"Ser Servos em um mundo polarizado, construir o que nos
une valorizando as diferenças" é o tema do Capítulo Geral dos Servos de
Maria, Ordem quase única na história das congregações religiosas, pois não
nasceu em torno de um único fundador, mas de um grupo de sete amigos.
Vatican News
O Papa Leão XIV recebeu em audiência na manhã desta
segunda-feira, 24 de novembro, os participantes do Capítulo Geral de número 215
dos Servos de Maria. Todo evento do gênero, afirmou o Pontífice em seu discurso,
constitui um retorno às fontes e, ao mesmo tempo, um olhar para o futuro. As
duas coisas não podem ser separadas: quanto mais se volta às origens, mais
capaz se torna de criatividade e profecia.
Retornar às fontes significa recuperar três dimensões: o
Evangelho, a Regra - neste caso a de Santo Agostinho - e o clamor dos
pobres, expresso pelo tema do Capítulo: "Ser Servos em um mundo
polarizado, construir o que nos une valorizando as diferenças".
Portadores de amizade e paz
E para que possam viver esse retorno triplo ao máximo, não
só nestes dias, mas sempre, o Santo Padre recomendou três meios, típicos da
própria tradição: fraternidade, serviço e espiritualidade mariana.
Quanto à primeira, a fraternidade, Leão XIV
ressaltou o fato de que a Ordem dos Servos de Maria é um caso quase único na
história das congregações religiosas, pois não nasceu em torno de um único
fundador, um líder carismático, mas em torno de um grupo de
sete amigos: um verdadeiro grupo evangélico.
“Em um mundo como o nosso, isso é sinal de uma tarefa e
vocação particulares: viver e trazer fraternidade, especialmente onde as
pessoas estão divididas por conflitos, riqueza, diferenças culturais, raça ou
religião. Em todos esses contextos, vocês são chamados a serem portadores de
amizade e paz, assim como os "Sete" que, em suas cidades, embora
divididos por ódios fratricidas, tornaram-se portadores de reconciliação e
caridade.”
A vida segundo o Evangelho
E isso leva ao segundo meio: o serviço. É
significativo ter escolhido ser e se chamar "Servos", e que a
fundação tenha dado seus primeiros passos no contexto de um hospício para os
pobres: o Hospital Fonte Viva del Bigallo. Lá, seus fundadores se
colocaram a serviço dos doentes, peregrinos, mulheres pobres: em suma, os
últimos de seu tempo. A vida segundo o Evangelho é assim, disse o Papa: “é a
paixão por Deus e pelo homem, que nos leva a amar o céu e a terra com a mesma intensidade”.
Leão XIV encorajou os membros da Ordem em seu serviço aos
pobres – imigrantes, presos, doentes – assim como em seu compromisso de
promover uma ecologia integral para a proteção da criação e das pessoas nos
lugares onde trabalha.
Por fim, o terceiro meio: espiritualidade mariana.
O Pontífice enalteceu o trabalho realizado por meio da Faculdade Teológica
Marianum, bem como pelo cuidado pastoral dos muitos santuários marianos que
lhe foram confiados.
“Queridos amigos, que Maria, presente na Cruz, forte e fiel,
mostre a vocês como estar ao lado das inúmeras cruzes onde Cristo ainda sofre
em seus irmãos e irmãs, para trazer conforto, comunhão, ajuda e o precioso pão
do afeto”, concluiu o Santo Padre, concedendo a todos a sua bênção apostólica.





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