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quarta-feira, 26 de junho de 2024

O Papa: reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas

Audiência Geral de 26/06/2024, com o Papa Francisco (Vatican News)

A catequese de Francisco, na Audiência Geral, foi dedicada à trágica realidade da dependência de drogas no âmbito do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas celebrado nesta quarta-feira, 26 de junho. Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão". O Pontífice definiu os traficantes como "assassinos e traficantes de morte".

https://youtu.be/qnX2UH0V3hg

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Nesta quarta-feira (26/06), Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, o Papa Francisco dedicou sua catequese, na Audiência Geral, a este tema.

O Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987. O tema deste ano é "A evidência é clara: investir na prevenção".

João Paulo II e Bento XVI sobre as drogas

São João Paulo II afirmou que "o abuso de drogas empobrece todas as comunidades onde está presente. Diminui a força humana e a fibra moral. Isso prejudica os valores estimados. Destrói o desejo de viver e contribuir para uma sociedade melhor". Francisco recordou que quem faz uso de drogas "traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada e, na medida do possível, sanada e purificada". Os usuários de drogas "continuam tendo uma dignidade enquanto pessoas filhas de Deus”. "Todo mundo tem dignidade", acrescentou o Papa.

"No entanto, não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos", sublinhou Francisco, recordando que o Papa Bento XVI usou palavras severas durante sua visita à comunidade terapêutica "Fazenda da Esperança"no Brasil, em 12 de maio de 2007. Assim disse Bento XVI: “Digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai exigir de vocês satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira”.

Pôr fim à produção e ao tráfico

Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior".

“Tendo conhecido muitas histórias trágicas de usuários de drogas e suas famílias, estou convencido de que é moralmente necessário pôr fim à produção e ao tráfico destas substâncias perigosas.”

Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte! - quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa sociedade.

A prevenção para combater o abuso e o narcotráfico

"A produção e o tráfico de drogas também têm um impacto destrutivo na nossa casa comum", disse ainda o Papa, sublinhando que "isto tem se tornado cada vez mais evidente na bacia amazônica".

“Outra forma prioritária de combater o abuso e o narcotráfico é a prevenção, que se faz promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida pessoal e comunitária, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança para o futuro.”

O trabalho da Igreja

O Pontífice disse que em suas viagens em várias dioceses e países ele visitou "diversas comunidades de recuperação inspiradas no Evangelho". "São um testemunho forte e esperançoso do compromisso dos sacerdotes, das pessoas consagradas e dos leigos em pôr em prática a parábola do Bom Samaritano. Do mesmo modo, sinto-me confortado pelos esforços empreendidos por diversas Conferências Episcopais para promover legislação e políticas justas relativas ao tratamento das pessoas dependentes do consumo de drogas e à prevenção para deter este flagelo", disse ainda Francisco.

O Papa citou como exemplo a rede da Pastoral latino-americana de Acompanhamento e Prevenção das Dependências (PLAPA). "O estatuto desta rede reconhece que 'a dependência do álcool, das substâncias psicoativas e de outras formas de dependência (pornografia, novas tecnologias, etc.) é um problema que nos afeta indistintamente, para além da diversidade dos contextos geográficos, sociais, culturais, religiosos e etários. Apesar das diferenças, queremos organizar-nos como rede: partilhar experiências, o entusiasmo e as dificuldades'".

Francisco mencionou também os Bispos da África Austral, que em novembro de 2023 convocaram um encontro sobre o tema “Capacitar os jovens como agentes de paz e de esperança”. Os representantes da juventude presentes na reunião reconheceram aquela assembleia como um “marco significativo para uma juventude saudável e ativa em toda a região”. Prometeram ainda: “Aceitamos o papel de Embaixadores e Defensores que vão lutar contra o uso de substâncias. Pedimos a todos os jovens que tenham empatia uns com os outros em todos os momentos”.

Não ficar indiferentes

“Queridos irmãos e irmãs, perante a trágica situação da dependência de drogas de milhões de pessoas em todo o mundo, perante o escândalo da produção e do tráfico ilícito de drogas, “não podemos ficar indiferentes. O Senhor Jesus parou, fez-se próximo, curou as feridas.”

Seguindo "o estilo da sua proximidade, também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e de dor, a saber escutar o grito da solidão e da angústia, a inclinar-nos para levantar e reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas". "Rezemos também pelos criminosos que gastam e fornecem drogas aos jovens: são criminosos, são assassinos. Rezemos por sua conversão", disse ainda o Papa.

Por fim, neste Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, Francisco convidou a renovar "como cristãos e comunidades eclesiais o nosso compromisso de oração e de combate às drogas".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Josemaria Escrivá

São Josemaria Escrivá (A12)
26 de junho
São Josemaria Escrivá

Josemaría Escrivá de Balaguer nasceu em Barbastro na Espanha, em 9 de janeiro de 1902. Ele cresce uma família católica, ele era o segundo de um total de seis filhos do casal José Escrivá e Maria Dolores Alba.

Já na infância ele se depara com as dores da vida, entre os anos de 1910 e 1913, as três irmãs mais novas morreram. Já no final de 1914, sua família se muda para Logronho, pois a empresa de seu pai faliu.

Em 1917, Josemaría sente o chamado de sua vocação, a partir de um fato inusitado, ao perceber as pegadas de um carmelita que caminhava descalço na neve, ele se sentiu tocado por Deus e que precisava se entregar ao serviço de Deus.

Em 1918 iniciou seus estudos no Seminário de Logronho, como aluno externo, em 1920, entrou para o Seminário de São Carlos, de Saragoça.

No dia 28 de Março de 1925, foi ordenado sacerdote na capela do Seminário. No dia 30, celebrou a primeira Missa na Basílica do Pilar, em sufrágio pela alma do pai que havia falecido há quatro meses. Passou a exercer o ministério em um povoado rural. Depois, trabalhou em Saragoça. Autorizado pelo bispo, foi para Madri em 1927, onde se formou em Direito.

Em 2 de outubro de 1928, Josemaría participava de um retiro espiritual e, enquanto meditava, “vê” a missão que o Senhor lhe chamava: iniciar um novo caminho vocacional na Igreja, promover a busca da santidade e o apostolado através da santificação do trabalho ordinário no meio do mundo, sem mudar de status. Nascia assim a Opus Dei. Poucos meses depois, o Senhor o fez compreender que deveria incluir também as mulheres.

Em 24 de fevereiro de 1947, o Papa Pio XII concedeu o decretum laudis e, em 16 de junho de 1950, a aprovação definitiva.

São Josemaría Escrivá morreu por causa de uma parada cardíaca, no dia 26 de junho de 1975. Ele estava em seu escritório, aos pés de uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.

A Opus Dei já estava presente nos cinco continentes, tendo mais de sessenta mil membros em oitenta países.

 Foi beatificado em 17 de maio de 1992 e sua canonização aconteceu no dia 6 de outubro de 2002, em cerimônia celebrada pelo papa São João Paulo II.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

O objetivo do Opus Dei é elevar a Deus toda realidade criada, com a ajuda da graça, para que Cristo reine em todos e em tudo; conhecer Jesus Cristo, torná-lo conhecido, levá-lo a todos os lugares. Imagino que de tudo tirais oportunidade para ter intimidade com Deus e com a sua Mãe bendita, nossa Mãe, e com São José, nosso Pai e Senhor, e com os nossos Anjos da Guarda, para ajudar a Igreja Santa, nossa Mãe, que está tão necessitada, que está a passar tão mal no mundo, neste momento! Temos de amar muito a Igreja e o Papa, seja ele quem for. Pedi ao Senhor que o nosso serviço seja eficaz para a sua Igreja e para o Santo Padre”.

Oração:

“Ó Deus, que por mediação da Santíssima Virgem Maria, concedestes inumeráveis graças a São Josemaria, sacerdote, escolhendo-o como instrumento fidelíssimo para fundar o Opus Dei, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres cotidianos do cristão, fazei que eu saiba também converter todos os momentos e circunstâncias da minha vida em ocasião de Vos amar, e de servir com alegria e com simplicidade a Igreja, o Romano Pontífice e as almas, iluminando os caminhos da terra com o resplendor da fé e do amor. Concedei-me por intercessão de São Josemaria o favor que vos peço... Assim seja. Pai Nosso, Ave-Maria, Glória.”


Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 25 de junho de 2024

Um grande cristão (1)

A igreja de São Marcos, em Rovereto, onde Rosmini foi batizado em 25 de março de 1797; Rosmini foi pároco dessa mesma igreja, de 1834 a 1835, mas antes, em setembro de 1823, organizou nela o Panegírico à santa e gloriosa memória de Pio VII | 30Giorni

Arquivo 30Dias - 09/2007

Um grande cristão

Entrevista com o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos: “Beatifica-se uma límpida figura sacerdotal, que ofereceu toda a sua pessoa a Jesus e à Igreja. Que sofreu por isso. Uma figura que foi guia e conforto para muitos cristãos que vieram depois dele”.

Entrevista com o cardeal José Saraiva Martins de Gianni Cardinale

“Estou realmente contente pelo fato de Antonio Rosmini ser finalmente elevado à glória dos altares. Estou contente pela Igreja e, se me permitem, também pessoalmente. Desde minha época como professor na Pontifícia Universidade Urbaniana, sempre citei com prazer os escritos esclarecedores desse grande, agudo, profético pensador.” O cardeal José Saraiva Martins já está preparando com muito cuidado a homilia que pronunciará em novembro próximo, em Novara, quando presidirá à celebração com a qual o grande sacerdote de Rovereto será inscrito no álbum dos beatos. E não esconde sua satisfação pessoal por ter finalmente chegado esse momento eclesial tão importante. Até porque, realmente, não é todos os dias que um eclesiástico que teve proposições suas condenadas formalmente pelo Santo Ofício recebe uma reabilitação tão completa.

Eminência, por que o senhor parece tão contente por poder presidir à beatificação de Rosmini?
JOSÉ SARAIVA MARTINS: Porque se trata de uma límpida figura sacerdotal, que ofereceu toda a sua pessoa a Jesus e à Igreja. Que sofreu por isso. Uma figura que foi guia e conforto para muitos cristãos que vieram depois dele. Cristãos que pertencem à esfera intelectual, pois Rosmini era um grande pensador, mas também simples fiéis, tocados pelo testemunho dos religiosos e das religiosas das congregações fundadas pelo abade de Rovereto. Rosmini é realmente um cristão que viveu da maneira mais elevada as virtudes humanas e cristãs.

No entanto, no caso de Rosmini, não foi fácil fazer que essas virtudes fossem reconhecidas...
SARAIVA MARTINS: De fato, a causa de beatificação – imagino que o senhor esteja se referindo a isso – foi particularmente complexa. Por uma série de motivos.

Em primeiro lugar, motivos doutrinais.
SARAIVA MARTINS: Realmente, os escritos de Rosmini foram objeto de críticas por parte de outros eclesiásticos, críticas que culminaram no decreto Post obitum, do então Santo Ofício, no qual eram condenadas quarenta proposições extraídas de suas obras. Mas era uma condenação póstuma, posterior a sua morte – post obitum, justamente – e, portanto, Rosmini não pôde se defender; além disso, eram proposições extrapoladas de seu contexto, por isso interpretadas de maneira arbitrária.

Entre os “inimigos” históricos de Rosmini, estão os jesuítas...
SARAIVA MARTINS: São algumas personalidades da Companhia de Jesus da época. Mas os jesuítas, já há bastante tempo, mudaram de opinião. Seu atual preposto-geral, Kolvenbach, escreveu um artigo na revista Filosofia oggi (f. IV/1997) no qual caracteriza Rosmini como um profeta do terceiro milênio. Nesse artigo, Kolvenbach diz: “Ao longo de sua vida, alguns jesuítas, ‘não destacados’, para dizer a verdade, publicaram libelos contra ele. [...] É oportuno lembrar que esses jesuítas, agindo fora das normas de obediência, foram desaprovados pelo preposto-geral, padre Jan Roothaan”. Além disso, há alguns anos, La Civiltà Cattolica publicou um artigo “reparador”, escrito pelo saudoso bispo rosminiano Clemente Riva; é um fato muito inusitado, visto que nessa publicação só aparecem artigos assinados por padres jesuítas.

Padre Cornelio Fabro, crítico não arrependido de Rosmini, escreveu que a mudança de opinião dos jesuítas seria devida a um “complexo de culpa exasperado”.
SARAIVA MARTINS: É verdade que o falecido padre Fabro manteve seu juízo negativo sobre Rosmini. Um juízo respeitável, mas hoje extremamente minoritário.

Seja como for, o fato é que a condenação do decreto Post obitum acabou por ser retirada.
SARAIVA MARTINS: Efetivamente, a Congregação para a Doutrina da Fé, guiada pelo cardeal Ratzinger, estudou de novo a questão rosminiana e estabeleceu que, apesar do decreto Post obitum, nada obstava à beatificação do religioso.

Outro aspecto prejudicial à causa de Rosmini foi o político, com seu ativismo em favor de uma unidade política da Itália e sua aversão ao domínio austríaco, de resto correspondida...
SARAIVA MARTINS: As idéias e opiniões políticas, por si sós, não são determinantes para a beatificação. Na verdade, a Igreja já elevou à glória dos altares o papa Pio IX, que, justamente no campo político, depois de um entendimento inicial, também fez avaliações divergentes das de Rosmini. O que se pode dizer é que a história, depois, encaminhou-se por trilhos que o próprio Rosmini de certa forma imaginara.

Na Positio preparada pelo padre Papa são relacionados testemunhos que nos levariam a pensar em várias tentativas de envenenamento de Rosmini. Todavia, faltam provas seguras nesse sentido. Mas não surpreende que o abade pudesse ser objeto de tentativas de eliminação física

Fonte: https://www.30giorni.it/

A Fé de Jesus Cristo e a Mística de Suas Aparições

Jesus Cristo (c. Vatican News)

A Revelação de Deus, Uno e Trino, ocorre, desde o pecado das origens, através da Pessoa de Jesus Cristo (Vida, Palavra, Verbo Eterno do Pai, Redentor, Único Salvador, Verdadeiro Deus + Verdadeiro Homem = duas Naturezas, em uma só Pessoa).

Diác. Adelino Barcellos Filho* - Diocese de Campos/RJ.

“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim; esta é a Vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia” (João 6).

É possível perceber a notória importância da Fé de Jesus Cristo e Seu desejo de Ser, em mim e em você, no trato com o Pai; por isso, cabe o desejo, o anseio de suplicar esta mesma Fé em nossa Vida, em nossa existência,  trata-se da maneira mais perfeita do cumprimento da Santíssima Vontade: “Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhante­mente o Filho” (João 5). “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus, 11).

Na Audiência Geral do dia 24 de abril de 2024, o Papa Francisco afirma que, "no caminho rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa, o cristão goza de uma assistência particular do Espírito de Jesus Cristo". Assim sendo, a simplicidade (humildade) do nosso Mestre e Senhor deve permear também toda a nossa Vida, para que não corramos o risco, da autossuficiência, arrogância, presunção e petulância, na maioria das vezes enxergados, nos outros e nós deixamos de olhar para nós mesmos, numa auto análise ou revisão de consciência.

No Ciclo de Catequeses sobre “Os Vícios e as Virtudes”, o Santo Padre adverte que, "O coração do homem pode ceder às más paixões, pode dar ouvidos a tentações nocivas disfarçadas sob vestes convincentes, mas também pode opor-se a tudo isto. Por mais difícil que seja, o ser humano foi feito para o Bem, que o realiza verdadeiramente, e pode também praticar esta Arte, fazendo com que certas disposições se tornem permanentes nele ou nela”. A minha e a sua condição de pecador, não nos dá o direito de pecar: “Vai e não tornes a pecar” (João 8); por mais que rondem as tentações e “fogos passionais”“Eu prefiro o Paraíso” (Felipe Neri).

Durante algumas décadas, uma das Palavras das Sagradas Escrituras, que muito me incomoda, inquieta e desafia sempre é a seguinte: “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai”. Como assim, tantas vezes nos encontramos fracos, fragilizados e débeis, ou seja, como cultivar, em si mesmo, a Fé sobrenatural de Jesus Cristo, evitar ou fugir da Fé “carnal”, fazer as obras que Jesus Cristo faz é abrir possibilidades de fazer obras maiores, somente pela Força e Poder de Sua Ressurreição e Ascensão, que Ele espera de mim e de você uma total adesão e Comunhão ao Seu “Projeto” do Reino de Deus, que é Ele mesmo.

Quanto à Fé “carnal”, Ele nos revelou no Horto das Oliveiras, “Meu Pai, se é possível, afaste de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mateus 26), “afasta esse sofrimento, afasta essa dor, eu não mereço, não tenho condição de suportar, porque o Senhor faz isso comigo?”(fé carnal); a resposta da Fé sobrenatural (fé espiritual) é,  “por Cristo, com Cristo e em Cristo, sou capaz de fazer o que desejas, em Seu Plano de Amor, para minha Vida e minha Vocação”. O iluminado Padre Zezinho, em uma Canção, colabora conosco neste entendimento: “Amar como Jesus Amou; Sonhar como Jesus sonhou; Pensar como Jesus pensou; Viver como Jesus viveu; Sentir o que Jesus sentia; Sorrir como Jesus sorria; E ao chegar ao fim do dia, Eu sei que eu dormiria muito mais feliz”. Ser Feliz não depende dos dias maus ou bons, a Dinâmica da Vida Trinitária, em mim e em você, é Feliz, porque a Trindade é Feliz.

Quando o Evangelho de Lucas (17, 5) relata o pedido dos Apóstolos, “Aumenta a nossa fé!” É uma motivação para crescermos na Espiritualidade verdadeiramente Cristã, suplicando ao Senhor: “Aumentai em mim, Senhor Jesus, a Vossa Fé, para que eu possa corresponder dia após dia, qual seja a Santíssima Vontade do Pai”; é uma Graça do reconhecimento da presença continuada de Deus, Uno e Trino, e a possibilidade de crescer na intimidade com Ele, multiplicando os dons e os talentos, por Ele concedidos, na Coragem, no Amor, na Esperança.

É interessante observar que, Jesus não responde de forma direta à Oração dos Discípulos, usa do recurso da Parábola (mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia = semelhança entre coisas ou fatos distintos) para retratar a capacidade de viver, de se desenvolver, força vital, vigor da FÈ. Quem afirmou que é “o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”(João 14, 6)?  Pela Sua Revelação«Deus invisível, na riqueza do seu Amor, fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à Comunhão com Ele» (Dei Verbum, 2: AAS 58 (1966) 818). A resposta adequada a este convite é a Fé do próprio Jesus Cristo.

Pela Féo homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento (concordância, anuência) a Deus revelador” (Dei Verbum, 5: AAS 58 (1966) 819). A Sagrada Escritura chama «obediência da Fé» a esta resposta do homem a Deus Revelador (Romanos 1, 5; 16, 26). A Dinâmica Trinitária na Alma Humana, iniciada no Sagrado Batismo é norteadora de toda a Vida Cristã e exige por Si e em Si mesma, a necessidade de entrarmos em um processo sempre dinâmico, pessoal e comunitário, de cuidado, de sinodalidade (caminhar unidos, em só Coração, numa só Alma).

O marco histórico e espiritual ocasionado pela Ressurreição de Jesus Cristo, não se restringe ao fato do túmulo vazio, mas à Sua Presença Santíssima do Seu Corpo Ressuscitado, que atravessa paredes, desde a primeira aparição, foi feita a experiência mística, da Mãe de Jesus e dos Apóstolos, apoiada nas virtudes da Fé, Esperança e da Caridade (unida à doação da própria vida, que produz solidariedade). É depois da Ressurreição que a Filiação Divina de Jesus aparece no Poder da Sua humanidade glorificada: “segundo o Espírito de Santidade, foi estabelecido Filho de Deus, no Poder, por Sua Ressurreição dos mortos”(Romanos 1).

Na Constituição Apostólica Lumen Gentium, Concílio Vaticano II,  sobre a Igreja, Corpo Místico de Cristo (Ele é a Cabeça e nós os membros), em seu parágrafo 7, “O Filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua morte e ressurreição, remiu o homem e transformou-o em Nova Criatura (cf. Gálatas, 6; II Coríntios, 5). Pois, comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de todos, os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como sendo o Seu Corpo.  

É nesse Corpo que a vida de Cristo se difunde nos que creem (fazem adesão incondicional), unidos de modo misterioso (revelado) e real, por meio dos Sacramentos, a Cristo padecente e glorioso”(Cf. São Tomás, Summa Theol. III, q. 62, a. 5, ad 1). Sobretudo, naqueles Sacramentos considerados de Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia, Confirmação ou Crisma), na Vida da Igreja, no fazer teológico. Estar atentos que a Fé de Jesus Cristo, em nós, precisa ser Trinitária, na vivência litúrgica, na convivência cristã, na sinodalidade (Espírito de Unidade do Povo Cristão, Caminhar Unido).

Até o dia, em que seremos reconduzidos, com todo o universo, com o auxílio da Virgem Maria,  dos Santos Anjos de todos os Santos, de toda a criação; na Eterna Doxologia, enxertados no Coração Eucarístico (Presença Viva, Corpo, Sangue, Alma e Divindade, como prometeu “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”(Mateus 28), "por Cristo, com Cristo e em Cristo" devotarmos "a Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre“. Pelos séculos dos séculos sem fim. Assim seja.

*Diácono da Igreja Católica Apostólica Romana (Ordenado com vistas à Ordenação Sacerdotal). Pós-graduado em Gerenciamento Socioambiental Costeiro - COPPE/UFRJ. Especialista em Educ. Profissional e EJA (Educação de Jovens e Adultos, Catecumenato) IFF/RJ. Teologia - ISTARJ (Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro). Licenciatura Plena em Filosofia - PUC/MG. Professor na Formação Pedagógica de Educadores; Formação Humana e Profissional de mais de 500 dentistas, na FOC - Faculdade de Odontologia de Campos/RJ; Coordenação e Docência em dois Institutos Federais (IFRJ e IFF). Atualização de estudos teológicos - ETRM/RJ (Escola Teológica Redemptoris Mater). Convalidação Teológica iniciada no Centro Educacional Claretiano (com TCC defendido). Atualmente provisionado por Sua Exa. Reverendíssima Dom Roberto Francisco Ferrería Paz - Bispo da Diocese de Campos/RJ, na Paróquia São Tomé. Experiência na área de Teologia e Filosofia, Ambiente e Educação. Participações em bancas de TCC (mais de 60): Pós Graduações e Ensino Médio. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A santidade, vocação universal

O chamado universal à santidade (pspsp.curitiba)

A SANTIDADE, VOCAÇÃO UNIVERSAL

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

Cadernos do Concílio – Volume 22 

Hoje nos debruçaremos no volume 22 da Coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, em preparação ao jubileu da esperança do próximo ano e a comemoração dos sessenta anos de encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II. Foi elaborada pela Igreja essa coleção Cadernos do Concílio para que mesmo de forma resumida os fiéis possam ter contato com os documentos elaborados ao longo dessa Assembleia dos bispos de todo o mundo.  

Ao mesmo tempo a coleção foi elaborada para que de certa forma esses documentos fossem atualizados e sem perder a essência usam uma linguagem mais apropriada para os nossos dias. Além do mais, podemos usar os livrinhos dessa coleção para estudar em grupos em nossas paróquias e comunidades. Existe também um livro chamado de “Compêndio do Concílio Vaticano II” que tem todas as decisões e documentos do Concílio inseridos nele. Com certeza será de grande valia essa aquisição, tanto do Compêndio como dos volumes dessa coleção Cadernos do Concílio, e estudar os dois.  

O tema escolhido para esse volume 22 da coleção Cadernos do Concílio é: “A santidade, vocação universal”, ou seja, todos os batizados são chamados a viver a santidade no dia a dia, não que necessariamente serão canonizados pela Igreja, mas todo cristão batizado deve almejar a vida eterna e o Reino dos céus. Não somente almejar, mas querer estar na vida eterna, e isso será possível após trilharmos uma vida reta e santa aqui na terra. 

O caminho para alcançar a santidade consiste em edificar o Reino de Deus aqui na terra, ou seja, amando e perdoando o próximo e colocando em prática a justiça e a caridade. Somos convidados a edificar o Reino de Deus aqui na terra e vive-lo depois de maneira plena no céu.  

Quando somos batizados somos incorporados a Cristo e à sua Igreja e chamados a ser sacerdotes, profetas e reis, e ainda, sal na terra e luz no mundo. Ser sacerdote, profeta e rei quer dizer que fazemos parte do sacerdócio comum de todos os fiéis, pois somos incorporados a Cristo eterno sacerdote. Ao mesmo tempo quer dizer que somos chamados a ser discípulos e missionários do Senhor, sendo profetas nos dias de hoje, anunciando o Reino de Deus.  

Ao mesmo tempo somos chamados a ser “sal e luz”, ou seja, temos que iluminar a vida dos outros e não ser escuridão ou trevas. Iluminar significa anunciar Jesus Cristo para o outro e tirá-lo da escuridão, do mesmo modo que Barnabé fez com Paulo. E ser sal significa que a nossa vida tem que ter sabor, ou seja, que nossa vida tenha sentido e objetivo, procurando edificar aqui na terra o Reino de Deus.  

A Constituição Conciliar Lumen Gentium, fruto justamente do Concílio Ecumênico Vaticano II e que temos mencionado nos últimos volumes dessa coleção, no número 11, vai dizer: “todos os cristãos, seja qual for sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor, cada um no seu caminho, à perfeição da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai” (Lumen Gentium, 11).  

A santidade é uma vocação, ou seja, um chamado de Deus, é Ele quem chama a viver a santidade, do mesmo modo que é Ele quem nos chama para o batismo. E ele chama a todos sem distinção de idade, profissão, raça ou condição social. Todos os seguidores de Cristo devem almejar a santidade e responder positivamente a esse chamado de Deus. São Paulo nos diz que devemos nos guiar pelo Espírito Santo, pois ele nos santifica, e não nos guiarmos pela carne que nos levará ao pecado. Peçamos todos os dias que o Espírito nos santifique e que nossas ações diárias reflitam o amor, a caridade, a justiça e a paz. Deus nos escolheu para santidade e para conduzir outros irmãos para o mesmo caminho.  

Viver a santidade não é algo tão difícil ou complicado, basta viver no dia a dia os mandamentos da lei de Deus e a caridade com o próximo. Jesus em Mateus (5, 1-12) direciona o caminho para que todos os cristãos vivam a santidade, ou seja, viver as bem-aventuranças. Por mais que algumas vezes não seja fácil temos que buscar ser perfeitos como o Pai Celeste é perfeito.  

Por fim, por isso, que no final do ano celebramos finados no dia 2 de novembro, depois de termos celebrado a Solenidade de Todos os Santos no dia 01 de novembro, ou no domingo seguinte se a solenidade cai durante a semana. Essas duas solenidades são tão próximas porque querem dizer que o caminho de todo o cristão é a vida eterna ao lado de Deus, após ter trilhado um caminho de santidade aqui na terra.  

Convido a tomarem esse volume 22 da coleção Cadernos do Concílio em mãos e ler um pouco sobre a nossa vocação universal a santidade. E ainda, ler a Lumen gentium a partir do número 11. Ser santo é um caminho possível e não muito difícil, se trata de negar aquilo que nos afasta de Deus e dizer Sim para aquilo que nos aproxima do Senhor. Em suma viver a santidade no dia a dia é colocar em prática as bem-aventuranças, e esse é o caminho para a vida eterna.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Dom Vital: A doutrina do Espírito Santo em Fausto de Riez

Espírito Santo (Vatican News)

Nós pedimos as luzes do Espírito Santo por toda a Igreja para que anuncie a Palavra de Jesus no mundo de hoje, marcados por conflitos e por esperanças na unidade com o Pai, Deus Uno e Trino.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

Fausto de Riez foi bispo (Riez), na Província romana da Gália, século V e defensor da doutrina de Nicéia em favor do Filho que é Deus como o Pai sendo este autor, um lutador contra o arianismo. Ele elaborou no fim de sua vida uma obra muito importante: o Espírito Santo, estando contra a heresia pneumatológica proveniente dos grupos macedonianos que negavam a divindade do Espírito Santo, de modo que ele defendeu a sua natureza divina[1]. Nós pedimos as luzes do Espírito Santo por toda a Igreja para que anuncie a Palavra de Jesus no mundo de hoje, marcados por conflitos e por esperanças na unidade com o Pai, Deus Uno e Trino.

O Espírito Santo e o Símbolo

Fausto iniciou o seu argumento colocando a fé católica que se difundiu no mundo através da ação do Espírito Santo que a insinuava em seus corações pelos artigos salvíficos do Símbolo apostólico[2]. Ele reforçou a formação na catequese dando vida nova aos membros que ingressavam na vida da comunidade e na Igreja. O bispo de Riez teve presentes os trezentos e dezoito participantes do Concílio de Nicéia que condenaram Ário e Macedônio ao afirmar a fé em Deus Pai e em Deus Filho e em Deus Espírito Santo, a fé no Deus Uno e Trino[3].

O Espírito é de natureza divina

Fausto criticou Macedônio por ele não ter presente que o Espírito é de natureza divina. A prova está na encarnação do Verbo de Deus que foi concebido no seio virginal de Maria por obra do Espírito Santo. Ele também reforçou a doutrina da criação colocando o Pai e o Filho, como Deus, Senhor do Universo[4].

O Espírito Santo em Jesus

Fausto disse que o Espírito Santo vem do Pai assim como Jesus tinha dito e ele desceu sobre o Senhor Jesus assim como já falou Isaias: “Espírito de sabedoria e entendimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e piedade”(Is 11,2). Em outra passagem, a Sagrada Escritura disse que o Espírito do Senhor desceu sobre o Salvador pela boca de Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre mim” (Is 61,1)[5]. A Palavra de Deus continua a dizer sobre a presença do Espírito Santo em Jesus: “Eis que o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus descendo sobre ele como uma pomba”(Mt 3,16) e “Jesus voltou do Jordão cheio do Espírito Santo” (Lc 4,1)[6].  O Espírito Santo estava em Jesus na obra evangelizadora e no anúncio do Reino de Deus.

O Espírito do Pai é o Espírito Santo

Segundo o bispo de Riez os evangelhos têm presentes que o Espírito do Pai é o Espírito Santo. Isto é bem evidenciado nos evangelistas sinóticos: “Não sereis vós que falareis, mas o Espírito de vosso Pai que falará através de vós”(Mt 10,20); “Diga o que será concedido para dizer naquele momento. Com efeito, não sereis vós a falar, mas o Espírito Santo”(Mc 13,11); “Não vos preocupeis com o que tendes a dizer e como direis. Pois, naquele momento, o Espírito Santo vos ensinará o que dizer” (Lc 12,11)[7]. O Espírito Santo iluminará as pessoas nos contextos de paz mas sobretudo, de perseguições da Igreja para dar o bom testemunho de Jesus Cristo diante das autoridades e do mundo.

Dedo de Deus

O Espírito Santo é dito pelo Evangelho dedo de Deus. Jesus disse aos fariseus e doutores da Lei: “Se eu expulso demônios é pelo dedo de Deus” (Lc 11,20). Contra os macedonianos que afirmavam a sua inferioridade em relação às outras duas Pessoas divinas, ou mesmo eles negavam a divindade do Espírito Santo, Fausto afirmou que tal expressão não significou uma diminuição na glória da Pessoa do Espírito Santo, mas a unidade da substância, e que a Ele não existe uma honra diferente, mas uma concórdia em ação[8]. A passagem da Escritura usa a expressão dedo para significar a Trindade: “Eu contemplo o céu como obra de teus dedos” (Sl 8,4) de modo que não se afirma a menção de um dedo apenas, mas no plural, tendo presente a igualdade das três Pessoas divinas[9].

O Espírito é o distribuidor dos carismas

O Espírito Santo distribui carismas celestiais e é o dispensador de santificações (1 Cor 12,7). As suas grandes obras se manifestaram também no Antigo Testamento como aos patriarcas, aos profetas, aos santos, eleitos, para que pela perfeição dos dons, todas as pessoas beneficiadas compreendessem a dignidade do doador, o Espírito Santo[10]. É claro que é a Trindade indivisível que distribui a todos os dons mais admiráveis e perfeitos a fim de predispor o ser humano à salvação[11]

Pentecostes

Seguindo a Palavra de Deus, Fausto afirmou que o Espírito Santo desceu após a Ascensão do Senhor sobre os seus discípulos para aumentar e completar seus benefícios e fazer os discípulos missionários do Senhor (cf. At 2,1-2)[12]. Jesus disse aos seus discípulos que o Espírito da verdade que o Pai enviará, será no nome de Jesus (Jo 14,26). Jesus também disse: “Se eu não for, o Paráclito não virá a vós” (Jo 16,7). Sendo assim mencionado Ele é Deus, contra os macedonianos, destinado a confirmar os dons no lugar de Deus[13]. A palavra Paráclito possui um duplo significado: advogado em relação à Pessoa do Filho ou também Consolador, em referência ao Espírito Santo[14].

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. A sua ação continua  na vida familiar, eclesial, comunitária e social. Ele inspira pessoas e a própria Igreja para que viva bem os dons da profecia, do sacerdócio e do pastoreio em unidade com o Filho e o Pai, formando assim a Deus Uno e Trino. Ele inspira a Igreja para viver a encarnação do Verbo de Deus em unidade com o Pai no mundo de hoje. Ele nos ajuda a amar o mandamento do Senhor no amor a Deus, ao próximo como a si mesmo, neste mundo e um dia nós tenhamos a graça de participar da vida eterna.

[1] Cfr. Fausto de Riez. O Espírito Santo. São Paulo, Paulus, 2024.

[2] Cfr. Idem, Livro 1,1, pg. 47.

[3] Cfr. Ibidem, pgs. 47-48.

[4] Cfr. Ibidem, pg. 51.

[5] Cfr. Ibidem, pgs. 57-58.

[6] Cfr. Ibidem, pg. 58.

[7] Cfr. Ibidem, pg. 58.

[8] Cfr. Ibidem, pg. 60.

[9][9] Cfr. Ibidem, pg. 60.

[10] Cfr. Ibidem, pgs. 64-65.

[11] Cfr. Ibidem, pgs. 65-66.

[12] Cfr. Ibidem, pg. 66.

[13] Cfr. Ibidem, pg. 66.

[14] Cfr. Ibidem, pgs. 66-67.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Próspero

São Próspero (A12)
25 de junho
São Próspero

Próspero nasceu no final do século IV na França. Estudou na sua cidade natal e logo se tornou escritor e teólogo. Ficou conhecido como "o melhor discípulo de Agostinho", pois dedicou grande parte da sua vida para defender as doutrinas de graça de Agostinho.

Ele não foi sacerdote, porém viveu no mosteiro de Marselha como leigo. A Igreja o venera como "Professor da Fé".

Próspero viu se difundir a doutrina herética ensinada por Pelágio, que negava o pecado original e a necessidade da Graça Divina para a salvação humana. Portanto, o homem seria capaz de se salvar apenas praticando o bem e segundo a sua própria vontade, pois a Graça Divina era importante, mas não indispensável.

Próspero, para fortalecer seus argumentos, escreveu a Agostinho, que respondeu com cartas que hoje são conhecidas como "Sobre a predestinação dos santos" e "Sobre o dom da perseverança".

Próspero se transferiu para Roma em 435, onde continuou com suas obras. Escreveu um comentário sobre os Salmos e sobre seu mestre Agostinho. A partir de 440, Próspero foi convocado pelo papa Leão Magno, o Grande, para ser seu secretário, exercendo a função até depois de 463, quando morreu. Deixou muitos escritos teológicos, as seleções de Próspero dos escritos de Agostinho foram a base dos decretos do Concílio de Orange em 529.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Nosso querido santo sempre valorizou em seus escritos o matrimônio cristão como fonte de santificação para os cônjuges. No escrito “De um esposo à sua mulher”, Próspero escreveu: "Se o orgulho me elevar, corrija-me! Seja a minha consolação nos sofrimentos. Demos ambos exemplos de uma vida santa e verdadeiramente cristã. Cumpramos os nossos deveres. Levante-me, se por ventura eu cair. Esforce-se por se levantar, quando eu a corrigir. Não nos contentemos com ser um só corpo, sejamos também uma só alma".

Oração:

Senhor Pai de Bondade, pela intercessão de São Próspero, abençoai e protegei todos as famílias que têm no Cristo a luz de suas vidas. Dai aos esposos serem zelosos com suas mulheres e filhos. Derramai sobre as mulheres o carinho pelos esposos e o cuidado pelos filhos. E aos filhos, inspirai o respeito e amor aos pais. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 24 de junho de 2024

A soberba: o vício capital que dá origem aos demais pecados

A serpente e a maçã (Crédito: Depositphotos)

A SOBERBA: O VÍCIO CAPITAL QUE DÁ ORIGEM AOS DEMAIS PECADOS

Dom João Santos Cardoso 
Arcebispo de Natal (RN)

A soberba, classificada como o primeiro dos vícios capitais pelo místico medieval Hugo de São Victor, está na origem dos demais vícios ou pecados capitais. Eles são chamados de “capitais” porque derivam do termo latino “caput”, que significa cabeça, líder ou chefe. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, eles são chamados de capitais porque geram outros pecados e vícios através da repetição de atos pecaminosos, resultando em inclinações perversas que obscurecem a consciência e corrompem a apreciação concreta do bem e do mal (CIC 1866). São sete vícios que lideram outros pecados subordinados: soberba, inveja, ira, preguiça (acídia), avareza, gula e luxúria. Tomás de Aquino explica que os vícios capitais são pecados que comprometem múltiplos aspectos da conduta humana e limitam a autêntica liberdade, levando a ações moralmente desordenadas (De Malo). 

O Papa Francisco considera a soberba como uma forma de “esplendor excessivo”, de autoexaltação, de presunção e vaidade que se manifesta no desejo excessivo de superioridade e reconhecimento. O soberbo se considera muito mais do que é na realidade, julga-se superior aos demais e despreza os outros (Papa Francisco. Audiência Geral, 06/03/2024). Hugo de São Victor descreve a soberba como o amor da própria excelência sem Deus, comparando-a ao riacho que se separa da fonte e ao raio que se afasta do sol, tornando-se secos e tenebrosos (Hugo de São Victor. Os cinco setenários). 

Segundo o Papa Francisco, a soberba está ligada ao pecado original e foi o catalisador para a queda de Adão e Eva. A serpente os convenceu de que poderiam ser como Deus, levando-os a desobedecer e a comer do fruto proibido. Esse ato de soberba rompeu a harmonia inicial com Deus e introduziu o mal no mundo (Papa Francisco, Audiência Geral, 27/12/2023). A soberba é, portanto, uma pretensão absurda de divindade, que destrói as relações humanas e envenena o sentimento de fraternidade (Papa Francisco, Audiência Geral, 06/03/2023). 

As causas da soberba incluem o desejo desordenado de autoexaltação, a falta de reconhecimento dos próprios limites humanos e a recusa de reconhecer a superioridade de Deus. Segundo Tomás de Aquino, a soberba é um pecado “supra-capital”, pois permeia e amplifica outros pecados, como a vanglória, e está na raiz de todos os pecados (De Malo). Hugo de São Victor explica que a soberba despoja o homem de Deus, levando à inveja e à ira, que por sua vez despojam o homem do próximo e de si mesmo (Os Cinco Setenários). 

As consequências da soberba são severas. Além de afastar o homem de Deus e dos outros, ela conduz à solidão e à autodestruição. O Papa Francisco adverte que a soberba pode ser devastadora, levando à ruína pessoal e à quebra das relações interpessoais (Audiência Geral, 6 de março de 2024 e 27 de dezembro de 2023). 

O Papa Francisco enfatiza que a humildade é essencial para combater a soberba e reconquistar a graça de Deus. Ele cita o exemplo de São Pedro, cuja presunção inicial foi curada pela humildade após a negação de Cristo (Audiência Geral, 6 de março de 2024). Tomás de Aquino sugere que a prática das virtudes opostas, como a humildade e a caridade, é fundamental para superar a soberba (Tomás de Aquino, De Malo). 

Tomás de Aquino descreve a soberba como um desejo desordenado de excelência própria, que leva o indivíduo a recusar a superioridade de Deus e a buscar reconhecimento injusto (De Malo). Para Tomás, a soberba é a mãe de todos os vícios, pois todas as ações pecaminosas, direta ou indiretamente, podem ser rastreadas até um desejo de autoexaltação (De Malo). 

Hugo de São Victor relaciona a soberba com os outros setenários como a primeira petição do Pai Nosso (“Santificado seja o vosso Nome”), o primeiro dom do Espírito Santo (Temor do Senhor), a primeira virtude (Humildade) e a primeira bem-aventurança (O Reino dos Céus). Ele explica que a soberba, ao despojar o homem de Deus, impede-o de alcançar a verdadeira santidade e comunhão com Deus (Os Cinco Setenários). 

A soberba é um vício destrutivo que afasta o homem de Deus e dos outros, levando à autodestruição. Através dos ensinamentos do Papa Francisco, Hugo de São Victor e Tomás de Aquino, compreendemos que a cura para a soberba está na humildade e na prática das virtudes opostas. A luta contra a soberba é uma batalha contínua, mas essencial para a saúde espiritual e a harmonia com Deus e com o outro.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF