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quinta-feira, 29 de junho de 2023

A arte de envelhecer

An elderly couple laughs and smiles together / NDAB Creativity | Shutterstock

Por Xavier Patier

A velhice é a idade mais aberta de todas, a idade da conversão do coração. É o momento em que abrimos mão de um pouco de entretenimento para nos dedicarmos à preparação para a grande aventura da vida. Como você tem feito isso?

A terceira idade é quando a verdade de nossas vidas ressurge. Nós nos tornamos nós mesmos. Enfrentamos nossos limites físicos mais do que antes e, ao mesmo tempo, saboreamos mais a liberdade de não ter mais nada a provar. Chega de provar para dar o melhor: esse é o projeto. 

Em sua primeira sátira, Horace Flacus compara nossas vidas terrenas a uma refeição. A aposentadoria é, então, o momento da sobremesa – que os romanos chamavam de tragemata, a última iguaria. Quando chega a sobremesa, falamos mais baixo, contemplamos o banquete que está terminando, não fofocamos mais sobre os ausentes, focamos finalmente no que estamos fazendo, saboreamos a doçura – e o carpe diem torna-se, literalmente, um carpe tragemata

Como sobremesa de nossas vidas, Deus nos oferece um tempo de serviço. Não percamos! Vamos viver como monges. 

A era da conversão do coração

Você foi engenheiro, professor, cozinheiro, agricultor? Agora você é militante associativo, jardineiro, ciclista, catequista, marido, avô. Você já era tudo isso, mas o acessório passou a ser o principal. A sua vida já não se reduz a uma profissão: torna-se a soma das suas paixões. E essas paixões servem umas às outras. 

É hora de agradecer por esse paradoxo: você se torna único no exato momento em que, tornando-se ancião, entra na linha. Velho é suficiente para definir você para a sociedade, mas não para ocupá-lo. 

Como você faz bom uso do último suspiro da juventude moribunda dentro de você? A velhice é a idade mais aberta de todas, a idade da conversão do coração. É o momento em que abrimos mão de um pouco de entretenimento todos os dias para nos dedicarmos à preparação para a grande aventura, a morte.  

Nem sempre é fácil explicar esta alegre e vigilante preparação para a proximidade da morte. Para mim, quando me perguntam o que faço da vida, desde que me aposentei, respondo: sou escritor. É uma forma como qualquer outra de dar o troco. Digo escritor porque a sociedade não reconhece o status de avô e não gosta de ouvir falar em morte. 

A hora de ser o que é

Lembro-me de Jacques Attali explicar, já há uns bons dez anos, que preferia escrever livros a candidatar-se às eleições, porque o futuro do político é tornar-se, um dia, velho, ex-ministro, enquanto o futuro do escritor é tornar-se um escritor. 

Apesar de seu lado narcisista, a reflexão de Attali é profunda, pois mostra que chega um momento em nossas vidas em que não se trata mais de fazer, mas de ser. Para alguns, esse momento chega muito cedo; para outros, nunca. 

Mas esse momento, em que o ser finalmente encontra seu lugar, é uma bênção de Deus. Nunca é tarde para vivê-lo com todo o seu coração. Não há nenhum ex-escritor, talvez, e nenhum ex-artista, certamente, mas acima de tudo não há nenhum ex-batizado.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Meio milhão de católicos alemães deixa a Igreja em 2022

Bispo Georg Bätzing, presidente da conferência episcopal alemã. - Foto: Martin Rothweiler/EWTN.TV

Por AC Wimmer/CNA Deutsch

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Jun. 23 / 01:02 pm (ACI).- A Igreja Católica na Alemanha enfrenta uma crise sem precedentes, com mais de meio milhão de católicos batizados abandonando a Igreja em 2022, segundo dados divulgados hoje (28) pela conferência episcopal alemã.  É o maior número de evasão já registrado, com 522.821 pessoas escolhendo abandonar a Igreja.

O número total de pessoas que deixaram a Igreja, que inclui mortes, superou 708 mil, contra 155.173 batismos e 1.447 novos membros registrados no mesmo período. Os dados revelam uma tendência, com o número de saídas quase duplicando de mais de 270 mil em 2020 ao registro recente.

As estatísticas da Igreja mostram que quase 21 milhões de pessoas na Alemanha continuaram oficialmente católicas ao fim de 2022. São 24,8% dos 84,4 milhões de habitantes do país.

O bispo de Passau, dom Stefan Oster, disse que o número dos que saem da Igreja é “assustadoramente alto”.

Para o bispo de Augsburg, dom Bertram Meier, a Igreja precisa recuperar a confiança das pessoas com “paciência e credibilidade”.

O bispo de Limburg, dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, afirmou no site de sua diocese que os dados “alarmantes” enfatizam a necessidade por contínua “mudança cultural” e a implementação das resoluções do Caminho Sinodal Alemão.

Um relatório de 2021 da CNA Deutsch, agência em alemão do grupo ACI,mostrou que um em cada três católicos na Alemanha pensava em deixar a Igreja. As razões variam, com pessoas mais velhas citando a forma como a Igreja lida com a crise de abusos e pessoas mais jovens apontando para a obrigação de pagar o Kirchensteuer, imposto que financia as igrejas alemãs, segundo um estudo anterior.

Pelas regras da CEA, deixar oficialmente a Igreja para não pagar imposto, o que se faz com uma declaração ao governo, resulta hoje em excomunhão automática. Essa regra é causade controvérsia entre teólogos e canonistas.

Uma estimativa feita pela universidade de Freiburg em 2019 prevê que o número de cristãos que pagam o Kirchensteuer cairá pela metade até 2060.

Apesar da crise, a Igreja viu um pequeno aumento de frequência à missa em 2021, subindo de 4,3% a 5,7%, depois que as medidas de combate à covid-19 impostas impediram a celebração de muitos sacramentos. O número de casamentos também aumentou de pouco mais de 20 mil em 2020 para 35,467 em 2022.

O sacramento da confissão não entra nas estatísticas da conferência episcopal.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Tradição e fé: a origem da romaria dos carros de boi de Trindade

Cinthia_MSPeixoto | Shutterstock

Por Ricardo Sanches

O tradicional desfile dos carros de boi no centro-oeste do Brasil faz parte de uma devoção de quase 200 anos em honra ao Divino Pai Eterno.

Todo fim do mês de junho e início de julho, a cidade de Trindade, em Goiás, se transforma na capital brasileira da fé. Devotos do Divino Pai Eterno de todo o país se reúnem no município para a renovar a fé na Santíssima Trindade.

Só neste ano de 2023, 3 milhões de pessoas devem participar da Festa do Divino Pai Eterno, que conta com intensa programação religiosa. Muitos devotos caminham cerca de 20 quilômetros em peregrinação da capital goiana até o Santuário de Trindade. Mas o ponto alto da festa é o desfile de carros de boi.

A tradição dos carros de boi

O desfile dos carros de boi é uma tradição de quase dois séculos, que foi declarada como patrimônio cultural imaterial do Brasil em 2017. O costume está ligado ao início da devoção ao Divino Pai Eterno na região de Trindade, em 1840, quando um casal encontrou um medalhão dito milagroso com a imagem do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Desde então, milhares pessoas começaram a peregrinar até a região. Os carros de boi eram o principal meio de transporte das famílias da zona rural. Por isso, muitos utilizavam esse recurso para visitar o medalhão do Pai Eterno.

O costume foi passando de geração em geração. Hoje, nos dias da festa, cerca de 350 devotos fazem questão de manter a tradição. Eles saem em romaria de várias partes do Brasil com destino a Trindade, onde rendem graças e pagam promessas. Para alguns deles, a viagem nos carros de boi chega a durar até dez dias.

No dia do desfile, o carreiros, como são chamados aqueles que conduzem os carros de boi, participam de uma apresentação no Carreiródromo. Na praça da Matriz da cidade, recebem as bênçãos dos sacerdotes.

Os organizadores da romaria oferecem também uma estrutura especial para alimentação e cuidados especiais com os animais e com os carreiros.

Só no Brasil

Os pesquisadores espanhóis Xabier Erkizia e Luca Rollo estiveram presentes na romaria dos carros de boi de 2018. Eles garantiram que Brasil é o único país em que a tradição se mantém viva. A dupla estudou a origem do costume e como o característico som emitido pelo veículo funcionava como uma forma de comunicação nas civilizações da Idade Média. “Nós descobrimos que os sons dos carros de boi estão entre os sons mais antigos da humanidade”, explicou Xabier na época.

Os estudiosos chegaram até o desfile tradicional de Trindade após pesquisar sobre os carros de boi em várias cidades do mundo. “Na Europa, só encontramos carros cenográficos que não podiam se mover. Depois, seguimos os rastros das origens dos carros: China, Índia, Oriente Médio, Egito, Roma Antiga, País Basco, Norte de Portugal até chegar ao Brasil”, afirmou Xabier.

“Há registros sobre este som específico há 6 mil anos. Aqui, vamos fazer a captação do áudio de um meio de transporte passado de geração em geração por todo o mundo”, concluiu o pesquisador.

Em 2023, o desfile dos carros de boi de Trindade acontece no dia 29 de junho. O encerramento da Festa do Divino Pai Eterno será no dia 2 de julho com uma procissão luminosa.

Clique no link abaixo para conferir fotos de desfiles de carreiros realizados em anos anteriores.

https://pt.aleteia.org/slideshow/desfile-carros-de-boi-em-trindade-go/

Desfile carros de boi em Trindade, GO

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Audiência Geral: indígenas do povo Yawanawá, do Acre, encontram o Papa

Os indígenas saudaram o Pontífice ao final da catequese (Vatican Media)

Na delegação que participou da Audiência Geral de quarta-feira (28), estava um pajé de 90 anos, o mais antigo dos Yawanawá. Eles vivem às margens do Rio Gregório, município de Tarauacá, na região do Acre, e puderam saudar o Papa Francisco na Praça São Pedro, como conta a reportagem de Fabrizio Peloni do jornal vaticano L'Osservatore Romano.

Fabrizio Peloni

É o estilo do "mendigo protagonista da história" que o Papa Francisco testemunhou na manhã de quarta-feira (28), na Audiência Geral, naquele cruzamento de peregrinações que é a Praça de São Pedro. Esta expressão - "o protagonista da história é o mendigo" - que o Pontífice relançou na catequese do dia, falando de improviso, foi proposta - no mesmo lugar, na mesma praça - por dom Luigi Giussani dirigindo-se a São João Paulo II, naquela noite de 30 de maio de 1998, "Pentecostes dos movimentos eclesiais".

E assim a experiência do estilo do mendigo foi realmente vivida na manhã ensolarada de verão da Audiência Geral, particularmente significativa porque viu Francisco mais uma vez na praça, acolhido em um abraço do povo, depois de ter sido forçado a "faltar" a dois compromissos das tradicionais quartas-feiras devido à hospitalização em 7 de junho.

Da Amazônia, os líderes da tribo Yawanawá

Líderes da tribo amazônica Yawanawá também estiveram na Praça São Pedro para "refrear as muitas palavras cheias de contradições e nos unir a todos em uma visão de paz". Eles vivem às margens do Rio Gregório, município de Tarauacá, na região do Acre, no Brasil, e também na área adjacente do Peru e da Bolívia, e puderam saudar o Papa Francisco ao final da Audiência Geral.

Entre os membros da delegação estava Timashwahu Vovo Tema João, 90 anos, o pajé mais antigo do povo Yawanawá. Ele estava acompanhado de Peka Rasu Yawanawá, outro líder espiritual, e sua filha Liz Vitoria Paka Shahu, de 21 anos. Juntos, estão viajando pela Europa para compartilhar "uma mensagem de esperança e paz".

Os indígenas na Audiência Geral na Praça São Pedro (Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“A fé exige o realismo do acontecimento” (6/6)

Joseph Ratzinger (30Giorni)

Arquivo 30Dias - 06/2003

“A fé exige o realismo do acontecimento”

“A opinião de que a fé, enquanto tal, não conhece absolutamente nada dos fatos históricos e deve deixar tudo isso aos historiadores, é gnosticismo: esta opinião desencarna a fé e a reduz a pura idéia. Para a fé que se baseia na Bíblia é, ao contrário, exigência constitutiva precisamente o realismo do acontecimento. Um Deus que não pode intervir na história nem mostrar-se nela não é o Deus da Bíblia”. O discurso do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por ocasião do centenário da constituição da Pontifícia Comissão Bíblica.

de Joseph Ratzinger

Com isto, chegamos ao segundo nível do problema: não se trata simplesmente de fazer um elenco de elementos históricos indispensáveis à fé. Trata-se de ver o que pode a razão e por que é que a fé pode ser razoável e a razão aberta à fé. Entretanto, não foram corrigidas apenas as decisões da Comissão Bíblica que tinham entrado demasiado no âmbito das questões meramente históricas; também aprendemos algo de novo sobre as modalidades e os limites do conhecimento histórico. Werner Heisenberg, no âmbito das ciências naturais, verificou com a sua “Unsicherheitsrelation” que o nosso conhecer nunca reflete apenas o que é objetivo, mas é sempre determinado também pela participação do sujeito, da perspectiva da qual apresenta as perguntas e da sua capacidade de percepção. Tudo isto, naturalmente, é válido em maior medida e sem comparação, quando entra em jogo o próprio homem ou onde o mistério de Deus é perceptível. Portanto, fé e ciência, Magistério e exegese já não estão em oposição como mundos fechados em si mesmos. A fé é, ela mesma, um modo de conhecer. Querer pô-la de lado não produz a pura objetividade, mas constitui a escolha de um ponto de vista que exclui uma determinada perspectiva e já não quer ter em conta considerações casuais da perspectiva escolhida. Mas se nos apercebemos de que as Sagradas Escrituras provêm de Deus através de um sujeito que ainda vive – o povo de Deus peregrinante – então é também evidente de modo racional que este sujeito tem algo para dizer sobre a compreensão do livro.

A Terra Prometida da liberdade é mais fascinante e multiforme do que podia imaginar o exegeta de 1948. As condições intrínsecas da liberdade tornaram-se evidentes. Ela pressupõe a escuta atenta, conhecimento dos limites dos vários caminhos, plena seriedade da ratio, mas também prontidão em limitar-se e em superar-se no pensar e no viver juntamente com o sujeito que nos garante os diversos escritos da Antiga e da Nova Aliança como uma única obra, a Sagrada Escritura. Estamos profundamente gratos pelas aberturas que, como fruto de um longo trabalho de investigação, o Concílio Vaticano II nos deu. Mas também não condenamos o passado com superficialidade, mas o vemos como parte necessária de um processo de conhecimento que, considerada a grandeza da Palavra revelada e os limites das nossas capacidades, nos apresentará sempre novos desafios. Precisamente nisto está o melhor. E assim, a cem anos da constituição da Comissão Bíblica, apesar de todos os problemas que surgiram neste espaço de tempo, ainda podemos olhar, agradecidos e cheios de esperança, para o caminho que se abre diante de nós.

O discurso do cardeal Ratzinger
foi pronunciado em língua italiana
no Augustinianum em 29 de abril de 2003.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa: inspirar-se em Pedro e Paulo para uma Igreja humilde e aberta

Papa: inspirar-se em Pedro e Paulo (Vatican Media)

Na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, Francisco exortou os fiéis a se inspirarem nos Apóstolos para crescer como Igreja do seguimento, como Igreja humilde que nunca dá por terminada a busca do Senhor, tornando-se simultaneamente uma Igreja aberta, que encontra a sua alegria não nas coisas do mundo, mas no anúncio do Evangelho ao mundo.

https://youtu.be/aeIRIY0hGQs

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Seguimento e anúncio: estas foram as duas palavras ressaltadas pelo Papa na homilia da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, festejada neste 29 de junho. No Brasil, a data foi transferida para o próximo domingo, 2 de julho.

Na Basílica de São Pedro, concelebraram com o Pontífice os 32 arcebispos nomeados no ano passado. Entre eles, há quatro lusófonos: três brasileiros e um moçambicano: Dom José Carlos Souza Campos, de Montes Claros (MG); Dom Juarez Sousa da Silva, de Teresina (PI); Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, de Olinda e Recife (PE); e Dom João Carlos Hatoa Nunes, de Maputo. Na celebração, o Papa abençoou os pálios, que depois serão impostos pelo Núncio na arquidiocese, junto à comunidade local.

Na Basílica, como é tradição, também estava presente uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. A Santa Sé retribui o gesto fraterno, enviando um representante na Festa de Santo André, em 30 de novembro, padroeiro da Igreja local.

Já em sua homilia, Francisco se inspirou na pergunta que Jesus dirige aos discípulos, contida no Evangelho de Mateus: “Vós, quem dizeis que Eu sou?” (Mt 16, 15). Para o Pontífice, esta é a pergunta fundamental, a mais importante: Quem é Jesus para mim?

Seguimento

Os dois Apóstolos responderam a esta pergunta de modo diferente. A resposta de Pedro poderia se resumir em uma palavra: seguimento. Pedro largou tudo para ir atrás do Senhor. E o Evangelho sublinha que foi “imediatamente”, não disse a Jesus que iria pensar, fazer cálculos para ver se lhe convinha, não apresentou desculpas para adiar a decisão, mas deixou as redes e O seguiu. Haveria de descobrir tudo dia após dia, no seguimento de Jesus.

Aquela anotação “imediatamente”, acrescentou o Papa, vale também para nós: se há tantas coisas na vida que podemos adiar, o seguimento de Jesus não pode ser uma delas. E atenção! Pois algumas desculpas aparecem disfarçadas de espiritualidade, como “não sou digno”, “não sou capaz”. Para Francisco, são artimanhas do diabo, que nos rouba a confiança na graça de Deus. A lição de Pedro, portanto, é: devemos nos desprender de nossas seguranças terrenas, imediatamente, e seguir Jesus todos os dias.  

Anúncio

Já a resposta de Paulo se resume na palavra anúncio. No caminho de Damasco, Jesus foi ao seu encontro e cegou-o com a sua luz, ou melhor, graças àquela luz, Saulo deu-se conta de quanto era cego. Assim, consagra a sua vida a percorrer terra e mar, cidades e aldeias, para anunciar Jesus Cristo.

Portanto, à pergunta “quem é Jesus para mim”, Paulo não responde com uma religiosidade intimista, mas com a inquietação de levar o Evangelho aos outros. Também hoje, observou o Papa, a Igreja tem necessidade de colocar o anúncio no centro, que não se cansa de repetir: “Ai de mim se eu não evangelizar”. Uma Igreja que precisa anunciar como necessita de oxigênio para respirar.

Francisco exortou os fiéis a se inspirarem nos Apóstolos Pedro e Paulo para crescer como Igreja do seguimento, como Igreja humilde que nunca dá por terminada a busca do Senhor, tornando-se simultaneamente uma Igreja aberta, que encontra a sua alegria não nas coisas do mundo, mas no anúncio do Evangelho ao mundo.

Dirigindo-se aos Arcebispos que recebem o Pálio, pede que sejam apóstolos como Pedro e Paulo, discípulos no seguimento e apóstolos no anúncio. Por fim, o Pontífice saudou a Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, enviada por Bartolomeu. “Obrigado pela presença! Caminhemos juntos, no seguimento e no anúncio da Palavra, crescendo na fraternidade. Que Pedro e Paulo nos acompanhem e intercedam por nós.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Pedro e São Paulo: pregadores pela cruz e pela espada

São Pedro e São Paulo (Guadium Press)

29 de junho

São Pedro e São Paulo

Celebramos nesta Solenidade de São Pedro e São Paulo dois autênticos testemunhos do Evangelho e da Verdade. Eles anunciam ao mundo de hoje uma única solução: dar testemunho de Cristo Jesus, Nosso Senhor, e de sua verdadeira Igreja, seja pela cruz, seja pela espada.

Redação (04/07/2021 09:49, Gaudium Press) Pensar que a perseguição à Igreja Católica seja uma realidade apenas dos primeiros séculos é um fatal engano. A Igreja verdadeira é hoje muito mais rejeitada, muito mais atacada, muito mais perseguida por ser ela quem é, do que fora antigamente na época das catacumbas e dos martírios.

Na verdade, os católicos que realmente desejam defender a fé e a sã doutrina da Igreja – como foi ensinada pelos apóstolos e explicitada pela teologia ao longo dos séculos – podem sentir em si a dilaceração causada pelo relativismo, pelo permissivismo e pela confusão generalizada de nosso século. Em outros termos, a “liberdade” proíbe a Igreja de ser livre!

Quem são os perseguidores?

A primeira leitura revela como é o plano dos que querem destruir a Santa Igreja. Por interesses mesquinhos e imorais o poder temporal pactua com as autoridades religiosas para perseguir a Igreja fundada por Nosso Senhor (cf. At 12,3).

Em diversos lugares costuma-se dizer que os perseguidores de Nosso Senhor são impulsionados por um rigorismo exacerbado em matéria de fé e moral que os torna fechados à “novidade do Evangelho”.

Ora, a realidade é bem outra. Foi a adesão ao espírito do mundo e a cumplicidade com seus poderes que levaram as autoridades religiosas a perseguir os cristãos. Não há como negar esse completo antagonismo entre Nosso Senhor e o mundo. Primeiro, porque Ele mesmo o disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que antes odiou a mim” (Jo 15,18), e segundo porque o mundo não só quis tirar Cristo de entre os homens através da Cruz, mas também quis pôr fim à autoridade suprema de sua Igreja na cidade de Roma.

Com efeito, São Pedro e São Paulo, as vítimas desta perseguição, saíram vencedores, pois, nos dizeres do salmo responsorial, Deus “os libertou de toda angústia” (Sl 33, 7). Deus não permite que aqueles a quem Ele escolheu para serem coluna e fundamento para sua Igreja sejam impedidos pelos inimigos de cumprir sua missão. Ainda que Pedro estivesse preso e não tivesse como escapar do plano do mal, ele e os fiéis da Igreja deveriam rezar e confiar na solução definitiva (cf. At 12, 4-7).

As opiniões dominantes e a Opinião do Divino Mestre

No Evangelho (cf. Mt 16, 13-19), vê-se o cuidado do Divino Mestre em desvincular os seus discípulos das opiniões erradas dominantes, pois a verdadeira Igreja deve modelar o mundo conforme os preceitos evangélicos e não adaptar o Evangelho às máximas mundanas.

Com efeito, as palavras de Nosso Senhor estarão sempre em contradição com as máximas do mundo, e aqueles que, seguindo os passos de que São Paulo nos dá exemplo na segunda leitura (cf. 2Tm 4,6-8.17-18), são chamados a anunciá-las, têm a garantia de que Nosso Senhor está a seu lado, dando-lhes forças e fazendo com que a mensagem seja anunciada integralmente e ouvida por todas as nações (cf. 2Tm 4,17).

Qual é a “novidade do Evangelho”?

Estamos, sem dúvida, em um mundo que apregoa o relativismo religioso e moral. Assim, a “novidade do Evangelho” está precisamente em reafirmar as verdades eternas. Quem, para estar de bem com os poderes deste mundo, pregasse um Jesus conivente com o relativismo de nosso tempo e voltado tão somente para preocupações terrenas, sociológicas ou ecológicas acabaria por perseguir a Santa Igreja de Nosso Senhor, oferecendo à humanidade um falso Messias que nada teria a ver com Aquele que foi objeto da corajosa profissão de Fé de São Pedro e pelo qual os dois gloriosos Apóstolos derramaram seu sangue: um pela cruz, outro pela espada.

Por Afonso Costa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Ortodoxo: Definições

Cruz ortodoxa (Wikipédia)

 Ortodoxo: Definições

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Definições:

Cristão ortodoxo é aquele que foi batizado e crê e faz tudo o que a religião cristã ortodoxa ensina. A religião cristã ortodoxa, é a religião fundada por nosso Senhor Jesus Cristo no ano 33 d.c na palestina no dia de Pentecostes.

A religião cristã ortodoxa nos ensina três coisas:

1°. as verdades que devemos crer firmemente;
2°. os deveres que devemos praticar;
3°. os meios práticos para a nossa santificação.

1. É chamado ortodoxo o que crê corretamente. A palavra ortodoxia significa doutrina reta e direta de nosso Senhor Jesus Cristo, deixada ao seus apóstolos e transmitida por estes aos bispos. A religião cristã ortodoxa também se chama e é conhecida por igreja católica apostólica ortodoxa ou simplesmente Igreja católica ortodoxa. Ela é a congregação de todos os cristãos que são batizados, professam a mesma doutrinas de Jesus Cristo, participam dos mesmos sacramentos e obedecem aos canônicos (legítimos) pastores. Ela é una, santa, católica e apostólica.

Una – é una porque Jesus mandou crer nas mesmas verdades e obedecer os mesmos pastores;

Santa – é santa porque seu fundador, Jesus Cristo, a santificou e a instituiu para dar aos cristão todos os meios para se santificarem;

Católica – é católica (universal) porque Jesus a estabeleceu para todos os povos, para todo o tempo e para todos os lugares. Ela possui toda a verdade;

Apostólica – é apostólica porque Jesus Cristo confiou sua doutrina e administração aos apostólicos e seus legítimos sucessores. A igreja que reúne estas quatro notas é a igreja ortodoxa oriental. Ela tem mantido vinte séculos os mesmos sacramentos, as mesmas doutrinas e os mesmos pastores que são os sucessores dos apóstolos. Se chama Oriental porque foi fundada no Oriente.

2. Para salvar-se não basta ser batizado e crer na doutrinas da fé. É necessário guardar os mandamentos de Deus e da igreja. Os mandamentos são obrigação para com Deus, para com o próximo, para com nós mesmos e para com a igreja. Não podemos guardar os mandamentos e ser dignos da vida eterna pôr nosso próprio esforço necessitamos da graça de Deus.

3. A graça de Deus ou bênção de Deus, é um Dom sobrenatural que Deus, pôr sua grande bondade, nos envia gratuitamente para assim alcançar a salvação e a vida eterna e, neste mundo, todos as graças. É a ajuda que Deus concede para salvar e santificar o cristão, porque as vontade de Deus a nosso respeito é a santificação (cf.). Deus concede esta graça pôr meio da oração, da catequese e dos sacramentos.

Oração – a oração é uma conversação com Deus. Deus quer que falemos com ele porque realmente nós somos seus filhos e ele é nosso Pai realmente. Existe duas maneiras de oração: 1°- a oração interior e o 2° a oração verbal. Na oração interior também chamada de secreta ou metal. A oração verbal também chamada de oral.

Catequese – A catequese é o ensino, a instrução religiosa pôr meio da voz. Através do catecismo somos instruídos nas verdades de nossa fé cristã ortodoxa. Devemos aprende-la para não sermos levados aos erros de falsas doutrinas estranhas à nossa religião. Dele fazem parte o estudo das escrituras e também o profundo conhecimento da ortodoxia.

Sacramentos – os sacramentos foram instituídos pôr nosso Senhor Jesus Cristo em sua igreja são sinais externos, através dos quais, a alma do crente recebe a invisível graça santificante. São um conjunto de gestos, palavras e reações sensíveis, dos quais Deus se serve como instrumento, para que cada um dos crentes receba a graça divina. Essa graça não é dada apenas uma única vez, mas todas as vezes que o crente se dirigi à nossa igreja, que a fonte donde ela jorra abundantemente.

Os sacramentos são sete:

1. batismo;
2. crisma ou confirmação;
3. confissão ou penitência;
4. comunhão ou Eucaristia;
5. sacerdócio ou ordem;
6. casamento ou matrimônio;
7. bênção dos enfermos ou unção dos enfermos.

Vida de oração

1. A vida de ora também conhecida como vida de piedade. Devemos orar frequentemente, em especial ao deitar a noite, e ao levantar pela manhã, na divina liturgia (missa), em nossas aflições, e nos momentos de felicidades, antes e depois das refeições, nas tentações e nos perigos. Pôr isso as santas escrituras nos diz: “É necessário orar sempre e sem cessar e não desanimar” (Cf.1° tes.5,17).

Devemos orar a deus com confiança, humildade, perseverança, fé ardente e em nome de Jesus. Devemos pedir o que é necessário para viver cristãmente e sermos dignos filhos de Deus. Devemos pedir tudo o que tem como fim a glória de Deus, nossa salvação e a salvação de nosso proximo. Podemos pedir saúde e outros bens temporais se o fazemos com paciência e confiança na vontade de Deus.

Deus sempre responde a nossas orações se oramos de uma maneira apropriada e nos concede somente o que ele crê conveniente.

Se as vezes parece que Deus não responde imediatamente aos nossos pedidos, é porque ele os propõe para um, tempo mais adequado ou porque estes não são vistos de maneira convenientes. Em outras palavras, Deus responde sempre as nossas orações, porém não como esperamos, senão da melhor maneira para nós. As orações feitas com distração não tem valor.

Necessidade da oração: (1° Tes 5,17), (1° Tim 2,8), (Eclo 18,22) e (Sal 104,4).

Pôr si mesmo, principalmente nas tribulações: (Tg 5,13), (Sal 49,15) e (Sal 119,1).

Pelos outros: (Cal 4,2ss), (1° Tes 5,25), (2° Tes 3,1), (Tg 5,16) e (Jr 42,2).

Pelos inimigos: (Mat 5,44) e (Atos 7,60).

Deus ouve a oração: (Mat 7,7-12), (Jo 9,31), (Atos 10,4) e (Eclo 21,6;48,22).

Humildade na oração: (Ic 18,9-14).

Confiança na oração: (Mat 6,8;21,22), (Mc 11,5-9;18,1-8) e (Rom 12,12).

Vida de estudo:

A vida de estudo também é chamada de catequese. Devemos estuda o catecismo para conhecermos a nossa religião cristã ortodoxa, nossa Igreja, as doutrinas de nosso Senhor Jesus Cristo e principalmente as santas escrituras.

As santas escrituras devem der estuda:

1°. porque ela ilumina o caminho para deus (Sl 118,105-130).
2°. porque ela é o alimento espiritual para o crescimento de todos (p. Iped 2,1-2).
3°. porque ela é o instrumento que o espírito santo usa na sua ação (Ef 6,17).

O estudo favorece a vida de oração e a união com Deus.

Através da catequese aprendemos a viver como bons cristãos ortodoxos. Como cristão ortodoxos nos preparamos para viver a fé na prática e também nos preparamos para toda boa obra estando prontos a proteger a nossa fé e pôr ela se entregar (Mt, 10,32 – Rm 10,10 e 2 Tm 4,7).

Vida de trabalho:

Por vida de trabalho entendemos como vida de aplicação. É a parte pratica do que aprendemos na oração e na catequese.

Tendo conhecimentos as verdades de nossa fé e a palavras de Deus, agora estamos prontos para aplica-la em nossa vida e transformar o mundo no qual vivemos. Como prática da fé, procuramos vivenciar aos atos de caridade cristã, os mandamentos da lei de deus, os mandamentos da igreja, as bem-aventuranças.

Atos de caridade cristã:

1. atos corporais dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os que estão nus; dar pousada aos peregrinos; visitai os enfermos e os presos; remir os cativos ; enterrar os mortos.

2. atos espirituais ensinai os ignorantes; perdoar as ofensas; suportai as dificuldades confirmar a fé dos que duvidam; consolar os aflitos ; sofrer com paciência as fraquezas do próximo; rezar pelos vivos e pelos mortos.

Os mandamentos da lei de Deus (imutáveis)

São dez os mandamentos chamados também de “decálogo” (do grego Deka- dez e logos palavra) ou Lei Mosaica. São eles:

1. Eu sou teu Deus, que te tirei da terra do Egito. Não terás outro deuses diante de mim.
2. Não farás imagem nem nenhuma semelhança do que está acima no céu, nem na terra, não te inclinais diante delas nem prestará culto a elas.
3. Não tomarás o nome de Deus em Vão.
4. Recorda o dia do Sábado para santifica-lo seis dias trabalhados, mas o sétimo dia será de repouso para teu Deus.
5. Honra teu pai e tua mãe para que teus dias se prolonguem na terra.
6. Não matarás.
7. Não cometerás adultério.
8. Não furtarás.
9. Não darás falso testemunho contar teu próximo.
10. Não cobiçarás a casa de teu próximo, nem seu servo, nem seu criado, nem a mulher de teu próximo, nem coisa alguma de teu próximo (êxodo 20).

Os mandamentos da igreja (mutáveis)

Nossa Igreja nos apresenta outros mandamentos para facilitar-nos a observância da Lei de Deus. São eles:

1. Observar os dias santos e as festas.
2. Participar da divina liturgia (missa) todos os domingos.
3. Jejuar e abster-se em certos dias.
4. Contribuir com os gastos da igreja pagando o dízimo.
5. Comungar com regularidade e confessar-se.

Os mandamentos da igreja diferem dos da lei de deus os mandamentos da lei de deus são imutáveis; mandamentos da igreja são mutáveis.

Como aproveitar o seu dia:

1°. De manhã, ao acordar, fazei logo o sinal da cruz, pensa em Deus com ânimo, alegria, e oferece ao Senhor o novo dia. À hora de levantar, fazei-o com prontidão, e veste-te com modéstia. Em seguida reza devotadamente a oração da manhã. Nunca deixe de fazê-lo.

2°. Em seguida, enfrente alegremente teu trabalho de cada dia. Trabalha com dedicação fazendo tudo o melhor possível.

3°. Durante o dia, procure pensar em Deus; também Deus pensa continuamente em ti. Saúda-o frequentemente com breves orações. Faça tudo de boa vontade.

4°. Todos os dias encontrarás oportunidades para praticares o bem. É Deus quem te dá esta oportunidade. Aprecia-as e faça bom proveito delas. Leva o amor e a alegria de Deus para todas as pessoas.

5°. Tratando com os outros, seja cortês, amável e prestimoso. Procure evitar as conversas inconvenientes, pouco caridosas. Evita os maus companheiros e seja prudente com desconhecidos.

6°. Nunca sentes à mesa sem antes rezar. Aceita com alegria tudo o que Deus te der; não sejas manhoso; depois das refeição, não esqueças de agradecer a Deus.

7°. Aproveita bem o teu tempo livre. Não fique nunca ocioso. Alivie um pouco os teus pais do seu trabalho; eles se afadigam muito por você. Seja dedicado para com os teus irmãos, e ajude de boa vontade os vizinhos e conhecidos. Passa o seu tempo livre com bons colegas e bom livros. Frequente sempre a escola dominical.

8°. Suporte com paciência as dificuldades e contrariedades. Pense que Jesus Cristo, embora inocente, sofreu por você. Oferece a ele tudo o que te for difícil e ele te dará ampla recompensa.

9°. Nunca falte a divina liturgia (missa) por tua culpa. Celebre os domingos e dias festivos com devoção e alegria. Não tenha pressa.

10°. Seja vigilante contra as tentações. Não ceda nem sequer no pouco. Se alguma vez ceder, faça uma boa confissão.

11°. Antes de dormir, nunca deixe de rezar devotadamente as tuas orações da noite. Nessa ocasião, bom exame de consciência e arrepende dos teus pecados. Examina também se cumpriste o teu propósito particular. Se estiver muito cansado, reza um pouco menos, mas sempre com devoção. Antes de deitar, faça, o sinal da cruz e procura adormecer com Lima oração nos lábios ou um bom pensamento na mente. “Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado” (1 Tm 6, 12)

Fonte: https://cleofas.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF