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quinta-feira, 22 de junho de 2023

O que são Tomás More pode ensinar aos políticos e advogados do século XXI

São Tomás More. / Flickr por Lawrence OP (CC BY-NC-ND 2.0)

Por Diego López Marina

REDAÇÃO CENTRAL, 22 Jun. 23 / 07:00 am (ACI).- A Igreja celebra hoje (22) são Tomás More, político, professor de direito e advogado do século XVI, cuja vida pode dar ensinamentos para profissionais do direito e da política do século XXI.

Tomás More, padroeiro dos políticos e governantes, costumava dizer que "o homem não pode ser separado de Deus, nem a política da moral".

O advogado e mestre em Direito, Alberto González Cáceres, presidente do Centro de Estudos Jurídicos Santo Tomás More, do Peru, falou da férrea “defesa da consciência e da verdade” deste santo.

“Refiro-me à única verdade: aquela que nos diz que Eu sou a verdade, o Caminho e a Vida. Não a verdade relativista do mundo atual que não hesita em justificar seus vícios com meias verdades e nos apresenta falsos caminhos”, disse em entrevista à ACI Prensa, do grupo EWTN, ao qual pertence a ACI Digital.

O advogado comentou que embora Tomás More tenha sido um advogado com “muito talento jurídico”, antes disso era “um homem de família, muito dedicado à mulher e aos filhos e comprometido nas suas obrigações profissionais”.

"Especificamente, ele era um homem correto", disse.

Tomás More nasceu em Londres em 1477. Formou-se como advogado na Universidade de Oxford e teve uma carreira de sucesso que acabou levando-o ao parlamento inglês e depois ao cargo de chanceler de Henrique VIII, rei da Inglaterra.

Ele foi casado com Jane Colt, com quem teve quatro filhos; também é lembrado por defender com a vida a indissolubilidade do casamento.

Tomás More foi preso e morreu mártir por permanecer fiel ao primado do papa e por não aceitar que Henrique VIII se separasse da Igreja Católica para se divorciar e se casar novamente.

“À medida em que Henrique VIII vai se entregando às suas paixões e em que o mundo de seu tempo vai se rendendo com pouca oposição ao poder e às leis que justificam suas imoralidades, surge o momento dos homens de verdade, aqueles que não se submetem ao poder efêmero e à bajulação dos poderosos”, disse González.

“Diante dessas circunstâncias, são Tomás More entrega a vida dele em defesa de sua própria consciência. Sua consciência reta o obrigava a permanecer firme na defesa da verdadeira Igreja de Jesus Cristo: a Igreja Católica Apostólica Romana”, disse.

Depois de passar 14 meses na prisão, Tomás More foi decapitado e morreu como mártir em 6 de julho de 1535. Na forca, antes de ser executado, o santo disse à multidão: "Morro como bom servidor do rei, mas primeiro como servidor de Deus”.

Para González, o que mais lhe impressiona sobre seu padroeiro é "a sua firmeza durante o martírio".

"Sua firmeza enquanto estava preso, sozinho e abandonado na Torre de Londres e seu brilho e calma total quando ele finalmente foi decapitado", disse ele.

Por fim, o advogado católico lembrou que “os cristãos são chamados a ser outros Cristos”, assim como o fez Tomás More.

"Ele é o modelo do mártir, mas vamos abordar o martírio não como a morte que acaba com as nossas vidas terrenas", disse ele.

"Refiro-me ao martírio do homem que nega a si mesmo por amor à esposa, ao martírio do filho que se nega por amor aos pais, ao martírio do governante pelo amor e pelo bem do seu povo, ao martírio do funcionário que faz a coisa certa para o bem da comunidade", disse.

González disse que isso "é o que Jesus Cristo e sua mãe Maria Santíssima nos ensinaram".

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa Francisco recebe no Vaticano o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva

Papa Francisco recebe o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva  (Vatican Media)

Depois do encontro com o Papa Francisco o presidente Lula se encontrou com o dom Edgar Peña Parra, Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.

Vatican News

A Sala de Imprensa vaticana informou que na tarde de hoje, quarta-feira, 21 de junho de 2023, o Santo Padre o Papa Francisco recebeu em Audiência, no ambiente anexo à Sala Paulo VI, o Presidente da República Federativa do Brasil, Sua Excelência o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que, posteriormente, se encontrou com o Excelentíssimo Dom Edgar Peña Parra, Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.

Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum.

Por fim, - destaca ainda a nota da Sala de Imprensa - houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.

O presidente Lula pediu ao Papa um Terço para sua irmã de 80 anos e Francisco imediatamente o presenteou.

Encontro do Papa com o presidente Lula (Vatican Media)

O Santo Padre presentou o presidente Lula com a Mensagem para a Paz deste ano;  o Documento sobre a Fraternidade Humana; o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV; e o baixo-relevo em bronze "A paz é uma flor frágil"

Já o presidente Lula deu de presente ao Papa a gravura do artista pernambucano J.F. Borges

Gravura do artista pernambucano J.F. Borges (Vatican Media)

A primeira-dama, Janja Lula presenteou o Papa com um estátua de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém.

Estátua de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém (Vatican Media)

O "obrigado" via Twitter

"Agradeço ao Papa Francisco pela audiência no Vaticano e pela bela conversa sobre a paz mundial", tuitou Lula após o encontro, a partir de sua conta oficial no Twitter, seguida por 7,9 milhões de seguidores. Pelos mesmos canais sociais, o presidente divulgou ontem uma entrevista em vídeo na qual antecipou os temas que gostaria de abordar com o Papa, começando pela "grande campanha mundial contra a fome no mundo" e continuando, é claro, com a guerra na Ucrânia, já que Francisco - disse o presidente - estava "muito interessado em pôr fim à guerra envolvendo a Ucrânia e a Rússia". Há algum tempo, Lula vem trabalhando em seu próprio plano de paz, que gira em torno da devolução pela Rússia dos territórios ucranianos conquistados após 24 de fevereiro de 2022. Ele apresentou esse plano em vários fóruns internacionais, inclusive ao presidente chinês Xi Jinping.

A ligação telefônica de 31 de maio

Um tema, o da Ucrânia, que Lula e o Papa já haviam abordado no telefonema de 31 de maio, cujo conteúdo foi divulgado por uma nota do governo brasileiro. Entre eles, a possibilidade de um novo encontro no Vaticano para "junho-julho". Na entrevista na rede social, o presidente explicou que ele mesmo havia tomado a iniciativa de telefonar ao Papa para dizer-lhe "que queria visitá-lo" e "agradecer-lhe a atenção que me deu quando eu estava preso em Curitiba".

Presidente Lula em conversa com o substituto Peña Parra (Vatican Media)

Convite para visitar o Brasil

A "luta contra a desigualdade" e o combate à fome "em um planeta que produz mais alimentos do que consome" são os outros temas que o presidente disse querer compartilhar com Francisco. Junto com isso, um novo convite para visitar o Brasil pela segunda vez, depois da JMJ no Rio de Janeiro, em julho de 2013, a primeira viagem apostólica do recém-eleito Jorge Mario Bergoglio. O desejo de Lula, revelou ele, é que o Papa retorne para o Círio de Nazaré, uma das maiores festas católicas do país, realizada anualmente em Belém, no estado do Pará.

'O Papa é a autoridade política mais importante do planeta'

Lula compartilhou os detalhes de sua audiência com o Papa nesta manhã, 22 de junho, com um grupo de jornalistas reunidos para uma coletiva de imprensa em um hotel de Roma. Neste momento", disse ele, "o Papa Francisco é a autoridade política mais importante que existe no planeta Terra. Não apenas pelo que ele representa, mas pelo que ele diz". O presidente brasileiro também disse que estava feliz por ver o Papa em boa saúde após a cirurgia de laparotomia a que foi submetido em 7 de junho: "Pensei que chegaria aqui e encontraria uma pessoa convalescente" e, em vez disso, "encontrei um homem com a energia de um de 30 anos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Paulino de Nola

São Paulino de Nola | arquisp

22 de junho

São Paulino de Nola

Paulino nasceu no ano de 355, na cidade de Bordeaux, na França. Seu pai era um alto funcionário imperial e toda a família ocupava posição de destaque na economia e na corte.

Antes de tornar-se religioso, o próprio Paulino foi cônsul e substituiu o governador da Campânia. Nessa posição, manteve contato com o bispo Ambrósio, de Milão, bem como com o jovem Agostinho, que se tornara bispo de Hipona, os quais o encaminharam à conversão.

Assim, aos vinte e cinco anos de idade Paulino foi batizado.
Um ano antes tinha se casado com Terásia, uma cristã espanhola que também o influenciou a aprofundar-se nos ensinamentos do Evangelho. Quando perderam, ainda criança, o único filho, Celso, os dois resolveram abandonar de vez a vida social e abraçar a vida monástica. De comum acordo, dividiram as grandes riquezas que possuíam com os pobres e as obras de caridade voltadas para o atendimento de doentes e desamparados e se dirigiram para a Catalunha, na Espanha.

Pouco tempo depois, Paulino, que se tornara conhecido e estimado por todo o povo, encaminhou ao bispo um pedido para que este o ordenasse sacerdote. O que aconteceu, além de ser convidado a participar do clero local ou, se preferisse, ingressar no de Milão, mas recusou a ambos. Queria, de verdade, uma vida de monge recluso, por isso mudou-se para a Campânia, onde a família ainda tinha como propriedade o túmulo de um mártir, são Félix. Paulino começou a construir ali um santuário para o santo, e ao mesmo tempo fez levantar uma hospedaria para os peregrinos pobres.

Em seguida, transformou um dos andares em mosteiro e deu início a uma comunidade religiosa formada por ele, a esposa e alguns amigos. A principal característica desses monges era a comunicação feita somente por meio de correspondência escrita. Foram cinqüenta e uma cartas dirigidas aos amigos e personalidades do mundo cristão, entre eles Agostinho, o bispo de Hipona.

Paulino revelou-se um grande poeta, escritor e pregador, foi uma figura tão brilhante quanto humilde. Entretanto a vida calma que almejara quando abdicou de sua condição de herdeiro político de bons cargos no Império Romano para levar uma vida pobre em dinheiro e poder, mas rica em fé e dignidade, terminaria em 409.

Na ocasião, foi eleito e consagrado bispo de Nola, diocese de Nápoles, cargo que ocupou até morrer no ano 431, um ano após a morte do amigo e companheiro Agostinho, hoje também santo e doutor da Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Missa na Catedral Metropolitana de Brasília abre participação de fiéis católicos na 16ª Marcha pela Vida

Missa abre participação de fiéis na 16ª Marcha pela Vida (arqbrasilia)

Cerca de 700 pessoas participaram da Santa Missa na Catedral Metropolitana de Brasília, no início da tarde desta terça-feira (20/06), rezando nas intenções da 16ª Marcha Nacional a Cidadania pela vida contra o aborto, que aconteceu após a Celebração presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, contando com a presença de vários padres e diversas autoridades civis, como deputados de vários estados e primeira-dama do Distrito Federal.

Em sua homilia, o Cardeal Arcebispo recordou que é dever de todo cristão defender a vida desde sua concepção até o seu fim natural. “Jesus Cristo é o modelo referencial de ida, de defesa da vida. Na palavra de Deus nós pautamos nossa luta pela vida; claro que com o auxílio das ciências, que afirmam que desde o momento da concepção já existe vida.”, afirmou Dom Paulo que ainda disse que, “os cristãos assumem as lutas, assumem as defesas, assumem as questões do dia a dia a partir dos ensinamentos da Sagrada Escritura, Palavra de Deus.”

Segundo o Arcebispo, o mundo espera do cristão um testemunho verdadeiro da mensagem de Jesus, ele [o cristão] deve ser, verdadeiramente luz para o mundo. “Esta pauta da defesa da vida é uma pauta inegociável para cada cristão, mas deve, também, ser realizada de forma inteligente, inspirada pelo ensinamento de Jesus Cristo, sem torna-la um ambiente de brigas desnecessárias, mas de diálogo proveitoso e frutífero para o empenho que estamos realizando”, concluiu Dom Paulo Cezar.

Também presente na Celebração, o assessor do Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília, Padre João Baptista Mezzalira, apresentou as ações da Igreja em relação ao tema e destacou a importância de manifestações públicas como esta iniciativa da Marcha pela vida. “Temos feito inúmeras iniciativas nos vicariatos para formar o povo de Deus nas questões relacionadas a este tema. Além disso, queremos destacar tantas pessoas que, mesmo em horário comercial, por vezes impedidas pelo trabalho e outros compromissos, fizeram um grande esforço para estarem aqui [na Santa Missa e na Marcha pela Vida], destacou o sacerdote.

Após a Celebração, os fiéis que nela estavam encontraram-se com as pessoas de outras religiões, associações e grupos que defendem a vida que saíram em Marcha do Museu da República e caminharam, todos juntos, em direção ao Congresso Nacional entoando orações, cantos, reflexões sobre a necessidade de se lutar por aqueles que não têm condições de o fazer e recordando os projetos de lei que tramitam nas casas legislativas relacionados ao tema e os problemas relacionados  a interferências de outros poderes no que diz respeito à decisões sobre o aborto, a eutanásia e afins.

Diante do Congresso Nacional, líderes do movimento, religiosos e políticos discursaram recordando a necessidade de que o tenha trânsito no Congresso Nacional e não no poder Judiciário, bem como, motivaram os participantes a serem multiplicadores de uma mensagem de esperança, mas também, de conscientização sobre o mote do aborto e da defesa da vida, para que, cada vez mais pessoas percebam a importância da defesa da vida desde a concepção até o seu fim natural.

Brasil sem aborto (arqbrasilia)

Para saber mais sobre o movimento e as leis que tramitam nas casas legislativas acesse: www.brasilsemaborto.org

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Jovem morta em ataque a escola no Paraná era católica ativa na paróquia

Grupo de Jovens I Lummi | Facebook
Karoline Verri Alves e Luan Augusto, vítimas de ataque a escola em Cambé, PR

Por Francisco Vêneto

Uma das suas mais recentes participações na vida paroquial foi neste Corpus Christi, quando a jovem entrou com o lecionário durante a Procissão da Palavra na Missa solene.

A jovem Karoline Verri Alves, de 16 anos, foi morta por um homem de 21 anos que invadiu o Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do Paraná, na manhã desta segunda-feira, 19 de junho.

O criminoso é ex-aluno e, para entrar na escola, alegou que precisava de uma cópia do seu histórico escolar.

Ele também alvejou Luan Augusto, 16, namorado de Karoline. Baleado na cabeça, o rapaz chegou a ser levado, em estado gravíssimo, para o Hospital Universitário de Londrina, mas, infelizmente, não resistiu à gravidade do ferimento e faleceu na madrugada desta terça-feira.

A Polícia Militar (PM) foi acionada logo após os disparos e chegou em poucos minutos ao colégio. O assassino foi detido e encaminhado à delegacia. Com ele, segundo a PM, foram apreendidos uma machadinha e carregadores de revólver, além da arma usada no crime.

Nota de pesar da paróquia

Karoline era católica e muito atuante na Paróquia Santo Antônio, de Cambé, onde havia sido coroinha e participava do Grupo de Jovens I Lummi. Os pais dela são coordenadores da comunidade. Segundo nota da paróquia, uma das mais recentes participações de Karoline na vida paroquial foi neste Corpus Christi, quando a jovem entrou com o lecionário durante a Procissão da Palavra na Missa solene.

A nota da paróquia acrescenta:

“Neste momento de dor, a Paróquia Santo Antônio de Cambé e a Comunidade Nossa Senhora do Divino Amor transmitem os sentimentos e fazem orações pelos familiares das vítimas e à comunidade escolar psicologicamente abalada”.

Nota de pesar da arquidiocese

A Arquidiocese de Londrina também emitiu nota, via redes sociais, “pedindo ao Pai o conforto necessário neste momento de dor”. O texto assinado pelo arcebispo metropolitano, dom Geremias Steinmetz, ressalta:

“Nesse dia doloroso, pedimos que a força do Espírito Santo renove em todos o dom da fé unindo-nos aos mártires que entregaram suas vidas por Cristo, entre os quais a jovem estudante de Cambé-PR, seguidora de Jesus Cristo, integrante da comunidade cristã”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

As catequeses mistagógicas e a eucaristia em São Cirilo de Jerusalém

Eucaristia (Vatican Media)

São Cirilo seguiu o apóstolo São Paulo no aprofundamento dos divinos mistérios nas quais as pessoas recebiam o sacramento da eucaristia, para que assim elas se tornassem um só corpo e um só sangue com Jesus Cristo.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA

São Cirilo de Jerusalém, bispo do século IV, destacou-se pelas suas catequeses mistagógicas dadas aos que recebiam os sacramentos da iniciação à vida cristã, do batismo, da crisma e da eucaristia na noite do sábado santo. Foi um dos bispos do século IV que aprimorou a catequese para que as pessoas recebessem bem os sacramentos na unidade com Deus Uno e Trino e com a Igreja. Na semana após a Páscoa mantinha contato, ou formação com os que recebiam os sacramentos nas assim chamadas catequeses mistagógicas. Nós veremos a seguir duas catequeses mistagógicas, a quarta e a quinta, pois elas são fundamentais na doutrina eucarística, a ação de graças ao Senhor Jesus Cristo, o pão vivo do céu.

Um só corpo em Cristo (1 Cor 11,23)

São Cirilo seguiu o apóstolo São Paulo no aprofundamento dos divinos mistérios nas quais as pessoas recebiam o sacramento da eucaristia, para que assim elas se tornassem um só corpo e um só sangue com Jesus Cristo. A Palavra de Deus afirmou que o Senhor Jesus tomou o pão e disse para os discípulos o comerem e também tomou o vinho afirmando que o cálice com vinho era o seu sangue para ser bebido (1 Cor 11,24s). Jesus mesmo se manifestou ao dizer sobre o pão que era o seu corpo e sobre o cálice com vinho era o seu sangue. Quem é que duvidaria dessas coisas?! Será preciso ter fé na presença do Senhor pela sua vida, com o seu corpo e o seu sangue[1].

A transformação no corpo e no sangue de Cristo ocorreu após as palavras serem ditas na consagração. O bispo recordava aos fieis que Jesus mudou a água em vinho nas bodas de Caná da Galileia. Ele era convidado para esta festa de modo que fez o milagre formidável ao transformar a água em vinho de modo que o melhor vinho veio ao fim, o próprio Senhor Jesus[2].

Participar na comunidade pela eucaristia

São Cirilo acentuou que é preciso o fiel participar da comunidade e ao corpo e ao sangue de Cristo. Sob a espécie do pão, recebe a pessoa, o corpo do Senhor e sob a espécie do vinho o fiel recebe o sangue de Cristo, para ser um só corpo um só sangue com Cristo. Tudo isso conduzirá as pessoas tornarem-se portadores de Cristo anunciando com o seu corpo e o seu sangue para todos os membros. A ação visa a unidade em Cristo Jesus, em vista da participação da pessoa à natureza divina (2 Pd 1,4)[3].

O pão e o Logos, Jesus

O pão celeste e o cálice da salvação vêm do próprio Senhor Jesus para a vida dos seres humanos, porque eles santificam a alma e o corpo. Da mesma forma como o pão é próprio para o corpo humano, assim também o Senhor com o seu pão do alto é próprio para a alma. São Cirilo dizia que aquele pão e aquele vinho, após a consagração não seriam mais pão e vinho, mas o corpo e o sangue de Jesus. Ainda que os sentidos exteriores vejam as mesmas coisas, no entanto, pelos olhos da fé, são o corpo e o sangue de Cristo[4].

O corpo e o sangue de Cristo

São Cirilo insistia na fé da presença do Senhor no pão e no vinho consagrados. Desta forma, a pessoa que os recebessem tinha presente que o pão não é mais pão, ainda que o gosto seja tal, mas é o corpo de Cristo e o vinho que parece vinho, não é mais vinho, também se o gosto é como tal, mas é o sangue de Cristo. É preciso tomar o pão como espiritual e alegrar o rosto da alma da pessoa, pelo vinho, o sangue de Cristo[5].

A purificação das mãos

São Cirilo deu sentido à purificação das mãos pelo ofertório, na quinta catequese mistagógica. O sacerdote se lava as mãos como símbolo que todos os ministros purificam-se do pecado e faltas. As mãos sendo lavadas aludem à pureza e a importância das ações de caridade, de amor[6].

Invocação do Espírito Santo

São Cirilo tinha presente a invocação do Espírito Santo sobre as ofertas para que estas se transformem o pão em corpo de Cristo e o vinho em sangue de Cristo, de modo que tudo seja santificado e transformado. Após a leitura das palavras da consagração, de tomar e comer, tomar e beber, fazer em memória de Cristo, a celebração eucarística invoca Deus sobre a paz comum das Igrejas, sobre a boa ordem do mundo, sobre as autoridades, os doentes, os aflitos e sobre todos aqueles que precisam de ajuda para a salvação de todas as pessoas. A celebração eucarística tem presentes também a invocação a Deus em vista dos fieis defuntos para que esses obtenham do Senhor, o descanso eterno[7].

O Pai Nosso e a comunhão

Em seguida a comunidade reza o Pai-nosso, a oração que o Senhor Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos. O ministro convida os fiéis para tomar parte da mesa pelo corpo e o sangue de Cristo. São Cirilo de Jerusalém recomendava que os fiéis se aproximassem para receber o corpo de Cristo não com as mãos abertas, nem com os dedos separados, mas a mão esquerda aberta, no seu côncavo[8], fizesse um trono à direita, para que assim a pessoa recebesse o corpo de Cristo, o Rei dos reis. Procurando não perder nada, com a ponta dos dedos pela mão direita toma o pão consagrado, o corpo de Cristo, diz amém e comunga-o. O bispo recomendava a conservação destas tradições para estar em comunhão com corpo de Cristo e  com a Igreja, a comunidade eclesial[9].

São Cirilo de Jerusalém deixou uma riqueza muito grande em relação à eucaristia, através das catequeses mistagógicas, que eram explicações em relação aos mistérios celebrados na noite do sábado santo, celebrações coordenadas pelo bispo diocesano. As pessoas são convidadas a receber o Senhor sacramentalmente ou espiritualmente e assim atuar em favor daquelas que mais precisam, pelo bem, pela justiça e pelo amor.

[1][1] Cfr. Cirilo di Gerusalemme. IV Catechesi mistagogica, 1. In: Gerardo di Nola. Monumenta Eucharistica. La Testimonianza dei Padri della Chiesa. Vol. 1, Sec. I-IV. Roma, Edizioni Dehoniane, 1994, pgs. 388-389.

[2] Cfr. Idem2. pg. 389..

[3] Cfr. Idem3. pg. 389

[4] Cfr. Idem5-6, pg. 390.

[5] Cfr. Idem9, pg. 391.

[6] Cfr. Quinta Catechesi Mistagogica2. In: Idem, pg. 392.

[7] Cfr. Idem7-9, pg. 394.

[8] Cfr. São Cirilo de Jerusalèm. Catequeses mistagógicas. Petrópolis, RJ, Vozes, 2020, pg. 31.

[9] Cfr. Quinta catechesi mistagogica, 23. In: Idem, pg. 398.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A religiosidade popular e o São João

A religiosidade popular e o São João (aliancafm)

 A RELIGIOSIDADE POPULAR E O SÃO JOÃO

Dom Dirceu de Oliveira Medeiros
Bispo de Camaçari (BA) 

Estamos em junho. Mês marcado pela devoção aos Santos Juninos e de modo particular a São João Batista. No Nordeste dizemos: “é São João!” Cabe uma palavra sobre a riqueza da religiosidade popular. A premissa do Documento de Aparecida é clara: “a piedade popular é lugar de encontro com Jesus Cristo.” O Documento destaca a rica e profunda religiosidade popular, na qual aparece a alma dos povos latino-americanos, e a apresentou como “o precioso tesouro da Igreja Católica”. Entre as expressões dessa espiritualidade contam-se: as festas patronais, as novenas, os rosários e vias-sacras, as procissões, os cânticos do folclore religioso, o carinho para com a Mãe de Jesus, aos santos e aos anjos, as promessas, as orações em família, dentre outras. 

Durante muito tempo e também sob uma leitura rasa do Concílio Vaticano II, a religiosidade popular foi vista com desconfiança ou como algo a ser superado.  Mas eu diria: ao contemplar esse rico patrimônio, recordamos da doutrina do Logos Spermátikos, isto é, a concepção de que encontramos, nos meandros de cada cultura, as sementes do Verbo de Deus. Naturalmente que esse processo está conectado à receptio do Querigma.  

Aqui, salvo melhor juízo, não se trata nem de demonizar e nem mesmo de exaltar de modo acrítico a piedade popular como se ela não carecesse de purificação e não estivesse sujeita a absorver elementos estranhos à fé cristã. O próprio Documento diz: “Quando afirmamos que é necessário evangelizá-la ou purificá-la, não queremos dizer que esteja privada de riqueza evangélica”.  

Mas voltemos ao São João. Salta aos olhos a força dessa festa no querido Nordeste. Não se trata de algo periférico à cultura, mas de algo abrangente e capaz de influenciar profundamente as expressões culturais. Poderíamos dizer que o São João alcança os cinco sentidos, portanto, um evento enraizado na cultura e de profunda relevância popular. Alcança o paladar, pois as comidas típicas são apreciadas e fartas, alcança os ouvidos, afinal é inegável a beleza da música. Igualmente alcança o tato, o olfato, a visão, uma vez que as danças, o espocar dos fogos e as fogueiras encantam a todos. 

Finalmente atinge a fé. Dizem que ao visitar as casas o fiel pergunta: “São João passou por aqui”? Essa pergunta lhe dá o direito de saborear a comida boa e em grande quantidade, variada em sabores oferecida por todos. Algo semelhante com o mercado de Isaías (Is. 55, 1-2) A festa da abundância e da fartura. 

No núcleo deste evento forte está a figura robusta de João Batista, a voz que grita no deserto, que preparou os caminhos do Senhor, apontou o Cordeiro aos discípulos e foi o maior dentre os nascidos de mulher. Redescubramos essa imagem forte. As fogueiras que acendemos, de certa forma, sinalizam para nós que João Batista, com sua presença, foi aquele que acendeu a luz e apontou para nós o Cristo Jesus, a luz do mundo! Viva São João!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Brother Ben: o frade que mobiliza jovens africanos para o cuidado da Criação

Brother Ben (Vatican Media)

O franciscano Benedict Ayodi é um dos fundadores do Movimento Laudato Si'. Sua missão no Quênia é inspirar as pessoas a se unirem à causa do meio ambiente, não apenas porque o planeta está em perigo de colapso, mas porque a voz de Deus ainda ressoa e diz: "Vai e reconstrói a minha Igreja". Muitos resultados foram alcançados, entre os quais a interrupção da construção de um oleoduto que teria danificado a floresta.

https://youtu.be/QBbVzhT7H7w

*Movimento Laudato Si’

Frei Benedict Ayodi é um franciscano capuchinho que vive sua vocação há 20 anos, inspirando jovens e adultos, religiosos e leigos a cuidar da natureza e das pessoas mais vulneráveis que habitam a nossa Casa Comum e que estão se tornando cada vez mais vítimas das mudanças climáticas. Atualmente, o Irmão Ben, como é chamado pelos amigos, trabalha entre o Quênia (um dos países do mundo com o maior número de franciscanos) e Nova York, realizando projetos com o JPIC, o Escritório Geral de Justiça, Paz e Integridade da Criação, com a Franciscan International, com as Nações Unidas e com o Movimento Laudato Si'. Quênia e Estados Unidos, dois países diferentes que lhe permitiram, com seus inúmeros contrastes, sentir e compreender melhor "o grito da Criação e dos pobres". "Eu cresci no Quênia", conta frei Ben, "e senti na própria pele a importância da floresta nesta terra, com a fauna selvagem ao nosso redor, com os cursos d'água, com os recursos que podem alimentar a todos sem exploração, apenas de forma inteligente; acredito que foi isso que me levou a unir-me à espiritualidade de São Francisco de Assis".

O compromisso de frei Benedict no Quênia (Vatican Media)

Laudato si' nas pautas da ONU

Trabalhando com a Franciscan International para garantir a proteção da dignidade humana e da justiça ambiental dentro do quadro estabelecido também pela ONU, frei Benedict afirma: "Há muitas pessoas que sofrem no mundo, e esse espaço nos permite falar com os líderes políticos, nos dá um fórum para o diálogo direto, face a face do qual não queremos renunciar, porque é especialmente nesse contexto que podemos apoiar as populações e tentar restabelecer a aliança com o meio ambiente. Não é possível que algumas pessoas tenham comida em abundância e outras tenham que desmatar florestas para obtê-la. É preciso chegar a um acordo, é preciso encontrar um caminho, e os líderes mundiais sabem disso, mas ainda há muitos, demasiados, interesses políticos e econômicos em jogo". Embora Francisco de Assis tenha vivido há 800 anos, ele continua sendo um modelo para os que lutam pela justiça ecológica, especialmente em um continente como a África, que sofre as consequências da exploração intensiva de seus recursos naturais e dos habitantes, o que causa desequilíbrio ecológico, político, econômico e social em seus países.

O mandato: "Vai e reconstrói a minha Igreja

A conversão de São Francisco de Assis foi marcada pelo momento em que ele ouviu a voz de Deus que dizia: "Vai e reconstrói a minha Igreja", e a história conta que Francisco imediatamente respondeu sim, indo procurar pedras para reconstruir uma capela. "Mas depois se deu conta que Deus estava lhe pedindo algo diferente, que cuidasse das almas, que transformasse Seu povo, toda a sociedade", nos explica Ben. "Ainda hoje precisamos passar à ação e realizar a transformação necessária nesta crise ecológica, lendo os sinais dos tempos”. Benedict fez parte do comitê que fundou e iniciou o Movimento Laudati Si'. "Somente o Espírito Santo", afirma, "tornou possível a nossa presença aqui. Vimos a transformação que ocorreu em tão pouco tempo. Todos os continentes estão envolvidos, homens e mulheres não apenas cristãos, mas de outras religiões que decidiram arregaçar as mangas. Por meio de nosso Movimento, certamente reacendemos a fé de muitos jovens católicos que tinham se afastado da Igreja e que voltaram a acreditar e a ter esperança de que podem ser agentes de mudança.  Conseguimos esse efeito e isso é o que mais me encanta. Fazer parte desse Movimento não é um trabalho, é a minha espiritualidade", confessa. Frei Ben foi o primeiro a levar o Movimento Laudato Si' para a África, que hoje já conta com 20 Capítulos - comunidades de Animadores Laudato Si' -, o que traduzido em números significa 2.480 animadores (de língua inglesa e francesa). "O Movimento Laudato Si' oferece uma estrutura para nos ajudar a promover a nossa missão e agir para essa transformação. Os Capítulos ajudam a reunir e inspirar mais pessoas e organizações por meio da oração e da ação", explica ainda frei Ben.

A festa da bênção das árvores no Quênia (Vatican Media)

No Quênia, uma Igreja jovem em crescimento

Frei Ben percorre quilômetros todos os dias, conhece centenas de pessoas e sua tarefa é formar comunidades leigas e religiosas, especialmente por meio do Programa Animadores Laudato Si', com o qual ele já conseguiu atingir vários objetivos, como convencer instituições católicas a se desfazerem de combustíveis fósseis ou a famosa campanha global #StopEACOP ("Pare a AECOP") na África Oriental, para impedir a construção de um oleoduto através de Uganda e Tanzânia, prejudicando a natureza e a vida dos habitantes: "A campanha #StopEACOP durou quatro anos e meio e foram anos de batalhas, lutas, derrotas e vitórias em que as pessoas, em vez de recuarem, decidiram dar tudo de si: essa campanha foi organizada e realizada por jovens africanos que seguiram o curso dos Animadores Laudato Si'! Ao longo dos meses outras organizações se juntaram à campanha e conseguimos que até mesmo a Igreja se unisse a nós e que a União Europeia parasse de financiar esse projeto. O trabalho deles nas redes sociais foi fundamental, mas o mais surpreendente foi, e de fato é, a força e o entusiasmo dos jovens: aqui há uma Igreja jovem e viva", afirma Benedict.

O compromisso e a mobilização no Quênia para impedir a construção do oleoduto foram muito fortes (Vatican Media)

Viver e encarnar a Laudato si'

Benedict descreve o Programa de Animadores Laudato Si' como "ideal para ajudar jovens e adultos a entender e viver plenamente a encíclica do Papa Francisco". Qualquer pessoa pode segui-la e ela está disponível em sete idiomas. Mas, acima de tudo, é um espaço para nos conhecermos, dialogarmos e nos unirmos. São Francisco não queria apenas nos reunir em um mesmo projeto, mas também viver a espiritualidade, nosso relacionamento com Deus, com os outros e com a Criação, em comunidade. Sem comunidade não há caminhos a percorrer ou projetos a realizar, todos os irmãos são necessários. Durante o Tempo da Criação, por exemplo, com os Animadores dos vários Círculos e Capítulos, fomos abençoar os animais selvagens no Parque Nacional de Nairóbi, uma tradição franciscana que demonstra nossa espiritualidade em amar o meio ambiente como um dom de Deus, e foi um belo momento de reconciliação entre o homem e a terra, de conexão, mas também de gratidão por tudo o que o Pai nos deu. Estamos todos interconectados e devemos viver uma ecologia integral, não com palavras, mas com os fatos. Não caminho sozinho, essa é minha certeza, caminho com outros companheiros do Movimento Laudato Si' e de outras organizações", conclui Frei Ben.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Quatro bispos negam apoio financeiro ao Caminho Sinodal Alemão

Caminho Sinodal Alemão. - Foto: Maximilian von Lachner

Por AC Wimmer/CNA Deutsch

REDAÇÃO CENTRAL, 20 Jun. 23 / 01:32 pm (ACI).-

Quatro bispos alemães votaram hoje (20) contra o financiamento do comitê sinodal que se prepara para introduzir um Conselho Sinodal Alemão permanente para supervisionar a Igreja na Alemanha.

O Caminho Sinodal Alemão é um processo de discussão sobre reformas na Igreja que propôs mudanças na doutrina sexual da Igreja, para permitir o homossexualismo, o fim do celibato sacerdotal e a ordenação de mulheres, além da criação do conselho permanente para supervisionar os bispos.

Os quatro bispos são o cardeal Rainer Maria Woelki, de Colônia, e três bispos da Baviera: Gregor Maria Hanke, OSB, de Eichstätt, Stefan Oster, de Passau e Rudolf Voderholzer, de Regensburg.

A conferência episcopal alemã emitiu hoje (20) um comunicado, dizendo: "Para uma grande maioria dos bispos diocesanos, é importante que as 15 decisões da assembleia sinodal sejam implementadas o mais rápido possível".

No entanto, como é necessária uma decisão unânime dos bispos para fornecer recursos financeiros e humanos, "e quatro bispos declararam que não aceitarão mais financiamento para o Caminho Sinodal", é necessário encontrar outras formas de financiamento,

"A primeira reunião do Comitê Sinodal acontecerá, conforme planejado, de 10 a 11 de novembro de 2023", disse a conferência dos bispos.

Embora os números do financiamento para o comitê sinodal de três anos não tenham sido divulgados publicamente, o porta-voz da Conferência dos Bispos Alemães (DBK), Matthias Kopp, disse ao jornal National Catholic Register, do grupo EWTN a que pertence ACI Digital, em maio que 5,5 milhões de euros foram gastos no Caminho Sinodal durante a fase de assembleias em seus três anos iniciais.

Hoje, os quatro bispos que votaram contra o financiamento do comitê sinodal em um encontro dos 27 bispos diocesanos em Berlim disseram em um comunicado de imprensa conjunto que "o plano de organizar um comitê sinodal na Alemanha agora, que depois estabelecerá um comitê de concílio sinodal, é contra a clara instrução do papa”.

“Portanto, não podemos dar este passo neste momento”, afirmaram os quatro bispos. "Não é improvável que neste momento, com muito dinheiro e esforço, estabeleçamos outro órgão cujas competências são tudo menos claras - apenas para descobrir no final que não podemos fazê-lo dessa maneira".

“No Caminho Sinodal foram tomadas decisões que causam ansiedade entre muitos fiéis em todo o mundo: são questões profundas de doutrina, especialmente a doutrina da Igreja, da pessoa, dos sacramentos”, disseram os quatro bispos. "Isso levaria a uma polarização ainda maior se fosse levado adiante na Alemanha. É verdade que os temas do Caminho Sinodal Alemão também estão na agenda de outros países ocidentais, mas também há vozes fortes defendendo o ensinamento tradicional da Igreja em todos os lugares."

Os textos do Caminho Sinodal Alemão que já foram adotados, devem agora ser levados à discussão com Roma e ao processo sinodal da Igreja universal, diz o comunicado.

“Isso também foi acertado durante a visita ad limina dos bispos a Roma em novembro passado, mas em nenhum momento um novo órgão foi discutido”, afirma a declaração conjunta.

A CNA Deutsch, agência em alemão do grupo ACI, informou no início de junho sobre a possível decisão de vários bispos de não concordar em financiar o comitê sinodal.

O bispo Bertram Meier de Augsburg afirmou na época: "Enquanto não forem esclarecidos os objetivos exatos nem as competências concretas do Comitê Sinodal, a situação a esse respeito ainda não está pronta para que eu tome uma decisão. Isso diz respeito tanto à minha participação quanto ao cofinanciamento do comitê.”

Meier, por sua vez, não endossou a explicação dos quatro bispos sobre por que eles não podiam votar para financiar o novo órgão.

O papa Francisco e outros líderes da Igreja expressaram sérias preocupações sobre os planos de criar um conselho sinodal permanente para a Igreja alemã. O órgão funcionaria “como um órgão consultivo e de tomada de decisões sobre desenvolvimentos essenciais na Igreja e na sociedade”, segundo proposta do Caminho Sinodal.

Mais importante ainda, “ele tomaria decisões fundamentais de importância supra diocesana sobre planejamento pastoral, questões futuras e questões orçamentárias da Igreja que não são decididas em nível diocesano”.

Ao alertar sobre a ameaça de um novo cisma da Alemanha, a Santa Sé já interveio em julho de 2022 contra um concílio sinodal alemão.

Em janeiro de 2023, a Santa Sé disse “que nem o Caminho Sinodal, nem qualquer órgão por ele estabelecido, nem nenhuma conferência episcopal tem competência para estabelecer o ‘conselho sinodal’ em nível nacional, diocesano ou paroquial”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF