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domingo, 25 de junho de 2023

Pequenas ideias de como Evangelizar

Pequenas idéias para Evangelizar (Cléofas)

Pequenas ideias de como Evangelizar

 POR PROF. FELIPE AQUINO

“Não evangelizes para viver. Viva para evangelizar” (Santo Agostinho)

1. Seja gentil! Quando pescarmos homens, temos que ser especialmente cuidadosos para não espantar a pesca. “O sábio conquista as pessoas” (Pr 11,30).

2. Seja paciente! O viticultor no EVANGELHO disse ao proprietário: “SENHOR, deixa-a ainda este ano: eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. Talvez depois disso dê frutos…” (cf. Lc 13,8b – 9).

3. Cuidado com todos! Mantendo a opção preferencial pelos pobres, devemos levar JESUS não apenas aquelas que não têm nada, mas também aqueles que têm tudo exceto a SALVAÇÃO. “Vai e anuncia o Reino de Deus” (Lc 9,60).

4. Comece com os que estão em torno de você! Alguém perguntou ao reitor de um Seminário sobre um velho jardineiro que trabalhava no jardim: “Ele vai à MISSA?”, “Não sei” foi à resposta. O questionador então exclamou: “Como é que você pode estar preparando sacerdotes, se você não mostra interesse nem em evangelizar aqueles que trabalham à sua volta?”.

5. Coloque toda a sua confiança em DEUS! Davi venceu Golias pondo de lado as armas de que outros dependiam, colocando CONFIANÇA ABSOLUTA em DEUS. Sem esta espécie de confiança, não há como vencer o mundo para JESUS DE NAZARÉ.

6. Ore! Para os evangelizadores, a oração não é apenas um detalhe: é o coração e a alma de toda evangelização. Um bom evangelizador é um bom orante “ORAI SEM CESSAR” (1 Ts 5,17).

7. Faça um esforço unido! A unidade dos apóstolos no Cenáculo ocasionou o primeiro PENTECOSTES e, daí fluiu o começo da evangelização. “Manter sempre a comunhão” (At 2,42). Aqui está o sucesso de tudo!

8. Trabalhe para IGREJA! Se não evangelizarmos pelo crescimento saudável do CORPO, como estamos – a FAMÍLIA de DEUS – vivendo como IGREJA? O que estamos fazendo para manter a IGREJA VIVA? Cristo é a Cabeça, a Igreja é Seu Corpo e nós somos PEDRAS VIVAS (1 Pd 2,5).

9. Prepare! DEUS nos envia a ANUNCIAR ao mundo inteiro a BOA NOVA. Somos obrigados a estar até mais cuidadosamente preparados do que qualquer apresentador ou comentarista. “Preparados para responder sobre a nossa fé” (1 Pd 3,15).

10. Use a linguagem certa! Siga o exemplo de como JESUS explicou delicadamente a SALVAÇÃO aos dois homens, na estrada de Emaús. Comece do princípio, falando claramente, de forma prática e bíblica, e seja humilde! O alvo é fazer morada no coração (Lc 24,32).

11. Faça de tudo! Seja ativo quanto contemplativo. Seja orante quanto apostólico! Encontrar JESUS sem sair para levá-LO aos outros no mundo, é não dar frutos. “Para irdes e produzirdes fruto” (Jo 15,16).

12. Seja corajoso! Muitas vezes, encontraremos portas fechadas, porém temos que seguir o EXEMPLO de JESUS, entrando através delas. (Ler Ap 3,20).

13. Espere a Cruz! Temos que seguir o EXEMPLO de MARIA. Ela tornou-se uma TESTEMUNHA melhor do que a maioria dos apóstolos ficando de pé com João ao pé da Cruz, vendo e participando de todos os detalhes, de como o SEU FILHO morreu por nós. Daí São Paulo Apóstolo anuncia: “Pregamos o Cristo crucificado” (1 Cor 2,2).

14. Comece! Há muitas pessoas do “Amanhã” na IGREJA. JESUS ainda era um menino quando SEUS PAIS O encontraram ensinamento no Templo. SUA EXPLICAÇÃO foi que ELE tinha que tomar conta da OBRA de SEU PAI. Temos o MESMO PAI, portanto, estamos na MESMA OBRA e não vamos esperar até amanhã.

15. Não desista! Se desistirmos, falhamos: “Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo, colhemos, se não relaxarmos” (Gl 6,9). “Sede firmes, fazei incessantes progressos na obra do Senhor, cientes de que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Cor 15, 58).

Anunciar o Evangelho

“Alcançais o fim da vossa fé, a saber, a salvação das vossas almas” (1 Pd 1,9).

O mundo muda a partir da transformação de ser humano pelo poder do evangelho de Cristo. Quem acredita na vida eterna tem a missão de evangelizar a maior obra do Planeta: a Obra da Redenção.

O Reino de Deus é proclamado por aqueles que têm a vida convertida pela graça e pelo poder do Espírito Santo.

A missão mais importante do cristão é falar do amor de Deus ao seu semelhante a onde quer que ele esteja.

A paz, a justiça, o amor e a salvação das almas estão na verdade do evangelho do Senhor Jesus, por isso, anunciar é uma ordem e uma obrigação dos filhos de Deus. O mundo espera sedento esse anúncio para libertação da cultura de morte.

O verdadeiro cristão tem essa consciência e os pés na missão, o falso cristão é omisso e tem os pés na perdição.

Evangelizar é sair do cerco pessoal, da preguiça, sair dos laços dos estreitos limites da família, do grupo fechado, para abrir-se para a família universal.

Sair da cultura do assento, do teclado e da imagem para falar, cantar e caminhar com o outro na alegria da maravilhosa Boa Nova de Jesus de Nazaré.

O santo evangelho de Cristo é a cultura de vida e vida plena. Pregar o evangelho é a prática obediente ao amor de Deus e ao pecador pela salvação de sua alma. Nós temos a mais poderosa mensagem para dar sentido completo ao ser humano.

Disse Jesus: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).

Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

Nota: Pequenas ideias de como evangelizar é do Pe. Tom Forrest, (C. Ss.R). Adaptado e atualizado.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Papa no Angelus: não tenha medo de permanecer fiel ao que conta

A oração do Angelus com o Papa Francisco (Vatican Media)

"Permanecer fiel ao que conta, custa", afirmou Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (25), como também custa "se libertar do condicionamento do pensamento comum, custa ser deixado de lado por quem 'segue a onda'". O que importa realmente, segundo Jesus e alertado pelo Papa, "é não jogar fora o bem maior, ou seja, a vida. Não jogar fora a vida. Só isso deve nos assustar".

https://youtu.be/wmCNBJ_ms_4

Andressa Collet - Vatican News

No primeiro domingo (25) de verão deste ano na Praça São Pedro, um grande número de peregrinos se reuniu para rezar com o Papa a oração mariana do Angelus. Francisco fez uma reflexão a partir do Evangelho do dia, quando Jesus repete aos discípulos por três vezes: "Não tenhais medo" (Mt 10:26, 28, 31). Uma referência às perseguições que teriam de enfrentar por causa do Evangelho, "uma realidade que é atual ainda hoje", acrescentou Francisco, e que "parece paradoxal: a proclamação do Reino de Deus é uma mensagem de paz e justiça, fundada na caridade fraterna e no perdão, e ainda assim encontra oposição, violência e perseguição". Mesmo assim, a orientação de Cristo é não deixar que o medo paralise, mas temer por outra coisa, que o Papa explica a partir da imagem do vale da "Geena" (cf. v. 28), o grande depósito de lixo de Jerusalém:

“Jesus fala dele para dizer que o verdadeiro medo que se deve ter é aquele de jogar fora a própria vida. E sobre isso Jesus diz: 'sim, tenham medo disso'.”

"Como se dissesse: não se deve ter tanto medo de sofrer mal-entendidos e críticas, de perder prestígio e vantagens econômicas para permanecer fiel ao Evangelho, mas de desperdiçar a existência correndo atrás de coisas triviais, que não enchem a vida de significado. E isso é importante para nós. Também hoje, de fato, alguém pode ser ridicularizado ou discriminado se não seguir certos modelos da moda que, no entanto, muitas vezes colocam realidades de segunda categoria no centro: por exemplo, seguir as coisas em vez das pessoas, o desempenho em vez das relações."

Permanecer fiel ao que conta, custa

O Papa, então, deu exemplos: dos pais que precisam se dividir em trabalhar para o sustendo da família e o tempo para ficar com os filhos; dos sacerdotes e religiosas que devem estar comprometidos com o serviço, mas dedicando tempo a Jesus; e dos jovens, com "mil compromissos e paixões: a escola, o esporte, interesses diversos, os celulares e as redes sociais, mas precisam encontrar as pessoas e organizar grandes sonhos". Tudo isso implica "alguma renúncia diante dos ídolos da eficiência e do consumismo", disse Francisco, mas de suma importância para não se perder nas coisas que depois acabam sendo "jogadas fora, como se fazia naquela época em Geena":

“E na Geena de hoje, ao contrário, muitas vezes são as pessoas que acabam ali: pensemos nos últimos, muitas vezes tratados como material de descarte e objetos indesejados. Permanecer fiel ao que conta, custa; custa ir contra a maré, custa se libertar do condicionamento do pensamento comum, custa ser deixado de lado por quem "segue a onda". Mas não importa. Jesus diz: o que importa é não jogar fora o bem maior, ou seja, a vida. Não jogar fora a vida. Só isso deve nos assustar.”

Do que eu tenho medo?

Ao finalizar a alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (25), o Papa convidou os peregrinos presentes na Praça São Pedro a se questionarem onde realmente vive o medo de cada um:

"Perguntemo-nos então: eu, do que tenho medo? De não ter o que eu gosto? De não atingir as metas que a sociedade impõe? Do julgamento dos outros? Ou de não agradar ao Senhor e de não colocar em primeiro lugar o seu Evangelho? Maria, sempre Virgem, Mãe Sábia, ajude-nos a sermos sábios e corajosos nas escolhas que fizermos."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Qual é o seu livre-arbítrio?

Subbotina Anna | Shutterstock

Por Julia A. Borges

O livre-arbítrio é uma das esferas de maior incompreensão porque faz do ser humano autor de sua própria história, mas inserido em um enredo totalmente desconhecido.

Quantas vezes é possível morrer em uma vida? Quantas vezes o corpo carece da alma que parece se esvair diante de mais um erro, de mais um pecado? Quantas vezes as tentativas de melhorar sucumbem-se à dor de falhar novamente? 

Nascer não foi nossa escolha, ninguém quis realmente estar aqui. Não houve consulta prévia, e simplesmente viemos ao mundo. Chegamos sem repertório, sem malas, sem bagagens de saberes e gostos. Chegamos crus, a tal da tábula rasa, sem rasuras e emendas, ou ao menos, achávamos e pensávamos assim.

Aos poucos, de bebês incapazes e dependentes, vamos engatinhando e subitamente já ficamos em pé sem ajuda dos nossos pais, prontos para darmos os primeiros passos rumo ao infinito e além. Começa a vontade de escrever naquele papel em branco, inicia o querer em construir a própria história. Com o tempo e criando mais maturidade e vigor, achamo-nos fortes, mergulhados e amparados pelo nosso próprio conhecimento e esperteza. Vamos caminhando com forças próprias, como soldados num combate de uma guerra que nem se entende bem qual é. Mas como jovens fortes e destemidos que somos, enfrentamos cada novo obstáculo. Desafiamos o mundo, e muitas vezes até confrontamos a tudo e a todos para defendermos as nossas certezas e verdades que naquele momento parecem tão corretas. Enfrentamos quem nos magoa, atacamos os nossos ditos rivais, só porque pensam diferente. Lutamos, lutamos e lutamos.

Assinatura do criador

Vez ou outra percebemos as fraquezas já nos envolvendo. Começamos a constatar que todo o poderio que achávamos ter não parece ser totalmente absoluto e aí começamos a entender que talvez a nossa invencibilidade puramente humana não exista. Vamos descobrindo que nossa folha em branco possuía a assinatura do nosso criador, Daquele que desde o ventre de nossa mãe já pensava em como seríamos; cor dos olhos, do cabelo, como seria o nosso corpo, o nosso sorriso. Éramos totalmente Dele, entretanto ainda não sabíamos disso de maneira tão clara.

Mas há um rival, dentre os vários com os quais buscamos guerrear, que parece ser imbatível: o tempo; porque aquele jovem de lutas, batalhas e combates se encontra agora com uma dificuldade imensa em levantar-se da cama. As pernas parecem não respeitar os comandos da mente, e a vida, antes tão fugaz, tão apressada, agora é demorada. Ouve-se e atenta-se ao tic toc do relógio. O cuco agora é o único amigo daquele que possuía tantos ao seu redor em sua mocidade. Aquela folha em branco, hoje rabiscada, amassada e com inúmeras rasuras já se encontra cheia e sem espaço para preenchimentos. Embaixo está uma assinatura que até então não havia percebido. Lá dizia: Faça valer. Assinado: Deus.

Autor de sua própria história

O livre-arbítrio é uma das esferas de maior incompreensão porque faz do ser humano autor de sua própria história, mas inserido em um enredo totalmente desconhecido. Então, se não houver sabedoria, acabada virando um jogo de culpabilidade, ou seja, se der certo foi por mérito próprio; caso dê errado é porque foi a vontade de Deus. Fato é que tentar compreender a mística com a razão humano é uma empreitada sujeita ao fracasso e com consequências desastrosas.  

Se nascer não foi nossa escolha, permanecer vivos é uma decisão diária. A escrita feita nesse papel em branco só cabe a cada um, mesmo quando estiver muito penoso, será sempre necessário continuar a escrever. Não há promessas de vida fácil. Olhe para os profetas, para os santos, olhe para Jesus Cristo. Não haverá rosas, mas você poderá sentir seu aroma. Haverá batalhas, mas a paz já estará em você antes mesmo da guerra começar. Mergulhe em águas mais profundas e submeta-se à Graça e ao verdadeiro amor que vem de Deus, porque dessa forma, a inspiração de cada novo dia chegará para que sempre uma nova história possa ser escrita.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

“A fé exige o realismo do acontecimento” (2/6)

Joseph Ratzinger (30Giorni)

Arquivo 30Dias - 06/2003

“A fé exige o realismo do acontecimento”

“A opinião de que a fé, enquanto tal, não conhece absolutamente nada dos fatos históricos e deve deixar tudo isso aos historiadores, é gnosticismo: esta opinião desencarna a fé e a reduz a pura idéia. Para a fé que se baseia na Bíblia é, ao contrário, exigência constitutiva precisamente o realismo do acontecimento. Um Deus que não pode intervir na história nem mostrar-se nela não é o Deus da Bíblia”. O discurso do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por ocasião do centenário da constituição da Pontifícia Comissão Bíblica.

de Joseph Ratzinger
A ferida de 1912 nunca desapareceu totalmente, apesar de ele poder agora ensinar a sua matéria praticamente sem problemas e de ser apoiado pelo entusiasmo dos seus estudantes, aos quais conseguia transmitir a sua paixão pelo Novo Testamento e uma correta interpretação deste. De vez em quando, nas suas lições vinham-lhe em mente recordações do passado. Ainda me recordo sobretudo de uma expressão que ele pronunciou em 1948 ou em 1949. Disse que já podia seguir livremente a sua consciência de historiador, mas que ainda não se tinha chegado à completa liberdade da exegese que ele sonhava. Disse também que provavelmente não teria chegado a ver isto, mas que pelo menos, como Moisés no Monte Nebo, desejava poder lançar o olhar sobre a Terra Prometida de uma exegese livre de qualquer forma de controle e condicionamento do Magistério. Sentimos que no coração deste homem culto, que levava uma vida sacerdotal exemplar, fundada na fé da Igreja, pesava não só aquele decreto da Congregação Consistorial, mas que também os vários decretos da Comissão Bíblica – sobre a autenticidade moisaica do Pentateuco (1906), sobre o caráter histórico dos primeiros três capítulos do Gênesis (1909), sobre autores e sobre a época de composição dos Salmos (1910), sobre Marcos e Lucas (1912), sobre a questão sinóptica (1912), e assim por diante – impediam o seu trabalho de exegeta com obstáculos que ele considerava indevidos. Ainda persistia a impressão de que os exegetas católicos, devido a estas decisões magisteriais, fossem impedidos de desempenhar um trabalho científico sem restrições, e que desta forma a exegese católica, em relação à protestante, nunca pudesse estar completamente ao nível dos tempos e a sua seriedade científica fosse, de certa forma e com razão, posta em dúvida pelos protestantes. Naturalmente influía também a convicção de que um trabalho rigorosamente histórico fosse capaz de certificar de maneira credível os dados de fato objetivos da história, aliás, que este fosse o único caminho possível para compreender no seu sentido próprio os livros bíblicos, os quais, precisamente, são livros históricos. Dava por certa a credibilidade e a inequivocabilidade do método histórico; não lhe vinha minimamente nem sequer a idéia de que também neste método entrassem em jogo pressupostos filosóficos e que pudesse ser necessária uma reflexão sobre as implicações filosóficas do método histórico. Para ele, como para muitos colegas seus, a filosofia parecia um elemento que incomodava, algo que só podia poluir a objetividade pura do trabalho histórico. Não se lhe perspectivava a questão hermenêutica, ou seja, não se interrogava em que medida o horizonte de quem pergunta determine o acesso ao texto, tornando necessário esclarecer, antes de tudo, qual é o método justo de perguntar e de que forma é possível purificar o próprio perguntar. Precisamente por isto, o Monte Nebo teria certamente reservado algumas surpresas totalmente fora do seu horizonte.

Agora gostaria de tentar subir, por assim dizer, com ele ao Monte Nebo para observar, a partir da perspectiva de então, a terra que atravessamos nos últimos cinqüenta anos. A respeito disto, poderia ser útil recordar a experiência de Moisés. O capítulo 3º do Deuteronômio descreve como no Monte Nebo é concedido a Moisés lançar um olhar sobre a Terra Prometida, que ele vê em toda a sua extensão. O olhar que lhe é concedido é, por assim dizer, um olhar puramente geográfico e não histórico. Contudo, poder-se-ia dizer que o capítulo 28 do mesmo livro apresenta um olhar não sobre a geografia mas sobre a história futura, na e com a Terra, e que aquele capítulo oferece uma perspectiva muito diferente, muito menos confortadora: “O Senhor dispersar-te-á entre todos os povos de uma extremidade à outra da terra... E, até no meio dessas nações, não encontrarás repouso nem ponto de apoio para a planta dos teus pés” (Dt 28, 64s). Poder-se-ia resumir o que Moisés via nesta visão interior da seguinte forma: a liberdade pode destruir-se a si mesma; quando perde o seu critério intrínseco suprime-se a si mesma.

O discurso do cardeal Ratzinger
foi pronunciado em língua italiana
no Augustinianum em 29 de abril de 2003.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Reflexão para o XII Domingo do Tempo Comum (A)

Evangelho do domingo  (FOTO © MUSEI VATICANI - GOVERNATORATO SCV)

Diz ainda o Senhor que valemos muito mais que pardais, passarinhos sustentados pelo Pai. Por isso deveremos estar certos, seguros de seu amor e proteção por cada um de nós.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Existe um ditado que diz “Quem avisa, amigo é!”

O Profeta Jeremias, na primeira leitura da liturgia deste domingo, vive essa situação e, em nome de Deus, alerta os israelitas a se precaverem contra a destruição de Israel e o consequente exílio para a Babilônia. Como seu anúncio é de uma desgraça, ele é visto como traidor, perturbador da paz pública e é jogado em uma cisterna com lama no fundo.

Fazendo voz a esse trecho de Jeremias, temos o Salmo 68 como o canto de resposta. Nele o salmista pede a Deus que o atenda através de Seu amor imenso.

Jeremias não se intimidou e viveu sua missão. Também no seu Evangelho, Mateus coloca Jesus nos alertando que seremos perseguidos por causa dele e que não deveremos ter medo. Diz ainda o Senhor que valemos muito mais que pardais, passarinhos sustentados pelo Pai. Por isso deveremos estar certos, seguros de seu amor e proteção por cada um de nós.

Ao mesmo tempo o Senhor nos chama à lucidez ao dizer que deveremos temer, isto é obedecer, quem pode decidir o destino da pessoa.  Esse sim deve ser temido. Jeremias demonstrou temer o Senhor, isto é O obedeceu anunciando a situação calamitosa que se avizinhava, mesmo sendo coagido e ameaçado com prisão e morte, pelas autoridades civis e religiosas para que se calasse.

Essa situação é vivida hoje em muitos países asiáticos e africanos onde os cristãos são ameaçados, sequestrados, violentados, tendo seus bens confiscados por causa de sua fé em Jesus Cristo. Também em países europeus e americanos isso sucede, talvez de modo mais disfarçado, mas não menos perverso. Que diremos do “bullying”, onde uma pessoa ou um grupo agride uma outra ou outros por questões religiosas, políticas, ideológicas ou simples motivação fútil?

São Paulo, em sua Carta aos Romanos, nos fala que através do pecado do primeiro homem, entrou a morte no mundo. Mas pela obediência de Cristo, entrou a vida. Ora, o homem lúcido deverá se identificar com Cristo e optar sempre pela vida, mesmo quando sofrer situações dolorosas, de morte, de destruição. Nisso mostraremos que somos obedientes seguidores da vida, de Jesus. Mostraremos qual nossa opção quando procedermos de acordo com a Vida e não quando espicaçados, retribuirmos com a mesma ação. A vida é mais forte que a morte!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 24 de junho de 2023

Papa a jornalistas: olhar cuidadoso sobre a notícia dissipa as sombras de um mundo dividido

A audiência no Vaticano com a delegação do Prêmio Biagio Agnes (Vatican Media)

Francisco recebeu neste sábado (24), no Vaticano, os vencedores do Prêmio Internacional de Jornalismo Biagio Agnes e promoveu o uso dos tradicionais instrumentos de um comunicador: o bloco de anotações, a caneta e "um olhar real, não apenas virtual". Um olhar, disse o Papa, que pode combater quem produz fake news ou manipula a verdade; que pode "dissipar as sombras de um mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que a que recebemos".

Andressa Collet - Vatican News

Os vencedores da décima quinta edição do Prêmio Internacional de Jornalismo Biagio Agnes - junto à uma delegação italiana que promove a iniciativa - foram recebidos pelo Papa na manhã deste sábado (24) no Vaticano, após a cerimônia de entrega da homenagem realizada na sexta-feira (23) à noite, na Praça do Campidoglio, em Roma. Na audiência, Francisco felicitou os premiados e encorajou "à difusão de uma informação correta, educando e formando as jovens gerações", inspirando-se no famoso jornalista italiano que dá nome à distinção: Biagio Agnes (1928-2011), protagonista da empresa pública de rádio e TV da Itália, foi um "defensor do seu serviço público, capaz de intervir com sabedoria e decisão para garantir uma informação autêntica e correta".

Em discurso que foi entregue aos presentes, o Pontífice falou das grandes mudanças atuais que também desafiam o dia a dia do jornalista, "chamado a 'gastar as solas dos sapatos' ou a caminhar pelas ruas digitais sempre ouvindo as pessoas que encontra", inclusive lá onde ninguém vai, para contar sobre a realidade. Como aquela da guerra, já que relatando a tragédia e o absurdo dos conflitos, "faz com que todos se sintam parte do mesmo sofrimento". Para isso, o Papa destacou a importância de três "elementos" do trabalho jornalístico, cada vez menos utilizados, mas que ainda têm muito a ensinar: bloco de anotações, caneta e o olhar.

O bloco de anotações com compaixão

Francisco começou dando ênfase à ação de anotar, o que "envolve muito trabalho interno" como testemunhas diretas ou através de uma fonte confiável: "o bloco de anotações nos lembra da importância de ouvir, mas, acima de tudo, de nos deixarmos fascinar pelo que acontece. O jornalista nunca é um contador da história, mas uma pessoa que decidiu vivenciar suas implicações com participação, com compaixão".

A caneta e seu ato criativo

Ao descrever o uso da caneta no trabalho jornalístico, apesar de estar cada vez menos sendo usada, recordou o Papa, por estar sendo substituída por instrumentos mais modernos, ela "ajuda a elaborar o pensamento, conectando a cabeça e as mãos, promovendo lembranças e ligando a memória ao presente": "a caneta, portanto, lembra o 'ato criativo' dos jornalistas e dos profissionais da mídia, ato que exige unir a busca da verdade com a retidão e o respeito pelas pessoas, em particular, com o respeito pela ética profissional, assim como Biagio Agnes fez".

O olhar real, não apenas virtual

"O bloco de anotações e a caneta são meros acessórios se faltar um olhar para a realidade", ponderou o pontífice sobre a necessidade do jornalista ter "um olhar real, não apenas virtual":

"Pensemos, por exemplo, no triste fenômeno das fake news, na retórica belicista ou em qualquer coisa que manipule a verdade. É necessário um olhar cuidadoso sobre o que está acontecendo para desarmar a linguagem e promover o diálogo. O olhar deve ser direcionado a partir do coração: dali 'brotam as palavras certas para dissipar as sombras de um mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que a que recebemos. É um esforço exigido a cada um de nós, mas que requer, em particular, um senso de responsabilidade por parte dos profissionais da comunicação, para que possam exercer a própria profissão como uma missão" (Mensagem para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de janeiro de 2023)."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“Jamais poderia imaginar o que seria ser mãe de nove filhos”

Família de Lurdes e Ricardo Funari | Arquivo Familiar

Por Reportagem local

Uma inspiradora entrevista com Lurdes Funari sobre uma grande família criada à luz dos valores cristãos.

Maria de Lurdes Saraiva Hime Funari, ou apenas Lurdes, como é chamada pela família e pelos amigos, é mãe de nove filhos – e criou a todos à luz dos valores cristãos e da fé católica, juntamente com o esposo Ricardo Funari.

A entrevista que reproduzimos a seguir foi concedida por Lurdes ao boletim do Comitê de Desenvolvimento Humano da empresa Synchro, da qual Ricardo é um dos sócios fundadores.

Aleteia já publicou um artigo sobre como a Synchro incorporou formalmente à sua identidade empresarial valores inspirados no testemunho de vida de Nossa Senhora. De fato, o propósito explicitamente declarado da Synchro é “ser, como Maria, um sinal de Deus na sociedade”. Na estrutura da empresa, o Comitê de Desenvolvimento Humano é formado por colaboradores que ajudam a promover iniciativas voltadas ao aprimoramento integral das pessoas que compõem a família corporativa, levando em consideração a sua unidade de corpo, mente e espírito.

Feita esta contextualização, Aleteia compartilha a entrevista de Lurdes ao boletim da Synchro e agradece a ela e a Ricardo pela gentil autorização para esta reprodução.

“Gravidezes imensamente festejadas”

Synchro – Ter e criar nove filhos deve ter sido um grande desafio, certamente entremeado de muitas preocupações, noites sem dormir e dificuldades. Hoje, muitas mulheres desistem ou têm medo de ter um segundo filho, depois da experiência, às vezes traumática, com o primeiro filho. Fale-nos um pouco destas dificuldades. A senhora teve algum receio de ter o segundo, o terceiro, o quarto…, enfim o próximo filho?

LURDES – Certamente, as dificuldades existem. Aliás, as dificuldades fazem parte da vida, tenhamos ou não tenhamos filhos. O que posso dizer é que a Providência e graças divinas, para as famílias abertas às vidas que Deus possa lhes confiar, aumentam e superam, em muito, as dificuldades. Eu e Ricardo podemos testemunhar isto. Jamais poderia imaginar a priori o que seria ter nove filhos, mas nos foi uma surpresa, ainda maior, a força e ajuda dadas por Deus para sustentá-los e educá-los.

Poderia citar inúmeros exemplos. A própria Synchro foi um presente da Providência para nós. Tivemos cinco filhos antes da Synchro (1985 a 1990) e cinco filhos, contando aquele que Deus levou para Si antes de nascer, depois da Synchro (1992 a 1998). A Synchro foi nossa principal fonte de sustento todos estes anos, desde sua fundação, quando nosso filho mais velho, o Francisco, tinha 6 anos e estava no primeiro ano da escola. E quantas outras famílias a Synchro sustentou e continua sustentando? Outro exemplo de ajuda foi o fato de termos tido bolsa integral, durante muitos anos, para todos os filhos, num dos melhores colégios católicos de São Paulo. O Ricardo pode dar mais detalhes sobre como isto literalmente “caiu do Céu”.

Sobre o receio de ter o próximo filho, tive a graça de NUNCA ter tido. Deus deu-me a graça da fertilidade (foram 3 gravidezes gemelares) e deu-me também, desde nova, o desejo de ser mãe. Vibrei muito com a vinda do meu irmão caçula, para vocês “Hime”, para mim “Zé”. Com somente cinco anos, talvez tenha tido, com a chegada dele, um despertar para a maternidade. Já Ricardo era mais preocupado mas não posso dizer que teve medo. Todas as gravidezes foram imensamente festejadas por nós dois.

Reportagem da revista Família Cristã, em 1997, sobre a família de Ricardo e Maria de Lurdes Funari
Reportagem da revista Família Cristã, em 1997, sobre a família de Maria de Lurdes e Ricardo Funari

Synchro – Tivemos a oportunidade de ler uma entrevista sua concedida à revista Família Cristã em abril de 1997, quando tinham “somente” 8 filhos. Os dois últimos ainda não haviam sido gerados. Nesta entrevista a senhora afirmou “o que nos difere de outras famílias da nossa classe social é o padrão de consumo: roupa de grife não entra em casa, os mcdonalds da vida de vez em quando, televisão é uma só, vídeo game não temos, nossos filhos não conhecem a Disneyworld, mas crescem saudáveis e felizes sem estas coisas”. Depois de passados mais de 25 anos, já os tendo criado, a senhora continua pensando que a ausência destes “mimos” não fizeram falta aos seus filhos?

LURDES – Não tenho dúvida, não fazem a mínima falta. Ao contrário, podem atrapalhar. O que de mais importante podemos e devemos dar a nossos filhos é a fé em Deus. Depois da fé, eu citaria os irmãos. Que enorme presente para um filho é um irmão e, melhor ainda, vários irmãos! E que alegria para os pais vê-los crescidos e unidos, ajudando-se mutuamente.

Nossos filhos são muito unidos e generosos. Tenho certeza de que esta graça foi fruto da nossa escolha em ter uma grande família. Mas o mais importante não é ter 2, 3, 4 ou mais filhos (até porque é Deus quem nos confia, ou não, uma vida). O mais importante é estar aberto à vontade divina. Maria teve um só Filho porque assim foi da vontade de Deus. Seu mérito e exemplo estão no cumprimento, de forma perfeita, da vontade de Deus e não no número de seus filhos.

Graças extraordinárias

Família de Lurdes e Ricardo Funari
Uma infância feliz em família

Synchro – Deus age, na imensa maioria das vezes, nos acontecimentos ordinários de nossas vidas. A Sra. já citou alguns e, tenho certeza, poderia citar vários outros destes acontecimentos. Mas pergunto se, nestes quase 40 anos de casados, foram alvo de alguma graça extraordinária, mais explicitamente de algum milagre?

LURDES – Penso que mais de uma vez. Vou relatar 3 curas que, para não chamar de milagrosas, chamaria de inexplicáveis, por nós e pelos médicos:

  1. Minha filha Elisa, atualmente grávida do meu quinto neto, foi alvo, aos 4 anos, de nódulos extremamente agressivos. Embora benignos, estes nódulos cresciam rapidamente, ligados às cartilagens dos dedos das mãos, comprometendo seus movimentos. Foram três cirurgias seguidas para a extração dos nódulos porque cresciam muito rapidamente nas duas mãos. Era de cortar o coração ver suas mãozinhas retalhadas e enfaixadas. Depois muita oração nossa, e principalmente das avós, e quando estávamos próximos da quarta cirurgia, os tumores começaram a diminuir e misteriosamente desapareceram para não mais voltar. Glória a Deus!
  2. Meu filho Lucas, gêmeo do Paulo, desenvolveu artrite reumatóide que, segundo o diagnóstico médico, teria que carregar pelo resto da vida. Também era de cortar o coração vê-lo chorando, quase sem andar de dor, e sem conseguir jogar futebol, esporte que, tanto ele, quanto o gêmeo Paulo, muito gostavam. Mais uma doença que desapareceu misteriosamente. Pôde jogar muito futebol com o irmão durante toda sua vida e ainda pode, agora com os sobrinhos, e espero, muito em breve, também com os filhos (hoje está casado com minha nora Tici).
  3. Meu terceiro filho, o Marcos, fez uma viagem à Bolivia, aos 20 anos, com alguns amigos. Andando de moto no deserto do Atacama, sofreu uma queda e rompeu o baço. Levado a um hospital da cidade de Sucre, um exame de ultrassom apontou a necessidade urgente de uma cirurgia para tirar-lhe o baço, já sangrando internamente (hemorragia). Foi colocado num quarto de hospital à espera do transporte ao centro cirúrgico. Diante de uma demora que lhe parecia eterna, e morrendo de dores, seu amigo resolveu fugir do hospital e correr para o aeroporto. Chegaram ao aeroporto de noite, quando não havia mais vôo para o Brasil. E não tinham dinheiro para comprar uma passagem no primeiro vôo do dia seguinte. Por graça de Deus, consegui comprar uma passagem para o Marcos, com cartão de crédito aqui do Brasil, no primeiro vôo com destino a São Paulo, na manhã do dia seguinte. Ele e o amigo passaram a noite em frente ao guichê do checkin, num aeroporto deserto, e eu passei a mesma noite acordada, rezando o rosário. Marcos conta que, com uma dor insuportável e aos vômitos, durante a madrugada, uma mulher aproximou-se dele e ofereceu-lhe um comprimido. Tomou o comprimido e apagou, ao lado do colega, acordando somente no dia seguinte, quando já começava o checkin para o vôo. Ter embarcado no vôo sozinho (o colega ficou), e naquele estado (não estava somente com dor intensa mas sujo e todo esfolado pela queda), sem que ninguém o barrasse, foi outro milagre. Ricardo pegou-o em Guarulhos depois de quatro horas de vôo (havia escalas). De lá foi levado diretamente ao hospital Oswaldo Cruz. O médico do hospital confirmou a necessidade de intervenção cirúrgica. Resolvemos pedir a opinião de um médico externo, recomendado por meu cunhado, também médico, que trocou a cirurgia por repouso e observação, esperando que a hemorragia estancasse. Depois de quase duas semanas de repouso e espera, na iminência de alta, o baço voltou a sangrar, fato que exigiu mais uma semana de internação e repouso. Para resumir a história, Marcos tem, até hoje, o baço e, absolutamente, nenhuma sequela.
  4. Tem a história do Paulo que caiu de uma altura de 4 metros sem sofrer qualquer arranhão, da queda do cavalo da Elisa, do atropelamento do André correndo atrás de uma bola, mas estas ficam para uma próxima entrevista.

Maria como modelo

Synchro – Se Maria é um modelo para a Synchro, que é uma empresa, deve ser ainda mais modelo para as mães, cujo dia (segundo domingo do mês) está bem próximo. É difícil imitar Maria? O que a Sra. acha difícil imitar em Maria?

LURDES – Penso que nós mulheres temos o chamado universal da maternidade, ainda que não tenhamos filhos biológicos. Quantas mulheres são verdadeiras mães de filhos adotivos, sobrinhos, afilhados e até dos próprios pais? Muitas, não é? Imitar Maria neste caso é mais natural.

Mas acho que não conseguiria ver um filho sofrer e morrer como aconteceu com Maria. Talvez não tivesse força para aceitar a vontade de Deus. Precisaria de muita ajuda, da própria Maria, em aceitar a entrega de um de meus filhos. Deus levou um de nossos filhos ao Céu muito delicadamente. Morreu no meu ventre e foi absorvido por meu organismo, sem dor e sem sangue. E, mesmo assim, senti muito esta perda.

Boletim do Comitê de Desenvolvimento Humano da Synchro
Boletim do Comitê de Desenvolvimento Humano da Synchro

“Não tenham medo de ter filhos”

Synchro – E, para terminar este delicioso bate-papo, que conselho a Sra. daria às mães da Synchro. Saiba que, a cada ano, nascem na Synchro cerca de 30 crianças. Temos recém-casadas pensando em ser mãe, mães de primeira viagem e mães de até quatro filhos, trabalhando conosco. O que diria a elas?

LURDES – O primeiro conselho é “não tenham medo de ter filhos”, o mais cedo possível (e claro, depois de casar). Deus sabe o melhor momento pra enviar-nos uma nova vida e sempre dará as condições necessárias à família que acolhe uma vida e recorre a Ele. O segundo conselho é “eduquem seus filhos para Deus”, principalmente através do exemplo. Até Jesus, que é Deus, foi educado na fé por seus pais, Maria e José. Que cada lar seja uma pequena igreja doméstica. Todo o resto vem por consequência. Uma das maiores dores de uma mãe que crê é ver seus filhos distantes de Deus. Maria não teve esta dor com Jesus (Dele vieram outras cruzes) mas tem com inúmeros de seus filhos, dentre os milhões e milhões de filhos de Deus que estão ou que passaram por este mundo.

“Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Não se afaste Maria da tua boca, não se afaste do teu coração; e, para conseguires a sua ajuda intercessora, não te afastes tu dos exemplos da sua virtude. Não te extraviarás se a segues, não desesperarás se a invocas, não te perderás se nela pensas. Se Ela te sustiver entre as suas mãos, não cairás; se te proteger, nada terás a recear; não te fatigarás se Ela for o teu guia. Chegarás felizmente ao porto, se Ela te amparar.” (São Bernardo)

 Fonte: https://pt.aleteia.org/

Subsídio para vivenciar a JMJ Lisboa 2023 mesmo à distância

Subsídio para a JMJ Lisboa 2023 (cnbb)

COMISSÃO PARA A JUVENTUDE OFERECE SUBSÍDIO PARA VIVENCIAR A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE MESMO A DISTÂNCIA

No próximo mês de agosto, milhares de jovens de todo o mundo estarão em Lisboa, Portugal, para a 37ª Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco. Mas nem todos os jovens vão conseguir participar presencialmente do evento, seja por conta dos custos e de outros fatores que impedem o deslocamento. Consciente dessa realidade, a Comissão Episcopal para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) oferece o subsídio “Juntos na JMJ”.

O material visa contribuir para que os jovens brasileiros que não estarão em Portugal possam estar unidos em oração e missão. “Seja como discípulo missionário, ou no coração dos amigos. Somos Todos peregrinos!”, ressalta a equipe de comunicação da Pastoral Juvenil.

O subsídio traz dicas e orientações para se preparar para a JMJ, que neste ano tem como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39). Já para a semana da jornada, além de convidar os jovens a assistirem as transmissões ao vivo de Portugal, o subsídio traz um percurso de três dias com encontros que podem ser realizados em grupos paroquiais ou diocesanos. Os dias propostos abrangem: sexta-feira – Dia da Misericórdia, sábado – Dia de Oração e domingo – Dia de Missão.

Para a jovem Erika Teles dos Santos, membro da coordenação nacional da Pastoral Juvenil representando as novas comunidades e colaboradora na autoria do material, o subsídio é uma forma de deixar o coração ser abrasado por esse encontro de fé e pelos ensinamentos do Papa Francisco, independentemente de estar ou não em Portugal.

“Acreditando firmemente na comunhão que existe em nossa Igreja, cada um dos jovens do Brasil estará presente, participando, vivendo e se alimentando dessa jornada pela ação do Espirito Santo. Que Nossa Senhora da Visitação ajude todos os jovens a ser cada vez mais disponíveis e que tenham sempre pressa em servir o outro. A JMJ é para todos, porque juntos viveremos essa grande graça do Senhor para nós”, conta.

Na apresentação do material, o bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, dom Vilsom Basso, manifestou o desejo de “a celebração da Jornada Mundial da Juventude nos una, nos desperte, nos faça levantar com pressa para evangelizar e fazer o bem”.

Baixe aqui o subsídio gratuitamente

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

“A fé exige o realismo do acontecimento” (1/6)

Joseph Ratzinger (30Giorni)

Arquivo 30Dias - 06/2003

“A fé exige o realismo do acontecimento”

“A opinião de que a fé, enquanto tal, não conhece absolutamente nada dos fatos históricos e deve deixar tudo isso aos historiadores, é gnosticismo: esta opinião desencarna a fé e a reduz a pura idéia. Para a fé que se baseia na Bíblia é, ao contrário, exigência constitutiva precisamente o realismo do acontecimento. Um Deus que não pode intervir na história nem mostrar-se nela não é o Deus da Bíblia”. O discurso do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por ocasião do centenário da constituição da Pontifícia Comissão Bíblica.

de Joseph Ratzinger

Não escolhi o tema da minha reflexão apenas porque ele faz parte das questões que, de direito, inserem-se numa retrospectiva sobre os cem anos da Pontifícia Comissão Bíblica, mas porque se insere, por assim dizer, também nos problemas da minha biografia: há mais de meio século o meu percurso teológico pessoal move-se no âmbito determinado deste tema.

No decreto da Congregação Consistorial de 29 de junho de 1912 De quibusdam commentariis non admittendis encontram-se dois nomes, que cruzaram a minha vida. Nele, com efeito, é condenada a Introdução ao Antigo Testamento do professor de Frisinga, Karl Holzhey; ele já tinha falecido quando, em janeiro de 1946, comecei os meus estudos de teologia nas proximidades da Catedral de Frisinga, mas a seu respeito ainda circulavam anedotas eloquentes. Devia ser um homem bastante orgulhoso e fechado. Conheço melhor o segundo nome citado, o de Fritz Tillmann, que organizou um Comentário do Novo Testamento definido inaceitável. Nessa obra, o autor do comentário aos sinópticos era Friedrich Wilhelm Maier, um amigo de Tillmann, então professor em Estrasburgo. O decreto da Congregação Consistorial estabelecia que estes comentários expungenda omnino esse ab institutione clericorum. O Comentário, do qual encontrei um exemplar esquecido quando era estudante no Seminário Menor de Traunstein, devia ser banido e retirado do comércio porque Maier afirmava nele, em relação à questão sinóptica, a chamada teoria das duas fontes, que hoje é aceita quase por todos. Isto, naquela época, determinou também o fim da carreira científica de Tillmann e de Maier. Contudo, aos dois era permitido mudar de disciplina teológica. Tillmann aproveitou esta possibilidade tornando-se depois um grande teólogo moral alemão. Juntamente com Th. Steinbüchel e Th. Müncker fizeram um manual de teologia moral de vanguarda, que tratava de maneira nova esta importante disciplina e a apresentava segundo a idéia básica da imitação de Cristo. Maier não quis aproveitar da possibilidade de mudar de disciplina; de fato, dedicou-se de alma e corpo ao trabalho sobre o Novo Testamento. Desta forma, tornou-se capelão militar e com este cargo participou na Primeira Guerra Mundial; em seguida, trabalhou como capelão nos cárceres até 1924, quando, com o consentimento do arcebispo de Breslau (hoje Wroclaw), Cardeal Bertram, num clima já mais tranqüilo, foi chamado para a cátedra de Novo Testamento na Faculdade teológica dessa cidade. Em 1945, quando aquela Faculdade foi suprimida, juntamente com outros colegas, foi para Munique, onde o tive como professor.

O discurso do cardeal Ratzinger
foi pronunciado em língua italiana
no Augustinianum em 29 de abril de 2003.

Fonte: http://www.30giorni.it/

João Batista – a voz que anuncia a Palavra!

João Batista ao indicar Jesus (Vatican Media)

Filho de um casal idoso, de Isabel estéril e Zacarias sem fé, João Batista, que a Igreja recorda neste sábado, 24 de junho, "foi um presente que Deus ofereceu para a humanidade aprender olhar para frente!". O Padre Maicon André Malacarne assina artigo em que traça as principais características do homem que vivia próximo ao rio Jordão e batizou Jesus.

Pe. Maicon André Malacarne*

Os quatro evangelistas e também o historiador Flávio Josefo, contemporâneo a São Paulo, traçaram as características principais de João Batista, cujo nascimento celebramos hoje: era um homem piedoso e de oração, vivia próximo ao rio Jordão onde batizava e, mais tarde, foi preso e morto decapitado pelo rei Herodes. Jesus ficou impressionado pelo projeto do Batista e foi até ele para ser batizado.

Da solenidade de hoje, alguns pontos que podem ajudar a meditar:

1. João Batista foi filho de um casal idoso. Isabel era estéril e Zacarias havia perdido a fé. Da esterilidade e da incredulidade nasceu uma esperança, uma promessa! O nascimento de João foi motivo de alegria, de festa, um milagre! O Batista foi um presente que Deus ofereceu para a humanidade aprender olhar para frente!

2. João foi um projeto de vida! Ao batizar Jesus, ele fechava o Antigo Testamento e abria o Novo Testamento. Não era mais necessário profetas para falar em nome de Deus, mas Deus mesmo se fez humano, em Jesus Cristo! João foi capaz de perceber e anunciar o verbo encarnado!

3. João aprendeu a descentralizar! Mesmo com as pessoas que o procuravam e queriam viver como ele, percebeu que o centro deveria ser Jesus: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). João não buscava prestígio, mas acreditava em um tempo novo, com mais justiça, solidariedade e verdade e percebia que só Jesus Cristo seria o caminho. Foi também nessa fidelidade que denunciou as corrupções de Herodes, o que lhe custou a vida.

Santo Efrém (306-373), um dos maiores representantes do cristianismo da Síria, teólogo, compositor e poeta, sistematizou a relação de João Batista e Jesus Cristo de uma maneira bonita: «Aquele que batiza na água anuncia aquele que batizará no fogo e no Espírito Santo (cf. Mt 3, 11). A luz brilhante anuncia o sol da justiça, aquele que é cheio do Espírito anuncia aquele que dá o Espírito, aquele que viu a pomba e aquele sobre o qual a pomba pousou. João Batista é a voz que anuncia a Palavra».

* Diocese de Erexim/RS

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF