Translate

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Pesquisadores buscam novos caminhos para combater o alcoolismo

O consumo de bebidas alcoólicas aciona áreas cerebrais que provocam euforia e reduzem artificialmente sinais de ansiedade - (crédito: Reprodução/Freepik)

Pesquisadores buscam novos caminhos para combater o alcoolismo

Cientistas estudam como o cérebro reage aos estímulos do álcool e buscam alternativas para ajudar na regulação emocional. Um dos objetivos principais é conseguir amenizar os sintomas da abstinência.

O álcool é responsável por cerca de 3 milhões de mortes anuais e causa cerca de 200 tipos de doenças e lesões, segundo a Organização Mundial da Saúde. Diante desse cenário, pesquisadores buscam compreender melhor quais mecanismos cerebrais são ativados em resposta à bebida e ao vício, na busca de um caminho eficaz para combater o alcoolismo e problemas associados.

Um estudo da Scripps Research, nos Estados Unidos, publicado recentemente na revista Biological Psychiatry, revelou mais sobre o comportamento de recaída para bebidas ao identificar que uma área específica do cérebro —o núcleo paraventricular do tálamo (PVT)— é superativada quando o consumo de álcool é associado ao alívio dos sintomas de abstinência. Essa região, tradicionalmente ligada ao estresse e à ansiedade, desempenha um papel essencial no ciclo do vício, não somente ao promover a busca por prazer, mas também ao amenizar o sofrimento emocional causado pela falta da substância.

"O que torna o vício tão difícil de largar é que as pessoas não estão simplesmente buscando uma sensação de euforia", afirma Friedbert Weiss, professor de neurociência na Scripps Research e autor sênior do estudo. "Elas também estão tentando se livrar de estados negativos poderosos, como o estresse e a ansiedade da abstinência. O trabalho evidencia quais sistemas cerebrais são responsáveis por reter esse tipo de aprendizado, e por que isso pode tornar a recaída tão persistente."

Conforme Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Sírio-Libanês, o álcool age reduzindo a atividade cerebral, fazendo a pessoa se desinibir socialmente, porém o que parece ser uma fuga do estresse é, na verdade, uma camuflagem. "A maior ativação do PVT ligada ao consumo de álcool pode se relacionar a uma sensação cada vez mais expressiva de alívio, prazer e recompensa ao ingerir a substância, e um sentimento contrário cada vez pior ao ficar sem a bebida, acentuando o vício."

Conforme o estudo, feito com modelos animais, a hiperativação dessa área é algo lógico diante da falta de consumo da substância. "Os efeitos desagradáveis da abstinência estão fortemente associados à ansiedade, e o álcool proporciona alívio da agonia desse estado estressante", destacam os autores.

Manipular o cerebelo

Em paralelo, um trabalho conduzido pela Universidade Estadual de Washington, também nos EUA, oferece uma abordagem diferente sobre a abstinência de álcool. Os pesquisadores se concentraram no cerebelo, área do cérebro tradicionalmente associada ao controle motor, mas que tem se mostrado fundamental também na regulação emocional e no vício. 

"Metade dos neurônios do cérebro está no cerebelo", afirma David Rossi, autor sênior do estudo, professor associado da universidade. "Está cada vez mais claro que essa região está envolvida em muito mais do que somente o controle motor — ela desempenha um papel no vício, na regulação emocional e até mesmo no engajamento social."

Ao manipular essa região do cérebro em camundongos, os cientistas conseguiram aliviar tanto os sintomas físicos quanto os emocionais da abstinência. O trabalho sugere que o cerebelo pode ser uma nova via terapêutica para tratar o alcoolismo de forma mais eficaz, sem os efeitos colaterais das abordagens atuais.

Conforme Maciel Pontes, médico neurologista do Hospital de Base, no Distrito Federal, no caso da abstinência, essa região é central porque se adapta ao consumo crônico da substância. "Durante a exposição prolongada à bebida, os circuitos cerebelares se ajustam para funcionar nesse ambiente, mas, quando o álcool é retirado, sobra um estado de hiperatividade, que contribui diretamente para os sintomas físicos e emocionais."

O especialista acrescentou que o cerebelo atua na modulação do estresse e do sofrimento, conectando-se a circuitos cerebrais ligados às emoções. "Essa participação amplia sua relevância, mostrando que ele é um elo essencial na compreensão da dependência."

Tecnologia como aliada

O combate ao alcoolismo tem sido um desafio complexo. Assim, tanto intervenções tecnológicas quanto medicamentosas têm ganhado destaque na ciência. Trabalhos recentes apontam caminhos inovadores para combater o vício, pelo ajuste de neurotransmissores no cérebro e mesmo por meio de dispositivos vestíveis.

Pesquisadores do Mass General Brigham, nos Estados Unidos, publicaram na revista JAMA Psychiatry um estudo que revelou como um dispositivo vestível pode ser uma ferramenta poderosa contra vícios. A tecnologia, que utiliza uma espécie de adesivo inteligente chamado Lief HRVB Smart Patch, ajuda os usuários a monitorar e controlar o estresse e a ansiedade, fatores ligados ao desejo de consumir drogas e álcool. 

A invenção detecta variações na frequência cardíaca, refletindo o estresse e o impulso de consumo, e dá sinais para que a pessoa faça ajustes respiratórios e diminua a ansiedade. David Eddie, psicólogo do Mass General Brigham e autor do estudo, explica que uma das grandes dificuldades durante a reabilitação vício é a falta de autoconsciência emocional. "Pessoas em recuperação podem vivenciar muito estresse, mas muitas vezes não têm plena consciência disso ou não o gerenciam proativamente."

O dispositivo reduziu significativamente a vontade de consumir álcool e drogas, com participantes relatando até 64% menos probabilidade de usar substâncias. O estudo, que se concentrou em pessoas no primeiro ano de abstinência, demonstrou o impacto positivo da tecnologia na recuperação precoce.

Para Helena Moura, psiquiatra da Apuí Saúde Mental e professora de medicina da Universidade de Brasília, o diferencial do tratamento é atuar no quadro de desregulação do estresse. "Essa é uma demanda de longo prazo dos pacientes, porque a desintoxicação e o manejo da síndrome de abstinência são resolvidos ali relativamente rápido, mas esses sintomas persistem, às vezes por meses, e não respondem bem a tratamentos usuais".

Freio para os impulsos

Enquanto a tecnologia promete complementar os métodos tradicionais, pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, estão explorando novas abordagens farmacológicas para tratar o vício. Os tratamentos atuais focam em reduzir o prazer imediato que o álcool proporciona ou diminuir a frequência do desejo de beber, mas os cientistas acreditam que é possível mexer no comportamento impulsivo.

A resposta pode estar no córtex pré-frontal, área do cérebro relacionada ao controle executivo e à regulação das emoções. O estudo, publicado na revista Biological Psychiatry, testou o tolcapona — medicamento desenvolvido para a doença de Parkinson. A pesquisa revelou que o remédio, ao aumentar os níveis de dopamina nessa região-chave, ajudou os participantes a melhorar o controle sobre seus impulsos. Durante os testes, os voluntários tiveram desempenho superior em uma tarefa que exigia autocontrole.

Ábner Prado, coordenador médico do pronto-socorro do Instituto de Neurologia de Goiânia, destaca que o córtex pré-frontal funciona como um "freio" para os impulsos. "Quando é acionado, ajuda a pessoa a avaliar melhor as consequências e evitar comportamentos automáticos, como beber sem pensar. Fortalecer essa região de alguma maneira pode devolver à pessoa maior capacidade de controle."

Ainda durante o ensaio, os voluntários que tomaram tolcapona relataram uma redução no consumo de álcool durante a semana em que usaram o medicamento. "A maior ativação do córtex pré-frontal foi associada a menos consumo de álcool, sugerindo que o mecanismo de maior controle estava afetando o comportamento deles", reforça Schacht. (IA)

Prisão mental

Inicialmente, o álcool parece inofensivo, por ser um hábito social que traz certa sensação de prazer e desinibição, mas, com o uso frequente, começa a interferir diretamente no córtex pré-frontal, afetando a tomada de decisões e o controle inibitório. Com o vício evoluindo, o sistema límbico — relacionado à regulação emocional, à sensação de recompensa ao controle da motivação— é afetado, tornando o ato de ingerir bebida alcoólica mais recompensador ainda, gerando uma sensação de motivação crescente para consumir a substância e decrescente para outras atividades.

Esse vício funciona como um comportamento cerebral pendular: quanto mais frequentemente você consome, mais sensação de recompensa você tem ao ingerir e pior é sua condição ao ficar sem beber, gerando uma espécie de prisão mental progressiva. Então, mesmo que a pessoa tenha consciência do prejuízo à saúde, ela não consegue se desvincular. Além de que, por afetar a tomada de decisões e o controle inibitório, o paciente fica mais vulnerável às tentações e não consegue controlar o vício.

Thiago Taya, neurologista e neuroimunologista do Hospital Sírio-Libanês

Risco aumentado de bactérias no fígado

Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, descobriram que o consumo crônico de álcool prejudica a produção de uma proteína-chave, conhecida como mAChR4, que ajuda a manter as bactérias intestinais no órgão correto. Sem essa barreira, esses microrganismos intestinais podem passar mais facilmente para o fígado, agravando os danos hepáticos causados pelo álcool. A descoberta foi feita ao avaliar uma combinação de biópsias de fígado humano e modelos animais. Segundo a publicação, feita na revista Nature, medicamentos que têm como alvo o mAChR4 estão sendo testados em ensaios clínicos para esquizofrenia, e os pesquisadores sugerem que esses remédios podem ser facilmente reaproveitados para tratar lesões hepáticas. No entanto, novas pesquisas são necessárias para demonstrar esse potencial.

Isabella Almeida +

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2025/10/7265824-pesquisadores-buscam-novos-caminhos-para-combater-o-alcoolismo.html

ANÁLISE: Um estilo secular

Pippo Corigliano, Uma Obra Sobrenatural: Minha Vida no Opus Dei , Mondadori, Milão 2008, 130 pp. | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 12 - 2008

Um estilo secular

Uma fluida autobiografia do porta-voz italiano do Opus Dei, Pippo Corigliano.

por Lorenzo Cappelletti

Uma Obra Sobrenatural: Minha Vida no Opus Dei , de Pippo Corigliano, atual porta-voz da Obra na Itália, acaba de ser lançado pela Arnoldo Mondadori Editore.

Devemos ser gratos a Pippo Corigliano — e especialmente, acreditamos, ao próprio Opus Dei, que celebrou o octogésimo aniversário de sua fundação em 2008 — por este livro sincero, no qual ele se apresenta em forma autobiográfica, apresentando assim um perfil plausível e nada penoso (de acordo com a intenção que ele mesmo declara na Introdução) da Obra da qual é membro desde 1960. Através da simplicidade da abordagem narrativa, ele efetivamente liberta o Opus Dei dos rótulos que impedem uma consideração mais objetiva e detalhada. Análogo, pode-se dizer, ao seu próprio crescimento pessoal: "minha vida", escreve ele, "tem sido uma contínua remoção de preconceitos" (p. 91).

O livro traça o desenvolvimento da Obra na Itália através da vida deste jovem napolitano de boa família, que em certo momento foi conquistado pelo estilo laico e moderno dos discípulos de Escrivá de Balaguer e, posteriormente, pelo próprio Escrivá. Esse estilo, aliado a uma sólida base espiritual e a um adequado compromisso intelectual, exige hábitos e costumes "normais", típicos de quem não deve abandonar o mundo, mas "amá-lo apaixonadamente", segundo o título de uma famosa conversa de São Josemaria (ver p. 27).

Mesmo onde a terminologia e os costumes da Obra são um tanto peculiares, como a distinção entre membros numerários e supranumerários, ou a separação entre homens e mulheres no trabalho apostólico, Corigliano tende a simplificar tudo, colocando a ênfase, em vez disso, em consonância com a abordagem estabelecida desde o início por São Josemaria, no serviço a ser prestado a Deus nos e através dos deveres civis em que cada pessoa está envolvida. Em essência, na santificação do trabalho, como ele escreve diversas vezes.

Logo, esse jovem capaz e entusiasmado, após um estágio em uma residência universitária em Nápoles, foi forçado a se mudar para Milão, tornando-se membro do conselho administrativo da Ópera.

Munido apenas de um elegante casaco de jornalista, iniciou sua aventura milanesa em 1970, que o lançou imediatamente ao mundo da comunicação. Foi lá, naquela desafiadora década de 1970, que as armas que ele empunharia ao longo de sua vida foram aguçadas, buscando superar as de seus adversários.

E, portanto, é natural — mesmo que a preocupação do Opus Dei com a opinião pública pareça estender-se muito além da biografia de Pippo Corigliano — que as figuras mais proeminentes no livro sejam jornalistas ou, em todo caso, pessoas que estão ou estiveram envolvidas no mundo da comunicação de massa. De Indro Montanelli a Ettore Bernabei, de Vittorio Messori a Leonardo Mondadori, de Joaquín Navarro-Valls a Giovanni Minoli. Visto não apenas da perspectiva de suas habilidades profissionais, mas também de sua jornada interior, muitas vezes obscura. Mas, ainda mais do que estas, a figura que recebe mais atenção (além de São Josemaria, cujas citações formam o leitmotiv ideal do volume ), porque ele emerge como aquele que mais providencialmente corresponde ao carisma do fundador, é João Paulo II. O papa polonês, após a morte de São Josemaria em 1975, parece ter herdado sua paternidade (a relação pai-filho é um aspecto fundamental desta autobiografia, que apresenta várias figuras paternas brilhantes, do pai de Corigliano ao pai de São Josemaria, do próprio São Josemaria ao Papa Wojtyla): "Os fiéis do Opus Dei mergulharam neste abraço particularmente caloroso porque havia, por assim dizer, uma semelhança de estilo na vivência de sua vocação cristã. O papa alegre, poeta, atleta, defensor do gênio feminino, sedento de verdade, apostólico, compreendeu bem a Obra, e nós a apreciamos de todo o coração" (p. 101). Além disso, foi ele quem, após um rápido processo, canonizaria Escrivá em 2002, no centenário de seu nascimento.

“Neste abraço”, outras datas são fatídicas, como a exata coincidência da eleição de Wojtyla com o cinquentenário da Obra, ou a ereção da Obra como prelazia pessoal naquela fase decisiva do pontificado de Wojtyla, quase um segundo começo depois da tentativa de assassinato, que foi em 1982.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Papa: ajudem-me a ajudar os missionários em todas as partes do mundo

Papa Leão XIV (Vatican Media)

Videomensagem de Leão XIV por ocasião do Dia Mundial das Missões, celebrado no próximo dia 19 de outubro. O Pontífice convida todos a “participar”, a fim de apoiar aqueles que levam o Evangelho aos cinco continentes: “Como sacerdote e missionário no Peru, vi com meus próprios olhos como a fé, a oração e a generosidade demonstradas neste Dia podem transformar comunidades inteiras.”

https://youtu.be/vR7Fy8mQqSw

Vatican News

Baseando-se em sua experiência pessoal como missionário no Peru, o Papa Leão XIV dá testemunho do bem realizado pelos missionários nos lugares onde exercem seu trabalho, e sobretudo da ajuda recebida graças ao Dia Mundial dedicado a eles. “Quando eu era sacerdote e depois bispo missionário no Peru, vi com meus próprios olhos como a fé, a oração e a generosidade demonstradas neste Dia podem transformar comunidades inteiras”, afirma o Pontífice em uma videomensagem divulgada em vista da celebração de 19 de outubro — o Dia Mundial das Missões — ocasião em que “toda a Igreja se une em oração pelos missionários e pela fecundidade de seu trabalho apostólico”.

Ajudar a difundir o Evangelho

O convite do Papa, dirigido a todas as paróquias católicas do mundo, é para “participar” do Dia Mundial, porque “as orações e a ajuda servem para difundir o Evangelho, sustentar programas pastorais e de catequese, construir novas igrejas e responder às necessidades de saúde e educação de nossos irmãos e irmãs nos territórios de missão”.

Missionários da esperança entre os povos

No dia 19 de outubro, acrescenta Leão XIV, “enquanto refletimos juntos sobre a nossa vocação batismal de sermos ‘missionários da esperança entre os povos’, renovemos nosso compromisso doce e alegre de levar Jesus Cristo, nossa Esperança, até os confins da terra”. “Obrigado — conclui o Papa — por tudo o que farão para me ajudar a ajudar os missionários em todas as partes do mundo.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 12 de outubro de 2025

5 dicas para incluir o ovo na alimentação de forma saudável

O ovo é um alimento nutritivo e benéfico para a saúde (Imagem: Tonya Koreneva | Shutterstock) - (crédito: EdiCase)

5 dicas para incluir o ovo na alimentação de forma saudável

Veja os benefícios desse alimento para a saúde e como consumi-lo adequadamente.

O ovo é um alimento rico em nutrientes essenciais e, ao mesmo tempo, muito prático para o dia a dia. Ele fornece proteínas de alta qualidade, vitaminas, minerais e gorduras saudáveis que contribuem para a saúde do organismo. Além disso, é um ingrediente versátil que pode ser preparado de diferentes formas — cozido, mexido, pochê ou em receitas variadas — tornando-se fácil de incluir nas refeições.

No Brasil, o consumo do alimento tem crescido continuamente. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), cada pessoa consome, em média, mais de 250 ovos por ano, resultado direto da praticidade no preparo e do reconhecimento cada vez maior de seus benefícios à saúde.

Um estudo australiano com 8.756 participantes com 70 anos ou mais, parte do ASPREE Longitudinal Study of Older Persons (ALSOP), conduzido pela Universidade de Monash e publicado no periódico Nutrients, mostrou que o consumo regular de ovos, de uma a seis vezes por semana, está associado a uma redução de 29% no risco de morte por doenças cardiovasculares e 15% na mortalidade por todas as causas, em comparação a quem raramente ou nunca os consome. Entre idosos relativamente saudáveis, o consumo moderado pode, portanto, contribuir para uma vida mais longa e uma melhor saúde cardiovascular.

Grande aliado da saúde

Segundo o professor de Nutrição do Centro Universitário Afya Itaperuna, Diego Righi, o ovo é um exemplo de alimento completo, que pode estar presente em qualquer refeição do dia. “Durante muito tempo o ovo foi injustamente visto como vilão do colesterol. Hoje sabemos que, consumido de forma equilibrada, ele é um grande aliado da saúde. Sua combinação de proteínas, vitaminas e gorduras boas ajuda na construção muscular, na imunidade e até na saúde dos olhos, graças à presença de antioxidantes como a luteína e a zeaxantina”, explica o professor.

Contribui para o coração

Por décadas, o ovo foi associado ao aumento do colesterol por conter colesterol na gema. No entanto, revisões científicas recentes mostram que o impacto do colesterol dietético sobre o colesterol sanguíneo é muito menor do que se acreditava, especialmente em pessoas saudáveis.

“O consumo regular e moderado de ovos não está associado ao aumento do risco cardiovascular; pelo contrário, pode até ajudar na prevenção, devido à ação antioxidante e anti-inflamatória de nutrientes como a luteína e a zeaxantina” explica Diego Righi.

Proteínas que favorecem a saúde

As proteínas de alta qualidade presentes no ovo também favorecem a síntese muscular, a imunidade e a saciedade, contribuindo para o controle do peso e a adesão a uma alimentação equilibrada. “Por conter aminoácidos essenciais, o ovo auxilia na recuperação muscular e na manutenção da massa magra, sendo uma fonte de energia limpa e natural”, complementa o especialista.

O professor explica ainda que o alimento contém todos os nove aminoácidos essenciais, incluindo leucina, isoleucina e valina, os conhecidos BCAAs, fundamentais para a regeneração muscular. “A leucina, em especial, tem papel-chave na ativação da via motor, importante para a hipertrofia muscular”, afirma.

Com alto valor biológico e excelente digestibilidade, o ovo é considerado um padrão ouro entre as fontes proteicas, fornecendo energia de forma eficiente, com boa saciedade e sem provocar picos de insulina.

O ovo pode ser incorporado na alimentação de maneira saudável (Imagem: Kmpzzz | Shutterstock)

Incluindo o ovo na alimentação

O professor Diego Righi compartilha cinco maneiras práticas e saudáveis de incorporar o ovo ao dia a dia, garantindo sabor e nutrição em cada refeição. Confira!

1. Prefira preparações simples e com pouca gordura

Dê preferência ao ovo cozido, pochê, mexido com pouca água ou feito no vapor. Essas formas de preparo preservam os nutrientes e evitam a formação de compostos pró-inflamatórios que surgem quando óleos são aquecidos a altas temperaturas. Isso é especialmente importante para quem consome muita gordura saturada ou segue planos alimentares hipocalóricos.

2. Combine com vegetais fibrosos e coloridos

Ovos mexidos com espinafre, couve, tomate, abobrinha ou cogumelos formam refeições mais equilibradas, ricas em fibras e antioxidantes. Essa combinação melhora a resposta glicêmica e aumenta a saciedade. Isso é ideal para pessoas com constipação, resistência insulínica ou baixa ingestão de vegetais e fibras.

3. Inclua no café da manhã ou nos lanches intermediários

Um ovo cozido ou uma pequena omelete são opções práticas e proteicas que ajudam a prolongar a saciedade e estabilizar os níveis de glicose ao longo do dia. É recomendado para quem tem rotina corrida, faz longos intervalos entre as refeições ou pratica exercícios em jejum.

4. Use como alternativa proteica nas refeições principais

O ovo pode substituir a carne em algumas refeições, especialmente no jantar, tornando o prato mais leve e digestivo, sem comprometer o aporte de proteínas e nutrientes. É útil para vegetarianos (ovolactos), idosos com dificuldade de mastigação ou pessoas que buscam refeições mais econômicas.

5. Respeite a quantidade ideal e o equilíbrio do prato

Para a maioria dos adultos saudáveis, o consumo de 1 a 2 ovos por dia é seguro e benéfico. Essa quantidade pode variar conforme as necessidades individuais, como maior demanda proteica em atletas, gestantes e idosos, ou redução em casos de dislipidemias não controladas.

“Mais importante do que a quantidade é o equilíbrio do prato. O ovo deve estar inserido em uma alimentação variada, rica em frutas, legumes e grãos integrais”, finaliza o professor da Afya Itaperuna.

Por Beatriz Felício
Portal EdiCase

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2025/10/7267605-5-dicas-para-incluir-o-ovo-na-alimentacao-de-forma-saudavel.html

Nossa Senhora Aparecida – culto e devoção: muitos peixes

Imagem de Nossa Senhora Aparecida | Vatican News

Os pescadores foram se aproximando e beijaram com reverência a imagem encontrada. Eram todos eles homens religiosos e viram naquilo um sinal de grande predileção: Deus estava com eles!

Padre Inácio Medeiros - Vatican News

No mês de outubro de 1717, três pescadores tiraram das águas do Rio Paraíba do Sul uma imagem mutilada de Nossa Senhora da Conceição. Quem esculpiu e como aquela imagem foi parar nas águas do Rio até hoje ninguém sabe, mas o certo é que animados com o sinal que aquela imagem da santa trazia, interpretado como benção de Deus, os pescadores continuaram seu trabalho e numa das vezes em que lançaram a rede trouxeram a cabeça da imagem anteriormente pescada.

João Alves, o abençoado pescador, uniu as duas partes, corpo e cabeça, e elas se encaixaram perfeitamente. Era sim a imagem de Nossa Senhora da Conceição!

Pesca milagrosa

De longe o pescador chamou seus companheiros que estavam em outros barcos, mostrando-lhes a imagem encontrada. Era a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que se tornaria para todos, dentro e fora do Brasil, a imagem de Nossa Senhora “Aparecida”, porque apareceu nas águas do rio. Os pescadores foram se aproximando e beijaram com reverência a imagem encontrada. Eram todos eles homens religiosos e viram naquilo um sinal de grande predileção: Deus estava com eles!

Pensando no que ainda poderia lhes suceder se nada pescassem voltaram ao trabalho, depois de fazerem uma pequena oração, implorando ao Pai dos Céus a sua benção, nesta hora de angústia e preocupação. João Alves tomou a imagem, enrolou-a em panos e guardou-a num canto do barco.

Com mais animação e confiança continuaram a pescaria, podendo nos reportar àquela passagem do evangelho em que, depois de trabalhar toda a noite sem nada pescar, os apóstolos estavam por desanimar, mas a presença de Cristo os encorajou ao trabalho. E ali também o milagre aconteceu. Os pescadores continuaram a trabalhar, descendo o rio conseguindo pescar tamanha quantidade de peixes que seu barquinho ameaçava afundar.

Os pescadores agradeceram por tudo o que estava acontecendo, pois agora, com a graça da pescaria frutuosa não sofreriam castigo algum e teriam muito peixe para alimentar suas famílias. Felipe Pedroso, o pescador mais velho tomou consigo a imagem e regressaram às margens do rio onde suas famílias os aguardavam com ansiedade e expectativa.

Quando a notícia do achado da imagem se espalhou, as pessoas foram se ajuntando na margem do rio e, ali mesmo, Nossa Senhora, através de sua imagem “Aparecida” recebeu a primeira homenagem do povo brasileiro. Era gente humilde e simples, assim como são simples e humildes os que ainda hoje visitam o seu santuário.

Texto baseado nos livros:

01. Cronologia da Imagem e do Santuário

02. A Senhora da Conceição Aparecida – História da Imagem, da capela e das Romarias

Pe. João J. Brustoloni, CSsR

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Papa: cuidado com a instrumentalização da fé, pode anestesiar o coração

Santa Missa presidida pelo Papa Leão XIV e recitação do Angelus, 12/10/2025 (Vatican News)

Na missa por ocasião do Jubileu da Espiritualidade Mariana, Leão XIV adverte para formas de culto que não nos ligam aos outros e anestesiam o nosso coração: "Tenhamos cuidado com toda instrumentalização da fé, que faz correr o risco de transformar os diferentes – muitas vezes os pobres – em inimigos, em 'leprosos'".

https://youtu.be/hzJEe0GNHIU

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Papa Leão presidiu à Santa Missa por ocasião do Jubileu da Espiritualidade Mariana, com a participação de reitores e responsáveis de santuários, membros de movimentos, confrarias e grupos marianos de oração. Na Praça São Pedro, o Santo Padre se deteve diante da imagem original de Nossa Senhora de Fátima, que excepcionalmente deixou o santuário mariano português para estar presente também no Terço pela paz conduzido pelo Pontífice na tarde de 11 de outubro.

Papa Leão XIV em oração diante de Nossa Senhora de Fátima   (@Vatican Media)

A espiritualidade mariana tem Jesus como centro

A homilia do Pontífice foi inspirada numa frase do apóstolo Paulo a Timóteo: "Tem sempre bem presente Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos e nascido da linhagem de David" (2 Tm 2, 8). "A espiritualidade mariana, que alimenta a nossa fé, tem Jesus como centro", explicou o Papa. 

“«Tem sempre bem presente Jesus Cristo»: só isso importa e faz a diferença entre as espiritualidades humanas e o caminho de Deus.”

É preciso  que o domingo nos faça cristãos, recomendou o Santo Padre. Ou seja, que encha o nosso sentir e o nosso pensar com a memória incandescente de Jesus, modificando a nossa convivência, a nossa habitação na terra. Toda a espiritualidade cristã se desenvolve a partir deste fogo e contribui para torná-lo mais vivo. Quanto menos títulos se possa ostentar, mais claro aparece que o amor é gratuito. "Deus é puro dom, somente graça, mas quantas vozes e convicções podem separar-nos ainda hoje desta verdade nua e disruptiva!", observou.

"Irmãos e irmãs, a espiritualidade mariana está a serviço do Evangelho, revelando a sua simplicidade. O afeto por Maria de Nazaré torna-nos, com Ela, discípulos de Jesus, educa-nos a voltar para Ele, a meditar e a relacionar os acontecimentos da vida nos quais o Ressuscitado ainda nos visita e chama. (...) Ela compromete-nos a saciar os famintos, a exaltar os humildes, a recordar a misericórdia de Deus e a confiar no poder do seu braço." 

Cerca de 50 mil fiéis participaram da missa na Praça São Pedro   (@Vatican Media)

Cuidado com a instrumentalização da fé

Com efeito, prosseguiu o Papa, os leprosos que no Evangelho não voltam para agradecer nos lembram que a graça de Deus também pode vir até nós e não encontrar resposta, pode curar-nos e não nos envolver.

"Tenhamos cuidado, portanto, com aquele subir ao templo que não nos faz seguir Jesus. Existem formas de culto que não nos ligam aos outros e anestesiam o nosso coração", advertiu Leão XIV. Deste modo, não vivemos verdadeiros encontros com aqueles que Deus coloca no nosso caminho; não participamos, como fez Maria, da mudança do mundo e na alegria do Magnificat.

“Tenhamos cuidado com toda instrumentalização da fé, que faz correr o risco de transformar os diferentes – muitas vezes os pobres – em inimigos, em “leprosos” a evitar e rejeitar.”

O caminho de Maria é seguir Jesus

O Santo Padre reiterou: o caminho de Maria é seguir Jesus, e o caminho de Jesus é dirigir-se a todos os seres humanos, especialmente aos pobres, aos feridos, aos pecadores. Por isso, a autêntica espiritualidade mariana torna atual na Igreja a ternura de Deus, a sua maternidade. E citou um trecho da Exortação Apostólica Evangelii gaudium do Papa Francisco, quando escreve que sempre que olhamos para Maria, "voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto". O Pontífice então concluiu:

"Caríssimos, neste mundo que busca justiça e paz, mantenhamos viva a espiritualidade cristã, a devoção popular aos acontecimentos e aos lugares que, abençoados por Deus, mudaram para sempre a face da terra. Façamos disso um motor de renovação e transformação, como pede o Jubileu, tempo de conversão e restituição, de reavaliação e libertação. Que Maria Santíssima, nossa esperança, interceda por nós e oriente-nos sempre e para sempre para Jesus, o Senhor crucificado. Nele, há salvação para todos."

Ao final da missa, o Papa Leão XIV saudou os fiéis de papamóvel   (@Vatican Media)

Ato de consagração

Ao final da missa, o Santo Padre aproximou-se da imagem da Virgem de Fátima e consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria. Eis a oração proferida:

"Virgem Santa, Mãe de Cristo, nossa esperança, a tua presença atenta neste ano de graça acompanha-nos, consola-nos e dá-nos, nas noites da história, a certeza de que em Cristo o mal foi vencido e que todo o homem é redimido pelo seu amor.

Discípula perfeita do Senhor, guardaste no coração todas as coisas de Deus. Ensina-nos a escutar a Palavra e a compreendê-la interiormente, para caminharmos seguros no caminho da santidade.

Ao teu Coração Imaculado confiamos o mundo inteiro e toda a humanidade, especialmente os teus filhos atormentados pelo flagelo da guerra.

Advogada da graça, indica-nos o caminho da reconciliação e do perdão. Não deixes de interceder por nós na alegria e na dor, e alcança-nos o dom da paz que tanto imploramos.

Mãe da Igreja, acolhe-nos benignamente, para que sob o teu manto possamos encontrar refúgio e ser socorridos pelo teu auxílio materno nas provações da vida.

Contigo, Virgem Imaculada, manifestamos o Senhor, reconhecendo em cada momento as grandes obras do seu amor.

Virgem Santa, Mãe Assunta ao Céu, Rainha da Paz, Senhora do Coração Imaculado, roga por nós."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Conheça a cervejaria artesanal que funciona há 130 anos

Conheça a cervejaria artesanal que funciona há 130 anos no porão de igreja católica em MG - Foto: Luiza Sudré/g1 TV Integração

Conheça a cervejaria artesanal que funciona há 130 anos no porão de igreja católica em MG

Produção artesanal usa máquinas holandesas de 1907 e segue receitas tradicionais europeias. Toda a renda das vendas é revertida para projetos sociais mantidos pela igreja.

Por Luiza Sudré, g1 Zona da Mata — Juiz de Fora

11/10/2025 04h02

No porão da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Juiz de Fora (MG), funciona uma cervejaria artesanal mantida por religiosos: a Hofbauer. A pequena fábrica fica em um dos raros conventos produtores de cerveja ainda em funcionamento no Brasil, e que mantém viva uma tradição europeia de fé e fermentação.

A história começou em 1894, quando os missionários holandeses Padre Mathias Tulkens e Padre Francisco Lohmeyer fundaram a cervejaria. A ideia era unir a devoção religiosa à tradição cervejeira europeia. No início, tudo era feito em caldeirões simples. Em 1907, chegaram máquinas importadas da Holanda que ainda estão em uso.

“Aqui, cada detalhe importa. Não é só cerveja, é história que se bebe”, diz o irmão religioso Taylor Bertoli, mestre cervejeiro e atual responsável pela produção.

🔎 Na Igreja Católica, “irmão” é o nome dado aos religiosos que não são padres. Eles vivem em comunidade e seguem votos de pobreza, castidade e obediência.

Eles podem beber? A resposta é: sim. O consumo de álcool nunca foi proibido pela Igreja. No passado, a cerveja era considerada alimento e servida nas refeições. Produzir e compartilhar a bebida também era uma forma de gratidão e sustento espiritual.

Homenagem a São Clemente Hofbauer

Primeiro Irmão cervejeiro do convento — Foto: Arquivo

A cervejaria recebeu o nome Hofbauer em homenagem a São Clemente Maria Hofbauer, sacerdote austríaco do século XVIII. Antes disso, era chamada apenas de “Cerveja do convento da Glória”.

O santo ficou conhecido por renovar a vida religiosa em Viena, na Áustria. Ele defendia que os conventos fossem autossuficientes, com a produção de alimentos e bebidas para manter as obras e ajudar a população.

Canonizado em 1909, São Clemente é patrono de Viena e um dos principais nomes da Congregação do Santíssimo Redentor. “Oferecemos cervejas que encantam não somente pelo sabor, mas pela herança cultural. É motivo de orgulho manter viva essa tradição europeia artesanal”, afirma Taylor.

Produção que atravessa gerações

A produção da cerveja foi mantida por diferentes gerações de religiosos. Em alguns períodos, no entanto, precisou ser interrompida por falta de pessoas com conhecimento técnico, segundo Taylor Bertoli.

Em 2009, o padre Flávio Leonardo Santos Campos restaurou as máquinas e retomou a produção artesanal. Depois, o trabalho foi continuado pelo padre Jonas Pacheco Machado e a equipe dele.

Desde 2024, o irmão Taylor Bertoli lidera a produção da cervejaria, com apoio de uma equipe de quatro pessoas e consultoria técnica.

A Hofbauer produz cerca de 350 litros por lote, quatro vezes ao ano. Cada remessa leva cerca de 40 dias para ficar pronta, em respeito ao tempo de fermentação e maturação. São sete tipos de cerveja.

“As vendas começaram aos poucos. Nos últimos dois anos, ganhamos espaço e, neste ano, participamos pela primeira vez de festivais e concursos em Juiz de Fora”, contou Taylor.

Cada garrafa custa a partir de R$ 25. Toda a renda é destinada a projetos sociais da Igreja na cidade.

Cervejaria Hofbauer em Juiz de Fora — Foto: Luiza Sudré/g1 TV Integração

A Hofbauer oferece sete estilos de cerveja artesanal:

  • 🍺 Pilsen: clara, levemente turva, com aroma maltado e toque cítrico.
  • 🍺 Belgian Blond Ale: dourada e brilhante, com aroma de banana e sabor adocicado.
  • 🍺 Belgian Pale Ale: cobre escuro, notas de caramelo e leve teor alcoólico.
  • 🍺 Belgian Dubbel: âmbar escuro, sabor caramelizado e aroma de frutas como passas e ameixas.
  • 🍺 Wassbier: turva, com aroma de cravo e frutas maduras, feita com maltes de cevada e trigo.
  • 🍺 Session IPA: leve e refrescante, com aroma cítrico e final seco.
  • 🍺 Russian Imperial Stout (RIS): escura e encorpada, com sabor intenso de maltes torrados.

Cada tipo de cerveja segue um processo específico de fermentação e maturação, que pode durar de alguns dias a várias semanas. A temperatura é controlada entre 10°C e 25°C para garantir o sabor, o aroma e o frescor da bebida.

Durante a fermentação, as leveduras transformam os açúcares em álcool e gás carbônico. Depois, na fase de maturação, a cerveja descansa para que os sabores e aromas se desenvolvam.

Belgian Blond: a mais premiada

A Belgian Blond, por exemplo, fermenta entre 20°C e 22°C. No fim do processo, a temperatura é elevada para secar o mosto e desenvolver compostos que dão aroma e sabor à bebida.

Na arte abaixo, veja cada etapa da produção da cerveja Belgian Blond, que ganhou o primeiro lugar na Semana da Cerveja Mineira 2025, realizada em abril. O evento premia as melhores cervejarias artesanais de Minas Gerais.

INFOGRÁFICO: como é feita a cerveja produzida em igreja em MG — Foto: Arte g1

De mistério a atração turística

Desde o ano passado, o público pode visitar o porão da Igreja da Glória, onde a cerveja é produzida. “Sempre foi um lugar cercado de mistério. Abrimos para mostrar a importância dessa tradição para Juiz de Fora”, afirma Taylor.

A Secretaria de Turismo de Juiz de Fora considera a Hofbauer um patrimônio cultural e turístico. A cervejaria faz parte do programa “Caminhando pela História”, que oferece passeios gratuitos por pontos históricos da cidade. A visita ao porão da Igreja da Glória é uma das mais procuradas.

Irmão Taylor mostra cerveja produzida em porão de igreja de Juiz de Fora — Foto: Luiza Sudré/g1 TV Integração

Cervejaria Hofbauer fica localizada na Igreja da Glória, em Juiz de Fora — Foto: Luiza Sudré/g1 TV Integração

Serviço

  • 📅 Visitas: aos sábados, com agendamento prévio, para grupos de até 30 pessoas
  • 💰 Valor: R$ 65, com direito à degustação de três cervejas, pão e bolinho de cevada
  • 📦 Vendas: na biblioteca redentorista da Igreja da Glória e pelo site oficial, com entrega em todo o Brasil
  • 💒 Lucro: revertida para obras sociais
Fonte: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2025/10/11/conheca-a-cervejaria-artesanal-que-funciona-ha-130-anos-no-porao-de-igreja-catolica-em-mg.ghtml

Reflexão para o XXVIII Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Quando o Papa canoniza homens e mulheres, canoniza pessoas que foram sábias aos olhos de Deus, fazendo opção por aquilo que é eterno.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A liturgia de hoje nos questiona sobre a autêntica sabedoria, aquela que leva a uma felicidade sem limites, a uma total realização, em todos os âmbitos da vida.

Os bens que almejamos nos trazem dependência e não nos dão segurança. Ao contrário, nos brutalizam, tornando-nos gananciosos e opressores. O autor da primeira leitura preferiu a Sabedoria ao poder , à riqueza, à beleza , à saúde, “pois o esplendor que dela irradia não se apaga”. Em seguida diz que todos bens vieram com ela. A sabedoria está em discernir, em saber escolher aquilo que é duradouro, que não perece e nos sacia plenamente.

No Evangelho vemos um homem rico em bens deste mundo, mas desejoso dos bens eternos. Ele busca Jesus e lhe pergunta o que fazer para ganhar a vida eterna. Jesus lhe responde dizendo que  a vida eterna está no relacionamento  fraterno: entre outras coisas, não matarás,  não cometerás adultério, não roubarás. O homem se mostra um justo, pois nada transgrediu desde a juventude. Contudo, ainda não chegou à perfeição.

Jesus, então, fez a proposta libertadora, após lhe dirigir um olhar amoroso: Só uma coisa te falta. Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me! ” Não basta não ter feito mal, é preciso ser misericordioso! Por isso o Mestre acrescenta para seus discípulos a dificuldade de um rico entrar no céu. É necessário que ele se deixe tocar pela graça de Deus e dê à sua riqueza um sentido social, fraterno. Quem fizer isso participará da nova sociedade, a dos filhos de Deus.

A segunda leitura nos fala da força da Palavra de Deus, da sua capacidade de realizar em nós o que o Espírito nos fizer pedir ao Pai.

Quando o Papa canoniza homens e mulheres, canoniza pessoas que foram sábias aos olhos de Deus, fazendo opção por aquilo que é eterno.

Abriram mão de riqueza, juventude, saúde, de tudo que era lícito e louvável aos olhos do mundo e também da religião, para se colocarem mais próximos a Jesus, para se tornarem cidadãos do céu. Foram livres em partilhar não apenas bens materiais, mas suas vidas.

Por isso estão eternizados, recordados sempre como amigos de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, e vivendo plenamente a felicidade. São homens literalmente realizados!

Que o exemplo dos santos revigore também em nós o desejo de alcançar a santidade, testemunhando no dia-a-dia o amor a Deus e aos irmãos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

LIVROS: Lectio divina à luz dos Padres

Enrico dal Covolo, Uma Lâmpada para os Meus Passos. Lendo a Palavra como Nossos Pais , Elledici, Leumann (Turim), 2007, 240 pp. | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 12 - 2007

Lectio divina à luz dos Padres

Prefácio do primeiro colaborador do Papa ao volume de Dom Enrico dal Covolo, Postulador Geral dos Salesianos.

pelo Cardeal Tarcisio Bertone

O caminho da lectio divina , progressivamente redescoberto nos quarenta anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II, é agora familiar a muitos fiéis que pretendem ler e meditar a Escritura na tradição viva da Igreja.

«Gostaria de evocar», recomendou recentemente Bento XVI no quadragésimo aniversário da constituição conciliar Dei Verbum , «a antiga tradição da lectio divina : a leitura assídua da Sagrada Escritura acompanhada pela oração instaura aquele diálogo íntimo em que, lendo, se escuta Deus que fala e, rezando, se responde a Ele com confiante abertura de coração (cf. DV n. 25).

Esta prática, se for eficazmente promovida, trará à Igreja — estou convencido — uma nova primavera espiritual. Como pedra angular da pastoral bíblica, a lectio divina deve, portanto, ser ainda mais encorajada, também através do uso de métodos novos, cuidadosamente considerados, em sintonia com os tempos. Nunca devemos esquecer que a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (cf. Sl 118/119, 105)» 1.

A originalidade deste auxílio, fruto de um exercício de lectio divina
de trinta anos , consiste numa referência mais explícita aos Padres da Igreja e aos seus modo de ler a Palavra de Deus. Muitas vezes, de fato, aqueles que praticam a lectio cultivam suas habilidades no campo bíblico, e muito menos (ou nada) no campo patrístico: pelo contrário, é precisamente este último o lugar em que a lectio divina se desenvolveu . Assim, o primeiro capítulo deste livro pretende recuperar a atenção devida aos Padres no exercício da lectio , ilustrando em rápida síntese o itinerário histórico da lectio divina desde a "virada origeniana" até as Regras monásticas, até Guigo II, prior da Grande Certosa entre 1174 e 1180. Em última análise, essas páginas iniciais fornecem o modelo patrístico, ao qual se conformam os exemplos de lectio coletados no auxílio: primeiro, a página sagrada é lida e meditada ( lectio meditatio ), para depois ser aberta à oração e à conversão de vida ( oratio contemplatio ). O ícone deste modelo patrístico é Maria Santíssima, que – segundo Lucas 2, 19 – não só guardou a Palavra de Deus (aqui está a leitura e a meditação), mas também a confrontou em seu coração (e aqui está a oração e a conversão de vida, isto é, a autêntica contemplatio).

Finalmente, quanto aos exemplos de lectio aqui dados, que constituem o corpo do volume, abrangendo do Antigo ao Novo Testamento, é necessário acolher com fé a severa admoestação de Orígenes († 254), mestre incontestado da theía anágnosis (em latim lectio divina ), nas suas Homilias sobre os Números , onde escreve: «Não chamo à Lei “Antigo Testamento” se a compreendo no Espírito. A Lei torna-se “Antigo Testamento” apenas para aqueles que a querem compreender carnalmente», isto é, detendo-se na letra do texto. Mas «para nós, que a compreendemos e a aplicamos no Espírito e no sentido do Evangelho, a Lei é sempre nova, e os dois Testamentos são para nós um novo Testamento, não pela data temporal, mas pela novidade do sentido... Em vez disso, para o pecador e para aqueles que não respeitam o pacto da caridade, também os Evangelhos envelhecem» 2.

Por outro lado, o Papa Bento XVI afirma novamente que, na leitura orante das Escrituras e no compromisso coerente com a vida, "a Igreja deve sempre se renovar e rejuvenescer, e a Palavra de Deus, que nunca envelhece nem se esgota, é o meio privilegiado para esse fim. De fato, é a Palavra de Deus que, por meio do Espírito Santo, nos guia sempre de novo para a verdade plena (cf. Jo 16,13) " . 3 

Apresento com prazer e recomendo a leitura deste pequeno volume de Dom Enrico dal Covolo, SDB, professor de Literatura Cristã Antiga na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé. Entre outras coisas, o recurso também pode ser útil em vista da próxima assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2008), que o Papa, com feliz intuição, escolheu dedicar à "Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja".

Notas 

1 Bento XVI, Aos participantes do Congresso Internacional para o 40º aniversário da Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina Dei Verbum, L'Osservatore Romano , 17.9.2005, p. 5. 

2 Orígenes, Homilia sobre os Números 9, 4, 2, eds. WA Baehrens – L. Doutreleau, SC 415, Paris 1996, p. 240. 

3 Bento XVI, Aos participantes do Congresso Internacional para o 40º aniversário da Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina Dei Verbum, cit.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil

Basílica de Nossa Senhora Aparecida (Vatican News)

Estamos celebrando Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. Voltemos o nosso olhar para o ano 1717, quando aquela imagem foi pescada no Rio Paraíba do Sul.

Cardeal Paulo Cezar Costa - Arcebispo Metropolitano de Brasília

A labuta de três pescadores procurando peixes no Rio Paraíba... Não conseguem apanhar nada; de repente, vem o inesperado: pescam o corpo da imagem de cerâmica de Aparecida e, depois, a sua cabeça. A seguir, conseguem apanhar os peixes que necessitavam. Podemos dizer que, através da pesca, Deus dá um primeiro sinal do sentido dessa imagem. Aqueles pobres pescadores uniram a cabeça ao corpo, restauraram a imagem. Passaram a venerá-la e os sinais começaram a acontecer. Se o grande sinal que precedeu o encontro da imagem foi a pesca milagrosa dos peixes de que necessitavam, outros sinais começaram a acontecer, fruto da veneração à imagem, fruto do amor do povo simples que percebia que algo especial estava acontecendo: era a presença materna da mãe de Deus e nossa mãe.

O Povo Brasileiro, hoje, pode viver daquele evento em que a Mãe de Deus nos visitou e deixou a sua presença materna impregnando a nossa história. São João Paulo II nos explica o mistério da maternidade de Maria e como a sua missão aponta para uma Igreja Evangelizadora: “Ao confessar-se 'serva do Senhor' (cf. Lc 1,38) e ao pronunciar o seu 'sim', acolhendo ‘em seu coração e em seu seio' (cf. S. Agostinho, De Virginitate, 6: PL 40,399) o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da Salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora. Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: 'A função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia... e de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece (Lumen Gentium, 60). Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e ação dessa mesma Igreja.

Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para Aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis (cf. ibidem, 65), pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? Assim, a 'Estrela da Evangelização', como lhe chamou o meu Predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho" (São João Paulo II, homilia de 4 de julho de 1980, em Aparecida).

Desse modo, o mistério de Aparecida continua a nos iluminar hoje nas nossas dores, alegrias e esperanças e a indicar o caminho da Evangelização como caminho da Igreja. Porque o anúncio do Evangelho deve ser a "tarefa primária da Igreja", e a causa missionária, a primeira de todas as causas. Que a Mãe de Jesus e Nossa mãe nos ajude neste caminho.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF