Translate

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Sei que te alegrou muito, Jesus. As coisas pequenas (Parte 1/2)

Cuidar das coisas pequenas (Opus Dei)

Sei que te alegrou muito, Jesus. As coisas pequenas

São Josemaria nos ensinou a cuidar das coisas pequenas porque compreendia a capacidade do homem de agradar a Deus com pequenos e quase minúsculos detalhes realizados por amor.

28/04/2020

No dia 29 de dezembro de 1933, São Josemaria estava concluindo a instalação da Academia DYA. Quatro estudantes o estavam ajudando naquele dia: Manolo, Isidoro, Pepe e Ricardo. Um dos trabalhos que fizeram foi instalar um quadro negro de 1,10 por dois metros em uma sala de aula. No dia seguinte, ele anota por escrito a emoção que o embargou: “Mal acabaram de colocar o quadro-negro numa sala de aula, a primeira coisa que os quatro artistas escreveram foi: Deo omnis gloria! – toda a glória para Deus – Sei que te alegrou muito, Jesus”[1].

Nessas poucas palavras, pode-se vislumbrar a sua alegria diante daquela feliz ideia. Mas talvez haja algo mais naquela anotação e é o modo como o fundador do Opus Dei compreendia a nossa capacidade de agradar a Deus com detalhes pequenos e quase minúsculos. Não é fácil entender como uma ação tão insignificante das criaturas possa chegar assim ao seu Criador.

Deus disse que as suas “delícias são estar com os filhos dos homens” (Pr 8, 31), que gosta muito de nós. Se essa expressão de São Josemaria parece atrevida, é ainda mais audaz quando descreve uma convicção muito íntima: “Com a Fé e o Amor somos capazes de enlouquecer a Deus, que se torna outra vez louco – já foi louco na Cruz, e é louco cada dia na Hóstia – mimando-nos como um Pai faz com seu filho primogênito”[2]. Tal consciência era algo habitual em sua pregação: “Falei-lhes de Jesus endoidecido, louco por nós”[3]. Tínhamos alguma vez chegado a imaginar uma reação divina deste calibre?

A felicidade de Deus

No fim da sua primeira carta pastoral, o prelado do Opus Dei pedia a Deus: “Fazei, Senhor, que a partir da fé no vosso Amor vivamos cada dia com um amor sempre novo, numa alegre esperança”[4]. O que pode unir a alegria – algo de que todos tivemos experiência – às virtudes que nos aproximam de Deus e são outorgadas por ele? São Tomás de Aquino afirma que a felicidade “corresponde a Deus em grau sumo” (S.Th. I-I, q. 26); ninguém é tão feliz como Ele, e deseja desfrutar essa alegria conosco e também compartilhá-la conosco. Por isso, vivemos à espera da felicidade eterna e, ao mesmo tempo, estamos já alegres porque Deus nos concede já aqui a participação na sua felicidade.

“COM A FÉ E O AMOR SOMOS CAPAZES DE ENLOUQUECER A DEUS, QUE SE TORNA OUTRA VEZ LOUCO MIMANDO-NOS COMO UM PAI FAZ COM SEU FILHO PRIMOGÊNITO”

Para penetrarmos no mistério da felicidade divina, pode ajudar-nos contemplar uma reação de Jesus narrada por São Marcos: “Jesus estava sentado em frente do cofre das ofertas e observava como a multidão punha dinheiro no cofre. Muitos ricos depositavam muito. Chegou então uma pobre viúva e deu duas moedinhas” (Mc 12, 41-42). Este detalhe insignificante emocionou a Nosso Senhor.

As moedas de cobre ressoavam ao cair no gazofilácio, que era uma espécie de trombeta com a boca para cima e que ficava no átrio do templo. Era lá que se entregavam as oferendas, esmolas e rendas. O ruído normal que o metal rijo fazia ao cair era bem diferente do suave tilintar das duas moedas quase sem valor que aquela pobre mulher tinha oferecido. Correspondiam um quarto de um ás e, na época era a menor moeda em circulação.

No entanto, aquela mulher conquistou o coração de Cristo. Ele na verdade não necessita das nossas oferendas, mendiga algo muito maior: o nosso coração. “Não viste os fulgores do olhar de Jesus quando a pobre viúva deixou no templo a sua pequena esmola? Dá-lhe tudo o que puderes dar; não está o mérito no pouco nem no muito, mas na vontade com que o deres”[5]. Jesus não interpreta os gestos do modo como nós o fazemos. A oferenda da viúva é minúscula, mas a Jesus agrada muito mais que as outras porque é livre, humilde e gratuita. Significa muito para Ele e não resiste a explicar: “Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre porque todos deitaram do que tinham em abundância; esta, porém, pôs da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento” (Mc 12, 43). Cristo nos desafia a avaliar as coisas – e sobretudo a nossa vida – de uma forma diferente, alternativa e paradoxal.

Amar com a mesma moeda

É inútil tentar medir o amor do Senhor por nós. “Deus chega de graça. O seu amor não é negociável: não fizemos nada para merecê-lo e nunca poderemos recompensá-lo”[6]. Jesus Cristo quer ser nosso amigo. Assim confiou aos seus apóstolos no Cenáculo (cfr. Jo 15, 15) “E ao dizer a eles, disse-o a todos nós. Deus não nos ama apenas como criaturas, mas como filhos a quem, em Cristo, oferece uma verdadeira amizade”[7]. Quando apalpamos a nossa fragilidade, no entanto, tendemos a pensar que Deus reage como nós o faríamos, Quando as coisas não nos saem bem ou quando pensamos que não estamos à altura de seu amor, nós o imaginamos desapontado, decepcionado ou triste. Não cabe em nossa cabeça que a nossa vida, marcada por misérias e tropeços, possa agradar ou alegrar e, menos ainda, deixar doido a Deus.

“DEUS CHEGA DE GRAÇA. O SEU AMOR NÃO É NEGOCIÁVEL: NÃO FIZEMOS NADA PARA MERECÊ-LO E NUNCA PODEREMOS RECOMPENSÁ-LO”

Os Padres da Igreja procuraram prevenir-nos deste erro tão comum: “Homem, por que te consideras tão vil, tu que tanto vales aos olhos de Deus?”[8]. São Boaventura ensina o caminho para não errarmos: “Se queres saber como se realizam estas coisas, pergunta à graça, não ao saber humano; pergunta ao desejo, não ao entendimento; pergunta ao gemido expressado na oração”[9].

Como Deus pode se entusiasmar desse modo com os nossos minúsculos detalhes de carinho ou até com as nossas limitações? Como é possível que a distância infinita entre o amor de Deus e a nossa pobre correspondência seja cancelada? É claro que não temos dinheiro suficiente para comprar o seu amor. Ama-nos porque tem vontade, que é a mais divina. Por isso, não nos obriga a corresponder de um modo preciso. Entusiasma-se, ao mesmo tempo, se pagamos com a sua moeda, com um amor gratuito de quem se deixa amar, de quem permite ao outro que fique louco. Isso acontece quando compreendemos que o carinho divino não está à venda e, por isso, confiamos apenas na loteria da sua bondade incondicional. A alma então responde com o pouco que guarda, mas com uma grande diferença: ela o faz porque quer, como Deus. E desfruta disso como ele.

Diego Zalbidea


[1] São Josemaria, Forja, n. 611.

[2] São Josemaria, Instrucción acerca del espíritu sobrenatural de la Obra, n. 39.

[3] São Josemaria, Apontamentos íntimos de 23-XI-1931. Citado em Pedro Rodríguez, Caminho. Edição Comentada, Quadrante, São Paulo, 2014, p. 916.

[4] F. Ocáriz, Carta pastoral, 14/02/2017, n. 33.

[5] São Josemaria, Caminho, n. 829.

[6] Francisco, Homilia na Noite de Natal, 24/12/2019.

[7] F. Ocáriz, Carta Pastoral, 1/11/2019, n. 2.

[8] São Pedro Crisólogo, Sermão 148.

[9] São Boaventura, Itinerarium mentis in Deum, cap. 7, n. 6, em Opera omnia, V, Ad Claras Aquas (Quaracchi) 1891, p. 313.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/sei-que-te-alegrou-jesus/

Um estudo explica por que a amamentação reduz o risco de câncer de mama

Angelo Giampiccolo/ Shutterstock

Mathilde de Robien - publicado em 10/11/25 - atualizado em 10/11/25

Pesquisadores do Peter MacCallum Cancer Centre, o maior centro de pesquisa de câncer da Austrália, em Melbourne, publicaram um estudo no final de outubro mostrando que a amamentação aumenta significativamente as defesas do sistema imunológico contra o câncer de mama.

A ligação era conhecida, mas ainda não explicada pela medicina. A descoberta, feita por pesquisadores australianos, do papel protetor dos linfócitos T CD8 no tecido mamário ajuda a entender por que a amamentação reduz o risco de câncer de mama.

Certamente, a ligação já havia sido estabelecida. Em um relatório publicado em junho de 2024, o Alto Conselho de Saúde Pública afirmou que "há fortes evidências de que a amamentação reduz o risco de câncer de mama em mães". "Embora essa redução seja pequena em relação à duração média da amamentação por filho e ao número de filhos amamentados durante a vida de uma mulher em países de alta renda, ela tem um impacto significativo em nível populacional no número de casos de câncer de mama prevenidos."

O papel dos linfócitos

Mas até agora, os motivos eram desconhecidos. Em um estudo publicado em 20 de outubro na revista Nature, pesquisadores australianos destacaram a ligação entre a amamentação e o acúmulo de linfócitos T CD8 na glândula mamária. Essas células são essenciais para a imunidade e protegem o organismo contra o desenvolvimento de tumores. Ao comparar as células imunológicas de 260 mulheres, eles demonstraram que o número de células protetoras era maior em mulheres que já haviam tido pelo menos um filho do que naquelas que não haviam tido. Essa diferença foi observada mesmo em mulheres que haviam dado à luz há mais de 30 anos. Os pesquisadores concluíram que ter filhos e amamentar reduz o risco de câncer de mama, particularmente o câncer de mama triplo-negativo.

"Esses resultados lançam nova luz sobre como o histórico reprodutivo molda a imunidade da mama, posicionando as células T CD8 como mediadoras-chave da proteção associada à gravidez e fornecendo novas estratégias para a prevenção e o tratamento do câncer de mama", comemoram os autores do estudo.

Além de reduzir o risco de câncer de mama, a amamentação também está associada a um menor risco de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida, particularmente em mulheres com diabetes gestacional. "O efeito protetor parece aumentar com a duração da lactação", enfatiza o relatório do Conselho Superior de Saúde Pública.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/11/10/um-estudo-explica-por-que-a-amamentacao-reduz-o-risco-de-cancer-de-mama/

Leão XIV alerta sobre tecnologia e medicina a serviço de ‘ideologias anti-humanas’

Papa Leão XIV. Imagem referencial. | Vatican Media

Por Almudena Martínez-Bordiú

11 de nov de 2025 às 09:13

O papa Leão XIV falou sobre o “potencial destrutivo” da tecnologia e da pesquisa médica “quando colocadas a serviço de ideologias anti-humanas”, apontando para avanços científicos que minam a dignidade humana, como a eugenia, a seleção de embriões, a manipulação genética, e outras práticas.

O papa fez isso numa mensagem dirigida aos participantes do Congresso Internacional da Pontifícia Academia para a Vida, realizado sob o tema Inteligência Artificial e Medicina: o desafio da dignidade humana.

Leão XIV iniciou sua mensagem falando sobre o presente, marcado pelos avanços tecnológicos que influenciam até mesmo a maneira de pensar das pessoas e alteram a compreensão e percepção da realidade. Nesse contexto, ele alertou sobre o risco de “perdermos de vista os rostos das pessoas ao nosso redor” e de esquecer como reconhecer e valorizar “tudo o que é verdadeiramente humano”.

Para além desses riscos, o papa falou sobre os benefícios do desenvolvimento tecnológico, especialmente na medicina e na saúde. No entanto, ele enfatizou que, para garantir um progresso genuíno, é essencial que a dignidade humana e o bem comum “permaneçam como prioridades firmes”.

Leão XIV disse que essas tendências podem ter um efeito devastador na vida das pessoas, embora tenha dito que, se forem aproveitadas "e verdadeiramente colocadas a serviço da pessoa humana", também podem ser "transformadoras e benéficas".

Consequentemente, o papa sublinhou a urgência de explorar o potencial da inteligência artificial (IA) na medicina: “A fragilidade da condição humana manifesta-se frequentemente no campo da medicina”, mas nunca deve-se esquecer a “dignidade ontológica que pertence à pessoa”.

Citando a nota Antiqua et nova, nota da Santa Sé sobre Inteligência Artificial e Inteligência Humana, Leão XIV disse: “Os profissionais de saúde têm a vocação e a responsabilidade de serem guardiões e servidores da vida humana”, especialmente nas fases mais vulneráveis dela.

“O mesmo se pode dizer dos responsáveis ​​pelo uso da IA ​​nessa área”, disse o papa. “De fato, quanto maior a fragilidade da vida humana, maior a nobreza daqueles a quem é confiada a sua preservação”.

Leão XIV disse que os dispositivos tecnológicos “nunca devem prejudicar a relação pessoal entre pacientes e profissionais de saúde”. O papa disse: “Se a IA pretende servir à dignidade humana e à eficácia dos cuidados de saúde, devemos garantir que ela realmente melhore tanto as relações interpessoais quanto a qualidade do atendimento prestado”.

Por fim, ele disse ser essencial “promover uma ampla colaboração entre todos os que trabalham nas áreas da saúde e da política”, para além das fronteiras nacionais.

*Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/65415/leao-xiv-alerta-sobre-tecnologia-e-medicina-a-servico-de-ideologias-anti-humanas

Acompanhe a CNBB e fique por dentro das ações da Igreja Católica durante a COP30 em Belém

Igreja Católica na COP30 em Belém (CNBB)

ACOMPANHE A CNBB E FIQUE POR DENTRO DAS AÇÕES DA IGREJA CATÓLICA DURANTE A COP30 EM BELÉM

07/11/2025

As delegações de todo o mundo já chegam a Belém para a Conferência da ONU sobre as mudanças climáticas, a COP30, e as articulações políticas começam a tomar forma, antes mesmo da abertura oficial. Da parte da Igreja, as próximas semanas serão o ápice de uma caminhada de mais de dois anos de preparação, articulação, escuta e construção para levar aos líderes mundiais o pedido por uma ecologia integral com justiça, e convocação para a conversão ecológica profunda.

Delegação

A Igreja Católica marcará presença nesta conferência por meio da articulação “Igreja Católica na COP30”, apresentando sua visão sobre desenvolvimento sustentável, justiça climática e ecologia integral e o cuidado com a Casa Comum. Estará presente em Belém uma delegação de 10 pessoas da Santa Sé, incluindo o representante do Papa Leão XIV, o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, além de 8 cardeais, 47 bispos e outras 97 pessoas ligadas a diferentes organismos eclesiais.

Toda a Presidência da CNBB estará presente na COP30: cardeal Jaime Spengler (presidente), dom João Justino (primeiro vice-presidente), dom Paulo Jackson (segundo vice-presidente) e dom Ricardo Hoepers (secretário-geral). Também subsecretários e assessores participarão.

Fazem parte da articulação Igreja Católica na COP30: a CNBB, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Cáritas Brasileira e o Movimento Laudato Si’.

Eventos da Igreja

A Igreja Católica apresentará as suas propostas durante um Simpósio no dia 12 de novembro, no Colégio Santa Catarina de Sena, evento que contará com uma entrevista coletiva à imprensa às 14h. Painéis, visitas, celebrações e atividades de mobilização completam o itinerário da Igreja nesses dias de COP30.

Simpósio da Igreja na COP30

Tema: A Igreja Católica na COP 30 nos caminhos da Ecologia Integral: refletindo sobre justiça climática e conversão ecológica

Objetivo Geral: Apresentar as perspectivas da Igreja Católica e de seus interlocutores ecumênicos, científicos, indígenas e governamentais sobre a temática socioambiental, destacando seu compromisso com a justiça climática e a ecologia integral.
Data: 12 de novembro de 2025
Local: Colégio Santa Catarina de Sena/Belém
Confira mais informações aqui
Transmissão ao vivo pelo canal da CNBB no Youtube e pelos canais da Arquidiocese de Belém.

Coletiva de Imprensa às 14h:

Componentes da mesa:

  • Dom Jaime Spengler: Arcebispo de Porto Alegre, Presidente da CNBB e Presidente do CELAM
  • Dom Filipe Neri do Rosário Ferrão: Arcebispo de Goa e Damão, Presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC)
  • Dom Fridolin Ambongo Besungu: Arcebispo de Kinshasa, Presidente Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM)

Inscrições para a Coletiva: imprensa@cnbb.org.br

Para ficar por dentro:

Acompanhe todas as atividades da Igreja na COP30 com a cobertura da CNBB, de Vatican News, de ADN Celam e no site oficial da articulaçãoigrejarumoacop30.org.

Um Plano de Comunicação Integrada será partilhado com os responsáveis pelas emissoras de rádio e TV de inspiração católica e jornalistas credenciados na CNBB para auxiliá-los na cobertura.

Nos portais e redes sociais, especialmente na conta específica criada no Instagram (instagram.com/igrejacatolicanacop30), serão divulgadas todas as atualizações sobre a incidência da Igreja no evento.

Também foi criado um canal no WhatsApp para fornecer atualizações a respeito da presença da Igreja no evento. Acesse aqui.

O atendimento à imprensa será feito pelos responsáveis de cada instituição. Na CNBB, padre Arnaldo Rodrigues: E-mail: imprensa.cnbb@cnbb.org.br e WhatsApp

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Leão XIV: Basílica de Santo Anselmo, consagrada para ser um lugar de encontro

Basílica de Santo Anselmo (Vatican News)

"O mosteiro, o Ateneu, o Instituto Litúrgico, as atividades pastorais ligadas à basílica, de acordo com os ensinamentos de São Bento, devem crescer cada vez mais em sinergia como uma autêntica 'escola do serviço do Senhor'", disse o Papa na homilia da missa celebrada na Basílica de Santo Anselmo, no Aventino, em Roma, no aniversário de 125 anos da Dedicação dessa basílica.

https://youtu.be/ndctGiGVG9Y

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Leão XIV presidiu a missa na Basílica de Santo Anselmo no Aventino, em Roma, na tarde desta terça-feira (11/11), por ocasião do aniversário de 125 anos da Dedicação dessa basílica.

«Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja». Com esta passagem do Evangelho de São Mateus, Leão XIV iniciou sua homilia, recordando que a Basílica de Santo Anselmo no Aventino foi "fortemente desejada pelo Papa Leão XIII, que promoveu a sua construção".

"Em suas intenções, essa construção, junto com a do Colégio Internacional anexo, deveria contribuir para o fortalecimento da presença beneditina na Igreja e no mundo, por meio de uma unidade cada vez maior dentro da Confederação Beneditina, objetivo para o qual foi introduzido também o cargo de Abade Primaz. E isso porque ele estava convencido de que a sua antiga Ordem pudesse ser de grande ajuda para o bem de todo o Povo de Deus num momento rico de desafios, como foi a passagem do século XIX para o século XX", sublinhou Leão XIV.

Santa Missa presidida pelo Papa Leão XIV, 11/11/2025 (Vatican News)

De fato, desde suas origens, o monaquismo foi uma realidade 'de fronteira', que levou homens e mulheres corajosos a implantar focos de oração, trabalho e caridade nos lugares mais remotos e inacessíveis, muitas vezes transformando áreas desoladas em terras férteis e ricas, do ponto de vista agrícola e econômico, mas sobretudo espiritual. O mosteiro, assim, caracterizou-se cada vez mais como um lugar de crescimento, paz, hospitalidade e unidade, mesmo nos períodos mais sombrios da história.

O Papa recordou que "também em nosso tempo não faltam desafios a enfrentar. As mudanças repentinas das quais somos testemunhas nos provocam e nos questionam, suscitando problemas até então inéditos".

Esta celebração nos lembra que, como o apóstolo Pedro, e junto com ele Bento e muitos outros, também nós poderemos responder às exigências da vocação recebida apenas colocando Cristo no centro de nossa existência e de nossa missão, partindo daquele ato de fé que nos faz reconhecer Nele o Salvador e traduzindo-o na oração, no estudo, no compromisso de uma vida santa.

"Aqui, tudo isso se realiza de várias maneiras: na liturgia, em primeiro lugar, e depois na Lectio divina, na pesquisa, na pastoral, com o envolvimento de monges vindos de todas as partes do mundo e com a abertura a clérigos, religiosos e leigos das mais diversas proveniências e condições. O mosteiro, o Ateneu, o Instituto Litúrgico, as atividades pastorais ligadas à basílica, de acordo com os ensinamentos de São Bento, devem crescer cada vez mais em sinergia como uma autêntica 'escola do serviço do Senhor'", disse ainda o Papa, destacando que pensa neste complexo "como uma realidade que deve aspirar a se tornar um coração pulsante no grande corpo do mundo beneditino, tendo no centro, segundo os ensinamentos de São Bento, a igreja".

Santa Missa presidida pelo Papa Leão XIV, 11/11/2025 (Vatican News)

A seguir, recordou as palavras proferidas por São João Paulo II, em 1° de junho 1986, em sua visita ao Ateneu Pontifício por ocasião do seu Centenário de fundação: “Sant'Anselmo lembra a todos [...] que o conhecimento dos mistérios divinos não é tanto uma conquista do gênio humano, mas sim um dom que Deus faz aos humildes e aos que creem”. "Nós desejamos que essa seja também a mensagem profética que esta Instituição transmite à Igreja e ao mundo, como cumprimento da missão que todos nós recebemos, de ser o povo que Deus adquiriu para proclamar as obras admiráveis dele, que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz".

A Dedicação é o momento solene da história de um edifício sagrado, no qual ele é consagrado para ser um lugar de encontro entre o espaço e o tempo, entre o finito e o infinito, entre o homem e Deus: porta aberta para o eterno, onde a alma encontra resposta.

Que este templo se torne "cada vez mais um lugar de alegria, onde se experimenta a beleza de compartilhar com os outros o que se recebeu gratuitamente", concluiu o Papa Leão.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Fitoplâncton oceânico produz metade do oxigênio da Terra.

Tons de azul e verde no Mar de Barents foram resultados da ocorrência da alta das populações de fitoplâncton na região — Foto: Wikimedia Commons.

Fitoplâncton oceânico produz metade do oxigênio da Terra. Um novo estudo sugere que ele pode estar diminuindo

Pesquisa observou diminuição na quantidade de clorofila ao longo de 20 anos, a qual pode ser associada à queda na população de fitoplâncton. Associação, no entanto, não é consenso entre cientistas.

Por Victor Bianchin

10/11/2025 12h25

Um novo estudo, publicado na revista Science Advances, aponta para um dado alarmante: a quantidade de fitoplâncton nos oceanos pode estar diminuindo. Esses microrganismos aquáticos, que estão na base da cadeia alimentar marítima, são responsáveis por boa parte da atividade fotossintética do planeta, capturando dióxido de carbono (CO2) e devolvendo oxigênio à atmosfera.

O estudo, desenvolvido por pesquisadores das Universidades de Tsinghua (China), Bangor (Reino Unido) e Pensilvânia (EUA), se baseou em imagens de satélite e também dados de bóias flutuadoras, além de algoritmos de deep learning que foram úteis para preencher lacunas de dados (como áreas obscurecidas por nuvens). Ele observou que, entre 2001 e 2023, a concentração de clorofila A (ou “Chl-a”, o pigmento fotossintético, um indicador de abundância) diminuiu cerca de 1,78% por ano em águas costeiras. O nome "fitoplâncton", vale dizer, serve de guarda-chuva para um grande grupo de microrganismos, que inclui algas microscópicas e bactérias.

Segundo os cientistas que assinam o levantamento, essa diminuição pode estar sendo causada pelo aquecimento global. Existe um fenômeno natural chamado de estratificação do oceano em que as águas mais superficiais são mais quentes (por causa da radiação solar) e menos densas, ao passo que as águas mais profundas são mais frias e menos densas. Normalmente, essas águas frias, que são também ricas em nutrientes, sobem à superfície, principalmente em costas e regiões equatoriais, por meio de um fenômeno chamado upwelling, ou “afloramento”. Outros fatores, como tempestades, também ajudam a movimentar a água e trazer para cima os nutrientes do fundo.

Em um cenário de aquecimento global, porém, a história fica mais complexa. As águas superficiais ficam ainda mais quentes e têm dificuldade de se misturar com as mais frias. Isso gera uma carência de nutrientes na superfície, o que afeta os organismos que dependem deles para sobreviver, como o fitoplâncton. Por consequência, toda a cadeia alimentar acaba sendo comprometida.

Por que o fitoplâncton é importante

Os oceanos cobrem 71% da superfície terrestre e são responsáveis por cerca de metade da produção de oxigênio do planeta, a maior parte fotossintetizada pelo fitoplâncton. Além de produzir oxigênio, ele serve de alimento para o zooplâncton (organismos aquáticos sem capacidade fotossintética). Esses, por sua vez, são consumidos por pequenos peixes e animais, dando continuidade à cadeia alimentar até chegar aos grandes predadores.

“Num ambiente terrestre, os principais autótrofos são as árvores. Nelas, as raízes absorvem nutrientes e água, as folhas fazem fotossíntese e produzem glicose, e o tronco transfere tudo pro resto do organismo. No oceano, uma única célula faz tudo que uma árvore inteira faz. São microalgas que formam um gramado tridimensional planetário, chamado fitoplâncton”, afirma Frederico Brandini, professor do Instituto Oceanográfico da USP. Ele lembra que, 3,5 bilhões de anos atrás, a Terra era um planeta anóxico, ou seja, sem oxigênio livre — as primeiras moléculas começaram a ser produzidas pelo fitoplâncton.

De acordo com o novo estudo, as reduções na quantidade de fitoplâncton são mais graves nas regiões costeiras: 40% das áreas analisadas apresentaram declínio, enquanto apenas 12,5% demonstraram crescimento significativo. Essas regiões com aumento, que incluem o norte da costa brasileira, têm o crescimento creditado a “provavelmente a intensificação das atividades humanas”, o que traria mais nutrientes à água.

Onde há declínio, o aquecimento global é provavelmente o culpado. Segundo destaca o artigo, “nas últimas décadas, observou-se uma intensificação da estratificação oceânica, impulsionada por um aquecimento mais rápido da camada superior do oceano em comparação com as camadas mais profundas, devido às mudanças climáticas globais. Essa maior estratificação provavelmente está enfraquecendo o transporte vertical de nutrientes, limitando assim a disponibilidade de nutrientes para o crescimento do fitoplâncton na camada superior do oceano”.

O que a nova pesquisa não leva em conta

O professor Frederico Brandini afirma que há alguns pontos sobre a nova pesquisa que precisam ser tratados com cuidado. Ele lembra, por exemplo, que o uso da clorofila A como ferramenta de medição tem seus poréns. “Existe uma razão carbono-clorofila no fitoplâncton que vai de 20 a 200. Então 1 de clorofila pode ser 20 ou 200 de carbono. E o carbono é o que interessa”, diz ele. “O estudo usa a clorofila porque ela é um indicador de abundância, mas clorofila não é biomassa, a biomassa é o carbono. E 1,78% [de redução de clorofila A] é uma 'merreca'. Se você for olhar isso em miligramas por metro cúbico, dá 0,00035 miligrama de clorofila por metro cúbico. O oceano tem 361 milhões de km²”, argumenta.

Outro ponto levantado por Brandini é que o aumento de temperatura, embora cause acréscimo na estratificação da água, também implica em uma maior atividade metabólica por parte do zooplâncton (ele se alimenta mais). Esse fator, porém, não foi computado no estudo. “Isso significa que, talvez, esse decréscimo da clorofila não seja apenas pelo aumento da estratificação física, mas também pela herbivoria do zooplâncton. Eu, se fosse revisor desse artigo, teria falado ‘opa, mas e o zooplâncton, ele não tá comendo o fitoplâncton?’”.

Esse aspecto é importante porque ele muda o impacto dessa diminuição na quantidade de clorofila A: se de fato a biomassa de fitoplâncton está diminuindo, então há menos absorção de CO2 atmosférico, o que é um grande problema. “Por outro lado, se a herbivoria do zooplâncton está sendo importante, então esse CO2 continua sendo absorvido e está indo pro zooplâncton. Então, não há grandes mudanças”. Esse aumento na quantidade de zooplâncton poderia até mesmo gerar crescimento na população de peixes, favorecendo a atividade pesqueira.

O cientista também acredita que, na lista de problemas ambientais que podem impactar o ser humano, a queda de biomassa fitoplantônica não é a mais urgente. “Antes de ser afetado por esse tipo de problema, o ser humano vai ser afetado por coisas muito mais relevantes, como a contaminação oceânica com poluição, a sobrepesca, a ocupação das zonas costeiras, a destruição de manguezais, a perda de biodiversidade, o descarte de metais pesados nos oceanos. Pensando apenas no ser humano, essas coisas são problemas muito piores”, argumenta.

O estudo também contrasta com pesquisas anteriores, como esta de 2023 publicada na Nature, que indicam um possível aumento na quantidade de fitoplâncton nos oceanos, não uma redução. Michael Mann, diretor do Centro Penn para Ciência, Sustentabilidade e Mídia da Universidade da Pensilvânia e coautor do novo estudo, afirmou ao site Inside Climate News que esses estudos anteriores provavelmente têm dados incorretos, porque se baseiam apenas em imagens de satélite.

"Estou confiante de que nosso resultado está correto", disse ele, "porque é o que suspeitávamos que estivesse acontecendo, dados os substanciais aumentos na estratificação dos oceanos globais documentados anteriormente nas últimas décadas".

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/cop30/noticia/2025/11/fitoplancton-oceanico-produz-metade-do-oxigenio-da-terra-um-novo-estudo-sugere-que-ele-pode-estar-diminuindo.ghtml

Quarenta anos do Caminho Neocatecumenal em Goiás são celebrados em Iaciara

40 anos do Caminho Neocatecumenal em Iaciara - Goiás | Foto: Bianca Gomes dos Santos Jacques

QUARENTA ANOS DO CAMINHO NEOCATECUMENAL EM GOIÁS SÃO CELEBRADOS EM IACIARA

Post 10 de setembro de 2025  Autor: C. N. Brasil

Há quatro décadas, na cidade de Iaciara, no interior de Goiás, nascia uma semente que transformaria a vida de centenas de fiéis em todo o Estado. Foi ali, em 1985, que o Caminho Neocatecumenal iniciou sua missão na Diocese de Formosa, um itinerário de iniciação cristã que, quarenta anos depois, continua a dar frutos.

No dia 7 de setembro de 2025, cerca de mil pessoas se reuniram no Ginásio de Esportes de Iaciara para celebrar a solene Eucaristia em ação de graças pelos 40 anos do Caminho Neocatecumenal em Goiás.

No início da celebração, foram apresentados os itinerantes Leonel e Francisca, Pe. Marcos Cristiano e Hudson, responsáveis atuais pelo Caminho no Estado, e acolhida a segunda equipe itinerante, Assis e Érica, Pe. Antônio Rodrigues e Jonatas. A celebração contou ainda com a presença de Dom Adair José Guimarães, bispo da Diocese de Formosa, de diversos sacerdotes e dos irmãos que, há quatro décadas, estiveram nas origens dessa evangelização, incluindo o Pe. Luiz Gonzaga, que iniciou o Caminho em Iaciara em 1985.

Leonel e Francisca / Assis e Érica. | Foto: Bianca Gomes dos Santos Jacques

Em Goiás, o acolhimento do Caminho Neocatecumenal veio pelas mãos de Dom Victor Tielbeek, e as primeiras catequeses deram origem a três comunidades, que se expandiram para outras cidades. Atualmente, o Caminho está presente em quatro dioceses, dezesseis paróquias e quarenta e três comunidades em todo o Estado.

Durante a primeira parte da celebração, foram lidas mensagens de gratidão enviadas por bispos e catequistas que acompanharam essa história, entre eles Dom Washington Cruz, arcebispo emérito de Goiânia, o Pe. José Gomes Sousa, reitor do Seminário Redemptoris Mater de Évora, e a equipe de catequistas responsável pelo Caminho no Brasil, composta pelo Pe. José Folqué, Raúl Viana e Toña Santiago.

Dom Adair José Guimarães. | Foto: Bianca Gomes dos Santos Jacques

A celebração eucarística foi presidida pelo bispo de Formosa, Dom Adair José Guimarães. Em sua homilia, ele relacionou a liturgia do 23º Domingo do Tempo Comum ao carisma do Caminho, destacando o espírito de gratidão e conversão que marca cada etapa vivida pelas comunidades.

O Caminho Neocatecumenal forma pessoas que, tendo sido escravas do pecado e do mundo, tornam-se irmãos em Cristo, fazendo da própria vida um dom e uma reconciliação.

Dom Adair destacou ainda a importância do Caminho como itinerário de formação cristã, reconhecido por São João Paulo II, e sua fecundidade em vocações sacerdotais, famílias missionárias e comunidades perseverantes na fé:

O Caminho tem sido, nestes quarenta anos, uma fortaleza espiritual para muitas comunidades de nossa diocese. Em tempos de crise de fé e de ataques contra a família, o testemunho de oração e missão destas comunidades é um dom precioso para toda a Igreja local.

Ao final da celebração, os presentes entoaram com júbilo o hino Te Deum, em ação de graças pelos frutos colhidos ao longo desses quarenta anos.

40 anos do Caminho Neocatecumenal em Iaciara - Goiás | Fotos: Bianca Gomes dos Santos Jacques


Leão XIV planeja encontro de cardeais em janeiro do ano que vem

Consistório público ordinário para a criação de cardeais na basílica de São Pedro, no Vaticano, em 7 de dezembro de 2024. | YouTube

Por Edward Pentin

10 de nov de 2025 às 14:01

O papa Leão XIV planeja convocar um consistório extraordinário de cardeais no início de janeiro do ano que vem, cujo tema ainda não foi divulgado.

Numa breve comunicação enviada a cardeais em 6 de novembro e obtida pelo jornal National Catholic Register, da EWTN, na última sexta-feira (7), a Secretaria de Estado da Santa Sé disse que “o Santo Padre Leão XIV tem em mente convocar um consistório extraordinário para os dias 7 e 8 de janeiro de 2026”.

“Em tempo oportuno, o decano do Colégio Cardinalício enviará a Vossa Eminência a carta pertinente com mais detalhes”, disse a nota, antes de terminar: “Com profunda reverência, Gabinete de Coordenação da Secretaria de Estado”.

Quando o Register perguntou a Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, sobre a comunicação na última sexta-feira (7), ele disse que ainda não havia “confirmado publicamente a existência dela” e que não acreditava que um anúncio de tal evento seria feito “com tanta antecedência”.

Além de o tema permanecer desconhecido, também não se sabe ao certo se todos os cardeais foram notificados da reunião planejada.

Os consistórios extraordinários são geralmente reuniões especiais de todos os cardeais, convocadas pelo papa para discutir assuntos de “necessidades particulares da Igreja” ou questões de grande importância que exigem ampla consulta entre os cardeais do mundo.

Cardeais presentes no conclave que elegeu Leão XIV reclamaram da falta de reuniões e de espírito de equipe sob o pontificado do papa Francisco.

Realizado a portas fechadas, o último consistório extraordinário no Vaticano ocorreu em 29 e 30 de agosto de 2022, sob o pontificado do papa Francisco. O objetivo dele era reunir todos os cardeais para discutir a implementação e o significado da então nova constituição apostólica para a Cúria Romana, intitulada Praedicate evangelium. O encontro também se concentrou nas reformas da governança da Igreja e da Cúria Romana.

No consistório, os cardeais receberam um relatório oficial sobre a reforma da Cúria e, em seguida, dividiram-se em grupos linguísticos para debater as consequências práticas e os princípios subjacentes à nova constituição, antes de se reunirem para uma discussão final de síntese. O formato foi uma mudança em relação aos consistórios anteriores, que se baseavam na sinodalidade.

O papa Francisco também aproveitou a oportunidade para fazer um consistório de novos cardeais ao mesmo tempo, embora seja improvável que essa seja a intenção do papa Leão XIV, já que o Colégio de Cardeais já tem 128 cardeais eleitores, bem acima do limite recomendado de 120.

Antes desse consistório extraordinário, um outro mais famoso foi realizado em 20 e 21 de fevereiro de 2014, também sob o pontificado do papa Francisco. O encontro reuniu todos os cardeais para falar sobre o tema da família e teve como objetivo fornecer orientação e fundamentos teológicos para um Sínodo da Família, que foi feito ainda em 2014 e novamente em 2015.

Aquele consistório extraordinário teve um discurso controverso do cardeal Walter Kasper, no qual o teólogo alemão lançou o que ficou conhecido como a “Proposta Kasper”, que abriria caminho para uma “solução pastoral” que permitiria a alguns divorciados recasados ​​na esfera civil receber a Sagrada Comunhão. A proposta, que atraiu ​​críticas, influenciou os trabalhos do sínodo, e uma versão dela esteve na exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, publicada pelo papa Francisco em 2016. Vários cardeais se manifestaram contra a intervenção de Kasper, segundo relatos.

Essa foi a única reunião extraordinária do Colégio de Cardeais sob o pontificado de Francisco na qual os membros foram autorizados a falar livremente sobre qualquer tema que desejassem. Nas reuniões subsequentes, em fevereiro de 2015 e na última, em agosto de 2022, as intervenções foram limitadas a determinados assuntos.

Antes de Francisco, o papa são João Paulo II convocou seis consistórios extraordinários, três dos quais discutiram questões sobre reforma da Cúria Romana e à situação financeira da Santa Sé. Os outros três encontros abordaram as ameaças contemporâneas à vida, a proclamação de Cristo como único salvador e a ameaça das seitas (1991); a preparação para o Jubileu de 2000 (1994); e as perspectivas da Igreja no terceiro milênio à luz da Novo millennio ineunte (2001), carta apostólica de são João Paulo II que delineia as prioridades da Igreja para o milênio.

Bento XVI não fez nenhum consistório extraordinário formal em seu pontificado, optando por fazer reuniões de um dia inteiro na véspera dos consistórios de novos cardeais.

*Edward Pentin é colaborador sênior do National Catholic Register e Analista da Santa Sé da EWTN News. Ele começou a fazer reportagens sobre o papa e a Santa Sé com a Rádio Vaticano antes de se tornar o correspondente em Roma do National Catholic Register da EWTN. Ele também fez reportagens sobre a Santa Sé e a Igreja Católica para uma série de outras publicações, incluindo Newsweek, Newsmax, Zenit, The Catholic Herald e The Holy Land Review, uma publicação franciscana especializada na Igreja e no Oriente Médio. Edward é o autor de The Next Pope: The Leading Cardinal Candidates (Sophia Institute Press, 2020) e The Rigging of a Vatican Synod? Uma investigação sobre suposta manipulação no Sínodo Extraordinário sobre a Família (Ignatius Press, 2015).

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/65399/leao-xiv-planeja-encontro-de-cardeais-em-janeiro-do-ano-que-vem

“Luz da luz”: uma mostra sobre Niceia, 1.700 anos depois do concílio

2025.11.06 Mostra Nicea Luce da Luce | Vatican News 

Apresentada na quinta-feira na Sala Marconi do Dicastério para a Comunicação, a exposição que foi criada por ocasião das comemorações do Concílio de Niceia. Aberta durante o Meeting de Rimini, a mostra segue seu percurso com etapas em Roma e Istambul, onde será visitada pelo Papa durante a sua primeira Viagem Apostólica à Turquia.

Silvia Guidi - Cidade do Vaticano

Uma mostra que se tornou muitas coisas: uma ocasião, muito concreta, de diálogo entre mundos diferentes, uma chave de interpretação original para falar de um tema difícil e, aparentemente, destinado apenas para aqueles que trabalham com teologia, como o Mistério da Trindade. É também uma maneira de entender o que é um concílio e para que ele serve. Uma oficina educativa permanente em que, por vezes, os papéis de professor e aluno se invertem e os estudantes ensinam e explicam aos visitantes os painéis da exposição. 

Mas também é uma oportunidade para descobrir os motivos históricos que causaram a difusão das igrejas com a planta basilical (e não com a planta central, como nos primeiros anos do cristianismo). 

Até mesmo um Vade Mecum – o catálogo, editado pela Edizioni Ares de Milão (136 páginas, 15 euros) – ajudará os jornalistas a acompanhar e entender melhor a viagem do Papa Leão XIV à Turquia, de 27 a 30 de novembro próximo. “Luz da Luz. Niceia, 1.700 anos depois”, foi exposta em agosto passado no Encontro pela Amizade entre os Povos. 

Uma mostra itinerante

A mesma mostra, visitada em Rimini pelo Patriarca de Constantinopla, Sua Santidade Bartolomeu, será exposta – traduzida em inglês e turco – no pátio da Catedral Católica de Istambul e também receberá o Papa, em uma troca ideal com forte valor simbólico. 

A gênese e os muitos desdobramentos inesperados e imprevisíveis deste projeto foram discutidos na quinta-feira, 6 de novembro, na Sala Marconi do Pallazo Pio, durante uma coletiva de imprensa. Na ocasião, foi anunciada a chegada da exposição itinerante em Roma, onde ficará aberta à visitação de 7 a 13 de novembro, na Pontifícia Universidade de Santa Cruz. 

Um mergulho em uma página da história aparentemente muito distante, mas, na realidade, percorrida por perguntas que são idênticas às nossas. E uma resposta clara e atualizada fruto de uma década de estudos para os questionamentos: “O que é a heresia ariana? E por que é importante conhecê-la?”. 

O lugar das perguntas

“Depois de um ano de trabalho conjunto, estamos na primeira apresentação desta mostra itinerante que continua a gerar e a florir uma consciência que nós mesmos precisamos, antes de tudo. É necessário que façamos a experiência de qual é a verdadeira necessidade do homem, encontrar uma paternidade que dê sabor e frescor a cada instante da vida. A exposição do Meeting, um protótipo de basílica, também impressionou os carpinteiros que o estavam construindo, por causa de sua beleza. Mas estávamos conscientes de que não é fácil explicar o Concílio de Niceia em um mundo onde as crianças não sabem mais o Pai Nosso. O objetivo do Meeting é suscitar perguntas. Depois de 250 visitas guiadas, dez mil presentes, filas longuíssimas para conseguir entrar, podemos dizer que conseguimos”, disse Alessandra Vitez, responsável pela Mostra Meeting de Rimini e palestrante do encontro. Prova de que, em todas as épocas, o homem tem uma profunda necessidade de algo verdadeiro. 

A universidade e o mundo

Pensar em Deus equivale a pensar na humanidade, escreve Rowan Williams, arcebispo emérito de Cantuária, no último capítulo do catálogo, porque falsas interpretações de Deus produzem falsas interpretações do homem. A heresia, contudo, também é um tijolo que contribuiu para construir a história. Tudo é útil porque se pode descobrir um pedaço da das estrada verdadeira, enfatizaram os palestrantes que participaram do encontro. Fernando Puig, reitor da Pontifícia Universidade de Santa Cruz, evidenciou a importância da terceira missão de toda universidade (e de uma comunicação por osmose permanente com o mundo externo). Entre os curadores do projeto, estavam presentes também o padre Giulio Maspero (decano da Faculdade de Teologia – Pontifícia Universidade de Santa Cruz) e Ilaria Vigorelli, (diretora do Centro Ror -Centro de Pesquisa de Ontologia Relacional).

“Aos meus estudantes, gostaria sempre que esse conceito fosse claro: não estão aqui para estudar coisas entediosas para se tornarem padres, mas para descobrir que evangelizar é a coisa mais interessante do mundo”, reiterou Puig. “Essa exposição trabalha ativamente para aumentar essa conscientização.” 

Um Deus que gera 

Os curadores assumiram o desafio de mostrar como hoje todos nos sentimos errados, incapazes e insuficientes, também porque a verdade de que o Deus de Jesus Cristo é trinitário está na sombra do nosso contexto cultural. Estamos todos reféns, uns mais outros menos, de “uma lógica do desempenho”, uma tensão contínua para tornarmos os primeiros da classe e alcançar o resultado, na qual o papel de Jesus é apenas funcional. Mas, diante da conversão do bom ladrão, deveríamos entender que a salvação vem do simples fato de reconhecer que Jesus é Deus. 

O cerne daquilo que a exposição pretende apresentar é que, em Niceia, a Igreja conseguiu dizer a si mesma e ao mundo que Deus “é” Pai e não só “age” como Pai, acrescentaram Vigorelli e Maspero. Ou seja, significa que Ele só sabe gerar e regenerar, portanto, sempre perdoar e acolher. E isso, depois do assassinato simbólico de Deus e do Pai pela modernidade, é uma verdade que a era pós-moderna precisa ouvir de novo, profundamente. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

“Leo from Chicago”: documentário sobre as raízes estadunidenses do Papa Leão

“Leo from Chicago” (Vatican News)

“Leo from Chicago”, em 10 de novembro será lançado o documentário sobre as raízes estadunidenses do Papa Leão

Por ocasião dos seis meses de pontificado, na segunda-feira (10) será publicado o documentário em três idiomas (inglês, italiano, espanhol) nos canais da Vatican News, com produção do Dicastério para a Comunicação.

https://youtu.be/LjyYryr4ghY

Vatican News

Por ocasião do sexto mês da eleição do Papa Leão XIV, a Rádio Vaticano – Vatican News publicam Leo from Chicago, um documentário que reconstitui a história, as raízes familiares, os estudos e a vocação agostiniana de Robert Francis Prevost em sua terra natal: os Estados Unidos. Uma jornada que começa na infância em Dolton, através das memórias dos irmãos Louis e John, e continua entre escolas e universidades, comunidades e paróquias, com as vozes de confrades, professores, colegas de estudo e amigos de longa data.

Leo from Chicago, segue o documentário León de Perú, apresentado em junho passado, sobre os anos de missão do futuro Pontífice no país. É uma produção da Direção Editorial do Dicastério para a Comunicação, em colaboração com a Arquidiocese de Chicago e o Apostolado El Sembrador Nueva Evangelización (ESNE). Foi realizado pelos jornalistas Deborah Castellano-Lubov, Salvatore Cernuzio, Felipe Herrera-Espaliat, com montagem de Jaime Vizcaíno Haro.

Às 18h (hora de Roma) de segunda-feira, 10 de novembro, o documentário será publicado no canal do YouTube da Vatican News em três idiomas (inglês, italiano e espanhol) e divulgado por outros meios de comunicação internacionais.

Leo from Chicago será exibido nos próximos dias em algumas cidades italianas, por ocasião de alguns encontros públicos promovidos pelo Dicastério para a Comunicação dedicados à figura do Papa Leão, em particular em Vicenza e Cremona (21 de novembro), Trento (25 de novembro), Verona (1º de dezembro), Gênova (5 de dezembro) e Cagliari (15 de dezembro).

Assista ao documentário "León de Perú" sobre os anos de missão do Papa Leão XIV:

https://youtu.be/Rzc0PnbSGb0

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF