Translate

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Padre Mario Lanciotti, missionário xaveriano na Amazônia

Padre Mario Lanciotti rodeado por jovens indígenas na Amazônia | Vatican News.

Padre Mário Lanciotti (1901-1983), natural de Cupra Marittima (Ascoli Piceno, Itália), foi missionário xaveriano por cinquenta anos na China, no Japão e, por fim, no Brasil. Atuou nas áreas mais difíceis do Pará e do Xingu, dedicando sua vida a servir os mais pobres. Quase cego, pediu para passar seus últimos anos em uma casa de repouso em Belém, "pobre entre os pobres". Está sepultado em Abaetetuba, às margens do Rio Amazonas.

Por Gianluca Frinchillucci - Agência Fides

Uma nova luz se acende sobre o testemunho missionário entre os povos da Amazônia: o Prof. Mario Polia, antropólogo, historiador das religiões e profundo conhecedor das culturas andinas, editou a publicação de um precioso corpus de histórias orais reunidas pelo padre Mario Lanciotti, missionário xaveriano atuante no Brasil na década de 1960 e ex-missionário na China e no Japão.

A obra reúne mitos, lendas e contos cosmogônicos transmitidos oralmente por gerações de indígenas amazônicos. Padre Lanciotti os ouviu diretamente das vozes dos fiéis de suas missões, durante longas noites nas aldeias, muitas vezes ao luar, ao som de grilos e sapos noturnos. "Para mim - escreveu ele - não era um passatempo: eu o considerava indispensável ao meu trabalho como missionário."

“Procurei compreender melhor as pessoas a quem fui enviado e ajudá-las de acordo com minhas possibilidades e habilidades. Procurei amá-las e aceitá-las como são, esforçando-me para evitar o barulho e o paternalismo”, escreveu em um de seus depoimentos. E, dirigindo-se a um amigo, deixou palavras de luminosa serenidade: “Estou aqui, no meio da floresta amazônica, às margens do rio Xingu. Estou feliz. Quando consegui trabalhar neste lugar abandonado, eu tinha 71 anos, mas agora sinto de ter perdido 40. Aqui me sinto mais no meu lugar como missionário. O Senhor tem sido bom demais para mim na minha velhice! Se você quer ser feliz, venha comigo!”

“Padre Lanciotti - afirma Polia - soube coletar esses testemunhos orais apesar da consciência de que, para muitos, essas crenças precisavam ser superadas. Como ele mesmo disse, velhas superstições permanecem nas camadas profundas da alma, como cartazes colados uns sobre os outros: quando o primeiro é arrancado, o anterior reaparece. A grande inteligência de Lanciotti era a compreensão de que, para evangelizar, é preciso primeiro entender o pensamento do outro. Sua coleta é um ato de respeito e escuta.

“Passei muito tempo na região do Rio Xingu, na divisa entre as terras ocupadas pelos brancos e as florestas onde ainda vivem as tribos indígenas”, comentava o padre Lanciotti em outro relato. “Passei muitas noites com os índios ‘civilizados’. Sentávamo-nos na grama, ao luar, enquanto grilos, sapos e pássaros noturnos nos faziam companhia.” Depois da instrução religiosa, eu provocava meus interlocutores indígenas para que me contassem histórias da selva ou contos mitológicos que tinham sido transmitidos ao longo dos séculos."

Padre Mário Lanciotti (1901-1983), natural de Cupra Marittima (Ascoli Piceno, Itália), foi missionário xaveriano por cinquenta anos na China, no Japão e, por fim, no Brasil. Atuou nas áreas mais difíceis do Pará e do Xingu, dedicando sua vida a servir os mais pobres. Quase cego, pediu para passar seus últimos anos em uma casa de repouso em Belém, "pobre entre os pobres". Está sepultado em Abaetetuba, às margens do Rio Amazonas.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF