Hoje faz-se memória de um grupo de 117 mártires do
Vietnã. Deste número, 96 eram vietnamitas, 11 espanhóis, da Ordem dos
Pregadores, e 10 franceses da Sociedade de Missões Estrangeiras de Paris, entre
sacerdotes, religiosos e leigos. A maioria viveu e pregou entre os anos
1830 e 1870. Destacando-se neste grupo, canonizado por São João Paulo
II em 1990, aparece o padre dominicano Santo André Dung-Lac, que,
provavelmente, era o mais conhecido.
Tran An Dung era filho de pais muito pobres, que por isso o
confiaram desde pequeno à guarda de um catequista. Foi batizado com o
nome de André, e veio a ordenar-se sacerdote. Durante seu apostolado, foi
vigário e missionário em diversas partes do Império. Em 1833 foi preso
pela primeira de várias vezes, e, resgatado por alto valor em dinheiro, mudou o
nome de Dung para Lac, tencionado chamar menos atenção e, assim,
aventurar-se a evangelizar as províncias mais perigosas de Hanói e
Nam-Dihn.
A praxe do pagamento de resgates não agradava a
André, e ele percebeu a necessidade de enfrentar o martírio. No seu
último aprisionamento, recusou-se a ser resgatado e a negar a fé, e
foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Desde o começo da sua evangelização por missionários
europeus, no século XVI, foi muito dura a perseguição aos católicos no Vietnã.
Lá a Igreja sofreu quatro séculos de perseguições terríveis e sangrentas.
Milhares de cristãos foram assassinados, martirizados e massacrados,
indistintamente bispos, padres, catequistas, pais e mães de família, jovens,
seminaristas... de 1645 a 1886, morreram 113 mil fiéis. Durante 70 anos, houve
um período de calma, quando a Igreja se reorganizou e centenas de milhares de
cristãos fervorosos, inspirados pelo sangue de seus mártires, formaram várias
dioceses. Mas os martírios e assassinatos de cristãos pelo simples fato de o
serem voltaram com o comunismo. No ano de 1955 chineses e russos destruíram
todas as instituições cristãs, e o governo comunista prendeu e matou bispos,
padres e leigos de maneira cruel e sem limites. Alguns poucos conseguiram fugir
através da única maneira possível, em embarcações frágeis que na maioria das
vezes naufragaram matando outros milhares de católicos. Muitos ainda se iludem
com a “tolerância” comunista à Igreja Católica. Esta ideologia, ateísta, sempre
perseguiu os cristãos, em todos os continentes, embora de forma mais disfarçada
e menos sangrenta no Ocidente. O comunismo foi reiteradamente condenado pela
Igreja, como se vê claramente nos seus documentos oficiais, pois se baseia em
princípios meramente materialistas e moralmente condenáveis (apesar da proposta
de pretensa justiça social, os meios para este fim são incompatíveis com a
doutrina de Cristo). Quem deseja ser fiel a Deus deve estar atento para não se
deixar enganar por estas ideias, muitas vezes disfarçadas na política e na
cultura; basta lembrar que em 1917 Nossa Senhora, nas aparições em Fátima,
explicitamente alertou para os erros e perseguições que esta ideologia
desencadearia.
Oração:
Deus de misericórdia, que na Vossa bondade escolhestes Santo
André e tantos outros para propagar Vosso Evangelho em terras hostis, dai-nos a
disposição necessária para realizar o mesmo apostolado em nossas comunidades, e
pela solicitude de Vossa Santíssima Mãe protegei a todos dos enganos e
perseguições das falsas ideologias. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

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