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domingo, 2 de julho de 2023

O Papa ao novo prefeito: um Dicastério para dar razão à nossa esperança

Dom Víctor Manuel Fernández - Argentina (Vatican Media)

Carta de Francisco a dom Víctor Manuel Fernández, que dirigirá o Dicastério para a Doutrina da Fé.

Vatican News

Neste sábado (1°/07), o Papa Francisco agradeceu ao cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, S.J., pela conclusão de seu mandato como prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé e como presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, e nomeou para sucedê-lo nos mesmos cargos dom Víctor Manuel Fernández, atual Arcebispo de La Plata, na Argentina. Ele assumirá suas funções em meados de setembro de 2023.

O Pontífice enviou uma carta ao novo prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, dom Víctor Manuel Fernández, na qual recorda que como novo Prefeito do mesmo Dicastério, confia a ele uma tarefa que considera muito valiosa. O objetivo central do Dicastério é proteger o ensinamento que brota da fé a fim de dar razão à nossa esperança, mas não como inimigos que apontam e condenam.

Francisco recorda ainda que o Dicastério que dom Víctor Manuel presidirá, em outros tempos, chegou a usar métodos imorais, explicando que foram épocas em que, em vez de promover o conhecimento teológico, foram perseguidos possíveis erros doutrinários. O Santo Padre espera do novo prefeito algo diferente.

Sublinhando que para as questões disciplinares, ligadas ao abuso de menores foi recentemente criada uma Seção específica com profissionais competentes, Francisco pede a dom Víctor para dedicar seu compromisso pessoal à finalidade principal do Dicastério que é guardar a fé.

Para não limitar o significado dessa tarefa, Francisco acrescenta que se trata de aumentar a inteligência e a transmissão da fé a serviço da evangelização, para que sua luz seja um critério para compreender o sentido da existência, especialmente diante das questões levantadas pelo progresso da ciência e pelo desenvolvimento da sociedade.

No texto o Papa afirma ainda que a Igreja precisa crescer em sua interpretação da Palavra revelada e em sua compreensão da verdade, sem que isso implique a imposição de uma única maneira de expressá-la. Esse crescimento harmonioso preservará a doutrina cristã de forma mais eficaz do que qualquer mecanismo de controle.

Francisco, falando da tarefa do novo prefeito disse que é bom que a mesma expresse que a Igreja incentiva o carisma dos teólogos e seu esforço de pesquisa teológica, desde que eles não se contentem com uma teologia de escritório, com uma lógica fria e dura que busca dominar tudo. Sempre será verdade que a realidade é superior à ideia. Nesse sentido, é necessário que a teologia esteja atenta a um critério fundamental: considerar inadequada qualquer concepção teológica que, em última instância, ponha em dúvida a onipotência de Deus e, especialmente, sua misericórdia.

No contexto dessa riqueza – destaca ainda o Papa na sua carta - a tarefa de dom Victor também implica um cuidado especial para garantir que os documentos de seu Dicastério e dos outros tenham um fundamento teológico adequado, sejam coerentes com o rico húmus do ensinamento perene da Igreja e, ao mesmo tempo, levem em conta o Magistério recente. Concluindo, Francisco pede que a Santíssima Virgem o proteja e cuide dele na sua nova missão e que dom Víctor não deixe de rezar por ele.

Currículo

Dom Víctor Manuel Fernández nasceu em 18 de julho de 1962 em Alcira Gigena, Província de Córdoba (Argentina). Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1986 para a diocese de Villa de la Concepción del Río Cuarto (Argentina).

Obteve o Mestrado em teologia com especialização bíblica na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma) e posteriormente o doutorado em Teologia na Faculdade de Teologia de Buenos Aires.

De 1993 a 2000 foi pároco de Santa Teresita em Río Cuarto (Córdoba). Foi fundador e diretor do Instituto de Formação de Leigos e do Centro de Formação de Professores Jesús Buen Pastor na mesma cidade. Em sua diocese foi também formador do seminário, diretor de ecumenismo e diretor de catequese.

Em 2007 participou da V Conferência Episcopal Latino-Americana (Aparecida) como sacerdote representante da Argentina e, posteriormente, como membro do grupo de redação do documento final.

De 2008 a 2009 foi Decano da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica da Argentina e Presidente da Sociedade Teológica Argentina.

De 2009 a 2018 foi reitor da Pontifícia Universidade Católica da Argentina.

Em 13 de maio de 2013 foi nomeado Arcebispo pelo Papa Francisco.

Participou, como membro, nos Sínodos dos Bispos de 2014 e 2015 sobre a família, nos quais também fez parte dos grupos de redação.

Na Assembleia de 2017 da Conferência Episcopal Argentina foi eleito Presidente da Comissão Episcopal de Fé e Cultura (Comissão Doutrinal).

Em junho de 2018 assumiu o cargo de Arcebispo de La Plata.

Foi membro do Pontifício Conselho para a Cultura e Consultor da Congregação para a Educação Católica. Atualmente é membro do Dicastério para a Cultura e a Educação.

Entre livros e artigos científicos, tem mais de 300 publicações, muitas das quais traduzidas para várias línguas. Esses escritos mostram uma importante base bíblica e um esforço constante de diálogo da teologia com a cultura, a missão evangelizadora, a espiritualidade e as questões sociais.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Viva Pedro, viva o Papa!

São Pedro (Cléofas)

Viva Pedro, viva o Papa!

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Jesus instituiu a Igreja sobre São Pedro e os Apóstolos: “Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja; Eu te darei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares sobre a terra será ligado no céu; e as portas do inferno nunca prevalecerão sobre ela” (Mt 16,16-19).

É com base nessa promessa divina que a Igreja sabe que jamais será destruída ou vencida neste mundo. Não há e nem haverá força humana capaz de vencê-la. Jesus prometeu estar com ela todos os dias “até o fim do mundo” (Mt 28,20). Além disso, Jesus prometeu aos Apóstolos na Santa Ceia, que o Espírito Santo estaria com a Igreja sempre – “permanecerá convosco e estará em vós” e “ensinar-vos-á todas as coisas” (Jo 14,15.25;16,13).

Nenhuma instituição humana sobreviveu 2000 anos de história e teve 266 chefes ininterruptos.

Cristo concedeu ao papa o carisma da infalibilidade, dogma este que o Concílio Vaticano I (1870) proclamou solenemente com o Papa Pio IX. É por isso que nunca na história da Igreja um papa cancelou um ensinamento doutrinário de um seu antecessor. O Espírito Santo assiste o papa quando ele ensina e, de modo especial, quando pronuncia um dogma.

Na Revolução Francesa, Voltaire, o grande inimigo da Igreja, dizia que seria o fim do Papa e que Pio VI seria o último papa da Igreja. Ledo engano, a sanguinária revolução francesa se foi e os papas continuaram mais firmes do que nunca. Nem a perseguição romana, nem o nazismo, nem o comunismo, nem o ateísmo mais agressivo conseguiram deter os papas. Stalin mandou perguntar a Pio XII, “quantas legiões de soldados tinha o Papa”. É uma pena que ele não tenha sobrevivido para ver a derrocada do comunismo em 1989; e o Papa que continua.

Os trinta primeiros papas da Igreja (Pedro, Lino, Cleto, Clemente, Evaristo…) foram todos martirizados pelos imperadores romanos que perseguiram a Igreja (Nero, Trajano, Domiciano, Décio, Severo, Diocleciano…), mas sempre houve um sucessor para conduzir a Barca da Igreja. Filipe IV o Belo, da França, subjugou os papas por 70 anos em Avignon, mas Santa Catarina de Sena e Santa Brígida da Suécia, o fizeram voltar a Roma triunfante. O mesmo Filipe IV mandou o seu comparsa Nogaret esbofetear Bonifácio VIII, em Anine, mas foi vencido. Napoleão Bonaparte mandou prender e humilhar o Pio VII nas masmorras do seu palácio de Fontanebleau em Paris, mas nesse mesmo palácio teve de assinar a rendição aos ingleses quando perdeu a batalha de Waterloo; o castigo lhe veio rápido.

Todos os poderosos que se lançaram contra o Vigário de Cristo na terra, o “doce Cristo na terra”, como dizia Santa Catarina de Sena, se viram derrotados. Não se atrevam a levantar as mãos pecadoras contra o enviado do Senhor!

Um dia, Dom Bosco teve aquele famoso sonho onde viu a Barca da Igreja num mar tempestuoso, sendo atacada de todos os lados. No leme estava o papa, que foi ferido e morto; mas outro o sucedeu no timão da Barca. E quando esta ameaçava naufragar, Dom Bosco viu surgirem duas colunas, uma de cada lado, e de cada uma saia uma corrente que se ligava na Caravela e não a deixava afundar, até o fim da viagem. Em cima de uma das colunas estava a Sagrada Eucaristia no Ostensório, e na sua base a frase: Salus credencium – Salvação dos que creem. Sobre a outra coluna estava a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, e na base a frase: “Auxilium Christianorum” – Auxiliadora dos Cristãos. Dom Bosco entendeu que Jesus garante a invencibilidade da Igreja pelo Papa, pela Virgem, e por Ele mesmo presente na Eucaristia.

Viva o Papa, viva a Igreja,

Viva Nossa Senhora e viva Cristo Rei!

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

De volta ao tema da evangelização

Antoine Mekary | ALETEIA | #image_title

Por Francisco Borba Ribeiro Neto

O ressentimento que nasce do cancelamento cultural sofrido pelos cristãos e a proliferação de ideologias que parecem ameaçar a fé e/ou a própria dignidade da pessoa humana tornam essa reflexão ainda mais importante.

Existem muitos temas recorrentes na doutrina católica, aos quais devemos voltar periodicamente. A evangelização é um desses temas. O Concílio Vaticano II produziu um documento especificamente dedicado a esse tema, a Evangelii Nuntiandi (EN), onde a evangelização é definida como “a missão própria da Igreja, uma vez que a Igreja existe para evangelizar” (EN 14). O ressentimento que nasce do cancelamento cultural sofrido pelos cristãos e a proliferação de ideologias que parecem ameaçar a fé e/ou a própria dignidade da pessoa humana tornam essa reflexão ainda mais importante.

Talvez nosso problema, quanto à evangelização, é pensá-la como uma tarefa específica de alguns “missionários” e não como uma dimensão de nosso cotidiano – uma vez que passa não só pelo anúncio formal, mas também pelo testemunho que damos com nossas vidas. Compreender o testemunho não quer dizer acrescentar uma obrigação a mais a nossa vida, mas sim darmo-nos conta do fascínio que nos encanta (ou, ao menos, deveria nos encantar).

O encontro com Cristo que atrai

Na homilia da missa de abertura da Conferência do CELAM em Aparecida (2007), Bento XVI declarou: “A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por ‘atração’: como Cristo ‘atrai todos a si’ com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz”.  A mesma ideia foi depois repetida várias vezes pelo Papa Francisco: “A Igreja cresce não por proselitismo mas por atração […] a fé transmite-se por atração, ou seja, por testemunho” (Meditação, 3/mai/2018, cf. também Evangelii gaudium, EG 14). 

Em outra passagem famosa, que também é frequentemente citada por Francisco, Bento XVI diz que “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Deus caritas est, DCE 1). A evangelização é o anuncio ao mundo do encontro com essa Pessoa, mas frequentemente nos envolvemos mais com as decisões éticas e as grandes ideias – que não estão “fora” do evento cristão, mas não são seu fundamento, nem podem ser absolutizadas, sob o risco de se impor aos demais uma visão particular do mundo e não o próprio Deus feito homem.

Presos às nossas ideias e armadilhas morais (pois é isto que são nossas éticas humanas, quando apenas revestidas de uma roupagem religiosa) podemos até atrair aos demais, mas apontamos apenas para nós mesmos, não para Cristo. E esse é um tempo de atrações fáceis… Vivemos na “sociedade do espetáculo”, cheia de ídolos e influenciadores que nos atraem até mesmo por sua superficialidade: apresentam um modelo de realização que parece acontecer sem esforço, um novo mundo paradisíaco, com o qual podemos sonhar ou no qual podemos simplesmente esquecermo-nos de nós mesmos. Até na Igreja, os mestres da fé, que orientam num caminho ascético e existencial, muitas vezes estão sendo substituídos por influenciadores que vendem ideias bonitas – até justas – mas não propõem um verdadeiro processo de conversão a Deus.

Mas voltemos aos aspectos positivos do anúncio cristãos…

A vida que é realmente saborosa de se viver

O que, nesse encontro, atrai tanto o ser humano? Fomos feitos para Deus e nosso coração só repousa em Deus, segundo a célebre passagem das Confissões de Santo Agostinho (Livro I, Capítulo 1). Mas essa afirmação pode parecer ainda um pouco distante. Talvez possamos entende-la melhor lendo o poema O convertido, escrito por G.K. Chesterton quando, já adulto, foi batizado. Em seus últimos versos diz: “E todas essas coisas são para mim menos que pó / Porque meu nome é Lázaro e estou vivo”.

Todas as coisas parecem, para Chesterton, “menos que pó”. Imaginaríamos uma comparação na qual ele diria ter encontrado agora o verdadeiro tesouro. Mas ele é, simultaneamente, mais singelo e mais radical: tudo é como pó porque ele é como Lázaro, o que estava morto, e agora está vivo. Mais do que nunca, somos parte de um mundo onde os seres humanos anseiam por viver. As redes de informação, as imagens que vem de todos os cantos, o conhecimento de uma infinidade de experiências individuais, nos apontam possibilidades aparentemente infinitas, enquanto a dura realidade mostra vidas amesquinhadas, reprimidas pelas expectativas e cobranças de outros, limitadas pela falta de recursos, humilhadas pela truculência e a injustiça dos poderosos. Nunca antes se viram tamanhas possibilidades e, ao mesmo tempo, se teve tanta consciência das próprias impossibilidades.

Voltemos a Chesterton: a vida que parecia murchar na mesmice de sempre ou chafurdar na desesperança, agora adquire o esplendor e o brilho que lhe faz afirmar “estou vivo”. Esse é o grande anúncio dos cristãos, desde as escuras catacumbas romanas até a virtualidade dos podcasts e das redes sociais. Não apenas estão biologicamente vivos, estão vivos porque descobriram algo que dá um verdadeiro sentido e gosto a suas vidas. Existe uma correspondência entre os anseios de nosso coração e o encontro com Cristo – e essa correspondência se manifesta como o encontro de uma vida que vale a pena ser vivida.

Por isso, o que muitas vezes imaginamos como testemunho cristão não corresponde ao testemunho que realmente devemos dar, aquele que corresponde ao anseio dos corações. Queremos testemunhar nossa coerência moral, mas o que o mundo espera que testemunhemos é que estamos vivos, que nossa vida tem aquele gosto, aquela realização, que todos os avanços tanto materiais quanto espirituais da sociedade moderna não conseguem garantir. A grande pergunta que somos chamados a responder todos os dias é “você é verdadeiramente feliz? sua vida realmente tem sentido?”. Importante entender que essa “felicidade” não quer dizer que tudo esteja dando certo, não se trata de um “jogo do contente”, mas sim uma felicidade que nasce da percepção de que o amor e o carinho de Deus recobre toda a nossa vida, mesmo nos momentos de dor, que nossa humanidade está se realizando apesar de todas as limitações.

Em conclusão

Por isso, não é exatamente que “queiramos ser evangelizadores”, como se esse fosse um projeto nosso – ainda que, devido à complexidade tanto da sociedade quanto da instituição eclesial, tenhamos que fazer projetos de evangelização. O problema é que, se somos verdadeiros conosco mesmo, não conseguimos não ser evangelizadores, pois o encontro com Cristo não sai do coração e da memória – é o critério de discernimento que tende a orientar todos os momentos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São Pedro e São Paulo: missionários na Igreja antiga e atual

São Pedro e São Paulo (Vatican Media)

Nós celebramos no final do mês de Junho, início de Julho, especificamente no domingo a solenidade de São Pedro e São Paulo, dois apóstolos, dois grandes missionários e educadores do Senhor Jesus Cristo.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

São Pedro e São Paulo foram fiéis à mensagem evangélica proclamando-a para os outros, mas, sobretudo vivenciando-a em seus corações e nas suas atividades. Atualmente a doutrina sobre eles ajuntam-se a missão e também a educação, como formas de uma vida de doação, de amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Se Pedro era um dos membros dos doze apóstolos, escolhidos pelo Senhor para estarem com Ele e aprenderem a sua forma de viver e de atuar (Mc 3,13-19), Paulo teve um encontro com o Ressuscitado quando estava indo para Damasco (At 9, 1-9), encontro que o marcou para toda a sua existência, pois ele passou de perseguidor a seguidor de Jesus, cheio do Espírito Santo e da palavra evangélica. Hoje a missão e a educação continuam com o Papa Francisco, na sucessão apostólica. O Senhor Jesus o abençoe na caminhada. É muito importante fazer uma análise de suas vidas marcadas pelo Senhor, pela comunidade eclesial e a forma como eles inspiram a pastoral atual para que as pessoas doem as suas vidas ao Senhor, a exemplo de São Pedro e de São Paulo.

O Espírito Santo presentes na vida dos apóstolos

A missão e a educação estavam ligadas nos dois apóstolos pelo dom do Espírito Santo, os dois Pentecostes ocorridos na vida dos pagãos através dos dois apóstolos. Pedro estava na casa de Cornélio pedindo para as pessoas buscarem uma vida de convertidos do Senhor, pois ele ainda estava falando do Espírito Santo quando Ele desceu sobre todos os que estavam escutando a palavra de Deus. Desta forma os fiéis de origem judaica que estavam com Pedro admirarem-se de que o dom do Espírito Santo fosse derramado sobre os pagãos (At 10, 44-45). Em Éfeso quando Paulo realizava o batismo em nome do Senhor Jesus para as pessoas, quando ele chegou à imposição das mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e começaram a falar em línguas e a profetizar (At 19, 5-7). Foram duas presenças do Espírito Santo que os impulsionou os fiéis para a missão e a educação.

A missão e a educação andaram juntas nos dois apóstolos

Pedro e Paulo foram seguidores do Senhor e deram as suas vidas pela causa do evangelho. É possível dizer que a missão e a educação andaram juntas nestes dois grandes seguidores de Cristo Jesus. Pedro aprendeu do Mestre a forma de servir e de amar as pessoas. No reconhecimento como Messias e Filho de Deus, o Senhor lhe confiou sobre a sua pedra, a construção da sua Igreja (Mt 16,18). Ele disse ao Senhor que só Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6, 68). Ainda que não compreendesse o gesto de Jesus na última ceia de lavar os pés dos discípulos, mas ele aceitou que o Senhor lavasse os seus pés, as suas mãos e a sua cabeça (Jo 13,9). Diante das perguntas do Senhor se ele de fato o amava, Pedro prometeu um amor especial, primeiro ao Senhor para que ele apascentasse o rebanho do Senhor (Jo 21, 15-19). Pedro assumiu a missão de coordenar os seguidores do Senhor e também de educá-los nos valores da paz e do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Ele teve uma palavra muito importante no dia de Pentecostes, afirmando que Jesus era o Senhor e que o Pai o ressuscitou dos mortos, de modo que Deus o constituiu Senhor e Cristo (At 2,36) e na casa de Cornélio disse que nele há a salvação e o perdão dos pecados (At 10,43). Paulo foi missionário e educador de Jesus Cristo. Antes de sua conversão foi perseguidor dos seguidores e das seguidoras do Senhor. No caminho para Damasco onde tinha poderes para prender os cristãos, Jesus apareceu em sua vida, de modo que o encontro e a visão do Senhor foram a sua grande transformação de perseguidor para anunciador do Senhor Jesus, encarnado e Ressuscitado (At 9, 4-9). Ele não fez parte dos doze apóstolos, mas ele se tornou um grande apóstolo, o maior deles, cuja missão foi grande diante dos demais, como ele dirá por que foi uma pessoa imbuída pelo Espírito Santo a proclamar para as pessoas, aos povos, a mensagem de salvação do Senhor Jesus Cristo (1 Cor 15,9-10). Ele fez diversas viagens pelo mundo constituindo comunidades, formando pessoas para o seguimento do Senhor. Neste sentido ele foi também um grande educador das pessoas e dos povos, conduzindo-os para Deus. O Apóstolo disse que ainda que a comunidade de Coríntios tivesse milhares de educadores em Cristo, não tinham muitos pais, porque foi Ele que por meio do evangelho os gerou em Cristo Jesus (1 Cor 4,15).

O que os santos padres disseram a respeito dos apóstolos, missionários e educadores?!

São Clemente de Roma, papa no final do século I e início do século II disse que Pedro e Paulo foram bons apóstolos, missionários e educadores. Pedro, pela inveja injusta, suportou muitas fadigas, sacrifícios, mas depois de ter prestado testemunho, isto é, de dar a sua vida pelo Senhor, foi para o lugar vitorioso que lhe era devido, a vida eterna com o Senhor. Paulo, da mesma forma, sofrendo pela inveja e a discórdia mostrou o preço reservado à perseverança. São Clemente disse que após ele ter alcançado os limites do Ocidente, deu um testemunho diante das autoridades, dando a sua vida pelo Senhor, foi para o lugar santo, tornando-se o maior modelo de perseverança[1]. Em Roma, Pedro e Paulo foram mártires do Senhor, após uma missão e educação profícuas pela Igreja e pelo Reino de Deus.

Roma: A Igreja que presidiu o amor e os seus fundadores

Santo Inácio de Antioquia, bispo nos séculos I e II afirmou que a Igreja de Roma, tendo presente os dois apóstolos, Pedro e Paulo, era aquela que presidia ao amor sem dúvida pela graças da missão e da educação. O fato era que a Igreja de Roma tinha a sua preferência por ser a primeira das Igrejas do mundo onde residia o sucessor dos apóstolos, Pedro e o grande evangelizador dos pagãos, Paulo. Ela é digna de ser chamada feliz, de louvor, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai[2].

Santo Ireneu de Lião reforçou a Tradição Apostólica no sentido de que os Apóstolos Pedro e Paulo evangelizaram em Roma, tornando-se os dois fundadores daquela Igreja. Por isso foram chamados de missionários e de educadores da Igreja de Roma[3].

O martírio dois missionários e educadores

Santo Agostinho, bispo de Hipona nos séculos IV e V afirmou que Pedro foi o primeiro dos apóstolos pela missão que o Senhor lhe confiou na condução de sua Igreja, na qual o Senhor lhe daria as chaves do Reino dos céus (Mt 16,18-19). Paulo foi o grande evangelizador e educador na fé ao dizer que não se sentiria bem se não evangelizasse (1 Cor 9,16). Santo Agostinho disse que a Igreja celebrava o martírio dos dois apóstolos como se na verdade os dois eram como um só em Cristo Jesus. Eles deram o mesmo testemunho ao Senhor pela doação de suas vidas. Pedro foi à frente e Paulo o seguiu. É celebrado o dia festivo, consagrado para toda a Igreja pelo sangue dos apóstolos. É preciso segundo Santo Agostinho, amar a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos, as missões, as educações dadas, as pregações dos dois apóstolos, Pedro e Paulo[4].

São Pedro e São Paulo seguiram a Jesus Cristo, amaram a Igreja do Senhor, foram missionários, educaram pessoas e povos para a vida que vem de Deus Uno e Trino em vista da salvação humana. Eles foram e são duas luzes no grande luzeiro que é o Senhor Jesus Cristo, na missionariedade e na educação para que mais pessoas sejam missionárias e educadoras da fé, da esperança e da caridade. O Senhor acompanhe o Papa Francisco na condução da Igreja pela paz, pelo amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.

[1] Cfr. Clemente aos Coríntios, 5. In: Padres Apostólicos. São Paulo, Paulus, 1995, pg. 27.

[2] Cfr. Inácio aos Romanos, Introdução. In: Idem, pg103.

[3] Cfr. Ireneu de Lião, III,1,1. São Paulo, Paulus, 1995, pg. 247.

[4] Cfr. Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo. Sermo 295,1-2.4-,7-8; PL 38, 1348-1352. In: Liturgia das Horas. Aparecida, SP, Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave-Maria, 2000, pgs. 1392-1394.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Conselho de Cardeais debate Ucrânia e sinodalidade com o papa Francisco

Imagem ilustrativa / ACI Prensa

Por Almudena Martínez-Bordiú

Vaticano, 28 Jun. 23 / 01:37 pm (ACI).- O Conselho dos Cardeais se reuniu com o papa Francisco no Vaticano nos dias 26 e 27 de junho para refletir sobre o Sínodo da Sinodalidade, a guerra na Ucrânia e a proteção de menores na Igreja.

O Conselho dos Cardeais, também conhecido como C9, é o grupo de cardeais que colabora diretamente com o papa Francisco.

Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé publicado ontem (27) diz que “com a colaboração do cardeal Gianfranco Ghirlanda, foram dados os primeiros passos na reflexão sobre como implementar o espírito, os princípios e os critérios da Constituição Apostólica Praedicate evangelium nas Cúrias diocesanas”, com a qual Francisco reformou a Cúria Romana.

A sinodalidade também foi tema da reunião. O cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, falou sobre as últimas atualizações feitas com vistas à Assembleia que acontecerá em outubro de 2023 em Roma.

O cardeal Seán Patrick O'Malley, presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, informou sobre a recente Sessão Plenária que aconteceu em maio.

O'Malley apresentou o trabalho feito pela Comissão para atualizar os regulamentos e práticas em toda a Igreja, para que os mecanismos de proteção dos menores sejam eficazes em todas as dioceses.

Os cardeais assessores do papa também falaram sobre a situação do conflito na Ucrânia. A Santa Sé confirmou que a próxima sessão será em dezembro deste ano.

Conselho de Cardeais

O Conselho dos Cardeais tem sua origem nas Congregações Gerais que antecederam o conclave em que o papa Francisco foi eleito. O conselho está em funcionamento desde setembro de 2013, ano em que Francisco foi eleito.

O objetivo do órgão é ajudar o papa “no governo da Igreja universal” e “estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica Pastor bonus na Cúria Romana”, como disse o papa Francisco.

Os membros do Conselho são: cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé; cardeal Fernando Vérgez Alzaga, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano; cardeal Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo; cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim, Índia; cardeal Seán Patrick O'Malley, arcebispo de Boston, EUA; o cardeal Juan José Omella Omella, arcebispo de Barcelona, Espanha; cardeal Gérald Lacroix, arcebispo de Québec, Canadá; cardeal Jean-Claude Hollerich SJ, arcebispo de Luxemburgo; cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia, Brasil. O secretário da Comissão é dom Marco Mellino, bispo titular de Cresima, Tunísia.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Reflexão para o 13º Domingo do Tempo Comum (A)

Evangelho do domingo  (© Biblioteca Apostólica Vaticana Vat.lat.39, f.67v)

No Evangelho, Jesus retoma a questão da recompensa. Ele vê a generosidade em favor da missão. Ao mesmo tempo em que o Senhor é exigente com seus enviados, ele diz que aquele que receber um missionário, recebe Ele.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

A liturgia de hoje propõe à nossa reflexão, uma história muito bonita.  O rico, que sempre é malvisto por causa de suas atitudes, no relato de hoje, tem uma atitude belíssima, de profunda fé e grande despojamento.

Uma mulher rica, mas estéril, habitante em uma região onde se adorava um deus pagão, patrono das pessoas desejosas de ter filhos, não se deixa contaminar com essa religião. Ao contrário, ela, depois de hospedar inúmeras vezes o Profeta Eliseu, um grande defensor de Javé, pede a seu marido construir, em sua casa, um quarto confortável para que o profeta pudesse descansar, quando viesse em missão.

Esse pedido, faz com que a ajuda ao profeta fosse algo que envolvesse sua família. Ela poderia ter pedido uma grande quantia para dar de ajuda ao profeta. Ele receberia, ficaria grato e iria embora; mas ela não pensa assim. Ela desejou hospedá-lo em sua casa, além do conforto, quis dar-lhe afeto, o carinho de uma família.

A mulher, cujo nome não sabemos, além de permanecer fiel a Deus tem a iniciativa de participar na ação missionária do profeta. Eliseu, cheio de gratidão, lhe anuncia que, apesar de ser estéril e de seu marido, bastante idoso, será mãe.

Aquilo que certamente, mais desejava na vida, ser mãe, e não pedira aos deuses, mas permanecera fiel a Javé, Ele a presenteia para alegrar seu coração, tão generoso e fiel.

No Evangelho, Jesus retoma essa questão da recompensa. Ele vê a generosidade em favor da missão. Ao mesmo tempo em que o Senhor é exigente com seus enviados, ele diz que aquele que receber um missionário, recebe ele, o Senhor e terá a recompensa como se a acolhida tivesse sido feita a ele, Jesus. Não nos esqueçamos do recado que o Senhor nos deu a respeito de um gesto tão simples que é dar um copo de água ao que tem sede.

Eis aí o sentido de uma frase muito nossa, que repetimos frequentemente: “Deus lhe pague!” Não significa que jogamos nas costas de Deus, as nossas dívidas, como jocosamente falamos, mas que somos conscientes de que aquela pessoa, que nos socorreu naquela nossa necessidade, só poderá receber, a altura, a retribuição do bem que nos fez, através do Senhor.

Não façamos o bem pensando na recompensa. Ele deverá ser feito gratuitamente. Mas, ao mesmo tempo, saibamos que o Senhor está atento à generosidade de nosso coração, para nos retribuir com aquilo que é necessário para a plenitude de nossa felicidade. E a plenitude de nossa felicidade é o AMORAMAR e SENTIR-SE AMADO.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Bernadino Realino

São Bernadino Realino (igrejadoscapuchinhos)

02 de julho

São Bernadino Realino

O político que se tornou santo

Origens

Bernardino nasceu na ilha de Capri, Nápoles, em 1 de dezembro ao ano 1530. Era filho de uma família rica e nobre, a família Realino. Na infância, recebeu formação cristã tradicional. Quando jovem, destacou-se pela Inteligência. Seus pais o enviaram para estudar na famosa Academia de Modena e, mais tarde, para a não menos famosa Universidade de Bolonha. Lá, ele se formou em direito civil e eclesiástico, além de filosofia e medicina.

Político

Aos vinte e cinco anos, o brilhante Bernardino ingressou na carreira da administração, por indicação de um cardeal amigo de sua família e governador da cidade de Milão. A partir desse momento, sua carreira decolou e ele passou a ocupar cargos importantes da administração e da política em vários lugares. Em dez anos, ele foi prefeito da cidade italiana de Felizzano de Monferrato, depois, advogado fiscal na famosa Alexandria, prefeito da cidade de Cassine, prefeito de outra cidade chamada Castel Leone e, por fim, foi nomeado auditor e lugar-tenente da grande cidade de Nápoles. Nesse tempo, ele nunca deixou de ajudar os pobres.

Um toque da Virgem Maria

A carreira política de Bernardino ia de vento em popa quando, em 1564, ele caiu gravemente doente. No leito, procurou novamente a oração. Certo dia, teve a visão da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo e ficou curado. O fato causou uma profunda mudança no coração de Bernardino. Ele percebeu que Deus estava lhe dando uma segunda chance e que tinha uma missão muito mais importante para cumprir neste mundo. Por isso, procurou um sacerdote jesuíta, que o acolheu e se tornou seu diretor espiritual.

Vida religiosa

Aos trinta e cinco anos Bernardino ingressou na vida religiosa e foi ordenado sacerdote jesuíta. Como padre, intensificou o trabalho que já realizava junto aos pobres e tornou-se um grande evangelizador. Manifestou-se nele o dom da cura e dom extraordinário do conselho. Por isso, passou a ser procurado por todos, desde os príncipes, as autoridades religiosas e o povo em geral. Todos buscavam seu conselho iluminado. O pala Paulo V e alguns reis escreveram a ele pedindo orientação.

Padroeiro em vida

No ano 1574, o Padre Bernardino foi enviado à cidade de Lecce para fundar ali um colégio da Ordem dos Jesuítas. Lá, ele exerceu seu ministério sacerdotal por quarenta e dois anos. A sua atuação nesta comunidade foi tão marcante, que, quando adoeceu e estava prestes a falecer, o Conselho Municipal se reuniu à sua volta para pedir que ele aceitasse ser o padroeiro da cidade e intercedesse a Deus por ela. De viva voz, São Bernardino aceitou. Trata-se do único fato desse tipo registrado na tradição católica.

Morte

São Bernardino faleceu quanto tinha oitenta e seis anos. Era o dia 2 de julho do ano 1616. Desde então, passou a ser o padroeiro de Lecce mesmo antes de ter sido canonizado. Sua beatificação aconteceu 1m 1895 e a canonização em 1947. Mais tarde, ele se tornou também o padroeiro da cidade de Capri.

Oração a São Bernardino Realino

Ó Deus, que destes a São Bernardino Realino a graça de conhecer-vos a ponto de abandonar as honras, o luxo e as glórias humanas por causa de vós, dai também a nós a graça de conhecer-vos profundamente, para que possamos produzir frutos de santidade e amor como São Bernardino Realino. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Bernardino Realino, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sábado, 1 de julho de 2023

A um mês da JMJ Lisboa 2023, 313 mil peregrinos estão inscritos

Imagem ilustrativa - Jovens na JMJ Panamá 2019 / David Ramos (ACI Prensa)

Lisboa, 30 Jun. 23 / 02:23 pm (ACI).- A um mês do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, mais de 663 mil peregrinos iniciaram a inscrição no evento. Desses, 313 mil já pagaram a taxa e estão com a inscrição concluída. 

A JMJ acontecerá de 1º a 6 de agosto, em Lisboa, Portugal. Segundo os organizadores, a expectativa é que mais de 1 milhão de pessoas participem do evento internacional.

A JMJ Lisboa 2023 divulgou hoje (30) um balanço, com dados compilados até ontem (29). Segundo os organizadores, os números “estão continuamente a evoluir, e, à semelhança do que aconteceu em anteriores Jornadas Mundiais da Juventude, à medida que se aproxima da data do encontro, assiste-se ao crescimento do interesse e na adesão ao maior encontro do papa com jovens de todo o mundo”.

Até o momento, os 313 mil peregrinos com inscrição concluída são provenientes de 151 países diferentes. Os países com maior número de peregrino que finalizaram a sua inscrição são Espanha, com 58.531 peregrinos; Itália, com 53.803; França, com 41.055; Portugal, com 32.771; e EUA, com 14.435.

Os peregrinos serão acolhidos nas dioceses de Lisboa, Santarém e Setúbal. Dos que finalizaram a inscrição, 70% solicitaram alojamento, totalizando 214.500 peregrinos. Segundo a organização da jornada, até o momento estão identificados mais de 472.926 lugares de pernoite para os peregrinos, 24.198 dos quais em famílias de acolhimento.

Cerca de 90% dos peregrinos solicitou apoio de alimentação, totalizando 289 mil jovens. A JMJ já contratou o fornecimento de quase 3 milhões de refeições.

Sobre os voluntários, até o momento, 32.717 iniciaram o processo de inscrição, dos quais 22.282 concluíram. Eles são provenientes de 143 países diferentes e têm a média de idade de 30 anos. Os organizadores da jornada falam na necessidade de 30 mil voluntários para atender a todos os peregrinos.

Dos voluntários inscritos, 500 são exclusivamente da área de saúde, nomeadamente médicos, enfermeiros e estudantes do final da licenciatura. Eles assegurarão a prestação de primeiros socorros a todos os peregrinos ao longo da semana do encontro.

A JMJ conta ainda cona inscrição de 737 bispos, 29 dos quais são cardeais. Os países com mais bispos inscritos são Itália, com 113; Espanha, 77; França, com 75; EUA, com 76; e Portugal, 45.

A preparação para a JMJ

A organização da JMJ Lisboa 2023 divulgou também dados sobre a preparação do evento.

Para as celebrações litúrgicas estão sendo produzidos 10 mil paramentos para os sacerdotes e bispos que participarão nas cerimônias religiosas. A fabricação é feita através de parceria Portugal-Itália.

Uma fábrica de burel, um tecido artesanal português feito de lã dos ovinos, foi escolhida para fazer uma faixa que será incluída no paramento principal que o papa Francisco vai usar em Lisboa. Esta será a primeira vez que o burel é usado em uma veste papal. Segundo os organizadores da JMJ, representará “o símbolo da participação do interior do país – e da cultura tradicional portuguesa – nestas celebrações”.

A Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais doou duas toneladas de trigo alentejano para a fabricação das hóstia. A produção está a cargo das irmãs clarissas do Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, na Estrela.

No Parque Eduardo VII, que recebeu o nome de Colina do Encontro, acontecerá a missa de abertura celebrada pelo patriarca de Lisboa, cardeal Manuel Clemente, a acolhida ao papa Francisco e a via-sacra, com a presença do papa. O altar-palco neste local é uma obra de responsabilidade da JMJ Lisboa 2023, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa (CML). Custará cerca de 450 mil euros. Terá 24 metros de altura e 40 metros de largura. Para a construção foram descarregadas 170 toneladas de ferro e madeira.

O projeto da Cidade da Alegria, em Belém, inclui uma feira de vocações para apresentação dos vários movimentos e ordens religiosas, uma capela e os 150 confessionários fabricados nas prisões de Paços de Ferreira, Porto e Coimbra. Ao todo, a JMJ Lisboa 2023 pagou 43 mil euros pelos confessionários, incluindo o pagamento do trabalho feito pelos presos.

No Parque do Perdão, onde será administrado o sacramento da reconciliação, há até momento 2,6 mil padres inscritos. As confissões serão nos cinco idiomas oficiais da JMJ Lisboa 2023: português, inglês, francês, espanhol e italiano.

Além dos atos centrais, na semana da JMJ acontecerá o Festival da Juventude. Embora o programa ainda não tenha sido divulgado, o festival já conta com um total de 480 eventos, que acontecerão em 100 locais de Lisboa, Cascais, Oeiras e Loures. O festival inclui a projeção de 15 filmes, 10 peças de teatro, 10 exposições, 55 eventos religiosos e de encontro, seis grupos de dança, 38 conferências e dois torneiros esportivos da JMJ Sports. Os eventos estão sob a responsabilidade de grupos de 57 países diferentes.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santo Tomás de Aquino: Doctor Angelicus

Santo Tomás de Aquino  (© Biblioteca Apostólica Vaticana)

Denominado “Doctor Angelicus” = (“o Doutor Angélico”), Santo Tomás de Aquino é proposto pela Igreja como o grande mestre do universalismo filosófico e teológico (Concílio Vaticano II: OT, 16; Código de Direito Canônico, cânon 252§3).

Luís Eugênio Sanábio e Souza  - escritor

Diante da carta que o Papa Francisco enviou aos bispos das dioceses italianas de Latina, Sora e Frosinone por ocasião das celebrações do aniversário de 700 anos da canonização de Santo Tomás de Aquino,  parece-me importante recordar aqui um pouco sobre a vida deste grande santo que marcou a história da teologia e da filosofia.

Denominado “Doctor Angelicus” = (“o Doutor Angélico”), Santo Tomás de Aquino é proposto pela Igreja como o grande mestre do universalismo filosófico e teológico (Concílio Vaticano II: OT, 16; Código de Direito Canônico, cânon 252§3).

Nascido em 1225, perto de Nápoles, Santo Tomás iniciou seus estudos com os mestres beneditinos. Em 1244 ingressou na Ordem dos Dominicanos. No ano seguinte, fiel à sua vocação religiosa, viajou a Paris, onde se tornou discípulo de Santo Alberto Magno que era um grande sábio medieval.  Em Paris, Santo Tomás se formou em teologia e lecionou durante alguns anos, com grande êxito. Voltou à Itália, onde foi nomeado professor na Cúria Pontifical de Roma. Em 1274 foi convocado pelo Papa Gregório X para participar do Concílio de Lyon. Adoecendo durante a viagem, faleceu no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de idade.

Santo Tomás de Aquino amou a verdade. Segundo o memorável Papa São João Paulo II, “nele, o Magistério da Igreja viu e apreciou a paixão pela verdade; o seu pensamento, precisamente porque se mantém sempre no horizonte da verdade universal, objetiva e transcendente, atingiu alturas que a inteligência humana jamais poderia ter pensado” (Encíclica “Fides et ratio” nº 44).

Santo Tomás, “ao mesmo tempo que, como é devido, distingue perfeitamente a fé da razão, une-as a ambas com laços de amizade recíproca: conserva os direitos próprios de cada uma e salvaguarda a sua dignidade” (Papa Leão XIII: Encíclica Aeterni Patris de 04/08/1879).  A chamada Suma Teológica é a obra prima de Santo Tomás em que ele defende a capacidade da razão humana de conhecer a Deus a partir da criação: o mundo material e a pessoa humana.  Certa vez o Papa Pio XI disse que “a Suma Teológica é o céu visto da terra”.   O Papa Leão XIII havia recordado que a maior honra, porém, prestada a São Tomás, só a ele reservada e que nenhum dos doutores católicos pode partilhar, provém dos padres do Concílio de Trento que, nesta solene reunião, quiseram colocar aberta sobre o altar, ao lado das Sagradas Escrituras, a Suma Teológica de Santo Tomás para dela extrair conselhos, razões e decisões. Santo Tomás de Aquino foi canonizado em 1323 pelo Papa João XXII e proclamado Doutor da Igreja em 1567 pelo Papa Pio V. 

Por fim, quero registrar aqui as seguintes palavras do saudoso Papa São Paulo VI por ocasião do sétimo centenário da morte do Doutor Angélico: “Sem dúvida, Santo Tomás possuiu, no máximo grau, a coragem da verdade, a liberdade de espírito quando enfrentava os novos problemas, a honestidade intelectual de quem não admite a contaminação do cristianismo pela filosofia profana, mas tão pouco defende a rejeição apriorística desta. Por isso, passou à história do pensamento cristão como um pioneiro no novo caminho da filosofia e da cultura universal. O ponto central e como que a essência da solução que ele deu ao problema novamente posto da contraposição entre razão e fé, com a genialidade do seu intuito profético, foi o da conciliação entre a secularidade do mundo e a radicalidade do Evangelho, evitando, por um lado, aquela tendência antinatural que nega o mundo e seus valores, mas, por outro, sem faltar às exigências supremas e inabaláveis da ordem sobrenatural; é, pois, com razão que Santo Tomás pode ser definido “apóstolo da verdade”” (Paulo VI, Carta Apostólica Lumen Ecclesiae, 8 de 20/11/1974).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF