescentes grávidas, com 13 a 15 anos, sem o menor preparo para serem mães e criarem os seus filhos. Como disse o Papa aqui no Brasil, serão crianças “órfãs de pais vivos”. Planta-se o “amor livre”, distribui-se a “camisinha”, colhe-se a gravidez precoce, o estupro, a imoralidade. Isto nos faz lembrar daquelas palavras de Jesus: “geração adúltera!”

O filósofo católico Paul Claudel disse certa vez que: “O jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio”.

Nada enobrece tanto a vida de um jovem quanto vencer um desafio, especialmente no campo da moral e do seu aprimoramento espiritual.

O remédio contra a impureza é a castidade. Para a nossa sociedade ela cheira “bolor”; mas é preciso lembrar-lhe que foi do bolor que Alexandre Fleming descobriu a penicilina que salvou tantas vidas.

Nada tem sido tão prejudicial aos jovens, às famílias e à nação, quanto o propagado “sexo livre” ou “amor livre”. Por esta via, a família vai à destruição, os pais se separam e os filhos se tornam carentes do seu amor.

Sabemos, como dizia John Spalding, que “as civilizações não perecem por falta de cultura e de ciência, mas por falta de princípios morais”.

Um homem só é digno deste nome quando aprende a submeter o seu corpo e os seus instintos à sua vontade.

Muitos são os atos contra a pureza. O nosso Catecismo os chama de “ofensas à castidade” (CIC §2351): luxúria, masturbação, fornicação, pornografia, prostituição, estupro, adultério, etc.

A luxúria é definida como a busca do prazer sexual por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união do casal (§ 2351).

Toda união carnal entre um homem e uma mulher livres, fora do casamento, é chamada de fornicação (§ 2353).

O adultério acontece quando esta união envolve um homem ou uma mulher casados.

Toda exibição sexual, fora da intimidade dos parceiros, real ou simulada, é pornografia. Ela acontece hoje através de todos os meios de comunicação, agora até mesmo pelo telefone e computador.

O Catecismo ensina que “ela ofende a castidade porque desfigura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito” (§ 2354).

A prostituição é hoje um verdadeiro “flagelo social” (cf.CIC, § 2355), que envolve crianças, jovens, homens, mulheres, muitas vezes levados a isto por causa da miséria, chantagens e pressões diversas.

O estupro ofende gravemente a castidade, já que é uma seríssima violência à intimidade sexual da pessoa estuprada. Mais grave ainda é o incesto, estupro cometido pelos pais, ou educadores.

O crescimento atual e absurdo do número de casos de incesto e estupro “que eram raros no passado” só se explica pela decadência moral da nossa época, principalmente, por causa das TVs e dos filmes eróticos.

Hoje os jovens são incitados ao sexo ao máximo e, como consequência temos os estupros e bestialidades.

Quando falamos dos pecados contra a castidade, que ferem o 6º e 9º mandamentos, precisamos dizer que, muito pior e muito mais grave do que o pecado daquele que cai por fraqueza, é o daquele que “explora o sexo” comercialmente. Este, mais do que o primeiro, comete um pecado gravíssimo, já que pratica uma ação imoral, que destrói a dignidade da pessoa, de maneira premeditada, querida, calcando aos pés, por causa do amor ao dinheiro, o próprio templo do Espírito Santo, que é a pessoa.

Lamentavelmente, esses casos são muitos, e bradam justiça aos céus: motéis, exploração da prostituição, tele-sexo, “casas de massagens”, filmes eróticos, exploração acintosa do sexo na TV, revistas e propagandas eróticas, etc.

Aqueles que promovem tais coisas terão contas pesadas a acertar com Deus, pois fazem isto, não por fraqueza humana, mas por amor ao dinheiro.

A luta cristã contra a impureza exige que se fuja de toda ocasião de pecado. Sabemos que “a ocasião faz o ladrão”, e aquele que brinca com o perigo nele perece.

Especialmente o jovem que quer se manter puro e casto antes do casamento, terá que fugir de toda ocasião que possa excitar a paixão: livros, revistas, filmes eróticos, bem como, no namoro, toda ocasião que possa propiciar uma vivência sexual precoce.

O namoro não é o tempo de viver as carícias matrimoniais, pois elas são o prelúdio do ato sexual, que não deve ser realizado no namoro. O que precisa haver entre os namorados é carinho, não as carícias íntimas.

Além disso será preciso, para todos, solteiros e casados, o auxílio da graça de Deus; para os solteiros, a fim de que se não vivam o sexo antes do casamento; para os casados, a fim de serem fiéis um ao outro.

É grande a recompensa daquele que luta bravamente para manter a própria pureza. Jesus disse que esses são bem-aventurados (felizes) porque verão a Deus.

Um jovem casto é um jovem forte, cheio de energias para o descobrimento de sua vida profissional e moral. É na luta para manter a castidade que ele se prepara para ser fiel à sua esposa amanhã.

É por isso que Monsenhor Thiamer Toth disse no seu velho livro, “O Brilho da Castidade”, que se tivesse que dar uma medalha de ouro para um general que venceu uma batalha, ou para um jovem casto, a daria para este último.

A grandeza de um homem não se mede pelo poder que possui de dominar os outros, mas pela capacidade de dominar a si mesmo.
Esta sempre foi a coluna que manteve de pé as civilizações e os grandes homens, e hoje, também, precisa ser resgatada e preservada, sob pena de vermos perecer a nossa civilização.

Nossa humanidade hedonista, amante do prazer, a qualquer custo, ri da castidade e da virgindade, e por isso paga um preço caro pela devassidão dos costumes. Para reerguer esta sociedade será preciso resgatar esses valores que nunca envelhecem.

Vale a pena refletir um pouco no que dizia o Mahatma Gandhi, que libertou a Índia, e que não era cristão, mas amava Jesus:

“A castidade não é uma cultura de estufa… A castidade é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza necessária”.

Gandhi amou tanto a castidade que alterou até a sua vida conjugal.

“Sei por experiência que, enquanto considerei minha mulher carnalmente, não houve entre nós verdadeira compreensão. O nosso amor não atingiu o plano elevado… No momento em que disse adeus a uma vida de prazeres carnais, todas as nossas relações se tornaram espirituais”.

Embora este pensamento não esteja plenamente de acordo com a moral católica, no entanto, mostra o valor imenso da castidade para um homem que não era batizado. Ele ainda dizia:

“A vida sem castidade parece-me vazia e animalesca”.

“Um homem entregue aos prazeres perde o seu vigor, torna-se efeminado e vive cheio de medo. A mente daquele que segue as paixões baixas é incapaz de qualquer grande esforço”.

A castidade longe de ser uma prisão, ao contrário, abre cada vez mais as portas da verdadeira liberdade. Só compreende isto quem a vive.

Para haver a castidade nos nossos atos, é preciso que antes ela exista, em nossos pensamentos e palavras. Jamais será casto aquele que permitir que os seus pensamentos, olhos, ouvidos, vagueiem pelo mundo do erotismo. É por não observar esta regra que a maioria pensa ser impossível viver a castidade.

Gandhi valorizou até mesmo o celibato:

“Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto…”

“Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa”.

Finalmente é preciso dizer, que não basta dominar apenas um órgão dos sentidos, e deixar os demais livres. É preciso uma vigilância simultânea sobre todos os sentidos, a fim de que o nosso esforço não seja em vão.

Assim, para dominar o sexo, será preciso também dominar a gula; pois a liberação de um instinto provoca a liberação dos outros.

Prof. Felipe Aquino

Editora Cléofas

https://cleofas.com.br/

Papa pede à igreja em Portugal “particular atenção” aos mais atingidos pela crise

Conferência Episcopal Portuguesa em Visita
Ad Limina Apostolorum em 8 de janeiro de 2021

Nova Presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) foi recebida pela 1º vez pelo Papa Francisco no Vaticano.

Domingos Pinto - Lisboa

“O Papa Francisco acentuou que se deve prestar particular atenção às crianças, aos idosos e aos migrantes, os mais atingidos por esta crise. Salientou que se deve cuidar com toda a atenção da relação entre jovens e idosos, por estar em questão a ligação intrínseca entre a herança que os idosos transmitem e as raízes para as quais os mais jovens devem olhar”.

A preocupação é sublinhada numa nota divulgada no final da audiência que o Papa concedeu no passado dia 8 de janeiro no Vaticano à nova Presidência da Conferência Episcopal Portuguesa.

Uma delegação constituída pelo presidente e vice-presidente da Conferência Episcopal, respetivamente, D. José Ornelas e D. Virgílio Antunes, e pelo secretário e porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa.

O encontro abordou os “desafios” que a Covid-19 coloca à ação da Igreja Católica, tendo o Papa manifestado a sua “esperança” de que a pandemia “seja brevemente ultrapassada, com a convergência dos esforços de toda a humanidade”.

Os bispos manifestaram a disposição de “diálogo e respeito pelas orientações das autoridades governamentais e sanitárias”, nesta situação pandémica, e “na procura de respostas sociais em relação àqueles que são mais atingidos pela pandemia, os mais pobres e descartados”.

Já sobre a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a realizar em Lisboa em 2023, os prelados sublinharam que a preparação deste evento “está em andamento, tendo em conta evidentes atrasos, dada a situação atual”.

“O Santo Padre manifestou o seu entusiasmo por este acontecimento mundial de encontro com os jovens, mantendo a esperança de poder estar em Portugal em 2023”, lê-se na nota da CEP.

“Foi um excelente encontro fraterno em que tivemos a oportunidade de manifestar a comunhão e sintonia dos bispos portugueses para com o Santo Padre e a Igreja Universal. Exprimimos também o apreço do povo português pelo Papa Francisco e pelos temas que tem proposto à reflexão da Igreja e da sociedade”, refere a delegação portuguesa.

“O encontro terminou com o profundo reconhecimento do Santo Padre pelo relevante trabalho da Igreja em Portugal e com a Bênção Apostólica para a Igreja e todo o povo português”, conclui a nota.

A nova Presidência da CEP foi eleita a 16 de junho para o triénio 2020-2023, durante a 198ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

Vatican News

Papa Francisco: com a gratidão, transmitimos esperança ao mundo

Presbíteros

PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Biblioteca do Palácio Apostólico
Quarta-feira, 30 de dezembro de 2020 – última audiência geral de 2020

Catequese – 20. A oração de acção de graças
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje gostaria de meditar sobre a oração de ação de graças. Inspiro-me num episódio narrado pelo evangelista Lucas. Enquanto Jesus está a caminho, dez leprosos vão ao seu encontro e imploram: «Jesus, Mestre, tem piedade de nós!» (17, 13). Sabemos que para os doentes de lepra, o sofrimento físico era acompanhado de marginalização social e de marginalização religiosa. Eram marginalizados. Jesus não evita um encontro com eles. Muitas vezes vai além dos limites impostos pelas leis e toca o doente – que não se podia fazer – abraça-o, cura-o. Neste caso, não há contacto. À distância, Jesus convida-os a apresentar-se aos sacerdotes (v. 14), que, segundo a lei, estavam encarregados de certificar a cura. Jesus não diz mais nada. Ouviu o seu pedido, ouviu o seu grito de piedade, e envia-os imediatamente aos sacerdotes.

Aqueles dez confiam n’Ele, não permanecem lá até ao momento de serem curados, não: confiam e partem imediatamente, e enquanto caminham, os dez são curados. Então, os sacerdotes poderiam ter verificado a sua cura e readmiti-los na vida normal. Mas aqui está o ponto mais importante: daquele grupo, apenas um, antes de ir ter com os sacerdotes, volta para agradecer a Jesus e louvar a Deus pela graça recebida. Só um, os outros nove continuam o caminho. E Jesus observa que aquele homem era samaritano, uma espécie de “herege” para os judeus daquela época. Jesus comenta: «Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» (17, 18). A narração é comovedora!

Esta narração, por assim dizer, divide o mundo em dois: os que não agradecem e os que o fazem; os que tomam tudo como se lhes fosse devido, e os que aceitam tudo como dom, como graça. O Catecismo escreve: «Qualquer acontecimento e qualquer necessidade podem transformar-se em oferenda de ação de graças» (n. 2638). A oração de ação de graças começa sempre a partir do reconhecer-se precedidos pela graça. Fomos pensados antes que aprendêssemos a pensar; fomos amados antes que aprendêssemos a amar; fomos desejados antes que brotasse um desejo no nosso coração. Se olharmos para a vida desta forma, então o “agradecimento” torna-se o motivo-guia dos nossos dias. Muitas vezes esquecemos até de dizer “obrigado”.

Para nós, cristãos, a ação de graças deu o nome ao Sacramento mais essencial que existe: a Eucaristia. Com efeito, a palavra grega significa exatamente isto: agradecimento. Como todos os crentes, os cristãos bendizem a Deus pelo dom da vida. Viver é, sobretudo, ter recebido a vida. Todos nós nascemos porque alguém desejou a vida para nós. E esta é apenas a primeira de uma longa série de dívidas que contraímos vivendo. Dívidas de gratidão. Na nossa existência, mais do que uma pessoa fitou-nos com um olhar puro, gratuitamente. Muitas vezes são educadores, catequistas, pessoas que desempenharam o seu papel além da medida exigida pelo dever. E eles fizeram surgir em nós a gratidão. A amizade é também um dom pelo qual devemos estar sempre gratos.

Este “obrigado”, que devemos pronunciar continuamente, este obrigado que o cristão partilha com todos, dilata-se no encontro com Jesus. Os Evangelhos atestam que a passagem de Jesus suscitava frequentemente alegria e louvor a Deus naqueles que o encontravam. As histórias de Natal são povoadas de orantes, cujos corações foram alargados pela vinda do Salvador. E também nós fomos chamados a participar neste imenso júbilo. Isto também é sugerido pelo episódio dos dez leprosos que foram curados. Naturalmente, todos eles ficaram felizes por ter recuperado a saúde, podendo assim sair daquela interminável quarentena forçada que os excluía da comunidade. Mas entre eles havia um que acrescentou alegria à alegria: além da cura, regozijou-se por ter encontrado Jesus. Não só está livre do mal, mas agora também tem a certeza de ser amado. Este é o núcleo: quando agradeces, expressas a certeza de seres amado. Este é um passo grande: ter a certeza de ser amado. É a descoberta do amor como a força que governa o mundo. Dante disse: o Amor «que move o sol e as outras estrelas» (Paraíso, XXXIII, 145). Já não somos viajantes que vagueiam por aqui e por ali, não: temos uma casa, habitamos em Cristo, e desta “morada” contemplamos o resto do mundo, e parece-nos infinitamente mais bonito. Somos filhos do amor, somos irmãos do amor. Somos homens e mulheres de graça.

Portanto, irmãos e irmãs, procuremos estar sempre na alegria do encontro com Jesus. Cultivemos a alegria. O diabo, ao contrário, depois de nos ter enganado – com qualquer tentação – deixa-nos sempre tristes e sozinhos. Se estivermos em Cristo, nenhum pecado nem ameaça nos pode impedir de continuar o nosso percurso com alegria, com os nossos numerosos companheiros de caminho.

Acima de tudo, não deixemos de agradecer: se formos portadores de gratidão, o mundo também se tornará melhor, talvez só um pouco, mas é suficiente para lhe transmitir um pouco de esperança. O mundo precisa de esperança e com a gratidão, com esta atitude de dizer obrigado, transmitimos um pouco de esperança. Tudo está unido, tudo está interligado, e cada um pode desempenhar a sua parte onde quer que esteja. O caminho para a felicidade é aquele que São Paulo descreveu no final de uma das suas cartas: «Orai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, pois a respeito de vós esta é a vontade de Deus, em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito!» (1 Ts 5, 17-19). Não extingais o Espírito, bom programa de vida! Não extinguir o Espírito que temos dentro leva-nos à gratidão.

Saudações:

Queridos irmãos e irmãs, no último domingo celebramos a Festa da Sagrada Família. Aprendamos de São José e da Virgem Maria, que cuidaram com tanto amor do Menino Jesus, a amar sempre mais aqueles que Deus nos confiou. Abençoo-vos de coração, desejando-vos um sereno e feliz Ano Novo!


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O Papa: os ministérios do Leitorado e Acolitado abertos às mulheres

Santa Missa com o Papa Francisco

Francisco muda o Código de Direito Canônico tornando institucional o que já acontece na prática: o acesso das mulheres leigas ao serviço da Palavra e do altar. A escolha do Pontífice explicada em uma carta ao Cardeal Luis Ladaria, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

VATICAN NEWS

O Papa Francisco estabeleceu com um motu próprio que os ministérios do Leitorado e do Acolitado sejam de agora em diante também abertos às mulheres, de forma estável e institucionalizada, com um mandato especial. As mulheres que leem a Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas ou que servem no altar, como ministrantes ou como dispensadoras da Eucaristia, certamente não são uma novidade: em muitas comunidades ao redor do mundo são atualmente uma prática autorizada pelos bispos. Até agora, porém, tudo isso ocorria sem um verdadeiro e próprio mandato institucional, em derrogação ao que foi estabelecido por São Paulo VI, que em 1972, ao abolir as chamadas "ordens menores", decidira manter o acesso a esses ministérios reservado apenas ao sexo masculino porque os considerava preparatórios para o eventual acesso à ordem sagrada. Agora o Papa Francisco, seguindo a rota do discernimento que emergiu nos últimos Sínodos dos Bispos, quis oficializar e institucionalizar esta presença feminina no altar.

Com o motu próprio "Spiritus Domini", que modifica o primeiro parágrafo do cânon 230 do Código de Direito Canônico que é publicado hoje, o Pontífice estabelece, portanto, que as mulheres podem ter acesso a esses ministérios e que a elas sejam atribuídos também através de um ato litúrgico que as institucionalize.

Francisco especifica que desejou aceitar as recomendações que surgiram das várias assembleias sinodais, escrevendo que "nos últimos anos foi alcançado um desenvolvimento doutrinário que destacou que certos ministérios instituídos pela Igreja têm como fundamento a condição comum de batizados e o sacerdócio real recebido no sacramento do batismo". Portanto, o Papa nos convida a reconhecer que estes são ministérios leigos "essencialmente distintos do ministério ordenado que é recebido com o sacramento da Ordem".

A nova formulação do cânon diz: "Os leigos com idade e dons determinados por decreto da Conferência dos Bispos podem ser nomeados em caráter permanente, através do rito litúrgico estabelecido, para os ministérios de leitores e acólitos ". Portanto é abolida a especificação "do sexo masculino" referente aos leigos e presente no texto do Código até a emenda de hoje.

O motu próprio é acompanhado por uma carta dirigida ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luis Ladaria, na qual Francisco explica as razões teológicas de sua escolha. O Papa escreve que "no horizonte de renovação traçado pelo Concílio Vaticano II, há hoje uma urgência cada vez maior em redescobrir a corresponsabilidade de todos os batizados na Igreja, e em particular a missão dos leigos”. E citando o documento final do Sínodo para a Amazônia, observa que "para toda a Igreja, na variedade de situações, é urgente que os ministérios sejam promovidos e conferidos a homens e mulheres.... É a Igreja dos batizados que devemos consolidar, promovendo a ministerialidade e, sobretudo, a consciência da dignidade batismal".

Francisco, em sua carta ao cardeal, depois de recordar com as palavras de São João Paulo II que "com relação aos ministérios ordenados, a Igreja não tem de forma alguma a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres", acrescenta que "para ministérios não ordenados é possível, e hoje parece oportuno, superar esta reserva". O Papa explica que "oferecer aos leigos de ambos os sexos a possibilidade de acesso ao ministério do Acolitado e do Leitorado, em virtude de sua participação no sacerdócio batismal, aumentará o reconhecimento, também através de um ato litúrgico (instituição), da preciosa contribuição que durante muito tempo muitos leigos, inclusive mulheres, oferecem à vida e à missão da Igreja". E conclui que "a escolha de conferir também às mulheres estes cargos, que envolvem estabilidade, reconhecimento público e um mandato do bispo, torna mais eficaz na Igreja a participação de todos na obra de evangelização".

Esta medida é a conclusão de um aprofundamento da reflexão teológica sobre estes ministérios. A teologia pós-conciliar redescobriu, de fato, a relevância do Leitorado e do Acolitado, não somente em relação ao sacerdócio ordenado, mas também e sobretudo em referência ao sacerdócio batismal. Estes ministérios fazem parte da dinâmica de colaboração recíproca que existe entre os dois sacerdócios, e têm destacado cada vez mais seu caráter particularmente "laico", ligado ao exercício do sacerdócio que pertence a todos os batizados como tais.

Vatican News

Hoje é celebrado São Tomás de Cori, sacerdote franciscano

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 11 jan. 21 / 05:00 am (ACI).- São Tomás de Cori foi um sacerdote italiano da ordem franciscana conhecido por seu estilo claro e simples de pregar. Passou a maior parte de sua vida religiosa dedicado à oração, centrada na celebração e contemplação da Eucaristia.

Em sua Missa de canonização, São João Paulo II se referiu a ele da seguinte forma: “foi imagem viva do Bom Pastor. Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano”.

Nasceu em Cori, Itália, em 4 de junho de 1655. Aos 14 anos, ficou órfão e sob os cuidados de suas duas irmãs.

Quando conseguiu um modo de vida decoroso para as duas, ingressou na ordem franciscana aos 22 anos. Tomou o hábito como clérigo em 7 de fevereiro de 1677, sob o nome Tomás, e fez sua profissão no ano seguinte, em 8 de fevereiro.

Após a profissão e finalizados os estudos de Teologia, foi ordenado sacerdote em 1683. Foi nomeado imediatamente vice-mestre de noviços no convento da Santíssima Trindade, de Orvieto.

Seu nome está ligado principalmente aos retiros na Ordem Franciscana. As Constituições atuais desses retiros, escritos por ele, lhe custaram vinte anos de estudo, oração e sacrifícios.

Sua fama de santidade fez com que muitos religiosos e cristãos leigos fossem lhe pedir conselhos. Sua pregação era de uma clareza e simplicidade que comovia os corações daqueles que iam escutá-lo e se viam impulsionados a se reconciliar com Deus e a viver a fé intensamente.

Fez muitos milagres durante sua vida, teve o dom da profecia, frequentes êxtases, aparições do Senhor, da Virgem e de São Francisco de Assis. Lia claramente o coração dos que recorriam a ele.

Morreu depois de uma longa jornada no confessionário, em 11 de janeiro de 1729. Foi canonizado por São João Paulo II em 21 de novembro de 1999.

ACI Digital

Santo Higino

S. Higino | Vatican News

No elenco dos doze primeiros bispos de Roma feito por Santo Ireneu, no fim do século segundo, Higino é o nono. Sua memória, porém, só foi introduzida no século XII. Por essa razão o novo calendário deixou-o fora. É um Santo muito querido pelo povo. Sua existência está fora de qualquer contestação. Sofreu o martírio na perseguição desencadeada pelo imperador Antonino Pio (ano 140). O Liber Pontificalis e o Martirológio Romano afirma que também Higino sofreu o martírio no dia 11 de janeiro (140), durante a perseguição de Antonino Pio, foi sepultado junto ao corpo de São Pedro no Vaticano. Alguns estudiosos discordam que ele tenha sido mártir, mas que foi santo por outros méritos. Durante seu breve pontificado (136-140), os ataques dos pagãos haviam diminuído e a Igreja se viu ameaçada pela proliferação de seitas heréticas. Valentim e Cerdon ousaram enfrentar Roma espalhando a heresia do gnosticismo, mistura de doutrinas e práticas religiosas com filosofia e mistérios, cujo princípio fundamental é este: há uma fé comum que é suficiente aos incultos, mas existe uma ciência reservada aos doutos que oferece uma explicação filosófica da fé comum. Os dois hereges foram excomungados pelo Papa Higino, chamado filósofo de origem ateniense.

Portanto, um filósofo dirigia a barca de Pedro no momento certo quando a perniciosa heresia gnóstica tendia a absorver a Revelação Divina, transformando-a em uma simples filosofia religiosa. Higino se esmerou assim na preservação da integridade do ensinamento evangélico. Tomando como exemplo o poderoso Imperador Adriana, mexeu nas estruturas hierárquicas, instituiu as Ordens menores para melhorar o serviço da Igreja e preparação ao sacerdócio. Parece que se deve a ele a instituição de padrinhos no batismo.

Outros Santos do mesmo dia: São Teodósio Cenobiarca, São Sálvio, São Tomás de Cori e Santa Honorata, Beato Guilherme Cater e Beato Francisco Rogaczewiski


Editora Cléofas

domingo, 10 de janeiro de 2021

As necessárias vacinas e a solidariedade

Image Point Fr | Shutterstock
por Francisco Borba Ribeiro Neto

Nota vaticana esclarece que as pessoas não podem ser obrigadas a se vacinar. Contudo, deve-se levar em consideração a exigência superior do bem comum.

A população brasileira, nessa passagem de ano, está indo da euforia à apreensão com a vacinação contra a Covid-19. Não bastasse as dúvidas sobre a eficácia e mesmo sobre os riscos das diferentes vacinas (em grande parte oriundas de fake news e alarmismos infundados, que já abordamos em outro artigo), agora temos também a dúvida sobre sua disponibilidade para a população. Primeiro, o problema parecia ser burocrático, de lentidão de aprovação pela agência reguladora nacional, a Anvisa, depois vieram as dúvidas sobre a viabilidade de distribuição de algumas marcas que precisam ser armazenadas a baixas temperaturas, a falta de seringas e até a proibição de exportações por parte de países onde as vacinas estão sendo produzidas. Tudo isso no meio de bate-bocas entre políticos, disputas de egos e batalhas comerciais.

A Nota sobre a moralidade do uso de algumas vacinas anticovid-19

Em meio a tudo isso, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou uma Nota sobre a moralidade do uso das vacinas, já apresentada em outros artigos da Aleteia. Em síntese, o documento esclarece que o fato de algumas vacinas terem sido desenvolvidas com experimentos que usavam células humanas, obtidas, vários anos atrás, a partir de abortos provocados, não implica em cooperação para com o aumento de abortos. Em outras palavras, não haverá mais abortos, no presente, porque as pessoas estão usando vacinas que, ao serem criadas em laboratório, empregaram essas células. Importante frisar que o material advindo dos abortos não é diretamente empregado na produção da vacina.

Além disso, a Nota esclarece que as pessoas não podem ser obrigadas a se vacinar. Contudo, deve-se levar em consideração a exigência superior do bem comum. Uma pessoa não deve por em risco toda a sua comunidade e, por isso, a Nota indica que aqueles que não se vacinarem devem ter cuidado redobrado para não se tornarem transmissores da Covid-19.

Uma questão de tempo

O início das campanhas de vacinação não nos livrará da necessidade de usarmos máscaras e manter o distanciamento social. A vacina protege a pessoa, que uma vez infectada pelo vírus conseguirá resistir, mas não impede que ela carregue esses vírus por certo tempo, podendo transmiti-lo para as demais. Somente quando grande parte da população estiver vacinada teremos a tão falada “imunidade de rebanho”, isso é, o vírus terá muito pouca possibilidade de encontrar pessoas suscetíveis à doença e não teremos mais surtos epidêmicos (as famosas “ondas” da doença).

Para chegarmos a esse nível de imunização da população, será necessário tempo. Particularmente num país de grandes proporções e muito populoso, como o Brasil, o fator tempo é ainda mais crítico. Não é só uma questão de vontade política ou de competência técnica, as dificuldades de logística e investimento financeiro são objetivas. Além disso, dependeremos não só de produção nacional, mas também de importações, um fator complicador a mais.

Evidentemente, consideradas todas essas dificuldades, quanto menos politicagem, mais competência e maior volume de recursos investidos, menos tempo será necessário para alcançarmos um grau satisfatório de imunização da população.

A solidariedade continua necessária

Sendo assim, a vacinação não nos desobriga da solidariedade. Em primeiro lugar, continuando a seguir as regras de distanciamento social e a usar máscaras (ainda com mais rigor se somos do grupo que não quer se vacinar). Mas não só isso…

Enquanto a vacinação não é acessível para toda a população, temos que batalhar para que ela esteja disponível para aqueles que enfrentam mais riscos por sua ocupação. Profissionais da saúde, professores e mesmo trabalhadores que têm muitos contatos interpessoais (como entregadores, motoristas de ônibus, garçons, etc.) terão que ter uma prioridade em relação àqueles que podem trabalhar em suas casas. Seguindo a mesma lógica, se houverem vacinas com graus diferentes de eficiência, é justo dar as vacinas mais eficientes àqueles que correm mais riscos. Idosos, indígenas e populações confinadas, como os presos, também tem direito a atendimento prioritário (e isso pode ser muito questionado, pelos que tem uma posição anticristã, particularmente em relação aos presidiários).

A comercialização também pode levar a uma corrida pelas vacinas e, caso seu preço seja definido pelas leis de oferta e procura, os ricos acabarão tendo acesso à vacinação em detrimento dos pobres, independentemente dos interesses do bem comum. Isso não implica que particulares não possam fazer a distribuição da vacina, mas devem ser criadas normas que garantam o acesso de todos à vacinação.

O Estado tem um papel em todo esse processo, mas os cidadãos também têm sua contribuição a dar. Quanto mais reconhecermos e defendermos que as regras de distribuição das vacinas devem levar em conta o bem comum e atender àqueles que estão em maior risco ou são mais suscetíveis à doença, mais facilmente esses critérios serão adotados pelos governantes.

Aleteia

PORQUE JESUS FOI BATIZADO?

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Wikipédia


Concluímos o tempo do Natal com a comemoração do Batismo do Senhor. Iniciamos agora o tempo da vida publica, ou seja, da pregação do Evangelho.

Jesus quis ser batizado pelo seu precursor João Batista nas águas do rio Jordão. Ele se apresenta não somente como obediente ao Pai do Céu mas modelo para todos os que receberem a sua Palavra e se tornarem filhos de Deus pelo batismo.

Diz o evangelho de Marcos 1, 7-11: “João pregava, dizendo: Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo. Naqueles dias veio Jesus de Nazaré na Galiléia e foi batizado por João no rio Jordão.”

Com o seu imergir-se na água do Jordão, e com o seu sair da água, Jesus prefigurou a sua morte e a sua ressurreição. De fato, Jesus, o “sem pecado” por excelência, com esse rito penitencial de purificação, aceitou o tomar sobre si os nossos pecados, e nos precedeu no caminho da purificação e da renovação.

Cristo foi batizado, não para ser santificado pelas águas, mas para santificá-las a fim de se tornarem purificadoras na força do Espírito Santo. Cristo nos precede em seu batismo, para que os povos cristãos sigam confiantemente o seu exemplo.

Quanto a nós, a comemoração de hoje nos leva a pensar sobre o nosso batismo: um dia da nossa história pessoal, em alguma igreja, nas águas de uma pia batismal nos tornamos filhos de Deus. E nossos pais e padrinhos assumiram o empenho de nossa vida cristã.

Esta é uma descrição do batismo de Cristo, feita com pobres palavras humanas. Na realidade estamos diante do mistério de Deus. Mas o mistério vive também em nós, porque com o batismo seguimos o mesmo itinerário espiritual percorrido por Cristo. Com o nosso batismo também nós fomos solicitados a morrer ao pecado, e a ressurgir para uma vida nova em Cristo, a vida da graça. Com o batismo, Jesus nos considera seus irmãos, libertados do pecado ao preço de seu sangue, e o Pai celeste  nos faz seus filhos.

Tudo isso diz ao cristão o próprio batismo, iluminado pelo batismo de Jesus. Mas nem todos se sentem de aceitar o batismo como empenhativo. Muitos de fato o recusam ou não tomam conhecimento do seu sentido, ou o entendem mal.

Para começar, muitos hoje no mundo recusam reconhecer em Jesus Cristo o Filho de Deus. Vêem em Jesus um homem maravilhoso, excepcional, porém um simples homem, como existem tantos.

Houve a moda de Mao, e o mundo conta ainda aqui e ali com maoístas, netos de Mao. Depois o vulto de Che Guevara decorou camisetas de jovens. Também Gandhi teve a sua hora de celebridade. Mao, Che, Gandhi, todas figuras de grande prestígio, capazes de entusiasmar, mas simples homens e nada mais.

Agora, não para poucos batizados, meio-cristãos ou ex-cristãos, Jesus é reduzido a dimensões humanas. Não é o Jesus do Evangelho, o Filho de Deus, aquele de quem o Pai disse: “Tu és meu Filho muito amado!”, assumindo a paternidade de Jesus também enquanto homem, e por conseguinte  de toda a humanidade.

O Evangelho nos revela que Jesus não é um personagem do passado para ser admirado, mas Jesus é o Verbo eterno, encarnado, para ser adorado e amado, o amigo com quem se instaura o diálogo de coração aberto, o que se chama rezar. Com quem se empenha por toda a vida.

Há outro ensinamento a receber do Evangelho de hoje. Nós cristãos corremos de fato o risco de fazer de Jesus uma bela imagem macia, suave e contornável, irreal e consoladora. Quase um desafogo para nossas devoções sentimentais e privadas. E realmente não é. O Cristo chegou à vitória sobre a morte, à ressurreição e à vida, de maneira dolorosa, através da luta contra o mal, o pecado.

É este o sentido do seu batismo, do seu emergir da água. É este também o sentido do nosso tornar-nos cristãos. Isto é uma clara consciência diante das asperezas da vida, da dor, da morte física.

Quando se leva uma criança à fonte batismal, facilmente só consideramos a sua ternura, os enfeites, a mesa de salgadinhos e bolo. Está bem, isso é bom. Mas peçamos ao Senhor queira dar um dia a essa criança a força de viver como cristão, de lutar contra o mal, de fazer vencer na sua consciência sempre o bem.

CNBB

México: 7 padres morrem de covid em 2 semanas, 14 bispos estão infectados

Guadium Press

Cidade do México (09/01/2021, 141:00, Gaudium Press) O 14º relatório do “Centro Multimídia Católico” do México, organismo que há meses vem monitorando o impacto causado pela pandemia do coronavírus dentro do clero católico do país informou que o número oficial de mortos vítimas da Covid-19 na Igreja do México aumentou para 4 bispos, 135 sacerdotes e religiosos, 8 diáconos e 5 religiosas, num total de 152 pessoas.

A atualização do relatório se refere ao período de 15 a 31 de dezembro de 2020, durante o qual morreram sete sacerdotes. Entre estes, o mais conhecido é o padre Pedro Pantoja Arreola, fundador da Casa do Migrante na Diocese de Saltillo (Coahuila) e constantemente comprometido, em seu ministério, em favor dos mais marginalizados.

Irresponsabilidade comunitária durante as festividades, celebrações e atividades econômicas do último período

O Centro Multimídia Católico adverte que este último período não houve novas mortes de bispos, mas houve novas infecções e o bispo auxiliar da Arquidiocese de Cidade do México, dom Francisco Daniel Rivera Sánchez, encontra-se em graves condições de saúde.

Ao todo, 14 bispos foram infectados até agora, com quatro mortes.

O Centro Multimídia Católico adverte que este último período foi dramático para o clero e para todo o país, que se encontra no meio da segunda onda de pandemia, mas também devido à “irresponsabilidade comunitária durante as festividades, celebrações e atividades econômicas do último período”.

Na maioria dos casos, as Unidades de Terapia Intensiva  (UTI) nos hospitais estão lotadas. O relatório ressalta que, no que diz respeito aos números fornecidos, certamente há muitos casos de homens e mulheres religiosos que não foram relatados.

58% das dioceses mexicanas já registram perdas

As mortes de sacerdotes e religiosos foram registradas em 58% das dioceses mexicanas; a mais afetada, com 15 mortes no total, é a Arquidiocese de Puebla.
Cidade do México, Morelia e San Luis Potosí seguem com 7, Guadalajara com 6 mortes – 3 das quais nas últimas semanas. (JSG)

(Com informações Sir)

https://gaudiumpress.org/

Pandemia de Covid-19 reduz em 75% número de peregrinos no Santuário de Aparecida

Missa na Basílica de Aparecida em 12 de outubro de 2020.
Foto: Thiago Leon / Santuário de Aparecida

APARECIDA, 08 jan. 21 / 01:19 pm (ACI).- O Santuário Nacional de Aparecida registrou uma queda de 75% no número de visitantes ao templo em 2020 em comparação com o ano anterior, devido à pandemia de Covid-19.

Segundo um balanço divulgado pelo Santuário, em 2020, foram registrados 3.371.127 devotos que visitaram a Casa da Mãe Aparecida, enquanto em 2019, este número foi de 11.963.635 visitantes.

De acordo com o mesmo balanço, para se ter ideia do impacto causado pela pandemia, de 1º de janeiro de 2020 a 14 de março do mesmo ano, 1.546.322 devotos passaram pelo Santuário. A partir da data, com a suspensão da participação dos fiéis nas Missas do Santuário como forma de prevenção ao novo coronavírus, os números de visitação caíram.

De 15 de março a 31 de dezembro de 2020, foi registrada a presença de 1.824.805 peregrinos, número próximo à marca alcançada nos dois primeiros meses do ano.

As celebrações com a participação dos fiéis foram retomadas em 28 de julho, mas com medidas e restrições a fim de evitar a aglomerações e contágios por coronavírus. Nesse sentido, o Santuário limitou a quantidade de fiéis dentro do templo, para se manter o devido distanciamento, ampliou o número de missas, realizou algumas celebrações campais e também no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida.

Conforme indicou o Santuário Nacional, outro dado que chamou atenção foi a diminuição de público em datas tradicionalmente com grande movimentação, entre as quais, o dia da Padroeira, 12 de outubro, que em 2020 registrou a presença de 30 mil fiéis, frente aos 160 mil de 2019.

A movimentação na festividade de 2020, conforme assinalou, foi a mesma do começo da década de 1970, quando as comemorações de outubro atraíam um número menor de peregrinos.

Também em relação à movimentação anual registrada em 2020, pode-se compará-la aos registros do século passado. Segundo o Santuário, números como este foram alcançados na década de 1960 e no início de 1970.

Na Visita Apostólica de São João Paulo II, em 4 de julho de 1980, Aparecida já acolhia mais de 5 milhões de peregrinos por ano. A partir de então, o crescimento passou a ser maior todos os anos, alcançando em 2010 a marca de 10 milhões de visitantes.

Além disso, desde 2014, a visitação anual registrada na Basílica de Aparecida era aproximadamente igual ou superior aos 12 milhões.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF