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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Padre fala sobre evangelizar uma "cultura milenar" em Hong Kong

Padre José Buzzo, uruguaio que mora em Hong Kong desde 2014 e é vigário
regional da prelazia do Opus Dei na Ásia Oriental | ACI Digital

HONG KONG, 31 jan. 22 / 10:50 am (ACI).- Padre José Buzzo, uruguaio que mora em Hong Kong desde 2014 e é vigário regional da prelazia do Opus Dei na Ásia Oriental, falou sobre sua experiência de como a Igreja Católica evangeliza em uma cultura milenar.

Hong Kong tem uma população de aproximadamente 7,48 milhões de habitantes. Destes, cerca de 400 mil pessoas se declaram católicas.

“É um privilégio poder ver com os próprios olhos como a semente do Evangelho se enraíza em culturas tão distantes da nossa experiência”, mas é também um desafio “comunicar a mensagem segundo os modos e linguagem próprios destes lugares. São culturas antigas”, disse o padre Buzzo em entrevista ao jornal “Entre Todos da arquidiocese de Montevidéu, Uruguai.

O padre expressou sua alegria ao ver que o "trabalho modesto" que realizam "se complementa muito bem com o trabalho das dioceses".

“Nessas terras, as dioceses dedicam suas melhores energias ao cuidado pastoral dos fiéis. Principalmente ao catecumenato. Em Hong Kong, cerca de 3 mil adultos e 3 mil bebês são batizados a cada ano.”

Os padres dedicam "horas abundantes" à confissão e direção espiritual. “Oferecemos formação espiritual aos fiéis que a desejam, fomentando o desejo de santidade na vida cotidiana, que é o carisma do Opus Dei”.

“Algumas dioceses passam por um tempo de escassez de vocações sacerdotais e os párocos têm dificuldades de conseguir tempo para este acompanhamento. Por sua vez, nós não seríamos capazes de nos encarregar de uma paróquia”, explicou o padre Buzzo.

Mesmo assim, “Deus fomenta as vocações, não só para a Obra. Vários rapazes foram para o seminário diocesano. E há poucos dias uma moça que acompanho espiritualmente me escreveu para compartilhar sua alegria: ela decidiu entrar em um instituto de vida consagrada”, afirmou o padre.

Padre Buzzo destacou a "hospitalidade própria dos orientais" e disse que a fé é vivida "substancialmente da mesma maneira em todos os lugares" com "uma consideração especial pelo ritual ou pragmatismo próprios dessas culturas".

“Vivem com a consciência de ser minoria e o comunitário é importante. Há uma variedade de iniciativas católicas caritativas e educacionais (cerca de 300 escolas). Mas cada um desses locais responde de maneira diferente à mensagem cristã”, acrescentou.

“Em Taiwan, os católicos não chegam a 1%, as pessoas são muito, muito amáveis, mas há um importante apego às tradições ancestrais chinesas. Acho que na China continental há uma maior abertura. Em Hong Kong e Macau, por razões históricas, houve uma maior exposição ao cristianismo e os católicos são mais de 5%. Na Coreia do Sul, a presença católica cresceu muito nestes anos e está em torno de 15%”, disse.

O padre Buzzo falou sobre a importância da “criatividade da caridade. Os católicos se mobilizaram para ajudar os mais desfavorecidos durante a emergência sanitária”.

“Hong Kong tem, proporcionalmente, a maior Caritas do mundo: os fiéis são generosos e muitas iniciativas foram desenvolvidas, também para a pandemia”, assegurou.

Algumas pessoas da prelazia, presentes nos bairros mais desfavorecidos, conseguiram doações de máscaras para as famílias mais necessitadas das escolas diocesanas de Hong Kong.

“Lembro que uma doação de quatro mil máscaras reutilizáveis ​​foi para as dezessete escolas de educação infantil da diocese de Hong Kong. Mas as máscaras eram grandes demais para crianças daquelas idades. Assim, surgiu a ideia de que cada criança deveria identificar entre sua família ou vizinhos, quem estava mais necessitado e dar-lhe o que recebeu. Desta forma, desde cedo, se cultivava neles a alegria de dar”, disse o padre Buzzo.

Apesar de viver sete anos na Ásia, o padre conta que se sente como "recém-chegado" porque todos os dias se surpreende pelos gestos e pela forma de viver o Evangelho.

“Naquela região quase não há preconceito contra a Igreja ou as instituições católicas. As pessoas estão dispostas a aprender mais sobre nossa fé.” “Ser cristão não é um código de conduta ou uma filosofia, mas um encontro pessoal com Jesus Cristo que me muda por dentro”, concluiu o padre.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Mianmar. Cardeal Bo: chega de armas, ajudem-nos a reconstruir a paz

Cardeal Charles Bo, Arcebispo de Yangon em Mianmar

No primeiro aniversário do golpe militar em Mianmar, 1º de fevereiro, o Cardeal Charles Bo expressa os sentimentos do povo e da Igreja, ao mesmo tempo em que lança um apelo à junta militar e à comunidade internacional.

Robin Gomes

No primeiro aniversário do golpe de Estado militar em Mianmar (01/02), os bispos católicos do país reiteram sua proximidade com o povo sofredor, exortando a Igreja e os cristãos a serem "o curador ferido" e "um instrumento de paz".  "Sentimos a sua dor, o seu sofrimento, a sua fome; compreendemos a sua desilusão; compreendemos a sua resistência", disse o Arcebispo de Yangon em Mianmar, cardeal Charles Bo, em uma mensagem enviada ao Vaticano News em vista do aniversário do golpe. "Mas para aqueles que acreditam apenas na resistência violenta dizemos: 'Existem outros meios'", disse o cardeal, que também é presidente da Conferência dos Bispos Católicos do país (CBCM).

O golpe

Com o golpe militar de Estado de 1° de fevereiro de 2021, o exército de Mianmar, liderado pelo general Min Aung Hlaing, depôs o governo eleito da Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi, prendendo-a junto com outros líderes eleitos. O golpe provocou protestos e greves exigindo a libertação da líder e a restauração do processo democrático. As forças de segurança da junta militar responderam com violentas represálias contra os opositores ao golpe, causando a morte de quase 1.500 manifestantes e prendendo mais de 11.700 pessoas. O golpe de Estado marcou o fim de 10 anos de reformas visando um governo democrático, após quase cinco décadas de duro governo militar.

Via-Sacra prolongada

O Cardeal Bo, que fez inúmeros apelos para um retorno pacífico ao governo civil e ao respeito aos direitos humanos e à liberdade, expressou profunda preocupação com a situação desesperada do povo. Ele descreveu o sofrimento humano sob domínio militar como uma "prolongada via-sacra, onde o Jardim do Éden se torna o Monte Calvário". De acordo com as últimas estimativas do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), acredita-se que os motins de Mianmar mergulharam quase metade dos 54 milhões de pessoas do país na pobreza, acabando com os notáveis ganhos obtidos desde 2005. Estima-se que 14 dos 15 estados e regiões já ultrapassaram o limite crítico de desnutrição aguda. O Cardeal Bo, que também é presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC), descreveu a situação atual como um momento de "caos, confusão, conflito e agonia humana em perigoso crescimento". As pessoas estão vivendo em um clima de medo, ansiedade e fome: "Toda a Mianmar é uma zona de guerra", esclareceu.

Um conflito cada vez maior

O cardeal de 73 anos disse que os bispos continuam a acompanhar seu povo, "apoiando o acesso à ajuda humanitária e exortando todas as partes a trilhar um caminho de paz e reconciliação". A ofensiva militar contra os manifestantes reacendeu velhos conflitos entre os grupos rebeldes armados do país, especialmente nas regiões predominantemente cristãs habitadas pelas etnias Kachim, Chi, Karen e Kayah. Vários grupos independentes de resistência civil também surgiram em autodefesa contra as atrocidades da junta militar.

Cristãos na mira

Entre as regiões mais afetadas pelo conflito armado estão Chin, Kayah e Estados de Karen. As igrejas que ofereceram abrigo aos refugiados que fogem dos confrontos entre o exército e grupos armados estão sendo alvo, atacadas e bombardeadas pelos militares. Sacerdotes e pastores foram presos, enquanto muitos civis desarmados, inclusive cristãos, foram mortos. O conflito entre o exército e os grupos armados levou a um grande número de pessoas deslocadas no país e além de suas fronteiras. Alguns especialistas da ONU expressaram o temor de que o país pudesse entrar em uma guerra civil em plena expansão, com consequências ainda mais dramáticas. O Cardeal Bo deplorou os ataques aos lugares de culto, nos quais pessoas que procuravam refúgio eram mortas. Em particular, foi denunciado pela CBCM o massacre de pelo menos 35 civis, incluindo quatro crianças e alguns agentes humanitários, que foram mortos ou queimados vivos na véspera de Natal na aldeia de Mo Son, Estado de Keyah.

Curadores e pacificadores

Observando que os cristãos "sofreram muito" por causa do golpe, o Cardeal Bo expressou a proximidade da Igreja a eles nesta "via-sacra". "Mas como Igreja e como cristãos seguimos as orientações do Papa Francisco", disse o cardeal. "Tornemo-nos o curador ferido, sejamos um instrumento de paz; acendamos a luz da esperança no meio da escuridão frustrante"!

Para a junta militar - respeitar a liberdade e os direitos

Dirigindo-se aos líderes militares, o presidente dos bispos de Mianmar assegurou-lhes que a Igreja está comprometida com o bem maior do povo e com a resolução pacífica de todas as questões. "Temos apelado constantemente ao diálogo, à libertação dos detentos, a uma maior liberdade de expressão e ao respeito pelos direitos fundamentais de todos", explicou o cardeal, pedindo urgentemente que o acesso humanitário seja garantido para milhões de pessoas afetadas.

Não esqueçam de Mianmar

Por fim o cardeal Charles Bo lamentou que após "um período inicial de interesse, Mianmar parece ter desaparecido do radar do mundo". Ele exortou a comunidade internacional a não esquecer Mianmar e ajudar o país em sua luta pela paz. Isto pode ser feito, explicou, pondo fim ao fornecimento de armas e garantindo maior acesso humanitário aos necessitados.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Veridiana

Sta. Veridiana | arquisp
01 de fevereiro

Santa Veridiana

Santa Veridiana eremita beneditina do ramo valumbrosano (†1242).

Essa santa com nome tão belo é muito conhecida na região da Toscana. Nascida em Castelfiorentino, durante alguns anos foi governanta na casa de uma rica família, mas logo sentiu o chamado para a solidão.

Após uma peregrinação ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha, aos 30 anos, permaneceu reclusa numa pequena cela, contígua ao oratório do abade santo Antão, onde viveu totalmente isolada, ao longo de 34 anos.

Seu único contato com o mundo exterior consistia numa pequena abertura na parede, por onde recebia pão e água. Tudo quanto recebia da caridade de seus compatriotas, distribuía aos pobres. O próprio são Francisco de Assis esteve entre os que a visitaram, em 1221.

Além dos incômodos da ermida (ela dormia sobre a terra nua), acrescentou-se a indesejável presença de duas serpentes, que ela não enxotou, as quais aparecem nas figuras que representam a santa, a fim de simbolizar sua vida de penitente.

Ao morrer, foi sepultada em sua pequena cela (transformada em capela) e depois transferida para a igreja construída em sua honra, onde se erguia o oratório de santo Antão. Mais tarde, seus despojos foram trasladados para a igreja anexa ao colégio dos santos Lourenço e Leonardo; por fim, em 1939, à igreja que leva seu nome. É venerada como padroeira da Toscana.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

FELIZES OS MANSOS E OS NÃO VIOLENTOS PORQUE POSSUÍRAM A TERRA

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Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

 No dia 30 de janeiro de 1948, Mohandas Karamchad Gandhi (Mahatma) era assassinado por um fanático indiano nos arredores de Nova Deli, quando se encaminhava para fazer sua reza noturna. Esta data é lembrada como Dia Mundial da Não Violência, pois esta concepção de luta pela paz que Ghandi chamava de Satyâgraha, propõe uma atitude de ação ativa não violenta que não revida, fere, ou agride verbalmente aos oponentes, foi divulgada e praticada com eficácia e pureza por este grandioso líder moral espiritual da humanidade.

Certo que houve antecedentes de experiências de firmeza permanente, de ações éticas e pacíficas não violentas, defendidas por Thoreau e Delani, posteriormente o pastor Martin Luther King, Lança Del Vasto, Tolstoi e no Brasil nosso querido Dom Helder Câmara, mas Ghandi aprofundou e sistematizou este caminho de resistência centrado na força da verdade e no altruísmo da causa a ser defendida. O Papa Francisco, em 2018, apresentou esta visão como um verdadeiro estilo político para a paz.

De fato, como afirmava o holandês Abraham Johannes Muste, pertencente a um Comitê Não Violento contra as Armas Nucleares: “Não existe caminho para a paz. A paz é o caminho!” A única forma de superar a letalidade da necropolítica, centrada na violência e no ódio, que gera a cultura do inimigo, que deve ser eliminado, consiste em trilhar o caminho do diálogo e da confiança, abrindo-nos para a resolução criativa e não violenta dos conflitos.

A não violência, longe de ser apenas uma técnica de negociação, ou uma estratégia de distensão, é uma espiritualidade que nos ancora e transparece a bondade, misericórdia e compaixão divinas. A espiral da violência, pelo contrário, conduz sempre a destruição e aniquilação dos rivais, seguindo a lei do Talião (dente por dente e olho por olho), afirma Ghandi, todos ficaremos banguelas e caolhos.

Por isso, o Papa São João Paulo II ensinava: “é necessário superar o antigo adágio romano: si vis pacem para bellum, pelo pensamento cristão se queres paz, prepara-te para a paz”. Um projeto de Nação precisa de ser alicerçado numa cultura e educação para a paz, que é sempre um caminho aberto, um construto que exige a vivência dos quatro pilares da Pacem in Terris de São João XXIII: o amor e a verdade, a justiça e a liberdade. Deus seja louvado!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Qual é a missão dos anjos?

Renata Sedmakova | Shutterstock
Por Prof. Felipe Aquino

A Sagrada Escritura diz que quando Deus introduziu o Primogênito no mundo, disse: “Adorem-no todos os Anjos de Deus”.

Bossuet dizia: “Os anjos oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos, fazem valer também diante de Deus os nossos pensamentos… Sejamos felizes de ter amigos tão prestativos, intercessores tão fiéis, intérpretes tão caridosos”.

Porventura, não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação? (Hb 1,14). Os anjos estão presentes desde a criação do mundo (cf. Jó 38,7); são eles que fecham o paraíso terrestre (Gn 3,24); protegem Lot (Gen 19); salvam Agar e seu filho (Gen 21,17); seguram a mão de Abraão para não imolar Isaac (Gen 22,11); a Lei é comunicada a Moisés e ao povo por ministério deles (At 7,53); são eles que conduzem o povo de Deus (Ex 23, 20-23); eles anunciam nascimentos célebres (Jz 13); indicam vocações importantes (Jz 6, 11-24; Is 6,6); são eles que assistem aos profetas (1 Rs 19,5).

Nos Evangelhos eles aparecem na infância de Jesus, nas tentações do deserto, na consolação do Getsêmani; são testemunhas da Ressurreição do Senhor, assistem a Igreja que nasce e os Apóstolos, enfim… prepararão o Juízo Final e separarão os bons dos maus. Toda a vida de Jesus foi cercada da adoração e do serviço dos Anjos. Desde a Encarnação até a Ascensão eles o acompanharam.

Escrituras

A Sagrada Escritura diz que quando Deus introduziu o Primogênito no mundo, diz: “Adorem-no todos os Anjos de Deus” (Hb 1,6). Até hoje a Igreja continua a repetir o canto de louvor que eles entoaram quando Jesus nasceu: “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina” (Lc 2, 14). São eles que protegem Jesus na infância (Mt 1, 20; 2, 13.19); são eles que servem Jesus no deserto (Mc 1,12); o reconfortam na agonia mortal (Lc 22, 43); eles o poderiam salvar das mãos dos malfeitores se assim Jesus quisesse (Mt 26, 53).

Da mesma forma que os anjos acompanharam a vida de Jesus, acompanharam também a vida da Igreja, e a beneficia com a sua ajuda poderosa e misteriosa (At 5, 18-20; 8,26-29; 10,3-8; 12,6-11; 27,23-25). Eles abrem as portas da prisão (At 5, 19); encorajam Paulo (At 27,23 s); levam Filipe ao carro do etíope (At 8,26s), etc. São Paulo acentua a subordinação dos anjos a Cristo vitorioso sobre o pecado e a morte (Hb 1,7-14; Ef 1, 21; Cl 2, 3). Na Festa dos Santos Arcanjos, a Igreja reza ao Senhor assim: “Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos anjos e dos homens, fazei sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. (Oração do dia). O Catecismo nos ensina que: Ainda aqui na terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (§336). “Quando o Filho do Homem vier na sua glória com todos os seus anjos…” (Mt 25,31).

Liturgia celeste

No Apocalipse os Anjos aparecem como ministros da liturgia celeste, oferecendo a Deus a oração dos justos. “Na minha visão ouvi também ao redor do trono, dos Animais e dos anciãos, a voz de muitos anjos, e número de miríades de miríades e de milhares de milhares bradando em alta voz: Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor” (Ap 5, 11). “Eu vi os sete Anjos que assistem diante de Deus. Foram lhes dadas sete trombetas. Adiantou-se outro anjo, e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está diante do trono. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus” (Ap 8,2-5).

Na Liturgia a Igreja se associa a eles para adorar o Deus três vezes Santo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus do universo…”. Na despedida dos defuntos a Igreja roga: “Para o Paraíso te levem os anjos”.

Na Festa dos Santos Arcanjos a Igreja ora assim: “Nós vos apresentamos, ó Deus, com nossas humildes preces, estas oferendas de louvor; fazei que levadas pelos anjos à vossa presença, sejam recebidas com agrado e obtenham para nós a salvação” (Sobre as oferendas).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Para encontrar Jesus é preciso aceitar seus caminhos sem lamentações, diz o papa

Papa Francisco / Crédito: Vatican Media
Por Diego Lopez Marina

Vaticano, 30 jan. 22 / 01:45 pm (ACI).- Na oração do Ângelus de hoje, 30 de janeiro, o papa Francisco explicou aos católicos que para encontrar Jesus em suas vidas não precisam buscar milagres ou sinais externos, precisam aceitar seus caminhos sem lamentações, críticas ou caras feias.

Jesus “apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, novas sensações, uma fé feita de poder e sinais externos”, disse o papa aos fiéis reunidos na praça de São Pedro.

“Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia. Em outras palavras, Jesus pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, como ela é; naqueles que estão perto de você todos os dias; no cuidado dos necessitados. Acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis ​​de humildade”, explicou o papa.

No início do Ângelus, o papa deu o exemplo do Evangelho, quando se narra a primeira pregação de Jesus na sua própria cidade, Nazaré, e a rejeição absoluta dos "seus".

“O resultado foi amargo: em vez de receber aprovação, Jesus encontra incompreensão e hostilidade (cf. Lc 4,21-30). Seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade, queriam milagres, sinais prodigiosos. O Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José”, recordou o papa.

Neste contexto, Francisco perguntou aos presentes: "E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele?"

“Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples”, disse ele.

Por fim, Francisco pediu a “Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade”, que “nos mostre o caminho para acolher Jesus”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Dom Bosco, Pai e Mestre da juventude

Dom Bosco  ( cedute a noi da Misiones Salesianas)

Hoje se celebra a festa de Dom Bosco. Pensemos neste grande santo, pai e mestre da juventude. Não se trancou na sacristia, não se trancou em suas coisas. Saiu à rua em busca de jovens, com aquela criatividade que era sua marca registrada. Felicidades a todos os Salesianos e Salesianos!”

Padre Pedro André, SDB

Hoje se celebra a festa de Dom Bosco. Ontem, após a oração do angelus, o Papa Francisco enviou uma saudação muito especial: “Na vigília da festa de São João Bosco, desejo saudar os Salesianos, que tanto fazem bem na Igreja. Acompanhei a Missa celebrada no Santuário de Maria Auxiliadora (em Turim) pelo Reitor-Mor Padre Ángel Fernández Artime, rezei com ele por todos. Pensemos neste grande santo, pai e mestre da juventude. Não se trancou na sacristia, não se trancou em suas coisas. Saiu à rua em busca de jovens, com aquela criatividade que era sua marca registrada. Felicidades a todos os Salesianos e Salesianos!”

Família e infância

O menino João Bosco, nasceu em 15 de agosto de 1815, na região italiana do Piemonte, conhecida hoje como terra de vinhos e de santos, pois nesta região foram tantos os que viveram uma vida santa - como São Domingos Sávio, aluno do próprio Dom Bosco - e onde até hoje se produz bons vinhos. Sua infância pobre foi marcada pela morte do pai, quando ele tinha apenas 2 anos. Sua brava mãe, Margarida Occhiena, criou João e seus dois irmãos com todas as restrições impostas pela pobreza extrema. Quando criança, após cumprir seus deveres, ele entretinha seus amigos com truques e mágicas que aprendia quando ia à cidade e, em seguida, repetia partes do sermão que havia ouvido na Missa. Os sinais de sua vocação despontaram desde a infância.

Um sonho que marcou sua vida

Aos nove anos ele teve um sonho, no qual Jesus e Maria indicaram o caminho que ele devia seguir. No emblemático sonho havia lobos ferozes que se transformarem em mansos cordeirinhos e Maria disse que ele deveria transformar os meninos maus em bons cristãos e honestos cidadãos. Ele, no sonho, disse não entender o pedido de Maria, e ela disse: “a seu tempo tudo compreenderás”.

Dom bosco com os jovens | Vatican News

Vocação

Ao sentir o chamado de Deus Joãozinho Bosco procurou completar os seus estudos, sempre tendo seu irmão mais velho como opositor, pois segundo ele, estudar não enchia a barriga. Para driblar essa situação a mãe de João o mandou morar fora, com outras famílias, e após concluir seus estudos básicos ele entrou no seminário, sendo ordenado padre em 1841. Após sua ordenação fez a experiência de acompanhar São José Cafasso no atendimento aos jovens que eram condenados a morte por seus delitos, ou seja, nos seus últimos instantes de vida antes de serem executados na forca. Dom Bosco ficou muito impressionado com a triste sorte destes rapazes e se empenhou para prevenir que os jovens não se tornassem delinquentes e sim pessoas honradas, por meio da evangelização, da educação e instrução profissional.

Início da Obra Salesiana

Dom Bosco procurou fazer o possível para acolher tantos meninos e jovens órfãos, atraídos pelas ofertas de empregos oferecidas na cidade de Turim. Naquele momento a revolução industrial estava batendo à porta, e muitas pessoas deixavam a vida no campo para trabalhar na cidade grande. Até sua mãe, Margarida, deixou sua vida rural para se tornar sua colaboradora. Através das atividades no Oratório, na escola formal e nas escolas profissionais, Dom Bosco ajudou milhares de jovens que estavam abandonados a sua própria sorte. Para continuar sua obra ele propôs para alguns desses jovens para que fizessem uma experiência de fé e, assim, nasceu a Congregação Salesiana, oriunda da pobreza do Oratório, hoje se encontra em 134 nações.  Dom Bosco, juntamente com Santa Maria Mazzarello, fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, também empenhado na educação da juventude.

Dom Bosco Santo

Dom Bosco faleceu aos 72 anos, em 31 de janeiro de 1888, na primeira casa salesiana do mundo, no bairro de Valdocco, na cidade de Turim. Na Páscoa de 1934 (1º de abril) ele foi canonizado pelo Papa Pio XI. Em 1988, quando se celebrou os 100 anos de sua morte, o São João Paulo II concedeu a ele o título de Pai e Mestre da juventude.

Dom Bosco e Roma

Para celebrar o dia de Dom Bosco, O Vatican News realizará uma live muito especial, diretamente da Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Roma. Neste local, onde fica a Sede Central dos Salesianos no mundo, encontram-se os aposentos onde Dom Bosco se hospedou quando esteve em Roma para a inauguração da Basílica, cuja construção fora confiada a ele pelo Papa Leão XIII. Conheceremos, além dos aposentos de Dom Bosco, o altar de Maria Auxiliadora, onde Dom Bosco celebrou a Santa Missa, que foi interrompida 15 vezes, pelas lágrimas deste santo, pois compreendeu naquele momento os desígnios de Deus para a sua vida, que lhe foram revelados no sonho dos nove anos.  A live será às 11h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira, 31 de janeiro.

Conheça mais sobre Dom Bosco

Baixe gratuitamente o livro “Dom Bosco” de autoria de Terésio Bosco. Deleite-se nesta leitura da vida de Dom Bosco, com episódios ocorridos desde os seus 9 anos até a sua consagração em 5 de junho de 1841, como também o seu projeto dos meninos para os quais ele se dedicou integralmente. Conheça as suas grandes realizações juntamente com os jovens, sempre num espírito de profundo amor, caridade e compaixão. Próximo à morte, ele nos proferiu estas belas e sinceras palavras: “Façamos o bem a todos, o mal a ninguém! ... Digam aos meus meninos que os espero todos no céu.”

Acesse este link para baixar o livro: http://edbbrasil.org.br/selesianidade/dom-bosco

São João Bosco

S. João Bosco | arquisp
31 de janeiro

São João Bosco

João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d'Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo.

Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: "Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás". Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário de Chieri, daquela diocese.

Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este "produto da era da industrialização", se tornou a matéria prima de sua Obra e vida.

Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano.

Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples.

Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de "Sistema Preventivo de Formação". Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: "Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez".

Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado "modelo por excelência" para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas" e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

domingo, 30 de janeiro de 2022

Por que o dedo da aliança é o dedo fraco?

Imagem ilustrativa / Jeongim Kwon (Unsplash)

Buenos Aires, 28 jan. 22 / 02:34 pm (ACI).- Padre Francisco Javier “Patxi” Bronchalo, da diocese espanhola de Getafe, refletiu com bom humor sobre o significado de usar a aliança no dedo anelar.

Através do Twitter, padre Bronchalo disse que todos os outros dedos têm alguma utilidade, como, por exemplo, indicar ou dizer que está tudo bem, mas “o dedo anelar não serve para nada. Bom... serve para uma coisa”.

Esse dedo, destacou, serve para “que os esposos usem as alianças que trocam no dia do casamento. E por que neste dedo? Porque é o dedo fraco. Nem sequer pode se levantar sozinho”.

O padre espanhol disse que “as alianças de casamento são usadas neste dedo para que os cônjuges se lembrem de que é na fraqueza onde mais precisam se amar. É aí que todos nós precisamos ser amados”.

“Quem nos ama pouco nos amará apenas pelo positivo: por sermos fortes, simpáticos e generosos. Mas quem nos ama por nossas misérias, por nossas fraquezas, por nossos defeitos? Somente aqueles que realmente nos amam", disse ele.

Padre Bronchalo destacou que “o casamento é para a vida toda, por isso é muito sério. Amar-se por toda a vida exige aprender a amar o outro na fraqueza”.

"Vocês se lembram das palavras que os noivos pronunciam diante do padre no momento em que se tornam esposos?", perguntou. "Eu N., recebo-te por minha esposa a ti N., e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.”

O padre destacou que “amar é aprender a receber o outro e aprender a entregar-se para que o outro o receba. Na força e na fraqueza. Quando isso acontece, as coisas vão bem. Quando uma parte falha, as coisas ficam complicadas.”

“Precisamos aprofundar cada vez mais e amadurecer nas formas de nos amar”, disse.

Padre Bronchalo reiterou que "o casamento é uma aliança para sempre, na prosperidade e na adversidade".

“Você sabe o nome dado aos anéis de casamento? Exatamente. Alianças”, lembrou.

“Gosto de dizer aos cônjuges que olhem para a aliança quando tenham alguma dificuldade e seja difícil amar. Que peçam perdão (pronunciando a palavra) quando haja um problema e também que se beijem mutuamente o dedo anelar em sinal de veneração e amor”, disse.

O padre espanhol disse que “a nossa própria fraqueza nos acompanhará por toda a vida. Nossa condição humana é fraca, isso requer aceitação”. Mas, a ajuda de Deus também nos acompanhará por toda a vida “como se pede no dia do casamento”.

"Deus não nos ama porque somos fortes, nos ama porque somos fracos, justamente como precisamos”, disse.

“Mas, é claro, não vale usar a fraqueza como desculpa para não mudar. Mudar e se converter das coisas negativas é um sinal de amor ao outro”, disse.

O padre Bronchalo destacou que "o amor é apaixonante, mas exige firmeza no amor, e amor firme é aquele que aprende a aceitar a própria fraqueza e a amar a do outro".

“Então é possível que o amor seja para a vida toda. Vamos ensinar isso aos jovens. Casais: Sejam luz”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Após 50 anos, comunidades recordam unidas o "Domingo Sangrento"

Foto dos acontecimentos em Londonderry naquele 30 de janeirode 1972 
(AFP or licensors)

Recorda-se neste domingo, 30 de janeiro, o aniversário do 'Domingo Sangrento' na Irlanda do Norte. As duas comunidades, a republicana e a unionista, estarão reunidas na memória e na esperança. Dom McKeown: hoje Derry é um exemplo de solidariedade e dignidade.

Francesca Sabatinelli e Fabio Colagrande - Cidade do Vaticano

50 anos se passaram desde o “Bloody Sunday”, o domingo sangrento em Derry, na Irlanda do Norte, onde, em 30 de janeiro de 1972, soldados britânicos abriram fogo contra manifestantes pacíficos e desarmados, que participavam de uma marcha de protesto não violenta organizada pela Northern Ireland Civil Rights Association contra a chamada Operação Demetrius, que previa a prisão por tempo indeterminado e sem julgamento de cidadãos com histórico no IRA. Treze pessoas morreram no local, uma décima quarta morreu no hospital.

Dom McKeown: hoje a guerra acabou

Aquele foi um dos tantos eventos dramáticos do sangrento confronto entre nacionalistas republicanos e unionistas leais à coroa britânica, que entrou para a história como "troubles". São muitas as cerimônias previstas para o fim de semana, começando com uma missa na noite deste sábado, como explica o bispo de Derry, Dom Donal McKeown, que na época do massacre tinha 21 anos e era estudante em Belfast.

Dom Donal McKeown, como a sua Diocese de Derry está vivendo o 50º aniversário do massacre conhecido como o massacre do Bloody Sunday?

Será um fim de semana de celebrações. Começa na noite deste sábado com a celebração de uma Missa, como tem sido feito todos estes anos, pelos mortos, por todos aqueles que morreram há 50 anos, na Igreja de Santa Maria, em Creggan. Comigo estarão alguns sacerdotes e também o bispo anglicano Andrew Forster, que quer participar desta celebração para estar entre as famílias que celebram a memória de seus familiares. Em seguida, haverá manifestações, apresentações teatrais e até uma celebração no monumento dedicado às vítimas, na manhã de domingo, na presença de políticos e representantes das Igrejas Católica e protestantes.

Com que espírito vocês se prepararam para viver este aniversário?

Com uma grande dignidade. Eu estive por 36 anos em Belfast, estou aqui em Derry há oito anos, e é um privilégio estar no meio de um povo que tanto sofreu ao longo das décadas, mesmo séculos e que encontrou, no meio de tanto sofrimento, uma dignidade e um sentimento de solidariedade uns com os outros. Quando o Relatório Saville do governo britânico sobre o Bloody Sunday foi publicado há 13 anos, os líderes das Igrejas protestantes se reuniram com as famílias para expressar sua alegria pela inocência de seus familiares. As relações entre as Igrejas na cidade são positivas há décadas, as Igrejas juntas buscaram construir a paz.

Que significado assume este aniversário à luz da fé?

Sempre se lê também na Bíblia que o povo de Deus sempre soube olhar para trás, para tempos e experiências difíceis, e encontrar no meio do sofrimento sinais da graça de Deus. As pessoas de fé podem olhar com compaixão para os problemas do passado, com o olhar da fé e encontrar desígnios de graça, de coragem humana, de espírito humano, de amor de Deus, procurando a verdade, mas procurando também criar um futuro cheio de esperança para os nossos jovens e não um futuro cheio de arrependimento.

O senhor se lembra onde estava naquele domingo de 1972?

Estávamos no seminário em Belfast, éramos cerca de vinte estudantes na universidade. Primeiro ouvimos falar de um homem morto, depois de todos os outros. Dois dias depois houve uma greve na universidade, saímos de trem para ir ao sepultamento, na quarta-feira da semana seguinte ao massacre. Foi uma época forte para mim, como eu tinha 21 anos, com um senso de idealismo. Queríamos estar com aqueles que tinham sofrido naquele domingo, para tentar construir a paz.

Cerca de 25 anos após a assinatura do acordo da Sexta-feira Santa, pode-se dizer que o conflito na Irlanda do Norte terminou definitivamente?

Estou certo de que a guerra acabou, o conflito permanece no sentido de que não é um conflito dentro da Irlanda do Norte, mas diz respeito à questão de saber se a Irlanda do Norte deve pertencer à Grã-Bretanha ou à República da Irlanda. O conflito continua, mas politicamente e de forma pacífica e podemos olhar para o futuro com esperança e alegria. No entanto, sim, a guerra acabou, as Igrejas especialmente trabalharam duro para criar essas pontes, elas foram as criadoras da paz e também podemos celebrar a grandeza de tantos que criaram a paz mesmo nos anos mais difíceis. Por eles damos graças a Deus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF