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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Um querer divino

Foto: Dimitri Conejo Sanz
Sétimo artigo da série “Como as mãos de Deus”, com textos da pregação de São Josemaria sobre a família.

Tradução de textos da pregação de São Josemaria sobre a família publicados no livro “Como las manos de Dios” de Antonio Vázquez (Ed. Palabra).

Não havia passado nenhum ano do falecimento de São Josemaria quando, em um ato in memoriam celebrado na Universidade de Navarra, o Bem-aventurado Álvaro del Portillo, a pessoa que conheceu o Fundador mais de perto, ao descrever a sua condição de instrumento de Deus, começou dizendo: Duas profundíssimas convicções emolduram a personalidade humana e sobrenatural de Mons. Escrivá: uma renovada e verdadeira humildade – a consciência plena de todo dom que vem de Deus – e, ao mesmo tempo, uma clara percepção da sua vocação. Dois conceitos intimamente unidos de forma permanente.

O Fundador da obra detalha a gratuidade desses dons em uma homilia sobre a vocação cristã: Realmente, na base da nossa vocação está o conhecimento da nossa miséria, a consciência de que as luzes que iluminam a alma  a fé  o amor com que amamos  a caridade  e o desejo que nos mantém  a esperança  são dons gratuitos de Deus. Tudo o que somos e temos é obra de Deus.

Antes de aproximar-nos à compreensão do que é o amor humano, é urgente colocar as coisas no seu devido lugar. Tudo o que o homem possui, recebeu de Deus: inclusive a capacidade de amar. Sem esse conceito bem estabelecido, é possível introduzir tal desvio na origem das coisas, que nos enganemos sobre o nosso destino e, portanto, sobre a trajetória de nossas vidas.

Voltando ao texto da homilia de São Josemaria no campus da Universidade de Navarra, em outubro de 1967, sobre o qual fiz uma glosa no capítulo anterior, evidencia-se a ideia de que todo dom que sai das mãos de Deus é santo. Neste contexto, não é surpreendente que, quando o Fundador do Opus Dei se referisse ao amor humano, qualificasse essa realidade como algo particularmente entranhável da vida ordinária. Refiro-me – foram as suas palavras – ao amor humano, ao amor limpo entre um homem e uma mulher, ao noivado, ao matrimônio. Devo dizer uma vez mais que esse santo amor humano não é algo permitido, tolerado, ao lado das verdadeiras atividades do espírito, como poderiam insinuar os falsos espiritualismos. Mais adiante, acrescentou: eu encomendei os amores de todos a Santa Maria, Mãe do Amor Formoso.

Santo amor humano. Ou seja, se não é santo, é um amor passageiro, incompleto, fraco, empobrecido, mutilado, também humanamente, porque desconhece a sua origem e seu fim. Nem o amor humano nem o casamento foram inventados pelos homens. Somente Deus é seu autor. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano (...).Tendo-os Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem[1].

E, para que não caibam dúvidas, o Catecismo da Igreja Católica ressalta que este amor é bom, muito bom, aos olhos do Criador.

Pode-se pensar que, para descrever como deve ser o amor entre os cônjuges, foi estabelecido um modelo muito sublime, intransponível, mas exato: amar o outro como Deus os ama. Porque a medida do amor cristão não está no coração do homem, mas no coração de Deus.

Quando um casal quer abordar seu amor nas dimensões que lhe correspondem, deve esforçar-se por aprender a amar-se, dentro dos seus limites, com um amor que se assemelhe, nas suas qualidades, ao amor de Deus: isto é, que exista “uma razão de similaridade”. A partir dessa abordagem, superam-se qualquer monotonia, estagnação ou rotina. Sempre é possível mais. Não importam as circunstâncias, o passar dos anos ou os obstáculos que com certeza virão, de dentro e de fora.

Enfrentamos um desafio de dimensões cada vez maiores. São Josemaria oferecia, sobre esta possibilidade, múltiplas sugestões em encontros com milhares de pessoas. Eram encontros familiares, nos quais, apesar do número de participantes e da variedade de condições, se estabelecia uma comunicação pessoal simples e natural. Ao mesmo tempo, essas palavras poderiam ser traduzidas com significado próprio por cada um dos presentes. Que vocês se amem muito”, exortava aos casais em São Paulo. O amor dos cônjuges cristãos – sobretudo se são filhos de Deus no Opus Dei –, é como o vinho, que melhora com os anos e ganha valor… Porque o seu amor é muito mais importante que o melhor vinho do mundo. É um tesouro esplêndido que o Senhor quis conceder a vocês. Conservem-no bem. Não o joguem fora!”

Este é o elixir da juventude eterna que todos nós buscamos para nossos amores. Um anseio que somente o nosso excesso de cobiça e a nossa falta de ambição puderam diminuir. Não devemos permitir que os atritos cotidianos reduzam nosso amor a algo raquítico e anêmico, quando se espera que alcancemos uma estatura de maior dimensão.

São Josemaria foi um mestre na difícil arte de amar, enquanto se esforçava por nos ensinar a colocar o nosso coração no amor a Deus. Visto assim, quanto vale um pequeno ato, feito por Amor! Muitas vezes, com certa perspicácia, ele sugeria aos casais exemplos de amor simples, mas eloquentes. Assim, quando uma mulher lhe perguntou como manter vivo o amor ao marido, além de outras considerações de ordem sobrenatural, não deixou de lhe oferecer um detalhe tão natural quanto prático: tentar cuidar da comida de uma maneira especial quando sabia que seu esposo retornaria para casa especialmente cansado. Não são receitas, são parábolas, que servem para reter uma ideia. Mais tarde será uma imagem que, guardada na memória, aparecerá contra a luz, convertida em flash, ante uma situação semelhante. Não é arriscado afirmar que, de seu amor transbordante, sem efeitos facilmente emocionais, surgia todo o valor significativo e atraente de seus ensinamentos.

Tudo entra em jogo nessa constante aprendizagem de amor. O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se o não experimenta e se o não torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente[2]. O plano de Deus para o casamento foi feito à medida do Seu amor, e não dos nossos limites. Aprofundar e ampliar horizontes é uma tarefa que não tem fronteiras. Para realizá-la, é essencial segurarmos na mão de Deus que é o Único que conhece as possibilidades e fragilidades do coração humano, e perguntar-nos a cada passo, na intimidade do nosso relacionamento com Ele, o que espera de nós. Como devemos fazer isso? Em que? De que maneira podemos atravessar nossa vida por aquele nervo substancial de onde tudo se enraíza e se expande? Dessa perspectiva, uma nova luz aparece para avaliar até os menores detalhes de nossa caminhada diária. Não são nuvens de algodão, nem enfeites cor de rosa: são fatos. Fatos que exigem esforço, às vezes heroico. O fundador do Opus Dei referia-se a eles ao insistir que é missão muito nossa transformar a prosa desta vida em decassílabos, em poesia heroica. Heroica – porque requer luta e esforço, mas poesia: porque é a única forma de expressar o inefável. O amor assim entendido gera a força transformadora e criativa que prolonga o poema até o crepúsculo de uma existência sem rotinas, nem desvios, embora não faltem dor e cansaço. Venha o que vier e aconteça o que acontecer, porque cada episódio será apenas uma passagem, um recomeçar em um caminho com um fim esperado.

São inúmeras as tentativas humanas, recolhidas pela literatura de todas as épocas, de tentar apresentar o amor humano honesto das maneiras mais multifacetadas. Bem-vindas sejam, pois todas são fagulhas instantâneas que saem da mesma fogueira e algumas fazem vibrar a alma ao mostrar a variedade de registros que o ser humano entesoura. Junto com isso, muitas vezes, essas impressões brilhantes transmitidas limitam-se a contar-nos o anseio de satisfação e a nostalgia do infinito, quando não revelam como é fácil que nos enganemos em nossas aspirações mais elevadas terminando em degradantes escoadouros. Não há mais amor do que aquele que vem do Amor. O resto, no máximo, converte-se em pseudo-amores ou aventuras românticas, por mais ruídos que produzam nos alto-falantes. Ao aprofundar nisso, devemos nos remeter a Santo Agostinho: Como é então, Senhor, que eu Te procuro? De fato, quando Te procuro, ó meu Deus, é a vida feliz que eu procuro. Faz com que Te procure, para que a minha alma viva! Porque tal como o meu corpo vive da minha alma, assim a minha alma vive de Ti[3].

Em última análise, o amor é um mistério, que nunca acabamos de compreender e o amor humano mostra claramente essa evidência. Por que me apaixonei por essa pessoa? Por que devo entregar parte da minha vida a um ser com essas qualidades e limitações? Como é possível que eu ame esta criatura, apesar do seu nada, por causa de seu nada, e a ame com um amor mais forte do que tenho por mim mesmo e por minha felicidade? Isso só é possível se o amor humano estiver combinado e amalgamado com o amor eterno. Não são devaneios românticos. É preciso compreender e aceitar que o que o amor humano tem de plenitude e de limitação, não é obstáculo para chegar a Deus. Muito pelo contrário: é a ocasião para se aproximar Dele. Assim nos fazia ver o fundador do Opus Dei ao recordar que o matrimônio cristão é sinal sagrado que santifica, ação de Jesus que se apossa da alma dos que se casam e os convida a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial em um caminhar divino sobre a terra.

Foi Deus quem, na criação, antecipando-se a todo amor humano imaginável, disse: “Eu quero que você seja ... é muito bom que você exista” (cfr. Gen 1,31) (...), Portanto, se Deus amou essa criatura a ponto de dar-lhe existência ... que posso fazer senão repetir e tentar imitar esse amor divino? Em virtude da sua própria natureza e irreversivelmente, o amor humano não pode ser mais do que uma imitação, uma espécie de repetição desse amor de Deus. Temos certeza de que nunca o conseguiremos, mas na determinação por alcançá-lo já existe um valor agregado de felicidade para a pessoa que amamos, e um olhar compassivo de Deus que recompensa até um copo de água que dermos em Seu nome.

Amar o cônjuge como Deus ama. Aqui está uma tarefa sugestiva o suficiente para preencher toda a vida e mil vidas que tivéssemos. Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar repetia o fundador do Opus Dei na última etapa de sua vida terrena.

Uma das qualidades desse amor é a totalidade. Deus nos ama como somos, não prescinde de aspectos ou parcelas de nossa personalidade. Ainda que tenhamos o rosto sujo e o coração desgrenhado, Ele continua amando cada um de nós com um amor de predileção, como se os outros não existissem. Aceita-nos como somos, ainda que nos prefira melhores. Por isso, São Josemaria insistia muitas vezes que amássemos os defeitos de nossos cônjuges, quando não são ofensa a Deus. E se fossem, seria com o exemplo e o carinho que conseguiríamos fazê-los mudar:

Além disso, independentemente dessas fraquezas, contribuirás para remediar as grandes deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à graça de Deus. Reconhecendo-te tão fraco como eles – capaz de todos os erros e de todos os horrores – serás mais compreensivo, mais delicado.

Nada pode nos surpreender ou assustar. Nem o amor de Deus nem o amor humano são uma enteléquia. Não amamos um ente ideal, nem um produto de fantasia resplandecendo luzes e cores. O objeto do nosso amor são criaturas de carne e osso. O amor humano está enervado com realidades que são vistas, ouvidas e tocadas. É uma dedicação total a alguém, no que é grande e pequeno, na presença e na lembrança. É um amor intuitivo e racional, inteligente, criativo e tão madrugador que se antecipa. Mas acima de tudo é operacional, se cristaliza em obras.

Se realmente pretendemos viver de amor, se queremos superar a confusão ou as desorientações teóricas e práticas que podem surgir ao tornar realidade esta vocação fundamental do ser humano, devemos aprender a amar.

(Extraído do livro de Antonio Vázquez “Como las manos de Deus”, edições Palabra, Madri)

Tradução: Mônica Diez

[1] Catecismo da Igreja Católica, 1604.

[2] São João Paulo II, Redemptor Hominis,10.

[3] Santo Agostinho, Confissões, 10, 20, 29: CCL 27, 170 (PL 32, 791).

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Papa reforma estrutura da Congregação para a Doutrina da Fé

Praça de São Pedro, no Vaticano / Daniel Ibáñez (ACI)

Vaticano, 14 fev. 22 / 02:19 pm (ACI).- O papa Francisco modificou a estrutura interna da Congregação para a Doutrina da Fé com o motu proprio Fidem servare publicado pela Santa Sé, em 14 de fevereiro.

Na carta apostólica em forma de motu proprio, o papa Francisco instituiu duas seçõesm separando questões doutrinárias de questões disciplinares, e designou um secretário para cada uma. As mudanças entraram em vigor hoje, 14 de fevereiro.

Segundo o Vatican News, serviço de informação da Santa Sé, “o objetivo da reforma é dar a devida importância também à seção doutrinal e ao seu papel fundamental na promoção da fé, sem descuidar da atividade disciplinar, depois de décadas em que muito esforço e muitos recursos humanos foram empregados no exame de casos de abuso. Dessa forma, com um secretario próprio, cada seção terá mais força e mais autonomia.”

O papa destacou em seu motu proprio Fidem servare que proteger a fé “é a tarefa principal, bem como o critério último a ser seguido na vida da Igreja”. Como estabeleceram são Paulo VI e são João Paulo II, a Congregação para a Doutrina da Fé “assume este importante compromisso, assumindo competências doutrinais e disciplinares”. Agora, em duas seções, "cada uma coordenada por um secretário que coadjuva o prefeito no âmbito específico de sua competência, com a colaboração do subsecretário e dos respectivos chefes de gabinete”.

Seção Doutrinal “trata de assuntos que dizem respeito à promoção e proteção da doutrina da fé e da moral. Além disso, favorece os estudos que visam aumentar a inteligência e a transmissão da fé a serviço da evangelização, para que a sua luz seja um critério para compreender o significado da existência, especialmente diante das questões colocadas pelo progresso das ciências e pelo desenvolvimento da sociedade”.

A seção examina os documentos a serem publicados pelos outros dicastérios e os escritos e opiniões “que parecem problemáticos para a fé reta, favorecendo o diálogo com seus autores e propondo soluções adequadas a serem tomadas”. 

A esta seção é confiada também a tarefa de estudar as questões relativas aos ordinariatos pessoais de ex-anglicanos e a gestão do Cartório Matrimonial, que diz respeito ao chamado privilegium fidei e examina a dissolução de matrimônios entre dois não-batizados ou entre um batizado e um não batizado.

Seção Disciplinar

Seção Disciplinar é responsável pelos crimes reservados à congregação e tratados através do Supremo Tribunal Apostólico. Tem a tarefa de “preparar e elaborar os procedimentos previstos pela normativa canônica para que a congregação, em suas diversas instâncias (prefeito, secretário, promotor de Justiça, congresso, sessão ordinária, colégio para examinar recursos de delicta graviora), possa promover uma correta administração da justiça”.

Além disso, a Seção Disciplinar promove “iniciativas de formação” para bispos e juristas, a fim de “favorecer uma correta compreensão e aplicação das normas canônicas relacionadas ao próprio âmbito de competência”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa transfere para os bispos competências reservadas à Santa Sé

Bispos durante uma Missa na Basílica de São Pedro |
Vatican Media

Com um motu próprio, Francisco estabelece que os ordinários das Igrejas locais poderão intervir na gestão dos seminários, na formação sacerdotal, na redação de catecismos e em outras áreas sem requerer aprovação do Vaticano, mas uma confirmação mais simples.

Alessandro De Carolis – Vatican News

Não mais uma "aprovação", mas uma "confirmação". Essa é a novidade essencial do motu próprio com o qual o Papa decidiu modificar a atribuição de algumas competências previstas pelo Código de Direito Canônico, tanto da Igreja latina como das Igrejas orientais. Estas incluem a competência das Conferências Episcopais para publicar catecismos. Uma das primeiras novidades diz respeito à transferência da Santa Sé para o bispo diocesano da faculdade de criar um seminário em seu território, sem ter que esperar pela aprovação de Roma, mas simplesmente pela sua confirmação. O objetivo, como definido na introdução ao motu próprio, é favorecer uma "descentralização salutar" que torna as decisões no campo eclesial mais dinâmicas.

Uma possibilidade análoga é concedida aos bispos em relação à formação sacerdotal (os bispos podem adaptá-la "às necessidades pastorais de cada região ou província") e à incardinação dos sacerdotes, que a partir de agora podem ser incardinados – para além de em uma Igreja particular ou um em um Instituto religioso - também em uma "associação  pública clerical", reconhecida pela Santa Sé, a fim de evitar "clérigos acéfalos e vagantes". O critério de descentralização, mas também de "proximidade", também se reflete no alongamento de 3 para 5 anos do período de "exclaustração", ou seja, a possibilidade que autoriza um religioso a viver fora de seu próprio Instituto por razões sérias. O motu próprio, assim como sobre a competência das Conferências episcopais para publicar catecismos, intervém transferindo da Santa Sé para a responsabilidade das Igrejas locais as decisões sobre possíveis reduções no número de Missas a serem celebradas com relação às intenções e recebimentos.

bispo dom Marco Mellino, secretário do Conselho de Cardeais e membro do Pontifício Conselho dos Textos Legislativos, explica os princípios gerais que inspiraram o motu próprio do Papa:

O Motu próprio, com o qual algumas normas dos dois Códigos da Igreja católica - o Código de Direito Canônico para a Igreja latina e o Código dos Cânones das Igrejas Orientais para a Igreja oriental - são alteradas, é mais uma peça que se une ao trabalho de reforma que o Papa Francisco começou desde o início de seu pontificado e está prosseguindo.

Responde ao espírito de "descentralização salutar" indicado na Exortação apostólica Evangelii Gaudium, n. 32, com o objetivo de favorecer e valorizar a dinâmica de proximidade na Igreja, sem com isso comprometer a comunhão hierárquica.

A intenção que o anima é profundamente pastoral e está bem delineada no proêmio introdutório do texto, no qual se diz que, tendo em conta a cultura eclesial e a mentalidade jurídica própria de cada Código, certas competências até então atribuídas à Santa Sé, e portanto exercidas pelo governo central, estão sendo "descentralizadas", ou seja, designadas aos Bispos (diocesanos/eparquiais ou unidos em Conferências episcopais ou segundo Estruturas hierárquicas orientais) e aos Superiores Maiores dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica com a intenção precisa de fomentar sobretudo o sentido da colegialidade e da responsabilidade pastoral, bem como de satisfazer os princípios da racionalidade, da eficácia e da eficiência.

É evidente, de fato, que quando a autoridade tem um conhecimento direto e mais próximo das pessoas e dos casos que exigem uma ação pastoral de governo, esta ação, em virtude da própria proximidade, pode ser de mais rápida eficácia.

Neste sentido, portanto, as mudanças normativas que estão sendo feitas com este Motu Próprio refletem ainda mais a universalidade compartilhada e plural da Igreja, que inclui as diferenças sem homologá-las, garantida, no que diz respeito à sua unidade, pelo ministério petrino próprio do Bispo de Roma.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Teotônio

S. Teotônio | arquisp
15 de fevereiro

São Teotônio

Teotônio nasceu em 1082, na aldeia de Tartinhade, em Ganfei, próxima a Valença do Minho, Portugal. Na infância estudou no mosteiro beneditino de Ganfei.

Aos dez anos, mostrando inclinação religiosa, foi entregue ao tio, bispo de Coimbra, que assumiu sua educação. Na capital, o bispo o colocou no colégio anexo à sua Catedral designando o diretor padre Telo para orientador espiritual do sobrinho. Teotônio se formou em teologia e filosofia. Quando seu tio morreu , padre Telo o enviou aos cuidados de um outro tio, que era o prior do mosteiro em Viseu, para completar sua formação eclesiástica.

Em Viseu, ele tomou a ordem sacerdotal e sucedeu seu tio, como prior do mosteiro, em 1112. Teotônio fez então sua primeira peregrinação a Jerusalém e, ao voltar, recusou ser o bispo de Viseu. Preferiu continuar um simples missionário e voltou para a Terra Santa, pela segunda vez, onde pretendia ficar. Entretanto padre Telo, seu antigo orientador, mandou chamá-lo, porque precisava de sua ajuda para criar uma comunidade religiosa, sendo prontamente atendido.

Assim, Teotônio foi o co-fundador, junto com onze religiosos, e primeiro superior do mosteiro da Santa Cruz de Coimbra, sede da nova Ordem, criada em 1131, sob a Regra de Santo Agostinho. Todos os fundadores receberam o hábito agostiniano. Depois, pediram ao papa Inocêncio II que tomasse sob sua proteção o mosteiro da Santa Cruz de Coimbra. Ele aceitou o pedido pela Bula Desiderium quod, de 26 de maio de 1135.

Sua atuação foi marcada por uma dinâmica missionária relevante durante a reconquista cristã no território português. Cedo compreendeu que as nações não se forjam nos campos de batalhas, mas nas escolas de formação de sua juventude. Era um missionário notável e um homem de visão moderna para o seu tempo. Foi conselheiro espiritual do rei Afonso Henrique, que o estimava e muito auxiliou a Ordem. Manteve contatos amistosos com personagens importantes do seu tempo, como São Bernardo.

Aos setenta anos Teotônio renunciou ao cargo de prior, voltando a ser um simples religioso. Um ano depois o papa Anastásio IV quis consagrá-lo bispo de Coimbra, mas ele recusou, consagrando seus últimos anos à oração. Morreu em 18 de fevereiro de 1162. Seu corpo repousa numa capela da igreja do mosteiro que fundou. Um ano depois, no aniversário de sua morte o papa Alexandre III o canonizou.

São Teotônio se tornou o primeiro santo da nação portuguesa a ser canonizado, sendo celebrado pela Igreja como o reformador da vida religiosa em Portugal. O seu culto celebrado no dia 18 de fevereiro foi difundido pelos agostinianos espalhados no mundo todo. Em 1602, foi proclamado Padroeiro da cidade e diocese de Viseu.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Freira faz 118 anos e é a segunda pessoa mais velha do mundo

DW

PARIS, 14 fev. 22 / 11:03 am (ACI).- No dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, a freira francesa Irmã André Randon fez 118 anos, tornando-se a segunda pessoa mais velha do mundo e a mais velha da Europa segundo o Grupo de Pesquisa em Gerontologia, encarregado de validar informações de pessoas com 110 anos de idade ou mais.

O presidente da França, Emmanuel Macron, enviou uma saudação especial à freira.

A mensagem do presidente foi compartilhada através das redes sociais da casa de repouso Sainte Catherine Labouré, onde a freira mora.

A irmã André Randon nasceu no dia 11 de fevereiro de 1904 em Alés, França. Antes de entrar na vida religiosa, seu nome era Lucile Randon.

Aos 19 anos Lucile abandonou o protestantismo e se converteu ao catolicismo. Ela cuidou de crianças pequenas e idosos em um hospital francês até os 40 anos, quando entrou na vida religiosa.

Em 1944, Lucile entrou para a Congregação das Filhas da Caridade, fundada por são Vicente de Paulo, e adotou o nome de irmã André em homenagem a seu irmão.

Após 76 anos, irmã André mudou-se para Toulon, no sul da França, onde mora atualmente na casa de repouso Sainte Catherine Labouré.

A freira viralizou em 2021, pois apesar de ter testado positivo para covid-19 na casa de repouso e estar isolada dos demais moradores, não teve sintomas da doença.

Em 2019, quando fez 115 anos, a freira recebeu um cartão e um terço abençoado pelo papa Francisco, que ela usa todos os dias desde então.

Em seu aniversário de 116 anos, irmã André compartilhou com o mundo a sua “receita para uma vida feliz”: oração e uma xícara de chocolate quente todos os dias.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Dom Vital: A caridade, pilar importante na ação evangelizadora

A caridade | Vatican News

O Senhor diz que o Reino dos céus será dado pelo amor dado ao próximo, sobretudo para os mais necessitados.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

Nós meditamos o terceiro pilar que é caridade ponto presente nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023, da CNBB. O texto coloca que a espiritualidade cristã centraliza-se na capacidade de amar a Deus e ao próximo, de modo que rezar e amar são realidades indispensáveis para os discípulos e as discípulas de Jesus Cristo. A oração e a caridade andam juntas na vida cristã [1]. São Paulo disse aos Coríntios que sem o amor, a caridade, as coisas não possuem o seu devido valor, porque o amor é magnânimo, é benfazejo, não é arrogante, não leva em conta o mal sofrido (1 Cor 13, 4-5). As virtudes teologais da fé e da esperança possuem o seu devido valor, mas a maior delas é caridade (1 Cor 13,13). São Pedro fala que a caridade, o amor cobrem uma multidão de pecados (1 Pd 4,8). O Senhor diz que o Reino dos céus será dado pelo amor dado ao próximo, sobretudo para os mais necessitados (Mt 25, 31-46). Vejamos como o Império romano e as Igrejas antigas contribuíram com a prática da caridade, proveniente da palavra de Deus junto às suas populações, sobretudo as mais necessitadas de ajuda.

A caridade no Império romano

É possível ver ações de caridade por parte das autoridades e povo do Império romano para com os pobres. Pela Lex Clodia Frumentária, de 58 a.C. consentia que os pobres romanos recebessem grãos com um preço bom ou de uma forma gratuita. O fato era que alguns imperadores romanos ajudaram os mais necessitados. O Imperador Trajano, séculos I e II foi um dos primeiros a organizar segundo Plínio, o Jovem Governador da Bitínia, uma assistência pública aos meninos abandonados em Roma, e tal ação se estendeu depois em toda a Itália, sendo uma das obras sociais mais dignas de louvor de seu governo [2]. Outros dois Imperadores como Septímio Severo e Aureliano ajudaram também os pobres com grãos de trigo e com alimentos [3]. Algumas doações em alimentos eram presentes em quase todos os lugares das províncias do Império, de modo que, as autoridades imperiais supriram com os parcos meios aqueles que passavam necessidades distribuindo alimento aos carentes, especialmente, com o trigo. Havia pessoas que ajudavam os seus concidadãos com roupas, mas, sobretudo com alimentos tentando abafar o mar dos pedidos de muitas comunidades [4].

A caridade na tradição judaica e cristã

A caridade para com os mais necessitados estava presente também na tradição judaica. Mas é, sobretudo com Jesus Cristo, e a tradição cristã que se implementaram sempre mais a ação caritativa nas famílias e nas comunidades necessitadas. A palavra de Cristo colocava a ação de misericórdia para com os famintos, outras categorias de necessidades (Mt 25, 35-36) e também a Igreja primitiva seguia os passos do Senhor. No fim do primeiro século, a prática da comunhão de bens, que havia caracterizada a comunidade primitiva de Jerusalém (At 2,42-47), estava ainda presente em muitas comunidades cristãs, de modo que as ofertas dos fiéis eram a fonte principal da qual a Igreja alcançava as próprias atividades caritativas [5].

Os cristãos olhavam às classes humildes

Aristides de Atenas, padre da Igreja, século II, colocava as ações dos cristãos diante dos pagãos no sentido que eles olhavam mais às classes humildes. Eles não desprezavam a viúva, não entristeciam o órfão. A pessoa que possuía fornecia abundantemente para aquela que nada tinha. Ao encontrar um forasteiro, eles o acolhiam sob o seu teto e alegravam-se com ele como verdadeiro irmão, porque os cristãos não se chamavam se chamavam de irmãos ou irmãs segundo a carne, mas segundo a alma em Cristo Jesus [6].

Depósito da comum piedade

Tertuliano, padre da Igreja, séculos II e III, norte da África, afirmou a preocupação na sua comunidade cristã pela existência dos pobres de modo que havia uma espécie de caixa comum. Cada um trazia quando queria e tivesse condição na sua modesta contribuição mensal, e tudo se oferecia de uma forma espontânea. Eram estes os depósitos da comum piedade. Este dinheiro não era usado para banquetes, bebidas, mas para dar alimento aos necessitados, para socorrer meninos e meninas privados de sustentação e dos pais, e também aos idosos e aos náufragos. Além disto, a comunidade cristã socorria em nome da religião os condenados, os deportados nas prisões [7].

A caridade da Igreja romana

Eusébio de Cesaréia, bispo na Palestina, século IV teve presente uma Carta de Dionísio, bispo de Corinto, século II, que o bispo de Roma, Papa Sotero, século II, beneficiou de várias maneiras a todos os irmãos, enviando auxílios a muitas Igrejas em cada cidade. Ele aliviou a penúria dos necessitados, sustentou as pessoas que trabalhavam nas minas através de recursos, enviados desde o começo. Ele enviou abundantes esmolas aos santos e consolando com felizes expressões as pessoas que o procuravam, conforme um pai ternamente amoroso faz para com os seus filhos [8].

Deus é o autor das coisas boas

São Gregório de Nissa, bispo, século IV afirmou que é o próprio Deus o autor das obras de bondade e de misericórdia que as pessoas faziam para com os pobres. A criação da terra, o ornamento do céu, a sucessão ordenada das estações, o calor, o frio todas as outras coisas foram criadas por Ele para o bem humano. O Senhor mesmo dá o alimento aos sofredores através de suas obras criadas. Ele dá a caridade concebida de tudo o que é necessário ao ser humano. É claro que ele deseja que as pessoas ajudem os mais necessitados uma vez que também eles receberam do Senhor os bens necessários para a sua sobrevivência [9].

A presença de Cristo nas pessoas pobres

São Gregório de Nazianzo, bispo, século IV atestou a presença de Cristo Jesus nos pobres. Seguindo a Sagrada Escritura que diz que quem despreza o pobre insulta quem o criou (Pr 17,5), ele disse também que a honra dada ao Criador parte daquele que há o cuidado de sua criatura, a necessitada. São Gregório seguiu outro trecho da Sagrada Escritura falando que quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e Ele o recompensará pelo bem que fez (Pr 19, 17), de modo que o cristão é chamado à compaixão e à fraternidade. Descrita por Mateus, a vida eterna é dada pelo amor aos pobres, já a condenação eterna, refere-se pelas pessoas que não tiveram cuidado de Cristo pelos necessitados (Mt 25, 35-46). Assim São Gregório ressaltou que enquanto os fieis tiveram tempo, visita-se, cuida-se, nutre-se, veste-se, hospede-se e fazem-se honras a Cristo, para que um dia eles e, sobretudo o Senhor Jesus acolham os justos e as justas nas moradas eternas [10].

O amor aos pobres

São Fulgêncio de Ruspe, bispo, século V, norte da África, afirmou que o amor que se recebe de Deus deve ser dado a todas as pessoas, mas, sobretudo aos pobres. Quem recebeu do Senhor muitas virtudes, possa se desprender das coisas e dá-las aos mais necessitados. O bispo exortava aos seus fiéis para que não fossem lentos, nas boas obras, nenhum seja estéril, ninguém por amor dos bens presentes despreze os futuros [11]. Ele dizia que a caridade aos pobres é essencial no seguimento a Jesus Cristo.

A felicidade dada na ajuda

A Carta a Diogneto, autor desconhecido, século II, colocou a doutrina que a felicidade é dada na ajuda aos mais necessitados. Esta não consiste na opressão ao próximo, ou querer estar por cima dos mais fracos, ou enriquecer-se e praticar a violência contra os inferiores. A imitação a Deus, a sua grandeza consiste na ajuda a quem for mais necessitado. Desta forma quem toma sobre si o peso do próximo, quem é superior beneficie o inferior. Aquele que dá aos necessitados as coisas que recebeu de Deus é como Deus para os que receberam de sua mão, tornando-se imitador de Deus [12].

Nós percebemos a importância da caridade, como pilar importante de nossa ação evangelizadora na qual possibilite muitas obras boas em favor do povo sofredor, sobretudo dos pobres e necessitados da sociedade. Cristo Jesus está presente neles de modo que é feito em nome dele. Ele mesmo nos julgará a respeito da caridade feita com as pessoas mais necessitadas que nós.

[1] Cfr. Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023. Brasília, Edições CNBB, 2019, pg. 58.

[2] Cfr. Plínio, Panegyr., 25-27; Cfr. A. G. Hamman, Le prime comunità cristiane, Milano 1998, 213. Grant afirma que Trajano fez a introdução dos alimenta, um sistema de subsídios econômicos para os meninos pobres. Cfr. M. Grant, Gli Imperatori Romani. Storia e Segreti. Milano, Grandi Tascabili Economici Newton, 1984, 71.

[3] Cfr. Ugo Falesiedi. Le Diaconie. I servizi assitenziali nella Chiesa antica. Roma, Istituto Patristico Augustinianum, 1885, pg. 35.

[4] Diz-se que Plínio, o Jovem, Governador da Bitinia e do Ponto, Ásia Menor, fez doações em favor dos meninos abandonados em diversas cidades, e particularmente na sua cidade de origem, Como. (Cfr. Plínio, Ep., VIII, 18 ).

[5] Cfr. Cfr. Ugo Falesiedi. Le Diaconie. Idem, pgs. 32, 38.

[6] Cfr. Aristides de Atenas, Apologia 15, 7. In: In: Padres Apologistas. São Paulo, Paulus, 1995, pgs. 29-30. pg. 52.

[7] Cfr. Tertulliano, ApologeticoXXXIX, 5-6, a cura di A. Resta Barrile. Bologna, Oscar Mondadori, Bologna, 2005, pg. 137.

[8] Eusébio de Cesaréia. História Eclesiástica, Livro Quarto, capítulo 23, 10. SP, Paulus, 2000, pgs. 209-210.

[9][9][9] Cfr. Gregorio di Nissa. L´amore per i poveri, 1. In: La teologia dei padri, v. 3. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pgs. 270-271.

[10] Cfr. Gregorio di Nazianzo. L´amore per i poveri, 36, 39-40. In: Idem, pgs. 271-271.

[11] Cfr. Fulgenzio di Ruspe. Prediche, 1, 7-8. In: Idem, pgs. 273-274.

[12] Cfr. Carta a Diogneto, 10, 5-6. In: Padres Apologistas, pgs. 29-30. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Abertura do Ano Jubilar Missionário 2022 na Arquidiocese de Brasília

Ano Jubilar Missionário | arqbrasilia

A coordenação do  Conselho Missionário da Arquidiocese de Brasília (COMIDI) convida todo o povo fiel para a missa de abertura do Ano Jubilar Missionário no próximo dia 20 de fevereiro, às 10h30, na Catedral de Brasília.

No dia 20 de novembro de 2021, as Pontifícias Obras Missionárias completaram 43 anos de atuação no Brasil, e nesta mesma ocasião, foi lançado o Ano Jubilar Missionário, a ser vivido em 2022.

O Ano Jubilar Missionário terá como tema “A Igreja em estado permanente de missão”, e o lema, tirado de At 1,8, é “Sereis minhas testemunhas”, ao qual foi escolhido como centro da mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2022.

Com efeito, o ano de 1972 marcou um novo impulso missionário que houve no Brasil, com a criação de diversos organismos, que têm como objetivo a maior e melhor articulação da atividade missionária na Igreja.

No vídeo, a identidade visual do Ano Jubilar Missionário:

 https://youtu.be/Q98AimtzJRU

O objetivo do Ano Jubilar Missionário

O objetivo do Ano Jubilar Missionário é expandir a consciência missionária, orientando-a à universalidade da Igreja, sobretudo através dos projetos Ad Gentes e Igrejas-irmãs. De fato, buscar uma Igreja em estado permanente de missão, é compreender que a missão não é algo optativo, ou pertencente apenas a um grupo na vida eclesial, mas é a sua própria natureza (cf. AG 2).

A programação do Ano Jubilar Missionário em 2022

No âmbito nacional, os motivos jubilares são:

·         50 anos de criação do Conselho Missionário Nacional (COMINA);

·         50 anos das Campanhas Missionárias;

·         50 anos dos Projetos Igrejas Irmãs;

·         50 anos do Conselho Missionário Indigenista (CIMI);

·         50 anos do Documento de Santarém;

·         60 anos do Centro Cultural Missionário (CCM);

·         70 anos da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

No âmbito internacional vamos celebrar:

·         400 anos de criação da Congregação para Evangelização dos Povos;

·         200 anos do nascimento da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), fundada em 1822 pela venerável Paulina Jaricot;

·         150 anos do nascimento do beato Paolo Manna, PIME, fundador da Pontifícia União Missionária;

·         100 anos do motu próprio Romanorum Pontificum do Papa Pio XI, com o qual, em 1922, designou as Obras Missionárias como Pontifícias.

Com informações do Assessor do COMIDI da Arquidiocese de Brasília

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Praça São Pedro em silêncio na oração pela Ucrânia: todos esforços pela paz

Praça São Pedro durante o Angelus  (Vatican Media)

O Papa nos convidou a rezar em silêncio pela crise no país do Leste Europeu, de onde chegam "notícias muito preocupantes". Enquanto isso, aumenta a tensão sobre uma iminente invasão russa. A diplomacia não mede esforços para evitar confrontos armados, mas até agora nenhuma abertura veio de contatos entre Biden e Putin. Para Kiev, os EUA provocam um alarmismo que só causa pânico.

Francesca Sabatinelli - Cidade do Vaticano

"As notícias que chegam da Ucrânia são preocupantes. Confio à intercessão da Virgem Maria e à consciência dos líderes políticos, para que sejam feitos todos os esforços pela paz. Rezemos em silêncio".

Francisco, ao final do Angelus deste domingo, volta seu pensamento novamente à atual crise no país do Leste Europeu para expressar seus temores sobre uma situação que parece se agravar a cada dia.

A conversa entre Biden e Putin

A intensa atividade diplomática, bem como ligações telefônicas de alto nível entre líderes ocidentais e Moscou, não conseguem diminuir o nível de risco de uma iminente invasão da Ucrânia pela Rússia, que denuncia a "histeria" dos Estados Unidos, que, por sua vez, como fez o presidente Joe Biden em um telefonema com seu colega russo Vladimir Putin, ameaçou os russos com "retaliações sérias e rápidas" no caso de um ataque. Biden e Putin, no entanto, também garantiram que continuarão os contatos e continuarão comprometidos com a diplomacia.

As advertências de Blinken

Em uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, o secretário de Estado dos EUA, Blinken, alertou os russos sobre uma "resposta transatlântica resoluta e massiva" no caso de novas agressões russas. Blinken repetiu as mesmas ameaças na conclusão de uma cúpula trilateral com homólogos do Japão e da Coreia do Sul: no caso de uma invasão, a resposta será rápida, unida e pesada. O secretário de Estado também alertou que Moscou poderia usar uma provocação ou incidente pré-fabricado para justificar um ataque a Kiev.

As manobras da Rússia e dos EUA

O Kremlin, entretanto, continua a enviar soldados perto da fronteira - fala-se em mais de 100 mil unidades - e lançou manobras militares no Mar Negro e na Belarus, enquanto os Estados Unidos retiraram quase todos os militares presentes na Ucrânia, e fortaleceu a frente polonesa enviando novas tropas. Enquanto isso, Washington negou a presença de um de seus submarinos em águas territoriais russas, conforme denunciado pelos russos.

A crise mais perigosa desde a Guerra Fria

Para muitos observadores, esta é a crise mais perigosa na Europa desde o fim da Guerra Fria. Os russos estão mais uma vez pedindo a suspensão do que chamam de expansão da OTAN, bem como do apoio ocidental à Ucrânia, que Moscou nunca deixou de ver como parte de sua esfera de influência.

No último telefonema com seu colega francês Macron, o presidente russo Putin criticou o fornecimento de armas a Kiev, uma possível condição para ações “agressivas por parte de forças ucranianas", na área oriental, onde a Rússia apoia separatistas armados, zona da qual a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) está fazendo sair todos os seus observadores.

E a evacuação continua também por parte de muitos países, que estão retirando seus compatriotas da Ucrânia, assim como feito também por Moscou, que retirou parte de seu pessoal diplomático. Além dos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel, há também os países do Golfo Pérsico, incluindo Arábia Saudita, Catar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, pois – advertiram os Estados Unidos - a ofensiva russa pode começar a qualquer momento e sem aviso prévio.

Para diminuir o tom, as declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, para quem as "declarações alarmistas estadunidenses não ajudam e só causam pânico".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Valentim

S. Valentim | arquisp
14 de fevereiro

São Valentim

No século III, em Roma, Valentim, era um sacerdote e o imperador era Cláudio II, o Gótico. O Império enfrentava muitos problemas, com inúmeras batalhas perdidas. O imperador deduziu que a culpa era dos soldados solteiros, que segundo ele, eram os menos destemidos ou ousados nas lutas. E, mais, que depois de se ferirem levemente, pediam dispensa das frentes. Mas, o que era pior, retornavam para o exército, casados e nesta condição queriam voltar vivos, enfraquecendo os exércitos. Por isto, proibiu a celebração dos casamentos.

Valentim, que considerava essa medida injusta, continuou a celebrar os casamentos, mas secretamente. Quando soube das ações do sacerdote, Cláudio mandou que fosse preso e o interrogou publicamente. Suas respostas foram elogiadas pelo soberano que disse: "Escutem a sábia doutrina deste homem". E, de fato, parece que a pregação de Valentim, o tinha impressionado, pois o mandou para uma prisão domiciliar, indicando a residência do prefeito romano Asterio, onde todos eram pagãos.

Logo que chegou na casa, o sacerdote ficou sabendo que o prefeito tinha uma filha cega. Disse aos familiares que iria rezar e pedir para Jesus Cristo pela cura da jovem, o que ocorreu alguns dias depois. Mas, nesta altura dos fatos, Valentim havia convertido a família interia do prefeito. Isto agravou sua pena, sendo condenado a morte.

No dia 14 de fevereiro de 286 foi levado para a chamada via Flaminia, onde foi morto a pauladas e depois decapitado.

A sepultura de Valentim foi encontrada em 346, numa capela subterrânea na via Flaminia. Dez séculos depois, antigos registros o indicaram como irmão de São Zenão. Hoje, as suas relíquias estão na Igreja de São Praxedes num oratório dedicado a São Zenão e São Valentim.
 
O mártir Valentim, se tornou santo porque morreu pelo testemunho de seu sacerdócio. A Igreja o considera padroeiro dos namorados por ter defendido com sua vida o Sacramento do Casamento.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF