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sábado, 11 de outubro de 2025

Oração pelas crianças

Shutterstock

Aleteia Brasil - publicado em 11/10/17 - atualizado em 10/10/25

Jesus, porém, chamou-as e disse: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas” (Lucas 18,16)

O “Dia das Crianças” varia conforme o lugar do mundo. No Brasil, é muito significativo observar que é no mesmo dia de Nossa Senhora Aparecida, a mãe de Jesus e nossa mãe também! Mas todos podemos e devemos rezar pelos pequeninos todos os dias! Esta é uma sugestão de oração:

Senhor, as nossas crianças precisam de Deus, de crescer com valores humanos e cristãos, que ajudem a fazer melhor suas escolhas.

Elas precisam de um lar equilibrado e pais que se amem, para que elas não percam o valor do amor e da vida;

Nossas crianças precisam ser crianças e não trabalhar antes da hora ou roubar os seus direitos financiando guerras de adultos inconsequentes;

Elas precisam de saúde e segurança para crescer e ajudar o nosso país a conquistar o futuro de outras crianças;

Senhor, as nossas crianças precisam de paz, de viver sem medo e sem o horror da violência;

De uma casa para morar; De liberdade para sorrir e brincar;

Peço Senhor, que nossas crianças tenham a oportunidade de estudar, de aprender a ler e escrever e encontrar a sua vocação;

Precisam de pais que participam, de diversão, para que cresçam normais;

De brinquedos sadios, que não destruam suas consciências;

Pipoca, guaraná, cinema, praia, futebol, amizade, tranquilidade, carinho, bichinhos, tios e avós…

Senhor, as nossas crianças precisam de mim e de você que está rezando por elas agora! Lembrei-me de uma música: “Depende de nós… a felicidade de nossas crianças”.

“Ó meu bom Jesus, que a todos conduz, olhai as crianças do nosso Brasil!”

Fonte: https://pt.aleteia.org/2017/10/11/oracao-pelas-criancas/

O que é e como surgiu o Círio de Nazaré

Imagem de Nossa Senhora de Nazaré no Círio 2024 | Davi Corrêa / ACI Digital

Por Nathália Queiroz*

11 de out de 2025 às 00:30

O Círio de Nazaré começou na segunda-feira (6) em Belém (PA) e terá no domingo (12) a procissão mais importante, que percorre 3,6 km e espera reunir mais de 2 milhões de pessoas.

Devoção a Nossa Senhora de Nazaré

Nossa Senhora de Nazaré é um dos títulos marianos mais antigos, remete ao período da infância de Jesus, em Nazaré da Galileia. Segundo a tradição, são José, marido de Maria, esculpiu uma imagem da Virgem amamentando que ficou conhecida como Nossa Senhora de Nazaré. Em 361, a imagem foi levada a Portugal e escondida no pico de São Bartolomeu, sendo encontrada apenas em 1119, dando início à sua veneração e a muitos milagres. Em 1182 foi erguida uma ermida a Nossa Senhora de Nazaré onde hoje está o Santuário de Nazaré, em Portugal.

No Brasil, a devoção começou em 1700 com o achado de uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo Caboclo Plácido às margens do Igarapé Murutucu, perto de onde hoje está a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.  Ele a levou para a sua casa várias vezes, mas milagrosamente a imagem voltava para o local onde foi encontrada. Então, Plácido construiu uma pequena capela para a imagem no lugar. A notícias da santa milagrosa se espalhou e todos os anos milhares de devotos visitavam a capela para pedir milagres e agradecer as graças alcançadas.

Nossa Senhora de Nazaré faz parte da vida cotidiana do povo paraense. Está nas casas, nas lojas, nos mercados, instituições, em todos os lugares é possível encontrar uma imagem. Muitos devotos a chamam carinhosamente de “Tia Naza”, “Nazica” ou “Nazinha”. 

Por que se chama Círio de Nazaré?

A palavra "círio" deriva do latim “cereus”, que significa vela, e, em português passou a designar um tipo específico de grande vela de uso litúrgico. O uso da palavra “círio” para dar nome à procissão de Nossa Senhora de Nazaré tem a sua origem em Portugal, onde os romeiros iam ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré carregando velas e círios. Com o tempo, a própria procissão começou a ser chamada de círio.

Em Belém, as procissões a Nossa Senhora de Nazaré começaram em 1792 e eram feitas à noite com a presença de um Círio que iluminava e guiava os fiéis que também carregavam velas. A presença das velas era tão marcante que assim como em Portugal, as procissões também começaram a ser chamadas de Círio. Em 1845, ela passou a ser de manhã para fugir da chuva, mas o nome continuou Círio de Nazaré até hoje.

O Círio de Nazaré foi reconhecido em 2004 como patrimônio cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O Círio de Nazaré tem 14 procissões

O dia mais importante do Círio de Nazaré é o segundo domingo de outubro, que costuma reunir mais de 2 milhões de pessoas para celebrar a Rainha da Amazônia. A procissão de 3,6 km de percurso sai da catedral, na Cidade Velha, até a Praça Santuário de Nazaré. Em todo o mês de outubro acontecem mais 13 procissões: Translado de carros, Translado para Ananindeua, Romaria Rodoviária, Romaria Fluvial, Moto Romaria, Transladação, Ciclo Romaria, Romaria da Juventude, Romaria das Crianças, Romaria dos Corredores,  Romaria da Acessibilidade, Procissão da Festa, Recírio.

Os símbolos do Círio de Nazaré

O item mais característico do Círio de Nazaré de Belém é a corda que os promesseiros buscam tocar como forma de pagar promessa. Ela passou a fazer parte do círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla no momento da procissão. A berlinda com a imagem ficou atolada e os cavalos não conseguiram puxá-la. Então, um comerciante local emprestou uma corda para os fiéis puxarem a berlinda. Desde então, a corda é usada no círio. Feita de cisal retorcido com 400 metros de comprimento, a corda simboliza o elo entre os fiéis e Nossa Senhora de Nazaré.

O principal símbolo da festa é a berlinda, a estrutura de madeira e vidro que leva a imagem de Nossa Senhora de Nazaré nas procissões. Ela começou a ser usada no Círio em 1882, antes a imagem era levada no colo do capelão do Palácio do Governo, em um palanquim carregado por cerca de seis homens. A berlinda era puxada por cavalos.

Nas procissões, é comum ver os fiéis com ex-votos ou objetos de promessa como sinal de agradecimento pelas graças recebidas por intercessão de Nossa Senhora. Eles costumam levar miniaturas de casas e barcos, réplicas da berlinda de Nossa Senhora, tijolos, velas do próprio tamanho, peças de cera com formato de partes do corpo. Na procissão há o carro dos milagres onde os devotos podem colocar esses objetos.

*Escrevo para a ACI Digital há nove anos e desde 2023 sou correspondente no Brasil para o telejornal EWTN Notícias. Sou certificada em espanhol pelo Instituto Cervantes. Tenho experiência em redação de conteúdo religioso para mídias católicas em português e espanhol e em tradução de sites religiosos. Sou casada, tenho quatro filhos e sou catequista há cerca de 20 anos. Escrevo de Petrópolis (RJ).

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59605/o-que-e-e-como-surgiu-o-cirio-de-nazare

Quer se sentir mais calmo? Como 20 minutos ao ar livre podem ajudar

Passar apenas 20 minutos na natureza pode desencadear mudanças mensuráveis ​​dentro do seu corpo (Getty Images)

Quer se sentir mais calmo? Como 20 minutos ao ar livre podem ajudar

9 outubro 2025

Yasmin Rufo BBC Notícias

Se você já se sentiu mais calmo depois de uma caminhada no parque ou um passeio pela floresta, não é sua imaginação, é biologia.

Estar ao ar livre pode desencadear mudanças mensuráveis ​​no seu corpo, desde a redução dos hormônios do estresse, alívio da pressão arterial e até mesmo melhora da saúde intestinal.

Você não precisa caminhar por horas para sentir esses benefícios, pois o impacto máximo acontece depois de apenas 20 minutos. Então, até mesmo uma caminhada até o parque na hora do almoço e um sanduíche em um banco algumas vezes por semana podem beneficiar seu corpo e sua mente.

Aqui estão quatro maneiras pelas quais estar em meio à natureza pode ajudar a melhorar sua saúde.

Os Drs. Chris e Xand van Tulleken têm a missão de nos ajudar a cuidar melhor de nós mesmos. Ouça o What's Up Docs? na BBC Sounds ou em qualquer outro canal de podcast da BBC.

1. Você relaxa inconscientemente

Quando você vê árvores verdes, sente o cheiro de pinheiros e ouve o suave farfalhar das folhas ou o som do canto dos pássaros, seu sistema nervoso autônomo — uma rede de nervos que controla processos inconscientes — responde instantaneamente.

Isso pode acontecer em uma visita ao parque local.

"Observamos mudanças no corpo, como redução da pressão arterial, alteração na variabilidade da frequência cardíaca e batimentos cardíacos mais lentos — tudo associado à calma fisiológica", disse a baronesa Kathy Willis, professora de biodiversidade na Universidade de Oxford, ao podcast What's Up Docs? da BBC Radio 4 .

Um estudo realizado no Reino Unido , envolvendo quase 20.000 pessoas, descobriu que aqueles que passavam pelo menos 120 minutos por semana em áreas verdes tinham probabilidade significativamente maior de relatar boa saúde e maior bem-estar psicológico.

As evidências dos benefícios de passar tempo na natureza são convincentes o suficiente para que algumas áreas tenham testado a chamada prescrição social verde, conectando as pessoas com a natureza para melhorar sua saúde física e mental, com um impacto positivo na felicidade e no bem-estar .

2. Seus hormônios reiniciam

O sistema hormonal do seu corpo também participa do ato de relaxamento.

Willis diz que passar tempo ao ar livre ativa nosso sistema endócrino e reduz os níveis de cortisol e adrenalina — os hormônios que aumentam quando você está estressado ou ansioso.

"Um estudo descobriu que pessoas que ficaram em um quarto de hotel por três dias e respiraram óleo de Hinoki (cipreste japonês) tiveram uma grande queda no hormônio adrenalina e um grande aumento nas células assassinas naturais no sangue."

As células assassinas naturais são células que combatem vírus no corpo. Os participantes do estudo ainda apresentavam níveis elevados de células assassinas naturais no corpo duas semanas após inalar o cheiro.

Essencialmente, a natureza "acalma o que precisa ser acalmado e fortalece o que precisa ser fortalecido", foi como o professor Ming Kuo, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, resumiu à BBC .

"Um fim de semana de três dias na natureza tem um impacto enorme em nosso aparato de combate ao vírus e, mesmo um mês depois, ele pode estar 24% acima do normal."

Estudos também mostram efeitos menores, mas ainda persistentes, de períodos mais curtos passados ​​na natureza, diz ela.

3. O olfato é um sentido poderoso

Sentir o cheiro da natureza é tão poderoso quanto vê-la e ouvi-la.

O cheiro das árvores e do solo é cheio de compostos orgânicos liberados pelas plantas e "quando você os inala, algumas moléculas passam para a corrente sanguínea".

Willis diz que o pinho é um bom exemplo disso, pois o cheiro de uma floresta de pinheiros pode deixar você mais calmo em apenas 90 segundos e esse efeito dura cerca de 10 minutos.

Você pode pensar que o efeito relaxante da natureza está apenas na sua mente, mas outro estudo descobriu que até mesmo bebês muito pequenos, sem memória associada a cheiros específicos, ainda se acalmavam quando outro aroma calmante, o limoneno, era inalado no ambiente em que estavam.

4. Leva bactérias boas para o seu intestino

Tocar no solo pode ajudar seu corpo a adotar bactérias boas (Getty Images)

Além de acalmar sua mente, a natureza também pode ajudar a fortalecer seu microbioma, pois o solo e as plantas estão cheios de bactérias boas.

"São os mesmos tipos de bactérias boas pelas quais compramos probióticos ou bebidas", explica Willis.

O professor Ming Kuo estudou o efeito sobre fatores como suscetibilidade a infecções e saúde mental e diz que inalar certos deles tem o potencial de melhorar seu humor; e os produtos químicos antimicrobianos liberados pelas plantas — chamados fitoncidas — podem ajudar a combater doenças.

O Dr. Chris van Tulleken diz que, como cientista de infecções, ele vê a natureza como um ambiente positivamente desafiador que "estimula seu sistema imunológico".

Ele faz seus filhos brincarem com terra na floresta, que então entra no organismo deles pelo nariz ou pela boca.

Traga a natureza até você

Até mesmo ter um protetor de tela da natureza no seu laptop pode ajudá-lo a relaxar (Getty Images)

Claro, nem todo mundo pode ir para a floresta por impulso, mas a boa notícia é que você não precisa.

De acordo com Willis, até mesmo pequenos toques da natureza em casa podem fazer a diferença.

Visualmente, flores como rosas brancas ou amarelas demonstraram criar o maior efeito calmante na atividade cerebral.

Em relação ao cheiro, use um difusor com óleos essenciais como o pineno, que pode ajudar você a se sentir calmo.

E se tudo mais falhar, até uma foto de uma floresta pode ajudar.

Pesquisas mostram que olhar fotos da natureza no seu laptop ou simplesmente contemplar algo verde pode desencadear as mesmas mudanças calmantes nas ondas cerebrais e reduzir o estresse.

"Toda ajuda parece ajudar", diz o professor Ming Kuo.

Fonte: https://www.bbc.com/news/articles/cvg0yvdjgn5o

Maria, sinal de esperança

Círio de Nazaré (Arquidiocese de Belém)

MARIA, SINAL DE ESPERANÇA

10/10/2025

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)  

O quadragésimo quinto Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Marabá tem como tema: “Maria, sinal de esperança”. A esperança é bíblica, é dom divino, porque nos une a Deus, a única esperança de vida e de salvação, na realização de seu plano de amor para com toda a humanidade. É também um tema ligado ao ano Jubilar 2025, onde nós lembramos a comemoração da Igreja a cada vinte e cinco anos a Redenção assumida pelo Filho de Deus, cujo lema neste ano 2025 é: “Peregrinos da esperança” (Rm 5,5). Vejamos a seguir o significado do tema do Círio em Marabá. 

O valor do Círio de Nazaré

O Círio é um momento forte de evangelização, um processo que leva as pessoas a viver os compromissos batismais com o Senhor Jesus Cristo, a Igreja, o engrandecimento do Reino de Deus. O povo se emociona ao ver a berlinda passar com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, porque, sente-a bem próxima de sua vida, agradece as graças alcançadas, pede novos dons para a continuidade da existência com fé, esperança e caridade. Os pedidos feitos a Maria são conduzidos ao seu Filho Jesus. Maria é um sinal esperança para todos nós e para a humanidade rumo à casa do Pai.  

A espera pelo Salvador

Maria foi uma pessoa que esperava o Salvador. Ela também aguardava os tempos messiânicos porque o Messias deveria chegar à realidade humana. Ela foi escolhida por Deus para ser mãe do Filho de Deus, Jesus Cristo. O anjo Gabriel disse a ela: “Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu  reino não terá fim”(Lc 1, 31-33). A Palavra de Deus é bem clara no sentido que Maria foi escolhida por Deus para gerar na carne o Filho de Deus.  

Maria disse sim

Maria disse sim ao plano da salvação do Senhor. Após o anjo Gabriel dizer que o Filho que ela geraria, seria obra do Espírito Santo e o poder do Altíssimo lhe cobriria com sua sombra, de modo que aquele que nasceria seria santo sendo chamado Filho de Deus e que Isabel também na sua velhice estava gerando um filho, João Batista, por graça de Deus, ela disse sim ao plano do Senhor para ser a mãe do Filho de Deus na carne colocando-se como sua serva e que tudo se realizasse conforme a vontade divina (cfr. Lc 1, 35-38). O sim de Maria ajuda-nos a viver o serviço, a paz e o amor no Senhor e no mundo. 

Peregrinos da esperança

O Papa Francisco colocou como lema do ano jubilar 2025, por ocasião da Redenção assumida pelo Verbo de Deus na carne; “Peregrinos da esperança” (Rm 5,5). Toda a pessoa que segue a Jesus, ama a Igreja é chamada a ser peregrina da esperança. O fato é que a esperança deve reinar sempre mais em nossa realidade familiar, comunitária, social.  

A realidade universal

A realidade do mundo, universal necessita de esperança para viver melhor. Nós necessitamos do dom da paz. A paz não é o silêncio das armas, mas é a reconciliação, o amor entre as pessoas e povos. Estamos atravessando um período difícil pela existência de muitas guerras, conflitos internos em diversos países. Nós suplicamos ao Senhor por intercessão de Maria, pela paz, para que as autoridades e os povos busquem o diálogo, o entendimento, a reconciliação. Somos pessoas que acreditam na esperança de dias melhores, no diálogo entre as nações.  

Oração

Nós necessitamos rezar para que a paz se realize neste mundo de muitos conflitos e guerras. A esperança nos ajuda a ir para frente e pedir ao dono da messe para que a paz se dê entre as pessoas, bairros, realidade municipal, estadual, nacional e internacional. A esperança alude a rezar sempre mais pela boa convivência entre as pessoas, povos e suas autoridades. 

Maria sinal de esperança 

Maria é sinal de esperança de vida sobre a morte, de alegria sobre a tristeza, de amor sobre o ódio. Ela foi uma mulher ligada ao seu Filho Jesus Cristo na sua missão de anunciar o Evangelho, o Reino de Deus, a cura de muitos doentes, a confortar muitos que sofriam por suas doenças, males e na evangelização dos pobres. Maria é um sinal atual que a realidade presente poderá ser diferente, pela nossa participação à vida comunitária, familiar, e social. Ela é a esperança que vai além de nossa vida atual. O sinal é alguma coisa de visível, de aparente. O sinal nos faz ligar Maria no caminho da vida eterna, junto ao seu Filho Jesus Cristo.  

Ela aponta ao seu Filho

A esperança é uma graça divina, é um dom de Deus. Maria é o dom do Senhor para a realidade que vivemos porque ela carrega o seu Filho Jesus Cristo. Ela é sinal de esperança porque nós necessitamos ser pessoas de esperança em toda a realidade. Ela aponta na sua imagem para o seu Filho Jesus Cristo, de modo que é a Ele que nós devemos recorrer, por intercessão de Nossa Senhora de Nazaré.  

Uma vida carregada de esperança

Maria por ser a mãe do Salvador teve uma vida carregada de esperança e de amor. Nós também devemos ser pessoas de esperança, a exemplo de Maria, a nossa Mãe. Ela leve os nossos pedidos e súplicas ao seu Filho Jesus Cristo. Nós carregamos a esperança de um mundo novo onde a esperança pela paz, pelo diálogo e pelo amor se difundam sempre mais no meio de nós e no mundo.  

Realidade amazônica

Nós estamos na realidade amazônica com os seus desafios, conflitos. Maria é a rainha da Amazônia. Maria é sinal de esperança na realidade amazônica, pelo respeito entre os povos indígenas, ribeirinhos, povos do campo e das cidades. Nós sabemos que a Amazônia é cobiçada por muitas pessoas, pelas suas florestas, águas e os povos que nela vivem. É preciso o respeito pela Amazônia. Maria é sinal de esperança para vivermos bem neste chão marcado por sangue derramado, mártires, leigos, leigas, ministros ordenados, religiosos, religiosas, lideranças eclesiais e sociais que trabalham em favor da construção do Reino de Deus.  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Mais de 16 mil peregrinos são esperados para o Jubileu da Vida Consagrada

Jubileu da Vida Consagrada (Vatican Media)

Religiosos e religiosas, monges e contemplativas estão entre os que participarão do evento jubilar que começa nesta quarta-feira, 8 de outubro. Vigília de oração no primeiro dia na Basílica de São Pedro e, na quinta-feira (09/10) missa com o Papa e encontros pelas praças da capital a cargo do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

Vatican News

Mais de 16 mil peregrinos estarão em Roma a partir desta quarta-feira, 8 de outubro, para celebrar o Jubileu da Vida Consagrada. Entre eles, religiosos e religiosas, monges e contemplativas, membros de institutos seculares e da Ordo virginum, eremitas, membros pertencentes aos “novos institutos” de Vida Consagrada. Cerca de uma centena de países estarão representados durante o evento organizado em colaboração com o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada, incluindo numerosas delegações da própria Itália e do Brasil, além da Polônia, França, Espanha, Alemanha, Portugal, Croácia, Estados Unidos, Canadá, Argentina, México, Colômbia, El Salvador, Filipinas, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Nigéria e Congo.

A missa com o Papa

O evento jubilar terá início nesta quarta-feira, 8 de outubro, com alguns eventos abertos a todos: as peregrinações às Portas Santas, entre as 13h e as 17h do horário local, e, em seguida, às 19h, será realizada uma Vigília de oração presidida pelo cardeal Ángel Fernández Artime, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, na Basílica de São Pedro. Na quinta-feira, 9 de outubro, às 10h30 da hora italiana, será celebrada a missa na Praça São Pedro presidida por Papa Leão XIV. Há também a iniciativa Diálogos com a cidade, na noite de 9 de outubro, em várias praças de Roma: na Piazza dei Mirti, o encontro com o tema Compromisso com os “últimos” – Ouvir o clamor dos pobres, na Piazza Don Bosco o encontro Cuidado e proteção da criação – Tutela do meio ambiente e na Piazza Vittorio Emanuele o encontro Fraternidade universal – Solidariedade.

As iniciativas

A partir da tarde de quinta-feira, 9 de outubro, serão realizadas algumas iniciativas organizadas pelo Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica para os 4 mil peregrinos credenciados para os eventos. Das 15h às 17h30 do horário local, serão realizados encontros de reflexão divididos por formas de Vida Consagrada: na Sala Paulo VI, os Institutos religiosos; na Universidade Urbaniana, os Institutos contemplativos; na Universidade Santa Croce, os Institutos seculares; na Aula Nova do Sínodo, as consagradas do Ordo Virginum; na Sala da Cúria Geral dos Jesuítas, as “Novas Formas” de Vida Consagrada; na Sede da UISG, as Sociedades de Vida Apostólica.

O evento jubilar vai continuar na sexta-feira, 10 de outubro, com uma manhã de escuta e reflexão sobre o tema da “Esperança”, das 8h às 12h na Sala Paulo VI, com a celebração eucarística, a intervenção do Pe. Giacomo Costa, consultor da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, e o encontro com o Papa. Das 15h30 às 18h30, será possível participar de uma “Conversa espiritual”, sempre dividida por formas de vida, nos mesmos locais dos eventos de quinta-feira, 6 de outubro. À noite, das 20h às 21h, haverá um momento de oração na cidade aberto a todos, em diferentes idiomas, animado por consagrados e consagradas: em italiano na Igreja de Santa Maria in Via, em inglês na Igreja de San Silvestro, em francês na Igreja de San Luigi dei Francesi, em português na Igreja de Sant’Andrea della Valle, em espanhol na Basílica de Santa Maria Sopra Minerva. No sábado, 11 de outubro, prossegue-se com um encontro às 8h na Sala Paulo VI sobre o tema da “Paz”, para os participantes credenciados.

Após a missa, haverá a intervenção da Irmã Teresa Maya, ex-presidente da Conferência das Superioras Maiores LCWR. Em seguida, após o almoço oferecido pelo Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, das 14h30 às 17h, serão realizados, sempre na Sala Paulo VI, workshops sobre técnicas de mediação e gestão de conflitos, a cargo da equipe do Pe. David McCallum, diretor do Discerning Leadership Program e membro da Comissão Metodológica da Secretaria do Sínodo dos Bispos.

O Jubileu será encerrado com um momento de oração na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, aberto a todos, das 19h às 21h, com a passagem pela Porta Santa. No domingo, 12 de outubro, os peregrinos participarão da Santa Missa na Praça de São Pedro pelo Jubileu da Espiritualidade Mariana.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Orgulho, vanglória e amor-próprio nas confissões de Santo Agostinho

As confissões de Santo Agostinho (Kinea)

ORGULHO, VANGLÓRIA E AMOR-PRÓPRIO NAS CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO

09/10/2025

Dom João Santos Cardoso 
Arcebispo de Natal (RN)

No Livro X das Confissões, Santo Agostinho dedica quatro capítulos (XXXVI–XXXIX) a uma acurada análise de três tentações que ameaçam o caminho espiritual: o orgulho, a vanglória e o amor-próprio desordenado. Depois de examinar as concupiscências ligadas aos sentidos — o prazer e a curiosidade —, o bispo de Hipona volta-se para o mais sutil dos perigos: aqueles que se escondem no interior da alma, mesmo quando esta já busca a Deus. 

Para Agostinho, o orgulho é a tentação de querer ser senhor de si mesmo, esquecendo-se de que tudo é dom. Ele reconhece que apenas a misericórdia de Deus pode curar essa inclinação: “Sabes o quanto já me transformaste; […] derrubaste meu orgulho pelo temor, dobrando minha cerviz a teu jugo” (X, XXXVI). Também descreve orgulho como um afastamento silencioso da graça. Mesmo as boas obras, quando realizadas para obter reconhecimento humano ou como fruto de autossuficiência, tornam-se armadilhas. Contra isso, Agostinho propõe a humildade, lembrando que só Deus governa sem soberba: “Tu és o único Senhor verdadeiro, que não tens senhor” (X, XXXVI). 

A vanglória, filha do orgulho, consiste em mendigar aplausos pelos dons recebidos. Santo Agostinho observa que ela pode infiltrar-se até no desprezo da própria vanglória, quando alguém se orgulha de parecer humilde: “A vanglória me tenta até quando a reprovo, e é por isso mesmo que a desaprovo” (X, XXXVIII). Aqui reside um perigo profundamente insidioso: transformar a prática do bem em ocasião de exaltação pessoal. O antídoto é recordar que todo dom procede de Deus e deve ser usado para edificar os outros, não para alimentar a vaidade. 

No capítulo XXXIX, Agostinho trata do amor-próprio, que pode tornar-se enfermidade quando leva o ser humano a apropriar-se dos bens divinos como se fossem conquistas pessoais: “Quanto mais enfatuados consigo mesmos, mais desagradam a ti, não só quando se gloriam de seus males como se fossem bens, mas sobretudo quando se gloriam de teus bens como se fossem deles” (X, XXXIX). O amor a si mesmo, quando orientado pela caridade, é legítimo; mas, quando perde a referência ao Criador, converte-se em fechamento egoísta, gerando inveja e ciúme diante dos dons alheios. 

Nesses quatro capítulos, Agostinho insiste que a vitória sobre orgulho, vanglória e amor-próprio não vem apenas de esforços morais, mas da graça divina. Ele pede a Deus o dom de conhecer-se verdadeiramente e de ordenar os afetos segundo o amor maior: “Suplico-te, meu Deus, que me dês a conhecer a mim mesmo, para que eu possa confessar as chagas que achar em mim” (X, XXXVII). A humildade, sustentada pela graça, liberta o coração para reconhecer tudo como presente de Deus, devolvendo-Lhe a glória que Lhe é devida. 

As observações de Agostinho permanecem surpreendentemente atuais. Em tempos marcados pela busca de aprovação e pelo culto à imagem, suas palavras convidam a examinar as nossas motivações mais profundas: por que fazemos o bem? Buscamos agradar a Deus ou apenas conquistar aplausos? 

As Confissões mostram que o verdadeiro caminho é ordenar o amor: reconhecer-se criatura, celebrar os dons sem apegar-se a eles e viver para a Verdade que liberta. Orgulho, vanglória e amor-próprio desordenado não desaparecem facilmente, mas podem ser vencidos quando colocados à luz do amor de Deus. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

MONASTÉRIOS: Santo Agostinho nossa água de nascente

Algumas imagens do mosteiro de Lecceto | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 12 - 2004

Santo Agostinho nossa água de nascente

Durante vários anos, uma vida nova, jovial e entusiasmada animou os antigos muros do eremitério de Lecceto, antiga Selva del Lago, restaurando a voz e o canto, revivendo o antigo eremitério agostiniano: um milagre da Providência, a imprevisibilidade da Sabedoria que ama a Deus.

Um Concílio nos trouxe de volta à fonte, ao espírito original do fundador Agostinho, e redescobrimos a clareza, a força e o frescor de um carisma absolutamente capaz de inovação porque profundamente sintonizado com os tempos e com as pessoas de hoje.

Não é de se admirar, afinal: Agostinho, como todos os Padres da Igreja, é ao mesmo tempo água de nascente e um homem que conheceu todo o espectro da experiência humana, alegria e tristeza, pecado e graça. Ele era completamente dedicado à busca da Verdade e do Amor, os pilares de sua existência.

Da plenitude de sua conversão e experiência cristã, nasceu seu monaquismo, uma proposta de retorno à pureza original do homem, no seio de uma Igreja mãe e mestra. Ele definiu o homem de seus seguidores como "perfectus fidelis in Ecclesia" (cf. Contra as Cartas de Petiliano II, 104, 239). E estava convencido de que somente quando o homem é reconduzido às suas raízes, pode retornar a uma vida verdadeira, plena de esperança.

Algumas imagens do mosteiro de Lecceto | 30Giorni.

Não fizemos nada além de ouvir e traduzir em ação, em vida, a inspiração monástica genuinamente eclesial do convertido Agostinho, que aqui em Lecceto, por meio de seus filhos, homens de grande santidade e doutrina, preencheu mil anos de história. Deles se dizia: "Os servos de Deus são céus portáteis que aprendem a conhecer cada lugar que pisam" (Sacra Leccetana Selva , século XVII).

O segredo? Uma fé, uma esperança, um amor. Uma paixão pela comunhão.
Um desejo, uma nostalgia: ver Deus, ajudar o homem.

Santo Tomás de Vilanova, ilustre e santo filho de Agostinho, que viveu na época de Santa Teresa de Ávila, escreveu: "E o único fim da vida monástica é a pureza do coração" ( In die circumcisionis , c. 3, t. 6, p. 313).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Conhecer Roma: um projeto multimídia para redescobrir os monumentos cristãos

Imparare Roma | You Tube | Opus Dei

90 vídeos com 12 itinerários que explicam 70 lugares do patrimônio religioso e cultural da Cidade Eterna. Profissionais, professores e alunos da Pontifícia Universidade da Santa Cruz elaboraram este projeto para divulgar monumentos cristãos e locais ligados à fé de Roma.

https://www.youtube.com/embed/UzwvFFU9WU8?autoplay=1&rel=0&cc_load_policy=1

29/09/2025

Recentemente, foi apresentado em Romaromacristiana.info, uma iniciativa multimídia promovida pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz para mostrar o patrimônio religioso e cultural da Cidade Eterna. O site reúne materiais audiovisuais com explicações sobre mais de 100 monumentos cristãos e lugares ligados à fé.

O projeto inclui três temporadas de vídeos, com nove episódios cada uma, disponíveis no site. A conclusão da terceira e última temporada está prevista no final de 2026.

site, adaptado a dispositivos móveis, permite acessar os conteúdos organizados cronologicamente (por exemplo, “Roma medieval”), por zonas da cidade (como “Trastevere”) ou por temas (como “os lugares dos primeiros cristãos”), o que facilita a sua utilização como guia para diferentes tipos de percursos culturais e espirituais.

site “Roma Cristiana” foi desenvolvido com a participação ativa de estudantes, professores e pessoal técnico-administrativo da universidade e com o apoio financeiro de benfeitores. Os vídeos estão disponíveis em inglês, italiano e espanhol. O projeto foi inspirado numa iniciativa anterior: “Aprender Roma”.

Las casas de los primeiros cristianos | YouTube | Opus Dei

https://youtu.be/smEP9mTmjSE

Roma: uma história viva ao serviço do presente

A apresentação teve lugar na Sala do Conselho do Palazzo Valentini, sede administrativa da província e da prefeitura de Roma.

O Dr. Mariano Angelucci, vereador da Comissão de Turismo, Moda e Relações Internacionais de Roma Capitale, deu as boas-vindas aos participantes e congratulou-se com o fato de que “Roma contará agora com um novo recurso para aprofundar a sua história milenar”.

O padre e professor Fernando Puig, reitor da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, sublinhou a importância desta iniciativa “que leva Roma ao mundo inteiro”.

“Para nós – afirmou – o serviço à cidade de Roma faz parte da identidade da universidade”, que está situada em edifícios históricos do centro da cidade ligados a figuras como Santo Apolinário, São Jerônimo, São Filipe Néri, Mozart ou Cesare Baronio. Recordou também que o inspirador da universidade, São Josemaria, fundador do Opus Dei, “sentia uma profunda paixão por Roma: rica em história, arte e cultura, mas cuja maior joia — dizia ele — era ter o Vigário de Cristo”. A universidade procura ser eco desse amor por Roma e por tudo o que a cidade representa.

Crédito: Opus Dei

Redescobrir as raízes da fé

A Irmã Rebecca Nazzaro, diretora da “Obra Romana de Peregrinações”, destacou a necessidade de “ajudar os romanos a redescobrir a beleza da sua cidade e, acima de tudo, as suas raízes históricas”.

“Por isso – explicou – estamos organizando não só as tradicionais peregrinações a Lourdes, Fátima ou Compostela (enquanto, por razões óbvias, as da Terra Santa continuam suspensas), mas também relançamos a redescoberta da Roma cristã, que tinha ficado um pouco esquecida”.

Por ocasião do atual Jubileu, que está atraindo milhões de peregrinos, foram propostos itinerários específicos que vão além de São Pedro.

“Graças ao cristianismo, Roma passou decaput mundi a mater gentium, um destino já anunciado nos Atos dos Apóstolos. Hoje iniciamos uma colaboração com a Universidade da Santa Cruz que acolhemos com entusiasmo: foi-nos dada esta beleza e temos a responsabilidade de transmitir”.

Las cadenas  de San Pietro | YouTube | Opus Dei

https://youtu.be/PUdmdymmVj8

Uma pedagogia do assombro

O professor Luis Cano, docente de História da Igreja, explicou a origem e o significado do projeto, nascido com o objetivo de promover a cidade através da sua profunda ligação à fé cristã.

Referiu que a filosofia do projeto é regressar ao assombro perante tudo o que Roma ensina. “Quando, em 1946, o futuro São João Paulo II veio aqui para completar os seus estudos, o seu bispo aconselhou-o: Aprende Roma. Esse é o convite que quisemos aceitar. É também uma viagem para nós, que moramos aqui”.

Destacou, além disso, o interesse institucional que o projeto despertou: “Roma guarda os testemunhos mais significativos do cristianismo. Não se trata apenas dos lugares ligados a Pedro e a Paulo ou às grandes basílicas, mas também os marcados pelo ‘primado da caridade’ da Igreja romana”.

site abrange assim vinte séculos de história cristã, através dos grandes santos e da marca que deixaram em Roma e na cristandade, graças à sua abertura universal.

Um dos itinerários temáticos que pode encontrar no portal é “A via da beleza”, um percurso onde pode admirar as obras da arte cristã.

La Vía de la Belleza | Opus Dei

Uma ferramenta para todos

O professor Javier Domingo, docente de Arqueologia Cristã, apresentou a estrutura do projeto “Estudar Roma” e do site “Roma Cristiana”, destacando-os como ferramentas úteis tanto para turistas como para cidadãos romanos.

“O que nos interessa – salientou – não são apenas os monumentos, mas levar as pessoas a conhecer melhor a história da Igreja em Roma, nos lugares onde realmente aconteceu”.

Enfatizou que o projeto tem carácter divulgativo, mas com nível científico, graças ao trabalho conjunto de estudantes e professores. “Os vídeos – concluiu – são apresentados por estudantes de diferentes países, em várias línguas, por homens e mulheres, leigos e religiosos. Refletem a imagem de uma Igreja viva, jovem e universal, porque a história da Igreja de Roma é também uma história universal”.

O ícone mariano mais antigo de Roma: a Virgem da Consolação

La devozione alla Madre di Dio | YouTube | Opus Dei

https://youtu.be/WoYcjSntKeY

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/conhecer-roma-um-projeto-multimidia-para-redescobrir-os-monumentos-cristaos/

RATZINGER : Fé, verdade, tolerância (Parte 2/2)

Capa do livro do Cardeal Joseph Ratzinger, Fé, Verdade, Tolerância , publicado pela Cantagalli, cuja tradução italiana foi contribuída pelos nossos editores Silvia Kritzenberger e Lorenzo Cappelletti | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 11 - 2003

Fé, verdade, tolerância

O Presidente Emérito da República, Francesco Cossiga, apresentou o último livro do Cardeal Joseph Ratzinger no Encontro de Rimini. Publicamos seu discurso.

por Francesco Cossiga

8. O livro de Joseph Ratzinger é quase uma soma de doutrina sólida e moderna para abordar esses problemas que a Igreja terá que enfrentar hoje, mas ainda mais amanhã: a Igreja que somos todos nós! Na minha opinião – embora em grande parte irrepreensível! – imodéstia , claramente revelada também por uma certa linguagem normal minha, ousei recomendar a Joseph Ratzinger e seu amigo Cantagalli uma nova edição do livro: o resultado de uma reorganização das diversas contribuições nele contidas, para torná-lo mais sistemático e mais homogêneo.

9.
 Certamente não é minha intenção resumir aqui o rico conteúdo do livro — já que, entre outras coisas, eu não teria espaço nem, acima de tudo, capacidade — dada sua vastidão e profundidade. Em vez disso, indicarei o índice como introdução e, em seguida, concentrar-me-ei no que mais me impressionou e até me consolou no livro .

10.
Em primeiro lugar, diante da "paixão" de pensadores fortes, pensemos no culto e piedoso Padre Dupuis, SJ, pelo espiritualismo oriental, e em particular na versão elevada deste dada por Radhakrishnan, um grande pensador religioso e político. A afirmação incondicional de que Jesus Cristo é a única salvação real e definitiva para a humanidade é forte e necessária.

É claro que isso não significa negar que em outras religiões se possa discernir um vislumbre, mesmo brilhante, de luz e verdade — e isso, é claro, é imensurável e inteiramente específico do judaísmo; mas, embora distinto, também em outras comunidades, em outras "religiões": pois a primeira aliança de Deus com Noé certamente não foi ainda uma aliança com um povo escolhido, mas com todos os homens, e, portanto, todos os homens se beneficiam dela em Jesus Cristo, como Paulo de Tarso ensina de forma admirável e abrangente.

Deixando a Deus todo-poderoso os caminhos extraordinários da graça, é, portanto, única e exclusivamente na Igreja que há salvação; Embora o Espírito Santo possa certamente dispensar graça e salvação além de seus limites visíveis, a posição de Joseph Ratzinger, como exposta acima, combina a liberdade do Espírito com o mandato e a vocação da Igreja na realidade da Revelação. 

11. As palavras escritas por Joseph Ratzinger sobre o "caminho da fé" são muito importantes. As religiões históricas indicaram dois caminhos para esse "caminho": o "místico" e o da "revolução monoteísta". Segundo esta última, o caminho da salvação é o caminho do dom da graça de Deus à humanidade; segundo a primeira, é o caminho da humanidade em direção a Deus, mas dentro da própria humanidade... Um problema semelhante é o da relação entre fé e razão. A razão leva a um Deus que é naturalmente o Deus verdadeiro, mas é a Revelação que nos permite conhecer o Deus absoluto e completamente verdadeiro . A fé não nasce nem de um simples raciocínio secundum naturam , nem de uma intuição mística, mas de eventos concretos, históricos e específicos: Deus e Noé, Deus e Abraão, Deus e Moisés; e, exaustivamente, o Pai, o Filho (Cristo) e o Espírito Santo, cumprimento da Revelação na Redenção misericordiosa e gratuita! O homem investiga racionalmente o Mistério porque sua natureza contém o desejo por esse Mistério como penhor de felicidade: mas o pleno conhecimento do Mistério é apenas um dom de Deus! E eu sempre me perguntei se " credo ut intelligam " prevalece sobre " intelligo ut credam "!

Na foto acima, São Pedro; abaixo, a conversão de São Paulo | 30Giorni.

12. E Jesus, o Cristo, é o Logos encarnado ; ele não apenas teve, mas tem carne! Para sempre! E "carne" é o nosso ser e o nosso intelecto, para sempre.

Daí, certamente, a legitimidade e o dever da mais alta pesquisa racional, a filosofia. E aqui, as corajosas intuições e deduções de Joseph Ratzinger têm grande valor: a insuficiência da chamada "neoescolástica" em demonstrar os chamados preâmbulos da fé e a pertença à verdadeira filosofia não apenas de Agostinho e Tomás, mas também de Pascal e Kierkegaard, de Gilson e Rosmini; e também de outros grandes pensadores judeus como Buber e Levinas. À lista de Fides et ratio , Joseph Ratzinger gostaria de acrescentar dois outros grandes pensadores, Max Scheler e Bergson, homens de fé, este último no limiar da Igreja.

E se Cristo tem um corpo, Ele o tem antes de tudo no tempo e na história: e a História "plena" é, portanto, também e sobretudo a história da Redenção.

E se Cristo tem um corpo, em relação a Cristo e à fé (o acontecimento e a adesão a ela), a parte mais espiritual do corpo natural da humanidade é a cultura , entendida como um conjunto de valores e conhecimentos, que amadurecem sob os valores e com os valores na história temporal dos povos.

O cristianismo certamente não pode ser monocultural: mas não pode encarnar-se em todas as culturas, mas apenas naquelas culturas que permitem: ... "trigo, joio e urtigas!"

Não Joseph Ratzinger, é claro, mas sou antes "ocidentalista" e não tanto num sentido "eurocêntrico" como num sentido "euro-indo-asiático"!

Assim, creio que, assim como as "religiões" fazem parte das culturas, a cultura na qual, a meu ver, o Evento se expressou melhor e mais plenamente, em termos históricos e intelectuais, é certamente a cultura judaico-cristã enxertada no tronco helênico, isto é, a cultura europeia!

E é por isso que, com o protestante Novalis, consigo pensar numa Igreja sem Europa (mas ele, luterano, não pensava assim!), mas certamente não consigo pensar numa Europa sem o fundamento da cultura cristã!

O mundo como criação, o homem como pessoa e a experiência humana como uma história não cíclica, mas uma história única que tende à Salvação — de quem é essa herança em nosso Ocidente?

São ou não conceitos absolutamente fundamentais sobre os quais séculos da história do pensamento, da cultura e até das instituições foram construídos?
E não foram as raízes cristãs que os produziram?

13.Um último tópico, entre os muitos abordados por Joseph Ratzinger, que gostaria de mencionar, me impressionou. Fé na verdade: uma verdade exclusiva é compatível com a "tolerância"? Aqui me vem à mente a declaração conciliar sobre a liberdade religiosa, Dignitatis humanae.

Talvez nós, católicos, tenhamos descoberto tarde demais que a liberdade religiosa do cidadão se baseia não apenas nos princípios da igualdade jurídica e da laicidade do Estado, mas também e sobretudo no conceito cristão de fé e da própria salvação , que é a livre aceitação de Deus que vem a nós pelo caminho da graça para a Salvação — Salvação que não salva sem liberdade!

Sem liberdade não pode haver verdadeira Fé e, portanto, Salvação, nem para o cristão nem para qualquer outra pessoa. Porque o Amor é dado e não imposto; é correspondido e não suportado.

Aqui terminam meus pensamentos e escritos, muito incompletos. Certamente, Joseph Ratzinger exposto por Francesco Cossiga é algo muito modesto!

Mas espero que, com a minha escrita, eu tenha pelo menos encorajado você a sentar em uma cadeira com um lápis na mão e algumas folhas em branco ao lado para fazer anotações (eu realmente recomendo... mesmo à luz de velas!) e ler: Fé, Verdade, Tolerância . Cristianismo e as Religiões do Mundo.

E não tenha vergonha de sublinhar o livro a lápis! Não sublinhar o livro a lápis é como não abraçar e beijar uma pessoa querida!

Uma confissão: lendo este livro (facilitado pela atmosfera silenciosa e amorosa de um quarto de hospital), senti como se estivesse respirando um ar que pensei já ter respirado e cheirado, como um perfume que eu já tivesse sentido! E lembrei-me de algumas páginas magníficas de Blaise Pascal, um cristão, que li para vocês:
"Ano da Graça de 1654, segunda-feira, 23 de novembro, dia do Papa São Clemente e outros no martirológio, vigília do Mártir São Crisógono e outros, das 22h30 até 12h30. Fogo, do Deus de Abraão, do Deus de Isaac, de Jacó, não de filósofos e estudiosos, força, alegria, paz, Deus de Jesus Cristo, meu Deus e seu Deus . Seu será meu Deus, esquecimento de tudo, exceto Deus, encontrado apenas pelos caminhos ensinados pelo Evangelho, 'grandeza da alma humana, Pai justo. O mundo não te conheceu, nem eu te conheci, para que eu não fosse separado dele para sempre, com lágrimas de alegria eu me separei dele: dereliquerunt me fontem aquae vivae, não me abandonarás; esta é a vida eterna: que te reconheçam como Deus somente a ti e a Jesus Cristo, a quem enviaste”: “Eu me separei dele, fugi dele, neguei-o, crucifiquei-o: para que não se separe dele, ele é preservado somente pelos caminhos ensinados pelo Evangelho, na alegria pela eternidade, por um dia de exercício na terra...”».

Fonte: https://www.30giorni.it/

“Dilexi te”, Leão XIV: não se pode separar a fé do amor pelos pobres (Parte 2/2)

“Dilexi te”, Leão XIV: não se pode separar a fé do amor pelos pobres (Vatican Media)

Publicada a primeira exortação apostólica de Robert Prevost, um trabalho iniciado por Francisco sobre o tema do serviço aos pobres, em cujo rosto encontramos “o sofrimento dos inocentes”. O Papa denuncia a economia que mata, a falta de equidade, a violência contra as mulheres, a desnutrição, a emergência educacional. Ele faz seu o apelo de Bergoglio pelos migrantes e pede aos fiéis que façam ouvir “uma voz que denuncie”, porque “as estruturas da injustiça devem ser destruídas com a força do bem"

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Dilexi te, “Eu te amei”. O amor de Cristo que se encarna no amor aos pobres, entendido como cuidado dos doentes; luta contra a escravidão; defesa das mulheres que sofrem exclusão e violência; direito à educação; acompanhamento aos migrantes; esmola que “é justiça restabelecida, não um gesto de paternalismo”; equidade, cuja falta é “a raiz de todos os males sociais”. Leão XIV assina sua primeira exortação apostólica, Dilexi te, texto em 121 pontos que brota do Evangelho do Filho de Deus que se tornou pobre desde sua entrada no mundo e que relança o Magistério da Igreja sobre os pobres nos últimos cento e cinquenta anos. “Uma verdadeira mina de ensinamentos”.

LEIA AQUI O TEXTO INTEGRAL DA EXORTAÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA LEÃO XIV

“Os pobres não existem por acaso...”

O Papa Leão XIV traça uma reflexão profunda sobre as causas da pobreza: “Os pobres não existem por acaso ou por um cego e amargo destino. Muito menos a pobreza é uma escolha, para a maioria deles. No entanto, ainda há quem ouse afirmá-lo, demonstrando cegueira e crueldade”, sublinha (14). “Obviamente, entre os pobres há também aqueles que não querem trabalhar”, mas há também muitos homens e mulheres que, por exemplo, recolhem papelão de manhã à noite apenas para “sobreviver” e nunca para “melhorar” a vida. Em suma, lê-se em um dos pontos centrais da Dilexi te, não se pode dizer “que a maioria dos pobres estão nessa situação porque não obtiveram méritos, de acordo com a falsa visão da meritocracia, segundo a qual parece que só têm méritos aqueles que tiveram sucesso na vida” (14).

Ideologias e orientações políticas

Em muitas ocasiões, observa o Papa Leão, são os próprios cristãos que se deixam “contagiar por atitudes marcadas por ideologias mundanas ou por orientações políticas e econômicas que levam a injustas generalizações e conclusões enganosas” (15).

Há quem continue a dizer: “O nosso dever é rezar e ensinar a verdadeira doutrina”. Mas, desvinculando este aspecto religioso da promoção integral, acrescentam que só o Governo deveria cuidar deles, ou que seria melhor deixá-los na miséria, ensinando-lhes antes a trabalhar (114)

A esmola frequentemente desprezada

Sintoma dessa mentalidade é o fato de que o exercício da caridade às vezes é “desprezado ou ridicularizado, como se fosse uma fixação somente de alguns e não o núcleo incandescente da missão eclesial” (15). O Papa detém-se longamente na esmola, raramente praticada e frequentemente desprezada (115).

Como cristãos, não renunciemos à esmola. Um gesto que pode ser feito de várias maneiras, e podemos tentar fazer da forma mais eficaz, mas que deve ser feito. E será sempre melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada. Em todo o caso, tocar-nos-á o coração. Não será a solução para a pobreza no mundo, que deve ser procurada com inteligência, tenacidade e compromisso social. Mas precisamos praticar a esmola para tocar a carne sofredora dos pobres (119)

Indiferença por parte dos cristãos

Na mesma linha, o Papa destaca “a falta ou mesmo a ausência de compromisso” com a defesa e a promoção dos mais desfavorecidos em alguns grupos cristãos (112). Se uma comunidade da Igreja não coopera para a inclusão de todos, adverte ele, “correrá também o risco da sua dissolução, mesmo que fale de temas sociais ou critique os Governos. Facilmente acabará submersa pelo mundanismo espiritual, dissimulado em práticas religiosas, reuniões infecundas ou discursos vazios” (113).

Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres (36)

O testemunho dos santos, beatos e ordens religiosas

Para contrabalançar essa atitude de indiferença, há um mundo de santos, beatos e missionários que, ao longo dos séculos, encarnaram a imagem de “uma Igreja pobre e para os pobres” (35). De Francisco de Assis e seu gesto de abraçar um leproso (7) a Madre Teresa, ícone universal da caridade dedicada aos moribundos da Índia “com uma ternura que era oração” (77). E ainda São Lourenço, São Justino, Santo Ambrósio, São João Crisóstomo, seu Santo Agostinho, que afirmava:

“Aquele que diz amar a Deus e não se compadece dos necessitados, mente” (45).

Leão ainda lembra o trabalho dos Camilianos pelos doentes (49), das congregações femininas em hospitais e casas de repouso (51). Ele lembra o acolhimento nos mosteiros beneditinos a viúvas, crianças abandonadas, peregrinos e mendigos (55). E lembra também os franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos que iniciaram “uma revolução evangélica” através de um “estilo de vida simples e pobre” (63), juntamente com os trinitários e mercedários que, lutando pela libertação dos prisioneiros, expressaram o amor de “um Deus que liberta não só da escravidão espiritual, mas também da opressão concreta” (60).

A tradição destas Ordens não cessou. Pelo contrário, inspirou novas formas de ação diante das escravidões modernas: o tráfico de pessoas, o trabalho forçado, a exploração sexual, as diversas formas de dependência. A caridade cristã, quando encarnada, torna-se libertadora (61)

O direito à educação

O Pontífice recorda também o exemplo de São José de Calasanz, que fundou a primeira escola popular gratuita da Europa (69), para salientar a importância da educação dos pobres: “Não é um favor, mas um dever”.

Os pequenos têm direito à sabedoria, como exigência básica do reconhecimento da dignidade humana (72)

A luta dos movimentos populares

Na exortação, o Papa também menciona a luta contra os “efeitos destrutivos do império do dinheiro” por parte dos movimentos populares, conduzidos por líderes “colocados muitas vezes sob suspeita e até perseguidos” (80). Eles, escreve, “convidam a superar aquela ideia das políticas sociais concebidas como uma política para os pobres, mas nunca com os pobres, nunca dos pobres” (81).

Uma voz que desperte e denuncie

Nas últimas páginas do documento, Leão XIV apela a todo o Povo de Deus para “fazer ouvir, ainda que de maneiras diferentes, uma voz que desperte, denuncie e se exponha mesmo correndo o risco de parecer estúpidos”.

As estruturas de injustiça devem ser reconhecidas e destruídas com a força do bem, através da mudança de mentalidades e também, com a ajuda da ciência e da técnica, através do desenvolvimento de políticas eficazes na transformação da sociedade (97)

Os pobres, não um problema social, mas o centro da Igreja

É necessário que “todos nos deixemos evangelizar pelos pobres”, exorta o Papa (102). “O cristão não pode considerar os pobres apenas como um problema social: eles são uma questão familiar. Pertencem aos nossos”. Portanto, “a relação com eles não pode ser reduzida a uma atividade ou departamento da Igreja” (104).

Os pobres ocupam um lugar central na Igreja (111)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF