Daniel
R. Esparza - publicado em 29/07/25
Quando se trata de vício, alguns santos em particular nos
mostram que o caminho para a cura não é apenas possível, mas pode até ser solo
sagrado.
A Igreja não oferece os santos como super-heróis, mas como
companheiros. E quando se trata de vício, alguns santos em particular nos
mostram que o caminho para a cura não é apenas possível, mas pode até ser um
solo sagrado.
O vício pode parecer uma gaiola sem chave, seja um desejo,
uma compulsão ou um ciclo que se repete indefinidamente. A vergonha, o
isolamento e o desamparo que vêm com isso não são apenas psicológicos; eles
podem pesar muito na alma. Mas a santidade não consiste em nunca cair. É sobre
o que faremos a seguir.
São Marcos Ji Tianxiang
Um respeitado médico chinês do século 19, Mark Ji Tianxiang, tornou-se viciado em ópio depois que ele
foi prescrito para uma doença. Durante anos, ele tentou se libertar. Ele orou,
confessou, jejuou... mas nada parecia mudar.
No final, seu padre negou-lhe a absolvição, acreditando que
ele não estava verdadeiramente arrependido. Por 30 anos, Marcos não pôde
receber os sacramentos. Mesmo assim, ele continuou a ir à missa. Ele
continuou a orar.
Quando uma rebelião ligada ao grupo Boxers estourou, Marcos foi preso por ser cristão.
Foi-lhe oferecida liberdade se renunciasse à sua fé, mas ele recusou. Ele foi
executado junto com sua família em 1900 e, no final, escolheu a Cristo, mesmo
depois de uma vida inteira de luta.
A vida de Marcos nos mostra que o vício não substitui a fé.
Você pode ser fraco e santo ao mesmo tempo.
Santa Mônica
Muitas vezes nos lembramos de Santa Mônica como a mãe de Santo Agostinho, o Doutor da Igreja, cuja famosa conversão
ocorreu após anos de rebelião. Mas o que muitas vezes é esquecido é que a
própria Monica lutou contra um apego desordenado ao álcool. O próprio Agostinho
conta isso em algumas passagens de suas Confissões.
Quando jovem, ele começou a beber em segredo, uma tendência
que poderia ter ido mais longe. Ela não o fez, em parte graças a uma repreensão
de uma empregada que a sacudiu. Monica não apenas abandonou o hábito, mas
voltou todo o seu coração para Deus.
Sua vida posterior foi marcada por profunda oração, jejum e
intercessão incansável por seu filho. Foram necessários 17 anos de esperança
persistente antes que Agostinho se tornasse um crente.
Monica nos ensina que a cura geralmente começa com
honestidade, e que a mudança, embora lenta, é sempre possível.
São Camilo
Camilo era alto, irascível e viciado em jogos de azar. Ele
perdeu tudo: dinheiro, emprego, dignidade e até acabou sem-teto. Eventualmente,
um ferimento na perna o forçou a ser internado em um hospital onde os pobres
eram tratados como fardos.
Esse hospital tornou-se o lugar de sua conversão. Cansado de
desperdiçar a vida, Camilo dedicou-se a cuidar dos doentes e fundou uma ordem
religiosa que cuidava deles com mansidão e respeito.
Ele ainda lutava com seu temperamento. Ele continuou a
carregar seus ferimentos. Mas ele deixou sua dor levá-lo a servir aos outros.
Camilo demonstra que as partes de nós que gostaríamos de esconder podem se
tornar a maneira de Deus curar o mundo.
O vício não o torna hostil. Isso não o desqualifica para a
graça. Estes santos – feridos, à espera e a percorrer o longo caminho –
mostram-nos que Deus permanece próximo, mesmo na desordem. Especialmente em
desordem.
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