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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro | osaopaulo

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: expressão do triunfo de Cristo sobre a morte e o pecado.

27 de junho de 2021 - Por Fernando Geronazzo

Hoje, 27, a Igreja comemora a memória de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Essa devoção mariana surgiu entre os cristãos orientais, mais precisamente na Ilha de Creta, na Grécia, entre os séculos XIII e XVII, em torno de um ícone de estilo bizantino que representa a Virgem da Paixão com o menino Jesus nos braços.

No século XV, o ícone foi roubado por um comerciante e levado a Roma, na Itália, ficando sob custódia de sua família por alguns anos, até que, em 1499, foi entronizado na igreja romana de São Mateus, voltando a ser venerado pelo povo.

O ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro permaneceu na Igreja de São Mateus até o século XIX, quando o templo foi destruído pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Conta a história que o quadro foi levado para a Igreja de Santo Eusébio e mais tarde, em 1819, para a Igreja de Santa Maria, em Posterula, em Roma Mas nessa igreja a devoção principal era Nossa Senhora das Graças, o ícone foi colocado em uma capela interna do convento dos agostinianos e acabou ficando esquecido.

Redentoristas

Em janeiro de 1855, os Missionários Redentoristas assumiram uma residência que foi construída onde se encontravam as ruínas da Igreja de São Mateus e abriram ali o seu noviciado redentorista. Em 1863 uma pregação do padre jesuíta Francesco Blosi, intrigou os missionário, pois dizia que ali havia sido venerado um ícone de grande devoção de Nossa Senhora.

Ao conhecer a história, o superior redentorista da época solicitou ao Papa Pio IX que o ícone voltasse para o lugar onde esteve alicerçada a Igreja de São Mateus. O Pontífice concedeu a licença e o ícone começou a ser venerado na então Igreja de Santo Afonso, que fica no caminho entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João de Latrão.

No dia 26 de abril de 1866, o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi entronizado solenemente na Igreja de Santo Afonso onde permanece até hoje. O Ao entregar o quadro aos missionários redentoristas, Papa Pio IX pediu: “Façam-na conhecida no mundo inteiro”. Assim, essa devoção de espalhou por todo o Ocidente.

Símbolos

O ícone de Nosso Senhora do Perpétuo Socorro mostra a Mãe de Deus segurando o menino Jesus com as duas mãos. Jesus é retratado olhando para o Arcanjo Gabriel, que segura a cruz e os pregos no canto superior direito do ícone. No canto superior esquerdo, o Arcanjo Miguel segura a lança, coroa de espinhos e a esponja encharcada de vinho. Estes elementos mostram Jesus meditando sobre a sua paixão. A maneira como Jesus segura a mão de sua mãe mostra a angústia que ele sente e como Maria o conforta.

Ao mesmo tempo, os arcanjos seguram os instrumentos da paixão como se estivessem apresentando presentes ou troféus. O fundo dourado lembra a glória da ressurreição. Dessa maneira, este ícone também expressa o triunfo de Cristo sobre a morte e o pecado.

A sandália de Jesus caindo do pé mostra a pressa com que ele correu para Maria com medo, olhando para os anjos que seguram os instrumentos de sua paixão e morte. A sandália solta também representa a natureza divina de Cristo, desamarrada dos limites da terra. A sandália que permanece segura é simbólica da Sua natureza humana. Enquanto a Santíssima Mãe de Deus está segurando as mãos de Jesus para confortá-lo, ela também as estende para a humanidade. Ela apresenta Jesus como ele é, totalmente Deus e totalmente homem. Dessa forma, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro também é um ícone que expressa a verdade da encarnação.

Oração

Entre as muitas orações à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, destaca-se a de autoria de São João Paulo II, rezada durante sua visita à Igreja de Santo Afonso, em 29 de junho de 1991.

Leia a seguir:

Virgem do Perpétuo Socorro, Santa Mãe do Redentor, socorrei o vosso povo que almeja ressurgir. Dai a todos a alegria de caminhar na consciente e ativa solidariedade com os mais pobres, anunciando de modo novo e corajoso o Evangelho do vosso Filho, fundamento e ápice de toda convivência humana que aspira a uma paz verdadeira, justa e duradoura. Como o Menino Jesus que admiramos neste venerável Ícone, também nós queremos apertar a vossa mão. A vós não faltam nem o poder nem a bondade para nos socorrer em todas as necessidades e em cada pedido. Agora é a vossa hora! Vinde, pois, em nosso auxílio e sede para todos refúgio e esperança. Amém.

(Com informações de A12 e Redentoristas)

Fonte: https://osaopaulo.org.br/

A sinodalidade como dom de Deus e como responsabilidade humana

Vatican News

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA) 

A Igreja está em processo de sinodalidade em vista do sínodo que ocorrerá em Roma, no mês de outubro de 2023. O Papa Francisco está convocando a todos para entrar neste processo de vida e de conversão para que a Igreja siga o caminho da comunhão, da participação e da missão.  

Estamos ainda no período de coleta de dados, de respostas às perguntas enviadas para as comunidades, pastorais, movimentos, serviços, paróquias, e também em nível diocesano, de estrutura para que todos vivam a importância do processo como um dom do Senhor que é o sínodo. A sinodalidade dá uma conotação de uma Igreja peregrina, imagem do povo de Deus em missão para corresponder ao chamado do Senhor de ir para todas as nações, tornando-as discípulas em nome de Deus Uno e Trino (Mt 28, 19). A encarnação de Jesus prolonga o caminho sinodal da Igreja1.  

A sinodalidade é vivida como carisma, dom de Deus porque é sempre o Senhor a conceder às coisas para a nossa vida de cristãos, católicos e católicas e é também responsabilidade humana no sentido de que nós colaboremos com o Senhor, pela luz do Espírito de Deus que ilumina as pessoas para pensar e agir conforme o seu plano de amor. Veremos a seguir alguns pontos fundamentais para a nossa sinodalidade, sobretudo na Igreja dos primeiros séculos.  

Os sínodos na Igreja antiga.

A Igreja antiga realizou diversos sínodos, que eram expressão da caminhada em conjunto, reuniões que se entrelaçava muitas vezes, com os concílios. Neste período inicial não havia muita diferença entre Sínodo e Concílio. Estas instituições foram assumidas pela Igreja pela necessidade advertida, desde os primeiros tempos da Igreja, pelos responsáveis das comunidades cristãs, de caminhar juntos sobre questões referentes à fé, a caridade e à disciplina2.  

A partir do século II os bispos da Ásia buscavam consultas, em relação ao montanísmo, quando o Papa Victor governou a Igreja, de modo que os responsáveis das Igrejas também se reuniram no Ponto, na Palestina, na Síria para deliberarem sobre a data da Páscoa. Pela metade do século III, o concílio já era uma instituição estável a nível regional3.  

A paz assumida por Constantino.

A paz de Constantino com Licínio, em 313 em Milão, possibilitou uma nova forma para a realização dos concílios e dos sínodos, pois se fixaram as estruturas metropolitanas e patriarcais que darão força aos concílios, sínodos provinciais e gerais. Em 324 o Imperador Constantino convocou em Arles, na Província da Gália, hoje França, os bispos para debater a questão do donatismo que estava reinando de uma forma muito forte no Norte africano, dividindo as Igrejas ligadas a Roma e aquelas na África4.  

O Concílio de Nicéia.

A questão ariana surgida no início do século IV a qual negava a divindade do Verbo na sua preexistência, apressou um Concilio geral, ecumênico para todo o mundo cristão, sobretudo do Oriente, mas também teve a participação do Ocidente. O Imperador Constantino percebeu que a doutrina ariana dividia as Igrejas, as suas lideranças, de modo que ele convocou em Nicéia5, em 325 um grande concilio com expressiva participação de 300 bispos, hoje é na Turquia. Neste Concilio foi condenada a doutrina ariana, e se reafirmou que Jesus é Filho de Deus, desde sempre, que é Deus como o Pai é Deus e o Espírito Santo. A sua geração é eterna, é consubstancial ao Pai, de modo que se eliminou toda doutrina ariana e valorizou-se a unidade eterna do Filho com o Pai.  

A sinodalidade ocorreu como dom de Deus em vista da defesa do Senhor Jesus como Filho de Deus desde toda a eternidade, na fé que era presente desde o início do cristianismo, mas que o presbítero Ário distorcia, colocando o Senhor ao lado das criaturas do Pai. A sinodalidade também foi responsabilidade humana porque o Concilio de Nicéia teve presente que Jesus é Deus, está no lado do Criador, e como o Pai é Deus e o Espírito Santo é Deus. O Senhor Jesus está na esfera da Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino. A sinodalidade é a inspiração do Espírito Santo para que todos acreditem em Cristo e vivam bem no cotidiano de suas existências.  

Práticas fundamentais da Tradição.

Santo Agostinho, bispo de Hipona dos séculos IV e V, afirmou em seu tempo práticas da tradição como formas de sinodalidade, pontos aceitos por todos de modo que essas tornarem-se dons de Deus e de responsabilidade humana. A fé em Cristo Jesus, morto e ressuscitado estabeleceu vínculos da aliança com o novo povo de Deus, pela diversidade de sacramentos, assim como o era pelo batismo realizado em nome da Santíssima Trindade, a comunhão de seu corpo e sangue, portanto a realização da eucaristia e todos os outros meios provenientes da Sagrada Escritura. Existiam também prescrições não escritas, mas que eram observadas pela tradição em todo o mundo, pois essas foram recomendadas pelos mesmos Apóstolos ou pelos Concílios gerais, na qual a autoridade era percebida como instrumento da salvação da Igreja, como por exemplo, a celebração da Paixão, Ressurreição e Ascensão do Senhor, Pentecostes, a descida do Espírito Santo e outras festas que se viviam na Igreja católica em toda parte onde ela se difundiu6.  

O valor da sinodalidade pela tradição não escrita. 

Tertuliano, padre dos séculos II e III, no Norte da África, disse que o batismo tinha a sua conotação sinodal, por realizarem-se ritos e orações na unidade, transmitidos desde o início pelas igrejas. Quando os catecúmenos entravam na água, mas antes na Igreja, sob as mãos do bispo eles declaravam em renunciar ao diabo, ao seu poder e aos seus anjos. Em seguida os catecúmenos eram imersos por três vezes, dando respostas que o Senhor prescreveu no Evangelho, a fé na Santíssima Trindade. Em relação ao sacramento da eucaristia, que o Senhor colocou a todos eles, no tempo da ceia, os cristãos eram acolhidos nas reuniões da comunidade na madrugada e a recebiam na mão de quem presidia a assembléia, o bispo, em geral ou ao sacerdote7.  

Tertuliano também disse que na comunidade eram lembrados o nome dos mortos, o aniversário dos seus dias natalícios, a entrada na vida imortal com Deus e também se dava uma recordação aos mártires dos quais os fieis faziam memória. As pessoas eram muito atentas para que não caísse nada na terra alguma coisa do cálice ou do pão consagrados. Em cada passo, em cada movimento, quando entravam ou saiam da comunidade, quando acendiam as luzes ou os fiéis se sentavam à mesa, ou na família, na cama, em qualquer atividade, imprimiam, aplicavam sobre a fronte, o pequeno sinal da cruz8. Assim segundo Tertuliano, o sinal da cruz veio da tradição não escrita, revelando-se um gesto sinodal, onde as pessoas faziam de uma forma importante o sinal da cruz sobre si mesmos, invocando o nome das Pessoas da Santíssima Trindade.  

O valor da sinodalidade: a tradição não escrita. 

O Padre africano também afirmou que a observância de uma tradição não escrita justificava-se, pois era confirmada pelos costumes, pela caminhada em conjunto da Igreja dos seus pastores e o povo de Deus, porque este testemunho idôneo, fundado sobre a observância constante, do evangelho do Senhor e pela vida da Igreja, era de uma tradição aprovada. As práticas que se adequavam para Deus levavam à retidão e serviam à salvação 9. 

A sinodalidade e missão. 

Um dos itens do Sínodo de 2023 é a missão. São Gregório Magno, Papa nos séculos VI e VII tinha presente o valor da missão para uma caminhada de Igreja sinodal. Ele aconselhou ao Bispo Agostinho, que fora enviado pelo Papa à terra dos Anglos para que não destruísse os templos dos ídolos, mas que se eliminassem as imagens idolátricas encontradas naqueles templos. As pessoas construíam altares e lá se colocavam as relíquias e os fiéis eram conduzidos a adorar o Deus verdadeiro e assim todos acorriam com maior confiança aos lugares onde o povo costumava freqüentar nas suas celebrações, somente que agora tinham a conotação cristã10.  

A caminhada em conjunto nas igrejas primitivas levavam as pessoas a valorizar a unidade em Deus, à missão de conduzir as pessoas a Cristo e pela luz do Espírito Santo vivia-se a dedicação da missão, feita por ministros, mas também por leigos e leigas a serviço da evangelização. A sinodalidade é dom de Deus porque ela leva à unidade, à comunhão, a participação do povo de Deus, os seus ministros e a missão onde o Senhor Deus é louvado e amado pelas pessoas, famílias, comunidades e sociedade. Ela é também responsabilidade humana, porque a Igreja, os fiéis caminham na unidade para testemunhar para as pessoas a importância do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O que falta: paz ou coerência?

Guadium Press
O segredo para vivermos em paz é sermos coerentes com uma reta vida cristã: vivermos de acordo com esta santa escolha que fizemos.

Redação (26/06/2022 14:04Gaudium Press) Um grande intelectual brasileiro dizia que a glória é como a nossa sombra: quanto mais corremos atrás dela, mais ela foge de nós; para que nos siga, é necessário fugir dela.

Mas isso não se passa somente com a glória; há uma série de outras coisas que obedecem à mesma regra, como por exemplo a paz.

“Paz”. Fala-se dela nos púlpitos, nos discursos políticos, nas mais diversas conferências, nas manifestações públicas… Mas, até hoje, quem a encontrou inteiramente? E não só isso: parece que quanto mais a buscamos, mais longe ela está de nós. Prova disso, as notícias publicadas nesses últimos meses: guerras, catástrofes naturais, roubos, crimes, assassinatos etc. É sempre a mesma coisa, só muda o lugar e a hora.

Isso sem contar a paz interior das pessoas. Terá havido época histórica em que a agitação e a inquietação, o medo e o temor pelo futuro tenham reinado tanto quanto em nossos dias? Por quê? Justamente porque se busca muito a paz… onde não existe.

O único caminho para a paz

Toda a Liturgia deste 13º Domingo do Tempo Comum nos convida a uma coisa só: seguirmos a Deus, cientes de que o resto nos virá por acréscimo.

Na primeira leitura, vemos Elias que, a mandato do Senhor, vai ungir Eliseu como profeta em seu lugar. Este apenas se despede de seus pais e passa a seguir Elias até o fim de sua vida (cf. Rs 19,16-21).

Já no Evangelho, o convite é muito mais exigente: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62). Foi o que Nosso Senhor respondeu àquele que disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me de meus familiares” (Lc 9,62).

Quer dizer, então, que Nosso Senhor veio perturbar ainda mais a vida familiar, separando os filhos dos pais? Este abandonar tudo para seguir a Deus não produziria ainda mais infortúnios para esta nossa sociedade tão caótica?

Pensar assim significa não ter compreendido o que significa “seguir a Nosso Senhor”. O próprio São Paulo nos diz na segunda leitura de hoje: “Irmãos, é para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai, pois, firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1). Esta entrega completa a Deus, muito longe de ser um fardo ou uma perturbação para o nosso espírito, constitui a verdadeira paz de alma. Só mesmo nela encontramos repouso, livres de tudo aquilo que nos liga a este mundo.

Isto não significa, porém, que todos devem trancar-se num convento, para viverem uma vida de oração e penitência, sem contato algum com o mundo, dedicando-se unicamente ao serviço de Deus. O convite feito por Nosso Senhor é mais acessível do que imaginamos.

Honremos a religião que professamos

O número de católicos no mundo de hoje – sobretudo no Brasil – constitui uma porcentagem bastante considerável. Dentre eles, entretanto, há quem possa definir o que é ser católico verdadeiramente?

Ser católico é somente ir à Missa aos Domingos ou participar das festas, eventos e comemorações na Igreja? É pagar o dízimo? É dar esmolas?

São coisas muito boas, louváveis e santas – algumas até obrigatórias. Entretanto, isto nem de longe constituiria o cerne da vida cristã se não deixássemos aqueles costumes que são contrários a ela.

É deveras coerente aquele que, se dizendo católico, frequenta certos locais hostis à vida da graça, não desvia seus olhares de cenas opostas ao pudor e é capaz de permitir que palavras obscenas e indecentes manchem os seus lábios? Isto não é colocar a mão no arado e olhar para trás? Quem age assim não está apto ao Reino de Deus – foi o próprio Jesus quem o disse (cf. Lc 9,62).

O que nasce daí é a perda da paz, uma agitação interior de quem deseja coisas contrárias ao mesmo tempo. Esta tensão não tarda em transbordar para os nossos atos, para a nossa vida de família e, como consequência, para toda a sociedade.

O segredo para a paz é sermos coerentes com uma reta vida cristã: vivermos de acordo com esta reta escolha que fizemos.

Devemos, portanto, tomar a resolução de, agora em diante, nos entregarmos inteiramente a Deus e honrarmos o nome de católico que portamos, rejeitando tudo quanto não seja digno dele. Que jamais voltemos nossas vistas para as práticas más que abandonamos, pois, como diz São Nilo, “os repetidos olhares para aquilo que deixamos nos fazem voltar ao costume abandonado”.[1]

Por Lucas Rezende


[1] SÃO NILO, O MONGE, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea. In Lucam, c.IX, v.57-62.

A misteriosa Mulher de Apocalipse 12

Fred de Noyelle | Godong
Por Vanderlei de Lima

Eis o que bons teólogos dizem a respeito dessa Mulher – gloriosa, dolorosa, portanto também misteriosa – de Apocalipse 12.

O texto bíblico mais intrigante aplicado a Nossa Senhora é, sem dúvida o do capítulo 12 do Apocalipse (Ap). Estudemo-lo em seus aspectos mais salientes.

Dom Estêvão Bettencourt, OSB, em sua grande capacidade de síntese, assim nos expõe o conteúdo de Ap 12: “Este trecho apresenta uma Mulher gloriosa e dolorida ao mesmo tempo. Está para dar à luz um filho que um monstruoso Dragão espreita para abocanhá-lo. A Mulher gera seu Filho, que tem os traços do Messias; Ele escapa ao Dragão e é arrebatado aos céus. Dá-se, então, uma batalha entre Miguel com seus anjos e o Dragão; este acaba sendo projetado do céu sobre a terra, onde procura abater a Mulher-Mãe, perseguindo-a de diversos modos. Todavia, o próprio Deus se encarrega de defender a Mulher, no deserto, durante os três anos e meio ou os 42 meses ou os 1260 dias de sua existência. Vendo que nada pode contra essa figura grandiosa, a Serpente antiga atira-se contra os demais filhos da Mulher, tentando perdê-los” (Pergunte e Responderemos n. 475, dezembro de 2001, p. 541).

Dito isso, a pergunta fundamental a ser feita e esclarecida é a seguinte: “Quem é essa Mulher gloriosa e dolorosa, portanto também misteriosa apresentada por João?”. Duas grandes respostas podem ser oferecidas. Ambas – cada uma com sua abordagem própria – não se excluem, mas, complementam-se. Vejamo-las.

Dom Estêvão Bettencourt, afirma que a figura feminina trazida por João é uma “mulher eterna” a perpassar a história. Assim, ela representa a primeira Eva, a filha de Sião (povo do Antigo Testamento), Maria Santíssima (a segunda Eva ou a mãe dos viventes por excelência), a Santa Mãe Igreja (nossa geradora para a vida divina pelo santo Batismo) e, por fim, a Jerusalém celeste. São suas palavras: “a Mulher de Ap 12 é a Mulher como tal, na sua função específica da maternidade, já designada pelo nome de Eva. A mulher perpassa toda a história da salvação; a vida, até mesmo a vida do Messias, só vem aos homens através da Mulher. No Protoevangelho (Gn 3,15), o Senhor Deus quis colocar a mulher, e não o homem, como protagonista mais remota da obra da Redenção; ela é fonte e origem da linhagem donde sai o Messias e a vitória do Bem sobre o Mal; é nas entranhas da Mulher (agraciada por Deus ou cumulada de favores divinos) que está escondida a salvação da humanidade” (Curso de Mariologia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1997, p. 27).

Cândido Pozo, SJ, afamado teólogo espanhol, vê forte paralelo entre Gn 3,15 e Ap 12. Daí dar ao texto uma profunda interpretação mariana. Após esquadrinhar amplos dados do escrito apocalíptico, Pozo conclui o seguinte: “Tudo isso nos faz pensar que João, no capítulo 12 do Apocalipse, tenha visto a Igreja (sentido primeiro do texto) com traços de Maria. No realismo do nascimento do Messias (v. 5), dificilmente se pode desvincular a figura de sua Mãe histórica, a mulher mediante a qual o Povo de Deus da Antiga Aliança dá à luz o Messias; uma figura triunfal e celeste, em sua realidade ontológica e interiorizada de graça, a mãe de Cristo. É verdade que as dores de parto, do versículo 2, podem ser um mero modo bíblico e poético de falar que verdadeiramente deu à luz […]; mas a conexão literária existente entre o nascimento de Jesus e a sua elevação ao Pai (no v. 5), talvez, se refira à outra coisa: à participação dolorosa de Maria na passagem de Jesus desta terra para o Pai (o nascimento para o céu), às suas dores junto à cruz do Filho; com efeito, é ali onde […] Maria foi proclamada Mãe ‘dos que guardam os preceitos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus’ (Ap 12,17)”.

E continua, a título de conclusão: “Por tudo isso, o uso teológico do texto, em sua exegese mariológica, nos levará a destacar a dignidade de Maria expressa no versículo 1, sua participação nas dores de Jesus junto à cruz e sua maternidade espiritual no que diz respeito aos fiéis discípulos de Jesus” (María en la obra de la salvación. Madri: BAC, 1974, p. 245-246).

Eis o que bons teólogos dizem a respeito dessa Mulher – gloriosa, dolorosa, portanto também misteriosa – de Apocalipse 12.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pela vida, sempre

Suprema Corte derruba legalização federal do aborto nos Estados Unidos
EDITORIAL

Espera-se que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos seja a ocasião para uma legislação que proteja a vida, os direitos das mulheres e a maternidade.

Andrea Tornielli

decisão da Suprema Corte, que após meio século cancela a legalização federal do aborto nos EUA, devolvendo a cada Estados a faculdade de legislar, pode ser a ocasião para refletir sobre a vida, sobre a proteção dos indefesos e descartados, sobre os direitos das mulheres, sobre a proteção da maternidade.

É um tema sobre o qual, desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco se expressou de maneira forte e inequívoca. Na "Evangelii gaudium", documento que desenhou o programa do atual Bispo de Roma, lemos: "Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com predilecção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir. Muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e no entanto esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades.”

Uma reflexão séria e compartilhada sobre a vida e sobre a proteção da maternidade exigiria sair da lógica dos extremismos opostos e da polarização política que muitas vezes, infelizmente, acompanha a discussão sobre esse tema, impedindo um verdadeiro diálogo.

Ser pela vida, sempre, significa se preocupar, por exemplo, se aumentam as taxas de mortalidade das mulheres por causa da maternidade: nos Estados Unidos, segundo dados do relatório da agência federal "Centers for Disease Control and Prevention", passou-se de 20,1 mortes de mulheres por 100.000 nascidos vivos em 2019 para 23,8 mortes de mulheres por 100.000 nascidos vivos em 2020. E chama a atenção que em 2020 a taxa de mortalidade materna para as mulheres negras foi de 55,3 mortes por 100.000 nascidos vivos, 2,9 vezes a taxa das mulheres brancas.

Ser pela vida, sempre, significa perguntar como ajudar as mulheres a acolher uma nova vida: segundo uma estatística nos Estados Unidos, cerca de 75% das mulheres que abortam vivem em situação de pobreza ou têm baixos salários. E apenas 16% dos funcionários do setor privado têm acesso a licença parental remunerada, de acordo com um estudo publicado na Harvard Review of Psychiatry em 9 de março de 2020. Quase uma em cada quatro novas mães que não têm direito a licença remunerada, são forçadas a retornar ao trabalho dentro de dez dias após o parto.

Ser pela vida, sempre, também significa defendê-la da ameaça das armas de fogo, que infelizmente se tornaram uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes nos EUA.

Espera-se, portanto, que a discussão sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos não se reduza a um contraste ideológico, mas ofereça a ocasião para questionar – para além e também deste lado do oceano - o que significa acolher a vida, defendê-la e promovê-la com legislação adequada.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Cirilo de Alexandria

S. Cirilo de Alexandria | arquisp
27 de junho

São Cirilo de Alexandria

Cirilo nasceu no ano de 370, no Egito. Era sobrinho de Teófilo, bispo de Alexandria, e substituiu o tio na importante diocese do Oriente de 412 até 444, quando faleceu aos setenta e quatro anos de idade.

Foram trinta e dois anos de episcopado, durante os quais exerceu forte liderança na Igreja, devido à rara associação de um acurado e profundo conhecimento teológico e de uma humildade e simplicidade próprias do pastor de almas. Deixou muitos escritos e firmou a posição da Igreja no Oriente. Primeiro, resolveu o problema com os judeus que habitavam a cidade: ou deixavam de atacar a religião católica ou deviam mudar-se da cidade. Depois, foi fechando as igrejas onde não se professava o verdadeiro cristianismo.

Mas sua grande obra foi mesmo a defesa do dogma de Maria, como a Mãe de Deus. Ele se opôs e combateu Nestório, patriarca de Constantinopla, que professava ser Maria apenas a mãe do homem Jesus e não de Um que é Deus, da Santíssima Trindade, como está no Evangelho. Por esse erro de pregação, Cirilo escreveu ao papa Celestino, o qual organizou vários sínodos e concílios, onde o tema foi exaustivamente discutido. Em todos, esse papa se fez representar por Cirilo.

O mais importante deles talvez tenha sido o Concilio de Éfeso, em 431, no qual se concluiu o assunto com a condenação dos erros de Nestório e a proclamação da maternidade divina de Nossa Senhora. Além, é claro, de considerar hereges os bispos que não aceitavam a santidade de Maria.

Logo em seguida, todos eles, ainda liderados por Nestório, que continuaram pregando a tal heresia, foram excomungados. Contudo as idéias "nestorianas" ainda tiveram seguidores, até pouco tempo atrás, no Oriente. Somente nos tempos modernos elas deixaram de existir e todos acabaram voltando para o seio da Igreja Católica e para os braços de sua eterna rainha: Maria, a Santíssima Mãe de Deus.

Cultuado na mesma data por toda a Igreja Católica, do Oriente e do Ocidente, são Cirilo de Alexandria, célebre Padre da Igreja, bispo e confessor, recebeu o título de doutor da Igreja treze séculos após sua morte, durante o pontificado do papa Leão XIII.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Papa: as novas comunidades devem crescer com sua própria cultura

Comunidade Neocatecumenal com o Papa Francisco | Vatican News

“A comunidade nascida do batismo é livre, é uma nova Igreja; e devemos deixá-la crescer, ajudá-la a crescer à sua maneira, com sua própria cultura”, são palavras do Papa Francisco à Comunidade Neocatecumenal presente no Vaticano nesta manhã (27).

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã desta segunda-feira (27) o Papa Francisco recebeu os membros do Caminho Neocatecumenal no Vaticano. Em seu discurso não programado o Papa iniciou recordando aos presentes a missão que Jesus deu a todos: “‘Ide, dai testemunho, pregai o Evangelho’. E a partir daquele dia, os apóstolos, os discípulos, o povo, todos partiram com a mesma força que Jesus lhes havia dado: é a força que vem do Espírito. ‘Ide e pregai... Batizem...’”.

E logo acrescentou:

“Mas sabemos que, uma vez batizada, a comunidade nascida desse batismo é livre, é uma nova Igreja; e devemos deixá-la crescer, ajudá-la a crescer à sua maneira, com sua própria cultura... É essa a história da evangelização.”

Destacando mais uma vez este ponto disse: “Todos iguais na fé (...) a mesma fé. Mas todos com a modalidade de sua própria cultura ou da cultura do lugar onde a fé foi pregada”.

Muitas culturas, mas o mesmo Evangelho

“E este trabalho, esta riqueza multicultural do Evangelho – continuou Francisco - que nasce da pregação de Jesus Cristo e se torna cultura, é um pouco a história da Igreja: muitas culturas, mas o mesmo Evangelho. Tantos povos, o mesmo Jesus Cristo. Tantas boas vontades, o mesmo Espírito. E a isso somos chamados: a ir adiante com o poder do Espírito, levando o Evangelho em nossos corações e em nossas mãos. O Evangelho de Jesus Cristo, não meu: é de Jesus Cristo, que se adapta às várias culturas, mas é o mesmo. A fé cresce, a fé se incultura, mas a fé é sempre a mesma”.

Espírito missionário

“Este espírito missionário – disse ainda Francisco aos Neocatecumenais - de se deixar enviar, é uma inspiração para todos vocês. Agradeço-vos por isto e peço docilidade ao Espírito que vos envia, docilidade e obediência a Jesus Cristo em sua Igreja. Tudo na Igreja, nada fora da Igreja. Esta é a espiritualidade que deve sempre nos acompanhar: pregar Jesus Cristo com a força do Espírito na Igreja e com a Igreja. E aquele que é o chefe - digamos - das diferentes Igrejas é o bispo: vocês devem ir sempre adiante com o bispo, sempre. É ele o chefe da Igreja, neste país, neste Estado...”, concluiu Francisco agradecendo por fim a generosidade de todos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 26 de junho de 2022

Festas juninas: tradição e curiosidades

Youtube - Fair Use
Por Mário Scandiuzzi

Está aberta a temporada de "arraiás" por todo o Brasil.

Junho é mês de festa em várias cidades do país. Escolas, comunidades, igrejas comemoram os tradicionais “arraiás” festas dedicadas a Santo Antônio (13 de junho), São João Batista (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).

Esse tipo de comemoração chegou ao Brasil com os jesuítas, na época da colonização. Mas o costume nasceu bem antes. Na antiguidades, registros históricos indicam que na Europa grupos se reuniam para apresentar oferendas aos deuses pagãos que seriam responsáveis pelo clima, em forma de agradecimento pelas colheitas. Com o crescimento do catolicismo, algumas festividades foram incorporadas e passaram a ter um caráter religioso, ajudando assim a difundir a fé.

No Brasil os jesuítas usaram essas comemorações como forma de catequizar os índios e os moradores da colônia. Vamos conhecer um pouco mais a história destes três santos homenageados em festas por todo o país.

Santo Antônio

Fernando Antônio de Bulhões nasceu em Portugal no ano de 1195. Entrou para a vida religiosa aos 19 anos, contrariando a vontade de seu pai, um oficial do exército de Dom Afonso. Passou dois anos no Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, sempre estudando e aprofundando-se em oração. Depois foi estudar em Coimbra, onde foi ordenado sacerdote. Logo todos notaram que ele tinha o dom da Palavra e era admirado por suas pregações. Ainda em Coimbra conheceu os freis franciscanos e se admirou com o fervor e a radicalidade com que eles viviam o Evangelho. Mudou-se para o Mosteiro de São Francisco e tornou-se frei.

Frei Antônio pediu permissão para ir ao Marrocos pregar o Evangelho, mas no meio da viagem adoeceu e teve que voltar. Porém durante a viagem o barco foi desviado e chegou até a Sicília, na Itália. Lá conheceu pessoalmente São Francisco de Assis.

Passou 15 meses como eremita num monte até que São Francisco, percebendo os dons de frei Antônio, o nomeou como responsável pela formação teológica dos irmão do mosteiro. Foi enviado a Roma para tratar de assuntos ligados à ordem com o Papa Gregório IX, que se impressionou com sua inteligência e eloquência. Em seguida São Francisco o nomeou como primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em suas pregações reuniam-se às vezes até 30 mil pessoas. 

Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos. Muitos milagres foram realizados depois da sua morte e onze meses depois foi beatificado e canonizado.

Santo Antônio é o protetor das coisas perdidas, protetor dos casamentos e protetor dos pobres. Ele também é conhecido como o santo casamenteiro. Uma jovem pobre teria pedido a bênção de frei Antônio, já que não podia realizar o casamento porque sua família não tinha dinheiro para pagar o dote, as roupas e o enxoval. O frei abençoou a jovem, dizendo para ela confiar. Depois de alguns dias, ela recebeu tudo o que precisava para se casar.

São João Batista

Muitas vezes confundido com João Evangelista, João Batista era filho de Zacarias e Isabel. É considerado o santo mais próximo de Jesus, de quem era primo, e foi o responsável pelo batismo de Cristo no rio Jordão. Quando perguntado pelos judeus sobre quem era, João respondeu com as palavras do profeta Isaias: “Eu sou a voz que clama no deserto; endireitai o caminho do Senhor” (Jo 1, 23). Na sequência, perguntaram a João com que autoridade ele batizava o povo, sendo que ele não era o Cristo, nem Elias e nem um dos profetas. João proclamou: “Eu batizo com água, ma no meio de vós está quem vós não conheceis. Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado” (Jo 1, 26-27). Quando João viu Jesus, exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). 

Depois do batismo de Jesus, João Batisa seguiu denunciando as injustiças e as ofensas à lei de Deus. Foi preso por Herodes e morreu na prisão (Mat 14, 1-12) São João Batista assumiu sua missão com humildade, fé e devoção. É o único santo que a Igreja celebra no dia de seu nascimento, 24 de junho, e não de sua morte.

Fogueira de São João

De acordo com a tradição, Isabel mandou acender uma fogueira no alto de um monte para avisar a Maria que João, seu filho, havia nascido.

São Pedro

O simples pescador estava à beira do mar da Galileia quando Jesus disse a ele e seu irmão André: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens” (Mat 4, 19). Foi depois deste chamado que Simão passou a ser chamado de Pedro. Seguiu a Cristo com muito fervor e esteve ao lado de Jesus durante a transfiguração no Monte Tabor. Em uma das passagens do Evangelho, recebeu a missão de conduzir a igreja. “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat 16, 18). Depois da ressurreição de Cristo, foi ao túmulo junto com o apóstolo João (Jo 20, 1-10).

Depois de receber o Espírito Santo, Pedro passou a pregar o Evangelho por todos os lugares onde passava. Foi preso várias vezes por isso. Numa delas, foi libertado por um anjo do Senhor (Atos 12, 1-11).

Pedro exerceu sua liderança sobre os apóstolos e sobre a Igreja, vivendo e pregando a Palavra de Deus. Foi para Roma e continuou sua missão, apesar das perseguições. 

Foi preso e condenado à morte na cruz, por ser o líder da Igreja. Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, já que não se julgava digno para morrer como seu mestre. Foi morto na região onde hoje é o Vaticano. Seus restos mortais estão no altar da Igreja de São Pedro em Roma. Escreveu duas cartas que estão no Novo Testamento e foi provavelmente a fonte de informações do Evangelho escrito por são Marcos. A festa de São Pedro é celebrada no dia 29 de junho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

CNBB REITERA SUA POSIÇÃO EM DEFESA DA INTEGRALIDADE, INVIOLABILIDADE E DIGNIDADE DA VIDA HUMANA

CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, divulgou nota na qual reitera sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural. No texto, assinado pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão, dom Ricardo Hoepers, a Conferência condena todas e quaisquer iniciativas que pretendam justificar e impor o aborto no Brasil.

No texto, é manifestada solidariedade e garantidas as preces para as famílias envolvidas. “De maneira especial, toca-nos profundamente a situação desta criança que, na sua mais tenra idade, passa por todos esses traumas e pressões e todas as crianças que, por uma vida sexual precoce ou porque são violentadas, perdem sua infância”, afirma dom Ricardo, que ressalta a necessidade de tomada de consciência da responsabilidade de todos “sobre a proteção e salvaguarda dos  mais pequeninos”.

A nota também traz a reafirmação de que o direito à vida é incondicional: “Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana”.

Recordando a realização do X Encontro Mundial das Famílias, nesta semana, a Conferência une-se “às famílias do mundo inteiro, mas especialmente às famílias que tiveram suas crianças afetadas pelo trauma da violência sexual e do aborto, para que possam ser consoladas e fortalecidas na fé, acreditando na vida, cuidando e protegendo seus filhos, mas de modo especial os mais vulneráveis”.

Confira o texto na íntegra:

Brasília – DF, 23 de junho de 2022.
CEPVF – Nº. 175/22

A FAVOR DA VIDA HUMANA

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, através da sua Comissão Episcopal e Pastoral para a Vida e Família, reitera sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. Condena, assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam justificar e impor o aborto no Brasil.

Mais uma vez, infelizmente, veio à tona, outro caso dramático de uma criança que estava gestando um bebê com a idade gestacional de 29 semanas. Solidarizamo-nos com as famílias envolvidas, com nossas preces e nosso  respeito à dignidade da vida de todos os envolvidos, especialmente dessas crianças em questão. De maneira  especial, toca-nos profundamente a situação desta criança que, na sua mais tenra idade, passa por todos esses traumas e pressões e todas as crianças que, por uma vida sexual precoce ou porque são violentadas, perdem sua infância. Como proteger essa criança e tantas outras que passam pela mesma situação? Neste caso não bastam só palavras, mas uma tomada de consciência da responsabilidade de todos sobre a proteção e salvaguarda dos mais pequeninos.

Reafirmamos que o direito à vida é incondicional. Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana. O direito à vida permanece, na sua totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em fase terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e para aquela que ainda não nasceu. Na realidade, desde quando o óvulo é fecundado, encontra-se inaugurada uma nova vida, que não é nem a do pai, nem a da mãe, mas a de um novo ser humano. Contém em si a singularidade e o dinamismo da pessoa humana: um ser que recebe a tarefa de vir-a-ser. Ele não viria jamais a tornar-se humano, se não o fosse desde início. Esta verdade é de caráter antropológico, ético e científico. Não se restringe à argumentação de cunho teológico ou religioso (Pronunciamento da CNBB em 04 de abril de 2017).

Lembramos com veemência que são imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto. Cabe a todos nós recordar que há o preceito legal: a previsão contida no artigo 7º da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) onde consta a obrigação de que toda e qualquer instituição tem o dever de efetivar políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso de nossas crianças. Estas e outras normativas legais tais como a Lei 12.842/2013 asseguram o livre exercício da medicina e garantem que o paciente receba a melhor atenção da parte daqueles que têm o dever de cuidar do direito à saúde e à vida. Entendemos que o Ministério da Saúde definiu uma resposta a esses casos, na Norma Técnica “Atenção técnica para prevenção, avaliação e conduta nos casos de abortamento” (2022) e essa, por sua vez, com seus protocolos, deveria ser seguida e respeitada.

Nesta semana em que acontece o X Encontro Mundial das Famílias com o tema: “Amor familiar: vocação e caminho de santidade”, queremos nos unir às famílias do mundo inteiro, mas especialmente às famílias que tiveram suas crianças afetadas pelo trauma da violência sexual e do aborto, para que possam ser consoladas e fortalecidas na fé, acreditando na vida, cuidando e protegendo seus filhos, mas de modo especial os mais vulneráveis.

Confiamos a Maria, Mãe de Jesus, todas as crianças, pedindo as bênçãos de Deus para as nossas famílias, especialmente para as mães e os nascituros.

Dom Ricardo Hoepers
Bispo de Rio Grande – RS
Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os Monges e os Mosteiros

S. Francisco de Assis | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

Os monges e os mosteiros tiveram um papel determinante na evangelização dos bárbaros na Idade Média.

Cada mosteiro, com sua escola monástica, tornava-se um centro de vida religiosa e educacional. Ensinavam metalurgia, agricultura, introduziam novas culturas, foram pioneiros na tecnologia, realizavam descobertas científicas, aperfeiçoavam a paisagem europeia, socorriam os andarilhos e cuidavam dos náufragos. Os monges também preservaram a literatura, estudaram música e os escritos dos historiadores e filósofos.

Falando do papel da Igreja nos tempos bárbaros, Chateaubriand (1960), escreveu:

“Os mosteiros foram como espécies de fortalezas em que a civilização se abrigou sob a insígnia de algum santo… A cultura da alta inteligência conservou-se ali com a verdade filosófica, que renasceu da verdade religiosa. Sem a inviolabilidade e o tempo disponível do claustro, os livros e as línguas da Antiguidade não nos teriam sido transmitidos e o elo que ligava o passado ao presente ter-se-ia rompido” (O Gênio do Cristianismo).

São João Crisóstomo (349-407), doutor da Igreja, Patriarca de Constantinopla, chamado de “boca de fogo”, conta que já no seu tempo (347-407) era comum ao povo de Antioquia enviar seus filhos para serem educados pelos monges. São Bento instruiu filhos dos nobres romanos.

São Bonifácio estabeleceu uma escola em cada mosteiro fundado na Alemanha. Na Inglaterra, Santo Agostinho de Cantuária e seus monges, criaram escolas por toda parte onde foram.

Retirado do livro: “História da Igreja – Idade Média”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.


Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF