Aleteia
Brasil - publicado em 21/08/22 - atualizado em
18/11/25
Duas coisas são necessárias para transformar uma vida.
Muitas pessoas fazem essa pergunta: o que Deus quer que eu
faça? Qual a vontade de Deus para a minha vida? Que profissão devo seguir? Qual
a minha vocação? Todos nós passamos por esse momento de decisão.
Alguém disse que “a primeira vitória de um homem foi ter
nascido”. De fato, esta é a maior graça; como disse São Paulo, “Deus nos
desejou em Cristo antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,4). São Paulo exortava os efésios a
que levassem “uma vida digna da vocação à qual fostes chamados” (Ef 4,1).
Portanto, qualquer que seja a nossa atividade ou estado de
vida, o mais importante é valorizar a vida, dom precioso de Deus.
O nosso Catecismo diz que “o homem é, por natureza e por
vocação, um ser religioso” (§44) e o Papa João Paulo II disse certa vez: “Não
tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda a
autêntica aspiração do coração humano” (L’Osservatore Romano, 7/4/96).
Mas, a busca da santidade não está desatrelada da vida
cotidiana, muito ao contrário, é inserida nela que se realiza. É no mundo do
trabalho, da família, da ciência, da política, etc., que a vocação à santidade
deve se realizar. Jesus pediu ao Pai: “Pai, não peço que os tire do mundo, mas
que os livre do mal…” (Jo 17,15).
Já vimos que o “o trabalho não é uma penalidade, mas sim a
colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação
visível” (§378).
Portanto, é necessário que cada um, com os talentos que Deus
lhe deu, escolha e viva bem a sua profissão, e realize a sua vocação. Sabemos o
quanto Jesus enfatizou a importância de não enterrar os talentos que Deus nos
deu. Ele nos pedirá contas do que fizemos com eles.
O mais importante
Qualquer que seja a profissão a se escolher, esta deve estar
a serviço do amor a Deus e ao próximo. E a primeira maneira de amar bem é
trabalhar bem, pois assim estaremos servindo bem os outros. O Papa Paulo VI
disse que “o amor é a vocação fundamental do ser humano” (Persona humana, 7).
É preciso que cada um de nós encontre o seu lugar, tanto na
sociedade quanto na Igreja, sem desperdiçar a vida, o tempo e os talentos, pois
os outros precisam de nós. Acumula méritos diante de Deus quem “faz o bem sem
olhar a quem”. Ninguém pode se sentir inútil ou desnecessário neste mundo, pois
para todos Deus tem uma missão, seja solteiro ou casado.
“Quem não vive para servir não serve para viver”, diz um
ditado. Amar é servir; e é isso que nos faz felizes e santos. Fazer o bem faz
bem. Dom Bosco disse que “Deus nos colocou neste mundo para os outros”. Charlie
Chaplin disse que “O homem não morre quando deixa de viver, morre quando deixa
de amar”.
No amor está a força da vida. Amar é dar-se; de maneira
espontânea, voluntária e desinteressada; muito mais do que dar coisas aos
outros, é dar-se a si mesmo; sua dedicação, seu tempo, seu coração.
Só o amor constrói o homem e o mundo. Ele nunca morre ou
acaba, mesmo que seja pregado numa Cruz. A razão da frustração do homem
pós-moderno é que ele dominou o mundo e as estrelas, mas não aprendeu a amar o
irmão que está a seu lado. Só uma vitória do amor pode dar paz e felicidade ao
mundo.
Há muitas pessoas que ainda são más porque ainda não fizeram
a experiência do amor; nunca foram suficientemente amadas. “O amor é a asa que
Deus deu à alma, para que possa subir até ele”, disse Michelangelo. A falta de
amor desintegra o homem e a humanidade.
Deus se dá aos que doam
Sabemos que a árvore que retiver os seus frutos perece. É
preciso ser como a árvore, saber dar os seus frutos a qualquer um que se
achega. Deus se dá aos que doam. Ninguém é pobre e infeliz quando ama. Nos
enriquecemos pelo que damos, muito mais do que pelo que temos. O verdadeiro
amor começa onde não espera nada em troca.
Mas para que você possa se dar, é preciso que você se
possua. Ninguém dá o que não tem; ninguém dá aquilo que não possui; se você não
se possui, não se domina, não têm o controle sobre as suas paixões, então, será
difícil se doar aos outros. Esta é uma razão clara porque muitos são egoístas.
Alguém disse: Procurei a mim não me encontrei, procurei a
Deus e não o encontrei, procurei o meu irmão e achei os três.
Amar é uma decisão consciente de ir ao encontro dos outros e
dar-se a eles. Isto faz você feliz. Tudo aquilo que você encontra em seu
caminho deve ser olhado como uma oportunidade de amar. O verdadeiro amor
torna-nos livres porque nos liberta das coisas e de nós próprios.
Amar não é uma opção de momento, mas uma opção de cada
momento. Não é um ato sentimental, é uma decisão. Jesus mandou que nos
amássemos como Ele nos amou. E como Ele nos amou? Numa cruz. Não há nada de
romântico e sensual numa cruz; mas há uma decisão.
Jesus Cristo
O único “Império” que sobreviveu dois mil anos foi o que
Jesus Cristo fundou sobre o amor, e até hoje milhões morreriam por ele. Só dura
para sempre o que é feito por amor. O amor regozija-se com a felicidade do
outro e dela faz a sua própria felicidade.
Duas coisas são necessárias para transformar uma vida: amor
no coração e sorriso nos lábios. Sabemos que não falta pão no mundo para todos
se alimentarem; há muito mais do que o necessário, mas falta amor e os homens
acabam carentes de pão.
Disse Madre Tereza de Calcutá que: “Um coração alegre é o
resultado normal de um coração inundado de amor”.
Para amar é preciso estar disponível. Se alguém o procura
com frio, é porque sabe que você tem o cobertor. Se alguém o procura com
lágrimas, é porque sabe que você tem palavras de conforto. Se alguém o procura
com dor, é porque sabe que você tem o remédio. Se alguém o procura com fome, é
porque sabe que você tem alimento. Se alguém o procura com dúvidas, é porque
acredita que você tem a orientação que ela precisa. Se alguém o procura com
desânimo, é porque acredita que você tem fé. Ninguém chega por acaso a você!

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