Translate

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Tomar menos café nos faz ter sonhos mais intensos?

Algumas pessoas afirmam passar a ter sonhos mais vívidos, dias após reduzirem suas ingestão de cafeína (Crédito: Getty Images)

Tomar menos café nos faz ter sonhos mais intensos?

Autor: Charlotte Gupta* e Carissa Gardiner*

De The Conversation*

23 setembro 2025

Você, alguma vez, já reduziu sua ingestão de cafeína e teve a impressão de ter os sonhos mais intensos da sua vida?

A redução da cafeína pode trazer diversos benefícios, como dentes mais brancos e menos idas ao banheiro. Mas costumamos ouvir frequentemente que uma das suas desvantagens é a ocorrência de sonhos vívidos e, muitas vezes, assustadores.

Este é um efeito estranho e específico que, segundo muitas pessoas, surge em questão de dias após a redução da ingestão de cafeína.

Mas existe alguma comprovação científica por trás disso? O que as pesquisas podem nos dizer a respeito?

Como a cafeína influencia o sono

A cafeína é um estimulante que nos deixa acordados e em estado de alerta. Ela funciona bloqueando uma substância do cérebro chamada adenosina.

A adenosina costuma se acumular ao longo do dia, quando estamos ativos e acordados. À noite, o acúmulo da substância no cérebro nos ajuda a sentir sono.

A adenosina é liberada enquanto dormimos e, idealmente, acordamos nos sentindo renovados, prontos para que a adenosina comece a se acumular novamente.

A cafeína, quando ingerida, bloqueia o sinal da adenosina. Por isso, a adenosina continua ali, mas não sentimos tanto sono. E, quando a cafeína acaba, a nossa necessidade de dormir aumenta.

meia-vida da cafeína é de cerca de três a seis horas. Ou seja, metade da cafeína que consumimos permanece no nosso corpo após esse período e, o mais importante, ela ainda afeta a adenosina.

É por isso que, para muitas pessoas, a ingestão de cafeína à tarde ou no início da noite pode dificultar o sono noturno.

O que são sonhos vívidos?

Os sonhos vívidos são aqueles que parecem reais. Eles podem ser incrivelmente claros e detalhados.

Muitas vezes, eles envolvem imagens e emoções fortes. Esses sonhos podem ser tão intensos que, às vezes, conseguimos nos lembrar deles por muito tempo depois de acordar.

Os sonhos estão intimamente relacionados à qualidade do sono (Crédito: Getty Images)

Ao interferir com a sinalização da adenosina, a cafeína também pode deixar o nosso sono mais interrompido e reduzir o período de tempo total que passamos dormindo.

Isso vale especialmente para o sono sem movimento rápido dos olhos (NREM, na sigla em inglês), que é profundo e restaurador.

De forma geral, as pesquisas demonstram claramente que, quanto mais tarde ingerirmos cafeína e quanto maior a sua quantidade, pior será para o nosso sono.

Não existem muitas pesquisas diretas sobre a relação entre a redução da cafeína e os sonhos mais vívidos. A maioria dos estudos se concentra em como a cafeína afeta o sono, não no que acontece nos nossos sonhos.

Mas isso não significa que estamos totalmente no escuro. Sabemos que existe forte relação entre a qualidade do sono e os nossos sonhos.

Por que menos cafeína pode trazer menos sonhos vívidos?

Não há comprovação direta, mas as pessoas continuam defendendo o mesmo ponto: se elas reduzirem a cafeína, em questão de algumas noites, seus sonhos começam a parecer mais intensos, detalhados ou apenas totalmente estranhos.

A redução da cafeína não causará diretamente sonhos vívidos, mas existe uma ligação plausível.

Como a cafeína pode reduzir o sono total e aumentar a quantidade de vezes em que acordamos à noite, especialmente quando consumida mais para o final do dia, reduzir a substância pode causar "efeito rebote" no corpo.

Ou seja, quando conseguimos mais sono, isso pode aumentar a nossa quantidade de sono REM (movimento rápido dos olhos, na sigla em inglês).

O sono REM é uma fase em que o nosso corpo está relaxado, mas o nosso cérebro está muito ativo. Também é o estágio do sono associado aos sonhos.

Mais sono REM pode aumentar as oportunidades para que o nosso cérebro produza sonhos vívidos e elaborados.

Pesquisas entre veteranos de guerra concluíram que as pessoas que têm maior percentual de sono REM apresentam maior probabilidade de relatar sonhos vívidos.

O sono REM também é a fase do sono em que temos maior probabilidade de acordar durante a noite. E, se acordarmos do sono REM, provavelmente iremos nos lembrar dos nossos sonhos, já que eles estarão "frescos" na nossa memória.

Evitar a ingestão de cafeína pelo menos oito horas antes da hora de dormir pode melhorar o nosso sono e trazer sonhos surpreendentes (Crédito: Getty Images)

Por isso, reduzir a cafeína pode aumentar a nossa quantidade de sono REM, o que significa mais oportunidades para sonhar e nos lembrarmos dos nossos sonhos.

É claro que o sono é um fenômeno complexo, da mesma forma que os sonhos. Nem todos começarão subitamente a ter sonhos intensos depois de abandonar a cafeína e o efeito poderá durar apenas alguns dias ou semanas.

A questão é que não existem muitas evidências significativas que relacionem a redução da cafeína aos sonhos vívidos. Mas poderá haver alguma associação.

A cafeína afeta o nosso sono. O sono afeta os nossos sonhos. E, quando retiramos a cafeína da equação ou a reduzimos, o nosso cérebro poderá ter a possibilidade de passar mais tempo em sono REM.

Tudo é questão de horários

Quando pensamos em cafeína, costumamos nos lembrar do café e das bebidas energéticas. Mas a substância também pode ser encontrada em refrigerantes, chocolate, chá, balas, suplementos esportivos e medicamentos.

A cafeína traz diversos benefícios, por exemplo, para as funções cognitivas e a saúde mental.

Estudos demonstraram que as pessoas que tomam café apresentam menor risco de depressão. A cafeína também está associada à redução do risco de doenças neurodegenerativas, como mal de Parkinson.

O café contém ainda vitaminas do complexo B e antioxidantes, que são componentes essenciais para uma alimentação saudável.

Para pessoas que trabalham em turnos, particularmente à noite, a cafeína, muitas vezes, é uma forma de gerenciar o cansaço. E mesmo as pessoas que não trabalham em turnos podem não conseguir iniciar as tarefas diárias sem aquela primeira (ou segunda) xícara de café.

Se você não estiver disposto a eliminar totalmente a cafeína, mas quiser otimizar seu sono, tudo é questão de horários.

Tente evitar a cafeína por pelo menos oito horas antes da hora de dormir e não consumir grandes doses em até 12 horas antes de ir para a cama.

Com isso, seu sono pode agradecer e seus sonhos podem ser simplesmente surpreendentes.

* Charlotte Gupta é pesquisadora do sono da Universidade CQ, na Austrália.

*Carissa Gardiner é pesquisadora em pós-doutorado em desempenho esportivo, recuperação, lesões e novas tecnologias da Universidade Católica Australiana.

*Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cre5xjegp20o

O dia em que santa Teresa D’Ávila venceu o demônio com o poder da água benta

Santa Teresa D’Ávila | Wikimedia Commons

Por Redação central*

15 de out de 2025 às 01:00

Santa Teresa D’Ávila é uma religiosa, mística e doutora da Igreja do século XVI, que em suas memórias relatou como, após uma longa experiência, aprendeu que “não há coisa de que os demônios fujam mais, para não mais voltar, do que a água benta”.

O que não é tão conhecido são as experiências que a levaram a essa conclusão, que a santa descreve em sua autobiografia, o “Livro da vida”.

“Eu estava certa vez num oratório e me apareceu, do lado esquerdo, uma figura abominável; percebi especialmente a boca, porque falava: era horrível. Parecia que lhe saía do corpo uma grande chama, muito clara, sem nenhuma sombra. Disse-me, aterrorizando-me, que eu me livrara de suas garras, mas que voltaria a elas”, revelou Santa Teresa no início do capítulo 31 de sua obra.

Em seguida, assustada, tentar espantá-lo com o sinal da Cruz. O demônio a abandonou, mas logo voltou. Isso aconteceu várias vezes, até que notou que tinha água benta perto: “Isso me aconteceu por duas vezes. Não sabendo o que fazer, peguei da água benta que ali havia e lancei-a para onde essa figura se encontrava. Ela nunca mais voltou”.

Em outro momento, santa Teresa escreveu que o demônio esteve cinco horas a atormentando “com dores e desassossegos interiores e exteriores tão terríveis que pensei não poder suportar. As pessoas que estavam comigo ficaram espantadas e não sabiam o que fazer, nem eu a que recorrer”.

A santa admitiu que só encontrou alívio depois de pedir água benta e jogá-la no local onde viu um demônio perto. É na explicação desse fato que é dada a conhecer a sua citação mais famosa.

“A partir de muitos fatos, obtive a experiência de que não há coisa de que os demônios fujam mais, para não mais voltar, do que da água benta. Eles também fogem da cruz, mas retornam. Deve ser grande a virtude da água benta”, assinalou.

Mais tarde, assegurou que conheceu o consolo da alma depois de tomar a água, o que lhe gerou “uma espécie de deleite interior” que a confortava.

“Não se trata de ilusão nem de coisa que só aconteceu uma vez, mas sim de algo frequente que tenho observado com cuidado. Digamos que seja como se a pessoa estivesse com muito calor e sede e bebesse um jarro de água fria, sentindo todo o seu corpo refrescar. Penso em quão importante é tudo o que a Igreja ordena, e alegra-me muito ver que tenham tanta força as palavras que comunica à água benta para que esta fique tão diferente da comum”, continuou.

Santa Teresa D’Ávila conta muitas outras histórias sobre o poder da água benta no restante do capítulo.

*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte\; https://www.acidigital.com/noticia/49871/o-dia-em-que-santa-teresa-d%E2%80%99avila-venceu-o-demonio-com-o-poder-da-agua-benta

Papa: o otimismo pode decepcionar, a esperança promete e cumpre

Audiência Geral, 15/10/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 15/10, Leão XIV refletiu sobre a diferença entre otimismo e esperança. Diante de milhares de peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Santo Padre convidou todos a redescobrir na Ressurreição a fonte viva que sacia a sede mais profunda do coração humano.

Thulio Fonseca – Vatican News

A Praça São Pedro acolheu, nesta quarta-feira, 15 de outubro, cerca de 60 mil fiéis reunidos para participar da Audiência Geral com o Papa Leão XIV. Sob um céu outonal e um clima de alegria, o Santo Padre percorreu todo o recinto a bordo do papamóvel, saudando as famílias, as crianças e os grupos de peregrinos que o aclamavam com entusiasmo.

Ao iniciar sua catequese, inserida no ciclo dedicado ao Ano Jubilar, o Santo Padre recordou que “até este momento percorremos a vida de Jesus, seguindo os Evangelhos, desde o seu nascimento até sua morte e ressurreição. Ao fazê-lo, nossa peregrinação de esperança encontrou seu fundamento firme, seu caminho seguro”. Leão XIV explicou que, nesta etapa final do percurso, o olhar da fé se volta para a luz da Páscoa, “que derrama sua luz salvadora em contato com a realidade humana e histórica atual, com suas interrogações e desafios”.

A sede de plenitude que habita o coração humano

O Papa deteve-se sobre a tensão paradoxal presente na experiência humana: “Nossas vidas são marcadas por inúmeros acontecimentos, repletos de nuances e experiências diversas. Às vezes nos sentimos alegres, outras vezes tristes... Vivemos vidas ocupadas, alcançamos objetivos elevados e prestigiados, mas continuamos suspensos, inseguros, à espera de sucessos e reconhecimentos que demoram a chegar, ou nunca chegam.” E acrescentou: “Gostaríamos de ser felizes, mas é muito difícil alcançar isso de forma constante e sem sombras... Sentimos, no fundo, que sempre nos falta algo.”

Papa Leão XIV durante a Audiência Geral   (@Vatican Media)

Nesse contexto, o Papa recordou que “não fomos criados para a falta, mas para a plenitude, para viver a vida e a vida em abundância”. Esse desejo de plenitude, explicou o Pontífice, só pode ser plenamente satisfeito em Cristo:

“Esse desejo profundo do nosso coração pode encontrar sua resposta final não em cargos, nem no poder, nem nas posses, mas na certeza de que há Alguém que garante esse impulso constitutivo da nossa humanidade; na certeza de que essa expectativa não será desiludida nem frustrada. Essa certeza coincide com a esperança. Isso não significa pensar com otimismo: o otimismo muitas vezes nos decepciona, quando vemos nossas expectativas ruírem, enquanto a esperança promete e cumpre.”

Cristo, fonte viva que jamais seca

“O Ressuscitado é a fonte viva que nunca seca nem sofre alterações. Ela permanece sempre pura e pronta para quem tem sede”, declarou Leão XIV, ao ilustrar a ação transformadora da Ressurreição de Cristo: “Pensemos em uma fonte de água. Quais são suas características? Ela sacia e refresca as criaturas, irriga a terra e as plantas e torna fértil e vivo o que, de outra forma, permaneceria árido. Refresca o viajante cansado, oferecendo-lhe a alegria de um oásis de frescor. Sem água, não podemos viver.” E, partindo dessa comparação, Leão XIV exortou:

“Irmãs e irmãos, Jesus Ressuscitado é a garantia dessa chegada! Ele é a fonte que sacia nossa sede ardente, a sede infinita de plenitude que o Espírito Santo infunde em nossos corações. A Ressurreição de Cristo, de fato, não é um simples acontecimento na história humana, mas o acontecimento que a transformou desde o seu interior.”

Leão XIV saudou os fiéis presentes na Praça São Pedro   (@Vatican Media)

Companheiro de caminho e meta final

O Papa sublinhou ainda que “Jesus Ressuscitado não lança uma resposta ‘do alto’, mas torna-se nosso companheiro nessa viagem, muitas vezes cansativa, dolorosa e misteriosa. Só Ele pode encher de água nossa garrafa vazia quando a sede se torna insuportável.”

“Sem o seu amor, a viagem da vida tornar-se-ia uma peregrinação sem destino”, afirmou. “O Ressuscitado garante nossa chegada, conduz-nos para casa, onde somos esperados, amados e salvos.”

A esperança que nasce da Ressurreição

Ao concluir sua catequese, o Santo Padre convidou os fiéis a deixarem-se transformar pela esperança pascal, pois caminhar com Jesus ao nosso lado “significa experimentar ser sustentados apesar de tudo, saciados e fortalecidos nas provações e nas dificuldades que, como pedras pesadas, ameaçam bloquear ou descarrilar nossa história”. E completou:

“Caríssimos, que da Ressurreição de Cristo brote a esperança que nos faz saborear, apesar das fadigas da vida, uma profunda e alegre serenidade, aquela paz que só Ele poderá nos dar no fim, sem fim.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Das Instruções de São Columbano, abade

Crédito: Liturgia das Horas Online

Das Instruções de São Columbano, abade

(Instr. Decompunctione,12,2-3: Opera, Dublin 1957, pp. 112-114)     (Séc.VI)

Luz perene no templo do Pontífice eterno  

Que felizes, que ditosos aqueles servos que o Senhor ao voltar encontrar vigilantes! (Lc 12,37). Preciosa vigília pela qual se mantém alerta para Deus, criador do universo, que tudo penetra e tudo supera!

Oxalá também a mim, embora vil, mas, seu mínimo servo, se digne de tal forma sacudir-me do sono da inércia, acender o fogo da caridade divina. Que a chama de seu amor, o desejo de união com ele cintilem mais que os astros e sempre arda dentro de mim o fogo divino!

Quem me dera serem tais os méritos, que minha lâmpada estivesse sempre acesa, à noite, no templo de meu Senhor, para iluminar todos os que entram na casa de meu Deus! Senhor, concede-me, eu te rogo, em nome de Jesus Cristo, teu Filho e meu Deus, aquela caridade que não conhece ocaso, a fim de que minha lâmpada possa acender-se e jamais se apague. Arda para mim, ilumine os outros.

Que tu, Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender nossas lâmpadas, de modo a refulgirem para sempre em teu templo, receberem perene luz de ti, que és a luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós as trevas no mundo. Entrega, rogo-te, meu Jesus, Pontífice das realidades eternas, tua luz à minha candeia, para que por esta luz se manifeste a mim o santo dos santos que te possui, ali entrando pelos umbrais de teu templo magnífico, e onde somente e sem cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja eu apenas diante de ti, amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre resplenda, se abrase.

Suplico tenhas a condescendência de te mostrares, amado Salvador, a nós que batemos à tua porta para que, conhecendo-te, só a ti amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos dia e noite, sempre pensemos em ti. Inspira em nós tanto amor por ti quanto é justo que sejas, ó Deus, amado e querido. Teu amor invada todo o nosso íntimo, teu amor nos possua por inteiro, tua caridade penetre em nossos sentidos todos. Deste modo, não saibamos amar coisa alguma fora de ti, que és eterno. Uma caridade tamanha que nem as muitas águas do céu, da terra e do mar jamais a possam extinguir em nós, conforme a palavra: E as muitas águas não puderam extinguir o amor (Ct 8,7).

Que tudo se realize em nós, ao menos em parte, por teu dom, Senhor nosso, Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

8 passos para que as famílias vivam voltadas para o amor

AYO Production | Shutterstock

Mar Dorrio - publicado em 10/10/25

Dom José Ignacio Munilla, bispo de Orihuela-Alicante, inspirando-se no caminho da “pequena via” de Santa Teresinha do Menino Jesus, ofereceu um roteiro espiritual para as famílias cristãs.

Em Guadarrama, na serra de Madri, reuniu-se o movimento Famílias pelo Reino de Cristo. Um dos momentos mais esperados foi a intervenção de Dom Munilla, que encorajou os presentes a se consagrarem ao amor, seguindo o caminho da pequena via de Santa Teresinha. Inspirado no livro Caminho de santidade, ele apresentou oito chaves, simples e exigentes ao mesmo tempo, que desenham uma verdadeira rota para quem deseja viver de frente para Deus.

Passos para viver voltados para o amor

1 - AMAR A DEUS É AMAR A SUA VONTADE

PeopleImages.com - Yuri A | Shutterstock

O bispo recordou que o amor verdadeiro não se mede em palavras, mas em obediência. Uma mãe pode repetir ao filho “eu te amo muito”, mas, se nunca atende ao que ele precisa, esse amor fica vazio. Deus não nos pede emoções passageiras, mas entrega real. “Temos que sonhar em ser aquele brinquedo inútil nas mãos do Senhor”, sublinhou.

2 - PARA FAZER A SUA VONTADE, É PRECISO OLHAR PARA ELE

A vida cristã não se improvisa: ou seguimos de perto os passos de Jesus, ou corremos o risco de nos perder.

3 - APRENDER A ENTREGAR TUDO, ATÉ MESMO A PRÓPRIA MISÉRIA

Amar é doar-se sem reservas e com alegria. Mas também com realismo: nosso coração, comparou Munilla, é como um chiclete que se apega a tudo, até às coisas boas. Por isso, não podemos nos deter nos instrumentos — nem mesmo nos mais santos —, mas entregar o coração somente ao Senhor.

4 - A ABNEGAÇÃO COMO CAMINHO DE LIBERTAÇÃO

“Nosso grande rival somos nós mesmos”, afirmou o bispo. A felicidade é uma subida íngreme, enquanto a infidelidade é uma descida fácil. Cada mortificação — governar os olhos, a boca, os impulsos — é um presente que se transforma em carícia a Deus e vai educando o paladar espiritual: quanto mais se saboreia o Senhor, menos atraem as coisas da terra.

5 - SUPERAR O MEDO QUE NASCE DA DESCONFIANÇA

A dúvida e o medo ofendem, porque fecham o coração à graça. “Cada ato de confiança é uma carícia ao Senhor; vencer os medos é beijar a mão que nos golpeia”, lembrou, citando Padre Pio.

6 - POBREZA ESPIRITUAL UNIDA À ESPERANÇA

Não se trata de puro voluntarismo, mas de deixar que seja Cristo quem impulsiona nossas ações.

7 - RECONHECER A BELEZA DA VIDA ESCONDIDA EM CRISTO

Web | Aleteia

“A verdadeira sabedoria é querer ser esquecidos”, explicou Munilla evocando Santa Teresinha, convencida de que a vaidade é como um vidro manchado que impede a passagem da luz.

8 - PURIFICAÇÃO E CONSAGRAÇÃO AO AMOR

“Ocupa-te do meu amor”, diz o Senhor, porque não há órfão mais necessitado do que Ele. Não basta uma amabilidade formal, mas sim um amor real que tudo penetra.

O encontro terminou com a certeza de que a missão começa no oculto, no ordinário. Como destacou o bispo, vivemos tempos em que muitas barreiras ideológicas já caíram, mas ainda permanece a verdadeira revolução pendente: a conversão do coração.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/10/8-passos-para-que-as-familias-vivam-voltadas-para-o-amor/

Capela do milagre da beatificação de São Carlo Acutis é elevada a santuário

Dom Dimas fazendo uma oração diante das imagens de Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis na elevação do novo santuário de Campo Grande | Instagram/Paróquia São Sebastião

Por Monasa Narjara*

13 de out de 2025 às 16:28

A capela Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis em Campo Grande (MS), conhecida como capela do milagre da beatificação de Carlo Acutis, foi elevada a santuário ontem (12) pelo arcebispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa. É o primeiro santuário do mundo dedicado a São Carlo Acutis.

Capela Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis (G1 - Globo)

“Este santuário terá como finalidade principal fomentar a piedade mariana, a devoção à São Carlo Acutis, o amor à Sagrada Eucaristia e acolhida aos peregrinos, especialmente aos jovens”, escreveu dom Dimas em seu decreto.

Capela Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis (G1 - Globo)

São Carlo Acutis foi canonizado em 7 de setembro, pelo papa Leão XIV, em uma missa na praça de São Pedro, no Vaticano. Ele é o primeiro santo millennial, a geração dos nascidos do início de 1980 e meados de 1990. Acutis é conhecido como "ciberapóstolo da Eucaristia", "apóstolo dos millennials" e, mais recentemente, "apóstolo da Internet", porque foi um divulgador de milagres eucarísticos por meio da internet, tendo criado um site com essa finalidade. O jovem dizia que a Eucaristia era sua autoestrada para o céu. Ele nasceu no dia 3 de maio de 1991, em Londres, Reino Unido, e viveu sua infância e juventude em Milão, Itália, para onde sua família havia voltado. Ele morreu aos 15 anos de leucemia em 12 de outubro de 2006, dia de Nossa Senhora Aparecida, e foi beatificado em 2020 em Assis, na Itália.

Dom Dimas ainda disse em seu decreto que a capela dedicada a Nossa Senhora Aparecida da paróquia São Sebastião “têm sido ao longo dos anos um centro de piedade e de intensa devoção à São Carlo Acutis”, especialmente porque nessa Igreja ocorreu “o milagre que tornou possível” a beatificação de Carlo e por ser um “lugar peculiar de peregrinação, oração e graças alcançadas”, ele reconheceu o novo santuário como um “espaço de particular relevância para a vida espiritual do povo de Deus”, visto “que a canonização de São Carlo Acutis” ocorrida em 7 de setembro, “suscitou grande fervor em outros fiéis, especialmente os jovens, tonando-se ele exemplo luminoso de santidade na vida ordinária e de amor à Eucaristia”.

Carlo Acutis, disse dom Dimas em sua homilia, não é “um santo só dos jovens, pelo contrário, a devoção à Carlo Acutis ela se desenvolve em todas as idades” e ressaltou: “É uma coisa curiosa isso”.

 O arcebispo também enfatizou que “a vida de Carlo Acutis tem muito a ver com o Brasil”, visto que “o primeiro milagre acontecido aqui: 12 de outubro, o dia escolhido para ser a sua memória: 12 de outubro”.

“Aliás, esse talvez seja um elemento que a gente deva recorrer agora para que autorize no Brasil, até a festa de Carlo Acutis, a ser celebrada em outro dia, porque não tem como depor Nossa Senhora, no lugar dela colocar um outro”, pontuou dom Dimas destacando que “ao longo da história, os santos de uma maneira geral, sempre tiveram uma grande devoção por Nossa Senhora” e “Carlo Acutis não era diferente”.

“Se é tarefa do Espírito Santo fabricar os santos, vejam que Nossa Senhora dá uma colaboração importantíssima em tudo isso. Porque ela não intercede por nós apenas contra as insídias externas ou contra as intrigas palacianas que podem ser dentro ou fora da Igreja, mas ela intercede também pela nossa própria santificação”, disse Barbosa ressaltando que, “se os santos tiveram grande devoção para com Nossa Senhora, isso para nós é um grande testemunho de que ela deve ocupar dentro da Igreja um lugar cada vez mais especial”.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64957/capela-do-milagre-da-beatificacao-de-sao-carlo-acutis-e-elevada-a-santuario

ESTUDOS: Dante, os dois poderes, cupiditas (Parte 1/2)

Dante Alighieri, afresco de Luca Signorelli, na Capela de São Brizio da Catedral de Orvieto. Ao fundo, o incipit do Códice Latino Palatino do Vaticano de 1729, contendo a Monarquia e as Epístolas, preservado na Biblioteca do Vaticano | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 12 - 1999

Dante, os dois poderes, cupiditas

Uma comparação entre Augusto Del Noce e Étienne Gilson sobre a filosofia política de Alighieri.

por Massimo Borghesi

Del Noce e Noventa: o “anticlericalismo” de Dante

Augusto Del Noce tem repetidamente recordado a dívida especulativa contraída com o “tomismo existencial” de Étienne Gilson, tanto nas suas principais obras como em ensaios específicos (1) . Menos conhecido, também devido ao material inédito ainda em publicação, é o desacordo entre os dois pensadores quanto à filosofia política de Dante.

Del Noce interessou-se pelo Dante "político" a partir da década de 1870, quando, pensando na Democracia Cristã da época, na mistura de secularismo e clericalismo na política católica, almejou, à luz das reflexões de Giacomo Noventa, um anticlericalismo de tipo dantesco . «Se», escreveu ele, «clericalismo significa politização do clero coincidindo com a fraqueza da religião e a perda de autoridade moral do próprio clero, talvez nunca o fenômeno tenha se apresentado de forma tão acentuada e tão religiosamente perigosa; porque tal politização coincide em suas últimas consequências com o que hoje se chama de concepção "horizontal", voltada para as realidades terrenas, da vida religiosa […]. Segue-se que, de um ponto de vista religioso, há hoje mais necessidade do que nunca de um anticlericalismo de tipo dantesco; que, aliás, foi concebido em tempos em que se aproximava uma crise religiosa que não deixa de ter analogia com a atual» (2) .

Esta avaliação encontrou apoio na própria concepção de Noventa, segundo a qual "o clericalismo é o vício e o perigo de todas as religiões e não consiste em afirmar as necessidades do clero, do culto, da confissão, da palavra, que todas as religiões corretamente reconhecem, mas em proclamar sua suficiência , [...] isto é, consiste em atribuir ao clero a tarefa de ser religioso também para nós, de defender a religião também para nós, e em atribuir a eles todos os deveres e todos os direitos que derivam disso" (3) .

Daí a transformação da realidade religiosa em poder político diante do qual, como reação, se afirma um "anticlericalismo católico", que encontra um ponto de referência essencial em Dante. No artigo de 1971, Dante e nosso problema metapolítico , Del Noce, sempre seguindo Noventa, vislumbrou em Dante, em sua correta compreensão, o nó não resolvido da história italiana após a Unificação. As leituras secular-racionalistas de Maquiavel e Bruno, lidas pelos fundadores da nova Itália, foram incapazes de situar Dante.

Tampouco a leitura de Giovanni Gentile foi mais persuasiva, para quem a reforma político-religiosa de Dante era hostil ao protestantismo e, ao mesmo tempo, crítica ao catolicismo. Na realidade, segundo Del Noce, "não é que Dante pretenda combater a cupiditas do clero para salvar a autonomia do Estado; antes, 'trata-se da luta contra a cupiditas '"., a necessidade de permear plenamente a vida pública com a religião que o leva à distinção de ordens”. Ou ainda: o ponto central de seu pensamento, aquele que o leva a superar tanto o guelfismo quanto o gibelinismo é “a intuição da concordância entre a afirmação da autonomia do Império, até então sustentada por pensadores heterodoxos, e a da purificação da Igreja afirmada por escritores espirituais”, o que está em consonância com o que o melhor intérprete da filosofia de Dante, Gilson, define como o traço singular e único de seu pensamento, irredutível a qualquer fonte» (4) . Del Noce referiu-se assim à obra de Gilson, como o «melhor intérprete da filosofia de Dante», cuja reflexão foi entregue em Dante et la philosophie (Paris 1939) e no capítulo sobre Dante contido em Les metamorfoses de la cité de Dieu (Paris 1952).

Em uma apresentação do pensador francês, escrita em 1971 para a Em sua Enciclopédia Dante Del Noce observou que, ao explicar a relação entre Igreja e Império, teologia e filosofia, "Gilson critica as tentativas de reduzir a posição de Dante à tomista ou averroísta. Para São Tomás, toda hierarquia de dignidade é ao mesmo tempo uma hierarquia de jurisdição, enquanto para Dante – exceto para Deus – uma hierarquia de dignidade nunca é o fundamento de uma hierarquia de jurisdição, e isso corresponde ao problema filosófico específico de Dante, que não é tanto o de definir a essência da filosofia, mas o de determinar suas funções e jurisdições. O princípio ao qual essa determinação obedece é absolutamente inconciliável com o tomismo.

São Tomás conhece apenas um fim último: a bem-aventurança eterna, que só pode ser alcançada por meio da Igreja; além disso, a espiritualidade do fim último implica que entre o poder temporal e o espiritual existe a subordinação hierárquica dos meios ao fim. Para Dante, no entanto, o homem pode obter, por meio do exercício das virtudes políticas, uma felicidade humana completamente distinta da bem-aventurança celestial, mesmo que esta represente um objetivo superior. A tese do “duo última” legitima a distinção completa entre a ordem política e a ordem religiosa, igualmente universal à da Igreja, mas autônoma e visando um fim de felicidade terrena» (5) . Esta tese, segundo Gilson, não pode ser rastreada até o averroísmo, mas sim até a influência exercida sobre Dante pela sua leitura da Ética a Nicómaco de Aristóteles 

É. Gilson: a “singularidade” de Dante e o fim da Idade Média

A "singularidade" do pensamento político de Dante, nem agostiniano – no sentido do "agostinianismo político" da Idade Média – nem tomista nem averroísta, emerge, portanto, segundo Del Noce, precisamente dos estudos de Gilson. O que o autor não diz, contudo, em sua breve apresentação do erudito francês contida na Enciclopédia Dante , é que essa mesma singularidade constitui um problema para Gilson, uma rocha diante da qual, em sua opinião, a unidade teológico-política da Idade Média se estilhaçaria. 

A separação da Igreja e do Império por Dante "pressupõe necessariamente a separação da teologia e da filosofia; por essa razão, assim como ele havia dividido a unidade do cristianismo medieval em dois pedaços, Dante estilhaça ao meio a unidade da sabedoria cristã, o princípio unificador e o vínculo do cristianismo. Em ambos os pontos vitais, esse autoproclamado tomista feriu mortalmente a doutrina de São Tomás de Aquino" (6) . 

Esta é uma oposição que, segundo Gilson, não é solucionável. «Entre o Papa de São Tomás , que tem o poder supremo , e o Papa de Dante, excluído de qualquer controle do poder temporal, é necessário escolher: é impossível conciliá-los» (7) . A «divisão doutrinal que separa os seguidores da supremacia temporal dos papas e seus adversários não se dá entre Roger Bacon e Tomás de Aquino, mas entre Tomás de Aquino e Dante. Sob a pressão da paixão política de Dante, a unidade do cristianismo medieval governado pelos papas é abruptamente quebrada no meio» (8) . Para Tomás «…summo Sacerdoti, successi Petri, Christi vicar, Romano Pontifici, cui omnes reges populi christiani oportet esse subditos, sicut ipsi Domino nostro Iesu Christo» ( De regimine Principum I, 14). Para Dante, "Summus namque Pontifex, Domini nostri Iesu Christi vicarius et Petri successor, cui non quicquid Christo sed quicquid Petro debemus" ( Monarchia III, 3). Ambos, portanto, reconhecem a supremacia real de Cristo tanto no reino espiritual quanto no temporal, mas Tomás afirma que essa dupla realeza é transmitida por Cristo a Pedro e seus sucessores; Dante, ao contrário, afirma que a soberania temporal não se estende aos papas. 

A supremacia que Dante reconhece no papa, a da paternidade , não se traduz em uma ordem hierárquico-metafísica. Desse ponto de vista, revisitar o universo político de Dante a partir de uma perspectiva tomista só pode levar a mal-entendidos: "O que é próprio do pensamento de Dante, de fato, é a eliminação da subordinação da autoridade. Em São Tomás, a distinção real das ordens estabelece e exige sua subordinação; em Dante, ela a exclui. 

Portanto, não estamos diante de um mundo pagão e de um mundo cristão, mas de duas imagens diferentes do mundo cristão." (9) Para Gilson, não há dúvida sobre qual dos dois é mais apropriado ao horizonte cristão. Na realidade, segundo o autor, a concepção dantesca das duas ordens se baseia em um pressuposto. A concepção dantesca de um fim natural do homem, afirmado em sua universalidade graças à filosofia de Aristóteles, só é possível a partir da unificação do mundo realizada pela fé. A unidade da razão "natural" é, isto é, o produto histórico da unidade cristã alcançada por meio da Igreja. Dessa forma, "embora remontando à Roma de Augusto, a monarquia universal de Dante é uma cópia temporal daquela sociedade universal que é a Igreja" (10) . Por um "curioso efeito rebote, Dante só conseguiu colocar um monarca universal à frente do papa universal concebendo esse mesmo monarca como uma espécie de papa. Um papa temporal, certamente, e ainda assim o chefe de uma espécie de comunidade católica natural, provida de seus dogmas pela moral de Aristóteles e guiada em direção ao seu objetivo final específico pela autoridade de um único pastor" (11) . Nessa duplicação da esfera espiritual na temporal, "com a ingratidão para com a fé que os homens tantas vezes demonstram, a filosofia de Dante se apoiava no que devia à Revelação cristã para justificar sua intenção de prescindir dela no futuro" (12).

NOTA 

1) Ver A. Del Noce, A redescoberta do tomismo em Étienne Gilson e seu significado atual , em AA. VV., Estudos em honra de Gustavo Bontadini , Milão 1975, pp. Gilson e Chestov , em AA. VV., Existência, Mito, Hermenêutica, 2 vols., Pádua 1980, vol. Assim Gilson removeu os selos de São Tomás , em 30Giorni , n. 6, junho de 1984, pp. 52-54. 

2) A. Del Noce, Giacomo Noventa. Dos erros da cultura às dificuldades da política , em L'Europa , IV, 7 de fevereiro de 1970 (agora em A. Del Noce, Revolution Risorgimento Tradition , editado por F. Mercadante, A. Tarantino, B. Casadei, Milão 1993, pp. 116-117). 

3) G. Noventa, Caffè greco , Florença 1969, p. 144. 

4) A. Del Noce, Dante e nosso problema metapolítico , in L'Europa , V, 30 de abril de 1971 (agora em A. Del Noce, Revolution Risorgimento Tradition op. cit. , p. 323). 

5) A. Del Noce, Gilson Étienne , in Enciclopédia dantesca , vol. III, Roma 1971, p. 33. 

6) É. Gilson, Dante e a filosofia, trad. isto., Milão 1987, p. 195.

7) Ibid ., pág. 170.

8) Ibid ., pág. 194.

9) Ibid ., pp.

10) É. Gilson, A Cidade de Deus e Seus Problemas , trad. isto., Milão 1959, p. 153.

11)É. Gilson, Dante e a Filosofia op. cit. , pág. 166.

12)É. Gilson, A Cidade de Deus e Seus Problemas op. cit. , pág. 155.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Leão XIV preside missa com canonização de 7 beatos em 19 de outubro

Papa Leão XIV (Vatican Media)

Os novos santos serão: o bispo turco Inácio Maloyan, o catequista da Papua Nova Guiné Pedro To Rot, os venezuelanos José Gregorio Hernández Cisneros e Carmen Rendiles Martínez, e os italianos Bartolo Longo, Maria Troncatti e Vincenza Maria Poloni. O Papa vai presidir a celebração eucarística no Dia Mundial das Missões com o rito de canonização na Praça São Pedro às 10h30 na Itália, 5h30 no Horário de Brasília, com transmissão ao vivo dos canais do Vatican News e comentários em português.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV vai presidir a celebração eucarística com o rito de canonização de 7 beatos em 19 de outubro, na Praça São Pedro, Dia Mundial das Missões. A missa com transmissão ao vivo dos canais do Vatican News e comentários em português começa às 10h30 do horário local, 5h30 no Horário de Brasília. A informação foi divulgada pelo Departamento de Celebrações Litúrgicas Pontifícias. Segundo comunicado assinado pelo mestre de Cerimônias Litúrgicas Pontifícias, Mons. Diego Ravelli, os novos santos serão: Inácio Maloyan, Pedro To Rot, Vincenza Maria Poloni, Carmen Rendiles Martínez, Maria Troncatti, José Gregorio Hernández Cisneros e Bartolo Longo.

Inácio Choukrallah Maloyan nasceu na Turquia em 1869, foi bispo de Mardin dos Armênios e morto durante ações violentas contra os cristãos perpetradas naquela região. Por se recusar a abraçar outra fé, foi fuzilado junto com muitos outros correligionários. Na prisão, chegou a consagrar o pão para o conforto espiritual dos companheiros. Ele foi beatificado em 2001 pelo Papa João Paulo II. Segundo o Dicastério das Causas dos Santos, em vista da canonização e reconhecendo a atualidade do seu exemplo, foi acolhida a súplica feita por Sua Beatitude Raphaël Bedros XXI Minassian, Católicos, Patriarca da Cilícia dos Armênios Católicos, em fevereiro de 2024, dispensando o estudo de um suposto milagre, junto à documentação que ilustra os motivos que sustentam a canonização. A devoção a Maloyan é particularmente forte pela Igreja Católica Armênia e há provas da sua intercessão, manifestada pela obtenção de graças materiais e espirituais.

Pedro To Rot nasceu na Papua Nova Guiné em 1912. Mártir, pai de família e catequista, foi preso durante a Segunda Guerra Mundial por ter perseverado em seu ministério e sofreu o martírio com uma injeção de veneno letal. Ele foi beatificado por João Paulo II em 1995. Em 2024, os bispos do país e também das Ilhas Salomão fizeram um pedido para dispensar o primeiro beato de Papua do milagre para seguir com a canonização, o que foi acolhido junto a muitas provas que demonstraram a dificuldade de constatação do mesmo.

Vincenza Maria Poloni nasceu na Itália em 1802. Fundadora do Instituto das Irmãs da Misericórdia; o carisma do Instituto foi marcado pela sua experiência, que se dedicou constantemente a assistir doentes, idosos e órfãos até à morte após anos de tratamento de um câncer. A Venerável em 2006 foi beatificada por Papa Bento XVI em 2008.

Carmen Elena Rendíles Martínez nasceu na Venezuela em 1903. Religiosa, fundadora das Irmãs Servas de Jesus (Servas de Jesus da Venezuela); confiando em Deus, abria seu coração a todos, sobretudo aos pobres. Também os sacerdotes eram objeto de sua devoção e de seus cuidados e, para muitos, tornou-se conselheira sábia e maternal. Junto com suas irmãs, serviu com amor nas paróquias, nas escolas e ao lado dos mais necessitados. Ela foi beatificada pelo Papa Francisco em 2018.

Maria Troncatti nasceu na Itália em 1883. Religiosa, religiosa professa da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora e missionária: enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial, partiu depois para o Equador, onde se dedicou inteiramente ao serviço das populações da selva, na evangelização e na promoção humana. Em uma viagem que a levaria a Quito, em 1969, ela morreu tragicamente após o avião cair logo depois da decolagem. Ela foi beatificada por Papa Bento XVI em 2012.

José Gregorio Hernández Cisneros nasceu na Venezuela. Leigo, bacharel em Filosofia e médico de profissão, dedicou-se a ajudar os mais necessitados, sendo chamado de “o médico dos pobres” e testemunho do amor eucarístico através do seu compromisso com os vulneráveis. Morreu vítima de um acidente de carro, em 1919, enquanto se deslocava para atender um doente. Ele foi beatificado por Papa Francisco em 2021.

Bartolo Longo nasceu na Itália em 1841. Leigo, dedicado ao culto mariano e à educação cristã dos agricultores e das crianças, fundou, com a ajuda da esposa, o Santuário do Rosário em Pompeia e a Congregação das Irmãs que leva o mesmo nome. Foi definido como o "apóstolo do Rosário" e "instrumento da Providência" na defesa da fé cristã. Ele foi beatificado em 1980 pelo Papa João Paulo II.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

5 dicas para lidar com o estresse

O Cortisol não é o inimigo — é o que nos ajuda a acordar, ficar alerta e lidar com os desafios. O segredo é mantê-lo em equilíbrio e não eliminá-lo (Crédito: Getty Images)

Autor: Dr. Xand van Tulleken

De Morning Live

20 setembro 2025

Quando as férias acabam e tudo o que fica parece ser uma lembrança distante, a rotina volta a todo vapor.

Essa energia de voltar à ativa pode deixar um sentimento de esgotamento em muitas pessoas.

O estresse, em pequenas doses, pode nos ajudar a manter a energia, mas, se não for controlado, pode prejudicar nossa saúde, humor e relacionamentos.

O cortisol, frequentemente rotulado como o hormônio do estresse, virou um termo da moda no bem-estar, mas ele não é o inimigo — é o que nos ajuda a acordar, ficar alerta e lidar com os desafios.

Aqui estão cinco maneiras simples e comprovadas pela ciência de gerenciar o estresse e retomar o controle.

1. Pare de se estressar com isso

O estresse é parte normal da vida e é inevitável (Crédito: Getty Images)

Ironicamente, ficar preocupado com os efeitos do estresse pode fazer com que ele piore.

Quanto mais falamos sobre os danos que o estresse causa, começamos a pensar "agora estou estressado e sei que está me fazendo muito mal". Então tente não se preocupar muito com como você está se sentindo.

O estresse é parte normal da vida e é inevitável, especialmente durante grandes desafios como o luto, cuidar de entes queridos e crianças pequenas, ou lidar com as incertezas do trabalho.

Em vez de entrar em pânico por estar estressado, aceite que isso acontece e se lembre-se de que isso não vai durar para sempre.

2. Mexa-se

A melhor maneira de controlar o estresse fisicamente é se exercitar (Crédito: Getty Images)

A melhor maneira de controlar o estresse fisicamente é se exercitar.

O exercício físico faz o mesmo que o estresse com o seu corpo: aumenta a frequência cardíaca, a pressão arterial, acelera a respiração e libera adrenalina e cortisol.

Ao se exercitar, seu corpo aprende a controlar os picos de cortisol e a lidar com essas oscilações, para que você esteja mais bem equipado para lidar com os maiores estresses da vida.

Se você está ficando estressado pensando em qual exercício vai fazer ou em qual academia se inscrever, se lembre-se de que qualquer forma de exercício é válida.

Não precisa ser nada muito demorado ou estressante - uma simples caminhada, corrida leve ou qualquer atividade que você goste resolverá o problema.

3. Priorize o sono

Tente ir para a cama mais cedo e acordar mais ou menos no mesmo horário todos os dias (Crédito: Getty Images)


Tente ir para a cama mais cedo e acordar mais ou menos no mesmo horário pela manhã para que seu corpo entre na rotina.

Se você se vira na cama à noite e não consegue dormir, não se preocupe.

Seu corpo pode funcionar com menos sono ocasionalmente e, com o tempo, seus ritmos naturais se recalibrarão.

4. Foque em você

Reserve alguns minutos para pensar no dia ou na semana que tem pela frente (Crédito: Getty Images)

Gerenciar o estresse não se trata apenas de evitar os aspectos negativos, mas também de se fortalecer ativamente.

Certifique-se de se alimentar bem, com muitas frutas, vegetais, alimentos integrais e proteínas de boa qualidade para abastecer seu corpo.

Tente também reservar um tempo de qualidade sozinho, onde você possa relaxar e recarregar as energias.

Atenção plena também pode ajudar - não se trata de usar um aplicativo de meditação ou ficar sentado em silêncio, mas de ser intencional na maneira como você encara sua vida.

Reserve alguns minutos para pensar no dia ou na semana que tem pela frente, no que pode ser desafiador e em como você pode controlar seu ritmo.

Tente, por exemplo, se planejar com antecedência, preparar as refeições em grandes quantidades, pois isso pode aliviar um pouco o estresse à noite, depois do trabalho.

5. Converse sobre o que está acontecendo

Compartilhar suas preocupações com alguém em quem você confia alivia a carga e lhe dá perspectiva (Crédito: Getty Images)

Preocupações como dinheiro, emprego e família podem se agravar rapidamente quando mantidas reprimidas.

Compartilhar suas preocupações com alguém em quem você confia alivia a carga e lhe dá perspectiva, mesmo que essa pessoa não consiga resolver seu problema.

Às vezes, apenas dizer em voz alta já faz com que o problema pareça mais administrável.

Descubra mais dicas sobre como lidar com o estresse no Morning Live (em inglês).

Reportagem de Yasmin Rufo.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c8644w5x935o

Como ler a Bíblia em um mundo saturado de informações?

Criador, juiz, rei, pastor... Na Bíblia, várias imagens são usadas para falar sobre Deus.
New Africa | Shutterstock

Paulo Teixeira - publicado em 13/10/25

A palavra é o veículo da voz. No Evangelho de São João, no capítulo 10, Jesus diz que as minhas ovelhas conhecem a minha voz. Como é que nós vamos conhecer a voz de Jesus sem escutar a sua palavra? Então, o contato com a palavra de Deus é a condição para que nós reconheçamos a sua voz.

Em um mundo saturado de informações e vozes conflitantes, a leitura da Bíblia assume um papel crucial na vida do cristão. É o que afirma o Padre Jean Paul Hansen, Secretário Executivo do Setor Campanhas da CNBB, em uma entrevista esclarecedora para a Rede Imaculada de Comunicação.

Segundo Padre Jean, o contato diário com a Bíblia é a condição essencial para reconhecer a voz de Jesus. "A palavra é o veículo da voz," explica. Assim como reconhecemos a voz de um radialista pela palavra que ouvimos, precisamos criar uma "sintonia" com a voz de Deus.

"Nós temos tantas vozes, múltiplas vozes, que nos enganam, que nos seduzem... É importantíssimo que nós saibamos discernir qual é a voz de Deus no mundo atual. E como é que nós vamos reconhecer a voz de Deus? No contato com a sua palavra."

O sacerdote incentiva os fiéis a cultivarem uma espiritualidade bíblica, dedicando todos os dias um momento para ler ou escutar, ao menos, "um pedacinho da palavra de Deus, para sintonizar a sua voz.

Guia do leitor da Bíblia

A busca pela Bíblia perfeita levanta uma dúvida comum entre os leitores: qual tradução escolher? Padre Jean Paul Hansen distingue entre Bíblias para estudo aprofundado e Bíblias mais adequadas para a espiritualidade cotidiana.

Para Estudo Aprofundado (com notas e introduções ricas):

  • Bíblia de Jerusalém: Tradução antiga e reconhecida, ideal para estudos devido às suas extensas notas de rodapé e introduções.
  • Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB): Uma excelente opção, fruto de um trabalho em âmbito ecumênico, igualmente rica em notas e introduções.
  • Bíblia do Peregrino: Conhecida por suas notas detalhadas e abrangentes, tradução de autoria do biblista europeu Alonso Schökel.

Para Oração e Espiritualidade Cotidiana (mais simples e fluida):

  • Bíblia da CNBB: A tradução oficial da Igreja no Brasil, recomendada para quem deseja rezar com a Palavra.
  • Bíblia Pastoral e Paulinas: Recentemente revistas e com edições em letras grandes, ideal para o cultivo da Palavra na vida diária.

O Padre ressalta a importância de que a tradução escolhida seja católica, verificando a presença do Imprimatur (a assinatura de um bispo católico) na primeira página, que atesta sua conformidade com o ensinamento da Igreja.

Conselhos para leitura

Não Desanime: A amizade com a Palavra é construída com fidelidade e constância.

Comece pelo Novo Testamento: Evite a leitura aleatória. Escolha um livro e leia-o até o fim.

Reflexão Pessoal: Após a leitura de um trecho, feche a Bíblia e pergunte a si mesma: "O que eu li?" Recontar a passagem para si mesma ajuda a escrever a Palavra no coração.

Hábito e Disciplina: Crie um hábito de estudo. Escolha um lugar e horário fixos, livres de distrações (como a televisão ou celular), e peça a luz do Espírito Santo antes de começar.

Cuidado

A prática de abrir a Bíblia de forma espontânea, buscando uma mensagem imediata, foi desaconselhada pelo Padre, que a comparou à "roleta russa". Ele ilustrou o perigo com um exemplo drástico:

"Abriu e leu: 'Judas foi e enforcou-se.' Abre outra vez para ver aonde que Deus te fala. E aí, abriu a palavra e leu lá: 'Vai tu e faz o mesmo.'"

O sacerdote enfatizou que a leitura deve estar conectada ao todo da Bíblia (ao capítulo, ao livro e a ambos os testamentos). Uma boa formação bíblica e uma leitura metódica são essenciais para evitar interpretações equivocadas que podem conduzir a um sentido oposto ao que Deus deseja.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/13/como-ler-a-biblia-em-um-mundo-saturado-de-informacoes/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF