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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

ROBÓTICA: E se um robô cuidar de você ou dos seus pais na velhice? (Parte 2/2)

Pepper, o pequeno robô humanoide, já conduziu aulas de alongamento com moradores de uma casa de repouso - (crédito: AFP via Getty Images)

ROBÓTICA

E se um robô cuidar de você ou dos seus pais na velhice?

Parece coisa de filme de ficção científica — mas alguns cientistas acreditam que essa tecnologia inovadora pode ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema de cuidados.

B B C NEWS

Pallab Ghosh - Correspondente de ciência

postado em 28/10/2025 18:18 / atualizado em 28/10/2025 22:25

Dos laboratórios para o mundo real

Praminda Caleb-Solly, professora da Universidade de Nottingham, está determinada a fazer com que esses robôs funcionem bem na prática. "Estamos tentando tirar esses robôs dos laboratórios e levá-los para o mundo real", diz ela.

Para isso, criou a rede 'Emergence', que conecta fabricantes de robôs a empresas e indivíduos que os utilizarão — e também para descobrir diretamente com os idosos o que eles esperam dessas máquinas.

As respostas variam.

Algumas pessoas disseram que querem robôs com interação por voz e, compreensivelmente, aparência não ameaçadora. Outras preferem um "design fofo". Mas muitos pedidos se resumem à forma prática como o robô deve se adaptar às necessidades em mudança — e ao fato de que ele deve se carregar e se limpar sozinho.

"Não queremos cuidar do robô — queremos que o robô cuide de nós", disse uma pessoa entrevistada.

Algumas empresas no Reino Unido também estão testando robôs.

O provedor de cuidados domiciliares Caremark vem experimentando o Genie, um pequeno robô ativado por voz, com algumas pessoas que utilizam seus serviços em Cheltenham.

Um homem com início precoce de demência explicou que gostava de pedir ao Genie para tocar músicas de Glenn Miller.

No geral, entretanto, as reações foram "como Marmite", segundo o diretor Michael Folkes — algumas pessoas adoraram o Genie, enquanto outras foram menos entusiasmadas.

Mas Folkes também ressalta que esses dispositivos não têm o objetivo de substituir pessoas. "Estamos tentando construir um futuro em que os cuidadores tenham mais tempo para cuidar."

Mãos robóticas: aprendendo com a evolução

De volta ao laboratório da Shadow Robot Company, em Londres, Rich Walker aponta outro grande desafio: dominar a mão robótica perfeita.

"Para que o robô seja útil, ele precisa ter a mesma capacidade de interagir com o mundo que um humano", explica. "E, para isso, precisa de destreza semelhante à humana."

O governo anterior anunciou um investimento de £34 milhões no desenvolvimento de robôs que poderiam, entre outras funções, prestar cuidados (Getty Images)

A mão robótica que Walker me mostra certamente parece ágil. É feita de metal e plástico, equipada com 100 sensores, e possui a destreza e a força de uma mão humana. Cada dedo se move para tocar o polegar de forma suave, rápida e precisa, finalizando com um gesto de "OK".

Ela consegue até resolver um cubo mágico usando apenas uma das mãos.

Ainda assim, está longe de realizar tarefas mais delicadas, como usar uma tesoura ou pegar objetos pequenos e frágeis.

"O jeito como usamos uma tesoura é realmente impressionante, quando você pensa nisso", diz Walker.

"Se você tentar analisar o que acontece, está usando o sentido do tato de maneira sutil e precisa, recebendo feedback que faz você ajustar a forma de cortar. Como você ensina um robô a fazer isso?"

Images Para que o robô seja útil, ele precisa ter a mesma capacidade de interagir com o mundo que um humano. E, para isso, precisa de destreza semelhante à humana" (Bloomberg via Getty)

A equipe de Walker, junto com outras 35 empresas de engenharia, está trabalhando para projetar uma mão mais parecida com a nossa — parte do que é conhecido como Programa de Destreza Robótica.

É um dos projetos conduzidos por uma agência governamental chamada Advanced Research and Invention Agency (ARIA), que busca apoiar pesquisas científicas de alto risco (porque podem não dar certo), mas também de alto retorno, pelo seu potencial de transformar a sociedade.

A líder do projeto, professora Jenny Read, explica que estão estudando como os animais se movimentam para orientar melhor o design, não apenas da mão, mas para repensar completamente como os robôs são construídos.

"Uma das coisas mais impressionantes nos corpos dos animais é a graça e eficiência que eles apresentam; a evolução garantiu isso", diz ela.

"Acho que a graça é realmente uma forma de eficiência."

Replicando músculos humanos

Guggi Kofod, engenheiro e agora empreendedor da Dinamarca, está tentando desenvolver músculos artificiais para robôs que possam ser usados no lugar de motores.

Sua empresa, Pliantics, com sede na Dinamarca, ainda está em fase inicial de desenvolvimento, mas já alcançou um avanço importante: encontrou um material que parece funcionar e é durável.

Ele também é movido por motivos profundamente pessoais.

"Várias pessoas próximas a mim morreram recentemente de demência", explica. "Vejo como é desafiador para quem cuida de pacientes com demência.

"Então, se pudermos construir sistemas que os ajudem a não ter medo e que permitam viver, pelo menos, com uma qualidade de vida decente… Isso é incrivelmente motivador para mim."

Os músculos que a empresa de Kofod desenvolve são feitos de um material macio que se estende e se contrai, de forma semelhante aos músculos reais, quando uma corrente elétrica é aplicada.

Guggi Kofod está trabalhando com a Shadow Robot, como parte do projeto ARIA, para desenvolver uma mão robótica do tamanho humano cujos músculos artificiais possam proporcionar uma pegada mais precisa e delicada.

O objetivo final é que a mão consiga detectar pequenas mudanças de pressão ao segurar um objeto e saiba exatamente quando parar de apertar, assim como a pele das pontas dos dedos faz.

O que os robôs significam para os cuidadores

O professor Wright, que observou os robôs no Japão, tem uma preocupação final: se a tecnologia se popularizar, os robôs podem acabar tornando a vida dos cuidadores humanos mais difícil.

"A única forma economicamente viável de fazer isso funcionar é pagar menos aos cuidadores e ter casas de repouso muito maiores, padronizadas para facilitar a operação dos robôs", argumenta.

"Como resultado, haveria mais robôs cuidando das pessoas, enquanto os cuidadores seriam pagos com salário mínimo apenas para dar suporte aos robôs — o oposto da visão de que os robôs devolveriam tempo aos cuidadores para que pudessem passar mais momentos de qualidade com os residentes, conversar com eles."

Outros especialistas têm uma visão mais positiva. "Vai se tornar uma indústria enorme, considerando o déficit que temos atualmente na força de trabalho. A demanda por cuidadores, à medida que a população envelhece, será enorme", afirma Gopal Ramchurn, professor de inteligência artificial na University of Southampton.

Ele também é CEO da Responsible AI, organização que busca garantir que sistemas de inteligência artificial sejam seguros, confiáveis e dignos de confiança.

Mas ele cita o robô humanoide Optimus, de Elon Musk, que serviu bebidas e interagiu em um evento da Tesla no ano passado, como sinal de que — gostemos ou não — os robôs estão chegando.

"Estamos tentando antecipar esse futuro, antes que as grandes empresas de tecnologia implantem essas máquinas sem nos perguntar o que pensamos sobre elas", acrescenta.

Portanto, agora é o momento de desenvolver regulamentações adequadas para garantir que os robôs trabalhem a nosso favor, e não o contrário, argumenta.

"Precisamos estar preparados para esse futuro."

BBC

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2025/10/7280763-e-se-um-robo-cuidar-de-voce-ou-dos-seus-pais-na-velhice.html

Prefácio inédito de Francisco no livro de Pe. Gutiérrez: Deus não esquece dos pequenos

Papa Francisco (Foto/Crédito: Vatican Media)

O jornal vaticano "L'Osservatore Romano" publicou trechos do prefácio inédito do Papa Francisco ao livro “Vivir y pensar el Dios de los pobres”, a última obra do Pe. Gustavo Gutiérrez, publicada postumamente sob a curadoria de Leo Guardado. O peruano faleceu há quase um ano. O livro, traduzido do espanhol para o italiano por Marta Pescatori, foi publicado pela Editora Queriniana.

L'Osservatore Romano

Publicamos trechos do prefácio do Papa Francisco ao livro “Vivir y pensar el Dios de los pobres” (Viver e pensar o Deus dos pobres), a última obra de Gustavo Gutiérrez (1928-2024) publicada postumamente sob curadoria de Leo Guardado. O livro, traduzido do espanhol para o italiano por Marta Pescatori, foi publicado pela Editora Queriniana (Brescia, 2025, 368 páginas, 42 euros).

Em foto de arquivo, o cardeal Barreto com o Pe. Gustavo Gutiérrez (Vatican News)

Gustavo Gutiérrez, durante a sua longa vida, foi um servo fiel de Deus e um amigo dos pobres. A sua teologia marcou a vida da Igreja e ainda é atual, com um frescor que abre caminhos ao seguimento de Jesus. Alegramo-nos com a publicação deste livro, Viver e pensar o Deus dos pobres. Com a sua morte, eu disse: “hoje penso em Gustavo, Gustavo Gutiérrez. Um grande, um homem de Igreja que soube calar quando devia calar, que soube sofrer quando devia sofrer e que soube dar tantos frutos apostólicos e uma teologia tão rica”. Neste último livro, Gustavo nos presenteia mais uma vez com o fruto do seu empenho, da sua oração e da sua reflexão. Quero destacar nessas páginas a profunda e permanente fidelidade à Igreja em seu caminho. Uma fidelidade vivida com humildade, às vezes com dor e, fundamentalmente, com liberdade. Já nos Anos 60, as inquietações teológicas de Gustavo estavam gradualmente emergindo através da sua história pessoal, dos seus estudos e do seu trabalho pastoral.

Uma nova era se iniciou com aquele imenso sopro do Espírito que foi o Concílio Vaticano II, em cuja quarta sessão acompanhou, como jovem teólogo, o cardeal Juan Landázuri Ricketts, arcebispo de Lima. O impulso conciliar e os textos que o expressavam ofereceram um terreno sólido sobre o qual se basear e horizontes abertos para reorientar o trabalho pastoral a partir da realidade de um território como a América Latina. Muitos grupos cristãos estavam vivendo desafios, questionamentos e esperanças que derivavam do forte clamor dos pobres e do crescente compromisso com este mundo. “A irrupção dos pobres”, como Gustavo a chama, exigia justiça e uma outra maneira de viver a fé, de pensar a fé, de dizer a fé, em suma, de ser Igreja. Gustavo frequentemente lembrava, oralmente e por escrito, a frase de João XXIII de 11 de setembro de 1962, um mês antes da inauguração do concílio: “a Igreja se apresenta como é e quer ser, como a Igreja de todos e, particularmente, a Igreja dos pobres”; e também, já na sala conciliar, a insistência na mesma linha do cardeal Giacomo Lercaro. A evolução do concílio ofereceu modelos fundamentais nessa perspectiva, mas, no final, esse sonho de uma Igreja dos pobres permaneceu um horizonte a ser alcançado. O Pacto das Catacumbas, assinado por um grupo de padres conciliares, muitos dos quais latino-americanos, assumiu essa orientação espiritual, teológica e pastoral. A Igreja na América Latina abriu os braços ao concílio de maneiras diferentes, mas é muito claro que em todos os países e em todos os âmbitos eclesiais houve pessoas e grupos — de leigos, religiosos, presbíteros e bispos — que acolheram a letra e o espírito do Vaticano II com entusiasmo e dedicação. Uma prova válida disso é a II Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Medellín, 1968), com São Paulo VI que pisou nessas terras.

Entre aqueles que prepararam e acompanharam Medellín estava Gustavo, que trabalhava dia e noite. Gustavo, outros teólogos e pastores e muitos bispos, já em espírito sinodal, teceram em torno daquela experiência eclesial uma rede de confiança e amizade que favoreceu decisões pastorais, documentos e reflexões teológicas: eles marcaram, e continuam marcando, a identidade eclesial da América Latina e do Caribe. Na III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em 1979, o nosso querido Gustavo esteve muito presente tanto nos debates anteriores quanto durante o desenrolar da conferência na cidade de Puebla, no México. Gustavo manteve uma clara linha de continuidade com Medellín, muito atento à realidade social e eclesial, lembrando sempre que a opção pelos pobres é evangelicamente central entre as antigas e novas pobrezas. (...) Somente com os rostos dos pobres no centro encontraremos um terreno comum sobre o qual nos reconhecermos mutuamente na Igreja, no encontro com as culturas em que se desenvolve nossa vida de fé, no cuidado da criação e no diálogo ecumênico e interreligioso. Toda a reflexão de Gustavo nos chamou a estar atentos às inegáveis mudanças do nosso tempo, muitas das quais positivas para a humanidade, até mesmo fascinantes, mas que tantas vezes escondem ou mascaram o que há de mais cruel e desumano em nossa realidade universal.

A sua pergunta constante, “Como podemos falar de Deus a partir do sofrimento do inocente?”, continua sendo premente para os crentes diante do poder da injustiça e da mentira. Os pontos centrais da sua teologia querem estar presentes onde a marca de Deus parece ter sido apagada na atmosfera cultural. Enraizada na libertação que Cristo nos oferece, a sua teologia afirma a gratuidade do amor de Deus que nos envolve na história. A teologia de Gustavo permanece na Igreja não como um belo tesouro do passado, mas como aquele “segundo ato”, uma tarefa sempre aberta, para pensar a nossa experiência vivida de Deus; uma experiência já iniciada e experimentada justamente ali onde nos tornamos próximos dos feridos, abandonados à beira da estrada, e de onde tentamos dizer com humildade, com terna convicção, aos mais pobres e a todos: “Deus te ama”. Gustavo nos deu as ferramentas teológicas indispensáveis para que nunca nos esquecêssemos dos pobres. Neste último livro, ele deixa muito claro que lembrar-se dos pobres significa muito mais do que uma coleta; não é um acréscimo piedoso. Como ensina Paulo, é o coração da mensagem (2 Coríntios 8–9). Em consonância com este texto, convém evocar as palavras de uma pessoa muito querida a Gustavo, Bartolomé de Las Casas: «De cada um dos pequenos e mais esquecidos, Deus guarda uma recordação muito próxima e viva». A partir daqui, o Reino que Jesus anuncia abraça toda a criação, cada ser humano e realidade humana, em todos os tempos e lugares. Este é o Deus de Jesus.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Leão XIV: o amor gera diálogo e paz; a Igreja rejeita o antissemitismo

Audiência Geral, 29/10/205 - Papa Leão XIV (Vatican News)

O Papa dedicou a catequese desta quarta-feira (29/10) aos 60 anos da Nostra aetate : “Este Documento luminoso ensina-nos a encontrar os seguidores de outras religiões não como estranhos, mas como companheiros no caminho da verdade,” afirmou.

Thulio Fonseca - Vatican News

Há sessenta anos, em 28 de outubro de 1965, o Concílio Vaticano II, com a promulgação da Declaração Nostra aetate, inaugurou uma nova etapa de respeito e colaboração entre as religiões. Na Audiência Geral desta quarta-feira, 29 de outubro, o Papa Leão XIV recordou os sessenta anos desse documento, sublinhando que ele “ensina que os fiéis de outras religiões são companheiros de viagem no caminho da verdade” e convidando todos a renovar o compromisso pela paz e pela fraternidade entre os povos.

Inspirando-se no diálogo de Jesus com a samaritana, Leão XIV afirmou que o Evangelho revela “a essência do autêntico diálogo religioso: uma troca que ocorre quando as pessoas se abrem umas às outras com sinceridade, escuta atenta e enriquecimento mútuo”.  O Papa explicou que esse encontro “nasce da sede — a sede de Deus pelo coração humano e a sede humana de Deus — e convida a uma nova compreensão do culto, que não se limita a um lugar específico, mas se realiza em espírito e verdade”.

Raízes hebraicas e condenação do antissemitismo

Ao recordar o contexto histórico da Nostra aetate, Leão XIV destacou sua orientação inicial para o mundo judaico e reafirmou com clareza:

“A Igreja não tolera o antissemitismo e o combate, por causa do próprio Evangelho.”

O Papa ressaltou que o documento representou um ponto de não retorno na consciência eclesial: “A Igreja reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram nos patriarcas, em Moisés e nos profetas.”

“Agir juntos pelo bem comum”

Leão XIV afirmou que o espírito da Nostra aetate continua a iluminar o caminho da Igreja: “Todas as religiões podem refletir um raio da verdade que ilumina todos os homens.” Por isso, disse o Papa, o diálogo “não deve ser apenas intelectual, mas profundamente espiritual”, tendo suas raízes no amor — “único fundamento da paz, da justiça e da reconciliação”, e exortou todos os católicos a valorizarem “tudo o que há de bom, verdadeiro e santo nas outras tradições religiosas”, rejeitando qualquer forma de discriminação.

O Papa convidou os representantes de diferentes tradições a unir esforços diante dos desafios do nosso tempo: “Mais do que nunca, o mundo precisa da nossa unidade, da nossa amizade e da nossa colaboração.” Leão XIV destacou a responsabilidade comum de promover o bem e proteger a dignidade humana, inclusive no uso das novas tecnologias: “As nossas tradições têm um imenso contributo a dar para a humanização da técnica e para inspirar a sua regulamentação.”

Esperança, fraternidade e oração

Encerrando a catequese, o Papa lembrou que “a paz começa no coração dos homens” e convidou todos a restaurar a esperança nas famílias, nas comunidades e nas nações: “Trabalhemos juntos, porque se estivermos unidos, tudo é possível. Garantamos que nada nos divide.”

Por fim, Leão XIV convidou a uma breve oração silenciosa, recordando que “a oração tem o poder de transformar as nossas atitudes, os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas ações”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Quais livros devem estar na biblioteca de referência de todo católico?

John Touhey | Aleteia

John Burger - publicado em 06/10/20 - atualizado em 29/10/25

Para encontrar uma resposta rápida ou para aprofundar seu conhecimento, considere ter estes livros em sua estante.

Quando você está procurando uma resposta rápida, você automaticamente faz a pergunta no Google? Mas será que o popular mecanismo de pesquisa consegue substituir uma biblioteca básica com livros de referência?

Claro, é fácil, é conveniente, é rápido, apenas “google”. Mas ter bons livros sólidos onde você pode ir para respostas prontas tem grandes vantagens.

Por um lado, se você estiver usando um livro de referência que foi exaustivamente examinado por especialistas e autoridades no assunto, pode ter certeza de que está recebendo respostas diretas.

Por outro lado, a internet pode estar tão cheia de desinformação e teorias de conspiração que às vezes não temos certeza de onde encontrar a verdade.

E isso é ainda mais importante ao lidar com questões de fé. Os pais que levam a sério o ensinamento da Igreja precisam ter alguns livros que os ajudarão a transmitir as verdades eternas aos filhos.

Então, quais seriam alguns livros de referência para uma biblioteca básica católica?

Consultamos vários pensadores católicos, teólogos e professores para ver o que eles recomendam. Aqui está um sumário:

1 - VIDA DOS SANTOS - BUTLER

“Embora a escolha óbvia para qualquer referência obrigatória em uma biblioteca católica seja a Bíblia ou o Catecismo da Igreja Católica, devo admitir que meu livro de referência mais consultado é uma versão gasta da "Vida dos Santos", de Butler, disse a escritora católica Lisa Henley.

Assim, "encontro-me sempre a recorrer às histórias do padre Alban Butler sobre os homens e mulheres canonizados pela Igreja. Estudando as histórias dos santos e buscando sua intercessão e acompanhamento para minha própria caminhada, encontro edificação e amizade espiritual."

2 - CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Quando o Catecismo da Igreja Católica foi publicado, em 1992, Brian Caulfield sentiu que era um “fermento” para a Igreja e para aqueles que procuravam ensinar e defender a fé.

“Virar cada página era como abrir uma porta e pisar em terra firme em meio à confusão catequética da época”, disse Caulfield, vice-postulador da causa de canonização de pe. Michael J. McGivney.

De fato, “eu estava ensinando educação religiosa na paróquia, preparando alunos para a primeira comunhão, e comecei a fazer cópias da seção sobre a Eucaristia para meus alunos. Depois do Catecismo, até mesmo os livros didáticos de educação religiosa começaram a melhorar, à medida que os bispos exigiam que os editores o obedecessem. Cada vez que consulto a edição de 1992 que ainda tenho em minha estante, lembro-me do senso de missão que tantos de nós tínhamos naquela época.”

3 - COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

O escritor David Mills afirmou que o ensinamento da Igreja sobre como devemos viver no mundo é um “tópico cada vez mais crucial para os católicos" de hoje. Basta olhar em qualquer site de notícias (ou pegar um jornal) e você concordará com isso.

Na verdade, “a Igreja oferece uma quantidade incrível de ensinamento sobre o assunto, mas ele está espalhado em dezenas de documentos. O Compêndio coloca tudo em ordem para que você possa encontrar rapidamente o tópico sobre qualquer assunto que você precise saber.”

4 - BÍBLIA

Claro, o "Livro dos Livros" deve estar na prateleira de todo católico.

5 - OS PADRES DA IGREJA

“Uma referência para mim são Os Padres da Igreja", disse Gretchen Crowe, diretora editorial de periódicos do Our Sunday Visitor.

“De São Clemente de Roma a São João de Damasco, as pequenas biografias dos Padres da Igreja podem ser lidas como um todo, ou individualmente, e o leitor não pode deixar de perceber maior compreensão - e atrevo-me a dizer apreço - pela Igreja primitiva.”

Alguns outros livros que você pode considerar colocar em sua estante ou entre seus favoritos:

6 - OS DOCUMENTOS DO VATICANO II

O que os padres conciliares escreveram sobre viver a fé no mundo moderno pode ser encontrado nos 16 documentos que eles emitiram entre 1962-1965.

7 - ENCICLOPÉDIA CATÓLICA

Embora tenha sido publicada há mais de um século, a Enciclopédia Católica ainda contém muita história e referências que valem a pena conhecer.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2020/10/06/quais-livros-devem-estar-na-biblioteca-de-referencia-de-todo-catolico/

ROBÓTICA: E se um robô cuidar de você ou dos seus pais na velhice? (Parte 1/2)

Pepper, o pequeno robô humanoide, já conduziu aulas de alongamento com moradores de uma casa de repouso - (crédito: AFP via Getty Images)

ROBÓTICA

E se um robô cuidar de você ou dos seus pais na velhice?

Parece coisa de filme de ficção científica — mas alguns cientistas acreditam que essa tecnologia inovadora pode ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema de cuidados.

BBC NEWS

Pallab Ghosh - Correspondente de ciência

postado em 28/10/2025 18:18 / atualizado em 28/10/2025 22:25

Escondidas em um laboratório no noroeste de Londres, três mãos robóticas de metal preto se movem lentamente sobre uma bancada de engenharia.

Nada de garras ou pinças — cada uma tem quatro dedos e um polegar, articulados de forma quase humana.

"Não estamos tentando criar um Exterminador do Futuro", brinca Rich Walker, diretor da empresa que as desenvolveu.

De aparência mais hippie do que o estereótipo de um engenheiro, Walker se orgulha de mostrar o que considera um passo importante na robótica.

"Queríamos construir um robô que ajude as pessoas, que torne a vida melhor — um assistente capaz de fazer qualquer tarefa doméstica, de varrer o chão a preparar uma refeição."

Mas a ambição vai além das tarefas cotidianas: pesquisadores e empresas apostam que robôs desse tipo podem ajudar a enfrentar uma das maiores questões do futuro — como cuidar de uma população cada vez mais idosa, com menos profissionais disponíveis para prestar assistência.

No Reino Unido, essa discussão vem ganhando força diante do envelhecimento rápido da população, mas o debate é global.

Pepper, o pequeno robô humanoide, já conduziu aulas de alongamento com moradores de uma casa de repouso (AFP via Getty Images)

A aposta em robôs de cuidado cresce em vários países, com governos e empresas investindo em tecnologias capazes de oferecer apoio físico, companhia e monitoramento a pessoas que vivem sozinhas ou têm limitações de mobilidade.

No Reino Unido, isso vem sendo visto como uma possível resposta à escassez de cuidadores e ao envelhecimento acelerado da população — desafios que também se repetem em boa parte do mundo desenvolvido.

A promessa é tentadora: máquinas que aliviam a sobrecarga dos sistemas de saúde e oferecem mais autonomia aos idosos.

Mas também levanta dilemas éticos e emocionais: será que queremos — e podemos confiar — que uma máquina cuide de nós quando estivermos mais vulneráveis?

Treinos com o robô Pepper

O Japão oferece um vislumbre de um futuro em que robôs convivem entre nós.

Há dez anos, o governo japonês começou a oferecer subsídios a fabricantes de robôs para desenvolver e popularizar o uso dessas máquinas em casas de repouso — uma iniciativa impulsionada pelo envelhecimento da população e pela escassez relativa de profissionais de cuidado.

O professor James Wright, especialista em inteligência artificial e pesquisador visitante da Queen Mary University, em Londres, passou sete meses observando esse fenômeno — em especial, como esses robôs funcionavam no ambiente de uma casa de repouso japonesa.

Ao todo, três tipos de robôs foram estudados. O primeiro, chamado **HUG**, foi desenvolvido pela Fuji Corporation, no Japão, e se parecia com um andador altamente sofisticado.

Ele tinha apoios acolchoados que permitiam às pessoas se inclinar com segurança, ajudando cuidadores a transferi-las da cama para uma cadeira de rodas ou para o banheiro, por exemplo.

O robô de cuidados HUG, desenvolvido pela Fuji Corporation, no Japão, foi projetado para ajudar cuidadores a erguer pessoas (NurPhoto via Getty Images)

O segundo robô, por sua vez, parecia uma pequena foca e se chamava Paro. Criado para estimular pacientes com demência, ele foi programado para responder a carinhos com movimentos e sons.

O terceiro era um pequeno robô humanoide de aparência simpática chamado Pepper. Ele podia dar instruções e demonstrar exercícios movendo os braços — e chegou a conduzir aulas de ginástica na casa de repouso.

Antes mesmo de começar suas observações, o professor Wright já havia se deixado levar um pouco pelo entusiasmo em torno dessas tecnologias.

"Eu esperava que os robôs fossem facilmente adotados pelos cuidadores, que estão sobrecarregados e extremamente atarefados", contou.

"O que encontrei foi quase o oposto."

Pepper podia dar instruções e demonstrar exercícios movendo os braços — mas algumas pessoas que o testaram acharam sua voz aguda demais (Getty Images)

Ele descobriu que, na verdade, o que mais consumia o tempo da equipe das casas de repouso era limpar e recarregar os robôs — e, principalmente, resolver falhas quando algo dava errado.

"Depois de algumas semanas, os cuidadores concluíram que os robôs davam mais trabalho do que ajuda e começaram a usá-los cada vez menos, porque simplesmente não tinham tempo para isso", contou.

"O HUG precisava ser movido o tempo todo para não atrapalhar os moradores. O Paro causou angústia em uma residente que acabou se apegando demais a ele. E os exercícios do Pepper eram difíceis de acompanhar — ele era baixo demais para ser visto por todos e sua voz aguda dificultava a compreensão."

O Paro se parece com uma pequena foca e foi projetado para reagir com movimentos e sons quando é acariciado (The Washington Post via Getty Images)

As equipes responsáveis pelos robôs tiveram suas próprias respostas à pesquisa do professor Wright.

Os desenvolvedores do HUG afirmam que, desde então, aprimoraram o design para torná-lo mais compacto e fácil de usar. Takanori Shibata, criador do Paro, disse que o robô vem sendo utilizado há 20 anos e apontou estudos que comprovariam "evidências clínicas de seus efeitos terapêuticos". O Pepper agora pertence a outra empresa, e seu software foi significativamente atualizado.

Ainda assim, o estudo não foi desprovido de valor.

Walker, da Shadow Robot, é enfático ao afirmar que o uso de robôs em cuidados não deve ser descartado. Ele argumenta, entre outras coisas, que a próxima geração desses robôs será muito mais capaz.

BBC

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2025/10/7280763-e-se-um-robo-cuidar-de-voce-ou-dos-seus-pais-na-velhice.html

São Narciso

São Narciso (A12)
29 de outubro
São Narciso

A tradição da Igreja celebra neste dia a São Narciso de Jerusalém, a quem se atribui muitos milagres e o fato de ter falecido aos 116 anos de idade. Foi bispo de Jerusalém no final do século II e é recordado como um homem de Deus, que viveu uma espiritualidade adornada pela humildade, a pureza e o espírito de penitência.

Fez um trabalho admirável na evangelização dos pagãos, amou com ternura os pobres e doentes. Presidiu o Concílio onde se decidiu que a Páscoa devia cair no domingo. Conta-se que foi também na véspera de uma festa de Páscoa, que Narciso transformou água em azeite para acender as lamparinas da igreja que estavam secas.

Narciso foi caluniado, sob juramento, por três homens e embora perdoasse seus detratores, o inocente Bispo preferiu se retirar para o isolamento de um deserto. Segundo a história, os caluniadores sofreram terríveis castigos. Depois de algum tempo Narciso reapareceu e foi aclamado novamente como bispo da cidade.

Colaboração: Yara Fonseca

Reflexão:

Sob a intercessão de São Narciso queremos pedir hoje por todos os bispos, para que possam encontrar no seu testemunho a coragem e perseverança necessária para cumprir o ministério episcopal. Peçamos ao bom Deus que iluminados pelo Espírito eles sejam sinal de unidade do Povo de Deus a eles confiado.

Oração:

Onipotente e poderoso Senhor, que destes a São Narciso muita luz para guiar o rebanho de Cristo na cidade de Jerusalém, mandai o vosso Espírito Santo para nos guardar e mostrar os caminhos que levam a vós. E pela intercessão de São Narciso, concedei-nos a graça que vos imploramos. Por Cristo Jesus Nosso Senhor, Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Mais católicos no mundo, menos padres: estatísticas da Igreja

fot. Biuro Prasowe Kapucynów - Prowincja Krakowska

I. Media - publicado em 28/10/25

O relatório anual da agência de notícias Fides sobre as estatísticas da Igreja (que neste ano compara 2023 com 2022) revela tendências preocupantes, mas também sinais de esperança em nível global.

Em 2023, a Igreja Católica contava com 1.405.454.000 fiéis, ou 17,8% da população mundial, segundo dados publicados em 17 de outubro de 2025 pela Fides, uma agência de notícias vinculada ao Vaticano.

Enquanto o número de padres diminui em quase todas as regiões, com exceção da África e da Ásia, o número de católicos na Europa aumenta, revertendo a queda registrada no ano anterior. A Igreja Católica também tem menos seminaristas, e o declínio está se acelerando nos seminários asiáticos.

Como faz todos os anos, a agência vaticana Fides, órgão informativo das Obras Missionárias Pontifícias, publicou estatísticas que oferecem um panorama da evolução da Igreja, especialmente quanto ao número de fiéis, sacerdotes, seminaristas e religiosos — referentes ao ano de 2023.

A seguir, um resumo dos principais pontos dessas estatísticas, que abrangem 1.405.454.000 católicos registrados. É importante observar que os dados da Fides não distinguem entre América do Norte e América do Sul, agrupando ambas sob o termo genérico “América”. Essa metodologia não permite identificar tendências específicas para essas regiões, cujas realidades eclesiais e desafios são muito diferentes.

Há mais católicos no mundo — inclusive na Europa

população mundial continua crescendo, assim como o número de católicos, com quase 16 milhões a mais de fiéis em 2023 em relação ao ano anterior. Esse é o primeiro dado relevante do relatório da Fides. Esse aumento na proporção de católicos na população mundial (+0,1% em um ano) foi observado em todos os continentesinclusive na Europa.

Isso representa uma inversão da tendência registrada no ano anterior, que havia mostrado queda em 2022 em comparação com 2021.

Europa tem agora 286 milhões de católicos, um aumento de 740 mil em um ano, o que eleva a proporção de católicos para quase 40% da população do continente.

África apresentou o maior crescimento no número de católicos (+8.309.000, totalizando cerca de 281 milhões, quase 20% da população continental de 1,4 bilhão).

Em seguida vem a América (Norte e Sul juntas), com +5.668.000, alcançando 671.877.000 católicos, ou cerca de 64% da população total das Américas, que ultrapassa 1 bilhão.

Na Ásia, o número de católicos cresceu em quase 1 milhão, mas a proporção em relação à população total do continente (155 milhões de fiéis em 4,7 bilhões de habitantespermanece estável, em 3,3%.

Na Oceania, apesar de um pequeno aumento no número absoluto de católicos, a proporção caiu 1%, com pouco mais de 11 milhões de fiéis em uma população total de quase 44 milhões.

A Igreja perde padres, apesar da contribuição africana

O número de habitantes por padre no mundo aumentou ligeiramente em 236 pessoas, alcançando um total de 15.918 habitantes por sacerdote.

Nos últimos cinco anos, as pesquisas indicam uma redução contínua no número total de padres, que caiu para 406.996 em 2023, uma diminuição de 734 em relação ao ano anterior.

queda continua na Europa, com 2.486 padres a menos (incluindo religiosos e diocesanos). Apenas a África (+1.451) e a Ásia (+1.145) registraram aumento.

Apesar disso, a Europa ainda tem uma proporção muito favorável de sacerdotes em comparação com outras regiões: um padre europeu atende em média 1.846 fiéis, enquanto um padre africano atende 5.094 católicos.

Oração por mais sacerdotes

Salvador divino, Jesus Cristo, que confiaste toda a obra da redenção, o bem-estar e a salvação do mundo aos sacerdotes como teus representantes,

ofereço-te, pelas mãos de tua santíssima Mãe Maria, este dia inteiro — com todas as suas orações, trabalhos e sacrifícios, suas alegrias e dores —

pela santificação dos teus sacerdotes e por todos os que se preparam para o sacerdócio.

Dá-nos sacerdotes verdadeiramente santos, inflamados pelo fogo do teu amor divino, que não busquem outra coisa senão a tua maior glória e a salvação das almas.

E tu, Maria, boa Mãe dos sacerdotes, protege todos eles dos perigos que ameaçam sua santa vocação e, com tua mão materna, reconduz ao Bom Pastor

os infelizes sacerdotes que, infiéis à sua sublime vocação, se desviaram do caminho. Amém.

(Fonte: Fides)

Preocupação com os seminaristas — especialmente na Ásia

Em detalhe, o panorama quanto ao número de padres é negativo. A África é o único continente onde o número de seminaristas aumentou (+383), embora de forma menos acentuada do que no ano anterior (+726). Os africanos representam quase um em cada três seminaristas no mundo.

Os números da Ásia são mais preocupantes para a Igreja: o número de seminaristas caiu em 1.331, chegando a 30.436. No ano anterior, a redução havia sido de apenas 375.

Na Europa, os seminários continuam esvaziando — menos 661 seminaristas em um ano. O número total é agora de 12.800.

No total mundial, a Igreja conta com 106.495 seminaristas, ou seja, 1.986 candidatos a menos à ordenação em comparação com 2022.

Religiosas e diáconos permanentes

O número de mulheres religiosas em todo o mundo continua diminuindo: agora são 589.423, ou 9.805 a menos.

Os únicos aumentos se registram novamente na África (+1.804) e na Ásia (+46), enquanto os números continuam caindo na Europa (-7.338)nas Américas (-4.066) e na Oceania (-251).

É interessante observar que o número de diáconos permanentes — homens (possivelmente casados) ordenados para um serviço específico na Igreja — continua crescendo em todo o mundo, chegando a 51.433 (+1.234).

Embora o número tenha estagnado na Europa (15.678), ele cresceu nas Américas, onde há agora 34.322 diáconos permanentes, um aumento de 1.257.

Por fim, os dados publicados pela Fides também apresentam um panorama das instituições educacionais administradas pela Igreja no mundo:

quase 75 mil jardins de infância102 mil escolas primárias52 mil escolas de ensino médio e superior, além de milhares (não especificados) de universidades e centros de ensino superior.

Assim, a Igreja contribui para a educação e formação de cerca de 72 milhões de pessoas em todo o mundo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/28/mais-catolicos-no-mundo-menos-padres-estatisticas-da-igreja/

Jubileu do Mundo Educativo para mais de 7 mil estudantes: “a escola é vida”

Jubileu do Mundo Educativo, 27/10/2025 (Vatican News)

No Auditório da Conciliação, em Roma, estudantes e professores de todo o mundo se reuniram para a abertura do Jubileu do Mundo Educativo nesta segunda-feira (27/10). O cardeal Tolentino De Mendonça lembrou que “ao lado dos jovens não se envelhece”. O ministro italiano Valditara convidou a renovar os compromissos do Pacto Educativo Global. Na abertura, o testemunho da astronauta Cristoforetti alertou estudantes sobre riscos da “sociedade da distração em massa”.

https://youtu.be/7eQjlPApBQ4

Fabio Colagrande - Vatican News

“Ao lado dos jovens não se envelhece: é como manter o motor sempre ligado e olhar o mundo com novos olhos”. Foi o que lembrou o cardeal José Tolentino De Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, nesta segunda-feira, 27 de outubro, a centenas de estudantes e professores de todo o mundo que lotavam o Auditório da Conciliação, no coração de Roma. A ocasião foi a cerimônia de abertura do Jubileu do Mundo Educativo, o grande evento do Ano Santo dedicado às escolas e universidades de todos os continentes.

O Jubileu temático, promovido pelo próprio Dicastério em colaboração com o Ministério da Educação e do Mérito da Itália, será realizado até 1º de novembro e reúne, sob o lema “A escola é vida”, mais de 7 mil estudantes, provenientes de mais de 300 instituições dos 5 continentes, que participarão de oficinas temáticas, encontros e momentos de oração, para reafirmar que a educação é um ato de esperança. Os momentos culminantes serão a passagem pela Porta Santa e a Missa conclusiva com o Papa Leão XIV, que irá proclamar São John Henry Newman “doutor da Igreja”.

Uma manhã de vozes, música e esperança

Uma significativa apresentação do coro de estudantes internacionais Choeur des Colibris, uma iniciativa que supera as barreiras da deficiência unindo crianças surdas e ouvintes, deu a introdução da manhã que contou com as intervenções do prefeito de Roma, Roberto Gualtieri; do cardeal de Mendonça e do ministro italiano Giuseppe Valditara, que enfatizaram o valor educacional como fundamento da fraternidade e da paz. Em seguida, após uma apresentação de dança e video-mapping de forte impacto, o testemunho da astronauta Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia, deu início aos trabalhos.

“Sejam estrelas de verdade, bondade e beleza”

“Falar de educação e escola é fundamental em um jubileu dedicado à Esperança”, observou Gualtieri, ressaltando que a escola constrói a comunidade e serve a um pacto territorial e global ao mesmo tempo, porque a educação é uma tarefa de todos.

A receber os convidados, em representação da Santa Sé, esteve o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, o cardeal Tolentino De Mendonça, que saudou os jovens presentes na sala como “os prefeitos e ministros do futuro”. “Quando for celebrado o próximo Ano Santo, vocês serão adultos”, acrescentou o cardeal, “é bonito começar este jubileu temático com vocês, que são a razão pela qual a escola existe”. O cardeal lançou um apelo às meninas e aos meninos:  “Olhem sempre para cima, para as estrelas... não se deixem aprisionar pelo cinza das telas”. E acrescentou:

“Cada geração tem suas estrelas, mas lembrem-se de que vocês também são estrelas e sua luz permanecerá acesa para sempre se permanecerem conectados à verdade, à bondade e à beleza.”

“Educar é caminhar juntos em direção ao bem”

ministro Giuseppe Valditara, em sua intervenção, convidou a redescobrir a esperança jubilar como uma peregrinação em direção ao bem, que se acompanha – numa visão agostiniana – à coragem e à fraternidade, entendida como unidade na caridade. Valditara destacou que o objetivo deste Jubileu é relançar os sete compromissos do Pacto Educativo Global promovido pelo Papa Francisco. O ministro quis lembrar, em particular, a centralidade da pessoa, um princípio presente na Constituição italiana também graças ao católico Giorgio La Pira, a escuta das novas gerações e a valorização da mulher, para derrubar toda discriminação.

Família, acolhimento e solidariedade global

Investir na família, renovando o pacto educativo que une famílias e escolas, envolvendo as famílias vulneráveis no percurso educacional dos filhos, foi um dos pontos-chave da intervenção do ministro. Outro tema importante: a educação para o acolhimento. Sobre isso, Valditara - que participou recentemente do G20 da Educação na África do Sul - lançou a proposta de arrecadar doações na Europa para garantir o direito ao estudo na África, onde - disse ele - “faltam 17 milhões de professores”.

A participação da astronauta Samantha Cristoforetti (Vatican Media)

“Não deixem que roubem a atenção e a felicidade”

A engenheira Samantha Cristoforetti, primeira mulher italiana a voar no espaço e primeira europeia a comandar a Estação Espacial Internacional, abriu os olhos dos jovens na plateia para um risco educacional: “vocês estão crescendo em uma sociedade de distração em massa, celulares e aplicativos que roubam a atenção e a felicidade”. “Saiam, caminhem por muito tempo, observem a realidade que os rodeia”, exortou, convidando os jovens a assumirem riscos e a redescobrirem o valor do esforço. Citando Jonathan Swift, acrescentou: “pensar com a própria cabeça é difícil se não houver coisas suficientes na cabeça para pensar”.

Testemunhos de arte, esporte e fé

Durante a manhã, o Frei Sidival Fila compartilhou sua trajetória como artista e religioso, convidando os jovens a transformar a beleza em serviço, enquanto a Irmã Zeph e Nhial Deng, premiados com os reconhecimentos internacionais Global Teacher e Global Student Prize, testemunharam a força da educação como redenção pessoal e comunitária. O encontro com o atleta Andy Diaz e a apresentação da cantora Annalisa Minetti uniram música e esporte em uma mensagem comum de confiança no futuro.

Oficinas, encontros e missa com o Papa

Até 30 de outubro serão realizados os laboratórios temáticos, uma iniciativa que envolve 800 estudantes e 200 professores, representando 200 instituições escolares de todas as regiões italianas, juntamente com delegações de instituições escolares internacionais de todo o mundo. Uma experiência imersiva para responder de forma concreta e criativa aos desafios educacionais contemporâneos.

O projeto, articulado em quatro grandes áreas de trabalho jubilares – Caminhos, Diálogos, Horizontes, Elementos – é sediado entre a LUMSA, o Augustinianum e o Palazzo Cesi e desenvolve-se a partir de uma reflexão sobre os compromissos delineados pelo já citado Pacto Educativo Global. Cada atividade será orientada para a produção de um “resultado final” do projeto que representará a síntese do trabalho realizado pelos alunos: um atlas dos caminhos educacionais, uma carta coletiva ao Santo Padre, um glossário da esperança e uma performance artística original. Os resultados serão apresentados publicamente durante o último dia dos laboratórios, em 30 de outubro, por ocasião do encontro oficial com o Papa Leão, dedicado aos alunos de todo o mundo.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

É melhor cozinhar com azeite, manteiga ou margarina? Como escolher o melhor para você

Crédito: Getty Images

É melhor cozinhar com azeite, manteiga ou margarina? Como escolher o melhor para você

Autor: Yasmin Rufo

De BBC News

12 outubro 2025

As prateleiras dos supermercados estão repletas de diversos tipos de óleo de cozinha. Eles variam das garrafas mais baratas de óleo de soja, canola e girassol até os mais caros, de oliva, abacate e coco, que afirmam trazer benefícios à saúde.

Os óleos e gorduras fazem parte de um debate nutricional há anos. Para tentar entender sua importância, é preciso observar os diferentes tipos de gordura que cada um deles contém.

Nem todas as gorduras se comportam da mesma forma no corpo. Algumas aumentam o colesterol e outras ajudam a reduzi-lo.

colesterol é uma substância graxa natural produzida no fígado. Ele também pode ser encontrado em alguns dos alimentos que ingerimos.

Níveis muito altos de colesterol podem gerar acúmulo de gordura depositada nas paredes internas dos vasos sanguíneos, causando seu estreitamento ou bloqueio.

Com tantas mensagens conflitantes, saber qual produto devemos escolher, muitas vezes, pode parecer assustador.

A professora de Nutrição e Saúde Populacional Nita Forouhi, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, conta ao programa de rádio Sliced Bread, da BBC, que nenhum óleo isoladamente detém a solução mágica para a boa saúde. Ela comenta três mitos comuns sobre os óleos de cozinha.

1. Não elimine os óleos mais baratos

Óleo de canola ou girassol, por exemplo, são boas opções a baixo custo (Crédito: Getty Images)

Os tipos de óleo mais baratos, como o de canola e de girassol, costumam ter má fama. Há quem afirme que eles são ultraprocessados e podem causar inflamações, com consequentes prejuízos à saúde cardiovascular.

Mas não há evidências que confirmem esta afirmação.

Na verdade, estes óleos contêm baixo teor (5-10%) de gorduras saturadas prejudiciais à saúde e alto teor de gorduras mono e póli-insaturadas mais saudáveis. E as gorduras póli-insaturadas (incluindo ômega-3 e ômega-6) são essenciais para a saúde do cérebro e do coração.

Forouhi destaca que estes óleos são "absolutamente bons para nós. Não é uma mera opinião, existem muitas pesquisas a respeito."

A professora explica que é possível reduzir o risco de doenças "quando gorduras saturadas [que podem aumentar o colesterol ruim], como manteiga, banha ou ghee, são substituídas por esses óleos".

Óleo de canola ou girassol costuma ser mais barato, representando uma opção econômica para frituras em casa.

2. Margarina pode ajudar a reduzir o colesterol ruim

As margarinas modernas contêm teor de gorduras trans próximo de zero (Crédito: Getty Images)

margarina possui má reputação há anos.

Muitos de nós acreditamos que deveríamos evitá-la porque ela costumava conter gorduras trans prejudiciais, fortemente relacionadas a doenças cardiovasculares.

Mas as margarinas atuais "contêm teor de gorduras trans próximo de zero", segundo Forouhi. "Por isso, de fato, ela pode fazer parte de uma alimentação saudável e reduzir o colesterol ruim."

A manteiga também não deve ser totalmente eliminada do cardápio. "Se você adora manteiga na sua torrada, por exemplo, certamente pode comê-la", orienta Forouhi.

Você pode usar manteiga e margarina para cozinhar, mas a professora recomenda substituí-las, às vezes, por óleo, que contém menos gordura saturada.

As orientações de saúde britânicas aconselham a manter a ingestão de gordura saturada abaixo de 10% das calorias. E é mais fácil atingir este nível usando óleo para cozinhar, em vez de manteiga.

3. Não use azeite de oliva para fritura de imersão

O azeite de oliva é inadequado para uso em frituras de imersão (Crédito: Getty Images)

Diferentes tipos de óleo apresentam comportamento diferente quando aquecidos, o que faz com que alguns deles sejam inadequados para uso em frituras.

O azeite de oliva extravirgem, por exemplo, contém antioxidantes e compostos benéficos, mas seu baixo ponto de fumaça faz com que ele seja mais adequado para uso em saladas ou para regar pratos prontos, não para fritura de imersão.

O ponto de fumaça é a temperatura em que as gorduras do óleo começam a se decompor, liberando compostos indesejáveis que podem fazer com que o sabor do óleo fique amargo, queimado ou desagradável.

O dono de restaurante Tim Hayward conta que usa azeite de oliva comum para frituras rasas. Mas, para fritura de imersão, como batatas fritas ou peixe empanado, é melhor usar óleo de canola ou girassol, que suportam altas temperaturas sem se decomporem.

Estudos também demonstraram que os óleos aquecidos acima do seu ponto de fumaça liberam subprodutos químicos tóxicos.

Mas Forouhi afirma que este tipo de cozimento não é muito comum em casa e que estudos de saúde a longo prazo ainda demonstram que os óleos vegetais "sem exceção estão relacionados a melhores resultados para doenças crônicas".

Quais óleos devo usar?

Se você estiver procurando uma estratégia simples de cozinha, aqui estão algumas indicações:

  • Para a cozinha do dia a dia: óleo de girassol ou canola é barato, saudável e versátil. Você também pode usar azeite de oliva comum.
  • Para saladas e acabamento de pratos: azeite de oliva extravirgem agrega sabor e benefícios à saúde
  • Para fritura de imersão: adote um óleo com alto ponto de fumaça, como óleo de canola ou girassol.
  • Para variar o sabor: use óleo de gergelim, abacate ou coco para pratos frios, se você gostar do sabor.

De forma geral, Nita Forouhi afirma que é melhor observar a dieta como um todo, sem se obcecar com qual óleo deve ser usado.

"Eu recomendaria considerar o sabor e o custo, experimentando diferentes tipos de óleo que tragam benefícios à saúde", conclui a professora.

Ouça neste link o episódio do programa Sliced Bread (em inglês), da BBC Rádio 4, que deu origem a esta reportagem.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c1ed543w281o

Dez salmos que podem animar em tempos difíceis

Imagem ilustrativa | Josh Applegate (Unsplash)

Por Redação central*

26 de out de 2025 às 06:00

Na sociedade de hoje, é cada vez mais comum sentir-se sobrecarregado pelos problemas e, por isso, temeroso e desanimado. Permanecer com esse sentimento de angústia por muito tempo pode fazer com que a preocupação tome conta de nós e nos deixe adormecidos e impotentes, a ponto de fazer com que nossa vida de oração decline. Embora possa ser difícil, é nestes momentos que devemos rezar mais e os salmos podem nos ajudar nesta tarefa, diz Marge Fenelon, jornalista católica e autora de vários livros sobre a devoção mariana e a vida familiar.

Em artigo publicado no jornal National Catholic Register, Fenelon disse que são Francisco de Sales encorajou os católicos a confiar em Deus, como resposta ao medo e à preocupação humanos.

“Não se preocupe com o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje, se encarrega de você amanhã e todos os dias. Ou Ele protegerá você do sofrimento, ou lhe dará a força infalível para suportá-lo. Esteja em paz, pois, e afaste todos os pensamentos de angústia”, disse o santo.

Como as palavras dos santos, que geralmente se baseiam em mensagens bíblicas, "os salmos são um tesouro espiritual e literário de poesia, louvor a Deus, conselho, conforto e, às vezes, arrependimento", disse Fenelon. Hoje, continuam sendo proclamados na missa e também são úteis para os fiéis que recorrem a eles em sua oração.

"O salmista clama a Deus com sinceridade, e podemos nos ver refletidos em suas expressões muito humanas de petição e amor", disse. Quando a preocupação torna nossa oração difícil, "rezar por meio dos salmos pode nos ajudar a sair de nós mesmos e alcançar Deus". Sempre que lutamos para encontrar nossas próprias palavras, os salmos "têm as palavras certas", disse Fenelon.

A escritora recomendou que, embora se possa rezar através da leitura de todos os salmos em um único momento de oração, você também pode rezar apenas um ou dois salmos por dia.

“Você os achará especialmente úteis quando se sentir angustiado. Rezo para que sejam uma fonte de ânimo para vocês, enquanto meditam no Pai amoroso que os protegerá do sofrimento ou dará a força inesgotável para suportá-lo”, concluiu.

A seguir, 10 salmos que podem ajudar a aliviar as preocupações destes tempos:

1. Não temerá notícias funestas, porque seu coração está firme e confiante no Senhor (Salmo 111, 7).

2. Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá (Salmo 36, 5).

3. Fazei-me sentir, logo, vossa bondade, porque ponho em vós a minha confiança. Mostrai-me o caminho que devo seguir, porque é para vós que se eleva a minha alma (Salmo 142, 8).

4. Meus inimigos continuamente me espezinham, são numerosos os que me fazem guerra. Ó Altíssimo, quando o terror me assalta, é em vós que eu ponho a minha confiança (Salmo 55, 3-4).

5. Ele não permitirá que teus pés resvalem; não dormirá aquele que te guarda (Salmo 120, 3).

6. Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, eternamente firme (Salmo 124, 1).

7. O Senhor se aproxima dos que o invocam, daqueles que o invocam com sinceridade (Salmo 144, 18).

8. São muitos os sofrimentos do ímpio. Mas quem espera no Senhor, sua misericórdia o envolve (Salmo 31, 10).

9. Só em Deus repousa a minha alma, é dele que me vem o que eu espero. Só ele é meu rochedo e minha salvação; minha fortaleza: jamais vacilarei (Salmo 61, 6-7).

10. O Senhor torna-se refúgio para o oprimido, uma defesa oportuna para os tempos de perigo (Salmo 9, 10).

*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/50119/dez-salmos-que-podem-animar-em-tempos-dificeis

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF