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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Dia Mundial da Fraternidade Humana

Dia Mundial da Fraternidade Humana | Vatican News
04 de fevereiro

Em 4 de fevereiro de 2019, o Papa Francisco e o Imame Ahmad al-Tayyeb assinaram em Abu Dhabi o Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e a Convivência Comum. E neste dia 4 fevereiro comemora-se o 2° Dia Internacional da Fraternidade Humana instituído pela ONU.

O Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e a Convivência Comum é uma Declaração de intenção conjunta que fez parte de um caminho marcado por outros documentos produzidos neste campo, como as declarações finais dos quatro seminários do "Fórum Católico-Islâmico" realizados em 2008, 2011, 2014 e 2017.

O caminho para construir uma autêntica fraternidade entre povos de diferentes religiões tem suas raízes na Gaudium et spes, onde o trabalho das instituições internacionais é apreciado como um instrumento de desenvolvimento e reconciliação e se expressa ajuda, tanto aos que acreditam em Deus quanto aos que explicitamente não o reconhecem, para que "possam tornar o mundo mais conforme à dignidade eminente do homem, aspirar a uma fraternidade universal apoiada em bases mais profundas, e responder, sob o impulso do amor, com um esforço generoso e unido aos apelos mais urgentes de nosso tempo". O conceito da dignidade dada por Deus a toda a criação, em virtude e por causa da qual somos chamados a proteger e promover nossos semelhantes, é o fundamento sobre o qual também se apoia o Documento sobre a Fraternidade Humana. Enquanto as experiências desumanas de pobreza e guerra - geradas por um terreno fértil para a degradação social, ética e política onde se alastra o terrorismo - assolam o tempo presente, através do Documento da Fraternidade assinado em Abu Dhabi, os dois líderes convidam todos os fiéis a trabalharem juntos em prol de uma cultura do respeito.


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Joana de Valois

Sta. Joana de Valois | arquisp
04 de fevereiro

Santa Joana de Valois

Filha do rei Luiz XI da França e Carlota de Savóia, Joana nasceu no castelo de Tours, em 23 de abril de 1464. Causou uma grande desilusão a seu pai que desejava um filho homem. Aos vinte e seis dias de idade, foi acertado o seu casamento, para consolidar uma aliança política, com seu primo Luiz de Órleans, de dois anos.

A menina cresceu com uma pequena deformação física, por isto aos cinco anos foi deixada no castelo de Berry, no qual o seu maior prazer era "conversar com a Santíssima Virgem". Aos seis anos, foi convidada pelo rei a escolher um confessor. Escolheu o monge franciscano Gabriel Maria, que a Igreja também depois beatificou. Um ano depois, conversando com Nossa Senhora, durante as orações, esta a investiu de sua missão mariana: "Antes de morrer fundarás uma família religiosa em meu nome. Assim fazendo me darás um grande prazer e me prestarás um serviço".

Como era de costuma, aos doze anos se casou com o primo, apesar da sogra tentar desfazer a aliança, que já não era conveniente. Portanto, quando o pai de Joana morreu, ela se tornou a nova rainha e o marido, o rei Luiz XII, que em seguida a repudiou. Após a anulação canônica do matrimônio, casou-se com a filha do duque da Bretanha, em mais uma união de fundo político.

Joana herdou o ducado de Berry e um ano depois, em 1498, ingressou na ordem terceira de São Francisco, em Bourges, dedicando totalmente sua vida ao próximo, a Maria e a Jesus Cristo. Seguindo sempre a orientação espiritual de seu confessor, administrou suas posses com sabedoria e caridade, de forma a ajudar os pobres e doentes. Provou isto durante uma epidemia de peste, que se alastrou pelo território francês, naquele período, mostrando todas as virtudes que carregava no coração.

Depois, com dificuldade e superando todos os empecilhos, fundou, com a ajuda do monge Gabriel Maria, uma nova instituição religiosa para irmãs, tendo a finalidade de servir a Cristo e imitar a Virgem Maria, em todas as suas virtudes. A nova família, essencialmente mariana, recebeu o nome de Congregação da Anunciação, cujo estatuto foi escrito por ela. Também por seu desejo consagrou as irmãs às "dez virtudes da Santíssima Virgem". No final de novembro de 1504, com autorização do Vaticano confiou a congregação aos Frades Menores da Obediência, Ordem terceira franciscana.

Morreu em 4 de fevereiro de 1505, de doença fulminante, no seu convento de Berry, França. As graças e os milagres floresciam sob sua intercessão, enquanto o monge Gabriel Maria consolidava sua obra. Ele morreu vinte e três anos depois, quando as irmãs contemplativas da Anunciação, como são chamadas atualmente, já estavam espalhadas por toda a França, alcançando a Bélgica e a Inglaterra. Santa Joana de Valois foi canonizada em 1950, pelo papa Pio XII, tendo determinando o dia de sua morte para as comemorações.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

O que é uma “vida consagrada”?

Irmãs Carmelitas | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

“Veio o Senhor pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: Samuel! Samuel! Falai, respondeu o menino; vosso servo escuta!” (1 Samuel 3,10).

A Igreja viu nesta passagem bíblica, em que Deus chama por três vezes o menino Samuel, e faz dele um profeta, a imagem do chamado de uma pessoa à vida consagrada. Aquele que deve servir a Deus radicalmente, apartado do meio do povo, sem viver uma profissão secular, mas inteiro dedicado ao Reino de Deus. É Deus mesmo quem chama o consagrado, pondo no coração dele esse desejo, e dotando-o de dons adequados, como o celibato, no caso dos sacerdotes, freiras, monges e monjas.

O nosso Catecismo afirma que: “A vida religiosa faz parte do mistério da Igreja. É um dom que a Igreja recebe de seu Senhor e que oferece como um estado de vida permanente ao fiel chamado por Deus na profissão dos conselhos” (n.926).

São chamados a viver os conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade). A profissão desses conselhos em um estado de vida estável reconhecido pela Igreja caracteriza a “vida consagrada” a Deus (Cat. n.915). Esses são chamados, sob a moção do Espírito Santo, a seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, anunciando a glória do mundo futuro.

A vida consagrada acontece desde os primórdios da Igreja. Muitos, por inspiração do Espírito Santo, passaram a vida na solidão ou fundaram famílias religiosas, que a Igreja, de boa vontade, recebeu e aprovou. Embora nem sempre professem publicamente os três conselhos evangélicos, os eremitas, vivem o silêncio da solidão, em constante oração e penitência, consagrando a vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo. É uma vida de intimidade com Cristo.

Desde os tempos dos Apóstolos virgens e viúvas cristãs, tomaram a decisão, de viver no estado de virgindade ou de castidade perpétua “por causa do Reino dos Céus”. São aqueles que Jesus disse que se fizeram eunucos por amor do Reino (Mt 19,12).

O “Instituto secular” é um instituto de vida consagrada no qual os fiéis, vivendo no mundo, tendem à perfeição da caridade e procuram cooperar para a santificação do mundo.

As “Sociedades de vida apostólica, cujos membros, sem os votos religiosos, buscam a finalidade apostólica própria de sua sociedade e, levando vida fraterna em comum, segundo o próprio modo de vida, tendem à perfeição da caridade pela observância das constituições. Entre elas há sociedades cujos membros assumem os conselhos evangélicos”.

Os que professam os conselhos evangélicos têm por missão viver sua consagração e se entregar, de maneira especial, à ação missionária no modo próprio de seu instituto.

A vida consagrada é um sinal especial do mistério da redenção; uma vida seguindo e imitando a Cristo mais de perto, manifestando claramente seu aniquilamento, e estando mais presente às pessoas. O consagrado é alguém que dá testemunho de que o mundo pode ser transfigurado e oferecido a Deus com o espírito das bem-aventuranças.

O consagrado a Deus precisa, sobretudo, de viver intensamente uma vida de oração, rezando a Liturgia das Horas, participando dos Sacramentos, meditando diariamente a Palavra de Deus e bons livros, vivendo as virtudes opostas aos pecados capitais. Além disso, deve obediência a Igreja e a seus superiores.

O consagrado é alguém que abdicou de sua vida, de sua vontade própria, para entregar-se totalmente a Deus. É alguém que, mais que os leigos, aceitou “perder a vida para ganha-la”. Aceitou “renunciar-se a si mesmo e tomar a cruz a cada dia e seguir ao Senhor” (Lc 9,16). Não se pode ser “meio consagrado”; ou se entrega a Deus totalmente, ou então se cansará de sua opção. É melhor viver como leigo do que ser mal consagrado. Além do que, o contra testemunho de um consagrado pesa muito mais que de um leigo, embora ambos sejam muito negativos.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

BRASIL, QUE MATAS O POVO NEGRO E OPRIMIS SUA GENTE, QUE VERGONHA!

Dom Zanoni Demetino | CNBB

Dom Zanoni Demetino Castro
Arcebispo de Feira de Santana (BA)

Brasil, Brasil, ainda não reparaste o crime de lesa humanidade, os três séculos de escravidão.

Brasil, que matas o povo negro e oprimis sua gente, Que vergonha!

Desde o dia 24/01/2022, temos recebido notícias sobre a morte do jovem negro congolês Moise Mugenyi. O fato não pode ser visto isolado do contexto que vivem e passam milhares de jovens negros e negras mortos nos últimos tempos. Das 34 .918 mortes violentas de jovens divulgadas no final do ano de 2021, 80% são de jovens negros. O cenário é desolador para nossas famílias e comunidades negras. Queremos manifestar nossa solidariedade à família de Moise Mugenyi  e às demais famílias, pela dor, sofrimentos e o luto.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que, a ninguém é lícito tirar a vida de um inocente, pois é um ato contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador. “Não mates o inocente e o justo” (Ex 23,7). Entendemos que a missão da Igreja é evangelizar seguindo os passos e atitudes de Jesus, acolhendo seus ensinamentos e proclamando o Evangelho. “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo dá” (Jo 14,27). Entendemos que a violência é contraria à verdade da nossa fé, à verdade da nossa humanidade. Portanto, a verdadeira paz é vida em plenitude.

Queremos externar nossa indignação com o genocídio de nossa juventude negra. Vidas negras importam. Somos 56% do total da população brasileira e por isso, conclamamos as autoridades civis e jurídicas competentes a tomar uma atitude em favor da vida, a favor das vidas negras. Pedimos que os autores destas mortes sejam punidos na forma da Lei.

Como Pastor, chamado a cuidar e consolar as pessoas, compartilho com todos, sobretudo que mais sofrem neste momento, minhas orações e bençãos.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Quando a vovó é viciada em celular

Rawpixel.com | Shutterstock
Por Zoe Romanowsky

Idosos podem ser particularmente vulneráveis ao vício nas telas. Você deveria dizer alguma coisa ou deixar pra lá?

Quando a avó de Joyce foi morar com sua família, houve uma grande surpresa para todos: a vovó era viciada em seu smartphone. Ela trazia o aparelho para a mesa nas refeições, carregava o tempo todo pela casa com ela, passava horas na tela, mesmo quando havia outras coisas que deveria estar fazendo.

A família de Joyce não tinha certeza de como lidar com isso. Quando levantaram a questão, a avó de 79 anos reagiu defensivamente e negou que tivesse um problema. “Preciso ouvir o telefone quando alguém me liga!” – ela insistiu com a família. Mas isso pareceu uma desculpa, já que ela não recebia muitas ligações.

Idosos e celular

A maioria de nós não pensa muito sobre idosos serem viciados em telas — são as gerações mais jovens que supostamente deveriam ter esse problema. De fato, de acordo com o Pew Research Center, 44% das crianças de 18 a 49 anos relatam que estão online quase constantemente.

Mas esse aumento no tempo de tela coincide com um crescimento significativo na adoção da tecnologia digital por idosos também, de acordo com Pew.

Em 2000, 14% das pessoas com 65 anos ou mais eram usuárias de internet; agora 73% são. E embora a propriedade de smartphones fosse incomum em todas as idades por volta da virada do século 21, agora cerca de metade (53%) das pessoas com 65 anos ou mais são proprietárias de smartphones.

Efeitos

Os idosos podem ser particularmente vulneráveis aos efeitos da tecnologia digital. Às vezes, eles estão sozinhos e podem ficar mais isolados. A pandemia piorou muito as coisas. Os idosos também podem ter baixa autoconsciência quando se trata de seus hábitos de vida e habilidades cognitivas diminuídas, o que pode impedi-los de colocar limites apropriados em torno do uso da tela.

Não importa as razões, a conclusão é que os idosos também podem ficar viciados em suas telas. E quando o fazem, nem sempre é fácil saber como ajudar. Os membros da família podem ficar se perguntando se devem incentivá-los a passar menos tempo nas telas ou simplesmente deixar passar.

Conselhos

Se você conhece um idoso que parece viciado em seu telefone ou qualquer outro dispositivo digital, aqui estão algumas coisas a considerar ao discernir se deve dizer algo sobre isso ou não:

  • Se um ente querido idoso mora ou visita sua casa, certifique-se de que ele esteja ciente de que certas regras da casa pertencem a todos. Então, se os telefones deveriam estar fora da mesa durante a hora das refeições, isso significa que a vovó não deve trazer o telefone dela para a mesa. Se os telefones devem ser desligados durante a noite de lazer em família, isso inclui o vovô.
  • Incentive os idosos que você conhece a colocar rastreadores de tempo em seus telefones e dispositivos e a verificar no final do dia ou da semana para ver quanto tempo eles estão gastando ali. Às vezes, apenas ver esses dados pode inspirar alguma mudança.
  • Compartilhe informações com seus familiares mais velhos sobre estudos que mostram a associação entre excesso de uso de telas e depressão e ansiedade.
  • Incentive os idosos a serem mais ativos fisicamente, a conversar em tempo real com outras pessoas com mais frequência, a ler livros ou revistas e a fazer outras atividades que os afastem de seus dispositivos.
  • Convide seus entes queridos a pensar no tempo deles como um dom precioso. Eles ainda têm uma quantidade limitada — eles realmente querem gastar tanto tempo em seus dispositivos? Talvez não.
  • Inspire o comportamento que você quer que seus entes queridos tenham. Pratique o que você prega. Esteja ciente de seus próprios hábitos e tendências e compartilhe abertamente suas lutas e estratégias relacionadas aos seus dispositivos digitais.
  • Por fim, não se esqueça dos aspectos positivos da tecnologia digital — e recomende que os idosos que você ama usem esses pontos fortes. Smartphones e outros dispositivos ajudam muitas pessoas mais velhas a se sentirem mais conectadas e informadas. Se alguém está doente ou limitado em suas habilidades de sair e interagir com os outros, esses dispositivos podem ser uma tábua de salvação. Existem jogos que são bons para o cérebro e informações on-line que motivam e inspiram. Se os idosos estiverem em seus smartphones, incentive-os a usar seus dispositivos de maneiras mais úteis e menos prejudiciais.

Estas são boas práticas para todos nós, não importa qual seja a nossa idade. Se construirmos bons hábitos quando formos mais jovens, ficaremos muito melhores quando chegarmos à velhice.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa explica o que é e como funciona a Comunhão dos Santos

Audiência Geral, Papa Francisco | Guadium Press
Não são os santos que fazem milagres, mas apenas a graça de Deus que atua através deles. Os milagres são feitos por Deus, pela graça de Deus que age através de uma pessoa santa, uma pessoa justa.

Cidade do Vaticano (02/02/2022 12:35, Gaudium Press) Na Audiência Geral desta quarta-feira, 2 de fevereiro, o Papa Francisco seguiu o tema “São José e a Comunhão dos Santos”, concentrando-se neste importante artigo de Fé “que pode enriquecer a nossa vida cristã e também moldar da melhor maneira a nossa relação com os santos e com os nossos entes queridos falecidos”.

O Pontífice alertou que nossa confiança só tem valor em relação a Cristo, mesmo que confiemos na intercessão de um santo ou de Nossa Senhora. Esse vínculo que nos une a Ele é a Comunhão dos Santos. “Não são os santos que fazem milagres, mas apenas a graça de Deus que atua através deles. Os milagres são feitos por Deus, pela graça de Deus que age através de uma pessoa santa, uma pessoa justa”, assegurou.

Todos os Santos | Guadium Press

A Comunhão dos Santos

Em seguida, questionando-se sobre o significado da Comunhão dos Santos, Francisco afirmou que ela é a Igreja. “A nossa santidade é o fruto do amor de Deus manifestado em Cristo, que nos santifica amando-nos na nossa miséria e salvando-nos dela. Graças a Ele formamos sempre um só corpo, diz São Paulo, no qual Jesus é a cabeça e nós somos os membros”, explicou.

O Santo Padre ressaltou ainda que estamos todos num só corpo, em comunhão. “Neste sentido, o pecado de uma pessoa atinge sempre a todos, e o amor de cada pessoa atinge a todos. Em virtude da comunhão dos santos, desta união, cada membro da Igreja está ligado a mim de uma forma profunda, e este vínculo é tão forte que não pode ser interrompido nem mesmo pela morte. A comunhão dos santos mantém unida a comunidade de fiéis na terra e no Céu”.

https://youtu.be/0unsk8mOtrY

A devoção aos Santos

Em seguida, ensinou que os santos são amigos com quem estabelecemos relações de amizade. “Aquilo que chamamos devoção a um santo, é na verdade uma forma de expressar o amor a partir deste mesmo vínculo que nos une. Todos sabemos que podemos sempre recorrer a um amigo, especialmente quando estamos em dificuldade e precisamos de ajuda”.

Francisco frisou que “graças à comunhão dos Santos nos sentimos próximos dos Santos e Santas que são nossos padroeiros. Esta é a confiança que nos deve animar sempre a recorrer a eles em momentos decisivos de nossa vida”.

“A devoção aos Santos não é uma coisa mágica, não é uma superstição. É simplesmente falar com um irmão, uma irmã que está diante de Deus, que viveu uma vida justa, uma vida santa, uma vida modelo, e agora está diante de Deus. Eu falo com este irmão, com esta irmã e peço sua intercessão pelas necessidades que tenho”, concluiu. (EPC)

Padre Dario Bossi: “na Amazônia há muito mais para aprender que para ensinar”

Padre Dario Bossi, missionário na Amazônia | Vatican News

Em entrevista, padre Dário Bossi fala sobre os 70 anos de presença Comboniana no Brasil e o compromisso com a Amazônia.

Vatican News

“Os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia são também os nossos”, assim define padre Dário Bossi sobre o compromisso dos missionários Combonianos com a Amazônia e seus povos. Coordenador provincial dos Combonianos no Brasil e assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil, padre Dário participou como padre sinodal no Sínodo da Amazônia realizado no Vaticano, em outubro de 2019.  

“A vida missionária é um modo de viver a fé e estar na Igreja que incomoda, às vezes desestabiliza, mas entusiasma e aproxima ao pulsar da vida dos povos.” 

Nesta entrevista, o padre italiano fala sobre a trajetória e missão dos missionários Combonianos, que neste ano completa 70 anos de presença no Brasil, e as contribuições dos Combonianos para tornar a Igreja mais missionária e com rosto amazônico. Pe. Dário também comenta os desafios de uma Igreja missionária e destaca elementos do carisma comboniano. Confira: 

REPAM-Brasil – Os missionários Combonianos chegaram no Brasil em 1952. As primeiras missões foram realizadas no Maranhão, em Balsas, e no Espírito Santo, onde realizaram inúmeras obras e construíram uma trajetória de contribuições para a Igreja do Brasil. Nesses quase 70 anos de missão, quais as marcas da presença dos Combonianos no Brasil?

Tentamos aportar à caminhada da Igreja e do povo brasileiro com todos os nossos limites: é o desafio que sempre caracteriza uma igreja missionária, composta por “pessoas outras”, que trazem uma fé moldada por outras culturas. Sempre há o risco de uma evangelização que impõe seus modelos e categorias, de uma igreja colonial, como refletimos de Aparecida ao Sínodo da Amazônia.
Assim mesmo, apesar dos limites, conheci missionários de profunda fé e doação radical.

Neles, pude apreciar alguns elementos do carisma comboniano, o mais importante dos quais é “Salvar a África com a África”. Em outras palavras, confiar nas forças e nas capacidades do povo de Deus, para que seja ele mesmo protagonista de sua história, organização, caminhada.

Na longa experiência comboniana aqui no Brasil, as primeiras energias foram investidas em educação, saúde, geração de oportunidades de renda: tentava-se construir comunidade a partir da defesa e promoção dos direitos e necessidades básicas do povo. Os missionários atuavam em contextos pobres, desafiadores (“Aqui é pão para nossos dentes”, diziam os primeiros deles, no Maranhão).

Os passos seguintes foram marcados pelo desejo de crescer junto à Igreja, escutar os sinais dos tempos e assumi-los com paixão. Os combonianos puseram-se à escola das grandes Conferências Episcopais no Continente, de Medellin a Puebla, e agora até Aparecida. Assim, aprenderam a importância de acreditar e investir nas comunidades eclesiais de base (São Mateus – ES foi um dos primeiros laboratórios nessa dinâmica eclesial, que se tornou histórico e iluminou várias outras experiências).

Os combonianos, obviamente, caminham nas pegadas de São Daniel Comboni e em comunhão com o resto da família que respira o mesmo carisma. Desde sempre, a prioridade da missão comboniana foi a África; assim, também em América latina, uma prioridade é acompanhar os povos afrodescendentes. Alguns leitores devem ter ouvido falar da figura profética de Pe. Heitor Frisotti, em Salvador (BA). “Beber ao poço alheio” era um dos lemas dele: Pe. Heitor destacava o valor do diálogo interreligioso, o respeito profundo por outras espiritualidades e crenças, como oportunidade para aprofundar cada vez mais nosso jeito autentico, fecundo, de viver o cristianismo.

Outra grande testemunha que marcou a Igreja no Brasil foi dom Franco Masserdotti, bispo de Balsas, presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), organizador do 5o Congresso Missionário Latino-Americano (COMLA), tecedor de pontes no projeto igrejas irmãs, entre Brasil e Moçambique: um respiro profundamente missionário e comprometido para nossa Igreja!

Houve muitas outras testemunhas, com mais ou menos destaque, muitos deles missionários silenciosos, mas profundamente dedicados… Estamos até escrevendo um livro em memória de todos eles, sobre o dom da missão à Igreja do Brasil. Assim, a partir destas inspirações, a missão pode se tornar dom do Brasil para o mundo!

REPAM-Brasil – Quais os marcos do presente da instituição? 

O grupo, ao longo das décadas, cresceu e se diversificou. Hoje, estamos presentes em 14 comunidades, na região amazônica, nordestina, nas periferias de diversas capitais do litoral, no Sudeste.

Inicialmente composto por uma maioria de missionários de origem italiana (nosso fundador, São Daniel Comboni, é daquela terra), pouco a pouco o grupo tornou-se internacional: há espanhóis, portugueses, latino-americanos, hoje também vários missionários de diversos países da África. Assim, os combonianos no Brasil, hoje, vêm de 13 diferentes países!

É um laboratório intercultural, que de certa forma é, cada vez mais, a cara do mundo atual: nele, vivenciamos todos e todas o desafio de experimentar-se no encontro com o desconhecido, a importância de cultivar e promover o valor de cada cultura e das trocas de conhecimento e sabedoria entre elas, a missão de vencer o preconceito e lutar vigorosamente para que nossa sociedade não se apequene em processos de exclusão e segregação do diferente.

Como missionários, tentamos viver um espírito de família: a Família Comboniana! Composta por Irmãs, Leigos/as Missionários Combonianos (abertos à Missão Ad Gentes), outros leigos/as que se alimentam de nosso carisma, vivem inseridos em suas comunidades e as tornam missionárias.

Acreditamos que não há caminho de fé se não for profundamente entrelaçado com a vida: o que ocupa, alegra e carrega de paixão nosso coração são as alegrias e esperanças, as dores e os clamores de nosso povo e da criação inteira. Queremos, assim, celebrar unindo fé e vida. Construir comunidades de uma Igreja realmente em saída, assumir as pastorais sociais como dimensão chave da missão, em total sintonia com o magistério de Papa Francisco e a Doutrina Social da Igreja.

No Brasil, temos quatro grandes prioridades:

·         Amazônia (caminhos de inserção pastoral junto aos povos; participação ativa na REPAM; promoção do paradigma da Ecologia Integral, também junto à Conferência de Religiosos de América Latina);

·         Afrodescendentes (atuamos ainda a partir do contexto de Salvador, mas também caminhamos junto aos quilombolas do interior do Maranhão e da Paraíba, ou ao povo negro da periferia de São Luís; empenhamo-nos na reflexão e incidência através do Observatório Racial Dom José Maria Pires, ligado à Comissão Brasileira de Justiça e Paz – CBJP);

·         Periferias urbanas (buscamos proximidade aos pobres através das comunidades eclesiais, fonte de esperança e de organização popular; promovemos e acompanhamos Centros de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos; seguimos projetos de promoção da dignidade das pessoas e das comunidades; fundamos a Articulação Comboniana de Direitos Humanos);

·         Animação missionária e vocacional (para despertar a Igreja brasileira à missão, temos diversos empenhos no Conselho Missionário Nacional da CNBB, trabalho junto às juventudes, forte presença nas redes sociais pelos #combonianosbrasil).

REPAM-Brasil – Padre Ezequiel Ramin foi um mártir que doou sua vida em favor dos pobres em Cacoal, Rondônia. Padre Ezequiel viu no rosto dos pobres o rosto de Cristo e viveu a missão através do compromisso evangélico de lutar por justiça e vida digna para os trabalhadores rurais e indígenas da Amazônia. De que forma o trabalho do Padre. Ezequial Ramin marcou a missão dos Combonianos no Brasil?

Não é um herói solitário. Encarnou uma Igreja comprometida, a Igreja das CEBs de Rondônia, o vigor e a intuição profética de Dom Antônio Possamai, a fé de tantos leigos/as das comunidades e pastorais sociais daquela época. Que alegria em ver que muito, agora, está sendo retomado pelo carisma e a profunda visão pastoral de Dom Norberto, bispo de Ji-Paraná.  

Diria, com as palavras do Papa Francisco, que Pe. Ezequiel foi um “poeta social”: soube traduzir a alegria e a esperança do Evangelho com criatividade, entusiasmo – a palavra significa “ter a paixão de Deus dentro de nós”, compromisso transformador. Ele via, junto ao povo de Deus, que aquela situação de violência, exclusão, roubo das terras, perseguição contra os povos indígenas e as famílias camponesas era uma blasfêmia contra o Deus da Vida e seu sonho do Reino. E comprometeu-se para transformar a realidade para gerar mais fraternidade – como não lembrar a Encíclica do Papa Francesco “Fratelli tutti”? – pouco a pouco, junto à sua comunidade religiosa e à Diocese.  

Logo chegaram as primeiras ameaças, ele se deu conta, mas nunca retrucou com violência. Ezequiel tinha crescido à luz dos princípios da não-violência, que são os princípios de Cristo e do Evangelho! Pe. Ezequiel foi morto, assim como estão sendo ameaçados e mortos, hoje, muitos líderes cristãos e não cristãos, que defendem e promovem a vida, o direito à terra, ao teto e ao trabalho, os “três T”, como diz o Papa. Pe. Ezequiel ainda vive, hoje, nestas pessoas e comunidades perseguidas. Aliás, um dos maiores sinais de esperança são as tantas iniciativas que floresceram em Rondônia com o nome de Pe. Ezequiel Ramin: escolas públicas, Escolas Família Agrícola, comunidades cristãs e entre outras.  

Nós, missionários combonianos, nos sentimos de certa forma continuadores deste mutirão de vida. Mas, insisto, não de forma solitária e heroica: muito melhor quanto mais mergulhando na caminhada do povo, dos movimentos sociais e das pastorais, dos percursos pastorais das Igrejas locais. 

REPAM-Brasil – A paixão missionária e a fidelidade ao carisma de Daniel Comboni levaram os missionários Combonianos, em comunhão com a Igreja no Brasil, a assumirem a Amazônia e seus povos como uma das suas prioridades. Quais os desafios para esse trabalho junto à Amazônia e seus povos?

Estamos presentes em quatro realidades da Amazônia, cada uma diferente. São presenças pequenas, que compreendemos mais como escolas de missão e de vida. Uma junto aos povos indígenas, em Roraima; outra nas periferias urbanas, em Manaus; outra a serviço dos ribeirinhos, em Rondônia; outra ainda em defesa dos direitos socioambientais junto a comunidades atingidas pela mineração, no Maranhão. Estas presenças são, para nós, como observatórios da realidade amazônica, cada vez mais ameaçada. Sentimo-nos provocados, como era o lema do Sínodo da Amazônia, a buscar “novos caminhos para a Igreja e a ecologia integral”, na Amazônia. Aliás, o Sínodo condensa em si todo o programa de nossa missão – participamos ativamente a todo o processo de consulta sinodal, e também à assembleia em Roma e à abertura de caminhos pós-sinodais, nestes dois anos. 

Assim, os quatro sonhos que Papa Francisco apresenta em Querida Amazônia são também os nossos. Descobrimos cada vez mais que na Amazônia há muito mais para aprender que para ensinar. Há tempos longos, necessidade de estudar e compreender bem contextos, desafios, perspectivas. Na maior parte dos casos, somos estrangeiros nesta terra. Precisamos entrar em ponta de pé, no respeito da cultura, da diversidade religiosa, da visão de mundo. Mas, como missionários, podemos ser também pontes entre culturas, tecer solidariedade entre povos e países do mundo, cultivar a conexão entre igrejas, fazer ecoar a sabedoria, a riqueza e também o grito da Amazônia mundo afora. Sim, ainda faz muito sentido a missão na Amazônia! 

REPAM-Brasil – Algo a mais que o senhor queira acrescentar?

Poucos dias atrás, perguntava ao padre comboniano mais idosos, aqui na província do Brasil, aos 96 anos, mas ainda um entusiasmo vigoroso: “vale a pena ser missionário?”. Ele me respondeu: iniciando a contar trechos de sua longa vida, com uma paixão dentro do peito que desbordava dos olhos. Queria dizer isso: a vida missionária é um modo de viver a fé e estar na Igreja que incomoda, às vezes desestabiliza, mas entusiasma e aproxima ao pulsar da vida dos povos. Sim, vale a pena ser missionário, ser missionária! 

Fonte: Comunicação REPAM-Brasil 

https://www.vaticannews.va/pt

Espanhol que ficou tetraplégico e quis eutanásia busca medalha nos Jogos Paralímpicos

Víctor González, nos Jogos Paralímpicos de Inverno de 2018 /
Crédito: paralimpicos.es

MADRI, 02 fev. 22 / 03:50 pm (ACI).- Víctor González é o único espanhol que vai participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, de 4 a 13 de março. González sofreu um acidente, ficou tetraplégico e chegou a querer a eutanásia. “Eu queria morrer para não ser um estorvo para a minha família. Estava convencido de que queria morrer. Felizmente, continuo vivo e aproveitando”.

Para Víctor González, o snowboard sempre foi sua vida. Ele inclusive fundou uma escola em Baqueira Beret, na Espanha. Em 2015 sofreu um acidente, fraturou as vértebras C5 e C6, com 30% de lesão sensório-motora e ficou tetraplégico.

Em várias entrevistas concedidas ao jornal espanhol El Comercio, González declarou que ao saber do diagnóstico ficou muito desanimado e pensou em eutanásia.

"Não queria passar o resto da vida deitado na cama sem poder mexer um único músculo, sem poder falar, condicionando a vida da minha família", disse. “Eu queria morrer para não ser um estorvo para a minha família. Eu estava convencido de que queria morrer. Felizmente, ainda estou vivo e aproveitando".

Passou um ano inteiro no hospital. “No começo eu não conseguia mexer nada do pescoço para baixo e depois, 20 dias antes da operação, comecei a mexer o dedão do pé. O começo foi muito difícil. Devo dizê-lo pois qualquer pessoa que escute o meu caso pode se sentir identificada. A atitude com que se enfrenta a lesão e o ambiente em que se vive são muito importantes. Eu tive a sorte de que meus amigos e a minha família fizeram muito por mim”, disse.

Sua força de vontade e ânimo tornaram possível que recuperasse parte da mobilidade.

"Pouco a pouco aceitei a minha nova situação e me esforcei para melhorar, até o ponto de ter certa mobilidade”, disse.

González disse que “talvez algumas pessoas nunca tenham conseguido se mexer por terem se rendido a um laudo médico impreciso”.

González disse que espera que outros que tenham sofrido acidentes parecidos vejam que é possível sair adiante através do esporte e que as pessoas percebam que “a deficiência é a capacidade de ser extraordinariamente capaz”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

São Brás

São Brás | arquisp
03 de fevereiro

São Brás

A vida e os feitos de São Brás atingem aquele ápice de alguns poucos, que atraem a profunda fé e a admiração popular. Ele é venerado no Oriente e Ocidente com a mesma intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães aflitas recorrem à sua intercessão quando um filho engasga ou apresenta problemas de garganta. A bênção de São Brás, procurada principalmente por quem tem problemas nesta parte do corpo, é ministrada nesta data em muitas igrejas do mundo cristão.

O prodígio atribuído a ele quando era levado preso, para depois ser torturado, é dos mais conhecidos por pessoas de todo o planeta. Consta que uma mãe aflita jogou-se aos seus pés pedindo que socorresse o filho, que agonizava com uma espinha de peixe atravessada na garganta. O santo rezou, fez o sinal da cruz sobre o menino e este se levantou imediatamente como se nada lhe tivesse acontecido.

Brás nasceu na Armênia, era médico, sacerdote e muito benevolente com os pobres e cristãos perseguidos e por essas virtudes foi nomeado bispo de Sebaste, isto no século três. Também sabemos que, apesar de aqueles anos marcarem os finais das grandes perseguições aos cristãos, muitos ainda foram torturados e mortos na mão dos poderosos pagãos. Brás abandonou o bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e mesmo assim, depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé sob as ordens do imperador Licínio, em 316.

Muitas tradições envolvem seus prodígios, graças e seu suplício. Segundo elas, a fama de sua santidade rodou o mundo ainda enquanto vivia e sua morte foi impressionante. O bispo Brás teria sido terrivelmente flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime para morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o degolaram para ter certeza de sua morte.

O corpo do santo mártir ficou guardado na sua catedral de Sebaste da Armênia, mas no ano 732 uma parte de suas relíquias foram embarcadas por alguns cristãos armênios que seguiam para Roma.

Nessa ocasião uma repentina tempestade interrompe a viagem na altura da cidade de Maratea, em Potenza; e ali os fiéis acolhem as relíquias do santo numa pequena igreja, que depois se tornaria sua atual basílica e a localidade receberia o nome de Monte São Brás.

Mais recentemente, em 1983 no local da igrejinha inicial foi erguida uma estátua de São Brás, com a altura de vinte e um metros. Como dissemos, do Oriente ao Ocidente, todo mundo cristão se curva à devoção de São Brás nomeando ainda hoje cidades e locais, para render-lhes homenagem e veneração.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Dos Sermões de São Sofrônio, bispo

Apresentação do Senhor no Templo | Katholika

Dos Sermões de São Sofrônio, bispo

(Orat. 3, de Hypapante,6.7: PG87,3,3291-3293)    (Séc.VII)

Recebamos a luz clara e eterna

Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o mistério do encontro do Senhor, corramos para ele cheios de entusiasmo. Ninguém deixe de participar deste encontro, ninguém recuse levar sua luz.

Acrescentamos também algo ao brilho das velas, para significar o esplendor divino daquele que se aproxima e ilumina todas as coisas; ele dissipa as trevas do mal com a sua luz eterna, e também manifesta o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao encontro com Cristo.

Do mesmo modo que a Mãe de Deus e Virgem imaculada trouxe nos braços a verdadeira luz e a comunicou aos que jaziam nas trevas, assim também nós: iluminados pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos pressurosos ao encontro daquele que é a verdadeira luz.

Realmente, a luz veio ao mundo (cf. Jo 1,9) e dispersou as sombras que o cobriam; o sol que nasce do alto nos visitou (cf. Lc 1,78) e iluminou os que jaziam nas trevas. É este o significado do mistério que hoje celebramos. Por isso caminhamos com lâmpadas nas mãos, por isso acorremos trazendo as luzes, não apenas simbolizando que a luz já brilhou para nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos virá no futuro. Por este motivo, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus.

Chegou a verdadeira luz, que vindo ao mundo ilumina todo ser humano (Jo 1,9). Portanto, irmãos, deixemos que ela nos ilumine, que ela brilhe sobre todos nós.

Que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos todos ao seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna. Associemo-nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da luz, que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor.

A salvação de Deus, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos pertence, a nós que somos o novo Israel. Também fez com que víssemos, graças a ele, essa salvação e fôssemos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa. Assim aconteceu com Simeão que, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente.

Também nós, abraçando pela fé a Cristo Jesus que nasceu em Belém, de pagãos que éramos, nos tornamos povo de Deus – Jesus é, com efeito, a salvação de Deus Pai – e vemos com nossos próprios olhos o Deus feito homem. E porque vimos a presença de Deus e a recebemos, por assim dizer, nos braços do nosso espírito, somos chamados de novo Israel. Todos os anos celebramos novamente esta festa, para nunca nos esquecermos daquele que um dia há de voltar.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF