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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Escalada em árvore e folha como laço: veja como é feito o ‘verdadeiro’ açaí do Pará

É necessário escalar a palmeira com açaí para pegar o fruto
Foto: Adrielle Farias/Terra

Escalada em árvore e folha como laço: veja como é feito o ‘verdadeiro’ açaí do Pará

Nativo da Amazônia, o açaí é o principal meio de sustento de famílias ribeirinhas na Ilha do Combu, no Pará.

Por: Adrielle Farias, de Belém (PA)

10 nov 2025 - 09h49

Para 'tirar' o sustento da família, como dizem os nortistas, John Victor dos Santos, de 28 anos, acorda todos os dias às 6h30min para colher açaí. "Levanto cedo, tomo um bom café e vou para a mata trabalhar. Essa é minha rotina", conta ao Terra. 

O açaí brota do açaizeiro, uma espécie de palmeira nativa da Amazônia que pode atingir até 20 metros de altura. Mas, quem consome o fruto em forma de suco, vitamina ou sobremesa, nem imagina o que existe por trás de sua produção.

John nasceu e foi criado na Ilha do Combu, distante a 10 minutos de Belém (PA). O local, habitado por diversos ribeirinhos que vivem da agricultura de subsistência e da pesca, virou um ponto de referência de turismo, bioeconomia e sociobioeconomia. 

"Comecei a trabalhar com meu pai aos seis anos de idade. Quando cresci, fui ficando independente e hoje eu cuido do manejo do açaí.  Quando chega o verão, que é quando mais temos açaí no pé para colher, eu preciso de mais gente para trabalhar comigo. Não é só chegar, subir e colher. A gente tem que tirar o açaí certo, que é o açaí preto", explica. 

O modo como o ribeirinho usa para colher o açaí é o tradicional, passado de geração em geração em comunidades paraenses. Primeiro, é necessário pegar uma folha da palmeira para criar um laço que o sustentará na escalada do açaizeiro. Em seguida, ele usa as forças dos pés e das mãos --sem medo e em menos de 2 minutos-- para subir ao topo da árvore para retirar o fruto de cor roxa. 

Para encher uma cesta com os pequenos caroços de açaí, é necessário subir 10 vezes à mesma árvore. A depender do dia e da colheita, ele percorre por outras diversas palmeiras, sempre respeitando o crescimento do fruto. 

Após encher as cestas com os caroços do fruto, John inicia o processo de moer o açaí em uma pequena máquina que precisa ser operada manualmente. "Quanto menos água você coloca, mais gostoso o açaí fica", relata o ribeirinho, enquanto mostra à reportagem do Terra o procedimento que já faz parte de sua rotina.

Com o açaí pronto, é hora de ir para a feira em Belém. Para isso, é necessário pegar um barco até a capital paraense e ficar atento para chegar no local até às 8h, que é o horário em que o movimento de compras se inicia. Uma bacia de açaí pode custar até R$ 500, a depender da época de colheita.

"Se você arrumar bem o seu açaí e deixar ele bonito, vai ser um açaí que todos vão procurar. As pessoas vão conhecer. Meu pai trabalhou com açaí na feira por muito tempo, então tem gente que logo que chega já compra comigo, por causa disso", afirma.

John Victor dos Santos se prepara para colocar os caroços de açaí na cesta
Foto: Adrielle Farias/Terra

Ilha do Combu: paraíso amazônico

A Ilha do Combu é a quarta maior do Pará, que conta com 39 ilhas. No local, há 5 comunidades: Beira Rio, Guamá, Igarapé do Combu, Furo da Paciência, Igarapé do Piriquitaquara e Furo do Benedito. A maneira mais comum de se locomover entre os locais da ilha é por meio de barcos.

Logo que se entra no barco em Belém em direção à Ilha do Combu, uma paisagem distante dos prédios da capital paraense começa a destoar em meio ao barulho das águas do Rio Guamá. Com a intensa movimentação de visitantes no Estado por causa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o turismo na ilha se intensificou nos últimos dias. 

A ilha abriga uma série de locais que proporcionam experiências, tais como a colheita do açaí com um morador da região e o turismo gastronômico na fábrica de chocolates Filha do Combu. Esta última, por exemplo, tornou-se referência de bioeconomia no Brasil.

Criada por Dona Nena há 20 anos, a fábrica nasceu com o intuito de ser uma renda extra na vida da empreendedora, mas acabou se tornando um negócio que agregou as populações ribeirinhas da Ilha do Combu e passou a proporcionar renda para mulheres da região.

*Essa reportagem foi produzida como parte da Climate Change Media Partnership 2025, uma bolsa de jornalismo organizada pela Earth Journalism Network, da Internews, e pelo Stanley Center for Peace and Security.

Fonte: Portal Terra

https://www.terra.com.br/planeta/cop30/escalada-em-arvore-e-folha-como-laco-veja-como-e-feito-o-verdadeiro-acai-do-para,15e6d242297edba51415b3dcad2c157dzh9wwbzh.html?utm_source=clipboard

Os primeiros 6 meses do pontificado de Leão XIV em 12 datas

Antoine Mekary | ALETEIA

I. Media - publicado em 10/11/25

À medida que a Igreja celebra meio ano com este sucessor de Pedro, relembramos 12 datas marcantes que definiram o início do pontificado de Leão XIV.

8 de maio

Às 18h07, sob o olhar de câmeras do mundo inteiro, a fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, provocando um clamor que sacudiu as colunas da Basílica de São Pedro — e espantou a família de gaivotas que observava o movimento no telhado.

O norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito o 267º papa da história, aos 69 anos de idade. Após um conclave que durou pouco mais de 24 horas, os 133 cardeais eleitores chegaram a um consenso após apenas quatro votações.

Durante sua bênção Urbi et Orbi, o novo pontífice anunciou ao mundo uma paz “desarmada e desarmante.”

18 de maio

Na presença de 156 delegações governamentais de todo o mundo, Leão XIV celebrou a Missa de inauguração oficial de seu ministério petrino na Praça de São Pedro.

Diante de cerca de 100 mil pessoas, recebeu o pálio — uma estola litúrgica de lã branca — e o Anel do Pescador, símbolo da autoridade papal e da sucessão de São Pedro.

Durante a homilia, afirmou que seu pontificado seria marcado pela caridade e expressou o desejo de uma Igreja unida, sinal de comunhão e fermento de um mundo reconciliado.

24 de maio

Os papas passam, a Cúria permanece.

Com essa frase memorável em seu primeiro discurso aos funcionários do Vaticano, reunidos na Sala Paulo VI, Leão XIV prestou homenagem a seus colaboradores, demonstrando apreço e desejo de trabalho em equipe.

O novo papa também restaurou o bônus de €500 destinado aos funcionários do Vaticano após o conclave, benefício que havia sido suspenso por seu predecessor.

7 a 22 de julho

Primeiras férias papais em Castel Gandolfo, antiga residência de verão dos papas Bento XVI, João Paulo II e outros.

Amante de esportes, Leão XIV pôde aproveitar as quadras de tênis e os cavalos do local.

Seu irmão, John Prevost, confidenciou que o Papa pretende retornar regularmente ao refúgio, onde não ocupa o antigo Palácio Apostólico — transformado em museu por Francisco —, mas sim a Villa Barberini, outra residência pertencente à Santa Sé.

© Francesco Sforza | Vatican Media

9 de julho

O Papa recebe o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com quem já havia se encontrado durante sua instalação como bispo de Roma.

Nesta nova audiência, Leão XIV reiterou sua disposição para sediar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia no Vaticano.

28 de julho a 3 de agosto

Durante uma semana de verão, centenas de milhares de jovens de todo o mundo lotaram as ruas de Roma para o Jubileu da Juventude, o primeiro grande encontro de Leão XIV com os jovens.

O evento culminou em Tor Vergata, onde cerca de 1 milhão de participantes estiveram na vigília e na missa com o Papa, que os exortou a “buscar a verdade com paixão.”

7 de setembro

Leão XIV presidiu a primeira canonização de seu pontificado, declarando Pier Giorgio Frassati (1901–1925) e Carlo Acutis (1991–2006) santos, durante uma missa na Praça de São Pedro.

Em sua homilia, encorajou os jovens a não desperdiçar a vida, mas a tornar-se santos pelo amor a Deus e aos pobres.

A canonização havia sido adiada devido à morte de Francisco, que originalmente canonizaria Carlo em abril e Frassati em agosto.

18 de setembro

Publicação da primeira entrevista oficial do Papa, no livro Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI(com tradução em inglês prevista para o início de 2026), onde o pontífice falou abertamente sobre diversos temas.

26 de setembro

Nomeação de Filippo Iannone como Prefeito do Dicastério para os Bispos, cargo anteriormente ocupado por Prevost antes de sua eleição ao papado.

Aos 67 anos, o italiano — que chefiava o Dicastério para os Textos Legislativos — tornou-se o primeiro prefeito nomeado por Leão XIV.

9 de outubro

Publicação da primeira carta apostólica de Leão XIV, intitulada Dilexi te (“Eu te amei”).

O texto, iniciado por Francisco e concluído por Leão XIV, é dedicado ao amor pelos pobres.

Nele, o Papa exorta os cristãos a rejeitarem ideologias paralisantes e a denunciarem as “estruturas de injustiça”, reiterando o compromisso com migrantes, mulheres vítimas de abuso, prisioneiros e a educação dos mais pobres.

23 de outubro

Visita de Estado do rei Carlos III ao Vaticano — a primeira de um monarca britânico desde a separação entre a Igreja Católica e a Igreja da Inglaterra, em 1534.

Durante o encontro, o Papa e o rei rezaram juntos na Capela Sistina, um gesto histórico.

Como sinal de amizade entre anglicanos e católicos, Carlos III recebeu um título honorário na Abadia de São Paulo Extramuros, e Leão XIV recebeu outro na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor.

Photo by Handout / VATICAN MEDIA / AFP

1º de novembro

Na solenidade de Todos os Santos e ao término do Jubileu da Educação, Leão XIV proclamou o cardeal britânico John Henry Newman (1801–1890) como “Doutor da Igreja” e copadroeiro das escolas católicas.

Inspirando-se no ex-anglicano convertido ao catolicismo, o Papa destacou a missão da educação cristã diante dos desafios do niilismo e da desigualdade moderna.

Datas futuras já anunciadas

20 de novembro: primeira viagem fora de Roma, para Assis, onde encerrará a 81ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana.

27 de novembro a 2 de dezembro: primeira viagem apostólica internacional, com destino à Turquia e ao Líbano.


Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/11/10/os-primeiros-6-meses-do-pontificado-de-leao-xiv-em-12-datas/

A bioeconomia das conexões na COP30

Mudanças de comportamento, a COP 30 e sustentabilidade cultural - (crédito: Uai Turismo)

ARTIGO

A bioeconomia das conexões na COP30

A COP30 pode marcar o momento em que o Brasil apresenta ao mundo um novo paradigma — não baseado na competição por recursos finitos, mas na integração entre biodiversidade, conhecimento e desenvolvimento humano.

Maurício Antônio Lopes — Pesquisador da Embrapa Agroenergia e membro da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA).

A COP30, realizada em Belém, traz o mundo ao coração da Amazônia. A carga simbólica do evento é evidente, pois, pela primeira vez, a conferência climática das Nações Unidas ocorrerá em um território que sintetiza os dilemas e as esperanças da humanidade diante da crise climática. Mais do que palco de negociações, a Amazônia é um espaço onde se colocam os desafios e as soluções para unir desenvolvimento e proteção da natureza.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) apresenta à COP30 uma proposta baseada na bioeconomia das conexões, entendida como uma abordagem que busca superar o isolamento entre setores e disciplinas, condição que ainda limita a transição sustentável. Jovem e atuante, a ABCA reúne lideranças da ciência agronômica comprometidas em fortalecer a base científica da agricultura tropical e afirmar seu papel como infraestrutura estratégica para a soberania alimentar, a sustentabilidade e o desenvolvimento do país.

A visão da ABCA para a COP30 reconhece que os desafios climáticos, energéticos, alimentares e sociais são interdependentes e exigem soluções guiadas pela lógica dos nexos — as inter-relações entre água, energia, alimentos, biodiversidade e sociedade. Por isso, a ABCA propõe um modelo de bioeconomia capaz de integrar esses elementos. Seu fundamento é sistêmico: o desenvolvimento sustentável depende das interações entre pessoas, ecossistemas, territórios e instituições, e não de ações isoladas.

Essa visão difere da noção mais difundida de bioeconomia, frequentemente centrada na substituição de insumos fósseis por biomassa em cadeias industriais. A bioeconomia das conexões amplia esse horizonte ao reconhecer que o potencial transformador está nas relações entre sistemas — na integração de ciclos ecológicos e produtivos, na cooperação entre cadeias de valor e na inteligência distribuída dos territórios. Seu avanço depende da convergência entre políticas públicas, ciência e investimento orientado para modelos que conciliem rentabilidade, regeneração ambiental e inclusão social.

Ao propor a ativação dessas conexões, o Brasil leva à COP30 uma visão que nasce da própria trajetória e experiência: a de um país que transformou ciência e diversidade em força produtiva e, agora, pode inspirar um novo ciclo de prosperidade tropical. Essa visão propõe que o desenvolvimento do século 21 se construa sobre a integração entre conhecimento, natureza e sociedade — uma economia viva, capaz de regenerar ecossistemas, reduzir desigualdades e gerar inovação a partir da biodiversidade.

A ciência agronômica alinha-se naturalmente a essa lógica, pois nasceu da necessidade de integrar conhecimentos e práticas para produzir de forma racional, evoluindo para reconhecer limites ecológicos e incorporar sustentabilidade como princípio orientador. Por essência, é uma ciência de conexões — entre solo, água, plantas, clima e pessoas — e de tradução da complexidade dos sistemas vivos em soluções aplicáveis aos territórios. 

Essa evolução ampliou seu escopo: de uma ciência voltada principalmente à produtividade para outra que integra regeneração, conservação e inclusão social como dimensões inseparáveis do desenvolvimento. Foi essa trajetória que permitiu ao Brasil transformar vastas regiões tropicais com sistemas produtivos baseados em pesquisa, inovação e manejo inteligente — hoje mais preparados para enfrentar os desafios climáticos e sociais do nosso tempo.

Essa trajetória confere à ciência agronômica um papel central na bioeconomia das conexões. Ao combinar observação empírica, modelagem científica e diálogo com os territórios, a agronomia fornece a infraestrutura de conhecimento para articular produção e conservação em bases regenerativas. Sua capacidade de integrar tecnologias emergentes e práticas de manejo adaptadas aos biomas tropicais permite transformar desafios ambientais e sociais em oportunidades de inovação e progresso.

A ABCA, ao propor essa visão, lança um chamado à convergência. Governos, empresas, agricultores, cientistas e comunidades precisam alinhar esforços em torno de uma agenda para transformar conhecimento em soluções concretas nos territórios. Com sua base científica sólida e diversidade biológica sem paralelo, o Brasil tem condições únicas para propor ao mundo um novo pacto entre sociedade e natureza — um modelo de desenvolvimento ancorado na força da ciência, na riqueza dos seus biomas e na capacidade criativa de seu povo, capaz de gerar prosperidade com regeneração.

A COP30 pode marcar o momento em que o Brasil apresenta ao mundo um novo paradigma — não baseado na competição por recursos finitos, mas na integração entre biodiversidade, conhecimento e desenvolvimento humano. A bioeconomia das conexões propõe unir produção e conservação, ciência e sociedade, convertendo a inteligência dos trópicos em soluções para um mundo em transição. 

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/11/7288235-a-bioeconomia-das-conexoes-na-cop30.html

Tabgha, Igreja do Primado

Tabgha, Igreja do Primado | Opus Dei

Tabgha, Igreja do Primado

A uns três quilômetros a oeste de Cafarnaum, segundo a tradição, Jesus teria indicado aos discípulos onde jogar as redes para a segunda pesca milagrosa, e confirmou São Pedro no primado da Igreja.

02/05/2019

Em outros artigos anteriores, citamos o testemunho da peregrina Egéria sobre Tabgha, que vem do século IV: “não longe de Cafarnaum veem-se os degraus de pedra onde o Senhor se sentou. Ali, junto ao lago, encontra-se um terreno coberto de abundante erva e muitas palmeiras e, perto do mesmo lugar, sete fontes jorrando água abundante de cada uma delas. Neste lugar o Senhor saciou uma multidão com cinco pães e dois peixes. A pedra sobre a qual Jesus pousou o pão foi transformada num altar. Junto às paredes daquela igreja passa a rua, onde Mateus tinha o seu telônio. No monte vizinho há um lugar onde o Senhor subiu para pronunciar as Bem-Aventuranças”[1].

Concentramos a nossa atenção no primeiro lugar indicado por Egéria: “os degraus de pedra onde o Senhor se sentou”. Segundo esta tradição, referem-se ao lugar de onde Jesus teria indicado aos da barca que lançassem as redes à sua direita, durante a aparição do Senhor ressuscitado que São João narra no fim do seu evangelho: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos (Jo 21, 2-14).

Tabgha, Igreja do Primado | Opus Dei

O relato de Egéria não afirma que existisse uma igreja na margem onde Jesus apareceu, mas um texto tardio – dos séculos X-XI – atribui à imperatriz Santa Helena a construção de um santuário dedicado aos Apóstolos no lugar onde o Senhor comeu com eles. Alguns documentos a partir do século IX denominam-no indistintamente ‘Mensa, Tabula Domini’, dos Doze Tronos ou das Brasas, todos nomes que recordam aquele almoço. Através de um testemunho da Idade Média, sabemos também que o templo estava particularmente dedicado ao Príncipe dos Apóstolos: “no sopé do monte está a igreja de São Pedro, muito bela, mas abandonada”, afirma o peregrino Saewulfus em 1102[2]. Após diversas vicissitudes, foi definitivamente destruída em 1263. A atual, construída pelos franciscanos em 1933 sobre as fundações da antiga capela, chama-se Igreja do Primado para recordar o lugar onde Jesus confirmou Pedro como pastor supremo da IgrejaDepois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, tu me amas mais do que estes?”. Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo” (Jo 21, 15-17).

Pesquisas arqueológicas realizadas em 1969 confirmaram que sob a igreja do Primado se encontram restos de dois santuários mais antigos. Do primeiro, datado de finais do século IV, restam alguns fragmentos das paredes com reboco branco; o segundo, construído cem anos mais tarde em basalto, é reconhecível nas paredes perimetrais. Ambos tinham como centro uma rocha chamada pelos peregrinos ‘Mensa Christi’, que atualmente se continua a venerar diante do altar como o local da refeição com os Apóstolos. Além disso, os degraus referidos por Egéria podem-se observar na parte exterior, no lado sul da capela, protegidos por um portão.

Tabgha, Igreja do Primado | Opus Dei

A confirmação de São Pedro no Primado

Comentando o diálogo entre Jesus e São Pedro que consideramos, São Leão Magno – pontífice romano entre os anos 440 e 461 – destacava que a solicitude do Príncipe dos Apóstolos se estende especialmente aos seus sucessores: “em Pedro robustece-se a fortaleza de todos, de tal modo se ordena o auxílio da graça divina, que a firmeza conferida a Pedro por Cristo se dá aos outros apóstolos por Pedro. Por isso, depois da ressurreição, o Senhor, para manifestar a tripla confissão de amor eterno, depois de ter dado ao bem-aventurado apóstolo Pedro as chaves do reino, numa manifestação plena de mistério, diz três vezes: apascenta as minhas ovelhas. E fá-lo sem dúvida agora, e o piedoso pastor manda que se realize o mandato do Senhor, confirmando-nos com exortações e rezando por nós sem cessar, para que não sejamos vencidos por nenhuma tentação. Se ele realiza este cuidado da sua piedade para com todo o povo de Deus, e em toda a parte, como se deve crer, quanto mais se dignará conceder a sua ajuda a nós, que fomos imediatamente instruídos por ele, que estamos junto ao sagrado leito do seu sono, onde descansa a mesma carne que presidiu?”[3].

No início do seu pontificado, Bento XVI também se referiu à missão de velar pela Igreja que o Senhor confiou a Pedro e aos seus sucessores, e por três vezes pediu orações para ser fiel ao seu ministério: “uma das características fundamentais deve ser a de amar os homens que lhe foram confiados, assim como ama Cristo, a cujo serviço se encontra. ‘Apascenta as minhas ovelhas’, diz Cristo a Pedro, e a mim, neste momento. Apascentar significa amar, e amar quer dizer também estar prontos para sofrer. Amar significa: dar às ovelhas o verdadeiro bem, o alimento da verdade de Deus, da palavra de Deus, o alimento da sua presença, que ele nos oferece no Santíssimo Sacramento. Queridos amigos neste momento eu posso dizer apenas: rezai por mim, para que eu aprenda cada vez mais a amar o Senhor. Rezai por mim, para que eu aprenda a amar cada vez mais o seu rebanho, a Santa Igreja, cada um de vós singularmente e todos vós juntos. Rezai por mim, para que eu não fuja, por receio, diante dos lobos. Rezai uns pelos outros, para que o Senhor nos guie e nós aprendamos a guiar-nos uns aos outros”[4].

Tabgha, Igreja do Primado | Opus Dei

Dom Álvaro esteve na igreja do Primado no dia 16 de março de 1994. Rezou pelo Papa, e teve uma oportunidade especial para se unir à sua pessoa e às suas intenções. Dom Javier Echevarría recordou-o pouco depois:

"Quando entramos na Igreja do Primado, os frades franciscanos, que nos receberam com muito carinho, ficaram contentes ao ver o Padre. Disseram-nos: aqui temos o costume de oferecer aos bispos a estola que Paulo VI usou quando fez a sua viagem em 1964, para darem a bênção aos fiéis. O Padre ficou muito contente, porque uma ocasião de unir-se a Pedro, ao Papa, seja quem for, é motivo de alegria para um bom filho da Igreja. Temos de amar o Papa com loucura.

O Padre ficou muito feliz por usar aquela estola que já é uma recordação, uma relíquia, de Paulo VI. Deu a bênção aos fiéis. Mas não contávamos com as pessoas sempre querem mais: naquele momento chegou um grupo de italianos e quando viram o que o Padre tinha acabado de fazer, disseram: nós também queremos uma bênção! O Padre voltou a vestir a estola, deu-lhes a bênção com alegria e pediu-lhes orações”[5].

São Josemaria deixou-nos a convicção de que depois de Deus e da nossa Mãe a Virgem Santíssima, na hierarquia do amor e da autoridade, vem o Santo Padre[6]. Em 14 de fevereiro de 1975, durante a última tertúlia geral na Venezuela, ele expressou esta ideia em outras palavras:

-Padre, como podemos demonstrar nestes momentos o nosso amor e fidelidade ao Papa? Perguntou uma mulher.

-Que boa pergunta, minha filha! O Papa é o Vice-Cristo, o Papa é Pedro, o Papa é o representante de Deus na terra. O nosso amor de cristãos tem de ser assim: Jesus Cristo, Maria Santíssima, São José, o Papa! O Papa acima de tudo (...). Na terra, está formando - por assim dizer - uma unidade de amor com Cristo, com Maria Santíssima, Mãe de Cristo, e com São José (...). Já te respondi: amar o Papa!

As pessoas irromperam em uma salva de palmas, e o fundador do Opus Dei se juntou a eles dizendo:

-Sim, para o Papa, para o Papa este aplauso.

O aplauso tornou-se então muito maior[7].


[1] Appendix ad Itinerarium Egeriæ, II, V, 2-3 (CCL 175, 99).

[2] Saewulfus, Relatio de peregrinatione ad Hierosolymam et Terram Sanctam.

[3] São Leão Magno, Homilia na festa de São Pedro Apóstolo.

[4] Bento XVI, Homilia no solene início do ministério petrino, 24-IV-2005

[5] Javier Echevarría, Palavras citadas em Crónica, 1994, pp. 294-295
(AGP, biblioteca, P01).

[6] São Josemaria, Forja, n. 135.

[7] São Josemaria, Anotações de uma tertúlia, 14-II-1975, publicado no vídeo “Amor ao Papa”.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/tabgha-igreja-do-primado/

São Leão Magno – O Papa que salvou Roma

São Leão Magno (Aliança de Misericórdia)

10 de novembro

São Leão Magno

“Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade, já que participas da natureza Divina” (São Leão Magno).

O Título de “Magno” significa grande e é dado somente àqueles santos que são considerados grandes mesmo dentre os santos. São Leão Magno é um deles.

Um dos maiores Papas da história da Igreja, fez muito pelo catolicismo e, além de ser grande nas obras, foi enorme na santidade.

Pequena Biografia

São Leão Magno nasceu em Toscana, na Itália. Se tornou sacerdote e desde a juventude tinha fama de santidade.

No ano de 440 foi eleito Papa. Era um período difícil para a Igreja e para o Império Romano: invasões bárbaras, diversas heresias que fervilhavam e um difícil momento político.

Combate as Heresias

Combateu bravamente as heresias, em especial o monofisismo, que afirmava que Cristo tinha apenas uma natureza. Ele afirmou que na unidade da Pessoa de Jesus Cristo residem as naturezas divina e humana.

Para acabar com a heresia, o Papa Leão Magno convocou o Concílio da Calcedônia, onde 500 Bispos e o Imperador resolveram o conflito, reafirmando a autoridade papal dizendo:

 “Roma falou por meio de Leão, a causa está decidida; causa finita est”.

Leão Magno contra Atila, o Conquistador

A tradição nos conta que São Leão Magno foi o grande responsável por salvar Roma e a Itália do grande Átila, o Conquistador.

Átila havia entrado na Itália, o Imperador fugiu e todos os generais romanos se esconderam. Então, o Papa, em defesa da fé e de todo o povo cristão, saiu em encontro do Conquistador.

Não sabemos o que o Papa lhe disse, mas sabemos que após o encontro o grande Conquistador pagão retrocedeu com suas tropas.

Oração de São Leão Magno contra o desânimo

São Leão Magno foi também um grande doutor da Igreja, deixando muitas obras e escritos como sermões e textos litúrgicos.

Oração – Recomeçar Sempre!

“Não desista nunca:

Nem quando o cansaço se fizer sentir,

Nem quando os teus pés tropeçarem,

Nem quando os teus olhos arderem,

Nem quando os teus esforços forem ignorados,

Nem quando a desilusão te abater,

Nem quando o erro te desencorajar,

Nem quando a traição te ferir,

Nem quando o sucesso te abandonar,

Nem quando a ingratidão te desconcertar,

Nem quando a incompreensão te rodear,

Nem quando a fadiga te prostrar,

Nem quando tudo tenha o aspecto do nada, nem quando o peso do pecado te esmagar. Invoque sempre a Deus, junte as mãos, reze, sorria… E recomece!”

São Leão Magno, rogai por nós!

Fonte https://misericordia.com.br/sao-leao-magno-o-papa-que-salvou-roma/

domingo, 9 de novembro de 2025

A Dedicação da Basílica do Latrão

Dedicação da Basílica do Latrão (CNBB Nordeste 1)

A DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO

08/11/2025

Estamos celebrando a festa da dedicação da Basílica do Latrão. Essa basílica, que é a catedral da Diocese de Roma, relembra a nossa comunhão com a Igreja de Roma na qual é bispo o nosso amado Papa Leão XIV. Na primeira leitura, o profeta Ezequiel (Ez 47, 1-2.8-9.12) tem uma grandiosa visão, vê brotar do templo uma torrente de água que engrossa incontrolavelmente sem receber aporte de nenhum afluente, que produz vida por onde passa. Essa imagem mostra a fecundidade do templo. Trata-se de uma água “saneadora”. Claramente é um símbolo para significar o dom da vida que o Senhor dará aos repatriados. Mas que não se esgota simplesmente nesse dom da vida — essa fecundidade se visibilizará em Jesus Cristo, verdadeiro templo. 

Jesus, no templo de Jerusalém, cumpre um gesto emblemático. Como devemos interpretar esse gesto de Jesus? “Antes de tudo deve-se observar que Ele não provocou repressão alguma dos detentores da ordem pública, porque foi visto como uma típica ação profética: de fato, os profetas, em nome de Deus, denunciavam com frequência abusos, e por vezes faziam-no com gestos simbólicos. O problema, no máximo, era a sua autoridade. Eis por que os Judeus perguntam a Jesus: ‘Que sinal nos apresentas para justificares o Teu proceder?’ (Jo 2, 18), demonstra-nos que ages deveras em nome de Deus.

“A expulsão dos comerciantes do templo foi interpretada também do ponto de vista político-revolucionário, colocando Jesus na linha do movimento dos zelotas. Eles eram, precisamente, ‘zelosos’ da lei de Deus e dispostos a usar a violência para a fazer respeitar. Na época de Jesus aguardavam um Messias que libertasse Israel do domínio dos Romanos. Mas Jesus desiludiu esta expectativa, a tal ponto que alguns discípulos o abandonaram e Judas Iscariotes até o atraiçoou. Na realidade, é impossível interpretar Jesus como violento: a violência é contrária ao Reino de Deus, é um instrumento do anticristo. A violência nunca está ao serviço da humanidade, mas desumaniza-a.

“Ouçamos então as palavras que Jesus disse, fazendo aquele gesto: ‘Tirai tudo isto daqui e não façais da casa de Meu Pai uma feira’. E os discípulos então recordaram-se de que está escrito num Salmo: ‘O zelo pela tua casa me devora’ (69, 10). Este salmo é uma invocação de ajuda numa situação de extremo perigo por causa do ódio dos inimigos: a situação que Jesus viverá na sua paixão: o seu zelo pelo amor que paga pessoalmente, não aquele que pretenderia servir Deus mediante a violência. Com efeito, o ‘sinal’ que Jesus dará como prova da sua autoridade será precisamente a sua morte e ressurreição. ‘Destruí este templo — disse — e edificá-lo-ei em três dias’. E são João escreve: ‘Ele falava do templo do seu corpo’ (Jo 2, 20-21). Com a Páscoa de Jesus começa um novo culto, o culto do amor, e um novo templo que é Ele mesmo, Cristo ressuscitado, mediante o qual cada crente pode adorar Deus Pai ‘em espírito e verdade’ (Jo 4, 23)” (Bento XVI, Angelus de 11 de março de 2012).

Que, celebrando a Basílica do Latrão, símbolo da Igreja, morada de Deus entre os homens, vivamos como templos do Espírito Santo e cresçamos em consciência de que, também nós, somos a Igreja viva, morada de Deus entre os homens.

Cardeal Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

COP 30: curiosidades do protocolo e a ausência dos EUA

Belém | Divulgação

Cibele Battistini - publicado em 07/11/25

A COP30 — 30.ª Conferência das Partes da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) — será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Estado do Pará (Brasil).

A escolha de Belém se revela simbólica: situada às margens da foz do rio Amazonas, a cidade representa a porta de entrada para a floresta amazônica e, por isso, devolve ao debate climático um foco central na preservação das florestas tropicais e na justiça ambiental. 

O evento conta com duas fases principais: nos dias 6 e 7 de novembro ocorrerá a cúpula de chefes de Estado e de governo, e em seguida, de 10 a 21 de novembro, a plenária oficial de negociações. 

Participações confirmadas de personalidades internacionais

Diversos líderes e chefes de delegação confirmaram sua presença em Belém. Entre eles:

Para a União Europeia, a presença de Ursula von der Leyen (Presidenta da Comissão Europeia), António Costa (Presidente do Conselho Europeu) e mais representantes dos Estados-membros.

A delegação chinesa será liderada pelo Vice-Premiê Ding Xuexiang.

A África estará representada por personalidades como o Vice-Presidente da Nigéria, Kashim Shettima, que chegou a Belém para participar da COP30.

Também está previsto o engajamento de numerosas organizações da sociedade civil: por exemplo, mais de 125 novas entidades receberam status de observadoras para este ciclo, ampliando a diversidade de vozes e grupos tradicionais (indígenas, quilombolas, movimentos de juventude) no processo.

Ausência dos Estados Unidos / Donald Trump

Os Estados Unidos não enviarão representantes de alto nível à COP30. A Casa Branca confirmou que não mandará autoridades seniores para o encontro em Belém.
O motivo expresso pelo governo é que o presidente Donald Trump está “diretamente engajado com líderes mundiais em questões de energia”, priorizando acordos bilaterais de energia e exploração de combustíveis fósseis, em lugar do multilateralismo climático habitual. 

Donald Trump | SAUL LOEB / AFP

Assim, embora o tema ambiental seja de suma importância global, a ausência estadunidense torna-se um destaque pela negativa: não se trata apenas de uma não-participação, mas de uma sinalização de que os EUA optaram por outro caminho estratégico no âmbito energético e diplomático.

Clima em Belém e curiosidade de protocolo

Belém, em novembro, vive sua fase de clima tropical muito intenso: a média máxima diária atinge cerca de 32,3 °C e a mínima gira em torno de 21,9 °C
Um índice de sensação térmica elevadíssimo — em torno de 47 °C — é estimado devido à combinação de calor, umidade e pouca eficiência de resfriamento natural no ambiente urbano. 

Em meio a esse cenário, jornalistas e correspondentes que cobrem a COP30 terão uma curiosa orientação de protocolo: embora o evento seja formal, houve recomendação de que no credenciamento ou em algumas sessões se considere abdicar da tradicional “camisa e gravata” — ou ao menos utilizar gravata leve e camisa de tecido ventilado — justamente para lidar com as altas temperaturas e o clima úmido da região. Essa nuance tipifica o ajuste entre formalidade internacional e realidades tropicais.

Importância da COP30 para a Igreja Católica

Para a Igreja Católica, a COP30 assume relevância particular sob dois ângulos: o pontificado de Papa Francisco e a continuidade com a encíclica Laudato Si’ — documento chave sobre ecologia integral e cuidado da criação. Papa Francisco já havia colocado a crise climática como questão moral e ética central da doutrina social da Igreja.

Com a eleição de Papa Leão XIV, a COP30 ganha nova dimensão: o Papa Leão, em suas primeiras intervenções públicas, reafirmou o compromisso da Igreja com a justiça climática e o cuidado com “a casa comum”.

Para a Igreja, o evento serve como plataforma de afirmação do engajamento católico em políticas ambientais que defendam os pobres, a biodiversidade e os países amazônicos ou tropicais vulneráveis. A escolha de Belém — na Amazônia — permite à Igreja sublinhar a ligação entre fé, preservação ecológica e defesa dos povos tradicionais.

Em resumo, a COP30 não é apenas uma conferência diplomática: para a Igreja Católica, é um momento de manifestação da fé em ação, onde a proteção ambiental converge com a dignidade humana, a defesa dos vulneráveis e a conversão ecológica — temas que tanto Papa Francisco quanto Papa Leão consideram fundamentais.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/11/07/cop-30-curiosidades-do-protocolo-e-a-ausencia-dos-eua/

A conversão do olhar sobre o pobre na Dilexi Te

O amor se faz pobre (Mãe Peregrina Schoenstatt)

A CONVERSÃO DO OLHAR SOBRE O POBRE NA DILEXI TE 

06/11/2025

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)

No primeiro capítulo da Dilexi te, o Papa Leão XIV propõe um desafio à Igreja e à sociedade: associar ao compromisso concreto com os pobres uma “mudança de mentalidades que tenha incidências culturais” (n. 11). Não se trata apenas de promover a assistência social, mas de transformar o modo como olhamos para os pobres e organizamos a vida coletiva. Essa mudança constitui uma conversão cultural inseparável da conversão espiritual, pois o modo como vemos os pobres revela o modo como compreendemos Deus. 

O Papa denuncia a ilusão de uma felicidade fundada na acumulação e no sucesso pessoal, alimentada por uma cultura que “descarta os outros sem sequer se aperceber, tolerando com indiferença que milhões morram de fome” (n. 11). Essa mentalidade enraíza-se em ideologias meritocráticas e individualistas, que reduzem a dignidade humana à produtividade e fazem crer que a pobreza é culpa pessoal. O resultado é uma cegueira ética, na qual os pobres se tornam invisíveis ou incômodos, e a desigualdade passa a ser aceita como preço inevitável do progresso. 

A mudança de mentalidade desejada por Leão XIV tem, portanto, amplas incidências culturais. Implica reconstruir as bases da convivência, substituindo a lógica da competição pela cultura da solidariedade. O Papa fala de uma “renovação cultural” que não se limita a políticas públicas, mas exige um novo ethos social e uma espiritualidade do cuidado e da partilha. Trata-se de educar o olhar e o coração para reconhecer o outro como “sacramento da presença de Cristo”. Essa é a grande revolução cultural do Evangelho, em que o pobre deixa de ser problema e se torna lugar teológico, rosto visível do Senhor. 

Os preconceitos que ainda resistem à conversão são denunciados com vigor: a meritocracia que glorifica os vencedores, o economicismo que mede o valor das pessoas pelo que produzem e o assistencialismo que infantiliza ou reduz os pobres à condição de objetos, negando-lhes protagonismo. A Dilexi te afirma que “os pobres não existem por acaso nem por destino amargo” (n. 14), mas são vítimas de estruturas injustas e de mentalidades que perpetuam a exclusão. Romper com esses preconceitos significa redescobrir a centralidade do Evangelho e da fraternidade humana. 

Na perspectiva bíblica e eclesial, os pobres não são destinatários passivos, mas sujeitos da evangelização. Leão XIV retoma o ensinamento de que Deus “escolhe os pobres” (Tg 2,5) e faz deles o coração da Igreja. A opção preferencial pelos pobres, nascida da compaixão divina, é expressão da própria lógica da encarnação. Cristo se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza (2Cor 8,9). Amar os pobres é, portanto, amar o próprio Cristo, não por filantropia, mas por fé. 

A cultura da solidariedade encontra raízes profundas na Tradição patrística. São João Crisóstomo ensina: “Queres honrar o Corpo de Cristo? Não o desprezes nos pobres”. Afirmando que a Eucaristia sem caridade é culto vazio. Santo Agostinho e São Basílio Magno lembram que partilhar com os pobres não é ato opcional, mas exigência de justiça: “Não é de tua propriedade o que dás ao pobre; é dele”. Esses testemunhos mostram que a fé cristã sempre formou cultura quando se encarnou em gestos de comunhão. 

A conversão de mentalidade é, antes de tudo, uma conversão do coração. A Dilexi te convida a Igreja e a sociedade a reencontrarem, na compaixão, a verdadeira cultura da vida. O amor aos pobres — longe de ser ideologia — é critério de autenticidade do Evangelho. Numa civilização que produz descartados, Leão XIV repropõe a “cultura do encontro”, inspirada no Papa Francisco, em que cada pessoa é reconhecida como irmã. A nova cultura começa quando deixamos de perguntar “quem é o meu próximo?” e passamos a ser, nós mesmos, próximos de todos. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Leão XIV: Igreja de Roma, mãe que cuida da fé e do caminho dos cristãos espalhados pelo mundo

Angelus, 09/11/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, o Papa recordou a Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, celebrada neste domingo. "Neste dia da Dedicação da Basílica de Latrão, contemplamos o mistério de unidade e comunhão com a Igreja de Roma", disse ele, ressaltando que "a Catedral da Diocese de Roma representa também o centro propulsor da fé, confiada e guardada pelos Apóstolos, e da sua transmissão ao longo da história".

https://youtu.be/D5tovjF_cCI

Mariangela Jaguraba – Vatican News

Após celebrar a missa na Basílica de São João de Latrão, neste domingo (09/11), Leão XIV regressou, ao Vaticano, e conduziu a oração mariana do Angelus.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice proferiu algumas palavras sobre a Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, celebrada neste domingo.

Neste dia da Dedicação da Basílica de Latrão, contemplamos o mistério de unidade e comunhão com a Igreja de Roma, chamada a ser a mãe que cuida com solicitude da fé e do caminho dos cristãos espalhados pelo mundo.

"A Catedral da Diocese de Roma e, como sabemos, sede do sucessor de Pedro não é apenas uma obra de extraordinário interesse histórico, artístico e religioso, mas representa também o centro propulsor da fé, confiada e guardada pelos Apóstolos, e da sua transmissão ao longo da história", disse ainda o Papa Leão. "A grandeza deste mistério brilha também no esplendor artístico do edifício que, precisamente na nave central, acolhe doze grandes imagens dos Apóstolos, primeiros seguidores de Cristo e testemunhas do Evangelho", sublinhou.

Isto remete para uma visão espiritual, que nos ajuda a ir além da aparência exterior, compreendendo no mistério da Igreja muito mais do que um simples lugar, um espaço físico, uma construção feita de pedras; na verdade, como nos sugere o trecho do Evangelho de hoje, no qual se conta o gesto de purificação realizado por Jesus no Templo de Jerusalém, o verdadeiro santuário de Deus é Cristo morto e ressuscitado. Ele é o único mediador da salvação, o único Redentor, Aquele que, unindo-se à nossa humanidade e transformando-nos com o seu amor, representa a porta que se escancara para nós e nos conduz ao Pai.

"Unidos a Ele, também nós somos pedras vivas deste edifício espiritual. Somos a Igreja de Cristo, o seu corpo, os seus membros chamados a difundir no mundo o seu Evangelho de misericórdia, consolação e paz, através daquele culto espiritual que deve resplandecer em primeiro lugar no nosso testemunho de vida", disse ainda Leão XIV.

Irmãos e irmãs, é para este olhar espiritual que devemos treinar o nosso coração. Muitas vezes, as fragilidades e os erros dos cristãos, juntamente com tantos lugares-comuns e preconceitos, impedem-nos de compreender a riqueza do mistério da Igreja.

"Efetivamente, a sua santidade não reside nos nossos méritos, mas na «liberalidade da entrega do Senhor que nunca foi revogada» e que continua escolhendo «como receptáculo da sua presença, num amor paradoxal, também e precisamente as mãos sujas dos homens»", disse ainda o Papa, citando as palavras de Bento XVI.

"Caminhemos, pois, na alegria de sermos o Povo santo que Deus escolheu e invoquemos Maria, Mãe da Igreja, para que nos ajude a acolher Cristo e nos acompanhe com a sua intercessão", concluiu Leão XIV.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

TEOLOGIA: O encontro de dois dons distintos (Parte 3/3)

Cristo e a Adúltera, Rembrandt, Print Room, Munique | 30Giorni

TEOLOGIA

Arquivo 30Dias nº 11 - 2001

O encontro de dois dons distintos

"Assim como você, acredito que Deus criou apenas para a elevação do deificado; mas isso não elimina a heterogeneidade radical entre o primeiro dom da vida racional e o segundo dom (e antecedente na ordem de finalidade) da vida sobrenatural." Assim escreveu Blondel em uma carta a De Lubac. Este ensaio examina a trajetória do filósofo francês, em particular as críticas que ele dirigiu a Teilhard de Chardin.

Por Massimo Borghesi

3) Blondel, crítico de Teilhard de Chardin

Há um documento, singularmente negligenciado pelos críticos, no qual a posição de Blondel sobre o sobrenatural emerge com total clareza: a correspondência com Teilhard de Chardin, compilada por de Lubac, que, graças à mediação de Auguste Valensin, ocorreu em dezembro de 1919.<sup>24</sup> Este importante documento, publicado em 1965, provavelmente teria alterado a avaliação de Gilson, também em 1965, de que Blondel e Teilhard compartilhavam a mesma perspectiva. A correspondência foi motivada pelo envio a Blondel, por meio de Valensin, de alguns escritos de Teilhard, sobre os quais ele solicitou uma avaliação. Em suas memórias, datadas de 5 de dezembro, Blondel começa observando como, nesses escritos, redescobriu "alguns dos temas mais antigos e esotéricos do meu pensamento pessoal e do que ela chama de meu 'pancristianismo'".25 A consciência dos limites dessa perspectiva agora distante o leva a alertar o Padre Teilhard sobre seus possíveis resultados: "Parece-me, de fato, que as tentações das quais tive e das quais devo me defender são análogas àquelas das quais o Padre T. deve, por sua vez, se proteger."26

O pancristianismo cósmico de Teilhard não está isento de profundas ambiguidades. O perigo mais grave é "que a ordem natural tenha, como tal, uma estabilidade divina, que Cristo desempenhe fisicamente a função que o panteísmo ou o monismo atribuem ao Deus vago e difuso com o qual se contentam. Há nisso uma base de naturismo, de hilozoísmo, ou melhor ainda, de heloteísmo, que se mostrará inaceitável precisamente por causa da fórmula que revela sua consequência lógica: seria preciso admitir que Cristo poderia ter se encarnado para um propósito diferente do da sobrenaturalização, e que o mundo, mesmo fisicamente, foi divinizado, sem ser sobrenaturalizado."27 Nesse campo, Blondel escreve ironicamente, usando um termo emprestado de Teilhard, não se deve ser visionário . "O Padre T. parece supor que podemos nos comunicar com o Todo (incluindo Cristo) sem primeiro e exclusivamente nos comunicarmos com o Uno, com o Transcendente, com o Verbo Encarnado, em sua natureza concreta e singular como homem."28 Dessa forma, seu pancristianismo corre o risco de se resolver em um naturalismo divinizado, um verdadeiro panteísmo.

Por essa razão, “para não incorrer nem mesmo no menor risco de imanentismo, é indispensável [...] enfatizar com cada vez maior clareza e força a transcendência absoluta do dom divino, o caráter inevitavelmente sobrenatural do plano deificação e, consequentemente, a transformação moral e a expansão espiritual que a graça permite e exige. Embora, em certo sentido, haja continuidade na ordem universal, em outro sentido há incomensurabilidade, uma inversão do velho homem e da velha natureza, para o nascimento do 'novum coelum' e da 'nova terra'.”29

Em sua resposta de 12 de dezembro, Teilhard, longe de aceitar os esclarecimentos de Blondel, reiterou firmemente seu ponto de vista. "Cristo é o centro do Universo, mesmo nas chamadas zonas 'naturais'." 30 Diante da instabilidade da ordem natural, "Cristo tem algo de demiurgo." 31 Isso significa que "nosso Universo atual é sobrenaturalizado em tudo o que é (isto é, não tem mais sentido ou centro, exceto em Cristo)." 32 As obras e o esforço humanos tornam-se, nesse aspecto, o cumprimento de Cristo, a matéria do Pleroma que está sendo realizada. Se, como afirma a Nota sobre o Cristo Universal de janeiro de 1920 , “Cristo é universal… a ação humana pode referir-se a Cristo, contribuir para a realização de Cristo.

 Todo progresso, seja na vida orgânica, no conhecimento científico, nas faculdades estéticas ou na consciência social, é, portanto, cristianizável em seu próprio objeto (porque todo progresso, em si mesmo , está organicamente integrado ao espírito que está suspenso em Cristo). Essa perspectiva muito simples rompe a barreira fatal que, no entanto , persiste em nossas teorias atuais, entre o Esforço cristão e o Esforço humano. Se o Esforço humano se torna divinizável nas obras (e não apenas na operação ), o Mundo, para o cristão, torna-se inteiramente divino»33.

Em sua resposta de 19 de dezembro, Blondel observa que «o Padre T. parece menos preocupado do que eu em destacar a incomensurabilidade divina, em chamar a atenção para esta necessidade, de que não há divinização sem sobrenaturalização, nem sobrenaturalização sem uma morte e renascimento espiritual»34. Ele também concorda com o padre jesuíta sobre o «verdadeiro, bom, sólido». caráter do esforço natural», mas o fogo divino «não se encontra tal como é , fisicamente, no “esforço humano”, nem na humanidade, nem no mundo ut sic »35.

Para Blondel, Teilhard, «por querer infundir Cristo em nosso esforço e no mundo transfigurado aos olhos de sua fé, parece-me que – agora ele tenta representar essa imanência do sobrenatural sob traços imaginativos muito físicos – agora (e não é mais apenas uma forma de gnose) ele atualiza em uma espécie de ontologia milenarista a divinização filogenética do Universo, como se, sendo naturalmente instável, este Universo encontrasse naturalmente em Cristo seu apoio e sua solidez, o que naturalmente contribuiria para nos consolidar; e assim o Sobrenatural se tornaria como um elemento constitutivo, como os outros elementos, que certamente os ilumina, até os transfigura, mas não os consome nem os transubstancia»36.

Para Blondel , a caridade , dom da graça que transforma a natureza, “não vive das paixões humanas ut sic”; a sobrenaturalização, se refletirmos sobre o que é a incomensurabilidade divina, não pode ocorrer sem um salto. Rejeito o jansenismo, assim como o humanismo devoto e o cientificismo cristão me parecem decepcionantes. É igualmente importante não sobrenaturalizar o natural e não naturalizar o sobrenatural.

Em sua resposta de 29 de dezembro, Teilhard, apesar de temer o risco de um “emersonismo cristão”,38 não se desvia de sua posição. Não é possível imaginar o mundo naturaliter, extra Christum . “Por vezes, pensei em atenuar o que é absoluto (e improvável à primeira vista) nesta concepção, imaginando que o Mundo, extra Christum, possui uma primeira existência que é suficiente em si mesma (ordem natural, esfera do progresso humano). Somente aqueles cuja vida adere a J. [Jesus] C. [Cristo] com fé e boas intenções poderiam ir além deste primeiro círculo e entrar (eles e o seu Mundo ) no campo da divinização de Cristo. Haveria, assim, além do rei , duas partes distintas do Universo: o Mundo criado e o Mundo de Cristo (o segundo dos quais absorveria gradualmente o primeiro...).  Pareceu-me que esta atenuação era ilógica – em desacordo com a identidade de Deus Criador e Redentor – incompatível com a elevação da ordem natural na sua totalidade”39.

Teilhard confessou, desta forma, a sua incapacidade de reconhecer a distinção real entre as duas ordens, natural e sobrenatural, a distinção entre o nível da criação e o da redenção. O monismo, por vezes naturalista, por vezes sobrenaturalista, obscurecia a possibilidade de compreender as objeções de Blondel. Entre os dois, apesar das fórmulas polidas, não havia possibilidade de entendimento. Embora Teilhard falasse repetidamente de uma diferença apenas de ênfase40 , esta, na realidade, afeta a substância. Ainda em 1925, quando o Padre Valensin apresentou Mon Univers (1924) de Teilhard a Blondel, o filósofo de Aix encontrou nele «mais generosidade do que precisão»41, um julgamento partilhado por de Lubac. "demasiado severo."42

Na realidade, a crítica de Teilhard documenta (para além de Gilson) a fronteira que separa a reflexão de Blondel da do "visionário". A defesa de Blondel e Teilhard por De Lubac, com a sua tentativa pacífica de atenuar as diferenças, não ajuda a esclarecer as coisas neste ponto. Acima de tudo, não ajuda Blondel.

De forma mais realista, Teilhard confessaria: "Devo-lhe muito. Mas, no geral, não nos entendíamos."43 Blondel, por sua vez, escreveria ao Padre Valensin em 1925: "Cuidado com o Origenismo, que tende a ignorar as oposições radicais e a estabilidade eterna da livre opção. A continuidade das coisas não impede a contingência de soluções singulares e os riscos da criatura racional."44

O limite do método teilhardiano, escreveria ele a Monsenhor Bruno de Solages em 16 de fevereiro de 1947, é que "ele reduz a um nível científico, fenomenológico, naturalista, como se esse nível contivesse a verdade essencial, o que é também e sobretudo de uma ordem metafísica, religiosa e até propriamente sobrenatural."45

O Universo "divino" não precisava mais de Cristo; ele já o continha em si. O "Pan-Cristianismo" havia dissolvido a figura irrepetível do Cristo histórico. Blondel, pela própria natureza do seu pensamento, foi capaz de apreender melhor do que ninguém as possíveis ilusões dessa perspectiva. Daí a importância de uma lição cuja acuidade e profundidade nunca deixam de questionar o pensamento filosófico e teológico contemporâneo.

NOTAS

26) Op. cit. , pág. 23. 

27) Op. cit. , pág. 24. 

28) Op. cit. , pág. 25. 

29) Op. cit. , pág. 26.

30 ) Op. cit. , pág. 35. 

31) Ibidem . 

32) Op. cit. , pág. 36.

 33) P. Teilhard de Chardin, Oeuvres, 9, Paris, pp.
34) Correspondência de Maurice Blondel e Pierre Teilhard de Chardin. Comentada por Henri de Lubac , cit. , pág. 38. 

35) Op. cit. , pág. 44. 

36) Ibidem . 

37) Ibidem . 

38) Op. cit. , pág. 47. 

39) Op. cit. , pág. 49. 

40) Op. cit. 36, 51. 

41) M. Blondel-A. Valensin, Correspondance , editado por H. de Lubac, Paris 1957-65, 3 vols., t. III, pág. 128. 

42) Correspondência de Maurice Blondel e Pierre Teilhard de Chardin. Comentada por Henri de Lubac , cit. , pág. 66. 

43) Carta a Claude Cuénot (datada de 15 de fevereiro de 1955), citada em: Correspondência de Maurice Blondel e Pierre Teilhard de Chardin. Comentada por Henri de Lubac , citada , p. 118. 

44) M. Blondel-A. Valensin, Correspondência , citada , t. III, p. 128. 

45) Citada em: Correspondência de Maurice Blondel e Pierre Teilhard de Chardin. Comentada por Henri de Lubac , citada , p. 63.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF